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Exame do Estado Mental do Paciente Prof. Me. Tiago H. Rodrigues Rocha 1 Aparência Significado amplo e poucas referências na bibliografia Cuidados básicos (higiene e estética) Adereços e vestimenta Formas de classificar: Cuidada / Desleixada Adequada Bizarra / Extravagante / Excêntrica Exibicionista 2 Aparência Nos principais transtornos mentais: Depressão: Roupas escuras e pouco cuidado Mania: Geralmente bizarro e exibicionita Raramente descuidados – quando acontece se dá devido o excesso de agitação Esquizofrenia: Descuidado (apatia); bizarro (hebefrenia e paranóia); Adornos como formas de condecoração Demência: Descuido Transtornos dissociativos/conversivos: Exibicionismo 3 Atitude Engloba: fala, gestos, mímica e demais movimentos corporais No exame psiquiátrico está relacionada à relação da entrevista Principais formas: cooperante, amistosa, confiança, interesse, não-cooperante, de oposição, hostil, de fuga, suspicaz (desconfiança), querelante, reivindicativa, arrogante, evasiva, invasiva, esquiva, inibida, desinibida, 4 Atitude Jocosa (piadas), irônica, lamuriosa, dramática, teatral, dramática, sedutora, pueril, gliscróide (grudento), simuladora, dissimuladora, indiferente, manipuladora, submissa, expansiva, amaneirada, reação de último momento. Entrevistador não deve provocar, pois a atitude deve ser espontânea Nos principais transtornos mentais: Mania: irônico, arrogante, hostil, expansiva, desinibida, jocosa. 5 Atitude Depressão: lamuriosa, indiferente Esquizofrenia: indiferença, oposição, hostil, fuga e desconfiança (paranóia), pueril (hebefrenia) Delirium, demência: indiferença devido à perturbação da consciência Retardo mental: pueril Epilepsia: gliscróide Histeria: teatralidade, sedução, dramaticidade, simulação, puerilidade e manipulação 6 Atitude Fobia social: inibição e evitação Transtorno delirante, transtorno de personalidade paranóide: querelante, reinvidicativa ou suspicaz Transtorno de personalidade anti-social: sedutor, manipulador e hostil Transtorno de personalidade Borderline: manipulador e hostil 7 Consciência (vigilância) Cum scientia (latim) tradução de syneidesis (grego) – uma ciência acompanha de outra ciência Jaspers – “o todo momentâneo da vida psíquica” Síntese ou integração de todos os processos mentais em determinado momento 8 Consciência Características: Vivência interna e atual Relacionada à distinção eu/não-eu Pode ser do eu ou do objeto Possui intencionalidade – dá significado às coisas Auto-reflexiva – Sujeito consciente de que é consciente Alterações quantitativas Da vigilância plena ao sono profundo 9 Consciência Alterações quantitativas patológicas Hiperlucidez ou hipervigilância – intoxicação por alucinógenos (cannabis, mescalina, LSD) e por anfetamina, mania, início da esquizofrenia. Aumento da intensidade de percepções com rebaixamento da capacidade de raciocínio e memória de fixação Rebaixamento do nível de consciência – da lucidez ao coma Dificuldade de introspecção e percepção do mundo vaga 10 Consciência Déficit global: atenção, orientação alopsíquica, pensamento, inteligência, sensopercepção, memória, afeto e psicomotricidade Termos comuns: Obnubilação, torpor, estado confusional, estado oniróide, estado comatoso, amência Estado confusional simples: Ausência de sintomas psicóticos Hipoprosexia (diminuição da atenção) Desorientação no tempo e espaço 11 Consciência Pensamento empobrecido e alentecido Dificuldade de compreensão e raciocínio Hipoestesia (alteração quantitativa da sensopercepção) Hipomnésia (memória) Apatia Inibição psicomotora Estado Confuso-oniróide Presença de sintomas psicóticos (ilusões) Dificuldade de concetração Desorientação têmporo-espacial 12 Consciência Desagregação do pensamento Dificuldade de compreensão e raciocínio Corresponde ao termo amência (Meynert 1890) Coma Abolição total da consciência Alterações qualitativas patológicas Estreitamento do campo de consciência Restrita a determinadas vivências: