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<p>MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO</p><p>UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE</p><p>UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS</p><p>ESCOLA AGRÍCOLA DE JUNDIAÍ</p><p>SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL</p><p>2</p><p>EQUIPE ORGANIZADORA</p><p>ANA HELENA DA SILVA – Mestre em Ensino; Especialista em Educação Ambiental para</p><p>Escolas Sustentáveis; Especialista em Educação Ambiental e Geografia do Semiárido; MBA em</p><p>Gestão, Perícia e Auditoria Ambiental; Gestora Ambiental; Pedagoga; Técnica em Segurança do</p><p>Trabalho Técnica em Secretaria Escolar</p><p>ANA PAULA COSTA CÂMARA – Doutora em Engenharia Química; Mestre em Engenharia</p><p>Química; Engenheira de Segurança do Trabalho; Engenheira Química</p><p>GÉRSICA MORAES NOGUEIRA DA SILVA – Doutora em Engenharia Civil, na área de</p><p>Tecnologia ambiental e Recursos hídricos; Mestre em Ecologia; Bacharel em Ciências</p><p>Biológicas; Gestora Ambiental.</p><p>GILBRANDO MEDEIROS TRAJANO JUNIOR – Mestre em Engenharia Sanitária e</p><p>Ambiental; Engenheiro Ambiental; Bacharel em Ciências e Tecnologia</p><p>JOSÉ WAGNER ALVES GARRIDO – Doutor em Engenharia Química; Mestre em</p><p>Engenharia Química; Especialista em Gestão Ambiental; Engenheiro Ambiental</p><p>LANNA CELLY DA SILVA NAZÁRIO – Mestre em Engenharia Civil; Engenheira Civil</p><p>LÍDIA GABRIELA RODRIGUES DE SOUZA – Mestre em Ciências Climáticas; Especialista</p><p>em Educação Ambiental e Geografia do Semiárido; Licenciada em Geografia; Gestora Ambiental</p><p>LORENA SOARES MONTEIRO BORGES – Doutora em Engenharia Civil; Mestre em</p><p>Engenharia de Pesca; Especialista em Planejamento e Gestão Ambiental; Engenheira Ambiental;</p><p>Bacharel em Ciências e Tecnologia; Engenheira de Pesca; Licenciada em Química</p><p>LÚCIO CÉSAR DANTAS DE MEDEIROS – Mestre em Ciências Florestais; Licenciado em</p><p>Química</p><p>LUPERCIO LUIZINES CAVALCANTI FILHO – Mestre em Engenharia Civil e Ambiental;</p><p>Engenheiro de Segurança do Trabalho; Engenheiro Têxtil Industrial; Perito Judicial em</p><p>Computação Forense e Crimes Cibernéticos; Técnico em Segurança do Trabalho</p><p>MARCIONILA DE OLIVEIRA FERREIRA – Doutora em Engenharia Química; Mestre em</p><p>Engenharia Química; Especialista em Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Engenheira</p><p>Química</p><p>3</p><p>SUMÁRIO</p><p>1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 4</p><p>2. GESTÃO AMBIENTAL ........................................................................................................ 4</p><p>3. SUSTENTABILIDADE ......................................................................................................... 6</p><p>4. NORMAS ISO ........................................................................................................................ 7</p><p>4.1 Família ISO 14000 ................................................................................................................. 9</p><p>4.2 Princípios e elementos de um SGA ..................................................................................... 11</p><p>4.3 Razões para adoção da ISO 14001 ....................................................................................... 13</p><p>LITERATURA CONSULTADA ................................................................................................ 15</p><p>4</p><p>1. INTRODUÇÃO</p><p>Antigamente, a poluição causada pelo desenvolvimento industrial era vista como um</p><p>indicativo de progresso, refletida na excessiva extração dos recursos ambientais (a atmosfera, as</p><p>águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo e os</p><p>elementos da biosfera) e recursos naturais (renováveis e não-renováveis).</p><p>No ano de 1972, com a realização da 1ª conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente</p><p>Humano, realizada em Estocolmo, a temática da degradação ambiental, fomentou na preocupação</p><p>sobre o que está alarmante situação poderia ocasionar, sendo então exigido um maior controle por</p><p>parte das empresas. Assim, foi criado o Programa Nacional das Nações Unidas para o Meio</p><p>Ambiente (PNUMA) e a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (BRITO;</p><p>MELO, 2019).