Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

<p>UNIVERSIDADE NILTON LINS</p><p>ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO IDOSO</p><p>ANA CAROLINA RIBEIRO DE SOUZA</p><p>GLAUBER PALMA</p><p>KEIT MACIEL STECKEL</p><p>PETERSON CARVALHAL SOUSA</p><p>FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO</p><p>O IDOSO E OS ÓRGÃOS DOS SENTIDOS</p><p>MANAUS</p><p>2024</p><p>ANA CAROLINA RIBEIRO DE SOUZA</p><p>GLAUBER PALMA</p><p>KEIT MACIEL STECKEL</p><p>PETERSON CARVALHAL SOUSA</p><p>FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO</p><p>O IDOSO E OS ÓRGÃOS DOS SENTIDOS</p><p>Trabalho apresentado à disciplina</p><p>Saúde do Idoso da Universidade</p><p>Nilton Lins como requisito para</p><p>obtenção de nota prática.</p><p>MANAUS</p><p>2024</p><p>SUMÁRIO</p><p>Introdução-—---------------------------------------------------------------------------------------------1</p><p>Olfato-—---------------------------------------------------------------------------------------------------1</p><p>Visão-—---------------------------------------------------------------------------------------------------2</p><p>Tato-—-----------------------------------------------------------------------------------------------------7</p><p>Audição-—------------------------------------------------------------------------------------------------8</p><p>Envelhecimento cardiovascular—-----------------------------------------------------------------15</p><p>Envelhecimento endócrino-—----------------------------------------------------------------------15</p><p>Envelhecimento respiratório—---------------------------------------------------------------------16</p><p>Imunidade e envelhecimento—--------------------------------------------------------------------18</p><p>Envelhecimento e massa muscular—-------------------------------------------------------------9</p><p>Envelhecimento e sistema nervoso—------------------------------------------------------------20</p><p>Envelhecimento e sistema digestório-—---------------------------------------------------------21</p><p>Bibliografia—--------------------------------------------------------------------------------------------22</p><p>1</p><p>1. INTRODUÇÃO</p><p>Durante o processo de envelhecimento a capacidade de interagir com o</p><p>ambiente e perceber estímulos sofre alterações. Em idosos, déficits sensoriais</p><p>podem se instaurar de forma gradual, resultando em alterações das atividades</p><p>rotineiras e redução da funcionalidade. Aumentando a dependência</p><p>Com o avanço da idade o nível de sensibilidade dos órgãos dos sentidos</p><p>tende a apresentar diminuição, resultando em um processo de redução da</p><p>capacidade visual, auditiva, tátil, olfativa e gustativa. A perda de tais percepções</p><p>está relacionada a maiores riscos no cotidiano de pessoas idosas, pois impacta</p><p>diretamente na capacidade de interpretar situações de risco e também de observar</p><p>mudanças ambientais ao seu redor.</p><p>Cabe aos profissionais de saúde observar tais mudanças sensoriais ao longo</p><p>do tempo de acompanhamento ao paciente idoso para que dessa forma seja</p><p>possível apresentar soluções que contornam situações incapacitantes.</p><p>2. OLFATO</p><p>2.1. ASPECTOS GERAIS</p><p>O olfato é uma sensação processada do rinencéfalo, uma das regiões</p><p>cerebrais mais primitivas, tal sensação auxilia no processo gustativo e participa da</p><p>percepção ambiental, sendo responsável até mesmo por identificar situações de</p><p>perigo relacionadas ao odor de substâncias que oferecem riscos.</p><p>Durante o processo de envelhecimento fisiológico alterações olfativas são</p><p>mais comuns que alterações gustativas. Ademais, o lobo temporal medial,</p><p>responsável pela identificação de odores, é uma das regiões mais precocemente</p><p>afetadas por doenças associadas à população mais velha, como Alzheimer e</p><p>demência vascular.</p><p>2.2. FISIOLOGIA OLFATIVA</p><p>O neurônios presentes no epitélio olfatório, estão localizados no teto da</p><p>cavidade nasal e desempenham o papel de receptores olfativos. para a formação</p><p>2</p><p>da sensação é necessário que o odor se dilua no muco nasal e estimule os</p><p>receptores neuronais através de despolarização, o estímulo segue até o hipocampo</p><p>e nessa estrutura ocorre a percepção do odor.</p><p>2.3. FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO DO OLFATO</p><p>Em pacientes idosos ocorre alteração de secreção do muco nasal, em que</p><p>esta encontra-se reduzida, associada a maior fluidez do muco produzido. Outro</p><p>ponto importante é a ocorrência de metaplasia do epitélio sensorial nasal, tendo em</p><p>vista que ele é substituído por uma mucosa respiratória menos espessa e com</p><p>menor concentração de neurônios.</p><p>3. VISÃO</p><p>3.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA DA VISÃO</p><p>A função visual normal compreende as capacidades de perceber, discriminar</p><p>e interpretar estímulos luminosos. E para isso é necessário nitidez nas imagens</p><p>interpretadas e formadas por meio da acuidade visual, que é caracterizada pela</p><p>capacidade de distinguir contornos, cores e a forma das coisas.</p><p>Para que haja uma visão normal, a luz visível, que corresponde ao espectro</p><p>no intervalo entre 380 e 760 nm de comprimento de onda, deve atravessar a córnea,</p><p>o cristalino e o corpo vítreo, chegando à retina. Esta por sua vez será sensibilizada</p><p>pela luz, emitindo impulsos elétricos por meio da via óptica ao cérebro, que os</p><p>interpreta e cria as imagens.</p><p>Essa capacidade visual é promovida pelo sistema fotorreceptor, que pode ser</p><p>dividido didaticamente em: túnica fibrosa ou externa, que compreende as estruturas</p><p>da córnea e da esclera; túnica vascular ou média, compreendendo a íris e corpo</p><p>ciliar no segmento anterior e a coroide em seu segmento posterior; além da túnica</p><p>neurossensorial que se refere à região mais nobre do olho humano formada</p><p>principalmente pela retina.</p><p>Ademais, algumas estruturas anexas também compõem o sistema</p><p>fotorreceptor, tais como as pálpebras, conjuntiva, cílios, aparelho lacrimal, bem como</p><p>a musculatura extrínseca do olho.</p><p>3</p><p>Outra estrutura de fundamental importância é o cristalino, que é mantido em</p><p>posição pelo ligamento ciliar posterior à íris. Ele é uma lente transparente do olho</p><p>com poder médio de 20 dioptrias (medida da capacidade refrativa).