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28/09/2023 Relatoria: Grupo 3 OT 3 - Política Nacional de Saúde Mental e articulação da RAPS com enfoque na desinstitucionalização Problemas ● Antigamente, o tempo mínimo de internação era muito grande (20 anos); ● Sistemas de tratamento violento (físicos, morais, religiosos); ● Praticamente todas as unidades de saúde mental, antigamente, feriam os direitos humanos das pessoas internadas; ● Dificuldade da suspensão do uso de antipsicóticos e antidepressivos; ● O paradigma por trás dos transtornos mentais permite que muitas condições sejam subdiagnosticadas e não tratadas. Hipóteses ● A desinstitucionalização do cuidado da saúde mental promoveu um cuidado humanizado aos pacientes psiquiátricos. Questões de Aprendizagem 1. Contextualizar a evolução da luta antimanicomial no Brasil e reforma psiquiátrica. A história da Saúde Mental como campo de conhecimento ou área de atuação tem a sua história atravessada pela história da psiquiatria e pelo alienismo, de Philipe Pinel (pai da psiquiatria). Este rompe inicialmente com a privação de liberdade do louco, marcado pelo “gesto pineliano de desacorrentar os loucos para implementar meios completamente diferentes (mito de origem da psiquiatria), e é o signo de que, desde a sua fundação, a ciência psiquiátrica nasceu como reforma”. Pinel, apesar de propor a liberdade dos loucos (liberados das correntes), ainda os submetia a um tratamento asilar, sob um regime de isolamento (institucionalização/hospitalização 16 Redes de Atenção à Saúde integral), surgindo com isso o que ele denominou de tratamento moral. Logo, o princípio do “isolamento do mundo exterior” é uma construção pineliana a qual propõe que as causas da alienação mental estão presentes no meio social, sendo, portanto, necessário o isolamento como meio de afastá-las. Para ele, o hospital, por si só, seria uma instituição terapêutica. Até a transformação do hospital em uma instituição médica, a 28/09/2023 Relatoria: Grupo 3 loucura e os loucos tinham múltiplos significados (de demônios a endeusados, de comédia a tragédia, de erro a verdade) e múltiplos espaços e lugares, entre os quais ruas, guetos, asilos, prisões, igrejas e hospitais. O século 17 trouxe a criação de modalidades de hospitais, a saber, o hospital geral, que passou a cumprir a função de mantenedor da ordem social e política mais explícita. Para Michel Foucault, o hospital geral foi de fundamental importância para a definição de um novo “lugar social” para o louco e a loucura na sociedade ocidental. Em meados do fim do século 17, o hospital se transformou em uma instituição médica por excelência. Para Amarante (2007), o hospital foi medicalizado e a intervenção médica passaria a partir daí a ser constante e regular, operado essencialmente pela tecnologia política da disciplina. Logo, a distribuição espacial dos indivíduos, o exercício do controle, a vigilância perpétua e constante e o registro de tudo que acontecia no hospital eram balizadores dessa prática No Brasil, até o século 19, no período pré-republicano, os “loucos” eram incorporados à paisagem urbana como pessoas de rua, e não como internos do hospício. Em meados do século 19, o doente mental que ainda podia desfrutar de apreciável grau de tolerância social e de relativa liberdade passou a ser tratado em Santas Casas de Misericórdia. Na virada do século 20, a reforma passou a se orientar pela crítica à insuficiência do asilo, produzindo, por exemplo, o modelo das colônias agrícolas. Os alienistas brasileiros do início do século 20 foram adeptos fervorosos das colônias de alienados, pois consideravam que o trabalho seria o “meio terapêutico mais precioso”. O modelo de colônias passou a ser copiado em várias capitais pelo Brasil. Em todo o país proliferam hospitais psiquiátricos e colônias agrícolas para doentes mentais com a ideia de tratar e reeducar pelo trabalho, fornecendo um ambiente calmo e regrado. Embora