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<p>1. INTRODUÇÃO</p><p>Os Transtornos Mentais são episódios (acontecimentos) de natureza clínica que são</p><p>responsáveis pela alteração do caráter e da natureza de um indivíduo. Os TM podem ser</p><p>oriundos de problemas psicológicos ou psiquiátricos, seus efeitos são transitórios ou alongados,</p><p>possuem diversos sintomas (insônia, cansaço, fadiga, esquecimento, nervosismo, ansiedade,</p><p>agitação, agressividade, tendência ao suicídio, déficit de atenção, sensação de improdutividade,</p><p>etc.), ocorre em nível mundial e é responsável por resultados negativos na nossa sociedade</p><p>(desemprego, enfermidades e óbitos).</p><p>Droga (droog – palavra de origem holandesa que significa folha seca) é uma substância que,</p><p>quando ingerida ou introduzida no organismo, altera completamente a função metabólica</p><p>causando mudanças fisiologias e comportamentais do indivíduo. Um usuário de drogas é</p><p>aquele que vive na dependência do consumo de drogas (lícitas ou ilícitas) e este dispõe de uma</p><p>maior probabilidade de sofrer com problemas de saúde mental (ansiedade, depressão,</p><p>mudanças de personalidade, transtorno bipolar, transtorno obsessivo-compulsivo, distúrbios na</p><p>alimentação, esquizofrenia e somatização).</p><p>Perante as afirmações acima relatadas sobre o que é um transtorno mental e a definição de</p><p>drogas e usuários de drogas, surge o seguinte questionamento: O uso de drogas pode gerar</p><p>transtornos mentais em seus usuários?</p><p>Através da pesquisa bibliográfica alguns autores argumentam e defendem a ideia de que a</p><p>“loucura” sofreu mudanças ao longo da história, os transtornos mentais são decorrentes de</p><p>problemas e as drogas podem causar mudanças nos usuários e são consideradas como um</p><p>problema de saúde pública.</p><p>Este estudo tem como objetivo geral explicar o que é saúde mental e como objetivos</p><p>específicos descrever o que é droga, descrever sobre a vida de um usuário de drogas, descrever</p><p>sobre o uso de drogas e suas consequências, descrever sobre a assistência em saúde mental</p><p>para os usuários com transtornos mentais decorrentes das drogas e descrever a importância da</p><p>assistência em saúde mental na atualidade.</p><p>O presente trabalho tem a finalidade de realizar uma revisão sobre a saúde mental dos</p><p>usuários de drogas no Brasil. O usuário de drogas que sofre de algum transtorno mental</p><p>necessita de melhor acolhimento e de uma assistência diferenciada (profissionais, serviços de</p><p>saúde, terapia medicamentosa e reabilitação social) visando acabar com o seu sofrimento.</p><p>Pretende-se que este trabalho sirva como fonte de dados para pesquisas, forneça maiores</p><p>informações para a sociedade sobre a temática abordada e ofereça recursos para aperfeiçoar as</p><p>políticas públicas em saúde mental no Brasil.</p><p>A metodologia utilizada neste trabalho foi uma pesquisa bibliográfica priorizando os</p><p>seguintes assuntos: saúde mental, drogas psicotrópicas, transtornos mentais dos usuários de</p><p>drogas e serviços de saúde mental para os usuários de drogas. A pesquisa foi realizada através</p><p>de busca eletrônica na web (site Google Acadêmico e SciELO)</p><p>2. DESENVOLVIMENTO</p><p>2.1 EXPOSIÇÃO SOBRE O TERMO “SAÚDE MENTAL”</p><p>Considerando os seus aspectos, a saúde mental é a presença do bem-estar, da habilidade</p><p>de enfrentar os obstáculos da vida, apesar dos conflitos que indivíduo enfrenta, a estabilidade</p><p>emocional é presente em sua vida, além disso consegue superar as adversidades da vida. A</p><p>saúde mental é responsável por abrir portas para os cidadãos, proporcionando realização</p><p>emocional e intelectual, bem como a inclusão na escola, como no trabalho e na sociedade em</p><p>geral (PALHA; PALHA, 2016).