</p><p>Túnica Fibrosa ou Externa:</p><p>A túnica fibrosa ou externa é composta pela córnea, que é caracterizada por</p><p>uma estrutura transparente anterior ao bulbo ocular e rica em colágeno e,</p><p>consequentemente, bastante resistente. Sua função é de proteção das estruturas</p><p>internas do olho, além de possibilitar cerca de dois terços do poder óptico do olho</p><p>humano com poder médio próximo a 42 dioptrias. Ela é um tecido avascular, mas</p><p>bastante inervado por fibras do ramo oftálmico do nervo trigêmeo. Essas</p><p>características possibilitam bastante sensibilidade, porém é um tecido de difícil</p><p>cicatrização.</p><p>Além da córnea, a esclera também compõe a túnica mais externa, sendo</p><p>conhecida como a parte “branca do olho”. Apresenta como principal função a</p><p>sustentação do globo ocular e um rico suprimento nervoso, o que explica quadros</p><p>álgicos dramáticos em qualquer lesão na região.</p><p>Túnica Vascular ou Média:</p><p>A íris se localiza na parte mais anterior da túnica vascular e em seu centro</p><p>apresenta um forame denominado de pupila, sendo o diâmetro dessa estrutura</p><p>determinado pela relação entre os sistemas simpático e parassimpático. Sendo</p><p>assim, quando a pupila assume uma forma de dilatação, denominada de midríase,</p><p>está sob a ação do sistema nervoso simpático, em contrapartida quando assume</p><p>uma forma mais constrita, denominado de miose, encontra-se sob ação do sistema</p><p>parassimpático. Ao exame neurológico é possível avaliar o II par e III par craniano</p><p>apenas observando as pupilas.</p><p>O corpo ciliar, também faz parte da túnica média e participa diretamente no</p><p>processo de acomodação do cristalino. Seu estroma é formado por fibras do</p><p>músculo ciliar, de musculatura lisa e inervado por fibras parassimpáticas. Quando há</p><p>contração do músculo ciliar, ocorre o relaxamento do ligamento suspensor do</p><p>cristalino, deixando o cristalino mais abaulado e com maior poder refrativo. Esse</p><p>4</p><p>processo que ocorre a fim de deixar a imagem mais nítida por focar os feixes de luz</p><p>na retina, é chamado de acomodação do cristalino.</p><p>No segmento posterior da túnica média se encontra a coroide, estrutura</p><p>localizada entre a retina e a esclera e apresenta importante função no tocante à</p><p>nutrição ocular. É através dela que ocorre</p><p>a passagem de diversos vasos,</p><p>caracterizando-a como uma região extremamente vascularizada. Suas principais</p><p>funções contemplam: aporte de oxigênio, nutrição das camadas externas,</p><p>manutenção da pressão intraocular e controle térmico dos olhos.</p><p>Vale ressaltar, que a pressão intraocular (PIO) é uma medida utilizada para</p><p>analisar a tensão nos olhos. Ela está diretamente relacionada à capacidade de</p><p>circulação do humor aquoso, produzido pelo corpo ciliar, sendo esse um líquido</p><p>produzido e eliminado nas câmaras anterior (área entre a córnea e a íris) e posterior</p><p>(área entre a íris e o cristalino), sendo responsável pela nutrição da córnea e do</p><p>cristalino.</p><p>A túnica neurossensorial ou interna , por sua vez, é formada principalmente</p><p>pela retina, uma região complexa composta por nove camadas responsável por</p><p>captar o estímulo luminoso e transformá-lo em sinais nervosos para interpretação do</p><p>cérebro e formação de uma imagem. É composta por uma região mais central</p><p>responsável pela visão de alta definição, denominada mácula; assim como por uma</p><p>estrutura de depressão central, composta apenas por cones e onde se obtém a</p><p>visão central, sendo a visão periférica formada por outras regiões retínicas.</p><p>A captação de luz se dá por meio de dois fotorreceptores: os cones</p><p>responsáveis pela visão de cores, mais nítida e rica em detalhes, e pelos</p><p>bastonetes que permitem a visão em preto e brancoe são mais eficazes em</p><p>ambientes com baixa visibilidade (visão noturna ou de penumbra).</p><p>Os axônios neuronais presentes na retina captam os estímulos luminosos e</p><p>se unem para a formação do nervo óptico, estendendo-se até o lobo occipital</p><p>encefálico para a interpretação e formação de imagens.</p><p>5</p><p>3.2 ENVELHECIMENTO X PROBLEMAS VISUAIS</p><p>A visão, em associação às aferências somatossensoriais vestibulares e</p><p>musculares, auxilia diretamente no controle postural. Quando apresentam quaisquer</p><p>alterações podem provocam mudanças na marcha, com desequilíbrio, maior gasto</p><p>energético, fraqueza muscular e quedas.</p><p>Sabe-se que na faixa dos 70 aos 74 anos, 14% dos indivíduos já apresentam</p><p>dificuldades visuais significativas. A perda visual, propriamente dita, está presente</p><p>em 32% dos idosos com 85 anos ou mais. Após essa idade, 25% das pessoas não</p><p>conseguem ler jornais, mesmo com auxílio para correção. Além disso, mais de 90%</p><p>dos idosos necessitam de lentes corretivas (óculos) em algum período do dia.</p><p>Algumas alterações visuais são inerentes ao processo de envelhecimento,</p><p>desta forma por volta dos 60 anos, observa-se uma redução do diâmetro pupilar a</p><p>menos da metade ao equivalente quando tinha 20 anos, ademais essas reações</p><p>pupilares à luz tornam-se mais lentas; há também uma perda do suporte gorduroso</p><p>retro-ocular, fazendo com que os olhos se localizem mais profundamente nas</p><p>órbitas; assim como uma perda da amplitude nas rotações celulares devido a</p><p>disfunções dos músculos extraoculares.</p><p>Observa-se também uma perda de parte da capacidade de acomodação</p><p>visual, da acuidade visual em meios com pouco contraste, assim como da</p><p>adaptação a ambientes escuros. A adaptação ao escuro declina em decorrência das</p><p>reduções do diâmetro pupilar e da velocidade de condução intraocular do estímulo</p><p>visual, sendo assim idosos podem apresentar episódios de quedas ao transitarem</p><p>entre ambientes com diferentes intensidades de iluminação.