identificados como espaços em crise, as instituições psiquiátricas só passaram a ser alvo de críticas mais efetivas no período que sucedeu as duas grandes guerras mundiais. Os movimentos da Comunidade Terapêutica iniciados na Inglaterra; da Psicoterapia Institucional, na França; a Psiquiatria Comunitária ou Preventiva, nos Estados Unidos; e a Psiquiatria de Setor Francesa foram marcos importantes neste processo. O grupo composto pela Comunidade Terapêutica e pela Psicoterapia Institucional defendiam que o fracasso estava na gestão do próprio hospital e que a solução seria introduzir mudanças na instituição. O segundo grupo é formado pela Psiquiatria de Setor, e a Psiquiatria Preventiva defendia que o modelo hospitalar estava obsoleto e deveria ser substituído por outros serviços assistenciais, a saber, os hospitais-dia, oficinas terapêuticas e centros de saúde mental. Existia um terceiro grupo, da Antipsiquiatria e a Psiquiatria Democrática, que colocava em questão o modelo científico psiquiátrico, assim como as instituições psiquiátricas. A atual Política de Saúde Mental brasileira é resultado da mobilização de usuários, familiares e trabalhadores da saúde iniciada na década de 1980 com o objetivo de mudar a realidade dos manicômios. O movimento foi impulsionado pelo combate à ditadura militar e pelas experiências exitosas de países europeus na substituição de um modelo de saúde mental baseado no hospital psiquiátrico por um modelo de serviços comunitários com forte inserção territorial. Nas últimas décadas, esse processo de mudança se expressa 28/09/2023 Relatoria: Grupo 3 especialmente por meio do Movimento Social da Luta Antimanicomial e de um projeto coletivamente produzido de mudança do modelo de atenção e de gestão do cuidado: a Reforma Psiquiátrica. Fonte: RAPS, UNASUS, MINISTÉRIO DA SAÚDE. 2. Compreender a Política Nacional de Saúde Mental e o que alterou na sua reformulação? A política de saúde mental no Brasil teve suas origens nos anos 1970, quando se reconheceu a necessidade urgente de reformar o sistema psiquiátrico, que era caracterizado por hospitais psiquiátricos com baixa qualidade de cuidados e violações dos direitos humanos. As reformas iniciais focaram na melhoria das condições nos hospitais psiquiátricos e na promoção da desinstitucionalização. Isso culminou na substituição progressiva dos hospitais psiquiátricos por uma rede de serviços comunitários, incluindo os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), inspirados em modelos europeus. A participação ativa de diversos setores da sociedade, incluindo profissionais de saúde, usuários e familiares, foi muito importante para a reforma brasileira. Conferências nacionais de saúde mental também tiveram um papel importante na definição da política de saúde mental, e a mobilização social desempenhou um papel crucial. Desinstitucionalização e Expansão dos Serviços Comunitários: Durante esse processo, houve uma redução significativa no número de leitos em hospitais psiquiátricos, com um foco na criação de serviços comunitários, como os CAPS, serviços residenciais terapêuticos e o programa "Volta para Casa". Isso permitiu a desinstitucionalização gradual de pacientes de longa permanência. Apesar dos progressos significativos, ainda existem desafios a serem enfrentados, como a necessidade de ampliar o acesso e a integração da saúde mental com a atenção primária. O financiamento e o desenvolvimento de recursos humanos também foram apontados como áreas com fragilidades. 28/09/2023 Relatoria: Grupo 3 Fonte: https://www.scielo.br/j/csp/a/KMwv8DrW37NzpmvL4WkHcdC/#:~:text=O%20desenvolvimento%20da%20pol%C3%ADtica%20de,e%20culturais %20da%20sociedade%20brasileira. 