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<p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>1</p><p>Edital EsFCEx 2022 - Administração</p><p>11. Administração Financeira</p><p>Aulas 1 e 2: Análise de Demonstrações Financeiras, índices financeiros: liquidez, atividade, endividamento,</p><p>lucratividade.</p><p>Aulas 3 e 4: Valor do Dinheiro no Tempo: valor futuro de um montante único, valor futuro de uma anuidade, valor</p><p>presente de um montante único, valor presente de uma série de fluxos de caixa.</p><p>Aulas 5 e 6: Técnicas de Orçamento de Capital: Técnicas de orçamento de capital, técnicas de VPL e TIR,</p><p>racionamento de capital, abordagens comportamentais para lidar com o risco, técnicas de ajuste ao risco.</p><p>Aulas 7 e 8: Custo de capital: custo de capital, custo de dívidas a longo prazo, custo de ações preferenciais, custo da</p><p>ação ordinária, custo médio ponderado de capital e custo marginal.</p><p>Aulas 9 e 10: Duplicatas a receber e estoque:</p><p>- seleção de crédito, padrões de crédito, termos de crédito,</p><p>- política de cobrança,</p><p>- gerenciamento de estoque e técnicas de gerenciamento de estoque.</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>2</p><p>Capítulo 2 – Demonstrações Financeiras</p><p>2.1 | O RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO</p><p>2.1.1 Conceitos:</p><p>a) Princípios contábeis geralmente aceitos (GAAP — generally accepted accounting principles) - Diretrizes</p><p>para as práticas e procedimentos a serem adotados na elaboração e manutenção de registros e relatórios</p><p>financeiros; autorizadas pelo Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira.</p><p>b) Relatório aos acionistas - Relatório anual que as empresas abertas devem fazer aos acionistas; resume e</p><p>documenta as atividades financeiras da empresa durante o ano anterior. Começa com uma carta do presidente</p><p>executivo e/ou do presidente do conselho aos acionistas.</p><p>c) Carta aos acionistas – Em geral, o primeiro elemento do relatório anual da administração e instrumento</p><p>principal de comunicação de iniciativa da administração da empresa.</p><p>Descreve os eventos que se considera terem tido maior efeito sobre a empresa no decorrer do ano. Também</p><p>discute, em termos genéricos, a filosofia de administração, questões de governança corporativa, estratégias e</p><p>providências, além de planos para o ano seguinte.</p><p>2.1.2 Quatro Principais Demonstrações Financeiras:</p><p>(1) Demonstração de Resultado do Exercício (D.R.E.);</p><p>(2) Balanço Patrimonial (B.P.);</p><p>(3) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido; e</p><p>(4) Demonstração dos Fluxos de Caixa.</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>3</p><p>2.1.3 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO (D.R.E.)- Fornece uma visão financeira</p><p>sintética dos resultados das operações da empresa durante um período determinado.</p><p>A Demonstração de Resultado fornece um resumo financeiro dos resultados operacionais da empresa durante</p><p>um determinado período. As mais comuns abrangem um período de um ano encerrado numa data específica,</p><p>normalmente 31 de dezembro de cada ano. Muitas grandes empresas, contudo, operam num ciclo financeiro de</p><p>12 meses, chamado de ano fiscal, que se encerra em alguma outra data. Além disso, é comum elaborar</p><p>Demonstrações de Resultados Mensais para uso da administração e obrigatório fornecer aos acionistas de</p><p>companhias abertas demonstrações de resultados trimestrais.</p><p>Dica - Algumas empresas, como as de varejo e agrícolas, encerram o ano fiscal no fim de seu ciclo operacional,</p><p>não no do ano-calendário — por exemplo, o varejo, no fim de janeiro, e as empresas agrícolas, no fim de setembro.</p><p>Na DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS segue-se a sequência:</p><p>1º - Começamos pelo faturamento (o valor monetário total das vendas realizadas no período)</p><p>2º - após o faturamento qual deduz-se o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV)</p><p>3º - O Lucro Bruto resultante representa o montante disponível para fazer frente aos Custos Operacionais,</p><p>Financeiros e Fiscais.</p><p>4º - Em seguida, são abatidas do lucro bruto as Despesas Operacionais, que abrangem despesas de vendas,</p><p>despesas gerais e administrativas, despesas com arrendamento mercantil e despesa de depreciação.</p><p>5º - O lucro operacional resultante de representa o lucro obtido com a produção e a venda de produtos; esse</p><p>valor não considera os custos financeiros e fiscais (o lucro operacional é também chamado de lucro antes de</p><p>juros e impostos, ou LAJIR).</p><p>6º - Depois, subtrai -se o custo financeiro — despesa financeira — do lucro operacional para chegar ao</p><p>Lucro Líquido Antes do Imposto de Renda (ou LAIR).</p><p>7º - Em seguida, o Imposto de Renda é calculado à alíquota devida e deduzido para determinar o lucro</p><p>líquido depois do imposto de renda. Quaisquer dividendos preferenciais devem ser subtraídos do lucro líquido</p><p>depois do imposto de renda para chegar ao lucro disponível para os acionistas ordinários, que é o montante</p><p>ganho pela empresa em nome dos acionistas ordinários no período.</p><p>8º - Dividindo -se o lucro disponível para os acionistas ordinários pelo número de ações ordinárias em</p><p>circulação, temos o Lucro por Ação (LPA), que representa o montante de unidades monetárias ganhas no período</p><p>para cada ação ordinária.</p><p>9º - O dividendo por ação (DPA) efetivo, que é o valor em unidades monetárias distribuído no período a</p><p>cada ação ordinária em circulação.</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>4</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>5</p><p>2.32 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE), proposto pela Equipe de Professores da USP (2010):</p><p>Receita Bruta de Vendas (Mercadorias e Serviços)</p><p>(-) Abatimentos sobre Vendas e outras Deduções da Receita Bruta</p><p>(-) Impostos s/ Vendas</p><p>(=) Receita Líquida de Vendas</p><p>(-) Custo de Mercadorias e Serviços Vendidos (CMV)</p><p>(=) Lucro Bruto</p><p>(-) Despesas com Vendas</p><p>(-) Despesas Administrativas</p><p>(=) Lucro Operacional Antes das Despesas e Receitas Financeiras (LAJIR) LAJIR: Lucro Antes do Juros e do IR</p><p>(+) Receitas Financeiras</p><p>(-) Despesas Financeiras Líquidas Despesas Financeiras e Juros</p><p>(+ ou -) Outras Receitas e Despesas Operacionais</p><p>(=) Resultado antes do Imposto de Renda (LAIR) LAIR: Lucro Antes do Imposto de Renda</p><p>(-) Imposto de Renda e Contribuição Social</p><p>(-) Participações no Resultado</p><p>(=) Lucro Líquido (LL) LL: Lucro Líquido</p><p>-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-</p><p>ATENÇÃO: A Lei 6.404/76, em seu Art 187, apresenta um modelo proposto de DRE um pouco diferente do que a Equipe</p><p>de Professores da USP nos propôs, conforme abaixo demonstrado:</p><p>MODELO DE DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) – Proposto pelo Art 187 da Lei 6.404/76</p><p>Receita Operacional Bruta</p><p>Venda de Produtos</p><p>Venda de Mercadorias</p><p>Prestação de Serviços</p><p>(-) Deduções da Receita Bruta</p><p>(-) Devoluções de Vendas</p><p>(-) Abatimentos</p><p>(-) Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas</p><p>= RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS = RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA</p><p>(-) Custos das Vendas</p><p>(-) Custo dos Produtos Vendidos – CPV</p><p>(-) Custos das Mercadorias</p><p>(-) Custo dos Serviços Prestados</p><p>RESULTADO OPERACIONAL BRUTO ou LAJIR RESULTADO OPERACIONAL BRUTO (ou LAJIR)</p><p>(-) Despesas Operacionais</p><p>(-) Despesas com Vendas</p><p>(-) Despesas Administrativas</p><p>(-) Despesas Financeiras Líquidas</p><p>Receitas Financeiras</p><p>(-) Despesas Financeiras</p><p>Variações Monetárias e Cambiais Passivas</p><p>(-) Variações Monetárias e Cambiais Ativas</p><p>Outras Receitas e Despesas</p><p>Resultado da Equivalência Patrimonial</p><p>Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante</p><p>(-) Custo da Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante</p><p>= LUCRO OPERACIONAL ou LAIR</p><p>RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E</p><p>DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E SOBRE O LUCRO</p><p>(-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição</p><p>Social sobre o Lucro</p><p>(-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro</p><p>= LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS</p><p>PARTICIPAÇÕES</p><p>= LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES</p><p>(-) Participações</p><p>(-) Debêntures, Empregados, Participações de Administradores, Partes</p><p>Beneficiárias,</p><p>Fundos de Assistência e Previdência para Empregados</p><p>= RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO = RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>6</p><p>2.1.4 BALANÇO PATRIMONIAL (B.P.) - Demonstrativo resumido da posição financeira da empresa em um</p><p>dado momento.</p><p>O Balanço Patrimonial é uma descrição resumida da posição financeira da empresa em uma certa data. Essa</p><p>demonstração equilibra os ativos da empresa (aquilo que ela possui) contra seu financiamento, que pode ser</p><p>capital de terceiros (dívidas) ou capital próprio (fornecido pelos proprietários e também conhecido como</p><p>patrimônio líquido).</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL</p><p>Obs.: O Balanço Patrimonial acima é</p><p>apresentado por ROSS, mas já está desatualizado,</p><p>e devemos utilizar o Balanço Patrimonial ao lado.</p><p>O Balanço Patrimonial acima está totalmente de acordo com as</p><p>modificações introduzidas pelas Leis 11.638/07 e 11.941/09 (MP 449/08);</p><p>isso alterou a classificação de Balanço, criando Ativo e Passivo não</p><p>Circulantes, Ativo Intangível, eliminando: “Ativo Permanente”, Ativo</p><p>Diferido, Resultado de Exercícios Futuros etc.</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>7</p><p>Conceitos Relativos aos itens que compõem o Balanço Patrimonial (B.P.)</p><p>1) Ativos Circulantes - Ativos de curto prazo, os quais devem ser convertidos em caixa em um ano ou menos.</p><p>2) Passivos Circulantes – Passivos de curto prazo que devem ser liquidados em um ano ou menos.</p><p>Dica Outra interpretação do balanço patrimonial é a de que temos, de um lado, os ativos que foram adquiridos a</p><p>fim de aumentar o lucro da empresa. O outro lado indica como esses ativos foram financiados, seja contraindo</p><p>dívidas, seja aplicando os recursos dos proprietários.</p><p>3) Ativos e Passivos de Curto e Longo Prazo - É importante distinguir entre ativos e passivos de curto prazo e</p><p>de longo prazo.</p><p>- Os Ativos Circulantes (A.C.) e Passivos Circulantes (P.C.) caracterizam-se pelo curto prazo. Isso significa</p><p>que devem ser convertidos em caixa (ativo circulante) ou pagos (passivo circulante) dentro de um ano*.</p><p>Todos os demais Ativos e Passivos, juntamente com o Patrimônio Líquido, que se presume ser de duração</p><p>indeterminada, são considerados de longo prazo, ou permanentes, uma vez que se espera que permaneçam nos</p><p>livros da empresa por mais de um ano.</p><p>É de praxe listar os ativos em ordem decrescente, dos mais líquidos — caixa — para os menos líquidos.</p><p>4) TÍTULOS NEGOCIÁVEIS são investimentos de curto prazo e alta liquidez mantidos pela empresa, como</p><p>Letras do Tesouro ou certificados de depósito.</p><p>Por causa de sua liquidez elevada, os títulos negociáveis são considerados uma forma de caixa (‘quase caixa’).</p><p>5) As CONTAS A RECEBER representam o valor total devido à empresa por seus clientes em decorrência de</p><p>vendas a prazo.</p><p>6) Os Estoques abrangem matéria-prima, produção em andamento (produtos semiacabados) e produtos acabados</p><p>mantidos pela empresa.</p><p>O item Ativo Imobilizado Bruto reflete o custo histórico de todos os ativos fixos (de longo prazo) que a empresa</p><p>adquiriu.</p><p>O Ativo Imobilizado Líquido representa a diferença entre o ativo imobilizado bruto e a depreciação acumulada</p><p>— isto é, a despesa total registrada de depreciação do ativo imobilizado (referimo-nos ao valor líquido do ativo</p><p>imobilizado como valor contábil).</p><p>Assim como os ativos, as contas de passivo e patrimônio líquido vão do curto para o longo prazo.</p><p>7) O Passivo Circulante inclui fornecedores, que se referem a contas devidas por compras a crédito efetuadas</p><p>pela empresa;</p><p>Títulos a Pagar, que abrangem empréstimos de curto prazo, geralmente obtidos em bancos comerciais; e</p><p>Despesas a pagar, valores devidos por serviços cujo valor não pode ser faturado (alguns exemplos desta última</p><p>categoria são impostos devidos ao governo e salários de funcionários).</p><p>8) Dívidas de longo prazo representam obrigações cujo pagamento não é devido no ano corrente.</p><p>9) O Patrimônio Líquido representa os direitos que os proprietários têm na empresa.</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>8</p><p>10) O item referente a Ações Preferenciais diz respeito aos ingressos históricos oriundos da venda de ações</p><p>preferenciais.</p><p>11) Em seguida, o valor pago pelos compradores originais das Ações Ordinárias é apresentado por dois</p><p>lançamentos: ações ordinárias e ágio na venda de ações.</p><p>O lançamento Ações Ordinárias representa o valor nominal das ações ordinárias.</p><p>O ágio na venda de ações ordinárias constitui o montante dos ingressos, além do valor nominal, recebidos na</p><p>venda original das ações ordinárias.</p><p>A soma de ações ordinárias e ágio na venda de ações, dividido pelo número de ações existente, corresponde</p><p>ao preço por ação originalmente recebido pela empresa numa única emissão de ações ordinárias.</p><p>12) Finalmente, os Lucros Retidos representam o total acumulado de todos os lucros, deduzidos dos dividendos,</p><p>que foram retidos e reinvestidos na empresa desde sua fundação.</p><p>É importante observar que os Lucros Retidos não são caixa e já foram empregados para financiar os ativos da</p><p>empresa.</p><p>13) Para simplificar, o termo Ativo Imobilizado será usado para referir-se àquilo que, em termos contáveis</p><p>estritos, chama-se imóveis, instalações e equipamentos. Essa simplificação terminológica permite que</p><p>determinados conceitos financeiros sejam mais facilmente desenvolvidos.</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>9</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>10</p><p>14. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - Mostra todas as transações patrimoniais realizadas</p><p>num determinado ano.</p><p>15. Demonstração de lucros retidos - Concilia o lucro líquido obtido durante determinado ano e quaisquer</p><p>dividendos pagos em dinheiro com a variação dos lucros retidos entre o início e o final do ano. Trata -se de uma</p><p>forma abreviada da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.