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<p>TEXTO NARRATIVO</p><p>Um Estudo Detalhado com Exemplificações Literárias</p><p>1. INTRODUÇÃO</p><p>O texto narrativo ocupa um lugar central na literatura e nas práticas cotidianas de comunicação, por ser a principal forma de contar histórias. Na literatura, abrange obras que vão desde fábulas e contos curtos até romances épicos. No cerne do texto narrativo está o desejo de envolver o leitor em uma série de eventos que podem ou não estar ancorados na realidade.</p><p>2. CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DO TEXTO NARRATIVO</p><p>O texto narrativo é constituído por alguns elementos-chave, os quais formam a estrutura básica de uma narrativa:</p><p>Enredo: A trama da história, ou a sequência lógica e cronológica de eventos. Pode ser linear (seguindo uma ordem cronológica) ou não linear (incluindo flashbacks, saltos temporais, etc.). Um enredo forte gera expectativa e mantém o interesse do leitor.</p><p>Personagens: São os responsáveis por impulsionar a ação. Personagens podem ser protagonistas (os principais) ou antagonistas (os que se opõem aos protagonistas). Existem também personagens secundários que enriquecem a trama.</p><p>Narrador: Quem conta a história. O narrador pode assumir diferentes perspectivas:</p><p>Narrador onisciente (3ª pessoa): Conhece todos os fatos, incluindo os pensamentos e sentimentos dos personagens.</p><p>Narrador em primeira pessoa: Participa da história, contando-a sob sua perspectiva, muitas vezes limitada.</p><p>Narrador observador: Focaliza apenas o que é visível ou audível, sem penetrar na interioridade dos personagens.</p><p>Tempo: Pode ser cronológico, quando segue a sequência temporal dos acontecimentos, ou psicológico, quando foca nas impressões e percepções dos personagens em relação ao tempo.</p><p>Espaço: Refere-se ao cenário onde a história se desenrola. O espaço influencia a atmosfera da narrativa e pode ser tanto real quanto imaginário.</p><p>3. ESTRUTURA DO TEXTO NARRATIVO</p><p>A estrutura tradicional do texto narrativo divide-se em três partes principais:</p><p>Introdução: Apresenta o contexto inicial, os personagens e o cenário. O objetivo é introduzir o leitor na história e fornecer informações básicas.</p><p>Desenvolvimento ou Clímax: É a parte mais extensa, onde os eventos centrais acontecem, geralmente marcados por um conflito que precisa ser resolvido.</p><p>Desfecho: Conclusão da história, onde os problemas são resolvidos, ou a narrativa é deixada em aberto, estimulando a reflexão do leitor.</p><p>Exemplo: No romance "Dom Casmurro" de Machado de Assis, a introdução nos apresenta a vida de Bento Santiago (Bentinho) e seus sentimentos por Capitu. O desenvolvimento traz a suspeita de adultério, enquanto o desfecho deixa a dúvida no ar, sem confirmação definitiva sobre a infidelidade de Capitu, sendo um exemplo de final aberto.</p><p>4. TIPOS DE TEXTO NARRATIVO</p><p>O texto narrativo apresenta diferentes modalidades, adaptando-se ao propósito da narrativa:</p><p>Conto: Narração breve com um enredo focado e poucos personagens. A narrativa é geralmente construída em torno de um único evento ou conflito. Exemplo: "A Cartomante", de Machado de Assis, que é um conto marcado pelo destino trágico e inesperado dos personagens.</p><p>Romance: Narrativa longa e complexa, com vários personagens e tramas paralelas. Exemplo: "Grande Sertão: Veredas" de Guimarães Rosa, um dos maiores romances da literatura brasileira, com seu estilo único e uma narrativa cheia de digressões e reflexões filosóficas.</p><p>Crônica: Texto curto, geralmente publicado em jornais ou revistas, que aborda temas cotidianos com uma visão crítica ou humorística. Exemplo: "A Última Crônica", de Fernando Sabino.