3. O que é RAPS? Qual sua função? (papel dos pontos de atenção) Como funciona sua organização? A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) corresponde a um conjunto articulado de diferentes pontos de atenção à saúde, instituída para acolher pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). A assistência em saúde mental noBrasil envolve o Governo Federal, Estados e Municípios. São cerca de vinte diferentes modalidades de serviços que garantem ofertas diferentes para as diferentes demandas de cuidados. Foi instituída pela Portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011, republicada em 21 de maio de 2013 e revogada pela Portaria de Consolidação nº 3, de 28 de setembro de 2017, que trata da consolidação das normas sobre as redes do Sistema Único de Saúde. https://www.scielo.br/j/csp/a/KMwv8DrW37NzpmvL4WkHcdC/#:~:text=O%20desenvolvimento%20da%20pol%C3%ADtica%20de,e%20culturais%20da%20sociedade%20brasileira https://www.scielo.br/j/csp/a/KMwv8DrW37NzpmvL4WkHcdC/#:~:text=O%20desenvolvimento%20da%20pol%C3%ADtica%20de,e%20culturais%20da%20sociedade%20brasileira 28/09/2023 Relatoria: Grupo 3 Objetivos Gerais ● A RAPS tem como objetivos gerais: - Ampliar o acesso à atenção psicossocial da população em geral; - Promover o acesso das pessoas com transtornos mentais e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas e suas famílias aos pontos de atenção; - Garantir a articulação e integração dos pontos de atenção das redes de saúde no território, qualificando o cuidado por meio do acolhimento, do acompanhamento contínuo e da atenção às urgências; Objetivos Específicos ● São objetivos específicos da RAPS: - Promover cuidados em saúde especialmente para grupos mais vulneráveis (crianças, adolescentes, jovens, pessoas em situação de rua e populações indígenas); - Prevenir o consumo e a dependência de crack, álcool e outras drogas; - Reduzir danos provocados pelo consumo de crack, álcool e outras drogas; - Promover a reabilitação e a reinserção das pessoas com transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas na sociedade, por meio do acesso ao trabalho, renda e moradia solidária; - Promover mecanismos de formação permanente aos profissionais de saúde; - Desenvolver ações intersetoriais de prevenção e redução de danos em parceria com organizações governamentais e da sociedade civil; - Produzir e ofertar informações sobre direitos das pessoas, medidas de prevenção e cuidado e os serviços disponíveis na rede; - Regular e organizar as demandas e os fluxos assistenciais da Rede de Atenção Psicossocial; - Monitorar e avaliar a qualidade dos serviços por meio de indicadores de efetividade e resolutividade da atenção; Diretrizes ● Além disso, a RAPS constitui-se de algumas diretrizes para o seu funcionamento: - Respeito aos direitos humanos, garantindo a autonomia e a liberdade das pessoas; - Promoção da equidade, reconhecendo os determinantes sociais de saúde. - Combate a estigmas e preconceitos; - Garantia do acesso e da qualidade dos serviços, ofertando cuidado integral e assistência multiprofissional, sob a lógica interdisciplinar; - Atenção humanizada e centrada nas necessidades das pessoas; - Desenvolvimento de atividades no território, que favoreçam a inclusão social com vistas à promoção de autonomia e ao exercício da cidadania; - Diversificação das estratégias de cuidado; 28/09/2023 Relatoria: Grupo 3 - Organização dos serviços em rede de atenção à saúde regionalizada, com estabelecimento de ações intersetoriais para garantir a integralidade do cuidado; - Desenvolvimento de estratégias de redução de danos; - Ênfase em serviços de base territorial e comunitária, com participação e controle social dos usuários e de seus familiares; - Promoção de estratégias de educação permanente; - Desenvolvimento da lógica do cuidado para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e usuários de crack, álcool e outras drogas, tendo como eixo central a construção do PTS; Componentes ● A RAPS é dividida por diferentes componentes. Fonte: Redes de atenção à saúde: Rede de Atenção Psicossocial – RAPS/ Paola Trindade Garcia; Regimarina Soares Reis (Org.). - São Luís: EDUFMA, 2018. 