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<p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>2</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>SUMÁRIO</p><p>Capítulo 1. Princípios Processuais Trabalhistas ........................................................................... 3</p><p>Capítulo 2. Organização da Justiça do Trabalho ........................................................................... 10</p><p>Capítulo 3. Jurisdição e Competência da Justiça do Trabalho ................................................. 13</p><p>Capítulo 4. Ação e Procedimentos Processuais ........................................................................... 20</p><p>Capítulo 5. Reclamação Trabalhista (Inicial) ........................................................................................ 28</p><p>Capítulo 6. Notificação Processual ..................................................................................................... 33</p><p>Capítulo 7. Audiência Trabalhista e Fase Instrutória ........................................................................... 34</p><p>Capítulo 8. Das Provas no Processo do Trabalho ........................................................................... 40</p><p>Capítulo 9. Resposta do Réu .................................................................................................................. 48</p><p>Capítulo 10. Contestação .................................................................................................................. 52</p><p>Capítulo 11. Recursos no Processo do Trabalho ........................................................................... 55</p><p>Capítulo 12. Recursos em Espécie ..................................................................................................... 64</p><p>Capítulo 13. Execução Trabalhista.......................................................................................................... 71</p><p>Capítulo 14. Processo de Homologação de Acordo Extrajudicial ................................................. 77</p><p>Capítulo 15. Justiça Gratuita ..................................................................................................... 78</p><p>Capítulo 16. Honorários Advocatícios ........................................................................................ 79</p><p>Capítulo 17. Atos, Termos e Prazos Processuais ........................................................................... 81</p><p>Capítulo 18. Da Prescrição .................................................................................................................. 89</p><p>Capítulo 19. Melô da Linha do Tempo ........................................................................................ 91</p><p>Capítulo 20. Prova de Inexistência de Débitos Trabalhistas ................................................. 93</p><p>Capítulo 21. Dissídio Coletivo ..................................................................................................... 98</p><p>Capítulo 22. Poder Normativo ..................................................................................................... 100</p><p>Capítulo 23. Inquérito para Apuração de Falta Grave .............................................................. 105</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>3</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>CAPÍTULO 1. PRINCÍPIOS PROCESSUAIS</p><p>TRABALHISTAS.</p><p>PRINCÍPIOS APLICÁVEIS AO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO:</p><p>1. PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO AO TRABALHADOR</p><p> Este princípio tem suma relevância no Direito do Trabalho, na medida em que visa atenuar as</p><p>diferenças processuais existentes entre as partes, em razão da hipossuficiência do empregado,</p><p>equiparando-o ao seu empregador.</p><p> Deve-se ter maior atenção aos interesses do trabalhador na relação processual, em face da sua</p><p>hipossuficiência.</p><p> Súmula n 212 do TST – O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a</p><p>prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação</p><p>de emprego constitui presunção favorável ao empregado.</p><p>O Direito Processual do Trabalho é conceituado como um conjunto</p><p>de princípios, normas, regras e institutos jurídicos próprios</p><p>destinadas a regular a atividade dos órgãos jurisdicionais do</p><p>Estado na solução dos dissídios, individuais e coletivos,</p><p>decorrentes das relações de trabalho.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>4</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p> Esse princípio se divide nos princípios da (I) aplicação da norma</p><p>mais favorável, (II) condição mais benéfica e (III) in dubio pro operário.</p><p>2. PRINCÍPIO DA ORALIDADE</p><p> Consubstancia-se na predominância da prática de atos processuais de forma verbal.</p><p> Como exemplo à aplicação deste princípio, temos:</p><p>I. A leitura da reclamação de forma verbal – art. 847, CLT;</p><p>II. Ajuizamento a reclamação trabalhista de forma verbal – art. 840, CLT;</p><p>III. Tentativas de conciliação – art. 846 e 850, CLT;</p><p>IV. A apresentação de defesa oral em 20 minutos – art. 847, CLT;</p><p>V. Produção de provas, oitivas de partes e testemunhas;</p><p>VI. Razões finais em 10 minutos – art. 850, CLT;</p><p>VII. Somente no procedimento ordinário, há uma 2ª tentativa de conciliação.</p><p>3. PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS</p><p> Deriva do princípio da celeridade.</p><p> Visa a realização da maior quantidade de atos processuais em uma única audiência.</p><p> No processo do trabalho, em regra, as audiências são unas, todavia, os juízes vêm, em sua maioria,</p><p>fracionando-as.</p><p>4. PRINCÍPIO DA CONCILIAÇÃO</p><p> Os juízes e Tribunais irão usar dos seus bons ofícios e do poder de persuasão, de modo a solucionarem</p><p>os conflitos de forma amigável, segundo previsão do art. 764, § 1º, da CLT.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>5</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>o Os acordos são extremamente relevantes no processo do trabalho.</p><p> Caso o juiz homologue o acordo e seja possível, as partes poderão ajuizar ação rescisória.</p><p>o O art. 966, do CPC, prevê as hipóteses de cabimento da ação rescisória.</p><p> A decisão que homologa o acordo é irrecorrível para às partes, somente sendo possível recurso pela</p><p>previdência social no que tange as contribuições previdenciárias.