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OT 3 - Politica Nacional de saúde mental e articulação da RAPS com enfoque na desinstitucionalização

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28/09/2023
Relatoria: Grupo 3
OT 3 - Política Nacional de Saúde
Mental e articulação da RAPS com
enfoque na desinstitucionalização
Problemas
● Antigamente, o tempo mínimo de internação era muito grande (20 anos);
● Sistemas de tratamento violento (físicos, morais, religiosos);
● Praticamente todas as unidades de saúde mental, antigamente, feriam os direitos
humanos das pessoas internadas;
● Dificuldade da suspensão do uso de antipsicóticos e antidepressivos;
● O paradigma por trás dos transtornos mentais permite que muitas condições sejam
subdiagnosticadas e não tratadas.
Hipóteses
● A desinstitucionalização do cuidado da saúde mental promoveu um cuidado
humanizado aos pacientes psiquiátricos.
Questões de Aprendizagem
1. Contextualizar a evolução da luta antimanicomial no
Brasil e reforma psiquiátrica.
A história da Saúde Mental como campo de conhecimento ou área de atuação tem a sua
história atravessada pela história da psiquiatria e pelo alienismo, de Philipe Pinel (pai da
psiquiatria). Este rompe inicialmente com a privação de liberdade do louco, marcado pelo
“gesto pineliano de desacorrentar os loucos para implementar meios completamente
diferentes (mito de origem da psiquiatria), e é o signo de que, desde a sua fundação, a
ciência psiquiátrica nasceu como reforma”. Pinel, apesar de propor a liberdade dos loucos
(liberados das correntes), ainda os submetia a um tratamento asilar, sob um regime de
isolamento (institucionalização/hospitalização 16 Redes de Atenção à Saúde integral),
surgindo com isso o que ele denominou de tratamento moral.
Logo, o princípio do “isolamento do mundo exterior” é uma construção pineliana a qual
propõe que as causas da alienação mental estão presentes no meio social, sendo, portanto,
necessário o isolamento como meio de afastá-las. Para ele, o hospital, por si só, seria uma
instituição terapêutica. Até a transformação do hospital em uma instituição médica, a
28/09/2023
Relatoria: Grupo 3
loucura e os loucos tinham múltiplos significados (de demônios a endeusados, de comédia
a tragédia, de erro a verdade) e múltiplos espaços e lugares, entre os quais ruas, guetos,
asilos, prisões, igrejas e hospitais.
O século 17 trouxe a criação de modalidades de hospitais, a saber, o hospital geral, que
passou a cumprir a função de mantenedor da ordem social e política mais explícita. Para
Michel Foucault, o hospital geral foi de fundamental importância para a definição de um
novo “lugar social” para o louco e a loucura na sociedade ocidental.
Em meados do fim do século 17, o hospital se transformou em uma instituição médica por
excelência. Para Amarante (2007), o hospital foi medicalizado e a intervenção médica
passaria a partir daí a ser constante e regular, operado essencialmente pela tecnologia
política da disciplina.
Logo, a distribuição espacial dos indivíduos, o exercício do controle, a vigilância perpétua e
constante e o registro de tudo que acontecia no hospital eram balizadores dessa prática
No Brasil, até o século 19, no período pré-republicano, os “loucos” eram incorporados à
paisagem urbana como pessoas de rua, e não como internos do hospício. Em meados do
século 19, o doente mental que ainda podia desfrutar de apreciável grau de tolerância social
e de relativa liberdade passou a ser tratado em Santas Casas de Misericórdia.
Na virada do século 20, a reforma passou a se orientar pela crítica à insuficiência do asilo,
produzindo, por exemplo, o modelo das colônias agrícolas. Os alienistas brasileiros do início
do século 20 foram adeptos fervorosos das colônias de alienados, pois consideravam que o
trabalho seria o “meio terapêutico mais precioso”.
O modelo de colônias passou a ser copiado em várias capitais pelo Brasil. Em todo o país
proliferam hospitais psiquiátricos e colônias agrícolas para doentes mentais com a ideia de
tratar e reeducar pelo trabalho, fornecendo um ambiente calmo e regrado.
