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<p>Teoria do Turismo Conceitos, Modelos e Sistemas Guilherme Lohmann Alexandre Panosso Netto EDITORA ALEPH</p><p>33t Copyright Guilherme Lohmann e Alexandre Panosso Netto, 2008 Copyright Editora Aleph, 2008 CAPA Thiago Ventura Luiza Franco AQUARELA DE CAPA Meire de Oliveira PREPARAÇÃO DE Tania Rejane A. Gonçalves REVISÃO TÉCNICA Luiz Gonzaga Godoi Trigo Marcelo Vilela de Almeida REVISÃO Ana Cristina Teixeira PROJETO GRÁFICO Neide Siqueira EDITORAÇÃO Join Bureau COORDENAÇÃO EDITORIAL Débora Dutra Delfin EDITORES DE TURISMO Guilherme Lohmann Alexandre Panosso Netto DIRETORA EDITORIAL Betty Fromer Piazzi Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, no todo ou em parte, através de quaisquer meios. EDITORA ALEPH Rua Dr. Luiz Migliano, 1110 - Cj. 301 05711-900 - São Paulo - SP - Brasil Tel: [55 11] 3743-3202 Fax: [55 11] 3743-3263 www.editoraaleph.com.b Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Lohmann, Guilherme Teoria do turismo : conceitos, modelos e sistemas / Guilherme Lohmann, Alexandre Panosso Netto. - São Paulo : Aleph, 2008. - (Série turismo) Bibliografia. ISBN 978-85-7657-055-4 1. Turismo - Estudo e ensino 2. Turismo - Pesquisa 3. Turismo - Teoria I. Panosso Netto, Alexandre. II. Título. III. Série. 08-03621 Índices para</p><p>DO DO BRASIL Site oficial do órgão. Apresenta roteiros para estrangeiros, informações gerais sobre o turismo no país, seções específicas para profissionais da área entre outros (em Disponível em: Política Pública de Turismo de Desarrollo turístico y sustentabilidads el caso de Universidad del Caribe, 2005. PORTAL DE TURISMO. Site mantido pelo Ministério do Turismo, contendo as mais diversas informações sobre roteiros, destinos, negócios e eventos a respeito do tu- rismo Disponível em: Por política pública de turismo, pode-se compreender o direcionamento SOLHA, Órgãos estaduais de turismo no Brasil. In: TRIGO, L.G.G. et al. Análises regio- dado pelo governo federal, estadual, municipal ou regional para desenvolvi- nais globals do turismo brasileiro. São Paulo: Roca, 2005. p. 39-47. mento da atividade turística, após ter consultado os representantes do setor tu- Economia do lazer e do turismo. 2. ed. São Paulo: Manole, 2003. rístico e da sociedade. Tal direcionamento está expresso em documento denominado Plano Nacional de Turismo e nos demais documentos das esferas DE Site oficial da organização (em espanhol). Disponível em:</p><p>Política pública de turismo ou retardar desenvolvimento do turismo, tanto nacional quanto decisão tomada pelo governo federal, e é aplicada em todo o território Um sistema político pode ser liberal, democrático ou totalitário, pode devendo ser aceita por todos os estados, províncias e cidades deste ser de direita ou de esquerda politicamente, mas, na prática, todos os tipos de a exigência de tomar vacina contra algum tipo de doença pode regime deveriam ser responsáveis pelo turismo. As crenças ideológicas e filo- para visitantes de um Estado, e não de outro, mesmo sendo eles esta- sóficas dominantes e valores do sistema político determinarão até onde os Esta, então, passa a ser uma decisão estadual, e não interfere governos intervirão no sistema econômico, qual será papel do setor priva território nacional. Terceiro, a licença para construir uma pousada do e quanto de suporte e financiamento será dado ao do mar passará, primeiramente, pelo poder local, ou seja, pelo muni- Segundo Mattheus (2000), a forma como o governo interage com tornando-se esta uma decisão que influencia, principalmente, a região mo depende principalmente da natureza do sistema político em questão, de abrangência dessa pousada. como os poderes são distribuídos entre as várias agências e de como o poder A relação do governo com o turismo é tão complexa que as pesquisas cien- é derivado, se de um processo de eleições populares ou de um processo deveriam discutir como e de que forma as ações governamentais e o pró- nos democrático. Em um