</p><p>o A homologação do acordo é ato facultativo do juiz, podendo não fazê-lo, caso verifique que há</p><p>prejuízo de direitos, mediante sentença indeferindo a homologação. Dessa sentença que nega</p><p>a homologação de acordo, caberá recurso ordinário, no prazo de oito dias (não é cabível o</p><p>mandado de segurança, pois, não há direito líquido e certo).</p><p> O juiz deverá propor a conciliação, sob pena de nulidade, obrigatoriamente, em dois momentos</p><p>processuais específicos.</p><p>o O primeiro momento é logo após a abertura da audiência (art. 846, CLT), e o segundo momento</p><p>é após as razões finais (art. 850, CLT).</p><p> Ademais, o juiz poderá propor ainda outras tentativas de conciliação no curso do processo, até mesmo</p><p>quando já tiver transitado em julgado, na fase de execução (art. 764, § 3º, CLT).</p><p>5. PRINCÍPIO DA BUSCA DA VERDADE REAL</p><p> Deriva do princípio da primazia da realidade, onde deverá prevalecer a verdade dos fatos sobre a</p><p>verdade dos documentos.</p><p> Os juízes e Tribunais poderão determinar a realização de qualquer diligência a fim de localizar a</p><p>realidade dos fatos, necessários para o deslinde da questão, com base no art. 765, da CLT.</p><p>6. PRINCÍPIO DO JUS POSTULANDI</p><p>de</p><p>vinte dias.</p><p>2) REVELIA E SEUS EFEITOS:</p><p>▪ A revelia é a aplicada quando a parte, devidamente notificada, não comparece em audiência (art. 844,</p><p>CLT) ou, comparecendo, não exerce o direito de defesa, nem verbal e nem escrito, conforme o art.</p><p>344, do CPC.</p><p>Observação: Embora no processo civil seja considerado revel o réu</p><p>que não apresentar defesa, após o transcurso do prazo da citação,</p><p>no processo do trabalho, em virtude da notificação ser automática,</p><p>será considerado revel, o reclamado que, devidamente notificado,</p><p>não comparece à audiência ou comparece, mas não apresenta</p><p>defesa.</p><p>▪ Na revelia reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados na exordial, uma vez que o reclamado não</p><p>os contestou, aplicando-se a confissão quanto a matéria fática, gerando uma presunção relativa da</p><p>matéria alegada na inicial.</p><p>▪ Haverá o julgamento antecipado da lide, salvo se exista alguma prova que a lei repute</p><p>indispensável, como nos casos dos pedidos de pagamento dos adicionais de insalubridade e</p><p>periculosidade, em que é necessária a produção da prova técnica pericial, mesmo na hipótese de</p><p>revelia.</p><p>▪ Para o réu revel, a fluência dos prazos processuais ocorrerá independente de notificação.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>50</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>▪ Nos casos de responsabilidade subsidiária, caso a primeira</p><p>reclamada seja revel, a revelia afetará também a segunda reclamada, ainda que esta tenha oferecido</p><p>contestação específica.</p><p>▪ O réu revel pode intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se</p><p>encontrar. Com a intervenção, o réu passará, necessariamente, a ser intimado dos atos processuais,</p><p>por meio do seu advogado, nos moldes do art. 346, parágrafo único, do CPC.</p><p>▪ O réu revel pode, sem impugnar as alegações fáticas feitas pelo autor, demonstrar que mesmo que tais</p><p>alegações sejam verdadeiras, delas não é possível extrair o efeito jurídico desejado. Como por</p><p>exemplo, tendo o autor descrito os fatos e invocado determinada norma para embasar o seu pedido,</p><p>o réu, sem atacar os fatos, pode demonstrar que a norma aplicável é outra).</p><p>▪ Ainda, o réu revel pode alegar qualquer matéria da qual o juiz está obrigado a tomar</p><p>conhecimento de ofício, a exemplo da ilegitimidade das partes, da ausência de interesse de agir, da</p><p>falta de capacidade de ser parte, da falta de capacidade processual, da ausência de capacidade</p><p>postulatória, da litispendência, da coisa julgada, da perempção, do defeito na representação judicial</p><p>do autor, da incompetência absoluta, da prescrição e da decadência legal.</p><p>3) ESPÉCIES DE RESPOSTA DO RÉU:</p><p>3.1. EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA</p><p>• Prevista no art. 799, da CLT.</p><p>• Espécie de defesa utilizada para atacar a incompetência territorial do juízo.</p><p>• Deve ser apresentada em peça apartada da contestação, nos próprios autos da ação trabalhista.</p><p>• A exceção deve ser ajuizada no prazo de cinco dias, a contar do recebimento da notificação.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>51</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>• O reclamante será notificado para se manifestar no prazo de cinco</p><p>dias. Se for mais de um reclamante, o prazo será comum.</p><p>• O juiz irá suspender a audiência marcada até que se resolva a exceção de incompetência.</p><p>• A exceção não ataca o mérito da ação, apenas a irregularidade quanto à incompetência,</p><p>impedimento ou suspeição.</p><p>• O juiz poderá acolher ou rejeitar a exceção, por meio de decisão interlocutória. Se acolher, o</p><p>processo seguirá para o local competente. Se rejeitar, o processo continua no mesmo juízo.</p><p>o Decisão de cunho terminativo, ainda que não interfira no mérito do processo.</p><p>o Quando o juiz acolhe a exceção de incompetência e remete os autos para um TRT</p><p>distinto, caberá recurso ordinário para o TRT de origem, no prazo de oito dias.</p><p>• Ocorrerá a prorrogação de competência caso a reclamada não apresente a exceção de</p><p>incompetência no prazo.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>52</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>CAPÍTULO 10. CONTESTAÇÃO.</p><p>➢ A contestação é a forma mais usual de defesa do reclamado, também conhecida como a peça de defesa</p><p>por excelência, resistência ou peça de bloqueio, sendo a única capaz de evitar a revelia processual.</p><p>➢ A contestação poderá ser verbal ou escrita. Se for verbal, poderá ser apresentada em audiência, em vinte</p><p>minutos. Se for escrita, poderá ser apresentada até a audiência.</p><p>➢ A redação da contestação não exige requisitos específicos, como a petição inicial, contudo, o</p><p>demandado não é plenamente livre para redigir a sua contestação, pois, deve obedecer a dois princípios:</p><p>I. Princípio do ônus da impugnação específica (art. 336 do CPC);</p><p>II. Princípio da eventualidade ou da concentração (art. 342 do CPC).</p><p>➢ De acordo com o princípio do ônus da impugnação específica, o acionado deve impugnar</p><p>especificamente cada fato afirmado pelo autor na petição inicial, isto porque, fato não impugnado é</p><p>incontroverso, havendo presunção relativa de veracidade, não sendo objeto de prova.