</p><p>Sabe-se, também, que com o envelhecimento do indivíduo, há um aumento</p><p>do estresse oxidativo, que atua reduzindo os níveis do ácido docosahexaenóico</p><p>(ADH, 22:6n-3) no cérebro e, portanto, uma diminuição na capacidade de absorção</p><p>da luz. Pois, ele é um ácido graxo de cadeia muito longa importante na formação,</p><p>desenvolvimento e funcionamento do cérebro e da retina, sendo predominante na</p><p>maioria das membranas celulares desses órgãos. Na retina, especificamente,</p><p>encontra-se ligado aos fosfolipídios que estão associados à rodopsina, uma proteína</p><p>que interage no processo de absorção da luz. Seu mecanismo de ação</p><p>6</p><p>possivelmente está relacionado com o aumento na eficiência do processo de</p><p>transdução da luz e com a regeneração da rodopsina.</p><p>Outras alterações observadas à medida que ocorre o envelhecimento natural</p><p>é diminuição da tolerância ao brilho e da capacidade de discriminar cores. Em geral</p><p>é mais difícil distinguir tons de azul e verde quando comparados aos tons de</p><p>amarelo e vermelho. Essa dificuldade é ainda mais acentuada para o idoso, sendo</p><p>importante a utilização de utensílios de cores contrastantes a fim de facilitar sua</p><p>localização no ambiente doméstico, auxiliando na realização do trabalho cotidiano.</p><p>Com o envelhecimento, pode haver dificuldade para dirigir à noite, embora a</p><p>habilidade visual para a condução veicular durante o dia seja, em geral, preservada.</p><p>Há intolerância às luzes dos veículos que trafegam em sentido contrário ou</p><p>dificuldade para adaptar-se às áreas com pouca iluminação.</p><p>E por fim, o arco senil é uma alteração comum em pessoas com mais de 60</p><p>anos e é caracterizado por um depósito de cálcio e sais de colesterol que aparece</p><p>como uma franja anelar branco-acinzentada na extremidade da córnea sem</p><p>comprometer a visão.</p><p>3.3 PRESBIOPIA</p><p>A presbiopia é processo fisiológico inerente ao envelhecimento, de caráter</p><p>progressivo, simétrico e bilateral e que tem início em diferentes faixas etárias, com</p><p>início após os 40 anos em quase todas as pessoas, progredindo até os 60 anos. Ela</p><p>é caracterizada pela perda da elasticidade da cápsula do cristalino que leva a um</p><p>defeito do mecanismo de acomodação do cristalino, onde o indivíduo não consegue</p><p>mudar a forma do cristalino para ver de perto.</p><p>Além disso, acredita-se também que ocorre devido à uma perda de força dos</p><p>músculos ciliares, implicando diretamente nesse processo de acomodação do</p><p>cristalino, uma vez que esses músculos são responsáveis pelo abaulamento dessa</p><p>lente ocular.</p><p>Seu tratamento ocorre através de equipamentos de auxílio como óculos ou</p><p>lentes de contato multifocais de modo que possa suprir todas as deficiências visuais</p><p>apresentadas, mas principalmente ajustar a visão de perto. Podem ser realizadas</p><p>7</p><p>cirurgias em casos específicos e quando bem indicadas devem ser realizadas de</p><p>forma personalizada.</p><p>3.3 CATARATA</p><p>É uma alteração visual caracterizada pela opacificação da lente do cristalino,</p><p>que impede gradualmente a passagem da luz. Sua prevalência aumenta com a</p><p>idade, variando de 2,5% nas pessoas entre 52 e 64 anos até 45% naquelas entre 75</p><p>e 85 anos, sendo mais frequente em afro-americanos.</p><p>Essa opacificação leva a uma diminuição da acuidade visual, com visão</p><p>borrada, hipersensibilidade ao brilho, alterações na percepção de cores e</p><p>metamorfopsia. O primeiro sintoma pode ser dificuldade para dirigir à noite, por</p><p>intolerância à luz dos carros que vêm em sentido oposto.</p><p>Os equipamentos de auxílio à visão subnormal, assim como na presbiopia,</p><p>podem corrigir erros de refração, aumentar o contraste da imagem, reduzir o reflexo</p><p>e compensar diferenças de acuidade visual entre os olhos. E o tratamento cirúrgico,</p><p>com a remoção de toda a lente ou apenas de sua porção posterior, beneficia a</p><p>maioria dos pacientes, mas está associado a pequeno risco de perda visual</p><p>permanente. A correção da refração pode ser feita com lente intraocular (implantada</p><p>no mesmo procedimento), óculos ou lente de contato. Quando bem indicada, a</p><p>correção cirúrgica da catarata está associada a melhora na qualidade de vida em</p><p>idosos.</p><p>4. TATO</p><p>4.1. ASPECTOS GERAIS</p><p>O sistema sensorial somático é o conjunto de modalidades sensoriais</p><p>responsáveis pela percepção do: tato, pressão, vibração, propriocepção, dor e</p><p>sensações térmicas.</p><p>Os mecanorreceptores localizados na pele representam a maior parte dos</p><p>receptores do sistema sensorial somático e são responsáveis pela captação de</p><p>8</p><p>estímulos táteis, pressóricos e de vibração. Os receptores responsáveis pela</p><p>propriocepção estão presentes nas cápsulas articulares, tendões e musculatura.</p><p>4.1. FISIOLOGIA</p><p>Após estimulação dos receptores periféricos ocorre a condução</p><p>da informação</p><p>pelos neurônios da raiz medular ao sistema nervoso central, onde tais estímulos são</p><p>interpretados e passam por integração nos córtices somestésicos para que se</p><p>tornem sensações.</p><p>4.2. FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO</p><p>Com o avanço da idade, alterações sensoriais podem se manifestar, entre</p><p>elas a redução nas sensações de dor, temperatura, toque, vibrações e pressão,</p><p>parte dessas mudanças se dá devido ao processo de redução da microcirculação no</p><p>córtex cerebral, medula espinhal e receptores periféricos.</p><p>Diminuição da sensibilidade tátil: ocorre uma redução da densidade de</p><p>receptores e da função dos receptores táteis na pele. Isso diminui a capacidade de</p><p>perceber alguns estímulos leves.</p><p>Alterações nos nervos: o envelhecimento afeta a condução nervosa, ocorre a</p><p>degradação das fibras nervosas e diminuição da velocidade de condução.</p><p>Alterações no sistema nervoso central: o processamento e interpretação de</p><p>informações no cérebro também sofre modificações devido redução da massa de</p><p>áreas corticais relacionadas ao processamento dos estímulos táteis.</p><p>Além disso, alguma patologias podem interferir na fisiologia tátil, como</p><p>Diabetes Mellitus, infecções, doenças autoimunes.</p><p>5. AUDIÇÃO</p><p>5.1 ASPECTOS GERAIS</p><p>A perda auditiva associada ao envelhecimento refere-se à soma de perdas</p><p>auditivas resultantes da degeneração fisiológica causada por exposição ao ruído,</p><p>agentes ototóxicos e prejuízos causados por desordens e tratamentos médicos e</p><p>afeta cerca de 60% de todas as pessoas com idade acima de 65 anos.