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1 2 3 ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico ÉTICA, ATENDIMENTO FARMACÊUTICO E COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL Volume II Vitae Editora Anápolis (GO), 2022 E-book transcrito a partir da aula do professor Flávio Lago Farmacêutico e professor no Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico (ICTQ). EXPEDIENTE: Autor: ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico Revisão Técnica: Farmacêutica Me. Juliana Cardoso Produção: Vitae Editora Edição: Egle Leonardi e Jemima Bispo Colaboraram nesta edição: Erika Di Pardi e Janaina Araújo Diagramação: Cynara Miralha 4 5 ÉTICA, ATENDIMENTO FARMACÊUTICO E COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL “Tudo que não puder contar como fez, não faça!” Immanuel Kant (1724-1804) A legislação impõe muitas responsabilidades para os farmacêuticos, principalmente, para os recém-formados. Há uma Política Nacional de Medicamentos (1998), uma Política Nacional de Assistência Farmacêutica (2004), resoluções do Conselho Federal de Farmácia, que apresentam a atribuição clínica e da prescrição farmacêutica (2013), Farmácia como Estabelecimento de Saúde (2014), bem como várias outras legislações que dizem o que os profissionais devem fazer para cumprir com suas responsabilidades diante de suas habilidades técnicas. Immanuel Kant diz que, por mais que se tenha que fazer escolhas, é necessário fazê-las levando em consideração as responsabilidades inerentes. Normalmente, o profissional que faz algo que não deveria, e se conscientiza disso, sente vergonha, um sentimento que se assemelha à figura apresentada, com uma pessoa usando um saco na cabeça, escondendo-se do que não queria ter feito. No entanto, a vergonha é um sentimento que, muitas vezes, conduz à reflexão. Da mesma forma como há pessoas com vergonha de seus atos, também há os desprovidos de vergonha. Trata-se do profissional que, muitas vezes, passa por cima daquilo que o paciente precisa e da análise de outros profissionais, simplesmente para fazer com que o seu valor prevaleça sem o compartilhamento e o entendimento do que é o melhor para a sociedade. É necessário aprender a diferenciar ambos os comportamentos no âmbito profissional. Também é importante compreender que a ética envolve um grupo de pessoas tentando viver em harmonia e, para isso, todos devem fazer sua parte. A VIDA SEM ÉTICA DÁ MAIS TRABALHO Parece confortável viver sem ética, porém, dá trabalho, pois sempre será necessário esconder o que não deveria ter feito. Nos casos em que se faz o que deveria, dificilmente haverá trabalho para esconder alguma coisa. ÉTICA X MORAL Embora a ética e a moral sejam usadas, muitas vezes, de maneira similar, ambas possuem significados distintos. A moral é regida por leis, regras, padrões e normas que são adquiridos por meio da educação, do âmbito social, familiar e cultural, ou seja, algo que vem de fora para dentro. 6 7 ÉTICA PROFISSIONAL É o conjunto de valores e condutas que orientam e conscientizam as atitudes e o compor- tamento de um profissional na organização. Dessa forma, a ética profissional é de interesse e importância da empresa e do profissional que busca o desenvolvimento de sua carreira. ÉTICA FARMACÊUTICA – RES. 596/2014 Em relação à ética farmacêutica, há um documento chamado ‘Código de Ética da Profissão Farmacêutica’, um documento que busca expor os princípios e a missão de uma determinada profissão ou empresa. Seu conteúdo deve ser pensado para atender às necessidades que aquela categoria serve e representa. O farmacêutico é um profissional de saúde tentando executar todas as atividades inerentes ao âmbito profissional farmacêutico, de modo a contribuir para a salvaguarda de saúde e, ainda, todas as ações de educação dirigidas à coletividade na promoção da saúde. Art. 4° “O farmacêutico responde individual ou solidariamente, ainda que por omissão, pelos atos que praticar, autorizar ou delegar no exercício da profissão”. CAPÍTULO II – DOS DIREITOS Art. 11 É direito do profissional farmacêutico: II - interagir com o profissional prescritor, quando necessário, para garantir a segurança e a eficácia da terapêutica, observado o uso racional de medicamentos; III - exigir dos profissionais da saúde o cumprimento da legislação sanitária vigente, em especial quanto à legibilidade da prescrição; XI - decidir, justificadamente, sobre o aviamento ou não de qualquer prescrição, bem como fornecer as informações solicitadas pelo usuário; A legibilidade da prescrição é uma dificuldade não só do farmacêutico, mas