</p><p>o Tal princípio veda a apresentação de contestação por negativa geral, comportando as exceções</p><p>previstas na lei, que são as mesmas do processo civil.</p><p>➢ Pelo princípio da eventualidade ou da concentração, cabe ao reclamado alegar toda a matéria de defesa</p><p>na peça contestatória, sendo vedado alegar posteriormente matéria de defesa não manifestada na</p><p>contestação, pela preclusão consumativa, salvo as exceções legais, ou seja, quando versar sobre direito</p><p>superveniente (matéria surgida após a apresentação da defesa), e caso se trate de questões de ordem</p><p>pública, as quais o juiz pode conhecer de ofício em qualquer grau de jurisdição e a qualquer tempo.</p><p>o Assim, o reclamado não poderá alegar a contestação por etapas.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>53</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>➢ O reclamado deverá organizar o texto da sua contestação,</p><p>alegando, primeiramente, a defesa processual, na forma de preliminares de contestação, que são aquelas</p><p>previstas no art. 337, do CPC. Posteriormente, deve dirigir a sua defesa ao mérito, de forma indireta</p><p>(prescrição e decadência) e, por fim, de forma direta, propriamente dita (pedidos que serão combatidos).</p><p>Observações:</p><p>• A compensação está restrita a dívidas de natureza trabalhista.</p><p>Vide Súmula n º 18 do TST.</p><p>• Súmula nº 18 do TST</p><p>• A compensação, na Justiça do Trabalho, está restrita a dívidas</p><p>de natureza trabalhista.</p><p>• A compensação distingue-se da retenção. Na compensação</p><p>existem créditos contrapostos, sendo que um deles será então</p><p>extinto e o outro reduzido, ou se forem iguais, extinguem-se</p><p>mutuamente. A compensação é matéria prevista no Código</p><p>Civil, que em seu art. 368, apregoa: "Se duas pessoas forem ao</p><p>mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas</p><p>obrigações extinguem-se, até onde se compensarem.".</p><p>• Já na retenção, que é uma situação mais rara, não há dois</p><p>créditos para serem compensados. Na contestação, o</p><p>reclamado demonstra que, ao contrário do pleiteado, quem é</p><p>credor é ele, reclamado. Então, para assegurar-se do</p><p>recebimento a que faz jus, requer ao juiz autorização para reter</p><p>Curso Preparatório para a 1ª</p><p>Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>54</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>consigo o bem de propriedade do reclamante (p.ex.:</p><p>ferramentas, equipamentos eletrônicos, cadastros). A Justiça do</p><p>Trabalho só tem competência para decidir sobre a legitimidade</p><p>da retenção de coisa do devedor entregue ao credor, se tal</p><p>entrega tiver relação com o contrato de trabalho.</p><p>➢ Com a reforma trabalhista, a parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial</p><p>eletrônico até a audiência.</p><p>➢ Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não poderá desistir da ação sem o</p><p>consentimento do reclamado.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>55</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>CAPÍTULO 11. RECURSOS NO PROCESSO</p><p>DO TRABALHO.</p><p>A palavra recurso pode ser entendida com dois sentidos: amplo e restrito. Em sentido amplo, significa um</p><p>meio de proteger um direito, uma forma de agir. Em sentido restrito, significa a provocação de um novo</p><p>julgamento, em uma mesma relação processual, da decisão pela mesma instância ou instâncias superiores.</p><p>Assim, a parte que estiver inconformada com uma decisão poderá via recurso reexaminar a decisão</p><p>prolatada pelo mesmo juízo prolator ou pelo juízo imediatamente superior, havendo um</p><p>prolongamento do exercício do direito de ação.</p><p>Nesses termos, podemos afirmar que o recurso não é uma ação impugnativa autônoma, pois não cria nova</p><p>relação jurídica processual (ex.: ação rescisória).</p><p>1) PRINCÍPIOS APLICÁVEIS:</p><p>1.1. DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO OBRIGATÓRIO:</p><p> O art. 5º, da CRFB/88, dispõe sobre os princípios da inafastabilidade da jurisdição, do devido</p><p>processo legal, do contraditório e da ampla defesa.</p><p> Também chamado de reexame necessário, que ocorre nas decisões desfavoráveis contra a</p><p>Fazenda Pública. Sendo assim, o Tribunal precisará reexaminar e confirmar a decisão.</p><p>o As exceções estão na Súmula 303, do TST.</p><p> Frise-se, por fim, que das decisões oriundas de processos que tramitam sobre o rito sumário,</p><p>dissídio de alçada, não caberá recurso, salvo sobre matéria constitucional.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>56</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>1.2. PRINCÍPIO DA UNIRRECORRIBILIDADE:</p><p> Também conhecido como princípio da singularidade ou da unicidade recursal, referido</p><p>princípio veda a interposição de mais um recurso, simultaneamente, contra a mesma</p><p>decisão, apenas permitindo, sucessivamente.</p><p> A doutrina prevê apenas duas exceções:</p><p>I. A interposição de RO e antes do 5º dia, de um ED com efeito modificativo.</p><p>Assim, caso a decisão que julgar o ED modifique o julgado, a parte terá novo</p><p>prazo para interposição de RO, ou mesmo para aditar o RO já interposto.</p><p>II. A segunda exceção está no art. 7º, §2º, da Lei 7.701/88, dispõe que nos</p><p>dissídios coletivos, caso não haja a publicação do acórdão em até 20 dias após</p><p>o julgamento da lide, poderão as partes e o MPT interpor recurso ordinário,</p><p>reabrindo o prazo para aditamento do recurso tão logo seja publicado o</p><p>acórdão.</p><p> Nesse sentido, um recurso somente pode ser interposto uma vez contra a mesma decisão.</p><p>Exemplo: cabe embargos declaratórios da decisão de embargos declaratórios, e o segundo</p><p>embargo são somente contra a decisão do primeiro, e não contra a decisão principal</p><p>(prestem atenção).</p><p> Também cabe ressaltar que se um recurso é interposto antes do prazo, ou seja, antes da</p><p>publicação da decisão recorrida, e o outro após a publicação da decisão, o primeiro é</p><p>considerado inexistente, apreciando-se apenas o segundo, se interposto dentro do prazo</p><p>legal.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>57</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>1.3. TAXATIVIDADE:</p><p> Esse princípio diz que somente podem ser interpostos os recursos previstos em lei, não</p><p>podendo a parte inovar, já que são taxativos, ou seja, numerus clausus, não comportam</p><p>ampliação.