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<p>Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro</p><p>Centro de Ciências Jurídicas e Políticas</p><p>Ciência Política</p><p>Teoria das Relações Internacionais I</p><p>Docente: Enara Echart Muñoz</p><p>Discente: Jefferson Antonio Carneiro de Oliveira – matrícula 20151530013</p><p>1) Analise o surgimento e a evolução da disciplina de Teoria de Relações</p><p>Internacionais (sucessão de grandes debates e paradigmas) à luz dos</p><p>acontecimentos no contexto internacional. Que fatos internacionais influíram as</p><p>mudanças teóricas e os grandes debates da disciplina? Como se relacionam as</p><p>TRI com o contexto internacional?</p><p>Partindo do pressuposto que a política nacional não se encontra isolada do contexto</p><p>regional e internacional, “(...) as relações internacionais têm como foco as várias</p><p>atividades dos Estados-nação em suas relações externas”. (JACKSON & SORENSEN,</p><p>Introdução às Relações Internacionais. ZAHAR, 3ª ed. 2018. p. 27). Seguindo esse</p><p>raciocínio, se pode entender que o conjunto de Estados formam um Sistema de Estados</p><p>Internacional cuja extensão é global, embora independentes uns dos outros, partindo de</p><p>sua ideia de soberania.</p><p>O sistema de Estados compreende uma forma de organização da vida política</p><p>mundial. No entanto, a dinâmica que compreende às Relações Internacionais tem a sua</p><p>gênese no início da Era Moderna – Séc. XVI e XVII, inicialmente restritos ao continente</p><p>Europeu. Após a entrada dos Estados Unidos, passou a ser entendido como um Sistema</p><p>de Estados Ocidental. Nos séculos seguintes esse sistema foi se expandindo até abranger</p><p>todo o território global.</p><p>A importância do surgimento das Relações Internacionais e a sua evolução tem forte</p><p>impacto sobre os valores sociais básicos que, supostamente, os Estados (membros desse</p><p>Sistemas de Estados) devem proteger e garantir, sendo eles: a segurança, a liberdade, a</p><p>ordem, a justiça e o bem-estar. Todavia, esse sistema apresenta uma dinâmica ao qual a</p><p>própria independência entre os seus Estados componentes afeta o valor da segurança. E,</p><p>na ausência de um governo mundial dotado de um poder de coação, a segurança nacional</p><p>se torna o maior desafio para o equilíbrio de forças e a manutenção da paz mundial.</p><p>É por este caminho que as Relações Internacionais se desenvolve e, junto dela,</p><p>correntes de pensamento que visam explicar os seus aspectos mais fundamentais. Dentre</p><p>as teorias clássicas temos o “realismo”, o “liberalismo” e a “sociedade internacional”. O</p><p>realismo, de um modo geral, apresenta uma visão pessimista da natureza humana, ao qual</p><p>impera o individualismo, em vista que os seres humanos estão voltados para o seu próprio</p><p>bem-estar nas relações competitivas uns com os outros. Isso se observa na política e, não</p><p>diferentemente, na política internacional.</p><p>É com Hans Morgenthau que fica evidente a linha de raciocínio do realismo. Um</p><p>entendimento de que as relações internacionais são essencialmente conflituosas com forte</p><p>tendência de resolução dos mesmos por meio da guerra. Neste ponto, a segurança nacional</p><p>e a sobrevivência dos Estados compreendem os valores máximos a serem protegidos e</p><p>garantidos. Morgenthau entende que a busca pelo poder é a força motriz das RI e as</p><p>formas de alcançar é como determina a ação política dos Estados, as relações</p><p>internacionais constituem uma luta entre grandes potências pelo domínio e pela</p><p>segurança.</p><p>As duras críticas ao realismo advém da corrente que compreende a sociedade</p><p>internacional. Primeiramente considera limitada por sua característica unidimensional, no</p><p>mais, entende que o realismo não consegue entender que a política internacional tem</p><p>como característica inerente o constante diálogo entre as diferentes opiniões e</p><p>perspectivas dos Estados que compõem o Sistema de Estados. A sociedade internacional</p><p>tem como certeza que o realismo não é capaz de compreender todos os aspectos das</p><p>relações internacionais, visto que ignora muitas ações espontâneas de caráter humanitário</p><p>como é o caso da vontade de cooperação, também presente na natureza humana.