</p><p>9</p><p>A deficiência auditiva é uma das causas mais incapacitantes do</p><p>envelhecimento, impedindo o idoso de desempenhar seu papel na</p><p>sociedade.(Russo, 1996. p. 177).</p><p>Existem fatores interligados que conferem a ação fisiológica de ouvir às</p><p>atividades periféricas e aos processos do sistema nervoso central; quando um</p><p>desses mecanismos apresenta uma falha, pode ocorrer uma desordem auditiva.(Luz</p><p>SV, 2000).</p><p>Essa incapacidade auditiva, com o decorrer do tempo, acarreta também a</p><p>incapacidade comunicativa, e esta é claramente percebida com o isolamento do</p><p>idoso que, na maioria das vezes, torna-se depressivo.</p><p>A perda auditiva no idoso e sua consequente diminuição no processo de</p><p>comunicação nos levam a pensar nas várias causas que as acarretam, entre elas</p><p>temos a idade, problemas neurológicos, excesso de medicamentos, desordens</p><p>metabólicas e vasculares, doença renal e exposição ao ruído. (Lopes Filho, 1997).</p><p>A famosa surdez do idoso é causada pela perda de audição natural que</p><p>ocorre com o envelhecimento; esta alteração é chamada em medicina de</p><p>presbiacusia.</p><p>5.2 ANATOMIA</p><p>A orelha é o órgão da audição e do equilíbrio; trata-se de um órgão que</p><p>anatomicamente se divide em partes externa, média e interna.</p><p>5.2.1 Orelha externa</p><p>A orelha externa é formada pelo pavilhão auricular, que atua captando o som,</p><p>e pelo meato acústico externo, que conduz o som até a membrana timpânica. As</p><p>partes externa e média estão relacionadas principalmente com a transferência de</p><p>som para a orelha interna, que contém o órgão do equilíbrio e também da audição.</p><p>As principais estruturas que compõem a orelha externa são:</p><p>Pavilhão auricular - é a porção da orelha que se projeta externamente, nas</p><p>laterais do crânio, que além da sua funcionalidade também tem função estética uma</p><p>vez que é importante para a construção do rosto. A concha é a depressão mais</p><p>10</p><p>profunda e a margem elevada da orelha é a hélice. O trago é uma projeção</p><p>linguiforme superposta ao poro acústico externo. O lóbulo não cartilaginoso consiste</p><p>em tecido fibroso, gordura e vasos sanguíneos, sendo o principal local na introdução</p><p>de piercings.</p><p>Meato acústico externo - é um canal da orelha que segue internamente</p><p>através da parte timpânica do temporal, da orelha até a membrana timpânica, uma</p><p>distância de 2 a 3 cm em adultos . O terço lateral desse canal, que tem formato</p><p>ligeiramente sigmoide, é cartilaginoso e revestido por pele fina, contínua com a pele</p><p>da orelha. Os dois terços mediais do meato são ósseos e revestidos por pele fina e</p><p>contínua com a camada externa da membrana timpânica. Contém as glândulas</p><p>ceruminosas e sebáceas no tecido subcutâneo da parte cartilaginosa, responsáveis</p><p>pela síntese de cerume (cera de ouvido).</p><p>Membrana timpânica - tem cerca de 1 cm de diâmetro, sendo uma membrana</p><p>fina, oval e semitransparente na extremidade medial do meato acústico externo.</p><p>Essa membrana é uma divisória entre este meato e a cavidade timpânica da orelha</p><p>média. A membrana timpânica é coberta por pele fina externamente e a túnica</p><p>mucosa da orelha média internamente, esta movimenta-se em resposta às vibrações</p><p>do ar que atravessam o meato acústico externo e chegam até ela; esses</p><p>movimentos são transmitidos pelos ossículos da audição através da orelha média</p><p>até a orelha interna</p><p>5.2.2 Orelha média</p><p>Separada da orelha externa (ouvido externo) pela membrana timpânica, a</p><p>orelha média (ouvido médio) é uma cavidade preenchida por ar, situada no interior</p><p>da parte petrosa do osso temporal. A tuba faringotimpânica (trompa auditiva)</p><p>conecta a orelha média (ouvido médio) à nasofaringe, enquanto o antro mastoideo a</p><p>conecta às células mastoideas.</p><p>A cavidade da orelha média é a câmara estreita e cheia de ar que se insere</p><p>na parte petrosa do osso temporal. Ela possui duas partes: a cavidade timpânica</p><p>propriamente dita, o espaço diretamente interno à membrana timpânica, e o recesso</p><p>epitimpânico, o espaço superior à membrana.</p><p>11</p><p>A cavidade timpânica é revestida por túnica mucosa, contínua com o</p><p>revestimento da tuba auditiva, células mastóideas e antro mastoideo. As estruturas</p><p>da orelha média são:</p><p>Ossículos da audição - são pequenos ossos que formam uma cadeia móvel</p><p>dentro da cavidade timpânica, desde a membrana timpânica até a janela do</p><p>vestíbulo, uma abertura oval na parede labiríntica da cavidade timpânica que conduz</p><p>ao vestíbulo do labirinto ósseo.</p><p>Arranjam-se da seguinte maneira: o martelo fixa-se à membrana timpânica e</p><p>atua como alavanca. A cabeça do martelo articula-se com a bigorna, segundo</p><p>ossículo, que se articula com o estribo, o menor ossículo. A base do estribo</p><p>encaixa-se na janela do vestíbulo na parede medial da cavidade timpânica. Ela é</p><p>muito menor do que a membrana timpânica; consequentemente, a força vibratória</p><p>do estribo é aumentada em cerca de 10 vezes em relação à da membrana</p><p>timpânica. Assim, os ossículos da audição aumentam a força, mas diminuem a</p><p>amplitude das vibrações transmitidas da membrana timpânica através dos ossículos</p><p>para a orelha interna.</p><p>Músculos estapédio e tensor do tímpano - esses dois pequenos músculos</p><p>amortecem e resistem aos movimentos dos ossículos da audição; além disso, o</p><p>tensor do tímpano destaca-se por também amortecer os movimentos (vibração) da</p><p>membrana timpânica, enquanto o estapédio destaca-se por reduzir a amplitude</p><p>oscilatória e como resultado, impedir o movimento excessivo do estribo.</p><p>Nervo corda do tímpano - é um ramo do nervo craniano VII responsável pela</p><p>inervação local.</p><p>Plexo timpânico de nervos.</p><p>Tuba auditiva - comunica a cavidade timpânica à parte nasal da faringe (parte</p><p>superior da faringe ou nasofaringe), onde se abre posteriormente ao meato nasal</p><p>inferior. O terço posterolateral da tuba é ósseo e o restante é cartilaginoso, sendo</p><p>revestida por túnica mucosa, contínua posteriormente com a túnica mucosa da</p><p>cavidade timpânica e anteriormente com a túnica mucosa da parte nasal da faringe,</p><p>sua função da tuba auditiva é igualar a pressão na orelha média à pressão</p><p>12</p><p>atmosférica, permitindo, assim, o livre movimento da membrana timpânica, sem</p><p>danos ou colapso. Além disso, a tuba permite a entrada e a saída de ar da cavidade</p><p>timpânica, equilibrando a pressão nos dois lados da membrana.