</p><p> Cabe salientar que compete privativamente à União legislar sobre direito processual,</p><p>conforme estabelece o inciso I, do art. 22, da CRFB/88.</p><p> Como o rol dos recursos trabalhistas é taxativo, o recurso que não esteja previsto em lei não</p><p>será admitido, não sendo possível interpretação analógica ou extensiva, mas apenas</p><p>restritiva.</p><p> São os seguintes os recursos previstos no sistema processual trabalhista brasileiro que nos</p><p>interessam:</p><p>I) Embargos de declaração (art. 897-A da CLT);</p><p>II) Recurso ordinário (art. 895 da CLT);</p><p>III) Agravo de instrumento (art. 897 da CLT);</p><p>IV) Recurso de revista (art. 896 da CLT);</p><p>V) Embargos para o TST (ART. 894 da CLT);</p><p>VI) Agravo regimental (art. 709, §1º, da CLT);</p><p>VII) Recurso extraordinário (art. 102, III, da CF).</p><p>VIII) Embargos à execução</p><p>IX) Agravo de petição</p><p>X) Exceção de pré-executividade</p><p> O duplo grau de jurisdição obrigatório, também conhecido como reexame necessário ou</p><p>remessa de ofício, no DL 779/69, é aplicável ao processo do trabalho.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>58</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>1.4. FUNGIBILIDADE:</p><p> Também conhecido como princípio da conversibilidade, permite que o juiz conheça de um</p><p>recurso que foi erroneamente interposto como se fosse o recurso cabível, aproveitando-se,</p><p>desde que existam três requisitos:</p><p>1) inexistência de erro grosseiro ou de má-fé;</p><p>2) existência de dúvida objetiva quanto ao recurso cabível no caso concreto;</p><p>3) o recurso interposto de forma errada deve estar dentro do prazo do recurso</p><p>cabível.</p><p> Assim, permite-se o aproveitamento do recurso interposto com o nome equivocado, com</p><p>base nos princípios da simplicidade e da finalidade, além de prestigiar o princípio do jus</p><p>postulandi.</p><p>1.5. VEDAÇÃO DO REFORMATIO IN PEJUS:</p><p> Este princípio traz a ideia de que o tribunal competente para julgamento do recurso não</p><p>pode piorar, agravar a situação do recorrente. Dizendo de outro modo, o tribunal, ao julgar</p><p>o recurso, não pode proferir decisão mais desfavorável ao recorrente do que aquela</p><p>recorrida.</p><p> Com efeito, as matérias que poderão ser objeto de apreciação pelo tribunal já foram</p><p>delimitadas. Nessa linha de raciocínio, o julgamento proferido pelo tribunal substituirá a</p><p>sentença ou a decisão recorrida no que tiver sido objeto de recurso. Ao contrário, aquilo</p><p>que não foi objeto de recurso transitou em julgado, não podendo ser atingido pelo</p><p>julgamento prolatado pelo tribunal.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>59</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p> São exceções as matérias de ordem pública, que podem ser</p><p>conhecidas de ofício pelo juiz, em qualquer tempo e grau de jurisdição.</p><p>2) PRAZOS RECURSAIS TRABALHISTAS UNIFORMES:</p><p>▪ O art. 6º, da Lei 5.584/1970, prevê que será de 8 dias o prazo para interpor e contrarrazões</p><p>qualquer recurso trabalhista.</p><p>▪ Recursos que observam o referido prazo:</p><p>→ Recurso ordinário;</p><p>→ Agravo de instrumento;</p><p>→ Recurso de revista;</p><p>→ Embargos no TST;</p><p>→ Agravo de petição.</p><p>Contudo,</p><p>deve-se prestar atenção nas exceções.</p><p>a) Embargos de declaração – 05 dias, segundo o art. 897-A da CLT, tanto para interpor como</p><p>contrarrazões.</p><p>b) Recurso Extraordinário – 15 dias, na forma do art. 1003, §5º do CPC, tanto para interpor como</p><p>contrarrazões;</p><p>c) Recurso de Revisão ou Pedido de Revisão – 48h, nos termos dos §§1º e 2º do art. 2º da Lei</p><p>5.584/70.</p><p>d) Agravo Regimental – o prazo depende da previsão do respectivo regimento interno dos</p><p>tribunais trabalhistas, cabendo observar que o TST o fixou em 08 dias, e os Tribunais Regionais, em</p><p>regra, têm fixado o prazo em 05 dias.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>60</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>e) Fazenda Pública e Ministério Público do Trabalho – prazo em</p><p>dobro para recorrer, nos termos do inciso III do art. 1º do DL 779/69 e art. 496 CPC. Importante ressaltar</p><p>que vem prevalecendo o entendimento de que o prazo para contrarrazões será simples.</p><p>f) Quanto ao art. 229, §1º e §2º do CPC – que prevê prazo em dobro para contestar, para recorrer</p><p>e para falar nos autos de um modo geral, quando houver litisconsortes com procuradores diferentes,</p><p>não é aplicável ao processo do trabalho, como já visto, tendo o TST se pronunciado sobre o assunto na</p><p>OJ nº 310 da SDI-I do TST.</p><p>3) OS RECURSOS TRABALHISTAS SÃO DOTADOS DE APENAS EFEITO DEVOLUTIVO:</p><p>▪ No processo do trabalho, a regra geral é que os recursos são dotados de efeito devolutivo apenas,</p><p>não possuindo efeito suspensivo, o que permite ao credor a extração da carta de sentença para</p><p>realização da execução provisória, que vai até a penhora.</p><p>▪ Essa regra está disposta no caput do art. 899, da CLT.</p><p>▪ Contudo, o efeito suspensivo dos recursos trabalhistas pode ser conseguido excepcionalmente,</p><p>mediante o ajuizamento de ação cautelar, é o que estabelece a Súmula 414, inciso I, parte final, do</p><p>TST.</p><p>3) INEXIGIBILIDADE DE FUNTAMENTAÇÃO:</p><p>▪ O art. 899 da CLT já lido acima estabelece que os recursos serão interpostos por simples petição, ou</p><p>seja, permite-se que sejam apresentados sem qualquer fundamentação ou razão do apelo, bastando a</p><p>simples petição de interposição.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>61</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>▪ No entanto, com o advento da CF/88, que traz os princípios do</p><p>contraditório e da ampla defesa, a doutrina trabalhista vem entendendo pela necessidade de</p><p>fundamentação nos recursos trabalhistas, de modo que o recorrido possa contra-arrazoar, e o tribunal</p><p>analisar as razoes do inconformismo.</p><p>▪ A necessidade de fundamentação nos recursos trabalhistas consubstancia o princípio da dialeticidade</p><p>ou discursividade.</p><p>▪ Nesse contexto, pode-se concluir que: a CLT não prevê a necessidade de fundamentação para interpor</p><p>recursos trabalhistas, mas o TST sim.</p><p>4) JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE:</p><p>▪ Via de regra, o recurso interposto é submetido à análise de dois juízos de admissibilidade, quais</p><p>sejam:</p><p>I) Juízo a quo – juízo prolator da decisão impugnada</p><p>II) Juízo ad quem – juízo competente para julgar o recurso</p><p>▪ O juízo de admissibilidade visa, principalmente, a verificação do atendimento aos pressupostos de</p><p>admissibilidade, também conhecidos como requisitos de admissibilidade recursal.