idéias, afetos, imagens ações Perda da capacidade de reflexão 13 Consciência Típica de estados crepusculares: epilepsia, intoxicação alcoólica patológica, dissociação histérica, estado hipnótico, etc. Exame da consciência: Expressão fisionômica; Alienação do mundo externo – desinteresse, dificuldade de apreensão Nos principais transtornos mentais Delirium – prejuízo cognitivo global com rebaixamento da consciência Reação orgânica metabólica causada por intoxicações, abstinência, infecções, etc. 14 Consciência Nos principais transtornos mentais: Esquizofrenia, transtornos do humor e demência – sujeito com lucidez de consciência Epilepsia : Grande mal e ausência simples: abolição temporária Pós-comicial: rebaixamento Alcoolismo: rebaixamento e delirium tremens Narcolepsia: ataques de sono Transtornos dissociativos (histeria conversiva): estados crepusculares 15 Atenção Definição: Consciência direcionada para determinado estímulo externo ou interno Importante na fixação de novas informações como para evocar antigas Interesse influencia diretamente Intimamente relacionada com a consciência Se não há lucidez de consciência a atenção fica prejudicada, porém atenção pode estar alterada mesmo com o nível de consciência normal. 16 Atenção Necessária para recuperação de conteúdos à consciência Atenção Voluntária – esforço intencional Atenção Espontânea – não-intencional e inesperado Tenacidade – capacidade de manter a atenção Mobilidade – capacidade de desviar a atenção 17 Atenção Alterações quantitativas: Hipoprosexia: diminuição global que afeta a tenacidade Estados de fadiga, sonolência e tédio Aprosexia: abolição da atenção: sono, coma, etc. Alterações qualitativas: Genericamente chamadas de paraprosexias ou disprosexias – Tenacidade e mobilidade desviam-se em sentidos opostos 18 Atenção Rigidez: hipertenacidade e hipomobilidade Quando dirigida para um objeto interno causa estado de ensimesmamento Labilidade: incapaz de manter a atenção. Atenção espontânea predomina Exame da atenção: Observação da mímica e do comportamento Olhar do paciente Demora na resposta 19 Atenção Nos principais transtornos mentais: Mania: Hipermobilidade e hipotenacidade Depressão: hipoprosexia ou rigidez Esquizofrenia: hipoprosexia; rigidez ou mobilidade Delirium, Demência e retardado mental: hipoprosexia Intoxicação por anfetamina, cocaína ou alucinógenos: labilidade da atenção Transtornos de ansiedade: hipermobilidade Intoxicação por álcool: labilidade, seguido de hipoprosexia e aprosexia Transtorno hipercinético (TDAH): hipotenacidade e hipermobilidade 20 Sensopercepção Primeira etapa da cognição: conhecimento do mundo externo Sensação: fenômeno passivo, físico, periférico e objetivo Resulta das alterações produzidas por estímulos externos sobre os órgãos sensoriais. Serve para distinguirmos as qualidades dos objetos: cor, forma, peso, temperatura, consistência, timbre, etc. Percepção: fenômeno ativo, psíquico, central e subjetivo 21 Sensopercepção Percepção resulta da integração das impressões sensoriais parciais e da associação destas representações Está relacionada à identificação, reconhecimento e discriminação dos objetos Exemplos: Sensações: formas e cores em uma fotografia Percepção: quadro-negro, carteira, uma criança Distinção entre ambas é artificial – o que chega à consciência são apenas configurações globais e não sensações parciais 22 Sensopercepção Classificação das qualidades sensoriais: Exteroceptivas: visuais, auditivas, gustativas, olfativa Interoceptivas (cenestésicas): bem-estar, mal-estar, fome, sede, sensibilidade visceral Proprioceptivas (cinestésicas): movimentos corporais, posição do corpo, equilíbrio, sensibilidade à pressão 23 Sensopercepção Imagem perceptiva / Imagem representativa: De acordo com Jaspers são: Corporeidade: objetos são tridimensionais Extrojeção: objetos estão localizados no espaço externo, fora da consciência Nitidez: Contornos dos objetos são precisos Frescor sensorial: a percepção é vívida. Cores são brilhantes