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<p>TRABALHO – DIREITO DO CONSUMIDOR</p><p>1) Comente os artigos 54-A até 54-G do CDC (o artigo deve ser copiado integralmente e abaixo deve ocorrer um comentário breve).</p><p>Art. 54-A. Este Capítulo dispõe sobre a prevenção do superendividamento da pessoa natural, sobre o crédito responsável e sobre a educação financeira do consumidor. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>§ 1º Entende-se por superendividamento a impossibilidade manifesta de o consumidor pessoa natural, de boa-fé, pagar a totalidade de suas dívidas de consumo, exigíveis e vincendas, sem comprometer seu mínimo existencial, nos termos da regulamentação. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>§ 2º As dívidas referidas no § 1º deste artigo englobam quaisquer compromissos financeiros assumidos decorrentes de relação de consumo, inclusive operações de crédito, compras a prazo e serviços de prestação continuada. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>§ 3º O disposto neste Capítulo não se aplica ao consumidor cujas dívidas tenham sido contraídas mediante fraude ou má-fé, sejam oriundas de contratos celebrados dolosamente com o propósito de não realizar o pagamento ou decorram da aquisição ou contratação de produtos e serviços de luxo de alto valor. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>Comentário: O artigo 54-A traz importantes definições e conceito sobre o superendividamento. Primeiro, define o seu §1º o que é superendividamento. De plano, ficam excluídas as pessoas jurídicas do conceito, a despeito de se saber que o CDC se aplica à relação travada por algumas delas. Também ficam incluídas no conceito de dívida aquelas que já estão vencidas e as prestações futuras, na medida em que o efeito bola de neve é evidente e não faria sentido a lei ignorar os débitos a vencer.</p><p>Art. 54-B. No fornecimento de crédito e na venda a prazo, além das informações obrigatórias previstas no art. 52 deste Código e na legislação aplicável à matéria, o fornecedor ou o intermediário deverá informar o consumidor, prévia e adequadamente, no momento da oferta, sobre: (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>I - o custo efetivo total e a descrição dos elementos que o compõem; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>II - a taxa efetiva mensal de juros, bem como a taxa dos juros de mora e o total de encargos, de qualquer natureza, previstos para o atraso no pagamento; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>III - o montante das prestações e o prazo de validade da oferta, que deve ser, no mínimo, de 2 (dois) dias; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>IV - o nome e o endereço, inclusive o eletrônico, do fornecedor; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>V - o direito do consumidor à liquidação antecipada e não onerosa do débito, nos termos do § 2º do art. 52 deste Código e da regulamentação em vigor. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>§ 1º As informações referidas no art. 52 deste Código e no caput deste artigo devem constar de forma clara e resumida do próprio contrato, da fatura ou de instrumento apartado, de fácil acesso ao consumidor. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>§ 2º Para efeitos deste Código, o custo efetivo total da operação de crédito ao consumidor consistirá em taxa percentual anual e compreenderá todos os valores cobrados do consumidor, sem prejuízo do cálculo padronizado pela autoridade reguladora do sistema financeiro. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>§ 3º Sem prejuízo do disposto no art. 37 deste Código, a oferta de crédito ao consumidor e a oferta de venda a prazo, ou a fatura mensal, conforme o caso, devem indicar, no mínimo, o custo efetivo total, o agente financiador e a soma total a pagar, com e sem financiamento. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>Comentário: Destacam-se no artigo 54-B: a necessidade do fornecedor de expressar as taxas de juros mensais e de mora, bem como todos os encargos no caso de atraso de pagamento; o destaque ao consumidor do valor das prestações, bem como ao seu valor total (a soma de todo o débito) e a necessidade da oferta de pagamento com validade mínima de dois dias; que estejam expressos os dados do fornecedor no negócio e seus contatos; a possibilidade de liquidação antecipada do débito pelo consumidor, não onerosa.</p><p>Art. 54-C. É vedado, expressa ou implicitamente, na oferta de crédito ao consumidor, publicitária ou não: (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>II - indicar que a operação de crédito poderá ser concluída sem consulta a serviços de proteção ao crédito ou sem avaliação da situação financeira do consumidor; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>III - ocultar ou dificultar a compreensão sobre os ônus e os riscos da contratação do crédito ou da venda a prazo; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>IV - assediar ou pressionar o consumidor para contratar o fornecimento de produto, serviço ou crédito, principalmente se se tratar de consumidor idoso, analfabeto, doente ou em estado de vulnerabilidade agravada ou se a contratação envolver prêmio; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>V - condicionar o atendimento de pretensões do consumidor ou o início de tratativas à renúncia ou à desistência de demandas judiciais, ao pagamento de honorários advocatícios ou a depósitos judiciais. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>Comentário: Existem dois tipos principais de contratos: paritários e por adesão. Contratos paritários permitem que as partes discutam e alterem cláusulas conforme desejado, comum em acordos empresariais. Em contrapartida, contratos por adesão não oferecem espaço para negociação das cláusulas, com o consumidor podendo apenas aceitar ou recusar os termos pré-definidos pelo fornecedor. Exemplos incluem contratos de seguro, planos de saúde e serviços de telecomunicações. O Código de Defesa do Consumidor (CDC) estabelece diretrizes para contratos por adesão para proteger o consumidor, enfatizando a necessidade de clareza e acessibilidade nos termos contratuais. Esses contratos devem ser redigidos em linguagem clara e com fonte legível para garantir que os consumidores entendam completamente os termos aos quais estão se vinculando. Além disso, o CDC especifica que as cláusulas que limitam direitos devem ser destacadas para assegurar que o consumidor esteja plenamente ciente de tais limitações antes de entrar no contrato. A inserção de cláusulas pelo consumidor, como permissão para transportar um animal de estimação, não altera a natureza de adesão do contrato, a menos que permita modificações substanciais das cláusulas. Cláusulas resolutórias, que permitem a dissolução do contrato sob certas condições, devem proporcionar ao consumidor a opção de escolha, mantendo o equilíbrio contratual. Finalmente, qualquer restrição de direitos deve ser claramente destacada no contrato, idealmente em negrito, para garantir que o consumidor compreenda quaisquer limitações antes de assinar.