</p><p>Fábula: Narração curta, geralmente protagonizada por animais, que visa transmitir uma lição moral. Exemplo: "O Lobo e o Cordeiro", uma das mais conhecidas fábulas de Esopo.</p><p>5. FUNÇÕES DO TEXTO NARRATIVO</p><p>O texto narrativo vai além do entretenimento. Ele tem múltiplas funções, tanto no âmbito literário quanto no social:</p><p>Estética e literária: Oferece ao leitor uma experiência estética e imaginativa através da linguagem literária.</p><p>Cultural: Preserva e transmite tradições culturais, como no caso das narrativas populares e folclóricas.</p><p>Moral e educativa: Muitas vezes, textos narrativos transmitem lições morais e éticas, como nas fábulas e parábolas.</p><p>Reflexiva: Estimula a reflexão sobre a condição humana, valores e emoções, como ocorre nos romances de autores como José Saramago e Clarice Lispector.</p><p>Exemplo: "Ensaio sobre a cegueira", de José Saramago, é uma narrativa profundamente reflexiva sobre a natureza humana e a fragilidade da civilização.</p><p>6. NARRADOR E PONTO DE VISTA</p><p>O narrador é uma das partes mais importantes da narrativa, pois a perspectiva a partir da qual a história é contada pode influenciar diretamente a percepção do leitor. Os principais tipos de narrador são:</p><p>Narrador onisciente: Tem total conhecimento do enredo e das emoções dos personagens. Exemplo: o narrador de "Os Maias", de Eça de Queirós, que oferece uma visão ampla e detalhada da decadência de uma família aristocrática.</p><p>Narrador-personagem: Conta a história do seu próprio ponto de vista, geralmente em primeira pessoa. Exemplo: Bentinho em "Dom Casmurro", que narra sua própria vida e suspeitas sobre Capitu.</p><p>Narrador observador: Relata os fatos de maneira imparcial, sem entrar nos pensamentos dos personagens. Exemplo: "O Alienista", de Machado de Assis, onde o narrador apresenta a história de Simão Bacamarte de forma objetiva.</p><p>7. EXEMPLOS CLÁSSICOS DE TEXTO NARRATIVO</p><p>"Dom Casmurro" (Machado de Assis): A narrativa, em primeira pessoa, conduz o leitor por uma história de amor e ciúme, sem nunca fornecer uma resposta definitiva, um exemplo clássico de final ambíguo.</p><p>"O Primo Basílio" (Eça de Queirós): Retrata o adultério e a hipocrisia na sociedade portuguesa do século XIX, com um narrador onisciente que oferece comentários ácidos sobre os personagens.</p><p>"Memórias Póstumas de Brás Cubas" (Machado de Assis): Uma narrativa inovadora, contada por um narrador defunto, que reflete sobre a sociedade e suas falhas com ironia e pessimismo.</p><p>"Grande Sertão: Veredas" (Guimarães Rosa): Um romance complexo, onde o sertão é cenário e personagem, repleto de reflexões filosóficas e existenciais.</p><p>8. DICAS PARA A PRODUÇÃO DE UM TEXTO NARRATIVO</p><p>Ao produzir um texto narrativo, é importante ter em mente alguns passos que podem melhorar a qualidade da escrita:</p><p>Definir o enredo central: Estabeleça claramente o conflito ou a situação que moverá a trama.</p><p>Construir personagens ricos: Personagens com motivações e falhas são mais interessantes.</p><p>Escolher o ponto de vista adequado: Decida quem será o narrador e como ele contará a história.</p><p>Usar descrições detalhadas: Descreva o cenário e as emoções dos personagens de maneira a engajar o leitor.</p><p>Trabalhar o clímax: O ponto culminante da narrativa deve ser bem construído para gerar impacto.</p><p>AUTORES RENOMADOS DA LITERATURA ANGOLANA E PORTUGUESA, TEXTOS E RESUMOS</p><p>1. "Dom Casmurro" - Machado de Assis</p><p>Resumo: O romance narra a vida de Bento Santiago (Bentinho), que se apaixona por sua vizinha Capitu. O enredo gira em torno da suspeita de traição de Capitu, possivelmente com o melhor amigo de Bentinho, Escobar. O narrador é o próprio Bento, em primeira pessoa, e a narrativa é marcada por sua visão ciumenta e possessiva, que deixa o leitor em dúvida sobre a veracidade dos fatos.