sistema federal, por exemplo, as funções gover- prio governo influenciam e impactam a atividade turística. No entanto, namentais são distribuídas entre vários níveis de autoridades, tais como ser desenvolvidos estudos que procurassem analisar como as ações estados, condados, cidades, municípios, além da esfera governos, em todos os níveis, têm sido influenciadas pelo turismo. Elliot Na economia capitalista, há mais ênfase na interação com o setor privado para (1997) construiu um esquema (ver Figura 22) para ilustrar a complexidade do promover e regulamentar o turismo, enquanto no sistema socialista o do turismo no setor público. Os gerentes precisam atuar de no assume um papel mais regulador, direcionando e provendo os empreendi com o ambiente político e industrial, com seu poder em conexão com mentos de formais e informais. Beni (2001, p. 99) apontou que a ausência de uma política de turismo e de Elliot (1997), o gerenciamento do setor público possui cinco um Plano Nacional de Turismo pode trazer vários problemas para o setor, básicos, quais sejam: interesse público, serviço público, eficácia tre eles: eficiência e responsabilidade. Para esse autor, o gerenciamento da máquina pública deveria seguir os princípios estabelecidos por Max Weber, (...) ausência de estratégias para a correta preservação, conservação e utiliza que privilegia a administração baseada no sistema de autoridade legal legiti- ção do patrimônio natural e cultural; implantação desordenada de equipa- mada pela sociedade, e está baseada na forma racional de administração. To- mentos e serviços em áreas de vocação turística em descompasso com as sabe-se que, quando se trata de assuntos de interesse público, sempre características do fluxo interno; tentativas de a possibilidade de haver uma administração irracional, com os interes- conquista do fluxo receptivo internacional, determinadas por inadequado pla privados superando os interesses da Albrow (1970, apud nejamento de roteiros de viagens aos pólos turísticos nacionais e má aplicação 1997) relacionou as características e os princípios ideais da administra- da estratégia de marketing. pública, propostos por Weber, os quais seguem no Quadro 4. (1997) pontuou que os governos devem ter três questões claras, que Mattheus (2000) também discutiu a forma como as funções governa fundamentais na proposta de desenvolvimento do turismo: responsabili- mentais que afetam o turismo são distribuídas pelo tipo e pelo nível de dades, e objetivos. nização, havendo, ainda, diferentes níveis de autoridade governamental para Responsabilidades referem-se, primeiro, à estabilidade e à segurança, tanto diferentes assuntos do Assim, podem ser citados três exemplos: dos quanto da população Veja-se caso recente da necessida meiro, a exigência de visto para ingressar no país para turistas estrangeiros é de de um controle mais efetivo da entrada de turistas nos Estados Unidos, devi do à constante ameaça de ataques Segundo, ao padrão de vida, que 122</p><p>do Turismo Política pública de turismo tipo ideal weberiano: características ou princípios PRINCÍPIOS POLÍTICAS Administração do setor público; Os membros-assistentes são livres, observando somente os deveres de suas ministérios/departamentos; autoridades legais; conselhos funções. nacionais de turismo; PRÁTICA conselhos regionais PODER uma clara hierarquia de funções. de turismo As funções dos escritórios são claramente especificadas. Organizações Oficiais são designados com base em um internacionais Governos ONU, PNUD, OMT Funcionários são selecionados com base em uma qualificação profissional, Nacional/Federal preferencialmente substanciados por um diploma obtido em um exame. regional/estadual local Oficiais têm salários, e freqüentemente direitos de pensão. salário é estabe- RESULTADOS PRÁTICOS lecido de acordo com a posição na hierarquia. oficial pode sempre deixar TURISMO posto; sob certas circunstâncias tal posto pode também ser extinto. RESULTADOS DA posto do oficial é sua única e