</p><p>Ainda que seja complexo o conceito de saúde mental, existem diversas particularidades da</p><p>saúde de um sujeito que devem ser analisadas. Deste modo, é importante levar em</p><p>consideração os aspectos orgânicos, no que se refere a uma propensão genética e hereditária</p><p>do sujeito para a doença mental, e também as questões sociopsicológico, no que se menciona</p><p>as virtudes das relações que o indivíduo constitui com o seu círculo de amizades, que pode</p><p>colaborar para a saúde mas também para a doença mental (SOUZA; BAPTISTA, 2017).</p><p>No entanto, existe a concepção de loucura que passou por algumas variações no</p><p>transcorrer dos anos em relação as suas convicções, princípios e condutas de cada época. Dessa</p><p>maneira, esse percurso foi marcado por muitos confrontos no poder público. Que teve como</p><p>resultado grandes mudanças e diligências que foram relevantes para o avanço no atendimento</p><p>na saúde mental (FERREIRA et al., 2016).</p><p>Na idade média a loucura era considerada de origem demoníaca e os indivíduos</p><p>considerados loucos eram queimados em fogueira, já na idade moderna, foi dado o primeiro</p><p>passo para o tratamento do sofrimento psíquico, a loucura passa a ser chamada de doença e o</p><p>ocidente se torna espectador do nascimento do Hospital Psiquiátrico. Todavia, o tratamento</p><p>inicial era considerado desumano, o que provou muita indignação e revolta de toda a sociedade</p><p>(FERREIRA et al., 2016).</p><p>Nessa conjuntura, se inicia o Movimento da Reforma Sanitária, surge também o Movimento</p><p>da Reforma Psiquiátrica Brasileira (MRPB), que tinham como objetivos a luta pela universalidade</p><p>da saúde, a luta por direitos sociais e pela liberdade, com destaque nos direitos sociais. A partir</p><p>dos anos de 1990 foi desenhada e construída de forma gradativa, conforme a política de saúde</p><p>mental (GUIMARÃES; ROSA, 2019).</p><p>No âmbito da saúde mental, tem-se como um dos importantes desafios e ações iniciais da</p><p>Reforma Psiquiátrica a integração destes cuidados no campo da Atenção Primária à Saúde (APS).</p><p>Deste modo, a APS tem sobressaído como um mecanismo planejado para o cuidado em saúde</p><p>mental, visto que a Reforma Psiquiátrica presume a ruptura do paciente psiquiátrico e a</p><p>solidificação de parâmetros territoriais para este cuidado (FRATESCHI; CARDOSO, 2016).</p><p>2.2 DEFINIÇÃO DE DROGAS</p><p>A droga é definida por qualquer substância que tenha como consequência a dependência</p><p>química, podendo ser uma droga permitida pela lei ou proibida pela lei, incluindo as drogas</p><p>produzida pela indústria farmacêutica, e entorpecentes que são totalmente ilegais. Muitos</p><p>produtos podem ser facilmente encontrados no comercio como por exemplo, o café, o guaraná,</p><p>o tabaco, o açúcar e as bebidas alcoólicas fermentadas ou destiladas como aguardente, a</p><p>cerveja e o vinho (SANTOS, 2019).</p><p>Nessa concepção, observa-se o uso e o excesso de drogas como demonstrações e resultado</p><p>dos aspectos socioculturais de nossa sociedade. Tais aspectos referentes a drogas, encontram-</p><p>se fatores que influenciam de forma direta ou indireta, como por exemplo questões sociais,</p><p>econômicos, culturais e jurídicos (LOPES, 2019).</p><p>No Brasil, as drogas são consideradas um problema de saúde pública e um problema</p><p>global. A mídia informa que anualmente a procura por esse artificio cresce de forma</p><p>significativa. O número de usuários é crescente e bastante assustador e diante desse fato a</p><p>tendência é a migração para o uso de diferentes drogas em quantidades mais elevadas,</p><p>podendo causar o fenômeno da toxicomania (MOREIRA, 2019).