Estabilidade: a imagem é constante e não modifica de uma hora pra outra Ausência de influência pela vontade: imagem é aceita passivamente pelo indivíduo 24 Sensopercepção Características da imagem representativas (Jaspers): São mnêmicas Ausência de corporeidade: imagem é bidimensional Introjeção: objeto localiza-se no espaço subjetivo, na mente Imprecisão Falta de frescor sensorial Instabilidade Possibilidade de influência pela vontade 25 Sensopercepção Alterações quantitativas: Agnosia: Termo criado por Freud Distúrbio do reconhecimento de estímulos visuais, auditivos ou táteis, na ausências de déficits sensoriais. Sensações ocorrem normalmente, porém não são associadas à representações Comprometimento específico do ato perceptivo Ex: Agnosia visual: sujeito possui percepção da cor e forma de um objeto, porém não o identifica 26 Sensopercepção Hiperestesia: aumento global da intensidade perceptiva É observada na intoxicação por anfetamina, cocaína, maconha, alucinógenos; crises epiléticas; quadros dissociativos; hipertireodismo Ex: ruído de pequena intensidade torna-se extremamente incômodo nas crises depressivas e na ressaca pós-intoxicação alcoólica Hipoestesia: diminuição da intensidade perceptiva Ex: mundo mais escuro e sem brilho, comida insossa, etc Observa-se nos quadros estuporosos, relacionados à depressão, esquizofrenia ou delirium 27 sensopercepção Anestesia: abolição de sensibilidade Encontrada nas mesmas situações que a hipoestesia e ainda em quadros conversivos (amaurose – perda da visão; surdez histérica), intoxicação alcoólica, coma Alucinação Negativa: aparente ausência de registro sensorial de determinado objeto presente no campo de visão do sujeito Encontrada em quadros conversivos Macropsia: aumento de tamanho do objeto Ex: corpo “gordo” da anoréxica esquálida 28 Sensopercepção Micropsia: diminuição do tamanho do objeto Dismegalopsia: deformação da forma do objeto Encontrada em quadros de delirium, epilepsia, esquizofrenia e intoxicação pro alucinógenos Alterações qualitativas Ilusão: vem do latim illusionem e significa engano, fantasia, miragem Percepção falseada, deformada de um objeto real e presente No lugar do objeto real, um outro objeto é percebido 29 Sensopercepção Três formas de ilusão: Desatenção: elementos representativos são introduzidos para completar ou corrigir estímulos externos escassos Catatímica: deformação do objeto tem origem em um afeto intenso, relacionado a desejo ou a temor Onírica: relacionada a um quadro de rebaixamento do nível de consciência Pareidolia: imagem (fantástica e extrojetada) criada intencionalmente a partir de percepções reais de elementos sensoriais incompletos ou imprecisos Relacionada à atividade imaginativa e não é patológica Ex: coelhinho na lua 30 Sensopercepção Alucinação: origem no latim e significa enlouquecido É classicamente definida como “percepção sem objeto” Interpretar-se como estando no campo perceptual um objeto que de fato não está Diferentemente das ilusões não se originam da alteração de percepções reais Diferentemente dos sonhos, as alucinações ocorrem paralelamente às percepções reais 31 sensopercepção 3 espécies de vivências alucinatórias: Alucinações verdadeiras: apresentam todas as características de uma imagem perceptiva real; possuem irresistível força de convencimento Pseudo-alucinações: também conhecidas por alucinações aperceptivas e alucinações psíquicas Diferenciam-se pela ausência de corporeidade e localizam-se no espaço subjetivo interno Também possuem irresistível força de convencimento Somente nas modalidades auditiva e visual Parecem ser mais especificamente da esquizofrenia Conceito é bastante questionável e pouco utilizado 32 Sensopercepção Alucinose: Assim como as Alucinações Verdadeiras o objeto encontra-se no espaço objetivo (externo) O que as diferencia (Enry Ey) é que o indivíduo logo as percebe como algo patológico e são imediatamente criticadas pelo próprio indivíduo Ocorrem sob lucidez de consciência Também conhecidas