</p><p>Art. 54-D. Na oferta de crédito, previamente à contratação, o fornecedor ou o intermediário deverá, entre outras condutas: (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>I - informar e esclarecer adequadamente o consumidor, considerada sua idade, sobre a natureza e a modalidade do crédito oferecido, sobre todos os custos incidentes, observado o disposto nos arts. 52 e 54-B deste Código, e sobre as consequências genéricas e específicas do inadimplemento; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>II - avaliar, de forma responsável, as condições de crédito do consumidor, mediante análise das informações disponíveis em bancos de dados de proteção ao crédito, observado o disposto neste Código e na legislação sobre proteção de dados; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>III - informar a identidade do agente financiador e entregar ao consumidor, ao garante e a outros coobrigados cópia do contrato de crédito. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>Parágrafo único. O descumprimento de</p><p>qualquer dos deveres previstos no caput deste artigo e nos arts. 52 e 54-C deste Código poderá acarretar judicialmente a redução dos juros, dos encargos ou de qualquer acréscimo ao principal e a dilação do prazo de pagamento previsto no contrato original, conforme a gravidade da conduta do fornecedor e as possibilidades financeiras do consumidor, sem prejuízo de outras sanções e de indenização por perdas e danos, patrimoniais e morais, ao consumidor. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>Comentário: O artigo 54-D indica posturas a serem tomadas pelo fornecedor de crédito, das quais se destaca em especial a avaliação da condição econômica do consumidor, inclusive em órgãos de proteção de crédito.</p><p>Art. 54-E. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>Comentário: Entretanto, apesar da boa intenção do legislador, a propositura contrariaria interesse público ao restringir de forma geral a trinta por cento o limite da margem de crédito já anteriormente definida pela Lei nº 14.131, de 30 de março de 2021, que estabeleceu o percentual máximo de consignação em quarenta por cento, dos quais cinco por cento seriam destinados exclusivamente para amortização de despesas contraídas por meio de cartão de crédito ou de utilização com finalidade de saque por meio do cartão de crédito, para até 31 de dezembro de 2021, nas hipóteses previstas no inciso VI do caput do art. 115 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, no § 1º do art. 1º e no § 5º do art. 6º da Lei nº 10.820, de 17 de dezembro de 2003, e no § 2º do art. 45 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, bem como em outras leis que vierem a sucedê-las no tratamento da matéria, trazendo instabilidade para as operações contratadas no período de vigência das duas legislações.</p><p>Art. 54-F. São conexos, coligados ou interdependentes, entre outros, o contrato principal de fornecimento de produto ou serviço e os contratos acessórios de crédito que lhe garantam o financiamento quando o fornecedor de crédito: (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>I - recorrer aos serviços do fornecedor de produto ou serviço para a preparação ou a conclusão do contrato de crédito; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>II - oferecer o crédito no local da atividade empresarial do fornecedor de produto ou serviço financiado ou onde o contrato principal for celebrado. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>§ 1º O exercício do direito de arrependimento nas hipóteses previstas neste Código, no contrato principal ou no contrato de crédito, implica a resolução de pleno direito do contrato que lhe seja conexo. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>§ 2º Nos casos dos incisos I e II do caput deste artigo, se houver inexecução de qualquer das obrigações e deveres do fornecedor de produto ou serviço, o consumidor poderá requerer a rescisão do contrato não cumprido contra o fornecedor do crédito. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>§ 3º O direito previsto no § 2º deste artigo caberá igualmente ao consumidor: (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>I - contra o portador de cheque pós-datado emitido para aquisição de produto ou serviço a prazo; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>II - contra o administrador ou o emitente de cartão de crédito ou similar quando o cartão de crédito ou similar e o produto ou serviço forem fornecidos pelo mesmo fornecedor ou por entidades pertencentes a um mesmo grupo econômico. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>§ 4º A invalidade ou a ineficácia do contrato principal implicará, de pleno direito, a do contrato de crédito que lhe seja conexo, nos termos do caput deste artigo, ressalvado ao fornecedor do crédito o direito de obter do fornecedor do produto ou serviço a devolução dos valores entregues, inclusive relativamente a tributos. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>Comentário: A redação do artigo 54-F define consequências para a realização de contratos conexos, coligados ou interdependentes ao contrato principal e ao contrato acessório que garante o financiamento, na hipótese do fornecedor utilizar o serviço na preparação ou conclusão do contrato de crédito; ou ainda, no caso do serviço ser oferecido no mesmo local do contrato principal. A doutrina já alertava sobre a atecnia do dispositivo, pois trata da aquisição de um produto como contrato principal e a concessão de crédito como contrato acessório, sendo que esses negócios não são exclusivamente interdependentes e podem ser pactuados separadamente.