</p><p>A tuba auditiva é aberta por uma combinação de movimentos articulados do</p><p>músculo levantador do véu palatino quando este se contrai. Como se trata de um</p><p>músculo do palato mole, a equalização da pressão está comumente associada às</p><p>atividades de bocejar e deglutir.</p><p>5.2.3 Orelha interna</p><p>Contém o órgão vestibulococlear, estrutura que está relacionada com a</p><p>recepção do som e a manutenção do equilíbrio. A orelha interna fica embutida na</p><p>parte petrosa do osso temporal e é formada por sacos e ductos do labirinto</p><p>membranáceo.</p><p>Essa parte da orelha é formada por um labirinto membranáceo, que contém</p><p>endolinfa e que fica suspenso no labirinto ósseo, cheio de perilinfa. Esses líquidos</p><p>participam da estimulação dos órgãos de equilíbrio e audição, respectivamente.</p><p>5.3 FISIOLOGIA</p><p>Como o som é formado por ondas mecânicas, que se propagam molécula a</p><p>molécula, o meio ideal para que essa propagação ocorra é o meio sólido, pois as</p><p>moléculas estão juntas umas às outras. No meio líquido, as moléculas não estão tão</p><p>próximas e deslizam umas sobre as outras, sendo a propagação pior que no meio</p><p>sólido, mas ainda assim melhor que no meio gasoso, onde as moléculas estão</p><p>afastadas umas das outras. Ou seja, o meio pelo qual mais frequentemente</p><p>recebemos as ondas sonoras, o ar, é o pior meio para sua propagação.</p><p>Esse fato torna necessária uma espécie de amplificação para que o som seja</p><p>captado com clareza. Nesse momento, entra em cena a parte periférica do nosso</p><p>sistema auditivo, que é comumente dividido em 3 partes: a orelha externa, a orelha</p><p>média e a orelha interna. O adequado funcionamento dos componentes desses 3</p><p>compartimentos permite que nosso sistema nervoso receba a informação sonora.</p><p>Vamos ver como cada um deles funciona.</p><p>13</p><p>A fisiologia auditiva abrange os processos intrincados que permitem aos</p><p>humanos perceber e interpretar o som. Central para esse processo é o sistema</p><p>auditivo, que é dividido em componentes periféricos e centrais. O sistema auditivo</p><p>periférico inclui o ouvido externo, o ouvido médio e o ouvido interno, cada um</p><p>desempenhando um papel crucial na captura e transmissão de ondas sonoras para</p><p>o cérebro. O ouvido externo, compreendendo a aurícula e o canal auditivo, canaliza</p><p>as ondas sonoras em direção à membrana timpânica (tímpano). As vibrações do</p><p>tímpano são então transferidas para os ossículos (martelo, bigorna e estribo) no</p><p>ouvido médio. Esses pequenos ossos amplificam as vibrações sonoras e as</p><p>transmitem para a janela oval da cóclea no ouvido interno (Yasumura et al., 2021).</p><p>Na cóclea, as vibrações sonoras induzem ondas nas câmaras cocleares</p><p>cheias de fluido, levando ao deslocamento da membrana basilar e à estimulação das</p><p>células ciliadas no órgão de Corti. As células ciliadas, dispostas em duas fileiras,</p><p>convertem vibrações mecânicas em sinais elétricos por meio do movimento de seus</p><p>estereocílios. Esse processo é conhecido como mecanotransdução. As respostas</p><p>das células ciliadas geram potenciais de ação que são transmitidos pelo nervo</p><p>auditivo para o tronco cerebral (Nicolas et al., 2023). Estudos recentes avançaram</p><p>nossa compreensão de como diferentes frequências são codificadas por várias</p><p>regiões da cóclea, com altas frequências detectadas na base e baixas frequências</p><p>no ápice (Zhao et al., 2022).</p><p>Uma vez que os sinais elétricos chegam ao tronco cerebral, eles viajam por</p><p>uma rede complexa de vias auditivas até o córtex auditivo no lobo temporal do</p><p>cérebro. Aqui, as informações auditivas são processadas, permitindo a percepção do</p><p>tom, volume e localização do som. Pesquisas recentes enfatizaram o papel do</p><p>complexo olivar superior e do colículo inferior na localização sonora e na consciência</p><p>espacial (Pang et al., 2023).</p><p>Essas estruturas integram pistas binaurais para determinar a direção e a</p><p>distância das fontes sonoras, destacando a natureza sofisticada do processamento</p><p>auditivo. Entender a fisiologia auditiva tem implicações significativas para o</p><p>tratamento de distúrbios auditivos. Avanços na neurociência e tecnologia auditiva</p><p>levaram ao desenvolvimento de aparelhos auditivos e implantes cocleares mais</p><p>eficazes. Pesquisas em andamento continuam a explorar terapias genéticas e</p><p>14</p><p>dispositivos neuroprotéticos voltados para a restauração da função auditiva e</p><p>melhoria das experiências auditivas para indivíduos com deficiência auditiva (Xie et</p><p>al., 2024).</p><p>À medida que nos aprofundamos nas complexidades da fisiologia auditiva,</p><p>podemos antecipar inovações contínuas que melhoram tanto nossa compreensão</p><p>quanto o gerenciamento da saúde auditiva.</p><p>5.4 Presbiacusia</p><p>É a causa mais comum de perda auditiva em idosos, é definida como a soma</p><p>de perdas auditivas que resultam de múltiplas degenerações fisiológicas, incluindo</p><p>prejuízos causados pela exposição ao ruído, agentes ototóxicos e prejuízos</p><p>causados por desordens e tratamentos médicos. Outra possível causa seria a</p><p>predisposição do indivíduo geneticamente determinada para a perda auditiva</p><p>ocorrida pela idade.</p><p>A presbiacusia é caracterizada por alteração no órgão auditivo e/ou vias</p><p>auditivas decorrentes do processo de envelhecimento. Nesta, ocorre a perda</p><p>auditiva do tipo neurossensorial, bilateral e simétrica, comprometendo inicialmente</p><p>frequências altas (detecção dos sons agudos) e a discriminação da fala.</p><p>Ela pode ocorrer a partir de lesão de células sensoriais do órgão da corte,</p><p>com perda para sons de alta frequência nos neurônios aferentes, com perda na</p><p>capacidade de discriminar palavras na estreia, vascular com redução do volume do</p><p>sono ouvido, na membrana basilar, com perda de mais de 50% de decibéis em todas</p><p>as frequências, ou no sistema nervoso central, com dificuldade de compreender o</p><p>som que é ouvido.