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<p>PROGRAMA</p><p>DE EDUCAÇÃO</p><p>PERMANENTE</p><p>EM SAÚDE</p><p>DA FAMÍLIA</p><p>UNIDADE 1</p><p>Câncer de Pele</p><p>Abordagem do</p><p>câncer na Atenção</p><p>Primária à Saúde</p><p>Frederico Fernando Esteche</p><p>Marco Túlio Aguiar</p><p>2</p><p>Aula 1</p><p>ANDO TÃO À FLOR DA PELE: diagnóstico</p><p>precoce, diagnóstico e seguimentos pela</p><p>APS</p><p>Nesta unidade, discorreremos acerca do câncer de pele. Conheceremos estatísticas,</p><p>conceitos, classificações, noções sobre tratamento e o papel da Atenção Primária à Saúde</p><p>(APS) diante dessa patologia.</p><p>Dessa forma, é importante reconhecermos as nuances implicadas nessa patologia para</p><p>realizar a busca ativa dos casos e o diagnóstico precoce, além de prestar uma assistência</p><p>de forma mais qualificada.</p><p>Os estados do Sul do país têm as maiores taxas brutas de incidência para cada 100 mil habi-</p><p>tantes em todo o Brasil (INCA, 2016). Veja no infográfico na plataforma.</p><p>Cursista, você não achou curioso que os estados do Sul tenham maiores taxas que os esta-</p><p>dos do Nordeste brasileiro?</p><p>Essa diferença se dá pelos fatores de riscos associados ao câncer de pele. São eles:</p><p>1- idade superior a 40 anos;</p><p>2- pessoas portadoras de doenças cutâneas;</p><p>3- pessoas com pele clara e sensível à ação dos raios solares;</p><p>O câncer de pele é o tipo mais frequente no Brasil, correspondendo</p><p>a 30% dos casos de neoplasias malignas.</p><p>Estimativa de novos casos: 5.670, sendo 3.000 homens e 2.670 mulhe-</p><p>res (INCA, 2016).</p><p>Infográfico 1</p><p>3</p><p>A pele é o maior órgão do corpo humano, construindo 16% do peso</p><p>do nosso corpo! (KEDE; SABATOVICH, 2004)</p><p>4- sexo masculino;</p><p>5- tabagismo (fator de risco de câncer em lábios, especialmente os de tipo basocelular);</p><p>6- histórico familiar positivo para câncer de pele (INCA, 2016).</p><p>Assim, os estados do Sul do Brasil têm taxas mais altas pelo fato da maior parte da popula-</p><p>ção dessa região ter pele muito clara, que é um fator de risco associado ao câncer de pele.</p><p>Portanto, caros cursistas, faz-se necessário que reconheçamos esses fatores de riscos para</p><p>promover ações preventivas, especialmente no que concerne ao trabalho da educação em</p><p>saúde.</p><p>Recordar é viver</p><p>Vamos relembrar nossos conhecimentos a respeito da anatomia da pele?</p><p>Você se lembra das características da lesão de pele da paciente que a Dra. Denise atendeu</p><p>na situação-problema?</p><p>Até aqui temos mencionado alguns tipos de câncer de pele, vamos conhecer mais a respeito</p><p>deles!</p><p>O câncer de pele se classifica, inicialmente, em 2 tipos: não melanoma e melanoma. Veja</p><p>a seguir.</p><p>4</p><p>NÃO MELANOMA – representa 95% dos cânceres de pele e pode</p><p>ser dos tipos:</p><p>- Basocelular (carcinoma de células basais); e</p><p>- Espinocelular (carcinoma de células escamosas).</p><p>O carcinoma basocelular tem origem nas células basais da epiderme</p><p>e representam 75% dos casos de câncer de pele. É mais comum em</p><p>idosos e aparece em áreas muito expostas ao sol, como o rosto e</p><p>o pescoço (INCA, 2016). Desenvolve-se lentamente e dificilmente se</p><p>espalha para outras áreas do corpo. Entre 35% e 50% das pessoas</p><p>que tiveram esse câncer de pele vão ter outro em um prazo de 5</p><p>anos após o diagnóstico. Isso significa que quem já teve câncer de</p><p>pele tem de fazer um acompanhamento permanente (http://www.</p><p>accamargo.org.br/tudo-sobre-o-cancer/).</p><p>O carcinoma espinocelular é uma neoplasia maligna cutânea origi-</p><p>nada das células da camada espinhosa da epiderme, com potencial</p><p>para gerar metástases. A pele ao redor geralmente possui sinais de</p><p>lesões actínicas. Ocorre em áreas como face, tronco superior, ore-</p><p>lhas, lábio inferior, superfícies extensoras dos membros superiores</p><p>e dorso das mãos (TERZIAN, 2017, p. 68).</p><p>Vejamos algumas imagens para ilustrar esses tipos de câncer não</p><p>melanoma.