</p><p>A partir dessas concepções sobre a necessidade do gerenciamento do desenvolvimento</p><p>industrial sobre os impactos ambientais causados, que poderiam afetar também os seres humanos,</p><p>foi difundido o conceito de gestão ambiental. Atrelado a isso, exigências da comunidade</p><p>internacional em relação à sustentabilidade ambiental global contribuíram para que as</p><p>organizações entendessem que sua relação com a sociedade não poderia ser unilateral (BRITO;</p><p>MELO, 2019).</p><p>Nesse contexto, as organizações passaram a utilizar práticas de gestão ambiental que</p><p>agregassem valor às suas estratégias e que trouxessem respostas para os seus principais atores</p><p>internos e externos. Esta temática, tão abordada em tempos atuais, tem como enfoque ao conjunto</p><p>integrado de ações dos diversos setores – político, econômico, empresarial e sociedade civil – na</p><p>busca pelo uso sustentável e adequado dos recursos ambientais, visando evitar problemas futuros.</p><p>Porém, é importante destacar que esta é uma responsabilidade não apenas das empresas, e sim de</p><p>cada cidadão (BRITO; MELO, 2019).</p><p>2. GESTÃO AMBIENTAL</p><p>Em termos empresariais, Viterbo Júnior (1998), define a gestão ambiental como a forma</p><p>que uma organização administra as relações entre suas atividades e o meio ambiente ao qual a</p><p>mesma está inserida, observando assim todos os produtos, serviços e processos que serão</p><p>contemplados a partir da viabilização deste enfoque.</p><p>5</p><p>Com a preocupação de mitigar os impactos gerados devido às atividades realizadas nas</p><p>empresas, observou-se a necessidade da construção de uma estrutura organizacional que teria</p><p>como intuito realizar um equilíbrio entre os diversos componentes empresarial. Este é atualmente</p><p>conhecido como Sistema de Gestão Ambiental (SGA) e que tem como princípio o atendimento às</p><p>boas práticas das Normas e das Legislações Ambientais. No contexto dos resíduos sólidos,</p><p>destaca-se a prevenção através da reciclagem e reuso dos materiais, medidas preventivas e</p><p>otimização das disposições finais, determinando assim um maior controle ambiental.</p><p>Segundo Assumpção (2005), o Sistema de Gestão Ambiental faz parte de um sistema</p><p>global, que inclui a estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades,</p><p>práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar</p><p>criticamente e manter a Política Ambiental. O SGA é uma estrutura desenvolvida para auxiliar as</p><p>organizações, a planejar ações, prevenir e controlar os impactos ambientais, gerenciar os riscos</p><p>visando assim a melhoria ao desempenho ambiental e a produtividade (FIESP, 2015).</p><p>A Figura 1 apresenta aspectos que caracterizam a gestão ambiental, como Sistema de</p><p>gestão ambiental, Estudo de aspecto e impactos ambientais, Matriz energética, Gestão de recursos</p><p>hídricos, Emissão atmosférica e mercado de créditos de carbono e Gestão de resíduos sólidos.</p><p>Figura 1 - Características para uma Gestão Ambiental</p><p>Fonte: https://www.culturamix.com/meio-ambiente/o-que-e-gestao-ambiental/</p><p>6</p><p>No âmbito do meio ambiente, o conjunto de procedimentos desenvolvidos poderão permitir</p><p>uma melhor compreensão da situação da empresa, e estabelecer um gerenciamento, que</p><p>proporcione a obtenção de melhores resultados no desempenho global (BRAGA et al., 2005).</p><p>O novo paradigma empresarial procura reverter às antigas dificuldades fundamentando-se</p><p>em fatores diversos, tais como: cadeia de valor, flexibilização dos trabalhos, melhoria contínua</p><p>dos processos e produtos, preocupação com a satisfação dos clientes, consciência ecológica,</p><p>surgimento da organização virtual, redução do ciclo de vida de fabricação (FILHO; SICSÚ, 2003).