</p><p>O tratamento da presbiacusia geralmente envolve o uso de aparelhos</p><p>auditivos, que ajudam a amplificar os sons e melhorar a clareza auditiva. Além disso,</p><p>estratégias de reabilitação auditiva e terapia ocupacional podem ser benéficas para</p><p>ajudar os pacientes a se adaptarem às mudanças auditivas e a melhorar a sua</p><p>comunicação. Embora a presbiacusia seja uma parte natural do envelhecimento, a</p><p>intervenção precoce e o acompanhamento adequado são essenciais para minimizar</p><p>15</p><p>seus impactos. Estudos recentes também destacam a importância de pesquisas</p><p>contínuas para desenvolver novas abordagens terapêuticas e tecnologias que</p><p>possam oferecer melhores resultados para os afetados (Lin & Ferrucci, 2012).</p><p>6. ENVELHECIMENTO CARDIOVASCULAR</p><p>O envelhecimento cardiovascular envolve uma série de mudanças estruturais</p><p>e fisiológicas graduais que ocorrem no sistema cardiovascular à medida que</p><p>envelhecemos. O ventrículo esquerdo, em particular, tende a ficar mais espesso com</p><p>a idade devido à maior carga de trabalho que ele deve suportar ao longo do tempo.</p><p>Essa hipertrofia ventricular pode levar a uma capacidade diastólica reduzida do</p><p>coração, pois o tecido cardíaco se torna mais rígido e menos elástico, dificultando a</p><p>contração e o relaxamento eficientes. Isso pode resultar em um declínio na função</p><p>diastólica e um aumento na pressão arterial.</p><p>À medida que envelhecemos, as artérias tendem a perder elasticidade, um</p><p>processo conhecido como arteriosclerose. Isso aumenta a resistência ao fluxo</p><p>sanguíneo e pode resultar em hipertensão. Além disso, o acúmulo de lipídios e</p><p>outras substâncias nas paredes arteriais (aterosclerose) se torna mais comum com a</p><p>idade, o que pode levar a doenças cardíacas. Além disso, a frequência cardíaca</p><p>máxima diminui, o que pode reduzir a capacidade do corpo de aumentar o débito</p><p>cardíaco em resposta ao exercício físico ou estresse. O envelhecimento também</p><p>diminui a resposta do corpo a mudanças na pressão arterial, o que pode contribuir</p><p>para problemas como hipotensão ortostática.</p><p>Com o tempo, o sistema de condução elétrica do coração pode degenerar,</p><p>aumentando a predisposição a arritmias, como a fibrilação atrial.</p><p>7. ENVELHECIMENTO ENDÓCRINO</p><p>O sistema endócrino, responsável por regular várias funções corporais por</p><p>meio da produção hormonal, passa por mudanças significativas à medida que</p><p>envelhecemos. Essas mudanças podem afetar o metabolismo, o crescimento, a</p><p>reprodução e a homeostase geral. A fisiologia do envelhecimento endócrino é</p><p>caracterizada por alterações nos níveis hormonais, na sensibilidade</p><p>do receptor e na</p><p>16</p><p>eficiência dos mecanismos de feedback, todos os quais contribuem para o processo</p><p>de envelhecimento e doenças relacionadas à idade.</p><p>O eixo hipotálamo-hipófise é um regulador crucial do sistema endócrino, e sua</p><p>função diminui com a idade. O hipotálamo produz menos hormônio liberador de</p><p>gonadotrofina (GnRH), resultando na diminuição da produção de hormônios sexuais</p><p>como estrogênio e testosterona. Esse declínio está associado à menopausa em</p><p>mulheres e à andropausa em homens, ambas com impactos fisiológicos e</p><p>psicológicos significativos.</p><p>O envelhecimento afeta significativamente a produção de hormônios sexuais.</p><p>Nas mulheres, a menopausa marca um declínio acentuado nos níveis de estrogênio</p><p>e progesterona, levando a vários sintomas, como ondas de calor, alterações de</p><p>humor e risco aumentado de osteoporose. Nos homens, os níveis de testosterona</p><p>diminuem gradualmente, levando a sintomas de andropausa, incluindo redução da</p><p>massa muscular, fadiga e distúrbios de humor.</p><p>Uma das alterações endócrinas mais significativas com o envelhecimento é o</p><p>declínio da função pancreática e o desenvolvimento de resistência à insulina. As</p><p>células beta no pâncreas podem perder sua capacidade de produzir insulina</p><p>suficiente em resposta à glicose, levando à tolerância à glicose prejudicada e a um</p><p>risco aumentado de diabetes tipo 2. A resistência à insulina, onde as células do</p><p>corpo se tornam menos responsivas à insulina, também é mais prevalente em</p><p>adultos mais velhos. Essa condição contribui para a síndrome metabólica, um</p><p>conjunto de condições que aumentam o risco de doenças cardiovasculares.</p><p>8. ENVELHECIMENTO RESPIRATÓRIO</p><p>À medida que os indivíduos envelhecem, ocorrem mudanças fisiológicas</p><p>significativas no sistema respiratório, impactando sua função e eficiência. Uma das</p><p>principais mudanças envolve o declínio da elasticidade pulmonar e da complacência</p><p>da parede torácica. Os pulmões perdem suas fibras elásticas, o que resulta em uma</p><p>diminuição na capacidade de retração durante a expiração. Essa perda de</p><p>elasticidade leva a uma redução no fluxo de ar máximo e a um aumento no volume</p><p>residual de ar nos pulmões. Além disso, a parede torácica fica mais rígida devido à</p><p>17</p><p>calcificação das cartilagens das costelas e ao enfraquecimento dos músculos</p><p>intercostais, comprometendo ainda mais a mecânica respiratória (Weiss et al., 2020).</p><p>Essas mudanças contribuem coletivamente para uma diminuição na capacidade de</p><p>ventilar efetivamente e limpar o muco, o que pode predispor os adultos mais velhos</p><p>a infecções e complicações respiratórias.</p><p>Em adultos mais velhos, a eficiência da troca gasosa também diminui. Os</p><p>alvéolos, onde ocorrem as trocas gasosas, sofrem mudanças estruturais, incluindo o</p><p>afinamento das paredes alveolares e uma diminuição na área de superfície. Essas</p><p>alterações reduzem a capacidade do oxigênio de se difundir na corrente sanguínea</p><p>e o dióxido de carbono de ser expelido dela. O declínio na área da superfície</p><p>alveolar é agravado pela densidade capilar pulmonar reduzida, o que limita a</p><p>eficácia da troca de oxigênio-dióxido de carbono (Elder et al., 2021). Essa eficiência</p><p>diminuída da troca gasosa geralmente resulta em níveis mais baixos de oxigênio no</p><p>sangue e um risco aumentado de hipoxemia, especialmente durante esforço físico</p><p>ou na presença de doenças respiratórias.