</p><p>COMO RECONHECER UM</p><p>CARCINOMA ESPINOCELULAR</p><p>Lesão avermelhada com</p><p>áreas que não cicatrizam1 2 Nódulo avermelhado com</p><p>cascas duras e amareladas</p><p>3 4Pode surgir nos lábios E na parte superior</p><p>das orelhas</p><p>http://www.accamargo.org.br/tudo-sobre-o-cancer/</p><p>http://www.accamargo.org.br/tudo-sobre-o-cancer/</p><p>5</p><p>MELANOMA – tem origem nos melanócitos, as células produtoras</p><p>de melanina.</p><p>COMO RECONHECER UM</p><p>CARCINOMA BASOCELULAR</p><p>Nódulo (bolinha) avermelhado</p><p>com finos vasinhos de sangue</p><p>Pode exibir brilho perolado</p><p>Pode ser pigmentado (escuro)</p><p>Ferida que não cicatriza</p><p>Figura 2 - Melanoma.</p><p>Figura 1 - Como vamos reconhecer um carcinoma espinocelular e</p><p>basocelular.</p><p>6</p><p>Melanomas aparecem geralmente em pessoas de pele clara, no tronco, em homens, ou nos</p><p>membros inferiores, em mulheres, embora também possam acometer negros e afrodescen-</p><p>dentes (http://www.accamargo.org.br/tudo-sobre-o-cancer/).</p><p>Essas classificações são baseadas em resultados histopatológicos, por isso é preciso muita</p><p>experiência para poder afirmar o tipo de câncer de pele apenas pelo exame físico das lesões.</p><p>Além da história, de exames físico e laboratoriais/imagem, as consultas de seguimento</p><p>devem incluir a educação e o preparo do paciente e dos familiares em reconhecer os sinais</p><p>e sintomas do melanoma, como o autoexame, a atenção para sinais e sintomas associados</p><p>com a doença e fotoproteção (AMB, 2001).</p><p>Existem fatores que devem ser considerados no seguimento de um paciente, tais como:</p><p>presença de nevos atípicos; espessura tumoral; história familiar de melanoma; estado emo-</p><p>cional do paciente (ansiedade) (AMB, 2001).</p><p>Considerando os nevos serem sinais na pele (sardas, pintas, por exemplo), os pacientes</p><p>devem fazer o autoexame da pele para perceber alguma mudança preocupante de padrão,</p><p>como as características da regra ABCD a seguir.</p><p>• Assimetria (A): a forma de uma metade não é igual à outra.</p><p>• Bordas (B): as bordas da lesão são frequentemente imperfeitas,</p><p>chanfradas, pouco nítidas ou irregulares no seu contorno, e o pig-</p><p>mento pode estender-se para a região circunvizinha.</p><p>• Coloração (C): a cor não é uniforme, com tonalidades escuras, mar-</p><p>rons e bronzeadas possivelmente presentes, bem como áreas brancas,</p><p>cinzas, vermelhas, róseas ou azuis também podem ser encontradas.</p><p>• Diâmetro (D): existe uma modificação no tamanho, geralmente</p><p>um aumento; os melanomas são geralmente maiores que 6 mm</p><p>(GANZELI et al., 2011).</p><p>Vejamos o desenho a seguir como exemplo.</p><p>http://www.accamargo.org.br/tudo-sobre-o-cancer/</p><p>7</p><p>BENIGNO MALIGNO</p><p>SimétricoA Assimétrico</p><p>Bordas regularesB Bordas irregulares</p><p>Uma cor sóC Mais de uma cor</p><p>Diâmetro 6mm</p><p>Figura 3 – Regra ABCD</p><p>Essas figuras lhe parecem familiares? Acredito que você recordou da</p><p>lesão da paciente atendida pela Dra. Denise na situação problema</p><p>deste módulo!</p><p>8</p><p>Saiba mais sobre estadiamento acessando o link a seguir:</p><p>http://www.uicc.org/sites/main/files/private/TNM_Classification_</p><p>of_Malignant_Tumours_Website_15%20MAy2011.pdf</p><p>A Atenção Primária à Saúde tem como tarefas fundamentais promover ações que incenti-</p><p>vem os cuidados da pele, prevenindo, assim, o surgimento de novos casos e identificando</p><p>peles que tenham sinais sugestivos de lesões cancerígenas (ABCD), relacionando com fato-</p><p>res de riscos e com um exame físico bem realizado.</p><p>O que fazer na APS quando estamos diante de uma lesão suspeita? O que você faz?</p><p>Se a APS tiver uma atuação atenta e suspeitar precocemente da lesão, o próximo passo será</p><p>o biopsiar a lesão! Vamos nos lembrar da Dra. Denise da situação-problema solicitando a</p><p>biópsia da lesão de pele de Dona Valentina na unidade básica.