</p><p>Os jovens afirmam que a maneira mais fácil de adquirir bebidas é em festas, um percentual</p><p>de 43,8% dos que já consumiram álcool, 14,4% adquiriram o álcool através da compra em bares,</p><p>17,8% afirmam ter adquirido com amigos, e 9,4% obtiveram com alguém do seu vínculo familiar</p><p>(OLIVEIRA, 2017).</p><p>Não podemos deixar de mencionar, a utilização de medicamentos de origem psicotrópicos</p><p>no Brasil e no mundo, as mesmas são consideradas exacerbadas e abusivas. O consumo destas</p><p>drogas teve um crescimento relevante nos últimos 10 anos. O crescimento de transtornos</p><p>mentais tratados com drogas psicotrópicos tem sido inerente as ocorrências estressantes</p><p>referentes a questões familiares e socioeconômicas (FLEXA, 2017).</p><p>Estudos recentes no Brasil, com estudantes da rede privada e pública apresentam dados</p><p>sobre o consumo de drogas com o público jovem. Em uma Pesquisa realizada no ano de 2012</p><p>com o público na faixa de 13 a 15 anos, e afirmou que 26,1% dessa</p><p>população consumiu bebida</p><p>alcoólica nos últimos trinta dias. A respeito do consumo de drogas ilícitas (como cocaína,</p><p>maconha, crack, loló, lança perfume, cola ou ecstasy) 7,3% afirmaram ter consumido nos últimos</p><p>30 dias, prevalecendo a maconha (34,5%) (COELHO; MONTEIRO, 2017).</p><p>As drogas causam uma dependência desproporcional, e essa relação do sujeito com as</p><p>drogas tem como consequência prejudicar alguns aspectos da vida (afetiva, social, laboral)</p><p>(SOUZA, 2017).</p><p>2.3 A VIDA DE UM USUÁRIO DE DROGAS</p><p>As drogas psicoativas surgiram na era milenar, era usada para fins medicinais, religiosos e</p><p>culturais. Entretanto, a partir do século XX o consumo abusivo se tornou uma preocupação</p><p>global, devido as consequências do alto consumo, do comércio ilegal que trouxe danos sociais</p><p>irreversíveis. Existem estimativas mundiais que afirmam que aproximadamente 230 milhões de</p><p>pessoas, entre 15 e 64 anos, fazem uso de drogas ilícitas. Por consequência desse uso 27</p><p>milhões, proporcional a 0,6% da população global, retratam problemas decorrentes desta</p><p>prática (OLIVEIRA et al., 2017).</p><p>Tanto o tráfico como o consumo de drogas se tornaram mais eminente no Brasil,</p><p>decorrentes de vários fatores, abrangendo a sua posição geográfica e sua ampla população</p><p>urbana. O Brasil é um dos maiores responsáveis pelo maior número de apreensão de drogas,</p><p>principalmente de maconha (TARGINO, 2017).</p><p>No Brasil os dependentes químicos são criminalizados, e segundo a Organização Mundial</p><p>de Saúde (OMS) estima que seis milhões da população brasileira seja usuária(o) de drogas.</p><p>Pensamentos de senso comum afirma que a dependência química é um problema da atual</p><p>conjuntura, por consequência da modernização e da globalização. No entanto esse problema</p><p>relacionado ao abuso de substâncias químicas acontece desde a antiguidade (SILVA, 2018).</p><p>Todavia, a droga sempre foi vista como algo danoso, alicerçada por discursos religiosos,</p><p>moral e psiquiátrico. Por meio desses discursos, usuários que fazem uso de alguma substância</p><p>química passaram a ser considerados provocador das regras, sofrendo ausência de cuidados e</p><p>por consequência a exclusão social. O grupo mais excluindo desses cuidados são pessoas</p><p>negras, pobres e moradores da periferia (MELO; MENDONÇA, 2016).</p><p>O Ministério do Desenvolvimento Social afirma que, o consumo de drogas é uma das</p><p>principais causas que levam um indivíduo a viver em situação de rua, visto que 35,5% da</p><p>população que vive em situação de rua, afirma que se encontram nesta situação devido ao uso</p><p>abusivo de álcool e outras drogas. Contudo, vale ressaltar que nem todas as pessoas que vivem</p><p>nas ruas são usuárias de drogas e nem todos os usuários que usam as drogas de forma abusiva</p><p>se encontram nas ruas (RODRIGUES; LIMA; HOLANDA, 2018).