</p><p>▪ O recurso somente será conhecido se estiverem atendidos concomitantemente todos os</p><p>pressupostos recursais. Ou seja, a ausência de apenas um deles, induz o não conhecimento do apelo.</p><p>▪ Cumpre ressaltar que o despacho exarado pelo juízo a quo, não vincula o juízo ad quem. Assim, um</p><p>recurso pode ser conhecido por um juízo e não conhecido por outro e vice-versa.</p><p>▪ Quanto ao juízo ad quem, pode ser exercido isoladamente pelo relator, ou em colegiado pelo</p><p>tribunal.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>62</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>5) PRESSUPOSTOS RECURSAIS:</p><p>▪ Os pressupostos recursais trabalhistas são classificados em objetivos ou extrínsecos e subjetivos ou</p><p>intrínsecos.</p><p>a) objetivos ou extrínsecos: como preleciona Leone Pereira, dizem respeito a fatores</p><p>externos à decisão judicial que se pretende impugnar, sendo normalmente posteriores</p><p>a ela. São eles:</p><p>• Cabimento ou recorribilidade do ato;</p><p>• Adequação;</p><p>• Tempestividade;</p><p>• Preparo;</p><p>• Regularidade formal</p><p>b) subjetivos ou intrínsecos:</p><p>• Legitimidade;</p><p>• Capacidade;</p><p>• Interesse.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>63</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>Recursos Sem Depósito Recursal:</p><p>• Embargos de declaração;</p><p>• Agravo de petição;</p><p>• Agravo regimental;</p><p>• Pedido de revisão.</p><p>Recursos com depósito recursal obrigatório por parte do empregador</p><p>recorrente:</p><p>• Recurso ordinário;</p><p>• Recurso de revista;</p><p>• Embargos no TST;</p><p>• Recurso extraordinário;</p><p>• Recurso adesivo;</p><p>• Agravo de instrumento.</p><p>ATENÇÃO:</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>64</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>CAPÍTULO 12. RECURSOS EM ESPÉCIE.</p><p>➢ O recurso pode ser total (recorre de toda matéria) ou parcial (recorre de uma parte das matérias).</p><p>➢ O recurso pode ser principal (interposto dentro do prazo legal) e adesivo (interposto no prazo das</p><p>contrarrazões).</p><p>o No processo do trabalho, nos moldes da Súmula 283, do TST, só cabe recurso adesivo de quatro</p><p>recursos, quais sejam, (i) o recurso ordinário, (ii) recurso de revista, (iii) embargos ao TST, e (iv)</p><p>agravo de petição.</p><p>➢ O processo do trabalho tem diversos recursos típicos.</p><p>1. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO:</p><p>▪ Os embargos de declaração possuem previsão no artigo 897-A, da CLT, aplicando-se,</p><p>subsidiariamente, os artigos 1022 a 1026, do CPC.</p><p>A) CABIMENTO – Cabem embargos de declaração em face de sentença ou acórdão que</p><p>apresentem omissão, obscuridade, contradição ou manifesto equívoco na análise dos</p><p>pressupostos extrínsecos do recurso.</p><p>B) PRAZO – Os embargos de declaração devem ser opostos no prazo de cinco dias, a contar da</p><p>ciência ou publicação da decisão. As pessoas jurídicas de Direito Público gozam de prazo em</p><p>dobro para oposição de ED, conforme prevê a OJ 192 da SDI-I, do TST.</p><p>o A oposição de embargos de declaração interrompe o prazo recursal. Ou seja, após o</p><p>seu julgamento, zera o prazo para a interposição de um novo recurso, salvo quando</p><p>intempestivos, irregular a representação da parte ou ausente a sua assinatura,</p><p>conforme prevê o §3º do art. 897-A, da CLT.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>65</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>C) EFEITO MODIFICATIVO – Via de regra, não há contraditório, mas, é</p><p>possível na hipótese de aplicação de efeito modificativo, com prazo de cinco dias, sob pena de</p><p>nulidade da decisão, conforme o art. 897-A, § 2º, da CLT. Nas hipóteses de omissão, contradição</p><p>e manifesto equívoco na análise dos pressupostos extrínsecos do recurso, os embargos de</p><p>declaração podem modificar a decisão embargada.</p><p>o A súmula 278 do TST prevê, expressamente, o efeito modificativo</p><p>dos embargos de</p><p>declaração apenas na hipótese de omissão.</p><p>D) EMBARGOS PROTELATÓRIOS – Quando manifestamente protelatórios os embargos de</p><p>declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar</p><p>ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa. (art.</p><p>1.026, §2º, CPC).</p><p>E) PREQUESTIONAMENTO – Outra hipótese de cabimento dos embargos de declaração está</p><p>prevista nas Súmulas 184 e 297, II do TST: embargos de declaração para fins de</p><p>prequestionamento. O prequestionamento é um pressuposto exclusivo dos recursos de</p><p>natureza extraordinária (recurso de revista, embargos ao TST e recurso extraordinário).</p><p>F) SENTENÇA – Os embargos de declaração serão decididos por meio de sentença, que substitui</p><p>a sentença anterior no que foi objeto dos embargos.</p><p>2. RECURSO ORDINÁRIO:</p><p>▪ O recurso ordinário o recurso próprio para atacar a sentença no processo do trabalho, sendo cabível,</p><p>também, contra acórdãos do TRT e TST, bem como, contra decisões terminativas ou definitivas em</p><p>ações especiais, como dissídio coletivo, inquérito para apuração de falta grave, ação rescisória e</p><p>mandando de segurança.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>66</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>A) JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE – O juízo de admissibilidade é a</p><p>verificação requisitos do recurso, para saber se ele será ou não analisado (conhecido) e julgado</p><p>(dado ou não provimento). O primeiro juízo de admissibilidade é feito sempre pelo órgão que</p><p>proferiu a decisão (juízo o quo) para RECEBER o recurso, O segundo juízo de admissibilidade</p><p>será feito pelo órgão que irá julgar o recurso (juízo ad quem) para CONHECER o recurso.</p><p>o Para tanto, ao interpor o recurso, precisamos dirigi-lo para o juízo que proferiu a</p><p>decisão (juízo a quo), com uma folha de rosto (ou peça de interposição), para que o</p><p>juízo a quo faça a verificação dos seus pressupostos de admissibilidade (requisitos).</p><p>o Junto a folha de rosto, iremos juntar as nossas razões recursais (preliminares,</p><p>prejudiciais de mérito e mérito) do nosso recurso, dirigindo-as para o órgão que irá</p><p>julgar o recurso.