</p><p>Exemplo: "Olhos de ressaca" é uma famosa expressão usada para descrever Capitu, um dos aspectos mais analisados do romance, com a ambiguidade sendo parte crucial da narrativa.</p><p>2. "Grande Sertão: Veredas" - Guimarães Rosa</p><p>Resumo: Esse romance se passa no sertão brasileiro e é narrado por Riobaldo, um ex-jagunço, que reflete sobre sua vida, suas batalhas e sua relação com Diadorim. O enredo mistura elementos de folclore, misticismo e dilemas filosóficos. A obra é conhecida por sua complexidade linguística e inovadora estrutura narrativa.</p><p>Exemplo: “O sertão é do tamanho do mundo” - esta frase, retirada do início do livro, simboliza a vastidão física e espiritual do sertão e suas implicações sobre a jornada do protagonista.</p><p>3. "Memórias Póstumas de Brás Cubas" - Machado de Assis</p><p>Resumo:</p><p>Brás Cubas narra sua história após sua morte, oferecendo uma perspectiva crítica e irônica sobre a sociedade brasileira do século XIX. Com um narrador defunto, a obra se destaca por sua quebra de expectativas e sua inovadora abordagem literária.</p><p>Exemplo: "Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico com saudosa lembrança estas memórias póstumas" - esta frase abre o romance e define o tom irônico e sarcástico que permeia toda a narrativa.</p><p>4. "O Primo Basílio" - Eça de Queirós</p><p>Resumo: O romance expõe as falhas morais e os escândalos da alta sociedade portuguesa. Foca no relacionamento adúltero entre Luísa e seu primo Basílio. O enredo é uma crítica à hipocrisia e ao romantismo burguês da época.</p><p>Exemplo: "E Luísa, abrindo os braços, caiu-lhe ao peito, num suspiro de alívio e de entrega..." - a obra revela as consequências emocionais e sociais das escolhas de seus personagens.</p><p>5. "A Cartomante" - Machado de Assis</p><p>Resumo: Esse conto narra a história de Vilela, Camilo e Rita, que estão envolvidos em um triângulo amoroso. Camilo, em dúvida sobre o futuro de seu relacionamento, consulta uma cartomante, cujas previsões são um dos pontos centrais do conto, culminando em um final trágico e inesperado.</p><p>Exemplo: "O coração dele batia como o de um criminoso..." - A tensão crescente leva ao clímax trágico e ao surpreendente desfecho, um típico exemplo do uso da ironia por Machado de Assis.</p><p>6. "Os Maias" - Eça de Queirós</p><p>Resumo: Uma obra realista que narra a decadência de uma tradicional família aristocrática portuguesa, expondo as hipocrisias e os problemas sociais da época. A narrativa aborda as relações amorosas e as desilusões de Carlos da Maia e seu envolvimento trágico com Maria Eduarda, sua irmã.</p><p>Exemplo: "Uma educação francesa e uma fidalguia estúpida!" - Reflete a crítica afiada que Eça faz da sociedade lisboeta.</p><p>Literatura Lusôfona</p><p>A literatura angolana possui uma rica tradição de textos narrativos que refletem tanto a história do país quanto as suas complexas dinâmicas sociais, culturais e políticas. Aqui estão alguns exemplos de narrativas de autores angolanos consagrados:</p><p>1. Pepetela (Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos)</p><p>Pepetela é um dos autores mais renomados de Angola. Suas obras retratam tanto o período colonial quanto as consequências da independência, abordando temas de luta, identidade e construção da nação.</p><p>"Mayombe" (1980) Resumo: Este romance é um dos mais famosos de Pepetela e retrata a luta dos guerrilheiros angolanos pela independência nas florestas de Mayombe. A obra explora as tensões internas no grupo de guerrilheiros, com diferentes etnias e origens, e como essas tensões refletem as dificuldades na construção de uma identidade nacional. Exemplo: "Mayombe é uma montanha de verdura infinita, que cobre o horizonte de todos os lados, o ventre verde da África que se estende além do que podemos ver."