</p><p>Art. 54-G. Sem prejuízo do disposto no art. 39 deste Código e na legislação aplicável à matéria, é vedado ao fornecedor de produto ou serviço que envolva crédito, entre outras condutas: (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>I - realizar ou proceder à cobrança ou ao débito em conta de qualquer quantia que houver sido contestada pelo consumidor em compra realizada com cartão de crédito ou similar, enquanto não for adequadamente solucionada a controvérsia, desde que o consumidor haja notificado a administradora do cartão com antecedência de pelo menos 10 (dez) dias contados da data de vencimento da fatura, vedada a manutenção do valor na fatura seguinte e assegurado ao consumidor o direito de deduzir do total da fatura o valor em disputa e efetuar o pagamento da parte não contestada, podendo o emissor lançar como crédito em confiança o valor idêntico ao da transação contestada que tenha sido cobrada, enquanto não encerrada a apuração da contestação; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>II - recusar ou não entregar ao consumidor, ao garante e aos outros coobrigados cópia da minuta do contrato principal de consumo ou do contrato de crédito, em papel ou outro suporte duradouro, disponível e acessível, e, após a conclusão, cópia do contrato; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>III - impedir ou dificultar, em caso de utilização fraudulenta do cartão de crédito ou similar, que o consumidor peça e obtenha, quando aplicável, a anulação ou o imediato bloqueio do pagamento, ou ainda a restituição dos valores indevidamente recebidos. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>§ 1º Sem prejuízo do dever de informação e esclarecimento do consumidor e de entrega da minuta do contrato, no empréstimo cuja liquidação seja feita mediante consignação em folha de pagamento, a formalização e a entrega da cópia do contrato ou do instrumento de contratação ocorrerão após o fornecedor do crédito obter da fonte pagadora a indicação sobre a existência de margem consignável. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>§ 2º Nos contratos de adesão, o fornecedor deve prestar ao consumidor, previamente, as informações de que tratam o art. 52 e o caput do art. 54-B deste Código, além de outras porventura determinadas na legislação em vigor, e fica obrigado a entregar ao consumidor cópia do contrato, após a sua conclusão (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)</p><p>Comentário: Encerrando a novel seção, o artigo 54-G abarca uma série de vedações aos fornecedores.</p><p>Às administradoras de cartão de crédito, o inciso I apresenta crucial alteração nos procedimentos de emissão de faturas e contestações de compra. É importante destacar que com a vigência imediata da lei (artigo 5º da Lei n° 14.181/2021), os negócios jurídicos pactuados entre as administradoras de cartões e seus consumidores deverão imediatamente observar os preceitos, na medida em que assim determina o seu artigo 3º . Assim, esses fornecedores devem dar atenção especial às novas regras para se adequarem e evitarem qualquer responsabilização, seja na seara do Direito individual do Consumidor, ou mesmo alguma penalização administrativa por descumprimento dos preceitos. Também o inciso III se aplica às administradoras de cartões e similares, tratando da vedação ao impedimento ou dificultação de anulação/bloqueio imediato de compra fraudulenta realizada com o cartão ou similar do consumidor, possibilitando a sua anulação imediata ou restituição de pagamento indevidamente por si recebido.</p><p>A seção introduzida trata de condutas pré, durante</p><p>e pós-contratuais, adicionando importantes esclarecimentos aos consumidores e aos fornecedores. Certamente traz consequências ao mercado creditício, o qual deverá se adequar imediatamente às novas regras.</p><p>2) Fale das infrações penais no âmbito do CDC (especialmente artigos. 61/80. Os artigos devem ser copiados integralmente e abaixo deve ocorrer um comentário breve).</p><p>Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo previstas neste código, sem prejuízo do disposto no Código Penal e leis especiais, as condutas tipificadas nos artigos seguintes.</p><p>Art. 62. (Vetado).</p><p>Segundo a Constituição da República de 1988, o Estado deve promover, na forma da lei, a defesa do consumidor (artigo 5º, inciso XXXII); a ordem econômica está sujeita à observância de diversos princípios, entre os quais se encontra a defesa do consumidor (artigo 170, inciso V).</p><p>Ao se considerar a hipossuficiência dos consumidores diante do poderio econômico dos fornecedores, tem-se necessidade de um microssistema capaz de equilibrar essas relações. A proteção nos âmbitos civil e administrativo revela-se insuficiente, sendo necessária a intervenção do Direito Penal.</p><p>Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade:</p><p>Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.</p><p>§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante recomendações escritas ostensivas, sobre a periculosidade do serviço a ser prestado.</p><p>§ 2° Se o crime é culposo:</p><p>Pena Detenção de um a seis meses ou multa.</p><p>O primeiro crime em espécie é o artigo 63 do CDC, tutelando a omissão de dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos ou serviços. É infração de menor potencial ofensivo. O consumidor tem direito à informação, motivo pelo qual, em não havendo respeito à informação, poderá caracterizar infração penal.</p><p>O artigo 63, § 1º, do CDC, estabelece que incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante recomendações escritas ostensivas, sobre a periculosidade do serviço a ser prestado. Por sua vez, o artigo 63, § 2º, do mesmo diploma legal traz a parte culposa da conduta, com pena de 1 a 6 meses.</p><p>Em relação ainda ao artigo 63 do CDC, trata-se de crime próprio, pois praticado por fornecedor. O sujeito passivo é a coletividade e, de forma mediata, os consumidores. O delito é omissivo próprio ou puro. A ação penal é pública incondicionada.</p><p>Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado:</p><p>Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.</p><p>Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de retirar do mercado, imediatamente quando determinado pela autoridade competente, os produtos nocivos ou perigosos, na forma deste artigo.</p><p>O artigo 64 do CDC criminaliza a não comunicação à autoridade competente e aos consumidores sobre a nocividade ou periculosidade de produtos cujo conhecimento seja posterior. É classificado como delito omissivo puro, não admitindo tentativa. Trata-se de crime próprio, tendo como autor o fornecedor. O sujeito passivo é a coletividade e, de forma mediata, os consumidores.</p><p>A consumação do artigo 64 do CDC ocorre quando decorre tempo suficiente para o sujeito informar o mercado e as autoridades competentes a respeito da nocividade ou da periculosidade; na forma do parágrafo único, quando transcorre tempo suficiente para retirar o produto do mercado.</p><p>A expressão “imediatamente” (artigo 64, parágrafo único, CDC) é elemento normativo do tipo, cabendo interpretação; no entanto, tão logo haja a intimação para cumprimento da notificação da autoridade competente, a retirada dos produtos deve ser imediata. No mais, é crime de ação penal pública incondicionada.