como alucinações neurológicas pois aparecem em algumas afecções neurológicas, além de intoxicação por alucinógenos (LSD e mescalina) Usos diversos: Wernick utilizou o termo para especificar a categoria de alucinose alcoólica, categoria na qual não há crítica em relação às vivências alucinatórias 33 Sensopercepção Vivências alucinatórias nas diversas modalidades sensoriais: Alucinações visuais: podem ser fotopsias : clarões, chamas, pontos brilhantes; ou complexas: figuras, objetos, pessoas. Bastante comum nos quadros de delirium e intoxicação por alucinógenos Alucinações auditivas: são as mais comuns, podendo ser mais elementares (acoasmas): zumbidos, estalidos, ou mais complexas: palavras, frases que comumente referem-se ao paciente em terceira pessoa, xingam, etc Comuns na esquizofrenia e alucinose alcoólica 34 Sensopercepção Alucinoses olfativas e gustativas: geralmente raras e representam gostos desagradáveis (lixo, veneno) Comuns na esquizofrenia e crises epiléticas Alucinações cutâneas: além das sensações táteis, sensações térmicas, dolorosas e hídricas. É comum o paciente queixar-se de queimaduras, espetadas e insetos caminhando pela pele. Comuns no delirium tremens e intoxicação por cocaína 35 Sensopercepção Alucinações cenestésicas (viscerais): sensações localizam-se nos órgãos internos. Queixas de irradiações ou descargas elétricas, toques nos órgãos genitais, que o cérebro está encolhendo, bicho dentro do abdômen Comuns na esquizofrenia, no delírio de influência e na Síndrome de Cotard (morte) Alucinações cinestésicas: falsas percepções de movimentos. Apesar de estar imóvel o sujeito sente que está afundando no leito, girando, voando, dobrando a perna, elevando um braço, mesmo calado sente que alguém fala por ele, etc Comuns na esquizofrenia catatônica e delirium tremens 36 Sensopercepção Formas especiais de vivências alucinatórias Alucinações liliputianas: visão de personagens minúsculos Comum na intoxicação por cocaína Alucinação guliveriana: Visão gigantesca Comum em quadros de delirium Alucinação extracampina: objeto percebido está fora do campo de percepção Comum na esquizofrenia e em psicoses orgânicas 37 Sensopercepção Alucinação funcional: desencadeada por estímulos sensoriais reais. Ao abrir uma torneira ouve-se alguma voz que, assim que a torneira é fechada, somem. Sonorização do pensamento: sujeito ouve o próprio pensamento no espaço objetivo externo Comum na esquizofrenia Autoscopia (ou heautoscopia): visão da imagem do próprio corpo projetada no espaço externo Comum na esquizofrenia, epilepsia do lobo temporal, delirium e intoxicação por alucinógenos 38 Sensopercepção Alucinações hipnagógica e hipnopômica: em geral visuais, mas também pode ser auditivas ou táteis. Transição sono-vigília Alucinação reflexa: um estímulo sensorial real em uma modalidade desencadeia uma alucinação em outra. Ouvir a vos de um gato que está fora do campo visual e em seguida ver o rosto do gato. Sinestesia Um estímulo sensorial em uma modalidade é percebido como uma sensação em outra modalidade. Ver sons, ouvir cores, etc. Comum na intoxicação por alucinógenos (LSD, Mescalina) 39 Sensopercepção Exame da sensopercepção: Perguntar se ouve vozes ou tem visões tem valor limitado. Benefícios previdenciários Negação do sintoma para receber alta Observação é mais fidedigna. Indícios de atividade alucinatória: Atenção comprometida; mudanças súbitas da posição da cabeça; fisionomia de terror ou de beatitude; proteção dos olhos, ouvidos, genitais, etc Solilóquio, mussitação, risos imotivados 40 Sensopercepção Olhar fixo, desvios súbitos do olhar, movimentos defensivos com as mãos Recusa de alimentos Peças metálicas e outros dispositivos pelo corpo. Para deter irradiação Nos principais transtornos mentais: Esquizofrenia: riqueza alucinatória, principalmente na forma paranóide. Alucinações cinestésicas e auditivas predominam. Visuais são raras Sonorização do pensamento, vozes que dialogam entre si e que tecem comentários. 