</p><p>16. Demonstração de Lucros Retidos - A demonstração de lucros retidos é uma forma resumida da</p><p>demonstração das mutações do patrimônio líquido, mas, ao contrário desta, que mostra todas as transações</p><p>em conta patrimonial realizadas num determinado ano, a demonstração de lucros retidos concilia o resultado</p><p>líquido obtido num determinado ano e quaisquer dividendos pagos em dinheiro com a variação do lucro retido</p><p>entre o começo e o final do ano em questão.</p><p>17. Demonstração dos Fluxos de Caixa - Fornece uma síntese dos fluxos de caixa operacionais, de investimento</p><p>e de financiamento de uma empresa e os concilia com as variações dos saldos de caixa e aplicações financeiras</p><p>no período.</p><p>18. Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras - Notas detalhando informações a respeito de políticas,</p><p>procedimentos, cálculos e transações contábeis subjacentes aos dados constantes das demonstrações financeiras</p><p>publicadas.</p><p>As demonstrações financeiras incluem notas explicativas referentes a determinadas contas. Essas notas</p><p>explicativas às demonstrações financeiras fornecem informações detalhadas sobre as políticas e procedimentos</p><p>contábeis e os cálculos e transações subjacentes aos lançamentos. Algumas questões frequentemente abordadas</p><p>por essas notas são o reconhecimento de receitas, imposto de renda, decomposição das contas de ativo</p><p>imobilizado, condições de empréstimos e arrendamentos e reservas contingenciais.</p><p>Desde a aprovação da Lei Sarbanes-Oxley, as notas explicativas também passaram a tratar de alguns detalhes a</p><p>respeito do cumprimento dessa lei. O quadro Foco na prática a seguir discute aspectos relacionados ao</p><p>atendimento à SOX. Analistas de valores usam os dados das demonstrações e das notas explicativas para</p><p>desenvolver estimativas do valor dos títulos emitidos pelas empresas; essas estimativas afetam as decisões dos</p><p>investidores e, portanto, o valor da ação da empresa.</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>11</p><p>19. Demonstração dos</p><p>fluxos de caixa - resume os fluxos de caixa havidos no período em questão. Esta</p><p>demonstração permite distinguir os fluxos de caixa das operações, de investimentos e de financiamentos da</p><p>empresa e os concilia com variações do caixa e títulos negociáveis durante o período.</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>12</p><p>2.2 | APLICAÇÕES DE ÍNDICES FINANCEIROS</p><p>2.2.1 A ANÁLISE DE ÍNDICES envolve métodos de cálculo e interpretação de índices financeiros para analisar</p><p>e monitorar o desempenho da empresa. Os insumos fundamentais para a análise de índices são a Demonstração</p><p>do Resultado (DRE) e o Balanço Patrimonial (B.P.).</p><p>Qualquer sociedade por ações tem muitas aplicações para os registros e relatórios padronizados de suas atividades</p><p>financeiras. Os relatórios devem ser preparados periodicamente para os reguladores, credores, proprietários e</p><p>administradores. As diretrizes usadas para elaborar e manter registros e relatórios financeiros são conhecidas</p><p>como Princípios Contábeis Geralmente Aceitos (GAAP — Generally Accepted Accounting Principles).</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>13</p><p>2.2.2 Partes Interessadas - A análise com base em índices extraídos das demonstrações financeiras de uma</p><p>empresa interessa aos acionistas, aos credores e aos administradores do próprio negócio.</p><p>Acionistas existentes e em potencial estão interessados nos níveis atuais e futuros de retorno e risco da empresa,</p><p>que afetam diretamente o preço da ação.</p><p>Os Credores se interessam principalmente pela liquidez de curto prazo da empresa e sua capacidade de fazer</p><p>frente aos pagamentos de juros e amortização. Uma preocupação secundária dos credores é a lucratividade; eles</p><p>querem garantias de que o negócio seja sadio. Os gestores, assim como os acionistas, se debruçam sobre todos</p><p>os aspectos da situação financeira da empresa e buscam produzir índices financeiros que sejam considerados</p><p>favoráveis tanto pelos proprietários quanto pelos credores. Além disso, a administração usa os índices para</p><p>monitorar o desempenho empresarial de um período para outro.</p><p>2.2.3 Tipos de Comparações entre Índices</p><p>A análise de índices não se refere apenas ao cálculo de um determinado índice. Mais importante do que isso é a</p><p>interpretação do valor do índice. É necessário que haja uma base significativa para a comparação, para responder</p><p>a perguntas como “está alto ou baixo demais?” e “isso é bom ou ruim?”.</p><p>Podemos fazer dois tipos de comparação entre índices: em Corte Transversal e em Séries Temporais.</p><p>2.2.4 Análise em Corte Transversal - A análise em corte transversal envolve a comparação dos índices</p><p>financeiros de diferentes empresas num mesmo ponto no tempo. Os analistas muitas vezes querem examinar o</p><p>desempenho de uma empresa em relação ao de outras do mesmo setor. Frequentemente, uma empresa compara</p><p>seus índices com os de uma concorrente importante ou um grupo de concorrentes que deseja imitar. Esse tipo de</p><p>análise em corte transversal, chamado de benchmarking, tornou-se muito popular.</p><p>A comparação com médias setoriais também é popular. Esses dados podem ser encontrados em fontes como o</p><p>Almanac of Business and Industrial Financial Ratios, Dun & Bradstreet’s Industry Norms and Key Business</p><p>Ratios, RMA Annual Statement Studies, Value Line e fontes provenientes de associações setoriais.</p><p>A Tabela 2.5 apresenta uma amostra de uma fonte disponível de médias setoriais. Muitas pessoas acreditam,</p><p>equivocadamente, que a empresa em análise será vista de modo favorável, desde que tenha um valor ‘melhor’ do</p><p>que a média setorial. Mas essa perspectiva do ‘melhor do que a média’ pode ser enganosa. Muitas vezes, um</p><p>índice muito melhor do que a norma pode apontar para problemas que, sob uma análise mais detida, podem se</p><p>revelar mais graves do que se o índice fosse pior do que a média do setor. Assim, é importante investigar desvios</p><p>significativos para qualquer lado do padrão setorial.</p><p>É difícil fazer comparações em Corte Transversal com empresas que operem em diversos setores ao mesmo</p><p>tempo. Nesse caso, podem ser usados os valores médios ponderados de índices de diferentes setores, com pesos</p><p>correspondentes à composição da linha de produtos ou, se houver dados, pode ser feita uma análise da empresa</p><p>para cada linha de produto.</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>14</p><p>2.2.5 Análise em Série Temporal - Avaliação do desempenho financeiro da empresa usando análise de índices.</p><p>A Análise em Série Temporal avalia o desempenho ao longo do tempo. A comparação do desempenho atual</p><p>com o passado, por meio de índices, permite que os analistas avaliem os avanços de uma empresa. Tendências</p><p>emergentes podem ser identificadas por meio de comparações entre diversos anos. Quaisquer variações</p><p>significativas de um ano para outro podem representar sintomas de algum problema sério.</p><p>2.2.6 Análise Combinada - A abordagem mais informativa à análise de índices combina as análises em corte</p><p>transversal e em série temporal. Uma visão conjunta permite avaliar a tendência do comportamento de um</p><p>índice em relação à tendência do setor.</p><p>A Figura 2.1 ilustra esse tipo de abordagem, usando o índice de prazo médio de recebimento da Bartlett Company</p><p>de 2006 a 2009.