</p><p>Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de autoridade competente:</p><p>Pena Detenção de seis meses a dois anos e multa.</p><p>§ 1º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à lesão corporal e à morte. (Redação dada pela Lei nº 13.425, de 2017)</p><p>§ 2º A prática do disposto no inciso XIV do art. 39 desta Lei também caracteriza o crime previsto no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.425, de 2017)</p><p>Em relação ao artigo 65 do CDC, o legislador criminaliza a execução de serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de autoridade competente para tanto.</p><p>Como exemplo de crime do artigo 65 do CDC, pode-se citar a conduta de inserir número excessivo de consumidores em determinado local. Caso haja lesão corporal ou morte, além de responder por este crime do art. 65, o agente também será responsabilizado pelo crime material praticado (lesão ou homicídio).</p><p>O artigo 65 do CDC é classificado como norma penal em branco, necessitando de complementação, que vem do artigo 39, XIV, do mesmo diploma legal.</p><p>Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços:</p><p>Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.</p><p>§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.</p><p>§ 2º Se o crime é culposo;</p><p>Pena Detenção de um a seis meses ou multa.</p><p>O artigo 66 do CDC tutela o crime de fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços.</p><p>É crime de menor potencial ofensivo, cabíveis então suspensão condicional do processo (artigo 89 da Lei 9.099/1995) e transação penal (artigo 76 da Lei dos Juizados Especiais Criminais).</p><p>O crime do artigo 66 do CDC pode ser cometido por ação ou por omissão, quando o sujeito omite informações relevantes do produto que deveriam constar. O sujeito ativo é o fornecedor e o patrocinador do produto ou serviço. E o sujeito passivo é a coletividade e os consumidores que tenham adquirido o produto. O crime é formal, uma vez que se consuma quando a informação falsa é emitida, ainda que o consumidor não tenha adquirido o produto ou serviço.</p><p>Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva:</p><p>Pena Detenção de três meses a um ano e multa.</p><p>Parágrafo único. (Vetado).</p><p>O artigo 67 do CDC criminaliza fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva. A pena é de detenção, indo de 3 meses a 1 ano, com a pena de multa. É crime de menor potencial ofensivo, cabendo as medidas despenalizadoras da Lei 9099/1995 (transação penal e suspensão condicional do processo).</p><p>É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.</p><p>É abusiva, dentre outras, a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.</p><p>Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança:</p><p>Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa:</p><p>Parágrafo único. (Vetado).</p><p>Por sua vez, o artigo 68 do CDC criminaliza a conduta de publicidade capaz de provocar comportamento perigoso. Trata-se da publicidade que tenha a sugestão de veículo em excesso de velocidade, visto que incita o consumidor a se comportar de forma perigosa, por exemplo.</p><p>Sujeito ativo é o profissional responsável pela elaboração da publicidade. Sujeitos passivos são a coletividade</p><p>e os consumidores que tenham adquirido o produto. Trata-se de crime de perigo abstrato ou presumido. O delito é formal, pois se consuma quando a publicidade é veiculada, independentemente de qualquer outro resultado. É crime de ação penal pública incondicionada.</p><p>Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que dão base à publicidade:</p><p>Pena Detenção de um a seis meses ou multa.</p><p>O artigo 69 do CDC criminaliza a conduta deixar de organizar dados fáticos, técnicos que dão base à publicidade. O sujeito ativo é o profissional responsável pela elaboração da publicidade. Sujeitos passivos são a coletividade e os consumidores que tenham adquirido o produto. O crime é formal, pois se consuma quando a publicidade é veiculada, independentemente de qualquer outro resultado. A ação penal é pública incondicionada.</p><p>Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição usados, sem autorização do consumidor:</p><p>Pena Detenção de três meses a um ano e multa.</p><p>O artigo 70 do CDC tem como cerne principal o emprego de peças ou componentes de reposição usados sem consentimento do consumidor. São as famosas peças recondicionadas. Se o consumidor procura uma empresa de assistência técnica, mas o indivíduo utiliza peças de segunda mão, sem autorização do consumidor, o crime estará caracterizado.</p><p>Por outro lado, se trocar a peça sem a autorização do consumidor, e ainda cobrar dele o valor da peça nova, o crime será de fraude no comércio, previsto no artigo 175 do Código Penal, pois se trata de delito mais grave. Se o fornecedor cobra do consumidor, mas não troca a peça, então o crime será de estelionato, previsto no artigo 171 do Código Penal.</p><p>Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constrangimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer:</p><p>Pena Detenção de três meses a um ano e multa.</p><p>Pelo artigo 71 do CDC, criminaliza-se a cobrança abusiva ou vexatória, empregada contra o consumidor, utilizando, para tanto, de meios não permitidos, como constrangimento (físico ou moral), afirmações incorretas, entre outras.</p><p>O delito pressupõe que o agente exponha o consumidor ao ridículo para fins de efetuar a cobrança da dívida. Isso porque, se alguém ofende o consumidor, taxando-o como inadimplente, quando não há, em verdade, dívida a ser cobrada, ou não se está cobrando dívida alguma, estará o agente dando uma qualidade negativa ao consumidor.</p><p>Ademais, dizer que outra pessoa é inadimplente, quando a pessoa não o é, poderá tipificar a difamação (artigo 139 do CP). O sujeito ativo é o fornecedor. Sujeito passivo é o consumidor. Trata-se de crime de mera conduta. A ação penal é pública incondicionada.</p><p>Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que sobre ele constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros:</p><p>Pena Detenção de seis meses a um ano ou multa.</p><p>O crime do artigo 72 do CDC é a criação de óbice ao consumidor sobre suas informações cadastrais. Trata-se de delito que tem como sujeito ativo o fornecedor do banco de dados. O sujeito passivo é o consumidor. É crime de mera conduta, perseguido por ação penal pública incondicionada.</p><p>Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber ser inexata:</p><p>Pena Detenção de um a seis meses ou multa.