</p><p>Além disso, o envelhecimento afeta os centros de controle respiratório no</p><p>cérebro e a capacidade de resposta dos músculos respiratórios. Os mecanismos</p><p>centrais de controle respiratório tornam-se menos sensíveis a mudanças nos níveis</p><p>de dióxido de carbono no sangue, o que pode prejudicar a regulação automática da</p><p>respiração. Além disso, a força e a resistência dos músculos respiratórios, incluindo</p><p>o diafragma e os músculos acessórios, tendem a diminuir com a idade. Essa</p><p>redução na força muscular contribui para uma menor reserva ventilatória e pode</p><p>dificultar que adultos mais velhos respondam ao aumento das demandas</p><p>respiratórias, como durante doenças ou atividades físicas intensas (Gosker et al.,</p><p>2019). Esses efeitos combinados de redução da força muscular respiratória,</p><p>mecanismos de controle alterados e função pulmonar diminuída ressaltam a</p><p>importância de cuidados respiratórios personalizados e programas de exercícios</p><p>para mitigar o impacto do envelhecimento na saúde respiratória.</p><p>9. IMUNIDADE E ENVELHECIMENTO</p><p>A imunidade obedece a princípios biológicos fundamentais como a carga</p><p>genética individual e a influência do meio. à medida que uma pessoa envelhece,</p><p>este binômio sofrerá interferências que tornarão este sistema de defesa um tanto</p><p>18</p><p>disfuncional, especialmente em situações de limite estressor, seja ele de ordem</p><p>física e/ou emocional.</p><p>Vale ressaltar que existe uma diferença importante entre o envelhecimento</p><p>natural, fisiológico do sistema imune, conhecido como imunossenescência, e o limite</p><p>das alterações imunológicas causadas pela presença de doenças crônicas mais</p><p>frequentes na idade avançada.</p><p>Ao longo da vida ocorre uma diminuição progressiva da reserva funcional do</p><p>organismo, igual em todos os sistemas e inerente ao processo de envelhecimento</p><p>(senescência), culminando em limitações também na resposta de defesa. Desse</p><p>modo, as modificações do comportamento imunológico decorrentes do</p><p>envelhecimento reduzirão a capacidade de resposta diante de uma infecção,</p><p>levando a uma maior vulnerabilidade oncológica e autoimune, além de poder</p><p>diminuir a resposta às vacinas. Isso implica aumento da mortalidade e morbidade</p><p>por doenças infecciosas, autoimunes e neoplasias.</p><p>A imunossenescência, corresponde ao envelhecimento imunológico traduzido</p><p>por um conjunto de modificações tanto na resposta inata quanto na adquirida, as</p><p>quais podem ocorrer em uma ou várias etapas do caminho de ativação celular,</p><p>resultando em menor eficiência do sistema de defesa e em um aumento à</p><p>propensão e a gravidade de doenças infecciosas, autoimunes e neoplásicas.</p><p>A marca do envelhecimento é o progressivo declínio dos três maiores</p><p>sistemas de comunicação do corpo: o imune, o endócrino e o nervoso. Embora</p><p>tenha sido aceito por muito tempo que a imunidade inata fosse menos atingida com</p><p>o envelhecimento, os estudos mais recentes demonstram a existência de</p><p>importantes alterações também nesta esfera de defesa. Entre os componentes da</p><p>imunidade inata, os neutrófilos, que apresentam um papel importante na defesa</p><p>primária contra fungos e bactérias, e fazem parte das etapas de ativação são</p><p>afetados no envelhecimento, reduzindo seu potencial microbicida como também sua</p><p>interação com o sistema da imunidade adquirida. A capacidade fagocitária e, em</p><p>alguns estudos também, a capacidade quimiotática estão reduzidas, dando mais</p><p>tempo à multiplicação bacteriana aumentando o dano tecidual (liberação de enzimas</p><p>proteolíticas).</p><p>19</p><p>Além disso, alterações também são observadas em células apresentadoras</p><p>de antígenos, diminuindo a interação entre os dois tipos de defesas, além de uma</p><p>eficácia reduzida de células NK, importantes na defesa viral e oncológica. De forma</p><p>geral, a imunidade se torna comprometida e expondo o paciente idoso à uma maior</p><p>vulnerabilidade de infecção de diversas formas.</p><p>10.ENVELHECIMENTO E MASSA MUSCULAR</p><p>A sarcopenia ou perda de massa muscular, deve ser avaliado sob uma</p><p>perspectiva de um modelo contínuo de vida, que deve ser observada desde o</p><p>nascimento do indivíduo. O pico de massa muscular em indivíduo saudável ocorre</p><p>por volta dos 25 anos de idade e assim como a força, a massa muscular é</p><p>praticamente mantida entre os 25 e 50 anos, com redução de apenas 5% no número</p><p>de fibras musculares e cerca de 10% no tamanho das fibras.</p><p>Entretanto, entre os 50 e os 80 anos de idade ocorre uma maior perda da</p><p>massa muscular, onde o número de fibras sofre redução de 35%, enquanto o</p><p>tamanho das fibras é reduzido em cerca de 30%. É interessante notar que, ao</p><p>contrário da redução do número de fibras que ocorre na mesma proporção entre as</p><p>fibras de contração lenta (tipo I) e as</p><p>fibras de contração rápida (tipo II), a diminuição</p><p>do tamanho das fibras ocorre predominantemente entre as do tipo II.</p><p>Apesar de muita controvérsia quanto à classificação da sarcopenia como uma</p><p>patologia, sabe-se que é uma síndrome caracterizada por progressiva e</p><p>generalizada perda de massa e função muscular com risco de eventos adversos</p><p>como incapacidade física, perda da qualidade de vida e morte. Porém, alguns</p><p>autores têm argumentado que o termo “dinapenia” se encaixaria melhor para</p><p>descrever a perda de força e função muscular associada ao envelhecimento,</p><p>contudo o termo sarcopenia já é amplamente reconhecido e substituí-lo poderia</p><p>causar mais confusão.</p><p>Ademais, múltiplos fatores de risco e vários mecanismos contribuem para o</p><p>desenvolvimento da sarcopenia, sendo os principais: a falta de atividade física, a</p><p>baixa ingesta calórica e proteica, assim como modificações hormonais e alterações</p><p>nos níveis de citocinas que ocorrem a partir do envelhecimento. Alterações no</p><p>20</p><p>remodelamento do tecido muscular, perda de neurônios motores-alfa, além de</p><p>alterações no recrutamento de células musculares e apoptose são mecanismos que</p><p>contribuem para a patogênese da sarcopenia. Além disso, fatores genéticos também</p><p>podem ter papel importante na explicação das diferenças entre força e desempenho</p><p>muscular de cada indivíduo.