</p><p>Esse índice reflete o tempo médio (em dias) que a empresa leva para receber contas, e resultados mais baixos</p><p>tendem a ser preferíveis. A figura revela de imediato que (1) a eficácia da Bartlett em cobranças é fraca em relação</p><p>à do setor e (2) que a tendência da Bartlett se desloca em direção a prazos de cobrança mais longos.</p><p>Evidentemente, a empresa precisa reduzir seu prazo de recebimento.</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>15</p><p>2.2.7 Precauções ao usar a Análise de Índices</p><p>Antes de discutir índices específicos, devemos considerar os seguintes precauções relativos ao seu uso:</p><p>1. Índices que revelem grandes desvios em relação à norma são apenas sintomas de um problema. Costuma ser</p><p>necessário fazer análises aprofundadas para isolar as causas desse problema.</p><p>2. Um índice por si só não costuma fornecer informações suficientes para se julgar o desempenho geral da</p><p>empresa. Todavia, se a análise estiver voltada para algum aspecto específico da posição financeira de um negócio,</p><p>um ou dois índices talvez sejam suficientes.</p><p>3. Os índices que estão sendo comparados devem ser calculados com demonstrações financeiras referentes à</p><p>mesma data do ano. Se isso não ocorrer, os efeitos da sazonalidade poderão levar a conclusões e decisões erradas.</p><p>4. Na realização de análises de índices, é preferível usar demonstrações financeiras auditadas. Se elas não tiverem</p><p>sido auditadas, os dados poderão não refletir a verdadeira condição financeira da empresa.</p><p>5. Os dados financeiros que estão sendo comparados devem ter sido produzidos da mesma maneira. O uso de</p><p>tratamentos contábeis diferentes — especialmente em relação a estoques e depreciação — pode distorcer os</p><p>resultados da análise de índices, seja qual for o tipo de análise, em corte transversal ou de séries temporais.</p><p>6. Os resultados podem ser distorcidos pela inflação, que pode fazer com que os valores contábeis de estoques e</p><p>ativos sujeitos à depreciação difiram substancialmente de seus valores reais (de reposição). Além disso, os custos</p><p>de produtos estocados e as despesas de depreciação podem ser diferentes de seus valores reais, o que distorce o</p><p>lucro. Sem que seja feito algum ajuste, a inflação tenderá a fazer com que as empresas mais antigas (com ativos</p><p>mais velhos) pareçam mais eficientes e rentáveis do que as mais jovens (com ativos mais novos). Sem dúvida, ao</p><p>usar os índices, deve -se tomar cuidado ao comparar empresas mais antigas com outras mais jovens ou uma</p><p>mesma empresa num período muito longo.</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>16</p><p>2.2.8 CINCO Categorias de Índices Financeiros:</p><p>- Liquidez,</p><p>- Atividade,</p><p>-</p><p>Endividamento,</p><p>- Lucratividade e</p><p>- Valor de Mercado.</p><p>Os Índices de Liquidez, atividade e endividamento medem RISCO;</p><p>Os Índices de lucratividade medem RETORNO;</p><p>Os Índices de valor de mercado capturam tanto RISCO quanto RETORNO.</p><p>Como regra geral, os dados necessários para a realização de uma Análise Financeira adequada incluem, no</p><p>mínimo, a Demonstração de Resultado do Exercício (D.R.E.) e o Balanço Patrimonial (B.P.).</p><p>QUESTÕES PARA REVISÃO</p><p>2-5 Quanto à análise de índices financeiros, em que divergem os pontos de vista dos acionistas</p><p>atuais e em potencial da empresa, seus credores e seus administradores?</p><p>2-6 Qual é a diferença entre as análises de índices em corte transversal e de séries temporais? O</p><p>que é benchmarking?</p><p>2-7 A que tipos de desvio em relação ao padrão setorial deve o analista dar especial atenção ao</p><p>realizar uma análise em corte transversal? Por quê?</p><p>2-8 Por que é preferível comparar índices calculados a partir de demonstrações financeiras referentes</p><p>aos mesmos períodos do ano?</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>17</p><p>2.3 | ÍNDICES DE LIQUIDEZ</p><p>2.3.1 Liquidez - A capacidade de uma empresa de saldar suas obrigações de curto prazo à medida que vencem.</p><p>A liquidez diz respeito à solvência da posição financeira geral da empresa — a facilidade com que pode pagar</p><p>suas contas em dia. Como um precursor comum de dificuldades financeiras é uma liquidez baixa ou em declínio,</p><p>esses índices podem fornecer sinais antecipados de problemas de fluxo de caixa e insolvência iminente do</p><p>negócio. As duas medidas fundamentais de liquidez são o Índice de Liquidez Corrente e o Índice de Liquidez</p><p>Seca.</p><p>2.3.2 Índice de Liquidez Corrente - Uma medida de liquidez calculada dividindo-se o Ativo Circulante da</p><p>empresa pelo seu Passivo Circulante. De modo geral, quanto maior o índice de liquidez corrente, mais líquida a</p><p>empresa.</p><p>ILC = AC / PC</p><p>Por exemplo, um índice de liquidez corrente de 1,0 seria aceitável para uma empresa de serviços públicos, porém</p><p>inaceitável para uma indústria. Quanto mais previsíveis os fluxos de caixa de uma empresa, menor o índice</p><p>aceitável.</p><p>2.3.3 Índice de Liquidez Seca – Uma medida de liquidez calculada dividindo -se o ativo circulante da empresa,</p><p>menos os estoques, por seu passivo circulante.</p><p>O Índice de Liquidez Seca assemelha -se ao de liquidez corrente, mas exclui do cálculo o estoque, que costuma</p><p>ser o menos líquido dos ativos circulantes.</p><p>A liquidez geralmente baixa do estoque resulta de dois fatores principais:</p><p>(1) muitos tipos de estoque não podem ser facilmente vendidos porque são itens semiacabados, itens de</p><p>propósito especial e assemelhados e</p><p>(2) o estoque costuma ser vendido a prazo, o que significa que se torna uma conta a receber antes de se</p><p>converter em caixa. O índice de liquidez seca é calculado da seguinte forma:</p><p>ILS = (AC – Est) / PC</p><p>Um índice de liquidez seca de 1,0 ou mais é, por vezes, recomendado, mas, como no caso da liquidez corrente, o</p><p>valor aceitável depende em grande medida do setor em questão. O índice de liquidez seca só fornece uma medida</p><p>melhor da liquidez geral quando o estoque da empresa não pode ser facilmente convertido em caixa. Se o estoque</p><p>for líquido, o índice de liquidez corrente será uma medida preferível da liquidez geral.</p><p>O Índice de Liquidez Seca pode ser definido como:</p><p>ILS = (Caixa + Títulos Negociáveis + Contas a Receber) ÷ Passivo Circulante</p><p>Se uma empresa demonstrasse como ativos circulantes itens que não são caixa, títulos negociáveis, contas a</p><p>receber e estoques, sua liquidez seca poderia variar de acordo com o método de cálculo.</p><p>QUESTÃO PARA REVISÃO</p><p>2-9 Sob quais circunstâncias o índice de liquidez corrente é a medida preferível da liquidez geral</p><p>de uma empresa? Sob quais circunstâncias o índice de liquidez seca é preferível?</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>18</p><p>2.4 | ÍNDICES DE ATIVIDADE</p><p>2.4.1 Índices de Atividade – Medem a velocidade com que diversas contas são convertidas em vendas ou caixa</p><p>– entradas ou saídas.</p><p>No que se refere às contas do circulante, as medidas de liquidez costumam ser inadequadas porque as diferenças</p><p>entre a composição dos ativos circulantes e os passivos circulantes podem afetar significativamente sua ‘real’</p><p>liquidez.