</p><p>o Em síntese, o recurso será sempre interposto com:</p><p>- Folha de rosto (ou de interposição)</p><p>- Razões recursais</p><p>B) HIPÓTESES DE CABIMENTO – O recurso ordinário tem previsão legal no art. 895, da CLT,</p><p>(fulcro de peça) e cabível em duas hipóteses, quais sejam, (i) das decisões definitivas ou</p><p>terminativas das Varas e Juízos, no prazo de oito dias, e (ii) das decisões definitivas ou</p><p>terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de</p><p>oito dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos.</p><p>3. RECURSO DE REVISTA:</p><p>▪ O recurso de revista é um recurso de natureza extraordinária. Isso significa que somente pode ser</p><p>objeto de recurso de revista matéria de direito, não podendo ser objeto de recurso de revista matérias</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>67</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>relacionadas a fatos e provas, conforme súmula 126 do TST, pois visam a</p><p>uniformização da jurisprudência.</p><p>▪ O recurso de revista, dotado de efeito apenas devolutivo, será interposto perante o Presidente do</p><p>Tribunal Regional do Trabalho, que, por decisão fundamentada, poderá recebê-lo ou denegá-lo.</p><p>▪ O recurso de revista está previsto no art. 896, da CLT, e é cabível nas seguintes hipóteses:</p><p>a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado</p><p>outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios</p><p>Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou contrariarem súmula de jurisprudência</p><p>uniforme dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal;</p><p>b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo</p><p>Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em</p><p>área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida,</p><p>interpretação divergente, na forma da alínea a;</p><p>c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à</p><p>Constituição Federal.</p><p>A) PREQUESTIONAMENTO – O prequestionamento é pressuposto do recurso de revista, assim</p><p>como dos demais recursos de natureza extraordinária. A matéria estará prequestionada quando</p><p>houver sido tratada no acórdão impugnado (Súmula nº 297, I, TST), ou seja, o TST só conhecerá</p><p>o recurso se houver manifestação explícita do TRT no acórdão sobre a discussão abordada no</p><p>recurso de revista, inclusive quanto à matéria de ordem pública (OJ 62, SDI-I, TST).</p><p>B) TRANSCENDÊNCIA – Embora prevista no artigo 896-A, da CLT, atualmente a transcendência</p><p>não é um pressuposto de admissibilidade do recurso de revista, posto que ainda não está</p><p>regulamentada. O recurso de revista é dirigido ao Presidente do TRT (art. 896, § 1°, CLT), o qual</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>68</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>poderá delegar o exame dos pressupostos de admissibilidade ao vice-</p><p>presidente, de acordo com a previsão do Regimento Interno.</p><p>4. AGRAVO DE INSTRUMENTO:</p><p>▪ No processo civil, o agravo de instrumento serve para atacar as decisões interlocutórias.</p><p>o No processo do trabalho as decisões interlocutórias, em regra, não podem ser alvo imediato de</p><p>recurso. Sendo assim, na seara trabalhista, o agravo de instrumento possui outra finalidade:</p><p>destrancar um recurso que teve denegado o seu seguimento pelo juízo a quo.</p><p>o Isso significa que, quando o juízo a quo estiver fazendo o juízo de admissibilidade e verificar a</p><p>inexistência de qualquer dos pressupostos de admissibilidade, irá denegar seguimento ao</p><p>recurso (trancar o recurso), sendo cabível o agravo de instrumento visando destrancar o</p><p>recurso principal para que este seja analisado pelo juízo ad quem.</p><p>o Todavia, caso seja o juízo ad quem que denegue seguimento ao recurso, será cabível o agravo</p><p>regimental, visando a análise do recurso principal.</p><p>▪ O agravo de instrumento tem previsão legal no art. 897, b, da CLT.</p><p>▪ Logo, interposto o agravo de instrumento, este será analisado pelo juízo ad quem, responsável pela</p><p>análise do recurso principal. O agravado será intimado para oferecer resposta ao agravo e ao recurso</p><p>principal, instruindo-a com as peças que considerar necessárias ao julgamento de ambos os recursos.</p><p>▪ No ato de interposição do agravo de instrumento, o depósito recursal corresponderá a 50% do valor</p><p>do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar.</p><p>o Quando o agravo de instrumento tem a finalidade de destrancar recurso de revista que se</p><p>insurge contra decisão que contraria a jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>69</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>Trabalho, consubstanciada nas suas súmulas ou em orientação</p><p>jurisprudencial, não haverá obrigatoriedade de se efetuar o depósito.</p><p>5. AGRAVO INTERNO:</p><p>▪ O Agravo Interno é um instrumento recursal cabível contra decisões monocráticas proferidas nos</p><p>Tribunais, nas hipóteses legalmente previstas.</p><p>▪ É também conhecido como Agravo Regimental, pois, possui previsão de cabimento e procedimento</p><p>nos regimentos internos de cada Tribunal.</p><p>6. AGRAVO DE PETIÇÃO:</p><p>▪ O agravo de petição é a medida processual, de natureza recursal, cabível contra as decisões</p><p>proferidas nas execuções trabalhistas. Assim, ele só pode ser interposto contra decisões terminativas</p><p>ou definitivas, proferidas por um juiz, em sede de processo executivo que tramita na Justiça do</p><p>Trabalho.</p><p>7. RECURSO EXTRAORDINÁRIO:</p><p>▪ O recurso extraordinário será cabível para enfrentar decisão: (i) proferida em “única” ou “última</p><p>instância” na Justiça do Trabalho, e (ii) sobre matéria constitucional que apresentar repercussão geral.</p><p>▪ O recurso extraordinário não obedecerá ao prazo de oito dias que indica o processo do trabalho</p><p>para os recursos da esfera trabalhista.</p><p>o O prazo do Recurso Extraordinário é de quinze dias, afastando-se do padrão trabalhista de oito</p><p>dias, por se tratar de norma especial.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>70</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>o O recolhimento de depósito recursal foi dispensado a partir da</p><p>década de 2020, por ser considerado incompatível com a jurisdição constitucional.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>71</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>CAPÍTULO 13. EXECUÇÃO TRABALHISTA.</p><p>➢ O processo de execução é autônomo, pois que há citação do devedor para pagamento, além de o</p><p>processo de execução guardar diferenças com o processo de conhecimento, como por exemplo, a</p><p>possibilidade de títulos executivos extrajudiciais, o que lhe dá autonomia.