</p><p>A omissão de correção sobre informações cadastrais do consumidor está no artigo 73 do CDC, tendo como verbo nuclear “deixar de corrigir”. Tem-se como sujeito ativo o fornecedor de banco de dados e como sujeito passivo o consumidor. É também crime de mera conduta, de ação penal pública incondicionada.</p><p>Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com especificação clara de seu conteúdo;</p><p>Pena Detenção de um a seis meses ou multa.</p><p>Por fim, tem-se o artigo 74 do CDC, como última conduta criminosa. É o crime que versa sobre omissão de fornecimento de termo de garantia ao consumidor. Tem-se como sujeito ativo o fornecedor e como sujeito passivo o consumidor.</p><p>Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos neste código, incide as penas a esses cominadas na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou manutenção em depósito de produtos ou a oferta e prestação de serviços nas condições por ele proibidas.</p><p>Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste código:</p><p>I - serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião de calamidade;</p><p>II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo;</p><p>III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;</p><p>IV - quando cometidos:</p><p>a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja manifestamente superior à da vítima;</p><p>b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito ou maior de sessenta anos ou de pessoas portadoras de deficiência mental interditadas ou não;</p><p>V - serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou quaisquer outros produtos ou serviços essenciais .</p><p>Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada em dias-multa, correspondente ao mínimo e ao máximo de dias de duração da pena privativa da liberdade cominada ao crime. Na individualização desta multa, o juiz observará o disposto no art. 60, §1° do Código Penal.</p><p>Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser impostas, cumulativa ou alternadamente, observado odisposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal:</p><p>I - a interdição temporária de direitos;</p><p>II - a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audiência, às expensas do condenado, de notícia sobre os fatos e a condenação;</p><p>III - a prestação de serviços à comunidade.</p><p>Dos artigos 75 ao 78 do CDC, há disposições gerais sobre autoria, circunstâncias que agravam a pena, pena de multa e pena restritiva de direitos. Aplicam-se, primeiramente, as disposições dos citados dispositivos, para, em seguida, ser aplicada a parte geral do Código Penal Brasileiro.</p><p>Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este código, será fixado pelo juiz, ou pela autoridade que presidir o inquérito, entre cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus do Tesouro Nacional (BTN), ou índice equivalente que venha a substituí-lo.</p><p>Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica do indiciado ou réu, a fiança poderá ser:</p><p>a) reduzida até a metade do seu valor mínimo;</p><p>b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.</p><p>Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste código, bem como a outros crimes e contravenções que envolvam relações de consumo, poderão intervir, como assistentes do Ministério Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é facultado propor ação penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo legal.</p><p>Quanto aos artigos 79 e 80 do CDC, o primeiro trata do valor da fiança, que será praticado conforme as disposições da legislação consumerista, em clara aplicação do princípio da especialidade. Por último, o artigo 80 manda aplicar, de forma subsidiárias, as disposições tanto do CPB quanto do CPP.</p><p>3) Fale da Tutela Individual e Coletiva do Consumidor (especialmente os Arts. 81 até 100, CDC – os artigos devem ser copiados integralmente e abaixo deve ocorrer um comentário breve).</p><p>Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.</p><p>Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:</p><p>I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;</p><p>II - interesses</p><p>ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;</p><p>III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum.</p><p>Comentário: Os consumidores que se sentirem lesados poderão entrar com ação judicial de forma individual ou coletiva. No caso das ações coletivas, elas somente poderão ser propostas em determinados casos como quando a violação for contra: direitos difusos (aqueles que interessam a todas as pessoas – por exemplo o direito à saúde, meio ambiente adequado); direitos coletivos (aqueles que são de um grupo específico de pessoas – por exemplo quando uma grande prestadora de serviços viola o direito de um grupo de consumidores como viajantes); ou direitos individuais homogêneos (aqueles que decorrem de um único fator – por exemplo quando consumidores pedem a ilegalidade de determinada cobrança)</p><p>Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)</p><p>I - o Ministério Público,</p><p>II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;</p><p>III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este código;</p><p>IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autorização assemblear.</p><p>§ 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e seguintes, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.</p><p>§ 2° (Vetado).</p><p>§ 3° (Vetado).</p><p>Comentário: Para garantir os direitos dos consumidores de forma coletiva, via ação judicial, podem ser parte nesta ação o Ministério Público, a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal, além das entidades e órgãos da administração pública e as associações desde que preencham os requisitos do inciso IV. O parágrafo 1º prevê que a pré constituição que trata o inciso IV pode ser dispensada pelo juiz em alguns casos, visando a eficiência da ação.</p><p>Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este código são admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela.</p><p>Parágrafo único. (Vetado).</p><p>Comentário: O art. 83 nada mais é do que a garantia de que os consumidores possam viabilizar qualquer conduta admitida em direito para fazer valer o cumprimento de seus direitos, interesses e da legislação. E o parágrafo único previa “Parágrafo único – Poderá ser ajuizada, pelos legitimados no artigo anterior ou por qualquer outro interessado, ação visando o controle abstrato e preventivo das cláusulas contratuais gerais.”