28/09/2023 Relatoria: Grupo 3 A Política Nacional de Saúde Mental busca consolidar um modelo de atenção aberto e de base comunitária. A proposta é garantir a livre circulação das pessoas com problemas mentais pelos serviços, pela comunidade e pela cidade. A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) estabelece os pontos de atenção para o atendimento de pessoas com problemas mentais, incluindo os efeitos nocivos do uso de crack, álcool e outras drogas. A Rede integra o Sistema Único de Saúde (SUS). Fonte: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/desme/raps#:~:text=A%20Rede%20de%20Aten%C3%A7%C3%A3o%20Psicossocial,%C3%9A nico%20de%20Sa%C3%BAde%20(SUS). 4. Qual é a relação entre o RAPS e a desinstitucionalização? O processo de desinstitucionalização envolve um cuidado em saúde mental que seja integral, isto é, que leve em consideração as diferentes dimensões da pessoa que estão inseridas no processo de saúde-doença. Assim sendo, é fundamental a participação, de acordo com a necessidade, de diversos profissionais envolvendo múltiplas áreas do conhecimento (medicina, psicologia, serviço social, enfermagem), junto a outros setores, como arte, cultura, educação, justiça e assistência social. Partindo desse pressuposto, desinstitucionalizar é também estabelecer intersetorialidade e trabalho em rede, o que implica a adoção de modelos de atenção integral baseados no território (Dimenstein & Liberato, 2009). Espaços, equipamentos e instituições relacionadas à cultura, geração de trabalho e renda, esportes e lazer constituem-se importantes aliados do serviço. Fonte: Silva, Stéfhane Santana da, and Jonatha Rospide Nunes. “(Des)Institucionalização: Teorias E Práticas Dos Profissionais Da RAPS.” Revista Psicologia E Saúde, 17 Nov. 2021, pp. 19–34, https://doi.org/10.20435/pssa.v13i3.1127. Accessed 9 Oct. 2022. A Rede de Atenção Psicossocial corresponde a um conjunto articulado de diferentes pontos de atenção à saúde, instituído para acolher pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de substâncias. Fonte: Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Ministério Da Saúde, 2020, www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/desme/raps. Logo, o RAPS é uma estratégia que atende às necessidades da desinstitucionalização, contanto que feito de forma adequada. Os serviços residenciais terapêuticos e o Programa De Volta para Casa são pontos de atenção deste componente. O serviço residencial terapêutico (SRT) ou residência terapêutica ou simplesmente “moradia” são casas inseridas na comunidade, destinadas a acolher pessoas egressas de internação de longa permanência (dois anos ou mais ininterruptos), egressas de hospitais psiquiátricos e hospitais de custódia, entre outros. https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/desme/raps#:~:text=A%20Rede%20de%20Aten%C3%A7%C3%A3o%20Psicossocial,%C3%9Anico%20de%20Sa%C3%BAde%20(SUS) https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/desme/raps#:~:text=A%20Rede%20de%20Aten%C3%A7%C3%A3o%20Psicossocial,%C3%9Anico%20de%20Sa%C3%BAde%20(SUS) http://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/desme/raps 28/09/2023 Relatoria: Grupo 3 O suporte de caráter interdisciplinar (seja o CAPS de referência, seja uma equipe da Atenção Básica) deverá considerar a singularidade de cada um dos moradores, e não apenas projetos e ações baseados no coletivo de moradores. O acompanhamento a um morador deve prosseguir, mesmo que ele mude de endereço ou eventualmente seja hospitalizado. O programa De Volta para Casa, instituído pela Lei nº 10.708, de 31 de julho de 2003, que trata da proteção e dos direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais, é uma política pública de inclusão social que visa contribuir e fortalecer o processo de desinstitucionalização, que provê auxílio-reabilitação para pessoas com transtorno mental egressas de internação de longa permanência. 