</p><p>Assim, é importante ir além das medidas de liquidez geral e avaliar a Atividade (Liquidez) de contas específicas</p><p>do circulante. Há diversos índices disponíveis para medir a atividade das principais contas do circulante, inclusive</p><p>estoques, contas a receber e contas a pagar.</p><p>Também pode ser empregada a eficiência do uso do ativo total.</p><p>2.4.2 Giro do Estoque - Mede a atividade ou liquidez do estoque de uma empresa.</p><p>Giro de Estoque = Custo de Mercadorias Vendidas / Estoques</p><p>O giro resultante só tem significado se comparado com o de outras empresas do mesmo setor ou com o giro da</p><p>mesma empresa no passado. Um giro do estoque de 20,0 não seria atípico para uma quitanda, ao passo que 4,0 é</p><p>um resultado comum para uma fabricante de aeronaves.</p><p>O giro do estoque pode ser facilmente convertido na Idade Média do Estoque, dividindo-se 365 — o número</p><p>presumido de dias do ano — pelo resultado.</p><p>Este valor também pode ser encarado como o número médio de dias de vendas em estoque.</p><p>2.4.3 Idade Média do Estoque - Número médio de dias de vendas em estoque.</p><p>2.4.4 Prazo Médio de Recebimento - ou a idade média das contas a receber, é útil para avaliar as políticas de</p><p>crédito e cobrança. Pode ser obtido dividindo -se o saldo de contas a receber de clientes pelo valor diário médio</p><p>das vendas:</p><p>Prazo Médio de Recebimento - Tempo médio para recebimento das contas devidas pelos clientes da empresa.</p><p>O prazo médio de recebimento somente é significativo em relação às condições de crédito da empresa.</p><p>PMR = Contas a receber de clientes / valor médio diário de vendas</p><p>ou</p><p>PMR = Contas a receber de clientes / (vendas anuais / 365)</p><p>O Prazo Médio de Recebimento é por vezes chamado de Dias de Vendas em Aberto (DSO — days’ sales</p><p>outstanding). A fórmula apresentada admite, para simplificar, que todas as vendas sejam efetuadas a prazo. Se</p><p>não for este o caso, substitui-se valor diário médio das vendas por valor diário médio das vendas a prazo.</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>19</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>20</p><p>2.4.5 Utilização de Saldo Médio - Por conveniência, os índices de atividade que envolvem essas contas do</p><p>circulante admitem que os valores ao fim do período sejam boas aproximações do saldo médio da conta no</p><p>período — em geral, de um ano. Tecnicamente falando, quando os saldos de estoque ao fim do período, as contas</p><p>a receber ou as contas a pagar variam durante o ano, em vez do valor de fim de ano deve -se usar o saldo médio,</p><p>calculado pela soma dos doze saldos de fim de mês e pela divisão do total por doze.</p><p>Se não estiverem disponíveis os saldos de fim de mês, a média pode ser aproximada dividindo-se por dois a soma</p><p>dos saldos de começo e fim de ano.</p><p>Essas abordagens garantem um índice que, na média, refletirá melhor as condições da empresa.</p><p>2.4.6 Prazo Médio de Pagamento (P.M.P.) - Tempo médio de pagamento das contas devidas pela empresa aos</p><p>fornecedores.</p><p>O Prazo Médio de Pagamento, ou idade média das contas a pagar a fornecedores, é calculado da</p><p>mesma forma que o prazo médio de recebimento:</p><p>PMP = Fornecedores / Valor Médio Diário de Compras</p><p>ou</p><p>PMP = Fornecedores / (Compras Anuais / 365)</p><p>A dificuldade para o cálculo desse índice reside na necessidade de identificar as compras anuais, valor este que</p><p>não consta das demonstrações financeiras publicadas. Normalmente, as compras são estimadas como uma</p><p>porcentagem do custo das mercadorias vendidas.</p><p>Esse valor só é significativo em relação às condições médias de crédito oferecidas à empresa. Se os fornecedores</p><p>da empresa lhe tiverem oferecido, em média, 30 dias</p><p>de prazo para pagamento, um analista atribuirá à Bartlett</p><p>um baixo rating de crédito. Credores e fornecedores em potencial são os principais interessados no prazo médio</p><p>de pagamento porque isso fornece informações a respeito dos padrões de pagamento de contas da empresa.</p><p>2.4.7 Giro do Ativo Total - Indica a eficiência com que a empresa usa seus ativos para gerar vendas.</p><p>O giro do ativo total é calculado da seguinte maneira:</p><p>Giro do Ativo Total = Vendas / Ativo Total</p><p>Dica: Quanto maior o custo do novo ativo, maior o denominador e, portanto, menor o índice.</p><p>Assim, por causa da inflação e do uso de custos históricos, as empresas com ativos mais novos tenderão a</p><p>apresentar giro mais baixo do que aquelas cujos ativos são mais antigos.</p><p>De modo geral, quanto mais alto o Giro do Ativo Total de um negócio, maior a eficiência na utilização de seus</p><p>ativos. Essa medida tende a ser de grande interesse para a administração porque indica se suas operações foram</p><p>financeiramente eficientes.</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>21</p><p>2.5 | ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO</p><p>2.5.1 Alavancagem Financeira - Uso de custos financeiros fixos para amplificar os efeitos de variações dos</p><p>Lucros Antes dos Juros e Imposto de Renda (LAJIR) sobre o Lucro por Ação (L.P.A.) da empresa.</p><p>A situação de endividamento de uma empresa indica o volume de dinheiro de terceiros usado para gerar lucros.</p><p>De modo geral, o analista financeiro está mais preocupado com as dívidas de longo prazo porque estas</p><p>comprometem a empresa com uma série de pagamentos contratuais ao longo do tempo. Quanto maior o</p><p>endividamento, maior o risco de que ela se veja impossibilitada de honrar esses pagamentos contratuais. Como</p><p>os direitos dos credores devem ser satisfeitos antes da distribuição de lucros aos acionistas, acionistas existentes</p><p>e em potencial dão muita atenção à capacidade da empresa de amortizar suas dívidas. Os credores também se</p><p>preocupam com o endividamento das empresas.</p><p>Atenção: De modo geral, quanto mais dívidas uma empresa usa em relação ao seu ativo total, maior a sua</p><p>alavancagem financeira.</p><p>Alavancagem financeira é uma amplificação do risco e do retorno por meio do uso de financiamento a custo</p><p>fixo, como dívida e ações preferenciais. Quanto mais dívidas de custo fixo uma empresa usa, maiores serão o</p><p>risco e o retorno esperados.</p><p>Normalmente, um aumento da dívida se faz acompanhar de um aumento do risco e de maiores retornos em</p><p>potencial. Assim, quanto maior a alavancagem financeira, maiores o risco e o retorno em potencial.</p><p>2.5.2 Grau de Endividamento - Mede o montante do Capital de Terceiros em relação a outros valores</p><p>significativos do Balanço Patrimonial.</p><p>2.5.3 Dois tipos de Medidas Gerais de Endividamento:</p><p>- medidas do grau de endividamento</p><p>- medidas da capacidade de serviço da dívida.</p><p>2.5.4 Grau de Endividamento - mede o montante de dívida em relação a outros valores importantes do balanço</p><p>patrimonial. Uma medida popular do grau de endividamento é o Índice de Endividamento.</p><p>2.5.5 Índice de Endividamento Geral - Mede a proporção dos ativos totais financiados pelos credores da</p><p>empresa. Quanto mais elevado, maior o montante de capital de terceiros usado para gerar lucros. Quanto mais</p><p>elevado esse índice, maior o grau de endividamento da empresa e maior sua alavancagem financeira.</p><p>Esse índice é calculado da seguinte forma:</p><p>Índice de Endividamento Geral = Passivo Total / Ativo Total</p><p>2.5.5 Capacidade de Serviço de Dívidas - Capacidade de uma empresa de fazer os pagamentos exigidos de</p><p>acordo com o cronograma de vencimentos das dívidas. Esse é o segundo tipo de medida da dívida, a capacidade</p><p>de serviço de dívidas, reflete a capacidade da empresa para efetuar pontualmente os pagamentos necessários ao</p><p>longo da vigência de uma dívida.