</p><p>Mas foi vetado porque “o controle abstrato de atos jurídicos constitui atividade excepcional do Judiciário (CR/88, art. 5º, XXXV). A eficácia “erga omnes” de decisão proferida nessa modalidade de controle exige redobrada cautela na instituição de processos dessa índole. A pluralidade de entes legitimados a propor “ação visando ao controle abstrato e preventivo de cláusulas contratuais gerais”, com a probabilidade da instauração de inúmeros processos de controle abstrato, constitui séria ameaça à segurança jurídica. Assim, é suficiente a disciplina que o § 4º do art. 51 do projeto dá à matéria.”</p><p>Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.</p><p>§ 1° A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.</p><p>§ 2° A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (art. 287, do Código de Processo Civil).</p><p>§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado o réu.</p><p>§ 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.</p><p>§ 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz determinar as medidas necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas, desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de requisição de força policial.</p><p>Comentário: O cumprimento de obrigação de fazer é a determinação legal de que a parte vencida na ação tome alguma providencia como retirar um produto irregular do mercado ou suspender propagandas abusivas. Nesse caso, o juiz que determinou a obrigação vai também determinar providencias que garantam o cumprimento da decisão como por exemplo a fixação de multa diária em caso de descumprimento ou penalidade maior.</p><p>O parágrafo 1º prevê que o autor da ação pode optar por receber uma indenização (perdas e danos) ao invés de a obrigação cumprida. Assim como, se for impossível o cumprimento da obrigação, o próprio juiz pode determinar o pagamento da indenização no lugar da obrigação.</p><p>Ainda que haja pagamento de indenização, se não ocorrer dentro do prazo determinado, esse valor poderá ser acrescido de multa.</p><p>A multa, de acordo com o parágrafo 4º, pode ser fixada pelo juiz independente de pedido do autor, desde que seja em valor razoável, considerando a obrigação a ser cumprida.</p><p>O parágrafo 3º permite ao juiz que determine a obrigação de fazer mesmo antes da sentença, de forma liminar, se houver justificativa para isso (por exemplo nos casos em que esperar a sentença pode prejudicar ainda mais o consumidor, pela demora).</p><p>E o parágrafo 5º traz a possibilidade de todos os meios de execução, com o intuito de garantir o resultado prático, ou seja, o cumprimento da obrigação imposta, podendo o autor requerer a busca e apreensão de coisas e pessoas, impedimento da atividade e até força policial.</p><p>Art. 85. (Vetado).</p><p>Art. 86. (Vetado).</p><p>Comentário: As ações de mandado de segurança e de habeas data destinam-se, por sua natureza, à defesa de direitos subjetivos públicos e têm, portanto, por objetivo precípuo os atos de agentes do Poder Público. Por isso, a sua extensão ou aplicação a outras situações ou relações jurídicas é incompatível com sua índole constitucional. Os artigos vetados, assim, contrariam as disposições dos incisos LXXI e LXXII do Art. 5º da Carta Magna.</p><p>Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este código não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogados, custas e despesas processuais.</p><p>Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos.</p><p>Comentário: Nas ações coletivas não há previsão de pagamento de custas judiciais, emolumentos, honorários periciais e demais despesas para propositura e andamento. Essa previsão também está na Lei n. 7.347/85, que rege as ações coletivas e o intuito é justamente evitar que uma eventual falta de recursos inviabilize o ajuizamento.</p><p>No entanto, caso seja constatada a litigância de má-fé das associações, essas serão responsabilizadas pelo pagamento de honorários advocatícios, perdas e danos e dez vezes o valor da custas processuais. Essa é a previsão do parágrafo único, cujo objetivo é afastar a propositura</p><p>de ações coletivas fraudulentas.</p><p>Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código, a ação de regresso poderá ser ajuizada em processo autônomo, facultada a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos autos, vedada a denunciação da lide.</p><p>Comentário: Conforme já previsto no artigo 13 do CDC, se uma pessoa/empresa paga “em nome” de outra, ela pode exercer o direito de regresso para responsabilizar essa outra, pelo reembolso do valor pago.</p><p>O art. 88 então prevê que esse direito de regresso poderá ser requerido por meio de um processo novo ou por meio de um processo já existente – desde que não seja apontada a denunciação da lide, pois não se aplica a esse caso.</p><p>Art. 89. (Vetado)</p><p>Comentário: A extensão das normas específicas destinadas à proteção dos direitos do consumidor a outras situações excede dos objetivos propostos no código, alcançando outras relações jurídicas não identificadas precisamente e que reclamam regulação própria e adequada. Nos termos do art. 48 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, deve o legislador limitar-se a elaborar Código de Defesa do Consumidor.</p><p>Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste título as normas do Código de Processo Civil e da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, inclusive no que respeita ao inquérito civil, naquilo que não contrariar suas disposições.</p><p>Comentário: Por fim, o art. 90 determina que as normas do CPC e da Lei de ação civil pública (Lei n. 7.347/1985) devem ser aplicadas aos casos relativos às relações de consumo desde que, claro, não contrarie nenhum artigo do CDC.</p><p>CAPÍTULO II</p><p>Das Ações Coletivas Para a Defesa de Interesses Individuais Homogêneos</p><p>Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor, em nome próprio e no interesse das vítimas ou seus sucessores, ação civil coletiva de responsabilidade pelos danos individualmente sofridos, de acordo com o disposto nos artigos seguintes. (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)</p><p>Comentário: Em regra, o Código de Processo Civil proíbe que uma pessoa proponha ação em nome próprio para buscar direitos de terceiros. No entanto, o art. 91 aponta que os entes descritos no art. 82 podem ser uma exceção à regra nos casos de defesa dos interesses dos consumidores individuais homogêneos, ou seja, apenas possui validade para as demandas que envolvem relação de consumo.</p><p>No entanto, deve-se deixar claro que a ação busca uma condenação genérica de possibilidade de dano sofrido por pessoas, cabendo a essas pessoas, caso queiram ser individualmente ressarcidas, demonstrarem os danos efetivamente sofridos.</p><p>Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará sempre como fiscal da lei.