</p><p>3. SUSTENTABILIDADE</p><p>Sustentabilidade ambiental e gestão de recursos envolvem a administração de sistemas</p><p>econômicos, sociais e ecológicos dentro e fora de entidade organizacional a fim de sustentar o</p><p>sistema. No contexto, sustentabilidade significa que em vez de competir para o crescimento</p><p>infinito no planeta finito, o desenvolvimento irá melhorar a qualidade de vida, sem</p><p>necessariamente ter que consumir maior número de recursos. O resultado deve ser relação</p><p>equilibrada entre a organização e manutenção das comunidades, junto com o meio ambiente.</p><p>Paradigmas econômicos de hoje não protegem o ambiente natural, mas sim aprofundam a</p><p>dependência humana sobre a biodiversidade e recursos. Degradação ambiental e mudanças</p><p>climáticas ameaçam a estabilidade dos sistemas ecológicos. De modo oficial existe conflito</p><p>crescente entre ricos e pobres na divisão global Norte-Sul que nega acesso às necessidades</p><p>humanas básicas, direitos e educação, levando à destruição do meio ambiente e o aumento da</p><p>desigualdade social contribui ainda mais com aspectos de degradação ambiental.</p><p>Como fator de mudança social e ambiental as organizações modernas têm o potencial de</p><p>aplicar a gestão de recursos ambientais com diretores de sustentabilidade e alcançar resultados</p><p>efetivos. Para alcançar o desenvolvimento sustentável com gestão de recursos ambientais a</p><p>empresa deve coincidir com pontos vitais, tais como: Social, ambiental, responsabilidade,</p><p>planejamento de longo prazo, visão forte e compartilhada, enfoque holístico; engajamento amplo</p><p>e justiça; medidas de transparência e flexibilidade de mercado.</p><p>A fim de ajustar ao ambiente as mudanças sociais e ecológicas são implantadas por</p><p>organizações para experimentar novas ferramentas e conceitos. Aqueles que são tradicionais</p><p>7</p><p>podem manter a decisão hierárquica e obter dificuldade em lidar com a demanda para a tomada de</p><p>decisão lateral que apoia a participação afetiva.</p><p>Sustentabilidade corporativa ainda não atingiu a maioria das empresas globais que operam</p><p>nos mercados. As três principais barreiras para impedir organizações à mudança para a prática</p><p>sustentável com gestão de recursos ambientais são: (i) Não entender o que é sustentabilidade,</p><p>(ii) dificuldade em modelar modelo econômico rentável interruptor, e (iii) elaborar planos</p><p>de execução não adequados.</p><p>Parte importante de mudança de organização a adotar a sustentabilidade na gestão de</p><p>recursos ambientais seria a criação de uma visão compartilhada e compreensão do que é</p><p>sustentabilidade para a organização em particular. Esse processo é balizado e orientado segundo</p><p>normas internacionais e geralmente é realizado quando já existe em seu início o cumprimento</p><p>básico do arcabouço legal estudado anteriormente.</p><p>4. NORMAS ISO</p><p>As normas internacionais são aquelas desenvolvidas fundamentalmente no âmbito da ISO</p><p>– International Organization for Standardisation. A ISO, fundada em 1947, é uma organização</p><p>privada, sem fins lucrativos e está sediada em Genebra, na Suíça, tendo sua aplicação em mais de</p><p>150 países. É uma federação dos Organismos Nacionais de Normalização (ONN). Seu papel é a</p><p>elaboração das normas internacionais por meio da conciliação dos interesses de fornecedores,</p><p>consumidores, governos, comunidade científica e demais representantes da sociedade civil</p><p>organizada. A representação nos organismos internacionais de normalização é feita pelos</p><p>organismos nacionais de normalização de cada país.</p><p>No Brasil, a ABNT tem esse papel, sendo o único organismo representante do país na ISO.</p><p>Tal como as normas nacionais, a norma ISO é voluntária, cabendo aos seus membros decidirem</p><p>se as adotam como normas nacionais ou não (SEBRAE, s.d.). Dentre as normas internacionais</p><p>adotadas como normas brasileiras e utilizadas largamente nas transações comerciais mundiais,</p><p>destacam-se as normas de sistema de gestão da qualidade ABNT NBR ISO 9001 e de sistema de</p><p>gestão ambiental ABNT NBR ISO 14001, a primeira principalmente.