</p><p>Desse modo, estudos apontam a relação entre pessoas em situação de rua com o uso de</p><p>drogas e algumas doenças como o HIV e tuberculose. Nessa conjuntura essa população tem a</p><p>maior probabilidade de ter uma diminuição da imunidade, aumentando o risco de contrair</p><p>doenças, através do sexo sem proteção, do abuso sexual e o contanto com outras pessoas</p><p>doentes. Tais riscos promovem problemas mentais, como sintomas depressivos, pelo fato de</p><p>viverem nas ruas e desencadear até mesmo o suicídio (TISOTT et al., 2019).</p><p>2.4 O USO DE DROGAS E SUAS CONSEQUÊNCIAS</p><p>A utilização de substâncias psicoativas de forma abusiva, se tornou um grande problema a</p><p>saúde pública, apresentando um número significativo e alarmante. Afirma-se que cerca de cada</p><p>cinco indivíduos que consomem drogas ilícitas tem como diagnóstico a dependência química. E</p><p>o uso abusivo dessas substâncias tem como consequência o afastamento da família e amigos,</p><p>mudanças de humor, perdas materiais, preconceitos, evasão escolar, comprometimento da</p><p>saúde e desemprego (MOREIRA et al., 2020).</p><p>Através de estudos nacionais e internacionais foi comprovado que os transtornos mentais,</p><p>relacionados ao uso abusivo de drogas tem ligação direta, além dos transtornos mentais tem o</p><p>enfrentamento das complicações familiares e social do indivíduo, ressalta-se também o alto</p><p>índice de mortalidade quando associado a complicações de teor psiquiátrico. Um fator</p><p>predominante para o desenvolvimento de doenças psíquicas como a ansiedade e depressão. As</p><p>drogas psicoativas como o álcool são consideradas uma droga lícita, mas que causa</p><p>dependência assim como as drogas ilícitas e a mesma pode causar esses transtornos quando o</p><p>usuário passa por um período de abstinência (FERNANDES et al., 2017).</p><p>O consumo de drogas de forma abusiva tem sido um grande problema, principalmente por</p><p>que tem como consequência comportamentos violentos e também criminais, como por</p><p>exemplo violência familiar principalmente com pessoa que possuem um histórico de</p><p>complicações psiquiátrica, além dos acidentes de transito que são bastante comum, todos esses</p><p>fatores podem desencadear a morte do usuário e de outras pessoas (SILVA, 2018).</p><p>Estudos indicam que esquizofrênicos são propensos a se se tornarem usuários de drogas,</p><p>pois acreditam que as drogas têm o poder de aliviar os sintomas da doença, sintomas esses</p><p>considerados angustiantes. A ligação entre os problemas mentais e o uso de substâncias</p><p>psicoativas tem se tornado estudos psiquiátricos. Esses estudam apontam os males que a</p><p>dependência química pode causar no paciente com perturbações mentais, sobretudo</p><p>dificultaria o diagnóstico e o tratamento (ALMEIDA, 2019).</p><p>As doenças psiquiátricas apresentam destaque especial, devido à relevância clínica e</p><p>epidemiológica, entre os transtornos mentais e os transtornos relacionados ao uso de álcool e</p><p>outras drogas. Sobrepõem, o abuso de substâncias psicoativas é o transtorno mais frequente</p><p>entre 14 portadores de transtornos mentais, fazendo-se necessário e de extrema importância o</p><p>diagnóstico correto das patologias (BISCARO, 2016)</p><p>2.5 A ASSISTÊNCIA EM SAÚDE MENTAL PARA OS USUÁRIOS COM</p><p>TRANSTORNOS MENTAIS DECORRENTES DO USO DE DROGAS</p><p>Por volta da década de 1970, reconsiderações referentes a função das clínicas psiquiátrica</p><p>foram e até os dias de hoje continuam sendo reformuladas. Até os dias atuais, a realidade que</p><p>permeava o espaço da saúde mental era o modelo manicomial que tinha como aspecto</p><p>principal “prender para tratar”, esse modelo prevalência nos hospitais psiquiátricos. Até a</p><p>presente década, o psiquiatra Franco Basaglia abomina esse modelo do aspecto de “excluir para</p><p>tratar”, era uma das formas mais utilizada nos manicômios. Desse modo, tal critica veio para</p><p>garantir cidadania, direitos e uma condição clínica aos doentes (METZKER; DIAS; VICTOR, 2018).