</p><p>"Lueji: O Nascimento de um Império" (1990) Resumo: Neste romance histórico, Pepetela recria a história do império Lunda, usando a figura de Lueji, uma rainha ancestral. A obra mistura o real com o mítico, explorando o poder feminino e o processo de formação de identidades angolanas através do tempo.</p><p>2. José Luandino Vieira</p><p>Luandino é conhecido por seu estilo narrativo que combina o português com o quimbundo, criando uma língua híbrida que reflete a mistura de culturas em Angola.</p><p>"Luuanda" (1963) Resumo: Esta coletânea de contos é um marco da literatura angolana. Os contos focam nas condições de vida dos angolanos pobres durante o período colonial. A obra é reconhecida pela forma inovadora com que Luandino mistura a língua portuguesa com elementos do quimbundo, retratando a cultura urbana e os desafios enfrentados pelos habitantes de Luanda. Exemplo: Um dos contos mais conhecidos, "Vavó Xixi e seu neto Zeca Santos", retrata a vida em um musseque (bairro periférico), com personagens simples enfrentando as adversidades do colonialismo.</p><p>3. Ondjaki</p><p>Ondjaki é um dos mais proeminentes autores contemporâneos de Angola, conhecido por sua escrita lírica e poética, com um forte elemento de memória e história.</p><p>"Bom Dia Camaradas" (2001) Resumo: Este romance semi-autobiográfico é contado da perspectiva de um menino que vive em Luanda durante a década de 1980, no pós-independência. A obra oferece um retrato íntimo e nostálgico da infância, enquanto aborda as tensões políticas e sociais da época. Exemplo: "A escola era o nosso espaço, mas o país parecia maior, e às vezes eu não entendia por que os adultos estavam sempre falando de política, quando tudo o que queríamos era brincar."</p><p>"Os Transparentes" (2012) Resumo: Neste romance premiado, Ondjaki retrata a vida em Luanda através de uma série de personagens marginalizados que vivem em um prédio em colapso. A narrativa capta a precariedade e a corrupção no período pós-guerra, enquanto mistura elementos de realismo mágico. Exemplo: "À medida que o prédio se desfazia, parecia que as esperanças dos seus habitantes também desmoronavam lentamente, invisíveis como a água que vazava pelas paredes."</p><p>4. Mia Couto</p><p>Embora seja moçambicano, Mia Couto também tem um forte vínculo com a narrativa lusófona africana. Suas obras frequentemente dialogam com as tradições orais africanas e o contexto pós-colonial, sendo amplamente lidas e apreciadas em Angola.</p><p>"Terra Sonâmbula" (1992) Resumo: Este romance é ambientado durante a guerra civil moçambicana, mas a forma como Couto trata de temas como memória, identidade e tradição oral faz com que suas obras também ressoem com a experiência angolana. O livro narra a jornada de dois personagens, Tuahir e Muidinga, que viajam por uma terra devastada em busca de esperança e sobrevivência.</p><p>Conclusão</p><p>O texto narrativo, em suas múltiplas formas e variações, é uma das formas mais ricas de comunicação literária. Ele permite a criação de universos complexos e personagens com os quais os leitores podem se identificar ou refletir sobre questões mais profundas. A tradição da narrativa na literatura portuguesa e brasileira nos fornece exemplos ricos que continuam a influenciar e inspirar escritores e leitores.</p><p>Este fascículo abordou a dogmática do texto narrativo de maneira ampla, apresentando suas características, estrutura, e exemplificando com textos literários consagrados.</p>

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