41 Sensopercepção Transtornos do humor: Hipoestesia na depressão e ilusão catatímica (decorrente de uma vivênvia afetiva intensa) e hiperestesia na mania Quadros afetivos com sintomas psicóticos – alucinação auditiva Delirium Ilusões e alucinações visuais Alucinações auditivas e táteis (pseudo-alucinações de acordo com Jaspers) Hipoestesia, micropsia, macropsia e dismegalopia Delirium tremens são comuns as zoopsias, alucinações liliputianas, além de alucinações táteis 42 Sensopercepção Alucinose alcoólica: Alucinações auditivas Intoxicação por alucinógenos Hiperestesia, micropsia, macropsia e sinestesia Alucinações visuais Epilepsia Comum ocorrer aluciones Demência Agnosia Transtorno dissociativo/conversivo Hiperestesia, anestesia e alucinações 43 Memória Representa o armazenamento do conhecimento Etapas do processo menêmicos: Fixação – aquisição de novas informações. Conservação – manutenção em estado de latência Evocação - retorno espontâneo ou voluntário Classificação das memórias: Curto prazo: dura de segundos a minutos. Também chamada de memória de trabalho – armazenamento temporário de informações para a realização de tarefas 44 Memória Longo prazo: consolidação converte a memória de curto prazo em longo prazo. É facilitada pela repetição e leva de 5 a 10 minutos para que ocorra Representa o armazenamento permanente de informações Memória de procedimento: práticas e habilidades motoras (andar de bicicleta, amarrar o sapato(, perceptivas (montar quebra-cabeça) e cognitivas (usar e aprender regras gramaticais) 45 Memória Alterações quantitativas Amnésia, hipomnésia e hipermnésia Classificação: Amnésia (hipomnésia) anterógrada ou de fixação: Impossibilidade de formar novas lembranças; adquirir novas informações Muito comum na Síndrome de Wernick-Korsakoff, quadros demênciais, quadros de delirium, estados crepusculares, estados de ansiedade, agitação psicomotora, pacientes com retardo mental grave, depressão. Palimpsestos – lacunas de memória referentes à embriaguez alcoólica 46 Memória Amnésia (hipominésia) retrógrada ou de evocação: Impossibilidade de recordar eventos anteriores à atuação do fator causal do distúrbio mnêmico; não recorda memórias de longo prazo Afeta mais a recordação de eventos recentes do que de remotos Comum em quadros histéricos e traumatismos Amnésia (hipomnésia) retroanterógrada ou mista Do tipo fixação-recordação É o tipo mais comum 47 Memória Amnésia (hipomnésia) generalizada: Prejuízo de todas as recordações, podendo comprometer a vida inteira. Comum em decorrência de um grave traumatistmo, fase terminal de demência e transtornos dissociativos histéricos Amnéxia (hipomnésia) lacunar ou localizada: Abrange especificamente uma parte do tempo Comum após um estado de coma, delirium, estados crepusculares epiléticos e histéricos, graves agitações maníacas e psicóticas, um ataque de pânico ou evento psicológico traumático 48 Memória Amnésia (hipomnésia) seletiva ou sistemática: Conteúdo e significado afetivo. Comum em quadros dissociativos histéricos Hipermnésia de fixação ou hipertrofia da memória Capacidade exagerada de armazenar novas informações Geralmente restrita à uma habilidade específica Pode ocorrer em indivíduos normais, porém mais comum em indivíduos com retardado mental e autistas Originou a expressão idiot savant – idiota sábio Fixação ocorre de forma mecânica sem que o indivíduo tenha compreensão do significado 49 Memória Hipermnésia de evocação: Observada na síndrome maníaca Excesso de recordações num breve espaço de tempo Recordações geralmente pouco claras e precisas, não havendo controle voluntário sobre elas É acompanhada de uma hipomnésia de fixação Memória panorâmica ou ecmnésia – tipo de hipermnésia em que o indivíduo na iminência da morte recorda toda sua vida, como se fosse um filme, com enorme velocidade 50 Memória Acromnésia– súbito ressurgimento de recordações que estavam aparentemente esquecidas Comum na intoxicação por alucinógenos, estados crepusculares epiléticos e histéricos, transe