também da maioria dos pacientes. É necessário educar a população e os profissionais de saúde e mostrar os impactos, tanto na adesão ao tratamento quanto na efetividade terapêutica a partir de prescrições ilegíveis. O farmacêutico também tem o direito de se relacionar e compartilhar conhecimento, considerando os riscos de receitas ilegíveis em uma prescrição na mão do paciente. CAPÍTULO IV - DOS DEVERES Art. 14: É dever do profissional farmacêutico: IV - respeitar o direito de decisão do usuário sobre seu tratamento, sua própria saúde e bem-estar, excetuando-se aquele que, mediante laudo médico ou determinação judicial, for considerado incapaz de discernir sobre opções de tratamento ou decidir sobre sua própria saúde e bem-estar; IX - contribuir para a promoção, proteção e recuperação da saúde individual e coletiva, sobretudo quando, nessa área, ocupar cargo ou desempenhar função pública; X - garantir ao usuário o acesso à informação independente sobre as práticas terapêuticas oficialmente reconhecidas no país, de modo a possibilitar a sua livre escolha. 8 9 O farmacêutico não deve ser um profissional que lança mão de um determinado medicamento em um balcão e simplesmente repassa ao paciente. Quantos são os pacientes que recebem um medicamento dentro de uma farmácia sem compreender a prescrição? Quantos são os pacientes que compreendem a prescrição, sem, no entanto, saber até quando devem tomar o medicamento? Quantos são os pacientes que, mesmo sem receber um medicamento, não possuem informações sobre o cuidado com a saúde? O farmacêutico não deve ser apenas o profissional do medicamento, mas precisa ser o profissional que consiga aliar sua habilidade técnica com a capacidade comportamental de convencer o outro sobre o cuidado com a saúde, para além da administração do medicamento. TÍTULO II - DAS RELAÇÕES PROFISSIONAIS Art. 17 O farmacêutico, perante seus pares e demais profissionais da equipe de saúde, deve comprometer-se a: I - manter relações cordiais com a sua equipe de trabalho, observados os preceitos éticos; V - empenhar-se em elevar e firmar seu próprio conceito, procurando manter a confiança dos membros da equipe de trabalho e dos destinatários do seu serviço; VI - manter relacionamento harmonioso com outros profissionais, limitando-se às suas atribuições, no sentido de garantir unidade de ação na realização das atividades a que se propõe em benefício individual e coletivo. O farmacêutico não pode mais ser um profissional isolado, dentro de um balcão ou de uma sala. Muitas vezes, diante do ambiente em que ele vive, o farmacêutico é o detentor de uma informação que nenhum outro profissional da saúde possui, por isso, é necessário que ele mantenha um ambiente harmonioso com seus colegas de trabalho. Para que isso aconteça, é preciso entender e refletir sobre o conceito de assistência farmacêutica, que é amplo, mas serve para a proteção, promoção e recuperação da saúde. ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA De acordo com a resolução CNS 338/2004: Trata-se do conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual como coletiva, tendo o medicamento como insumo essencial e visando ao acesso e ao seu uso racional. Não basta ter o medicamento, tanto o uso quanto o acompanhamento do medicamento são fundamentais. Esse conjunto envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de medicamentose insumos, bem como a sua seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação, garantia da qualidade dos produtos e serviços, acompanhamento e avaliação de sua utilização, na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população. USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS O medicamento precisa ser avaliado, quanto a sua eficácia, efetividade, segurança e adesão. Na busca do uso racional de medicamentos, que tentam atender aos medicamentos realmente importantes a uma necessidade clínica, dose e posologias adequadas por um tempo adequado, o custo deve ser viável para o indivíduo e para a sociedade. O uso racional de medicamentos consiste, assim, em maximizar os benefícios obtidos pelo uso dos fármacos, em minimizar os riscos decorrentes de sua utilização (acontecimentos não desejados) e em reduzir os custos totais da terapia para o indivíduo e a sociedade (MOTA et al. 2008). O mundo é extremamente medicalizado e mercantilizado. Exemplo: se alguém falar “doril”, todo mundo responde “a dor sumiu”. Se alguém falar “É gripe”, todo mundo já sabe o nome de um medicamento. Na prática, poucas pessoas sabem quais são os princípios ativos desses medicamentos, utilizam a farmácia