</p><p>Desse modo, tanto no Brasil, quanto na Europa, os “manicômios” surgiram muito antes do</p><p>surgimento das terapias e consultas psiquiátricas, os sujeitos que sofriam com os “males da</p><p>loucura” e não recebiam atendimento médico. No Brasil, em alguns casos, eram atendidos por</p><p>atenções básicas como os Hospitais Gerais e a Santa Casa de Misericórdia. Em 1841 foi instalado</p><p>o primeiro hospital psiquiátrico em terras brasileiras, localizado no Rio de Janeiro, a qual foi</p><p>chamado de Hospício D. Pedro II. Com o passar dos anos passou a ser chamado Hospital</p><p>Nacional dos Alienados (ALBUQUERQUE et al., 2017).</p><p>Após quase 30 anos da conquista da Reforma Psiquiátrica, houve muitos fechamentos de</p><p>leitos em hospitais, devido a práticas duvidosas e suspeitas de maus-tratos a pacientes. Com</p><p>tudo, houve uma inversão de gastos referente saúde mental, os serviços comunitários passaram</p><p>a receber mais recursos desde o ano de 2006. Os serviços comunitários, é um aspecto referente</p><p>aos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), caracterizado nas modalidades I, II ou III (CAMPOS,</p><p>2019).</p><p>Fez se necessário criar um serviço de saúde que atendesse a alta demanda de usuários de</p><p>álcool e outras drogas, devido a necessidade foi criado os Centros de Atenção Psicossociais</p><p>Álcool e Drogas (CAPS AD), através desses serviços seria possível a substituições das</p><p>internações. O Ministério da Saúde preconiza a reabilitação do usuário,</p><p>através do trabalho</p><p>articulado e integral elaborado pela equipe interdisciplinar do CAPS (SCHNEIDER; ANDRETTA,</p><p>2017).</p><p>A política pública responsável pelos usuários de álcool e outras drogas, foi uma conquista</p><p>adquirida através da Reforma Psiquiátrica, os que antes eram marginalizados, passaram a ser</p><p>considerados cidadãos com direitos e deveres. O Movimento da Reforma Psiquiátrica veio com</p><p>o intuito de promover cidadania as pessoas ditas loucas. A atenção psicossocial tem como</p><p>objetivo dar a oportunidade de o indivíduo tratar a sua patologia dentro da sociedade</p><p>(OLIVEIRA, 2015).</p><p>Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) foram os primeiros serviços instalados com</p><p>intuito de promover saúde mental aos seus usuários. O Ministério da Saúde regulamentou e</p><p>implantou, e através do financiamento por todo o território brasileiro ampliou os serviços. Os</p><p>CAPS são equipados para acolher a rede de atenção à saúde mental, e tem como prioridade</p><p>atender diariamente a população e oferecer acompanhamento clínico e reabilitação psicossocial</p><p>aos indivíduos com sofrimento psíquico (PAIM et al., 2017).</p><p>2.6 A IMPORTÂNCIA DA ASSISTÊNCIA EM SAÚDE MENTAL NA</p><p>ATUALIDADE BRASILEIRA</p><p>O Ministério da Saúde gerou, em 1994, o Programa de Saúde da Família, com o intuito de</p><p>privilegiar a saúde na esfera da Atenção Primaria. Esse modelo tinha como objetivo principal</p><p>promover a atenção à saúde no Brasil, com o intuito de reorganizar a prática assistencial,</p><p>promovendo a cura da doença. A Saúde da Família é considerada a política de saúde prioritária</p><p>do governo federal (TATMATSU; ARAÚJO, 2016).