hipnótico, sonho e delírium Hipermnésia lacunar: Comum em pacientes com transtorno do pânico especialmente em relação à rememoração do primeiro ataque e no transtorno de estresse pós-traumático 51 Memória Hipermnésia seletiva: Comum na depressão, fatos dolorosos ou que despertem sentimento de culpa; na mania, quanto a sucessos e realizações pessoais; nos quadros delirantes, quanto a fatos que pareçam confirmar o seu juízo patológico Alterações qualitativas Alomnésia ou ilusão de memória: Recordações de um evento real são deturpadas pelo sujeito de forma intencional 52 Memória Comum no delirium, demência, Síndrome de Korsakoff, estados crepusculares, mania, melancolia, esquizofreina e transtorno delirante Paramnésia ou alucinação de memória Recordação de algo que não ocorreu, uma falsa lembrança Comum na esquizofrenia, em virtude da atividade delirante, na pseudologia fantástica Fabulação (ou confabulação) é um tipo especial de paramnésia Quadros amnésicos de origem orgânica, como na Síndrome de Korsakoff, demência e delirium Fabulação serve para preencher as lacunas de memória 53 Memória Dejà vu e Jamais vu Já visto – Sensação de familiaridade diante de uma situação inteiramente nova Nunca visto – ausência de sensação de familiaridade com algo familiar Comuns na epilepsia do lobo temporal, esquizofrenia, síndromes de ansiedade e pessoas normais Criptomnésia Recordações voltam à mente do indivíduo parecendo a ele idéias novas, originais Mecanismo dos plágios involuntários 54 Memória Ecmnésia Também é uma forma de presentificação do passado É tão intensa que o sujeito se comporta como se o evento passado estivesse ocorrendo naquele momento e passa a se comportar como se estivesse vivendo em uma época anterior Comum em estados crepusculares histéricos e epiléticos, em estados confusos-oniróides, intoxicação por alucinógenos e demência 55 Memória Exame da memória Entrevista psiquiátrica Observação de como o paciente lida com questões do dia-a-dia Testagem da memória de fixação – apresentados série de dígitos, palavras ou sílabas desconexas que devem ser repetidos de imediato e, de novo, após alguns segundos Testagem da evocação de dados recentes – perguntas relativas a fatos recentes Testagem da evocação de dados remotos Considerar interesse e ansiedade durante a aplicação 56 Memória Nos principais transtornos mentais: Mania Hipermnésia e hipomnésia de fixação Poderá, a posteriori, ocorrer uma hipomnésia lacunar Podem ocorrer alomnésias (distorções) Depressão: Capacidade de fixação reduzida Hipomnésia de evocação devido à inibição psíquica Maior facilidade para evocar fatos ruins 57 Memória Esquizofrenia: É comum uma hipomnésia de fixação, em virtude da apatia, ansiedade e agitação Hipermnésia seletiva para fatos que confirme o delírio Lembranças podem ser distorcidas ou criadas Delirium Hipomenésia de fixação A posteriori pode ocorrer hipomnésia lacunar 58 Memória Demência Hipomnésia de fixação e memória de evocação também está comprometida Prejuízo da memória de evocação é proggressivo São comuns as alomnésias e paramnésias Síndrome de Wernick-Korsakoff Principal causa – alcoolismo crônico Tríade clássica: hipomnésia de fixação, desorientação têmporo-espacial e fabulação Retardado mental Pode ser semelhante ao das demências 59 Memória Autismo Perto de 10% apresentam ilhas de habilidade, as quais incluem uma memória de fixação acima do normal Epilepsia Hipomnésia de fixação, hipermnésia de evocação, déjà vu e ecmnésia (presentificação do passado) Presença de uma amnésia lacunar Transtornos dissociativos Alterações da memória são reversíveis Amnésia pode ser seletiva, lacunar ou generalizada; em geral é retrograda, embora possa ser retroanterógrada 60 Memória Transtorno de estresse pós-traumático Hipermnésia em relação ao trauma ou por uma amnésia em relação ao mesmo. 61 Referência Cheniaux, Elie. Manual de psicopatologia, 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 62
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