</p><p>A implementação do sistema visa a produção mais limpa, por meio da otimização do uso</p><p>dos recursos e mitigação dos impactos gerados no processo de industrialização, onde durante muito</p><p>8</p><p>tempo em sua maior parte foi poluidor. Na Figura 2 o processo produtivo é visto, onde recursos</p><p>naturais utilizados como matéria-prima são usados e reduzida a produção de resíduos.</p><p>Reduzindo a poluição diretamente na fonte, os custos referentes ao tratamento e à</p><p>disposição final dos resíduos se reduzem, tendo maior eficiência dos recursos, os fatos geradores</p><p>de passivos ambientais diminuem e as condições de trabalho e a imagem da empresa melhoram</p><p>(Marketing sustentável). Dito de outro modo, as ações resultantes desse tipo de atitude reduzem</p><p>os custos para quem as implementa (BARBIERI, 2004).</p><p>Figura 2 - P+L integrando os sistemas de gestão da qualidade e ambiental</p><p>Fonte: Henriques e Quelhas (2007)</p><p>Um importante indicador da relevância da norma ISO 9001 como instrumento facilitador</p><p>do comércio internacional é o número de certificações de acordo com a norma emitidas no mundo</p><p>– até 2006 foram emitidos cerca de 900.000 certificados em 170 países, enquanto as certificações</p><p>ISO 14001 somam mais de 300.000 (ISO, s.d.)</p><p>A Organização Mundial do Comércio (OMC) reconhece as normas publicadas pela ISO</p><p>como normas internacionais. Como consequência desse acordo, tanto governos como empresas</p><p>procuram utilizar as normas internacionais para suas regulamentações técnicas e parâmetros para</p><p>as trocas comerciais, respectivamente. Dessa forma, os organismos nacionais de normalização dos</p><p>diversos países, integrantes da OMC principalmente, tendem a reduzir a sua produção de normas</p><p>nacionais propriamente ditas, passando a adotar as normas internacionais como normas nacionais.</p><p>Pelo lado do mercado, a mesma prática de utilização de normas internacionais como parâmetro</p><p>técnico para a transação comercias na cadeia produtiva (fornecedor-produtor-cliente) está sendo</p><p>9</p><p>adotada. Neste contexto, atender à norma internacional é um fator estratégico para as brasileiras</p><p>(SEBRAE, s.d.).</p><p>A imagem da organização além de estar vinculada aos produtos desenvolvidos, atualmente</p><p>são ainda observadas de acordo com os possíveis acidentes que podem causar danos materiais,</p><p>humanos e até ambientais. Desta forma, as áreas de qualidade, segurança, saúde e meio ambiente</p><p>tornam-se essenciais para o pleno funcionamento da empresa. Esta nova visão vem sendo</p><p>comumente ressaltada nos cursos técnicos, de graduação e pós-graduação, onde os alunos ampliam</p><p>seus conhecimentos, interligando essas diversas áreas do conhecimento (SEBRAE, s.d.).</p><p>Com base nesta necessidade de melhoria contínua, as empresas buscam trabalhar de</p><p>maneira integrada, visando assim proporcionar uma melhor condição de trabalho, maior</p><p>produtividade, além da preocupação com as questões dos impactos ambientais.</p><p>4.1 Família ISO 14000</p><p>A família de normas ISO 14000 trata de gerenciamento ambiental, indicando às empresas</p><p>o que devem fazer para minimizar os impactos ambientais de suas atividades e melhorar</p><p>continuamente seu desempenho ambiental (ISO, s.d.). Os padrões ISO 14000 são desenvolvidos</p><p>pelo Comitê Técnico ISO/TC 207 e seus vários subcomitês.</p><p>Dentre as normas da família ISO 14000, a ISO 14001 fornece requisitos com orientações</p><p>de uso relacionados a sistemas ambientais. Outros padrões da família enfocam abordagens</p><p>específicas, como auditorias, comunicações, rotulagem e análise do ciclo de vida, bem como</p><p>desafios ambientais, como as mudanças climáticas (IAF, 2009).</p><p>ISO 14001 define os critérios para um sistema de gestão ambiental e pode ser certificado.</p><p>Ele mapeia uma estrutura que uma empresa ou organização pode seguir para estabelecer um</p><p>sistema de gestão ambiental eficaz (IAF, 2009). Concebido para qualquer tipo de organização,</p><p>independentemente da sua atividade ou setor, pode garantir aos gestores e colaboradores da</p><p>empresa, bem como aos stakeholders externos, que o impacto ambiental está a ser medido e</p><p>melhorado.