</p><p>➢ Atualmente, o CPC em seu art. 591, dispõe que o devedor somente responde pelas dívidas com seu</p><p>patrimônio, sendo, portanto, invioláveis a sua vida, liberdade e integridade física. No processo do</p><p>trabalho, a execução está disciplinada em 4 diplomas normativos que devem ser seguidos na seguinte</p><p>ordem:</p><p>1. CLT</p><p>2. Lei 5584/70</p><p>3. Lei 6830/80</p><p>4. CPC</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>72</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>A execução pode ser:</p><p>Provisória > Ocorre antes do trânsito em julgado. Na fase de recursos já é</p><p>possível praticar alguns atos da execução:</p><p>Definitiva > Já temos uma sentença. A decisão transita em julgado. Para que</p><p>a sentença seja executada, precisa ser liquidada.</p><p>Existem três modalidades de liquidação da sentença, quais sejam:</p><p>I) Por cálculo: Utilizada quando temos todas as informações do cálculo no</p><p>processo. É a mais comum.</p><p>II) Por arbitramento: Utilizada quando, de fato, o valor da parcela precisa ser</p><p>arbitrado. O juiz determina, as partes convencionam ou o objeto da</p><p>liquidação exigir.</p><p>III) Por artigos: Utilizada quando os fatos não ficam suficientemente provados</p><p>na fase de conhecimento ou quando a prova do fato depender de novas</p><p>provas. É a mais incomum de todas, por ser contrária a celeridade</p><p>processual.</p><p> Uma vez liquidado o valor, o calculo chega às mãos do juiz. Esse cálculo precisa ter o valor</p><p>principal, as despesas processuais e as contribuições previdenciárias.</p><p> Após pegar os cálculos, o juiz deverá intimar as partes para manifestação sobre o cálculo,</p><p>no prazo comum de oito dias.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>73</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p> Com o prazo comum de oito dias, as partes deverão fazer uma</p><p>impugnação específica dos cálculos. Se a parte fizer uma impugnação genérica, gerará</p><p>uma preclusão.</p><p> O juiz analisa as impugnações e define o cálculo certo, para homologar.</p><p> Após a homologação dos cálculos, o juiz expede um mandado de citação para pagamento.</p><p>O oficial de justiça vai procurar o devedor por até duas vezes, no prazo de 48h.</p><p> Após ser citado, o executado poderá concordar e pagar, ou garantir o juízo para que possa</p><p>discordar do valor. A garantia do juízo pode ser feita mediante depósito judicial, indicação</p><p>de bens ou através do seguro garantia judicial.</p><p> Se quiser discutir, terá que apresentar uma medida chamada de embargos à execução.</p><p> Os embargos à execução é a medida que o executado vai apresentar para impugnar o</p><p>cálculo após a homologação. Em regra, para que seja ajuizado, precisará da garantia do</p><p>juízo, porém, nem todos precisam garantir o juízo para apresentar embargos à execução,</p><p>por conta da sua isenção legal, como as entidades filantrópicas, seus diretores e ex-</p><p>diretores.</p><p>o Em sede de embargos à execução pode haver audiência se forem arroladas</p><p>testemunhas.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>74</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p> Se o exequente não concordar com os cálculos, ele apresentará impugnação à sentença</p><p>de liquidação.</p><p>O juiz analisa os embargos à execução, a impugnação à sentença, e julga ambos</p><p>em uma única sentença. Dessa sentença na fase de execução, cabe agravo de</p><p>petição.</p><p>Do agravo de petição cabe recurso de revista, caso haja violação a Constituição</p><p>Federal.</p><p>Apenas após o trânsito em julgado do processo de execução é que o pagamento,</p><p>seja ele em depósito judicial ou em forma de bem penhorado, é liberado. No caso</p><p>do bem penhorado, ele ainda é levado à leilão, para que seja convertido em</p><p>dinheiro.</p><p>Existe, também, a possibilidade de negativar o nome do devedor, levar à</p><p>protesto e inscrever no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT),</p><p>caso (i) tenha passado quarenta e cinco dias da notificação e (ii) não ter ocorrido</p><p>a garantia do juízo, nos moldes do art. 883-A, da CLT.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>75</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>DA PENHORA</p><p>• Se o executado não pagar a dívida, não efetuar o depósito judicial para apresentação de embargos à</p><p>execução ou não nomear bens à penhora, no prazo de 48 horas contados da citação, o oficial de justiça</p><p>retornará ao local de execução e penhorará tanto bens quantos bastem para a satisfação do julgado,</p><p>inclusive custas, juros de mora, correção monetária e contribuição previdenciária, na forma do art. 883, da</p><p>CLT.</p><p>• Não pagando o executado, nem garantindo a execução, seguir-se-á penhora dos bens, tantos quantos</p><p>bastem ao pagamento da importância da condenação, acrescida de custas e juros de mora, sendo estes,</p><p>em qualquer caso, devidos a partir da data em que for ajuizada a reclamação inicial.</p><p>• A penhora será realizada onde quer que se encontrem os bens, ainda que na posse de terceiros.</p><p>• O TST entende que o cargo de depositário depende de aceitação do nomeado, conforme OJ 89, da SDI –</p><p>II.</p><p>• No ato da penhora, o oficial já irá avaliar os bens, não se aplicando mais o art. 888, da CLT.</p><p>• O art. 847, do CPC dispõe que o executado pode, no prazo de 10 (dez) dias após intimado da penhora,</p><p>requerer a substituição do bem penhorado, desde que comprove cabalmente que a substituição não trará</p><p>prejuízo algum ao exequente e será menos onerosa para ele devedor.</p><p>• Por fim, destaque-se que o art. 874, do CPC prevê que o juiz, após a avaliação</p><p>dos bens pode ampliar ou</p><p>reduzir a penhora, quando a requerimento da parte e, ouvida a parte contrária.</p><p>• Caso haja resistência à penhora, deverá o oficial certificar o fato ao juiz, solicitando reforço policial e, se for</p><p>o caso, ordem de arrombamento.</p><p>• Os bens impenhoráveis estão previstos no art. 833, do CPC.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>76</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>PRAÇA E LEILÃO</p><p> A efetivação do processo de execução depende da expropriação dos bens do devedor de modo a</p><p>satisfazer o direito do credor. Com efeito, os bens do executado serão alienados em hasta pública.</p><p> O CPC passou a denominar como “praça” a hasta pública de bem imóvel e “leilão”, a hasta pública de bem</p><p>móvel.