maior ocupação. PERFORMANCE DE IMPACTO uma estrutura de carreira e a promoção é possível por tempo de trabalho ou mérito, e também de acordo com o julgamento de superiores. Grupos de intresse Comitês do oficial não pode apropriar-se do posto nem dos recursos destinados a este Parlamento/Congresso ou lobistas; indústria; posto. meio-ambiente; centrais de trabalhadores 10 funcionário está sujeito a um controle unificado e um sistema disciplinar. Partidos políticos Albrow (1970, apud Elliot, 1997). Governos estrangeiros Indústria; empresas aéreas; Cortes/sistema jurídico agentes de viagens Cidadão; opinião púbica; mídia para esse governo e quanto financiamento receberá para alavancar seu desen- POLÍTICA FORMAL Implementação Se um governo é centralizador e intervencionista, fica claro que o Formulação privado será fortemente influenciado pelas ações Mas, MERCADO 0 governo for neoliberal, então o setor privado terá mais liberdade para atu- PROCESSOS INFORMAL OFERTA/DEMANDA no mercado de livre concorrência. Os objetivos vão refletir as responsabilidades e as ideologias, e podem ser Figura 22 Turismo: ambiente político, administrativo e industrial formais (declarados) ou informais (não-declarados). Os objetivos formais estão Fonte: Elliot (1997). na nos documentos públicos e nas cartas de intenção, entre ou- Os objetivos informais não estão escritos e são estabelecidos no intuito de fortalecer politicamente uma região ou, até mesmo, um grupo É pode e deve ser melhorado por meio do desenvolvimento do turismo. que Isso não pode ser publicado em forma de documento oficial pelas se em conta que o turismo é um dos setores que mais rápido se desenvolve, esta que pode ter. Objetivos macro dão maior visibilidade aos governos pode ser uma justificativa para que os governos prioridade a este setor. do que ações locais e pontuais. Mundialmente, principal objetivo dos gover Ideologias estão relacionadas à crença à do A nos nacionais é aumentar número de turistas estrangeiros que visitam país é pois determinar 0 quanto turismo é</p><p>do Turismo Política pública de turismo Desta forma é que o turismo se caracteriza como um setor extremamente com- foi negativo, uma vez que a discussão do turismo muitas vezes foi bana- petitivo e de abrangência global. e pessoas que não tinham noção da complexidade do fenômeno diziam Sobre os atores políticos do turismo, Elliot (1997) destacou os líderes e os conhecedoras do campo do turismo. A partir de 2003, o Programa Nacional ministérios ou departamentos. Os líderes seriam o presidente ou rei, o primei- de Regionalização do Turismo PNRT veio substituir o PNMT. está um claro ro-ministro, o chefe do gabinete de governo e o ministro do turismo, que são os da influência das ideologias e filosofias dos governantes no estabele- responsáveis que dirão o quanto o turismo é importante para o país. das políticas públicas de turismo, pois, quando governo foi mudado, Os ministérios, departamentos (e ou secretarias) são os órgãos que con- mudou o direcionamento da política pública para setor. gregam o pessoal que trabalha no estabelecimento e detalhamento da política Nem sempre é possível saber qual é o interesse do Poder Público no turis- pública de turismo. A necessidade de um ministério de turismo independente quais são as orientações para o setor privado, fator que pode causar dese- e separado dos demais tem sido um dos problemas enfrentados pelos gover- nas relações público-privado e levar a um desequilíbrio ou mau nos, uma vez que o turismo está relacionado com um grande número de seto- da atividade. ideal é quando há uma parceria no desenvolvi- res e torna-se impossível para um ministro coordenar todo esse processo mento da referida atividade entre o público e o privado, pois, assim, todos po- Além do mais, um ministério de turismo autônomo, dependendo da sair lucrando com o correto desenvolvimento do turismo. Apenas para postura do país em que se encontra, poderá ter menos força política para soli- um modelo de parceria