Embora identificados como espaços em crise, as instituições psiquiátricas só passaram a
ser alvo de críticas mais efetivas no período que sucedeu as duas grandes guerras
mundiais. Os movimentos da Comunidade Terapêutica iniciados na Inglaterra; da
Psicoterapia Institucional, na França; a Psiquiatria Comunitária ou Preventiva, nos Estados
Unidos; e a Psiquiatria de Setor Francesa foram marcos importantes neste processo.
O grupo composto pela Comunidade Terapêutica e pela Psicoterapia Institucional
defendiam que o fracasso estava na gestão do próprio hospital e que a solução seria
introduzir mudanças na instituição. O segundo grupo é formado pela Psiquiatria de Setor, e
a Psiquiatria Preventiva defendia que o modelo hospitalar estava obsoleto e deveria ser
substituído por outros serviços assistenciais, a saber, os hospitais-dia, oficinas terapêuticas
e centros de saúde mental. Existia um terceiro grupo, da Antipsiquiatria e a Psiquiatria
Democrática, que colocava em questão o modelo científico psiquiátrico, assim como as
instituições psiquiátricas.
A atual Política de Saúde Mental brasileira é resultado da mobilização de usuários,
familiares e trabalhadores da saúde iniciada na década de 1980 com o objetivo de mudar a
realidade dos manicômios. O movimento foi impulsionado pelo combate à ditadura militar e
pelas experiências exitosas de países europeus na substituição de um modelo de saúde
mental baseado no hospital psiquiátrico por um modelo de serviços comunitários com forte
inserção territorial. Nas últimas décadas, esse processo de mudança se expressa
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Relatoria: Grupo 3
especialmente por meio do Movimento Social da Luta Antimanicomial e de um projeto
coletivamente produzido de mudança do modelo de atenção e de gestão do cuidado: a
Reforma Psiquiátrica.
Fonte: RAPS, UNASUS, MINISTÉRIO DA SAÚDE.
2. Compreender a Política Nacional de Saúde Mental e o
que alterou na sua reformulação?
A política de saúde mental no Brasil teve suas origens nos anos 1970, quando se
reconheceu a necessidade urgente de reformar o sistema psiquiátrico, que era
caracterizado por hospitais psiquiátricos com baixa qualidade de cuidados e violações dos
direitos humanos. As reformas iniciais focaram na melhoria das condições nos hospitais
psiquiátricos e na promoção da desinstitucionalização.
Isso culminou na substituição progressiva dos hospitais psiquiátricos por uma rede de
serviços comunitários, incluindo os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), inspirados em
modelos europeus.
A participação ativa de diversos setores da sociedade, incluindo profissionais de saúde,
usuários e familiares, foi muito importante para a reforma brasileira.
Conferências nacionais de saúde mental também tiveram um papel importante na definição
da política de saúde mental, e a mobilização social desempenhou um papel crucial.
Desinstitucionalização e Expansão dos Serviços Comunitários: Durante esse processo,
houve uma redução significativa no número de leitos em hospitais psiquiátricos, com um
foco na criação de serviços comunitários, como os CAPS, serviços residenciais terapêuticos
e o programa "Volta para Casa". Isso permitiu a desinstitucionalização gradual de pacientes
de longa permanência.
Apesar dos progressos significativos, ainda existem desafios a serem enfrentados, como a
necessidade de ampliar o acesso e a integração da saúde mental com a atenção primária.
O financiamento e o desenvolvimento de recursos humanos também foram apontados como
áreas com fragilidades.
28/09/2023
Relatoria: Grupo 3
Fonte:
https://www.scielo.br/j/csp/a/KMwv8DrW37NzpmvL4WkHcdC/#:~:text=O%20desenvolvimento%20da%20pol%C3%ADtica%20de,e%20culturais
%20da%20sociedade%20brasileira.
3. O que é RAPS? Qual sua função? (papel dos pontos de
atenção) Como funciona sua organização?
A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) corresponde a um conjunto articulado de
diferentes pontos de atenção à saúde, instituída para acolher pessoas com sofrimento ou
transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas,
no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). A assistência em saúde mental noBrasil
envolve o Governo Federal, Estados e Municípios. São cerca de vinte diferentes
modalidades de serviços que garantem ofertas diferentes para as diferentes demandas de
cuidados.