5. Qual o objetivo da n º10.216? Seus princípios e diretrizes? Objetivos ● Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Direitos ● São direitos da pessoa portadora de transtorno mental: I. Ter acesso aomelhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas necessidades; II. Ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade; III. Ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração; IV. Ter garantia de sigilo nas informações prestadas; V. Ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou não de sua hospitalização involuntária; VI. Ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis; VII. Receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento; VIII. Ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis; IX. Ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental. Fonte: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm 28/09/2023 Relatoria: Grupo 3 6. O que é "A nova saúde mental”? Quais alterações ocorreram na NT nº 11/2019? Um dos pontos da Nova Política Nacional de Saúde Mental é a expansão dos Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs), equipamentos voltados à reinserção social dos pacientes e fundamentais para a desinstitucionalização dos que moram em hospitais psiquiátricos. Fonte: Ministério da Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas, Coordenação-Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, 2019. A Nota Técnica publicada pela Coordenação-Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, do Ministério da Saúde, intitulada “Nova Saúde Mental”, em corroboração a Resolução do CONAD 01/2018, traça diretrizes para a política pública contra as drogas as quais, de igual forma, mostram-se contrárias aos objetivos traçados pela reforma psiquiátrica, movimento antimanicomial e desinstitucionalização da saúde. A Nota Técnica dispõe acerca da liberação de verbas públicas para a implementação de mais leitos em hospitais psiquiátricos, liberando financiamento para compra de aparelhos de eletroconvulsoterapia; incentivando, ainda, a integração das comunidades terapêuticas, dentro da Rede de Atenção Psicossocial (RAPs). A Nota técnica classifica todas as formas de tratamento indispensáveis, incentivando, ainda, o aumento de hospitais psiquiátricos, diferentemente do objetivo almejado pela reforma psiquiátrica, desprestigiando a política de redução de danos em favor do modelo hospitalocêntrico. Fonte: http://site.conpedi.org.br/publicacoes/olpbq8u9/9qrdj9qh/stv70NX07XTcwX4z.pdf NT nº 11/2019 ● Carta de Repúdio do CRP-SP: O Conselho Regional de Psicologia de São Paulo manifesta repúdio à Nota Técnica Nº 11/2019-CGMAD/DAPES/SAS/MS publicada pelo Ministério da Saúde no último dia 04 de Fevereiro a respeito da Política Nacional de Saúde Mental. Destaca-se que, com o retorno do foco no tratamento em hospitais psiquiátricos, as medidas apresentadas podem apontar para o descumprimento da Lei 10.216/01 que estabelece os direitos das pessoas com sofrimento psíquico e reorientou nas últimas décadas o modelo da política de saúde mental no país. O conteúdo da nota técnica apresenta que os investimentos e incentivos do governo federal em saúde mental terão ênfase principalmente na reabertura de leitos públicos em hospitais psiquiátricos, investimentos e parcerias com as chamadas comunidades terapêuticas, atendimento em ambulatórios especializados e incentivos à prescrição e realização de ECT (eletroconvulsoterapia). Os quase 60 mil leitos públicos desativados em hospitais psiquiátricos nas últimas décadas se deram em razão do movimento da reforma psiquiátrica brasileira, iniciado em meados dos anos 1970, que denunciou estruturas manicomiais perversas, práticas violentas, situações de maus tratos e de violações de direitos humanos. http://site.conpedi.org.br/publicacoes/olpbq8u9/9qrdj9qh/stv70NX07XTcwX4z.pdf 28/09/2023 Relatoria: Grupo 3 Fonte: https://crpsp.org/noticia/view/2314/nota-de-repudio-a-nota-tecnica-n-112019-cgmaddapessas%20ms-que-dispoeesclarecimentos-sobre-as-muda