público-privada, estabelecida entre o Ministé- citar recursos junto ao governo. Levando em consideração esses fatores, alguns do Turismo, o Instituto de Academias Profissionalizantes (IAP), a Academia países têm optado por manter o turismo junto com outro ministério, como o de Viagens e Turismo (AVT) e o Núcleo de Turismo da Universidade de São Pau- esporte, tecnologia, ciência, cultura, meio ambiente, economia ou lazer, entre (USP), é projeto Caminhos do Futuro¹, que leva a discussão e o ensino do outros. Esse foi o caso do Brasil até o ano de 2002, quando, então, foi criado alunos das escolas públicas do Brasil. Ministério do Turismo, que tem maior autonomia e independência, mas nem sempre pode contar com orçamento suficientemente grande para desenvolver de forma satisfatória todos os programas que poderia implantar. EXERCÍCIO PROPOSTO As ações dos governantes e dos ministérios, secretarias e departamentos de turismo devem levar a um planejamento da atividade. Enquanto a França, A partir da consulta ao site do Ministério do Turismo, defina qual é a política de turismo país que mais recebe turistas no mundo, planeja o turismo desde o início da dé- no Verifique se Plano Nacional de Turismo 2007-2010 reflete essa política. cada de 1950, no Brasil somente em fins de 1966 é que foi criada a primeira es- trutura federal destinada a discutir e propor metas para o setor (Decreto-lei n° 55, de 18 de novembro de 1966, que definiu a política nacional de turismo, criou REFERÊNCIAS Conselho Nacional de Turismo e a Empresa Brasileira de Turismo (EMBRATUR) Análise estrutural do turismo. 4. ed. São Paulo: SENAC, 2001. deu outras providências sobre o turismo, conforme analisado no item "Legis- lação Turística", página 136). Politics of tourism. Londres: Routledge, 1997. No Brasil, o Governo Federal foi o grande responsável pela divulgação do Government. In: JAFARI, J. Encyclopedia of tourism. Londres: Routledge, debate sobre turismo, pois, logo após a implantação do Programa Nacional Órgãos públicos estaduais e desenvolvimento do turismo no de Municipalização do Turismo (PNMT), que foi desenvolvido a partir de 1996, (Doutorado em Ciências da Comunicação, Turismo e Lazer) Escola de Comunica a discussão dessa temática foi levada de forma sistemática a mais de mil muni- Artes da Universidade de São brasileiros. Por um lado, isso foi positivo, pois popularizou a do turismo e chamou a atenção da opinião pública para a Por</p><p>feoria do Turismo PARA SABER MAIS ANNALS OF TOURISM RESEARCH. Número especial de Ciência Política e Turismo, vol. 10, n. 3, 1983. BENI, M.C. Política e planejamento de turismo no Brasil. São Paulo: Aleph, 2006. BRASIL. Decreto-lei n° 55, de 18 de novembro de 1966. Define a política nacional de turis- mo, cria o Conselho Nacional de Turismo e a Empresa Brasileira de Turismo, e dá outras providências. Brasília-DF, 1966. MINISTÉRIO DO TURISMO DO BRASIL. Site oficial do órgão. Apresenta roteiros para visitantes estrangeiros, informações gerais sobre o turismo no país, seções específicas para profissionais da área entre outros (em português). Disponível em: MINISTÉRIO DO TURISMO. Site do ministério canadense de turismo. Apresenta pesquisas, notícias, legislação turística e agências nacionais relacionadas ao turismo, entre outros (em inglês e francês). Disponível em: . FLETCHER, J. & COOPER, C. Tourism strategy planning: Szolnok county, Hungary. Annals of Tourism Research, V. 23, n. 1, p. 181-200, 1996, GASTAL, S. & MOESCH, M.M. Turismo, políticas públicas e cidadania. São Paulo: Aleph, 2007. (Coleção ABC do Turismo) GOELDNER, R. C.; RITCHIE, J. .R.B. & MCINTOSH, R.W. Turismo: princípios, práticas e sofias. 8.ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. HALL, C. M. Tourism and politics: policy, power and place. Chichester: John Wiley, 1994. TURISMO EM ANÁLISE. Gestão pública e privada em turismo e hotelaria. São ECA/USP, Aleph, V. 17, Número especial, janeiro 2006.</p>

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