</p><p>A família contempla as seguintes normas:</p><p>Quadro 1 - Família de normas NBR ISO 14000</p><p>10</p><p>Fonte: Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT)</p><p>* Normas passíveis de certificação</p><p>A nova versão atualizada da ISO 14001:2015 incorpora, além de questões estratégicas, a</p><p>preocupação com a cadeia de valor, ciclo de vida, maior participação da população de vizinhança,</p><p>entre outras mudanças. Na versão atualizada da ISO 14001 entende como foco principal a melhoria</p><p>do desempenho ambiental e não a melhoria do desempenho do sistema de gestão, dessa forma, é</p><p>analisado de forma mais enfática as reais reduções de emissões, efluentes e resíduos que a empresa</p><p>obteve com a implementação do sistema de gestão ambiental. Ainda nesse item, existe a</p><p>preocupação com o gerenciamento dos aspectos ambientais durante o ciclo de vida do produto ou</p><p>serviço da organização.</p><p>Em resumo, as principais mudanças na ISO 14001: 2015 em relação à versão 2004 da</p><p>norma são:</p><p>• Maior responsabilidade e comprometimento da liderança;</p><p>• Destinar posição de destaque à gestão ambiental dentro das empresas</p><p>• Abordagem de equilíbrio ecológico;</p><p>• Repensando o impacto;</p><p>• Riscos e oportunidades;</p><p>• Relatórios proativos;</p><p>• Conformidade reforçada;</p><p>• Enfoque nos conceitos de ciclo de vida;</p><p>• Melhoria contínua.</p><p>11</p><p>Resultados esperados para certificação acreditada para a ISO 14001 (a partir da perspectiva</p><p>das partes interessadas) “Para o escopo da certificação definido, uma organização com um sistema</p><p>de gestão ambiental certificado está gerenciando as suas interações com o meio ambiente e está</p><p>demonstrando o seu compromisso de:</p><p>A. Prevenir a poluição.</p><p>B. Atender aos requisitos legais e outros aplicáveis.</p><p>C. Continuamente aperfeiçoar o seu sistema de gestão ambiental a fim de alcançar melhorias no</p><p>seu desempenho ambiental.” (IAF, 2009).</p><p>4.2 Princípios e elementos de um SGA</p><p>O SGA, segundo a definição ISO, é o conjunto formado pela estrutura organizacional,</p><p>responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos necessários para implementar</p><p>e manter o gerenciamento ambiental (ISO.ORG, 2015; ABNT, 2015).</p><p>A base do sistema pode ser resumida nos seguintes pontos, requisitos para a</p><p>implementação do sistema:</p><p>• política ambiental: a organização deve definir e documentar sua política ambiental de maneira</p><p>relevante às suas atividades; deve divulgá-la interna e externamente; e buscar sua melhoria</p><p>contínua;</p><p>• organização e pessoal: serão definidas e documentadas as responsabilidades e autoridades de</p><p>todo o pessoal envolvido em atividades que possam causar impactos ambientais;</p><p>• normas ambientais e registro de efeitos: serão definidos e mantidos os procedimentos</p><p>adequados para conhecer toda a legislação ambiental aplicável à área de atuação da organização.</p><p>Além disso, serão estabelecidas e mantidas formas de identificar, avaliar e registrar os diversos</p><p>tipos de impacto ambiental possíveis em sua área de atuação.</p><p>• objetivos e metas: serão estabelecidos e quantificados os objetivos e metas ambientais</p><p>compatíveis com as atividades da organização;</p><p>• programa de gestão ambiental: um programa para atingir os objetivos e metas propostas será</p><p>estabelecido e mantido, com todos os meios necessários: pessoal, recursos, tempo, organização,</p><p>etc;</p><p>12</p><p>• manuais: serão elaborados e atualizados os manuais e a documentação necessários para</p><p>implementar o programa estabelecido;</p><p>• controle operacional: serão definidas as funções, atividades e os processos que possam afetar</p><p>significativamente o ambiente, e sobre eles incidirão cuidadosos controles;</p><p>• registros: a organização estabelecerá e manterá registros para demonstrar o preenchimento</p><p>dos requisitos ambientais legais, além dos objetivos e metas alcançados;</p><p>• auditorias: serão definidos critérios e procedimentos para a aplicação de auditorias</p><p>ambientais periódicas;</p><p>• revisões: o SGA deverá sofrer revisões periódicas para avaliar a sua eficácia, e buscar seu</p><p>contínuo aperfeiçoamento.