</p><p>Parágrafo único. (Vetado).</p><p>Comentário: O Ministério Público de forma geral, possui duas finalidades: 1. agir como autora em determinadas situações; ou 2. agir no processo analisando se a lei esta sendo corretamente aplicada. O art. 82 aponta algumas entidades como possíveis autoras das demandas decorrentes de Defesa de Interesses Individuais Homogêneos, sendo o Ministério Público apenas uma delas, ou seja, não existe uma obrigatoriedade deste órgão propor uma ação. Caso o Ministério Público atue propondo a demanda, agiria nos termos da primeira finalidade mencionada, no entanto, caso outra entidade proponha a demanda, o Ministério Público não atuaria como autora da ação, mas seria obrigada a companha-la agindo nos termos da segunda finalidade descrita.</p><p>Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para a causa a justiça local:</p><p>I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local;</p><p>II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de âmbito nacional ou regional, aplicando-se as regras do Código de Processo Civil aos casos de competência concorrente.</p><p>Comentário: Como toda demanda é importante saber onde a mesma pode ser proposta, ou seja, regra de competência. O caput do artigo descreve a diferença entre competência em razão da matéria e territorial ao apontar que pode ocorrer uma competência da justiça Federal e Estadual. A competência da justiça Federal ocorrerá quando ocorrer interesses envolvidos relacionados à Administração Pública Federal, quando isso não ocorrer, a competência será da justiça estadual. Quando a competência for da justiça estadual, deve-se analisar qual a expansão territorial do dano causado. Caso o dano seja local (ou dentro de um município), o foro competente será o da comarca onde o dano tenha ocorrido, quando o dano seja de maior extensão (nacional ou regional) o foro competente será o da capital do Estado ou Distrito Federal dos locais afetados. Importante mencionar que a competência é absoluta, ou seja, ao propor uma ação em um local diverso da competência estabelecida, não é cabível a prorrogação da competência.</p><p>Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de que os interessados possam intervir no processo como litisconsortes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de comunicação social por parte dos órgãos de defesa do consumidor.</p><p>Comentário: Como mencionado nos comentários do art. 91, a ação possui um caráter genérico, assim, é importante dar notoriedade à ação para que qualquer pessoa interessada possa acompanhar o processo, seja na fase de conhecimento, adentrando na demanda como litisconsorte ativo facultativo, seja com a propositura de cumprimento de sentença após o trânsito em julgado de decisão declaratória/condenatória.</p><p>Essa notoriedade da ação se dá pela publicação de edital no órgão oficial, em razão da obrigatoriedade de todos terem acesso ao conteúdo constante neste instrumento.</p><p>Não obstante essa obrigatoriedade constante em lei, o Superior Tribunal de Justiça entendeu em sede de julgamento de recurso repetitivo, que possui efeito erga omnes, que a publicação deste edital é dispensável, confira-se:</p><p>TEMA 877. O prazo prescricional para a execução individual é contado do trânsito em julgado da sentença coletiva, sendo desnecessária a providência de que trata o art. 94 da Lei n. 8.078/1990.</p><p>Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condenação será genérica, fixando a responsabilidade do réu pelos danos causados.</p><p>Comentário: Em regra, a sentença de procedência do pedido constará uma declaração de responsabilidade do Réu por danos causados. Dificilmente constará todos os beneficiados ou a liquidação dos danos, de forma que cada consumidor individualmente que for afeto ao caso, que tiver sofrido qualquer dano decorrente do ato/fato de responsabilidade do réu poderá pedir a liquidação de seus danos para obter do Réu a indenização/compensação correspondente.</p><p>Art. 96. (Vetado). ("Art. 96 - Transitada em julgado a sentença condenatória, será publicado edital, observado o disposto no art. 93.")</p><p>Comentário: Esse dispositivo dissocia, de forma arbitrária, o foro dos processos de conhecimento e de execução, rompendo o princípio da vinculação quanto á competência entre esses processo, adotado pelo Código de Processo Civil (Art. 575) e defendido pela melhor doutrina. Ao despojar uma das partes da certeza quanto ao foro de execução, tal preceito lesa o princípio de ampla defesa assegurado pela Constituição (Art. 5º, LV).</p><p>Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82.</p><p>Parágrafo único. (Vetado).</p><p>Comentário: A sentença por ser genérica falta para sua exequibilidade o requisito da liquidez.</p><p>O processo de liquidação da sentença é a forma com que o consumidor afetado pelo ato/fato de responsabilidade do Réu consegue apontar um valor ao seu dano, deixando, assim, a sentença líquida e pronta para ser executada.</p><p>O prazo prescricional para liquidar a sentença é de 5 (cinco) anos, em razão do art. 27 deste Código. A própria vítima ou seus sucessores podem liquidar a sentença, no entanto, este artigo menciona que os entes legitimados do art. 82 também poderão efetuar a liquidação, claro, desde que possuam informações</p><p>suficientes para fazê-lo.</p><p>Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legitimados de que trata o art. 82, abrangendo as vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação, sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções. (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)</p><p>§ 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidão das sentenças de liquidação, da qual deverá constar a ocorrência ou não do trânsito em julgado.</p><p>§ 2° É competente para a execução o juízo:</p><p>I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso de execução individual;</p><p>II - da ação condenatória, quando coletiva a execução.</p><p>Comentário: Como mencionado no artigo anterior, apenas será possível apresentar a execução após a devida liquidação da sentença, ainda que a sentença não tenha transitado em julgado (para propor execução provisória). Essa execução de sentença pode ser feita coletivamente, pelos entes legitimados no art. 82, desde que seja possível a individualização dos beneficiários e sua indenização ou pelos consumidores lesados e seus sucessores.</p><p>Importante mencionar que os consumidores lesados e seus sucessores poderão apresentar pedido individualizado, mesmo em caso de apresentação de execução coletiva.