</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>22</p><p>2.5.6 Índices de Cobertura – Índices que medem a capacidade de pagamento de certos encargos fixos pela</p><p>empresa. Normalmente, dá -se preferência a índices de cobertura elevados, porém um índice alto demais (acima</p><p>do padrão setorial) pode resultar em risco e retorno desnecessariamente baixos. De maneira geral, quanto menores</p><p>os índices de cobertura da uma empresa, menor a certeza de que ela consiga pagar suas obrigações fixas. Se uma</p><p>empresa for incapaz de satisfazer essas obrigações, seus credores podem exigir amortização imediata, o que, na</p><p>maioria dos casos, leva à falência.</p><p>Dois Índices Populares de Cobertura são:</p><p>- o Índice de Cobertura de Juros; e</p><p>- o Índice de Cobertura de Obrigações Fixas.</p><p>2.5.7 Serviço da Dívida – o termo serviço faz referência ao pagamento de juros e à amortização do principal</p><p>associados às obrigações de dívida de um negócio. Quando uma empresa faz o serviço de suas dívidas, está</p><p>pagando — ou honrando — essas obrigações.</p><p>2.5.8 Os índices de cobertura usam dados derivados do regime de competências para medir algo que, estritamente</p><p>falando, deveria ser medido em regime de caixa. Isso se dá porque o serviço da dívida se paga com fluxos de</p><p>caixa, não com os valores contábeis apresentados no Balanço Patrimonial das empresas. Mas como é difícil</p><p>determinar os fluxos de caixa disponíveis para o serviço da dívida com base nas demonstrações financeiras, o</p><p>cálculo dos índices de cobertura tal como apresentado aqui é bastante comum, graças à pronta disponibilidade de</p><p>dados das demonstrações financeiras.</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>23</p><p>2.5.9 Índice de Cobertura de juros - Mede a capacidade da empresa de fazer frente a suas despesas financeiras</p><p>contratuais, ou seja, a capacidade da empresa de honrar seus pagamentos contratados de juros. Quanto maior seu</p><p>valor, maior a capacidade da empresa de cumprir suas obrigações de pagamento de juros. O índice de cobertura</p><p>de juros é calculado por:</p><p>Índice de Cobertura de Juros = LAJIR / Juros</p><p>O dado para lucro antes de juros e imposto de renda é o mesmo do lucro operacional apresentado na</p><p>demonstração de resultados.</p><p>2.5.10 Índice de Cobertura de Obrigações Fixas - Mede a capacidade de pagamento de todas as obrigações</p><p>fixas por uma empresa, ou seja, mede a capacidade da empresa de fazer frente a todos os seus compromissos</p><p>fixos, tais como:</p><p>- juros e principal,</p><p>- arrendamento mercantil e</p><p>- dividendos preferenciais.</p><p>Como no caso do índice de cobertura de juros, quanto maior o valor, melhor. A fórmula do índice de cobertura</p><p>de obrigações fixas é:</p><p>onde T é a alíquota aplicável aos resultados da empresa.</p><p>O termo 1/(1 – T ) é incluído para ajustar o principal depois do imposto de renda e os pagamentos de dividendos</p><p>preferenciais a um equivalente pré-imposto de renda condizente com os valores pré-imposto de renda dos demais</p><p>termos.</p><p>Assim como o índice de cobertura de juros, o índice de cobertura de obrigações fixas mede o risco. Quanto menor</p><p>o índice, maior o risco para credores e proprietários; quanto maior o índice, menor o risco. Esse índice permite</p><p>que os interessados avaliem a capacidade da empresa de fazer frente a obrigações fixas adicionais sem ir à</p><p>falência.</p><p>Embora os dividendos de ações preferenciais, que são declarados no momento da emissão, possam ser</p><p>‘postergados’ (ou seja, ter seu pagamento suspenso) a critério dos diretores da empresa, pressupõe-se que seu</p><p>pagamento seja devido.</p><p>Assim, este texto trata os dividendos de ações preferenciais como obrigação contratual a ser paga sob a forma</p><p>de um montante fixo segundo o cronograma dado.</p><p>QUESTÕES PARA REVISÃO</p><p>2-11 O que é alavancagem financeira?</p><p>2-12 Que índice mede o grau de endividamento da empresa? Que índices medem sua capacidade de serviço das</p><p>dívidas?</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>24</p><p>2.6 | ÍNDICES DE RENTABILIDADE</p><p>Há muitas medidas de rentabilidade. Tomadas em seu conjunto, essas medidas permitem aos analistas avaliar os</p><p>lucros da empresa em relação a um dado nível</p><p>de vendas, um dado nível de ativos ou o investimento dos</p><p>proprietários. Se não houvesse lucro, uma empresa não atrairia capital externo.</p><p>Proprietários, credores e administradores dão muita atenção à expansão dos lucros por causa da grande</p><p>importância que o mercado lhes atribui.</p><p>2.6.1 Demonstração do Resultado de Tamanho Comum - Uma demonstração de resultado do exercício na</p><p>qual cada item é expresso como porcentagem das vendas.</p><p>A Demonstração do Resultado de Tamanho Comum é uma ferramenta popular de avaliação da rentabilidade</p><p>em relação às vendas.</p><p>Cada item dessa demonstração é expresso com uma porcentagem da receita de vendas.</p><p>As demonstrações de resultados de tamanho comum são de especial utilidade na comparação do desempenho</p><p>entre diferentes anos.</p><p>Três índices de rentabilidade frequentemente mencionados e que podem ser encontrados diretamente nas</p><p>demonstrações de resultados de tamanho comum são:</p><p>(1) Margem de Lucro Bruto,</p><p>(2) Margem de Lucro Operacional e</p><p>(3) Margem de Lucro Líquido.</p><p>2.6.2 Margem de Lucro Bruto - Mede a porcentagem de cada real de vendas que resta após o cômputo do custo</p><p>dos bens vendidos pela empresa.</p><p>A margem de lucro bruto mede a porcentagem de cada unidade monetária de vendas que permanece após a</p><p>empresa deduzir o valor dos bens vendidos. Quanto maior a margem de lucro bruto, melhor (isto é, menor o custo</p><p>das mercadorias vendidas). A margem de lucro bruto é calculada da seguinte forma:</p><p>Dica: Esse índice é de especial importância para pequenos varejistas, especialmente durante tempos de inflação.</p><p>Se o proprietário da empresa não elevar os preços com o aumento do custo das vendas, a margem de lucro bruto</p><p>decairá.</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>25</p><p>2.6.3 Margem de Lucro Operacional - Mede a proporção de cada real de receita de vendas remanescente após</p><p>a dedução de todos os custos e despesas que não são juros, imposto de renda e dividendos preferenciais. É o</p><p>‘lucro puro’ obtido em cada real de receita de venda.</p><p>A margem de lucro operacional mede a porcentagem de cada unidade monetária de vendas remanescente após</p><p>a dedução de todos os custos e despesas exceto juros, imposto de renda e dividendos de ações preferenciais.</p><p>Representa o ‘lucro puro’ obtido sobre cada dólar de vendas. Os lucros operacionais são ditos ‘puros’ porque</p><p>medem apenas o lucro sobre as operações e desconsideram juros, impostos e dividendos de ações preferenciais.</p><p>É preferível uma margem de lucro operacional elevada.</p><p>Essa demonstração é por vezes chamada de Demonstração de Resultados Percentual. O mesmo tratamento é</p><p>frequentemente aplicado ao balanço da empresa para facilitar a avaliação de variações das estruturas de ativo e</p><p>passivo. Além de medir a rentabilidade, essas demonstrações podem ser usadas alternativa ou</p><p>complementarmente às análises dos índices de liquidez, atividade e endividamento.