Foi instituída pela Portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011, republicada em 21 de
maio de 2013 e revogada pela Portaria de Consolidação nº 3, de 28 de setembro de 2017,
que trata da consolidação das normas sobre as redes do Sistema Único de Saúde.
https://www.scielo.br/j/csp/a/KMwv8DrW37NzpmvL4WkHcdC/#:~:text=O%20desenvolvimento%20da%20pol%C3%ADtica%20de,e%20culturais%20da%20sociedade%20brasileira
https://www.scielo.br/j/csp/a/KMwv8DrW37NzpmvL4WkHcdC/#:~:text=O%20desenvolvimento%20da%20pol%C3%ADtica%20de,e%20culturais%20da%20sociedade%20brasileira
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Relatoria: Grupo 3
Objetivos Gerais
● A RAPS tem como objetivos gerais:
- Ampliar o acesso à atenção psicossocial da população em geral;
- Promover o acesso das pessoas com transtornos mentais e com
necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas e suas
famílias aos pontos de atenção;
- Garantir a articulação e integração dos pontos de atenção das redes de
saúde no território, qualificando o cuidado por meio do acolhimento, do
acompanhamento contínuo e da atenção às urgências;
Objetivos Específicos
● São objetivos específicos da RAPS:
- Promover cuidados em saúde especialmente para grupos mais vulneráveis
(crianças, adolescentes, jovens, pessoas em situação de rua e populações
indígenas);
- Prevenir o consumo e a dependência de crack, álcool e outras drogas;
- Reduzir danos provocados pelo consumo de crack, álcool e outras drogas;
- Promover a reabilitação e a reinserção das pessoas com transtorno mental e
com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas na
sociedade, por meio do acesso ao trabalho, renda e moradia solidária;
- Promover mecanismos de formação permanente aos profissionais de saúde;
- Desenvolver ações intersetoriais de prevenção e redução de danos em
parceria com organizações governamentais e da sociedade civil;
- Produzir e ofertar informações sobre direitos das pessoas, medidas de
prevenção e cuidado e os serviços disponíveis na rede;
- Regular e organizar as demandas e os fluxos assistenciais da Rede de
Atenção Psicossocial;
- Monitorar e avaliar a qualidade dos serviços por meio de indicadores de
efetividade e resolutividade da atenção;
Diretrizes
● Além disso, a RAPS constitui-se de algumas diretrizes para o seu funcionamento:
- Respeito aos direitos humanos, garantindo a autonomia e a liberdade das
pessoas;
- Promoção da equidade, reconhecendo os determinantes sociais de saúde.
- Combate a estigmas e preconceitos;
- Garantia do acesso e da qualidade dos serviços, ofertando cuidado integral e
assistência multiprofissional, sob a lógica interdisciplinar;
- Atenção humanizada e centrada nas necessidades das pessoas;
- Desenvolvimento de atividades no território, que favoreçam a inclusão social
com vistas à promoção de autonomia e ao exercício da cidadania;
- Diversificação das estratégias de cuidado;
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Relatoria: Grupo 3
- Organização dos serviços em rede de atenção à saúde regionalizada, com
estabelecimento de ações intersetoriais para garantir a integralidade do
cuidado;
- Desenvolvimento de estratégias de redução de danos;
- Ênfase em serviços de base territorial e comunitária, com participação e
controle social dos usuários e de seus familiares;
- Promoção de estratégias de educação permanente;
- Desenvolvimento da lógica do cuidado para pessoas com sofrimento ou
transtorno mental e usuários de crack, álcool e outras drogas, tendo como
eixo central a construção do PTS;
Componentes
● A RAPS é dividida por diferentes componentes.
Fonte:
Redes de atenção à saúde: Rede de Atenção Psicossocial – RAPS/ Paola Trindade Garcia; Regimarina Soares Reis (Org.). - São Luís:
EDUFMA, 2018.
28/09/2023
Relatoria: Grupo 3
A Política Nacional de Saúde Mental busca consolidar um modelo de atenção aberto e de
base comunitária. A proposta é garantir a livre circulação das pessoas com problemas
mentais pelos serviços, pela comunidade e pela cidade.