ncas-na-politica-nacional-de-saude-mental-e-na%20s-diretrizes-da-politica-nacional-sobre-drogas 7. Quais os critérios de internação para as pessoas com transtornos psiquiátricos? São usuários(as) elegíveis para internação em Unidade de Referência Especializada aqueles que, por motivo decorrente da alteração do juízo crítico, apresentarem: - Incapacidade grave de autocuidado; - Risco iminente de suicídio ou de prejuízos graves à saúde; - Risco de autoagressão ou de agressão a outros; - Risco de prejuízo moral ou dano patrimonial; - Risco de perturbação à ordem pública. Fonte: https://www.saude.df.gov.br/documents/37101/64120/Nota+T%C3%A9cnica+-Crit%C3%A9rios+de+Regula%C3%A7%C3%A3o+para+interna%C 3%A7%C3%A3o+por+transtornos+mentais+e+comportamentais+na+Rede+SES-DF.pdf Os critérios para internação psiquiátrica dependem da avaliação clínica de cada caso, mas geralmente são indicados quando o usuário apresenta um ou mais dos seguintes quadros: ● Pânico→ crise de ansiedade intensa e incontrolável, que provoca sintomas físicos e emocionais, como palpitações, falta de ar, medo de morrer ou de enlouquecer; ● Psicose → alteração da percepção da realidade, que pode causar alucinações (ver ou ouvir coisas que não existem), delírios (acreditar em coisas falsas ou absurdas), paranoia (sentir-se perseguido ou ameaçado) ou desorganização do pensamento e da fala; ● Depressão Maior → transtorno do humor caracterizado por tristeza profunda, perda de interesse pelas atividades habituais, baixa autoestima, culpa, isolamento social, alterações do sono e do apetite, dificuldade de concentração e pensamentos suicidas; ● Crise de Ansiedade Extrema → estado de nervosismo excessivo e persistente, que interfere na capacidade de funcionamento normal do indivíduo, podendo gerar sintomas como agitação, irritabilidade, inquietação, medos irracionais, fobias, obsessões ou compulsões; ● Transtornos Alimentares → distúrbios que afetam a relação do indivíduo com a comida e com seu corpo, podendo levar a comportamentos como restrição alimentar severa (anorexia), episódios de ingestão exagerada seguidos de métodos compensatórios (bulimia), ingestão compulsiva sem controle (transtorno da compulsão alimentar periódica) ou uso abusivo de substâncias para alterar o peso ou a forma corporal; ● Suicídio → a tentativa ou a consumação de tirar a própria vida, motivada por um sofrimento psíquico intenso e insuportável, que pode estar associado a diversos fatores biológicos, psicológicos e sociais. https://crpsp.org/noticia/view/2314/nota-de-repudio-a-nota-tecnica-n-112019-cgmaddapessas%20ms-que-dispoeesclarecimentos-sobre-as-mudancas-na-politica-nacional-de-saude-mental-e-na%20s-diretrizes-da-politica-nacional-sobre-drogas https://crpsp.org/noticia/view/2314/nota-de-repudio-a-nota-tecnica-n-112019-cgmaddapessas%20ms-que-dispoeesclarecimentos-sobre-as-mudancas-na-politica-nacional-de-saude-mental-e-na%20s-diretrizes-da-politica-nacional-sobre-drogas https://www.saude.df.gov.br/documents/37101/64120/Nota+T%C3%A9cnica+-Crit%C3%A9rios+de+Regula%C3%A7%C3%A3o+para+interna%C3%A7%C3%A3o+por+transtornos+mentais+e+comportamentais+na+Rede+SES-DF.pdf https://www.saude.df.gov.br/documents/37101/64120/Nota+T%C3%A9cnica+-Crit%C3%A9rios+de+Regula%C3%A7%C3%A3o+para+interna%C3%A7%C3%A3o+por+transtornos+mentais+e+comportamentais+na+Rede+SES-DF.pdf https://www.jusbrasil.com.br/artigos/como-a-lei-102016-regula-as-internacoes-psiquiatricas/344192641 https://www.jusbrasil.com.br/artigos/como-a-lei-102016-regula-as-internacoes-psiquiatricas/344192641 28/09/2023 Relatoria: Grupo 3 A internação psiquiátrica deve ser sempre considerada como uma medida temporária e excepcional, que visa à estabilização do quadro clínico e à preparação para o retorno ao convívio familiar e social. A internação psiquiátrica não deve ser vista como uma punição ou um abandono, mas como uma forma de proteger e cuidar da pessoa com transtorno mental. Tipos de Internação