</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>26</p><p>2.6.4 Margem de Lucro Líquido - Mede a porcentagem de cada real de vendas que sobra após a cobertura de</p><p>todos os custos e despesas, inclusive juros, imposto de renda e dividendos preferenciais.</p><p>A margem de lucro líquido mede a porcentagem de cada unidade monetária de vendas remanescente após a</p><p>dedução de todos os custos e despesas, inclusive juros, impostos e dividendos de ações preferenciais. Quanto</p><p>mais elevada a margem de lucro líquido de uma empresa, melhor.</p><p>Dica: A margem de lucro líquido é também chamada de lucro líquido depois do imposto de renda dividido pelas</p><p>vendas. A fórmula aqui apresentada dá maior ênfase aos acionistas ordinários.</p><p>Dica: O LPA representa o valor em dinheiro ganho por ação ordinária em circulação — e não o montante dos</p><p>lucros efetivamente distribuído aos acionistas.</p><p>A Margem de Lucro Líquido é uma medida frequentemente associada ao sucesso de uma empresa em relação</p><p>ao lucro obtido com as vendas. O que representa uma ‘boa’ margem de lucro líquido varia de modo considerável</p><p>de um setor para outro. Uma margem de lucro líquido de 1% ou menos não seria incomum para uma mercearia,</p><p>ao passo que uma margem de lucro líquido de 10% seria baixa para uma joalheria de varejo.</p><p>Lucro por Ação (LPA) - costuma ser de interesse para acionistas existentes ou em potencial e para a</p><p>administração. Como já vimos, o LPA representa o número de unidades monetárias ganhas durante o período</p><p>para cada ação ordinária em circulação. O lucro por ação é calculado como:</p><p>Esse valor representa o valor em dólares ganho por cada ação ordinária em circulação. O montante em dinheiro</p><p>efetivamente distribuído a cada acionista é o Dividendo por Ação (DPA).</p><p>O LPA é observado com atenção pelo público investidor e considerado um importante indicador de sucesso</p><p>empresarial.</p><p>2.6.5 Retorno sobre o Ativo Total (ROA — Return On Total Assets) - Mede a eficácia geral da administração</p><p>na geração de lucros a partir dos ativos disponíveis; também chamado de Retorno do Investimento (ROI).</p><p>Dica: Algumas empresas usam esta medida como técnica simples de tomada de decisão para a avaliação de</p><p>propostas de investimento em ativo imobilizado.</p><p>Retorno sobre o Ativo Total =</p><p>Lucro disponível para os acionistas Ordinários</p><p>Ativo Total</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>27</p><p>Retorno sobre o Capital Próprio (ROE — Return On Common Equity) - Mede a taxa de retorno obtida no</p><p>investimento feito pelos acionistas ordinários. De modo geral, quanto mais alto esse retorno, melhor para os</p><p>proprietários. O retorno sobre o capital próprio é calculado assim:</p><p>QUESTÕES PARA REVISÃO</p><p>2-13 Quais os três índices de rentabilidade encontrados numa demonstração de resultado de tamanho comum?</p><p>2-14 O que explicaria haver numa empresa, ao mesmo tempo, uma margem de lucro bruto alta e uma margem de</p><p>lucro líquido baixa?</p><p>2-15 Que medida de rentabilidade é, provavelmente, a de maior interesse para o público investidor? Por quê?</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>28</p><p>2.7 | ÍNDICES DE VALOR DE MERCADO</p><p>Índice preço/lucro (P/L) - Mede o valor que os investidores estão dispostos a pagar por real de lucro de uma</p><p>empresa; quanto maior o P/L, maior a confiança do investidor.</p><p>Índice de Valor de Mercado/Valor Patrimonial (VM/VP) - Fornece uma avaliação de como os investidores</p><p>encaram o desempenho da empresa. As empresas que esperam obter retornos elevados, em relação aos seus riscos,</p><p>comumente têm suas ações negociadas a múltiplos VM/VP elevados.</p><p>Índices de Valor de Mercado - relacionam o valor de mercado da empresa, medido pelo preço atual de sua ação,</p><p>com alguns valores contábeis. Esses índices fornecem informações sobre como os analistas do mercado avaliam</p><p>o desempenho da empresa em termos de risco e retorno. Tendem a refletir, em termos relativos, a avaliação que</p><p>os acionistas ordinários fazem de todos os aspectos do passado da empresa e do desempenho futuro esperado.</p><p>Aqui, tratamos de dois índices de valor de mercado populares, um que se concentra nos lucros e outro que leva</p><p>em conta o valor nominal.</p><p>Índice preço/lucro (P/L) - é muito usado para avaliar a maneira como os proprietários enxergam o preço da</p><p>ação.16 O índice P/L mede o montante que os investidores estão dispostos a pagar por unidade monetária de</p><p>lucro de uma empresa. O nível desse índice indica o grau de confiança que os investidores depositam no</p><p>desempenho futuro da empresa. Quanto maior o índice preço/lucro, maior a confiança. O índice preço/lucro é</p><p>calculado da seguinte maneira:</p><p>Índice preço/lucro (P/L) = Preço de mercado por ação ordinária/ Lucro por ação</p><p>O Índice Preço/Lucro é mais informativo quando aplicado em análises em corte transversal, usando um índice</p><p>preço/lucro setorial ou o de uma empresa benchmark.</p><p>Índice de valor de mercado/valor patrimonial (VM/VP) - fornece uma avaliação de como os investidores</p><p>encaram o desempenho da empresa, relacionando</p><p>o valor das ações da empresa ao seu valor patrimonial — o</p><p>valor contábil em forma pura. Para calcular o índice VM/VP, precisamos antes identificar o valor patrimonial</p><p>por ação ordinária:</p><p>Valor patrimonial por ação ordinária = Patrimônio líquido ordinário/Número de ações ordinárias</p><p>A fórmula do índice de valor de mercado/valor patrimonial é:</p><p>As ações de empresas das quais se espera um bom desempenho — aumento dos lucros ou da participação de</p><p>mercado, ou lançamento de produtos bem -sucedidos — costumam ser vendidas a índices VM/VP mais elevados</p><p>do que aquelas com perspectivas menos atraentes. Para simplificar, empresas das quais se espera retorno elevado</p><p>em relação ao risco, costumam ser vendidas a múltiplos altos de VM/VP. Assim como os índices P/L, os VM/VP</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>29</p><p>são normalmente usados em análise transversal para permitir comparar o retorno e o risco da empresa com os de</p><p>outras.</p><p>QUESTÃO PARA REVISÃO</p><p>2-16 Como o índice preço/lucro (P/L) e o índice de valor de mercado/valor patrimonial (VM/VP)</p><p>dão uma ideia do retorno e do risco da empresa?</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>30</p><p>2.8 | UMA ANÁLISE DE ÍNDICES COMPLETA</p><p>Duas Abordagens Comuns à análise por índices completa:</p><p>(1) resumo de todos os índices; e</p><p>(2) o sistema DuPont de análise.</p><p>A primeira tende a abordar todos os aspectos das atividades financeiras do negócio para isolar as principais áreas</p><p>de responsabilidade. O sistema DuPont funciona como uma técnica de busca que tem por objetivo identificar as</p><p>principais áreas responsáveis pela condição financeira da empresa.</p><p>2.8.1 Resumo de todos os Índices:</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>31</p><p>2.8.2 Sistema DuPont de análise - O sistema DuPont de análise é usado para dissecar as demonstrações</p><p>financeiras da empresa e avaliar sua situação financeira, unindo a Demonstração de Resultados e o Balanço</p><p>Patrimonial em duas medidas concisas de rentabilidade:</p><p>- o Retorno sobre o Ativo Total (ROA) e</p><p>- o Retorno sobre o Capital Próprio (ROE).