como um mercado e o medicamento como uma mer- cadoria. Esse é um comportamento não só da sociedade, mas de muitos profissionais de saúde, os quais usam a tecnologia da redução do tempo de consulta, possibilitando atender mais gente, porém muitas vezes, falhando no diagnóstico e na farmacoterapia desejada para o paciente e, acima de tudo, falhando no tempo de uso dos medicamentos. No Brasil, um dos medicamentos mais consumidos é o clonazepam, medicamento controlado, sob prescrição médica. O uso desse medicamento é extremamente elevado no país e isso é reflexo não só do interesse da sociedade, mas também de uma prática médica que induz o ritmo dessa medicalização na população. AUTOMEDICAÇÃO É uma outra prática que gera diversos embates e um grande problema de saúde pública, pois provoca morbidade e mortalidade. Exemplo: há casos de medicamentos voltados para a promoção da saúde, porém, há evidências científicas que geram doenças e até mesmo a morte. Estima-se que cerca de 50% dos medicamentos vendidos, prescritos ou dispensados são inadequadamente consumidos e que, no Brasil, 35% dos medicamentos são adquiridos por meio da automedicação (PFAFFENBACH, 2010; PEREIRA, 2008). 10 11 O farmacêutico precisa estar na linha de frente, inibindo essa prática cada vez mais e orientando devidamente o paciente, para que se possa garantir a harmonia e prestação das habilidades técnicas fundamentais para o sucesso terapêutico. Para isso, é necessário que médicos, farmacêuticos, enfermeiros e demais profissionais de saúde, mas, principalmente a sociedade, entendam o que é de fato um medicamento. MEDICAMENTO: UM BEM DE CONSUMO OU UM BEM DE SERVIÇO? Na ótica do SUS (Sistema Único de Saúde): • Medicamento é um bem de serviço; • Instrumento utilizado no processo saúde /doença; • É um meio pelo qual se busca a melhoria da qualidade de vida do indivíduo; • A utilização deverá ser feita de forma racional. As pessoas não deveriam ter problemas relacionados à farmacoterapia. Na ótica do mercado: • Medicamento é uma mercadoria; • Modelo de saúde medicalizado e mercantilizado; • O medicamento é um fim; • Prática médica inexistente sem a utilização do medicamento; • Uso irracional. GASTOS EM SAÚDE Uma sociedade que usa mais medicamentos possui forte impacto nos gastos em saúde. Os gastos públicos com medicamentos são crescentes e constituem o segundo maior item de despesa dos sistemas de atenção à saúde, somente superados pela atenção hospitalar (MENDES, 2011). MERCADO FARMACÊUTICO Estima-se que o mercado global de produtos farmacêuticos crescerá 30% entre 2015 e 2020, chegando a US $1,3 trilhão (United States of America, 2017), e que o Brasil, que atualmente ocupa a sétima posição, passe a ser o quinto desse mercado até 2020. Disponível em: <https://www.interfarma.org.br/guia/guia_2016/dados_de_mercado> 12 13 O material abaixo, produzido pelo Conselho Federal de Farmácia, deve ser analisado: Trata-se de um relatório do farmacêutico no Brasil, abordando seu perfil no país. Os gráficos abaixo mostram a relação entre gênero e faixa salarial de um farmacêutico, bem como a relação em diversas áreas geográficas: Diante disso, é necessário refletir: muitos farmacêuticos se formaram nos últimos dez anos e ainda há uma grande parcela de profissionais no estágio inicial de profissão, fazendo com que os salários sejam menores. Também é necessário se preparar para que se possa não só atender as expectativas, mas ter reconhecimento, incluindo o financeiro. No gráfico abaixo, compara-se o percentual das faixas salariais nos estados da Paraíba e de Pernambuco: 14 15 É NECESSÁRIO ENTENDER O PROPÓSITO Para entender a finalidade do que o farmacêutico faz, ele precisa se questionar sobre qual a obra ou o propósito daquilo que se faz. O profissional precisa deixar sua marca em cada momento da profissão. O autor gaúcho Mário Quintana morreu no mesmo ano e na mesma semana que o Ayrton Senna. No entanto, pouca gente se lembra da morte do Mário Quintana, pois, Ayrton Senna era mais famoso e, por isso, a população se sensibilizou mais com sua morte. Porém, Mário Quintana possui uma frase parecida com a do Benjamin Disraeli: “Um dia pronto, me acabo. Seja o que tiver que ser. Morrer, o que me importa? Diabo é deixar de viver”. A profissão farmacêutica pode deixar de existir ou até mesmo perder espaço, diante da inércia da profissão. Nos dias de hoje, para que a farmacoterapia tenha êxito e produza os resultados esperados, é indispensável que os medicamentos tenham qualidade, segurança, eficácia e que sejam prescritos e utilizados adequadamente (MARIN et al, 2003). PROBLEMA