A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) estabelece os pontos de atenção para o
atendimento de pessoas com problemas mentais, incluindo os efeitos nocivos do uso de
crack, álcool e outras drogas. A Rede integra o Sistema Único de Saúde (SUS).
Fonte:
https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/desme/raps#:~:text=A%20Rede%20de%20Aten%C3%A7%C3%A3o%20Psicossocial,%C3%9A
nico%20de%20Sa%C3%BAde%20(SUS).
4. Qual é a relação entre o RAPS e a
desinstitucionalização?
O processo de desinstitucionalização envolve um cuidado em saúde mental que seja
integral, isto é, que leve em consideração as diferentes dimensões da pessoa que estão
inseridas no processo de saúde-doença. Assim sendo, é fundamental a participação, de
acordo com a necessidade, de diversos profissionais envolvendo múltiplas áreas do
conhecimento (medicina, psicologia, serviço social, enfermagem), junto a outros setores,
como arte, cultura, educação, justiça e assistência social. Partindo desse pressuposto,
desinstitucionalizar é também estabelecer intersetorialidade e trabalho em rede, o que
implica a adoção de modelos de atenção integral baseados no território (Dimenstein &
Liberato, 2009). Espaços, equipamentos e instituições relacionadas à cultura, geração de
trabalho e renda, esportes e lazer constituem-se importantes aliados do serviço.
Fonte: Silva, Stéfhane Santana da, and Jonatha Rospide Nunes. “(Des)Institucionalização: Teorias E Práticas Dos Profissionais Da RAPS.”
Revista Psicologia E Saúde, 17 Nov. 2021, pp. 19–34, https://doi.org/10.20435/pssa.v13i3.1127. Accessed 9 Oct. 2022.
A Rede de Atenção Psicossocial corresponde a um conjunto articulado de diferentes pontos
de atenção à saúde, instituído para acolher pessoas com sofrimento ou transtorno mental e
com necessidades decorrentes do uso de substâncias.
Fonte: Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Ministério Da Saúde, 2020, www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/desme/raps.
Logo, o RAPS é uma estratégia que atende às necessidades da desinstitucionalização,
contanto que feito de forma adequada.
Os serviços residenciais terapêuticos e o Programa De Volta para Casa são pontos de
atenção deste componente. O serviço residencial terapêutico (SRT) ou residência
terapêutica ou simplesmente “moradia” são casas inseridas na comunidade, destinadas a
acolher pessoas egressas de internação de longa permanência (dois anos ou mais
ininterruptos), egressas de hospitais psiquiátricos e hospitais de custódia, entre outros.
https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/desme/raps#:~:text=A%20Rede%20de%20Aten%C3%A7%C3%A3o%20Psicossocial,%C3%9Anico%20de%20Sa%C3%BAde%20(SUS)
https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/desme/raps#:~:text=A%20Rede%20de%20Aten%C3%A7%C3%A3o%20Psicossocial,%C3%9Anico%20de%20Sa%C3%BAde%20(SUS)
http://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/desme/raps
28/09/2023
Relatoria: Grupo 3
O suporte de caráter interdisciplinar (seja o CAPS de referência, seja uma equipe da
Atenção Básica) deverá considerar a singularidade de cada um dos moradores, e não
apenas projetos e ações baseados no coletivo de moradores. O acompanhamento a um
morador deve prosseguir, mesmo que ele mude de endereço ou eventualmente seja
hospitalizado.
O programa De Volta para Casa, instituído pela Lei nº 10.708, de 31 de julho de 2003, que
trata da proteção e dos direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais, é uma
política pública de inclusão social que visa contribuir e fortalecer o processo de
desinstitucionalização, que provê auxílio-reabilitação para pessoas com transtorno mental
egressas de internação de longa permanência.
5. Qual o objetivo da n º10.216? Seus princípios e
diretrizes?
Objetivos
● Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos
mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.