</p><p>O foro competente para apresentar a execução será o mesmo de onde a decisão foi liquidada, que pode ser o foro do domicílio do consumidor ou da ação condenatória; caso a execução seja coletiva, o foro competente para a execução será o de onde a ação condenatória foi ajuizada.</p><p>Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes de condenação prevista na Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985 e de indenizações pelos prejuízos individuais resultantes do mesmo evento danoso, estas terão preferência no pagamento.</p><p>Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a destinação da importância recolhida ao fundo criado pela Lei n°7.347 de 24 de julho de 1985, ficará sustada enquanto pendentes de decisão de segundo grau as ações de indenização pelos danos individuais, salvo na hipótese de o patrimônio do devedor ser manifestamente suficiente para responder pela integralidade das dívidas.</p><p>Comentário: É possível que ocorra a distribuição de uma ação coletiva, seguindo os termos da Lei da Ação Civil Pública (buscando uma reparação a bens indivisivelmente considerados) e outra ação coletiva de indenização pelos danos individuais homogêneos (objeto deste capítulo) decorrentes do mesmo fato. Quando isso ocorrer, o pagamento das indenizações individuais terão preferência sobre a indenização coletivamente indivisível que deverá ir para um fundo especial.</p><p>Em razão dessa preferência do pagamento ao credor individual sobre o coletivo, caso exista dúvida sobre a capacidade financeira do Réu em pagar a todos, o valor empregado ao fundo especial deve ter sua destinação sustada até o efetivo pagamento a todos os indivíduos que tenham entrado com execução individual.</p><p>Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de interessados em número compatível com a gravidade do dano, poderão os legitimados do art. 82 promover a liquidação e execução da indenização devida.</p><p>Parágrafo único. O produto da indenização devida reverterá para o fundo criado pela Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985.</p><p>Comentário: Em regra, neste tipo de ação coletiva que possui como objeto os Interesses Individuais Homogêneos seria possível tornar os direitos (antes indivisíveis) em divisíveis e individualizados através da habilitação dos interessados.</p><p>Este artigo concedeu um prazo de 1 ano para ocorrer a habilitação de interessados em número compatível com a gravidade do dano, justificando a individualização das indenizações.</p><p>Após este prazo, os entes legitimados no art. 82 poderão promover a liquidação e execução da indenização devida revertendo o valor obtido para o fundo especial descrito na Lei de Ação Civil Pública, de certa forma transformando o resultado da “Ação Coletivas para a Defesa de Interesses Individuais Homogêneos” em “Ação Civil Pública”.</p><p>4) Qual a relação a LGPD e o CDC? (Mínimo de 15 linhas).</p><p>Em 1990, quando surgiu o Código de Defesa do Consumidor (CDC), todos os fornecedores precisaram adequar suas atividades no âmbito das relações de consumo com o novo diploma legal e consequentemente, implantar procedimentos preventivos a fim de minimizar reclamações e ações judiciais.</p><p>Tais adequações e implantações são similares com as medidas necessárias para atender a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que, em conjunto com o CDC, visa diminuir os impactos nas relações habituais que envolvem dados pessoais.</p><p>Fato é, que o CDC, como ação do Estado na defesa do consumidor, atuante em caráter preventivo e repressivo, abriu caminho para a recepção da LGPD, isso porque, ambas legislações têm como finalidade, informar os direitos e a elevação de garantias individuais aos cidadãos, consumidores.</p><p>Desse modo, podemos concluir, que a maturidade alcançada pela Lei Consumerista nesses 32 anos, tem contribuído para amenizar os impactos da LGPD quanto à sua forma e estrutura, pois se relacionam pela informação e pelas garantias individuais.</p><p>Provocada pela globalização e a pela tecnologia, a LGPD chegou para dar maior efetividade às relações consumeristas. Com a interação do mundo digital, a cada instante, muitas são as portas para a vulnerabilidade dos nossos dados pessoais. E, esses dados, na medida que estão envolvidos em um negócio, são valorados, de modo que, o uso adequado e o consentimento das titulares consumidores da relação jurídica, são requisitos para a captação dos dados pelas empresas de forma legal.</p><p>Tanto o CDC, quanto a LGPD, têm como escopo garantias individuais, e juntos reforçam as necessidades de informação e consentimento do consumidor para uso e tratamento de seus dados, desde que respeitada a finalidade.</p><p>Contudo, os dados do consumidor também podem ser captados por meio de outras bases legais, desde observados os princípios da finalidade, necessidade e adequação. Cumpre destacar, que o titular de dados tem o direito de receber informações sobre todas as empresas, sejam, entidades públicas e ou privadas com as quais os seus dados estão sendo compartilhados.</p><p>Nos termos do CDC, a correção de dados é um ato já garantido aos consumidores. Com a LGPD, o titular dos dados tem o direito de confirmar a existência de tratamento, assim como, de acessar todos os seus dados pessoais coletados e tratados pelo controlador. Ou seja, todos os consumidores têm o direito de corrigir dados, sejam eles, incompletos, inexatos ou desatualizados, podendo restringir o uso de seus dados pessoais, por meio da recusa em fornecer o consentimento à empresa solicitante.</p><p>Ainda, a LGPD em seu artigo 2º, inciso VI, garante a defesa do consumidor, e em hipóteses de violação de direitos, as regras para responsabilização permanecem previstas na legislação pertinente, conforme dispõe o artigo 45.</p><p>A LGPD se espelha nas práticas exercidas ao longo da aplicação do CDC no Brasil e da aplicação da GDPR na União Europeia, e com isso, pode-se concluir a existência de uma harmonização entre os interesses dos consumidores (titulares de dados) e os fornecedores (empresas/agentes de tratamentos de dados).</p><p>Essa harmonia entre consumidor e fornecedor acerca da disponibilização e utilização de dados, constrói uma estabilidade de relacionamento, e consequente, uma relação de confiança.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>GARCIA, Leonardo. Código de Defesa do Consumidor comentado artigo por artigo. 18 ed. Salvador: Editora Juspodivm, 2023.</p><p>BRASIL. Lei 8078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. Disponível em https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm. Acesso em 4 out. 2024.</p><p>ALMEIDA, Fabrício Bolzan de. Direito do Consumidor. 11 ed. São Paulo: Saraiva, 2023.</p>