</p><p>Todavia, converge no entendimento de que as relações internacionais permeiam o</p><p>zelo pelos valores sociais de segurança, e entende a sobrevivência como parte</p><p>indissociável do interesse nacional que, posteriormente, suas ações nortearão a política</p><p>internacional. Nesse sentido, reconhece a presença do estado de natureza humana que</p><p>tende ao egoísmo e a beligerância. Os esforços da sociedade internacional são de</p><p>promover a ações cooperativas em meio a um cenário anárquico das relações</p><p>internacionais.</p><p>A teoria liberal tem como argumento geral a modernização e a interdependência</p><p>econômica. Do ponto de vista da modernização compreende uma crescente necessidade</p><p>do que é proveniente do exterior, seja produtos, serviços, crédito, tecnologia, etc. Quanto</p><p>ao prisma da interdependência promove mudanças nas relações entre os Estados, o direito</p><p>internacional ascende em detrimento das guerras e do uso da força. Deste modo, pode-se</p><p>compreender o grande debate promovido entre o liberalismo e o realismo.</p><p>Enquanto o realismo paira acerca da política de poder, ao qual a segurança nacional</p><p>do Estados é o valor primordial a ser defendido e garantido e, assim sendo, observa-se</p><p>um comportamento anárquico no Sistema de Estados que, por sua vez, em vista do seu</p><p>estado de natureza humana tende aos conflitos e a guerra. O liberalismo, de um modo</p><p>geral, tem o direito internacional ferramenta organizadora e provedora de uma</p><p>interdependência a fim de elevar a cooperação entre os Estados, no intuito de promover</p><p>a paz.</p><p>Por conseguinte, no período pós-45 e, por meio da reformulação do pensamento</p><p>liberal, dessa vez sem o aspecto de idealismo, promoveu-se um novo embate entre o então</p><p>chamado “neoliberalismo” e o realismo. Todavia, sob um aspecto comportamental, ou</p><p>seja, behaviorista. Essa corrente esforçou-se em demonstrar aos realistas como a</p><p>integração conseguiu se manter, por meio de ações de cooperação. A teoria liberal no</p><p>prisma sociológico busca incentivar o fluxo transnacional de valores, do ponto de vista</p><p>da interdependência promovem a cooperação, no âmbito institucional fortalece as</p><p>instituições internacionais e no aspecto republicano, demonstra que as democracias</p><p>liberais estabeleceram um equilíbrio entre elas na promoção da paz.</p><p>A ilustração mostra o aumento de países admitidos à Organização das Nações Unidas,</p><p>ao qual se verifica uma grande anuência dos Estados no período pós-45, com a adesão de</p><p>49 países e, com o passar das décadas percebe-se a entrada de outros. É importante frisar</p><p>que o período de criação se inaugura o período da Guerra Fria, momento de bipolarização</p><p>entre os países ocidentais de economias capitalistas, capitaneados pelos Estados Unidos</p><p>e do outro lado, os países de economia planificada (socialistas) cuja liderança era</p><p>representada pela União Soviética.</p><p>Nota-se uma tendência nas adesões dos países e um fortalecimento da ONU para o</p><p>gerenciamento de conflitos desse sistema de nações. No mais, o fim dessa bipolarização,</p><p>fato este que se deu após meados da década de 80, com o fim da União Soviética, não foi</p><p>capaz de assegurar uma hegemonia irrestrita dos Estados Unidos em todos os aspectos.</p><p>No mais, é o período que despontam as correntes, tais como o da Economia Política</p><p>Internacional, um esforço no sentido de desenvolver estudos sistematizados sobre os</p><p>problemas internacionais, haja vista o fim da bipolarização não garantiu que os Estados</p><p>Unidos se firmassem como uma potência inabalável em todos os aspectos relevantes,</p><p>verifica-se, portanto, um mundo globalizado composto por inúmeras forças relevantes</p><p>oriundas de diferentes potências, dissolvendo o sistema outrora imposto por Bretton</p><p>Woods.</p><p>2) Apresente e discuta a premissa da anarquia em base às diferentes Teorias de</p><p>Relações Internacionais analisadas. É válida para entender a realidade</p><p>internacional atual? Quais são as críticas a essa visão da realidade internacional</p><p>desde outras Teorias de Relações Internacionais?</p><p>A premissa da anarquia nas relações internacionais compreende um raciocínio que</p><p>entende a ordem mundial como um posto de liderança. Deste modo, não existe um</p><p>governo universal, dotado de poder de coação e/ou coerção capaz de resolver as rusgas</p><p>entre os Estados-nação.