FARMACOTERAPÊUTICO (PFT) “Problema Relacionado à Farmacoterapia (PFT) é qualquer evento indesejável que envolve, ou suspeita que envolve, a farmacoterapia e que interfere na obtenção dos objetivos desejados da terapia” (Cipolle et al., 2004). A profissão farmacêutica exige que o farmacêutico saiba raciocinar e resolver problemas farmacoterapêuticos. Esse é o grande desafio que reivindica a capacidade não só de entregar o medicamento, mas de raciocinar clinicamente, compreendendo que as pessoas podem ter problemas relacionados ao medicamento e que vai interferir nos objetivos da terapia alvo daquele paciente. • PFT real: o paciente apresenta problema de saúde manifestado, isto é, com repercussões concretas sobre seu estado. • PFT potencial: não há ainda manifestação do problema, mas há probabilidade de que o problema ocorra. Exemplo: a população brasileira está envelhecendo e, diante disso, ela desenvolve doenças crônicas, bem como outros problemas de saúde, fazendo com que os idosos precisem de uma polifarmácia. Esse tipo de paciente são os que possivelmente possuem potenciais problemas farmacoterapêuticos (Faus, Llimós, 2004). IDENTIFICAÇÃO DOS PFTS Para que haja uma farmacoterapia ideal, é necessário: • Indicação (É necessária?) • Efetividade (É efetiva?) • Segurança (É segura?) • Cumprimento (É cumprida?) No entanto, ao longo da trajetória de um paciente ou de um grupo de pacientes, o medicamento pode falhar. 16 17 ALGORITMO DE IDENTIFICAÇÃO DOS PFTS Nesse contexto, os farmacêuticos precisam fazer intervenções farmacêuticas, as quais farão com que o paciente minimize os riscos no uso da farmacoterapia. Tais medicamentos devem, além da efetividade e segurança, gerar resultados esperados em relação ao objetivo terapêutico traçado no plano de cuidado do paciente. Para caracterizar que a sociedade, no Brasil, apresenta problemas relacionados à farmacoterapia, há evidências científicas que demonstram que os problemas farmacote- rapêuticos trazem, muitas vezes, questões relacionadas à morbidade ou mortalidade. Esse cenário é preocupante. O medicamentodeve ter outros propósitos, mas, se usado de forma irracional ou não tiver as barreiras de controle que possam intervir e identificar e resolver problemas farmacoterapêuticos, essas evidências só tendem a se perpetuar ao longo do tempo. Nos EUA, metade das mortes causadas por intervenções do sistema de atenção à saúde foi determinada por reações adversas do uso de medicamentos – 50 mil mortes/ano (INSTITUTE OF MEDICINE, 1999). Isso caracteriza um problema farmacoterapêutico relacionado à segurança. Em estudos conduzidos em pronto atendimento hospitalar, foi encontrada prevalência de 31,6% a 38,2% de consultas de urgência ligadas a medicamentos (ANDREAZZADALL’AG- NOL, 2003; ANDREAZZA et al., 2011; MEDEIROS-NETTO et al., 2005). Cerca de 16% desses usuários tinham problemas de adesão ao tratamento, 14%, ausência de tratamentos necessários, 12%, não efetividade terapêutica, 5%, intoxicações, 4%, reações adversas e 2%, complicações pelo uso de medicamentos desnecessários (MEDEIROS-NETTO et al., 2005). Os autores de uma revisão sistemática, publicada em 2002, concluíram que pelo menos 28% de todas as visitas ao pronto atendimento eram relacionadas a problemas da farma- coterapia, sendo que 8,6% a 24,2% das visitas levavam a admissões hospitalares e 70% dos eventos eram considerados evitáveis (PATEL; ZED, 2002). É nessa hora que se percebe o quanto os farmacêuticos possuem potencial para diminuir os riscos e beneficiar uma sociedade diante de suas intervenções. Estudos mostram que 60,2% das pessoas não tomavam atitude terapêutica alguma quando vivenciam problemas de saúde, 31,6% se automedicavam e apenas 8,2% procuravam por serviços de saúde (MENDOZA-SASSI et al., 2006). 18 O projeto Bambuí revelou que apenas 54% das pessoas maiores de 18 anos faziam uso exclusivo de medicamentos prescritos, 28,8% usavam medicamentos sem prescrição e 17,2% faziam uso de ambos (LOYOLA FILHO et al., 2002). Por isso, a comunicação é um instrumento essencial no trabalho do farmacêutico e na promoção à saúde, pois contribui para que seja possível garantir o uso racional de medicamentos. É fundamental que o farmacêutico não só entenda o que é melhor para um determinado indivíduo, mas que ele estabeleça um diálogo, seja com o paciente ou com os demais profissionais. Além disso, é necessário compreender a necessidade de se aprender a ouvir, não apenas falar. Dessa forma, será possível entender qual a necessidade da outra pessoa e, assim, transmitir a mensagem a fim de se efetivar o tratamento.