</p><p>Independente dos fatores de riscos e dos mecanismos pelos quais ocorreu a</p><p>perda de massa muscular, essa condição determina diretamente a qualidade de vida</p><p>do indivíduo idoso, bem como sua maior vulnerabilidade às quedas e traumas físicos</p><p>que podem desencadear uma série de consequências sistêmicas. Portanto, a</p><p>atenção ao fato do paciente perder massa muscular deve ser sempre uma prioridade</p><p>do profissional da saúde a fim de reduzir e minimizar os danos à saúde do idoso.</p><p>11. ENVELHECIMENTO E SISTEMA NERVOSO</p><p>O processo de envelhecimento do sistema nervoso envolve várias alterações</p><p>fisiológicas que afetam tanto a estrutura quanto a função. À medida que as pessoas</p><p>envelhecem, os neurônios reduzem em número e desempenho, resultando em uma</p><p>redução do volume cerebral, especialmente no córtex cerebral e no hipocampo.</p><p>Essa queda de neurônios compromete funções como memória, aprendizagem e</p><p>rapidez de processamento. As conexões neuronais também se reduzem, o que</p><p>pode dificultar a comunicação interna do cérebro. Além disso, há uma redução na</p><p>produção de neurotransmissores como dopamina e acetilcolina, o que contribui para</p><p>reflexos lentificados, menor coordenação motora e possíveis alterações de humor. O</p><p>sistema nervoso envelhecido também demonstra uma capacidade restrita de reparo</p><p>e regeneração, tornando-se mais vulnerável a doenças neurodegenerativas como</p><p>Alzheimer e Parkinson. Em resumo, essas mudanças fisiológicas levam a um</p><p>declínio nas funções cognitivas e motoras, embora a extensão e o impacto possam</p><p>variar significativamente entre as pessoas.</p><p>12.ENVELHECIMENTO E SISTEMA DIGESTÓRIO</p><p>A fisiologia do envelhecimento do sistema digestório envolve uma série de</p><p>alterações estruturais e funcionais. Essas modificações podem afetar diferentes</p><p>21</p><p>partes do trato gastrointestinal e estão associadas a uma redução da eficácia</p><p>digestiva e na absorção de nutrientes.</p><p>Boca e Esôfago: Com o envelhecimento, pode haver uma redução na</p><p>produção de saliva (xerostomia), o que dificulta a mastigação e a deglutição. Desse</p><p>modo, a motilidade do esôfago pode reduzir, resultando em uma maior ocorrência de</p><p>refluxo gastroesofágico.</p><p>Estômago: A produção de ácido clorídrico e enzimas digestivas pode diminuir,</p><p>o que afeta a digestão de proteínas e a absorção de algumas vitaminas, como a</p><p>B12. A motilidade do estômago também pode ser reduzida, causando sensação de</p><p>plenitude e lentificação do esvaziamento gástrico.</p><p>Intestino Delgado: Embora as funções de absorção do intestino delgado</p><p>sejam em grande parte preservadas, pode haver uma diminuição na absorção de</p><p>alguns nutrientes.</p><p>Intestino Grosso: A motilidade intestinal tende a diminuir com o</p><p>envelhecimento, levando a um movimento intestinal mais lento, consequentemente,</p><p>a um aumento da constipação.</p><p>Fígado e Pâncreas: A função hepática geralmente é preservada, mas o fluxo</p><p>sanguíneo hepático pode diminuir, alterando o metabolismo de drogas e outras</p><p>substâncias. O pâncreas pode apresentar uma redução na produção de enzimas</p><p>digestivas e de insulina, o que pode contribuir para a digestão inadequada e para o</p><p>controle glicêmico.</p><p>Essas mudanças no sistema digestório são normais no envelhecimento, mas</p><p>podem ser exacerbadas por fatores como dieta inadequada, sedentarismo e</p><p>doenças crônicas. É importante, portanto, monitorar a saúde digestiva em idosos</p><p>para prevenir complicações e promover uma melhor qualidade de vida.</p><p>22</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>1. Elder, D. H., et al. (2021). "Alterações relacionadas à idade na função</p><p>pulmonar: implicações para o tratamento de doenças respiratórias em adultos</p><p>mais velhos." *Medicina Clínica*, 21(4), 292-298.</p><p>2. Gosker, H. R., et al. (2019). "Função muscular respiratória em adultos mais</p><p>velhos: implicações para exercícios e reabilitação." *Journal of Geriatric</p><p>Physical Therapy*, 42(2), 78-85.</p><p>3. Lin, F. R., & Ferrucci, L. (2012). Hearing Loss and Cognitive Decline in Older</p><p>Adults. JAMA, 307(11), 1147-1154.</p><p>4. Lopes Filho OC. Deficiência auditiva. In: Lopes Filho OC, editor. Tratado de</p><p>fonoaudiologia. São Paulo: Roca; 1997. p. 3-24.</p><p>5. Luz SV, Pereira LD. Teste de escuta dicótica utilizando dígitos em indivíduos</p><p>idosos. Acta AWHO 2000;19:180-4.</p><p>6. Nicolas, R., Smith, L., & Garcia, T. (2023). Mecanotransdução em células</p><p>ciliadas cocleares: avanços recentes e direções futuras. Hearing Research,</p><p>419, 108472. https://doi.org/10.1016/j.heares.2022.108472</p><p>7. Pang, K. C., Liu, Y., & Wang, L. (2023). Localização sonora e processamento</p><p>espacial no tronco cerebral auditivo. Journal of Neuroscience Research,</p><p>101(4), 915-927. https://doi.org/10.1002/jnr.25253</p><p>8. Russo ICP, Almeida K. Considerações sobre a seleção e adaptação de</p><p>próteses auditivas para idoso. In: Almeida K, Iório MCM. Próteses auditivas:</p><p>fundamentos teóricos e aplicações clínicas. São Paulo: Lovise; 1996. p.</p><p>177-9.</p><p>9. Sociedade Brasileira de Oftalmologia; Publicado em 24 de janeiro de 2022;</p><p>https://sbop.com.br/anatomia-do-olho/; acesso em 23/08/2024.</p><p>10.Tratado de Geriatria e Gerontologia. Freitas, E.V.; Py, L.; Neri, A. L.; Cançado,</p><p>F. A. X.C.; Gorzoni, M.L.; Doll, J. 4ª. Edição. Grupo Editorial Nacional (GEN),</p><p>2016.</p><p>11.Weiss, J. E., et al. (2020). "Impacto do envelhecimento na mecânica e função</p><p>respiratória." *Respiratory Medicine*, 164, 105951.</p><p>12. Xie, R., Liu, J., & Zhang, X. (2024). Inovações na restauração auditiva: de</p><p>implantes cocleares à terapia genética. Hearing Research, 449, 108756.</p><p>https://doi.org/10.1016/j.heares.2023.108756</p><p>23</p><p>13. Yasumura, Y., Hayashi, Y., & Nakayama, Y. (2021). O papel do ouvido externo</p><p>e do ouvido médio na transmissão sonora e na audição. Audiology &</p><p>Neurotology, 26(3), 200-210. https://doi.org/10.1159/000514308</p><p>14.Zhao, L., Yang, J., & Zhang, J. (2022). Codificação de frequência na cóclea:</p><p>uma revisão de descobertas recentes. Frontiers in Neuroscience, 16, 872193.</p><p>https://doi.org/10.3389/fnins.2022.872193</p>

Mais conteúdos dessa disciplina