</p><p>Sistema DuPont de análise Sistema utilizado para dissecar as demonstrações financeiras de uma empresa e</p><p>avaliar sua situação financeira.</p><p>Fórmula DuPont - A multiplicação da Margem Líquida pelo Giro do Ativo Total, para obter o retorno sobre</p><p>o ativo total (ROA) de uma empresa</p><p>Em primeiro lugar, o sistema DuPont reúne a margem de lucro líquido, que mede a rentabilidade da empresa</p><p>sobre as vendas, com seu giro do ativo total, que indica a eficiência com que a empresa usa seus ativos para</p><p>gerar vendas.</p><p>Na fórmula DuPont, o produto desses dois índices resulta no Retorno sobre o Ativo Total (ROA):</p><p>ROA = Margem de lucro líquido × giro do ativo total</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>32</p><p>Substituindo e simplificando as fórmulas em questão:</p><p>Esse valor é o mesmo que calculamos diretamente numa seção anterior. A fórmula DuPont permite que a empresa</p><p>decomponha seus resultados nos componentes de lucro sobre as vendas e eficiência do uso do ativo. Em geral,</p><p>uma empresa com baixa margem de lucro apresenta elevado giro do ativo total, resultando em um retorno do</p><p>ativo total razoavelmente bom. O contrário também ocorre com frequência.</p><p>Fórmula DuPont modificada - O segundo passo do sistema DuPont emprega a fórmula DuPont modificada,</p><p>que relaciona o retorno sobre o ativo total (ROA) da empresa ao seu retorno sobre o capital próprio (ROE). Este</p><p>último é calculado multiplicando -se o retorno sobre o ativo total pelo Multiplicador de Alavancagem</p><p>Financeira (MAF), que representa a razão entre o ativo total e o patrimônio líquido ordinário:</p><p>ROA = ROA × MAF</p><p>Substituindo as fórmulas respectivas e simplificando, temos:</p><p>O uso do Multiplicador de Alavancagem Financeira (MAF) para converter o ROA em ROE reflete o efeito</p><p>da alavancagem financeira sobre o retorno aos acionistas.</p><p>Aplicação do sistema DuPont - A vantagem do sistema DuPont está em permitir que a empresa decomponha</p><p>seu retorno sobre o capital próprio em um elemento de lucro sobre vendas (margem de lucro líquido), um</p><p>elemento de eficiência no uso do ativo (giro do ativo total) e um elemento de uso da alavancagem financeira (o</p><p>multiplicador de alavancagem financeira). O retorno total para os proprietários pode, assim, ser analisado quanto</p><p>a essas importantes dimensões.</p><p>Fórmula DuPont modificada - Relaciona o Retorno do Ativo Total (ROA) da empresa ao Retorno do Capital</p><p>Próprio (ROE), mediante o Multiplicador de Alavancagem Financeira.</p><p>Multiplicador de Alavancagem Financeira (MAF) - Quociente entre o ativo total e o patrimônio líquido da</p><p>empresa.</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>33</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>34</p><p>QUESTÕES PARA REVISÃO</p><p>2-17 A análise de índices financeiros é frequentemente dividida em cinco áreas: índices de liquidez,</p><p>atividade, endividamento, rentabilidade e mercado. Faça a distinção entre essas áreas. Qual</p><p>é a de maior importância para os credores?</p><p>2-18 Descreva como você usaria um grande número de índices para fazer uma análise de índices</p><p>completa da empresa.</p><p>2-19 Quais são as três áreas de análise que se combinam na fórmula DuPont modificada? Explique</p><p>como o sistema DuPont de análise é usado para dissecar os resultados financeiros da empresa</p><p>e isolar suas causas.</p><p>ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA segundo GITMAN</p><p>35</p><p>REVISÃO DOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>OA</p><p>1 Analisar o conteúdo do relatório da administração e os procedimentos para a consolidação das</p><p>demonstrações financeiras internacionais. O relatório anual da administração, que as companhias abertas</p><p>devem fornecer a seus acionistas, documenta as atividades financeiras da empresa no ano anterior. Inclui a carta</p><p>aos acionistas e diversas informações subjetivas e objetivas. Contém, ainda, as quatro principais demonstrações</p><p>financeiras: a demonstração do resultado, o balanço patrimonial, a demonstração de lucros retidos (ou de</p><p>mutações patrimoniais) e a demonstração dos fluxos de caixa. Em seguida, vêm as notas explicativas de aspectos</p><p>técnicos das demonstrações financeiras. As demonstrações financeiras de empresas com operações cujos fluxos</p><p>de caixa são denominados em mais de uma moeda precisam ser convertidas em dólares norte-americanos segundo</p><p>a Norma FASB 52.</p><p>OA</p><p>2 Saber quem usa os índices financeiros e como o faz. A análise de índices permite que os acionistas, os</p><p>credores e os administradores da empresa avaliem seu desempenho financeiro. Ela pode ser realizada em corte</p><p>transversal ou em série temporal. O benchmarking é um tipo comum de análise em corte transversal. Os usuários</p><p>dos índices devem estar cientes dos cuidados que devem ser tomados com seu uso.</p><p>OA</p><p>3 Usar índices para analisar a liquidez e a atividade de uma empresa. A liquidez, ou a capacidade da empresa</p><p>de pagar suas dívidas no momento em que se tornam devidas, pode ser medida pelo índice de liquidez corrente e</p><p>pelo índice de liquidez seca. Os índices de atividade medem a velocidade com que as contas se convertem em</p><p>vendas ou em caixa — entradas ou saídas. A atividade dos estoques pode ser medida por meio de seu giro; a das</p><p>contas a receber, pelo prazo médio de recebimento; e a das contas a pagar, pelo prazo médio de pagamento. O</p><p>giro do ativo total mede a eficiência com que a empresa usa seus ativos para gerar vendas.</p><p>OA</p><p>4 Discutir a relação entre dívida e alavancagem financeira e os índices usados para analisar o</p><p>endividamento de uma empresa. Quanto mais dívidas uma empresa usa, maior sua alavancagem financeira, o</p><p>que amplifica tanto o risco quanto o retorno. Os índices financeiros de endividamento medem tanto o grau de</p><p>endividamento quanto a capacidade de serviço da dívida. Uma medida comum do endividamento é o índice de</p><p>endividamento geral. A capacidade de arcar com a despesa financeira fixa pode ser medida</p><p>pela cobertura de</p><p>juros e pela cobertura de obrigações fixas.</p><p>OA</p><p>5 Usar índices para analisar a rentabilidade e o valor de mercado de uma empresa. A demonstração de</p><p>resultados de tamanho comum, que mostra todos os lançamentos como porcentagem das vendas, pode ser usada</p><p>para determinar a margem de lucro bruto, a margem de lucro operacional e a margem de lucro líquido. Outras</p><p>medidas de rentabilidade são o lucro por ação, o retorno sobre o ativo total e o retorno sobre o capital próprio. Os</p><p>índices de mercado incluem o índice preço/lucro e o índice de valor de mercado/valor patrimonial.</p><p>OA</p><p>6 Usar um resumo dos índices financeiros e o sistema de análise DuPont para realizar uma análise</p><p>completa. Um resumo de todos os índices pode ser usado para fazer uma análise por índices completa, usando</p><p>análise em corte transversal e séries temporais. O sistema DuPont de análise é uma ferramenta de diagnóstico</p><p>usada para identificar as principais áreas responsáveis pelo desempenho financeiro da empresa. Permite que ela</p><p>decomponha seu retorno sobre o capital próprio em três elementos:</p><p>- Lucro sobre Vendas;</p><p>- Eficiência no uso do Ativo; e</p><p>- Uso de Alavancagem Financeira.</p>