</p><p>Se o(a) médico(a) da equipe estiver capacitado e existirem condições para a realização na</p><p>unidade de saúde, a biópsia poderá ser feita na APS. Caso contrário, ou após o diagnóstico</p><p>histopatológico, deveremos referenciar o paciente para o Dermatologista.</p><p>O dermatologista e o oncologista clínico deverão estadiar (determinar o quanto o câncer se</p><p>espalhou) para depois determinar o melhor tipo de tratamento.</p><p>Assim, podemos perceber o quão relevante é a APS na promoção da saúde e na prevenção</p><p>de doenças. O olhar de cada profissional se faz indispensável na identificação dos fatores de</p><p>riscos e na minimização de novos casos.</p><p>http://www.uicc.org/sites/main/files/private/TNM_Classification_of_Malignant_Tumours_Website_15%20MAy2011.pdf</p><p>http://www.uicc.org/sites/main/files/private/TNM_Classification_of_Malignant_Tumours_Website_15%20MAy2011.pdf</p><p>9</p><p>TIPOS DE BIÓPSIA</p><p>Biópsia por Shaving</p><p>Neste tipo de biópsia, também chamada de saucerização, o médico anestesia a área, raspa</p><p>as camadas superiores da pele com uma lâmina cirúrgica, retirando a epiderme e a parte</p><p>exterior da derme. A saucerização não é indicada para as doenças inflamatórias de pele e</p><p>é mais bem empregada para o diagnóstico de tumores cutâneos fortemente sugestivos de</p><p>serem benignos. Não é indicada para suspeita de melanoma, pois a margem profunda sem-</p><p>pre poderá estar comprometida (WERNER, 2009).</p><p>EPIDERME</p><p>DERME</p><p>TECIDO SUBCUTÂNEO</p><p>(ADIPOSO)</p><p>Figura 4 – Saucerização</p><p>10</p><p>Biópsia Punch</p><p>Na biópsia punch, o médico remove uma amostra mais profunda, utilizando um</p><p>cilindro cortante. O procedimento é realizado com anestesia e, geralmente, por dermatolo-</p><p>gistas (WERNER, 2009).</p><p>Biópsias Incisional e Excisional</p><p>Figura 5 – Biópsia punch</p><p>11</p><p>Para examinar um tumor localizado nas camadas mais profundas da pele, o médico pode</p><p>utilizar a biópsia incisional ou a excisional, nas quais, sob anestesia local, o médico remove</p><p>uma camada da pele com um bisturi. A biópsia incisional é um tipo de biópsia em que ape-</p><p>nas uma parte da lesão é removida (GENOVESI et al., 1994), já a biópsia excisional remove</p><p>toda a lesão, indicada em suspeita de melanoma (GENOVESI et al., 1994).</p><p>Figura 6 – Tipos de biópsia</p><p>Exame das Amostras</p><p>12</p><p>Todas as amostras de biópsias de pele são enviadas para análise por um patologista, que é</p><p>o médico especializado no exame anatomopatológico de células, tecidos e órgãos para diag-</p><p>nosticar a doença. Se células cancerosas estão presentes, o patologista determinará o tipo</p><p>de câncer de pele a que corresponde.</p><p>Agora que a biópsia foi feita, assim como o encaminhamento para o dermatologista, vamos</p><p>ajudar a dra. Denise no tratamento da lesão da nossa situação problema?</p><p>TRATAMENTO</p><p>O tratamento, como já dito anteriormente, dependerá do estadiamento das lesões, com</p><p>possibilidade de utilização das várias opções existentes, a saber:</p><p>Os tratamentos são conduzidos pelos outros níveis de atenção, cabendo à APS dar segui-</p><p>- Excisão Simples.</p><p>- Excisão com margem ampliada.</p><p>- Cirurgia para melanoma metastático.</p><p>- Quimioterapia.</p><p>- Radioterapia.</p><p>- Imunoterapia.</p><p>- Bioquimioterapia.</p><p>Fonte: Brasil (2014)</p><p>mento e monitoramento de reações adversas que cada modalidade terapêutica poderá</p><p>causar.</p><p>13</p><p>Para finalizar, fica a sugestão de verem a esclarecedora webpa-</p><p>lestra preparada pelos profissionais do Telessaúde do Rio</p><p>Grande do Sul sobre o tema, que ajudará a reforçar o que</p><p>vimos nesta aula. Prepare a pipoca e desfrute.</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=phBFTmTNeG4</p><p>Agora que aprendemos sobre o câncer de pele, vamos em frente no nosso curso. Na</p><p>próxima unidade, vamos estudar o câncer de próstata.</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=phBFTmTNeG4</p>

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