</p><p>O ciclo do SGA segue a visão básica de uma organização que subscreve os seguintes</p><p>princípios:</p><p>Princípio 1: Uma organização deve focalizar aquilo que precisa ser feito – deve assegurar</p><p>comprometimento ao SGA e definir sua política.</p><p>Princípio 2: Uma organização deve formular um plano para cumprir com sua política</p><p>ambiental.</p><p>Princípio 3: Para uma efetiva implantação, uma organização deve desenvolver as capacidades e</p><p>apoiar os mecanismos necessários para o alcance de suas políticas, objetivos e metas.</p><p>Princípio 4: Uma organização deve medir, monitorar e avaliar sua performance ambiental.</p><p>Princípio 5: Uma organização deve rever e continuamente aperfeiçoar seu sistema de gestão</p><p>ambiental, com o objetivo de aprimorar sua performance ambiental geral.</p><p>Com isto em mente, o SGA é mais observado como uma estrutura de organização, a ser</p><p>continuamente monitorada e renovada, visando fornecer orientação efetiva para as atividades</p><p>ambientais de uma organização, em resposta a fatores internos e externos em alteração. Todos</p><p>os membros de uma organização devem assumir a responsabilidade pela melhoria ambiental.</p><p>13</p><p>4.3 Razões para adoção da ISO 14001</p><p>Existem muitas razões pelas quais uma organização deve adotar uma abordagem</p><p>estratégica para melhorar seu desempenho ambiental. Os usuários do padrão ISO 14001 relatam</p><p>que, o mesmo ajuda em:</p><p>• Demonstrar conformidade com o presente e futuro requisitos estatutários e regulamentares;</p><p>• Aumentar o envolvimento e engajamento da liderança de empregados;</p><p>• Melhorar a reputação e a confiança da empresa e das partes interessadas por meio de</p><p>comunicação estratégica;</p><p>• Alcançar objetivos de negócios estratégicos incorporando questões ambientais na gestão</p><p>empresarial;</p><p>• Obter vantagem competitiva e financeira por meio de eficiências aprimoradas e custos reduzidos;</p><p>• Incentivar melhor desempenho ambiental de fornecedores, integrando-os ao sistema de negócios</p><p>da organização.</p><p>Entre outras apontados abaixo:</p><p>De acordo com Jucon (2010), o Brasil atingiu em 2010 a marca de 4.000 certificados</p><p>emitidos, sendo o país com o maior número de certificados emitidos na América Latina, com</p><p>grande concentração de certificações na região Sudeste, seguida das regiões Sul, Nordeste, Norte</p><p>e Centro-Oeste (POMBO; MAGRINI, 2008). Ainda segundo o mesmo autor, os setores com maior</p><p>número de certificações são o de serviços, o automotivo, o de metalurgia e o químico, conforme</p><p>ilustra a Figura 3.</p><p>14</p><p>Figura 3 – Certificações no Brasil por setor em 2010</p><p>Fonte: JUCON, 2010.</p><p>Importante notar que, considerando os impactos ambientais de cada setor estabelecidos na</p><p>Lei 10.165/2000, apenas o de metalurgia e o químico enquadram-se como atividades de alto</p><p>impacto ambiental, demonstrando que a preocupação ambiental também está muito forte em</p><p>setores de médio e pequeno impacto.</p><p>No mundo, de acordo com a ISO (2010), existem mais de 250 mil certificados, fortemente</p><p>concentrados na Europa e no leste asiático. No Brasil, a adoção da ISO 14001 vem aumentando</p><p>continuamente nos últimos anos, indicando amadurecimento das questões ambientais empresariais</p><p>na direção de uma gestão sustentável (OLIVEIRA; SERRA, 2010). Na última pesquisa realizada</p><p>pela ISO (2010), o país destaca-se entre os 10 países com maior aumento no número de</p><p>certificações.</p><p>15</p><p>Como obter a certificação?</p><p>Conseguir o certificado é um pouco mais complexo do que obter o certificado ISO 9001</p><p>– Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ). Para obter a certificação ISO 14001, a organização</p><p>deve aplicar algumas medidas para atender aos requisitos da norma, uma vez que a legislação</p><p>pertinente ao Direito Ambiental no Brasil é bastante complexa e é necessário fazer um</p><p>levantamento minucioso da situação de cada empresa.