Direitos
● São direitos da pessoa portadora de transtorno mental:
I. Ter acesso aomelhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas
necessidades;
II. Ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de
beneficiar sua saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na
família, no trabalho e na comunidade;
III. Ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração;
IV. Ter garantia de sigilo nas informações prestadas;
V. Ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a
necessidade ou não de sua hospitalização involuntária;
VI. Ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;
VII. Receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu
tratamento;
VIII. Ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis;
IX. Ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.
Fonte: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm
28/09/2023
Relatoria: Grupo 3
6. O que é "A nova saúde mental”? Quais alterações
ocorreram na NT nº 11/2019?
Um dos pontos da Nova Política Nacional de Saúde Mental é a expansão dos Serviços
Residenciais Terapêuticos (SRTs), equipamentos voltados à reinserção social dos pacientes
e fundamentais para a desinstitucionalização dos que moram em hospitais psiquiátricos.
Fonte: Ministério da Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas, Coordenação-Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas,
2019.
A Nota Técnica publicada pela Coordenação-Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras
Drogas, do Ministério da Saúde, intitulada “Nova Saúde Mental”, em corroboração a
Resolução do CONAD 01/2018, traça diretrizes para a política pública contra as drogas as
quais, de igual forma, mostram-se contrárias aos objetivos traçados pela reforma
psiquiátrica, movimento antimanicomial e desinstitucionalização da saúde.
A Nota Técnica dispõe acerca da liberação de verbas públicas para a implementação de
mais leitos em hospitais psiquiátricos, liberando financiamento para compra de aparelhos de
eletroconvulsoterapia; incentivando, ainda, a integração das comunidades terapêuticas,
dentro da Rede de Atenção Psicossocial (RAPs). A Nota técnica classifica todas as formas
de tratamento indispensáveis, incentivando, ainda, o aumento de hospitais psiquiátricos,
diferentemente do objetivo almejado pela reforma psiquiátrica, desprestigiando a política de
redução de danos em favor do modelo hospitalocêntrico.
Fonte: http://site.conpedi.org.br/publicacoes/olpbq8u9/9qrdj9qh/stv70NX07XTcwX4z.pdf
NT nº 11/2019
● Carta de Repúdio do CRP-SP:
O Conselho Regional de Psicologia de São Paulo manifesta repúdio à Nota Técnica Nº
11/2019-CGMAD/DAPES/SAS/MS publicada pelo Ministério da Saúde no último dia 04 de
Fevereiro a respeito da Política Nacional de Saúde Mental. Destaca-se que, com o retorno
do foco no tratamento em hospitais psiquiátricos, as medidas apresentadas podem apontar
para o descumprimento da Lei 10.216/01 que estabelece os direitos das pessoas com
sofrimento psíquico e reorientou nas últimas décadas o modelo da política de saúde mental
no país. O conteúdo da nota técnica apresenta que os investimentos e incentivos do
governo federal em saúde mental terão ênfase principalmente na reabertura de leitos
públicos em hospitais psiquiátricos, investimentos e parcerias com as chamadas
comunidades terapêuticas, atendimento em ambulatórios especializados e incentivos à
prescrição e realização de ECT (eletroconvulsoterapia). Os quase 60 mil leitos públicos
desativados em hospitais psiquiátricos nas últimas décadas se deram em razão do
movimento da reforma psiquiátrica brasileira, iniciado em meados dos anos 1970, que
denunciou estruturas manicomiais perversas, práticas violentas, situações de maus tratos e
de violações de direitos humanos.
http://site.conpedi.org.br/publicacoes/olpbq8u9/9qrdj9qh/stv70NX07XTcwX4z.pdf
28/09/2023
Relatoria: Grupo 3
Fonte:
https://crpsp.org/noticia/view/2314/nota-de-repudio-a-nota-tecnica-n-112019-cgmaddapessas%20ms-que-dispoeesclarecimentos-sobre-as-muda
ncas-na-politica-nacional-de-saude-mental-e-na%20s-diretrizes-da-politica-nacional-sobre-drogas
7. Quais os critérios de internação para as pessoas com
transtornos psiquiátricos?
São usuários(as) elegíveis para internação em Unidade de Referência Especializada
aqueles que, por motivo decorrente da alteração do juízo crítico, apresentarem:
- Incapacidade grave de autocuidado;
- Risco iminente de suicídio ou de prejuízos graves à saúde;
- Risco de autoagressão ou de agressão a outros;
- Risco de prejuízo moral ou dano patrimonial;
- Risco de perturbação à ordem pública.