</p><p>Nessa conjuntura, a implantação da Saúde Mental na Atenção Primária é um dos principais</p><p>aspectos da Reforma Psiquiátrica, no parâmetro em que esse padrão de atenção expõe grande</p><p>competência de transformar o fundamento de assistência à saúde mental de cunho manicomial,</p><p>levando em consideração seus eixos de integralidade, e territorialidade (TATMATSU; ARAÚJO,</p><p>2016).</p><p>A Lei Federal nº 10.216/2001 que é responsável pela Reforma Psiquiátrica Brasileira,</p><p>redirecionou a assistência em saúde mental, possibilitando que os serviços nas bases</p><p>comunitárias fossem possíveis para o usuário. Tem como objetivo proporcionar um</p><p>atendimento de acesso livre, do contrário ao que acontecia nos antigos hospitais psiquiátricos e</p><p>manicômio, a qual as internações eram longas, que persistia por vários anos (BARBOSA, 2017).</p><p>É importante salientar que a atenção primária tem como prioridade acompanhar os casos</p><p>de sofrimento mental de intensidade leve e os usuários com transtornos mentais moderados e</p><p>graves devem ser acompanhados de forma concomitante pelo CAPS. A melhor forma de</p><p>conseguir apoio matricial é através das equipes de referência (LIMA; ALVES, 2020).</p><p>Os CAPS são de extrema importância na redemocratização do país, com a implementação</p><p>do SUS e através de conferências nacionais de saúde mental, foram um marco para abrir portas</p><p>para a saúde pública no Brasil, movimentando de forma articulada os profissionais da saúde</p><p>mental, para conquista de uma sociedade sem manicômios. Os manicômios eram instituições</p><p>com base na prática do controle social, da exclusão, da violência (JÚNIOR; AMPARO; NOGUEIRA,</p><p>2019).</p><p>No Brasil o uso de Serviço Personalizado de Atendimento SPA, passou a ser valorizado a</p><p>partir da redução de danos enquanto modo de lidar com o HIV, principalmente porque se</p><p>tornou um fundamento a ser utilizada com os usuários de drogas em geral. Tem como</p><p>proposito proporcionar respeito aos usuários de drogas e buscar alternativas para que o</p><p>mesmo tenha uma qualidade de vida (PINHEIRO; TORRENTÉ, 2020).</p><p>3. CONCLUSÃO</p><p>Entende-se que o termo “loucura” sofreu mudanças no decorrer dos anos, devido</p><p>confrontos sociais no aspecto do poder público, o qual trouxe melhoras significativa na</p><p>assistência em saúde mental.</p><p>Os Transtornos Mentais são decorrentes de problemas psicológicos ou psiquiátricos e seus</p><p>efeitos são passageiros ou duradouros.</p><p>A Droga causa mudanças fisiologias e comportamentais na vida dos usuários, deixando-os</p><p>mais susceptíveis a desenvolver problemas de saúde mental.</p><p>Em se tratado de saúde pública as drogas são consideradas um problema de ordem</p><p>mundial, haja visto o consumo exagerado e abusivo dessas substâncias. Ressalta-se ainda que</p><p>os jovens são os maiores consumidores de drogas (lícitas ou ilícitas).</p><p>O Brasil é um país onde ocorre o maior número de apreensão de drogas, destaque para a</p><p>apreensão de maconha.</p><p>O uso de drogas está intimamente relacionado com os transtornos mentais e os portadores</p><p>de esquizofrenia são mais susceptíveis a se tornarem usuários de drogas.</p><p>A Reforma Psiquiátrica resultou no fechamento de muitos leitos em hospitais (públicos ou</p><p>privados) e proporcionou a criação do Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).</p><p>O CAPS é considerado um serviço de extrema importância na saúde mental, dispõe de uma</p><p>equipe multiprofissional qualificada e especializada em saúde mental e este proporcionou um</p><p>novo modelo de assistência aos portadores de transtornos mental abolindo os manicômios.</p>

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