</p><p>Em média, esse tipo de implementação dura entre 10 e 18 meses, mas em</p><p>casos mais</p><p>complexos e menos comuns, esse tempo pode ser maior. Assim, cabe a uma consultoria</p><p>especializada todo o processo de inspeção, verificação, testes e auditoria interna.</p><p>Já o processo de certificação externa fica a cargo de organismos de certificação</p><p>independentes que sejam referências mundiais em qualidade e integridade, como por exemplo, a</p><p>SGS Brasil e o Bureau Veritas Quality International.</p><p>LITERATURA CONSULTADA</p><p>ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Família de normas ISO</p><p>14000. NBR ISO 14000. Rio de Janeiro, 1996.</p><p>_____________. Sistema de Gestão Ambiental ABNT NBR ISSO 14001. Disponível em:</p><p>http://www.abnt.org.br/m3.asp?cod_pagina=1006. Acesso em: 14 de ago. 2020.</p><p>ASSUMPÇÃO, L. F. J. Sistema de Gestão Ambiental: Manual Prático para Implementação de</p><p>SGA e Certificação ISO 14.001. Curitiba. 2005.</p><p>BARBIERI, J. C. Gestão Ambiental Empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. São Paulo:</p><p>Saraiva, 2004.</p><p>BRASIL. LEI nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Política Nacional do Meio Ambiente. Disponível</p><p>em: http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/Leis/L6938.htm. Acesso em: 25 de ago. de 2020.</p><p>BRITO, E. P. L; MELO, A. M. Gestão Ambiental. Escola Técnica Estadual Professor Antônio</p><p>Carlos Gomes da Costa. Educação a Distância. Recife, 1.ed. | out. 2019.</p><p>CULTURAMIX. O Que é Gestão Ambiental?. Disponível em:</p><p>https://www.culturamix.com/meio-ambiente/o-que-e-gestao-ambiental/. Acesso em: 31 de ago.</p><p>2020.</p><p>16</p><p>FIESPE. Departamento de meio Ambiente. ISO 14001:2015 – Saiba o que muda na nova versão</p><p>da norma. 2015.</p><p>FILHO, J. C. G. da. S.; SICSÚ, A. B. Produção Mais Limpa: uma ferramenta da Gestão</p><p>Ambiental aplicada às empresas nacionais. XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produção - Ouro</p><p>Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003.</p><p>HENRIQUES, L. P.; QUELHAS, O. L. G. Produção Mais Limpa: Um exemplo para</p><p>sustentabilidade nas organizações. 2007. Disponível em:</p><p>http://www1.sp.senac.br/hotsites/sigas/docs/20071016_CAS_ProducaoMaisLimpa.pdf. Acesso</p><p>em 10 de ago. 2020.</p><p>IAF – INTERNATIONAL ACCREDITATION FORUM. Resultados Esperados para</p><p>certificação acreditada para a ISO 14001. 2009 Disponível em:</p><p>https://www.iaf.nu/upFiles/IAF14001expectedoutcomesPortBrazil_0112.pdf. Acesso em: 28 de</p><p>ago. 2020.</p><p>ISO - International Organization for Standardization. The ISO Survey. 2010. Disponível em:</p><p>http://www.iso.org/iso/iso_catalogue/management_standards/certification/the_iso_survey.htm.</p><p>Acesso em: 17 de ago. 2020.</p><p>ISO.OGR, 2015. ISO 14001:2015 - Environmental management systems — Requirements</p><p>with guidance for use. Disponível em: https://www.iso.org/standard/60857.html. Ultimo Acesso</p><p>em: 30/08/2020.</p><p>JUCON, S. A evolução da Norma ISO 14001 e o fortalecimento da sustentabilidade empresarial.</p><p>Revista Meio Ambiente Industrial, 15 out. 2010. Disponível em:</p><p>http://rmai.com.br/v4/Read/290/a-evolucao-da-norma-iso-14001-e-o-fortalecimento-da-</p><p>sustentabilidade-empresarial.aspx. Acesso em: 07 jun. 2012.</p><p>MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Lei nº 10.165, de 27 de dezembro de 2000. Disponível</p><p>em: . Acesso em: 20 de ago.</p><p>2020.</p><p>OLIVEIRA, O. J; SERRA, J. R. Benefícios e dificuldades da gestão ambiental com base na ISO</p><p>14001 em empresas industriais de São Paulo. Revista Produção, v. 20, n. 3, p. 429-438, 2010.</p><p>POMBO, F. R.; MAGRINI, A. Panorama de aplicação da norma ISO 14001 no Brasil. Gestão da</p><p>Produção, v.15, n.1, p. 1-10, 2008.</p><p>http://www.iso.org/standard/60857.html</p><p>http://www.iso.org/standard/60857.html</p><p>17</p><p>SEBRAE. 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