</p><p>O entendimento da anarquia à luz das relações internacionais é o seu ponto de partida,</p><p>e a aplicação desse conceito difere da forma utilizada na política, que remete ao caos, a</p><p>desordem, etc. A compreensão de anarquia em RI consolida à falta de autoridade superior</p><p>aos Estados na ordem internacional.</p><p>Partindo da premissa que a ordem internacional é anárquica, em alusão a concepção</p><p>Hobbesiana, a anarquia em RI pode ser então entendida na lógica que os Estados são os</p><p>atores internacionais mais importantes, porque não existe autoridade acima deles. Deste</p><p>modo, dentre os grandes debates entre as correntes de pensamento, temos a idealista e a</p><p>realista. Em Hobbes observamos o estado de natureza humana, uma visão de</p><p>característica pessimista na qual os Estados vivem em guerra permanente.</p><p>Para os neoliberais, já afastado o seu aspecto de idealismo, a cooperação econômica</p><p>pode superar problemas de coordenação onde acordo substancial sobre as soluções já</p><p>existe e onde as instituições internacionais podem ser configuradas para criar expectativas</p><p>confiáveis. Isso promove o fortalecimento dessas instituições sem detrimento das</p><p>soberanias nacionais e dos esforços individuais (ou seja, de cada estado) em proteger e</p><p>garantir os valores sociais básicos que norteiam a Teoria das Relações Internacionais (a</p><p>segurança, a liberdade, a ordem, a justiça e o bem-estar).</p><p>No mais, entre o realismo e o neorrealismo a concepção de anarquia apresenta uma</p><p>diferença fundamental que se expressa na forma como se encara o poder: enquanto para</p><p>o primeiro o poder é um elemento em si e por si, para os neorrealistas ele está ligado à</p><p>distribuição das capacidades dos Estados. Entretanto, no embate de ideias entre os</p><p>realistas e os liberais, que convergem na compreensão de que as relações internacionais</p><p>decorrem de um sistema anárquico, mas os liberais diferem na ideia de que a anarquia</p><p>conduz a um sistema internacional conflituoso, pela lógica da cooperação entre os</p><p>Estados. Os liberais veem uma possibilidade de mudança na falta de ordem anárquica,</p><p>acreditando que os Estados devem criar essa ordem numa lógica cooperativa.</p><p>Para Morgenthau, o contraste entre o poder das nações e a impossibilidade de se</p><p>controlar a política internacional, esses dois aspectos geram uma ingovernabilidade nas</p><p>relações internacionais que conduz à anarquia. Deste modo, Nogueira e Mezzari</p><p>corroboram com Morgenthau ao afirmar que o Estado define o interesse nacional, e este</p><p>pode ser traduzido em termos de poder e, consequentemente, norteiam as ações de sua</p><p>política externa.</p><p>Para Krasner, os regimes internacionais oferecem mais possibilidades de cooperação.</p><p>Ele parte da premissa que a construção da ideia de anarquia marca uma centralização</p><p>construtiva e necessária para a produção de debates consistentes no âmbito das relações</p><p>internacionais. Todavia, entende que ainda se faz presente o constante estado de</p><p>beligerância entre os Estados-nações como uma característica inerente do sistema</p><p>anárquico das relações internacionais. Mas dá crédito ao direito internacional e ao</p><p>fortalecimento das instituições globais para a resolução dos conflitos e a busca</p><p>permanente pela paz.</p><p>Bibliografia:</p><p>JACKSON, ROBERT & SORENSEN, Georg. Introdução às Relações Internacionais. 3ª</p><p>Edição. Rio de Janeiro. ZAHAR. 2018.</p><p>MERLE, MARCEL. Sociologia das Relações Internacionais. 1ª Edição. Brasília. Editora</p><p>Universidade de Brasília. 1981.</p><p>NOGUEIRA, JOÃO PONTES. Teoria das relações internacionais: correntes e debates /</p><p>Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.</p><p>BOBBIO, MATTEUCCI, NICOLA e PASQUINO, GIANFRANCO. Dicionário de</p><p>Política: Volume II. 13ª Edição. Brasília. Editora Universidade de Brasília. 2016.</p><p>BATISTA, CRISTIANE & MUÑOZ, Enara Echart. Teoria e Prática da Política. 1ª</p><p>Edição. Curitiba. Appris. 2017.</p><p>KRASNER, Stephen D. “Causas Estruturais e Consequências dos Regimes</p><p>Internacionais: Regimes como Variáveis Intervenientes”. Rev. Sociol. Polít., Curitiba, v.</p><p>20, n. 42, p. 93-110, jun. 2012.</p><p>NOGUEIRA, João Ponte e MESSARI, Nizar. 2005. Teoria das Relações Internacionais:</p><p>Correntes e Debates. Rio de Janeiro: Elsevier.</p>

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