Fonte:
https://www.saude.df.gov.br/documents/37101/64120/Nota+T%C3%A9cnica+-Crit%C3%A9rios+de+Regula%C3%A7%C3%A3o+para+interna%C
3%A7%C3%A3o+por+transtornos+mentais+e+comportamentais+na+Rede+SES-DF.pdf
Os critérios para internação psiquiátrica dependem da avaliação clínica de cada caso, mas
geralmente são indicados quando o usuário apresenta um ou mais dos seguintes quadros:
● Pânico→ crise de ansiedade intensa e incontrolável, que provoca sintomas físicos e
emocionais, como palpitações, falta de ar, medo de morrer ou de enlouquecer;
● Psicose → alteração da percepção da realidade, que pode causar alucinações (ver
ou ouvir coisas que não existem), delírios (acreditar em coisas falsas ou absurdas),
paranoia (sentir-se perseguido ou ameaçado) ou desorganização do pensamento e
da fala;
● Depressão Maior → transtorno do humor caracterizado por tristeza profunda, perda
de interesse pelas atividades habituais, baixa autoestima, culpa, isolamento social,
alterações do sono e do apetite, dificuldade de concentração e pensamentos
suicidas;
● Crise de Ansiedade Extrema → estado de nervosismo excessivo e persistente,
que interfere na capacidade de funcionamento normal do indivíduo, podendo gerar
sintomas como agitação, irritabilidade, inquietação, medos irracionais, fobias,
obsessões ou compulsões;
● Transtornos Alimentares → distúrbios que afetam a relação do indivíduo com a
comida e com seu corpo, podendo levar a comportamentos como restrição alimentar
severa (anorexia), episódios de ingestão exagerada seguidos de métodos
compensatórios (bulimia), ingestão compulsiva sem controle (transtorno da
compulsão alimentar periódica) ou uso abusivo de substâncias para alterar o peso
ou a forma corporal;
● Suicídio → a tentativa ou a consumação de tirar a própria vida, motivada por um
sofrimento psíquico intenso e insuportável, que pode estar associado a diversos
fatores biológicos, psicológicos e sociais.
https://crpsp.org/noticia/view/2314/nota-de-repudio-a-nota-tecnica-n-112019-cgmaddapessas%20ms-que-dispoeesclarecimentos-sobre-as-mudancas-na-politica-nacional-de-saude-mental-e-na%20s-diretrizes-da-politica-nacional-sobre-drogas
https://crpsp.org/noticia/view/2314/nota-de-repudio-a-nota-tecnica-n-112019-cgmaddapessas%20ms-que-dispoeesclarecimentos-sobre-as-mudancas-na-politica-nacional-de-saude-mental-e-na%20s-diretrizes-da-politica-nacional-sobre-drogas
https://www.saude.df.gov.br/documents/37101/64120/Nota+T%C3%A9cnica+-Crit%C3%A9rios+de+Regula%C3%A7%C3%A3o+para+interna%C3%A7%C3%A3o+por+transtornos+mentais+e+comportamentais+na+Rede+SES-DF.pdf
https://www.saude.df.gov.br/documents/37101/64120/Nota+T%C3%A9cnica+-Crit%C3%A9rios+de+Regula%C3%A7%C3%A3o+para+interna%C3%A7%C3%A3o+por+transtornos+mentais+e+comportamentais+na+Rede+SES-DF.pdf
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/como-a-lei-102016-regula-as-internacoes-psiquiatricas/344192641
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/como-a-lei-102016-regula-as-internacoes-psiquiatricas/344192641
28/09/2023
Relatoria: Grupo 3
A internação psiquiátrica deve ser sempre considerada como uma medida temporária e
excepcional, que visa à estabilização do quadro clínico e à preparação para o retorno ao
convívio familiar e social. A internação psiquiátrica não deve ser vista como uma punição ou
um abandono, mas como uma forma de proteger e cuidar da pessoa com transtorno mental.
Tipos de Internação

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