</p><p> O art. 888 da CLT dispõe que, concluída a avaliação, dentro de dez dias, contados da data da nomeação</p><p>do avaliador, seguir-se-á a arrematação, que será anunciada por edital afixado na sede do juízo ou tribunal</p><p>e publicado no jornal local, se houver, com a antecedência de vinte (20) dias.</p><p> Portanto, o edital de hasta pública é requisito indispensável, formal, essencial à validade do ato de</p><p>expropriação dos bens levados à hasta pública, ensejando nulidade do ato o desatendimento da</p><p>formalidade prevista no artigo supra.</p><p> No processo do trabalho, a hasta pública é única, sendo os bens, desde logo, vendidos pelo maior lance,</p><p>conforme art. 888, §1º, da CLT.</p><p> Caso não haja licitantes, e não requerendo o credor a adjudicação dos bens penhorados, poderão os</p><p>mesmos ser vendidos por leiloeiro nomeado pelo juiz, conforme previsão.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>77</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>CAPÍTULO 14. PROCESSO DE</p><p>HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL.</p><p>➢ Deverá ser apresentada uma petição conjunta, cada parte com o seu próprio advogado, nos moldes do</p><p>art. 855-B, da CLT.</p><p>o As partes não poderão ser representadas por advogado comum.</p><p>o Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua categoria.</p><p>➢ A Justiça do Trabalho entende que acordo extrajudicial deve ser homologado em respeito ao princípio da</p><p>autonomia da vontade.</p><p>➢ O juiz terá o prazo de quinze dias para analisar e homologar o acordo, podendo marcar audiência, se</p><p>entender necessário.</p><p>o Se recusar o acordo, o juiz dará uma sentença negando a homologação. Dessa sentença, caberá o</p><p>recurso ordinário.</p><p>o Da sentença que homologa o acordo não cabe recurso, salvo para previdência social e ação</p><p>rescisória, no caso das hipóteses do art. 966, do CPC.</p><p>➢ O processo deverá respeitar o prazo para pagamento das verbas rescisórias.</p><p>➢ O processo de homologação do acordo suspende o prazo prescricional.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>78</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>CAPÍTULO 15. JUSTIÇA GRATUITA.</p><p>➢ É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância</p><p>conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e</p><p>instrumentos, àqueles que perceberem remuneração igual ou inferior a 40% do limite máximo dos</p><p>benefícios do Regime Geral de Previdência Social (RGPS).</p><p>➢ O benefício da justiça gratuita será concedido àqueles que comprovarem insuficiência de recursos para</p><p>o pagamento das custas do processo.</p><p>➢ O advogado poderá requerer a justiça gratuita em nome do seu cliente, desde que possua procuração</p><p>com esses poderes específicos.</p><p>➢ Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro</p><p>processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão</p><p>sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos</p><p>subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de</p><p>existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se,</p><p>passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>79</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>CAPÍTULO 16. HONORÁRIOS</p><p>ADVOCATÍCIOS.</p><p>➢ Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados</p><p>entre o mínimo de 5% e o máximo de 15% sobre o valor da causa, da condenação ou do proveito</p><p>econômico obtido.</p><p>o Estipulado pelo juiz.</p><p>➢ Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações em que a parte</p><p>estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria.</p><p>➢ Ao atuar como advogado da reclamante, ganha-se os honorários contratuais e sucumbenciais. Ao atuar</p><p>como advogado da reclamada, ganha-se um valor fixo pela defesa e os honorários sucumbenciais.</p><p>➢ O advogado não pode receber mais do que o cliente.</p><p>➢ Serão devidos honorários nas causas de substituição ou representação processual, causas contra a</p><p>Fazenda Pública, e na reconvenção.</p><p>➢ São devidos honorários na hipótese de sucumbência parcial, que ocorre quando o pedido autoral não é</p><p>inteiramente atendido.</p><p>o Situação em que, por exemplo, você faz dez pedidos na sua reclamação, tem dois acolhidos e oito</p><p>negados. Você ganha honorários sobre dois, e paga sobre oito.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>80</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>o Não é cabível compensação, pois, quem paga não é quem recebe.</p><p>A parte paga ao advogado do vencedor.</p><p>➢ Ao fixar os honorários, o juízo observará:</p><p>I. o grau de zelo do profissional;</p><p>II. o lugar de prestação do serviço;</p><p>III. a natureza e a importância da causa;</p><p>IV. o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>81</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>CAPÍTULO 17. ATOS, TERMOS E PRAZOS</p><p>PROCESSUAIS.</p><p>Art. 770, CLT. Os atos processuais serão públicos, nos dias úteis das 6h às 20h horas, salvo quando o</p><p>contrário determinar o interesse social.</p><p>Art. 772, CLT. Os atos e termos processuais, que devam ser assinados pelas partes interessadas, quando</p><p>estas, por motivo justificado, não possam fazê-lo, serão firmados a rogo, na presença de duas testemunhas,</p><p>sempre que não houver procurador legalmente constituído.</p><p>Observação: A penhora poderá realizar-se em domingo ou dia feriado,</p><p>mediante autorização expressa do juiz ou presidente.</p><p>1) PRAZOS PROCESSUAIS:</p><p>▪ Os prazos processuais serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do início e incluindo o dia</p><p>do vencimento.</p><p>o Sábado, domingo e feriado não inicia e nem termina prazo.</p><p>o A contagem começa no dia útil subsequente.</p><p>▪ Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes hipóteses:</p><p>I. quando o juízo entender necessário;</p><p>II. em virtude de força maior, devidamente comprovada.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>82</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>▪ Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de</p><p>produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito, de modo a conferir maior</p><p>efetividade à tutela do direito.</p><p>▪ Art. 775-A, CLT. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de</p><p>dezembro e 20 de janeiro.</p><p>o Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências e nem sessões de julgamento.</p><p>▪ O vencimento dos prazos será certificado nos processos pelos escrivães ou secretários.</p><p>o O último dia do prazo entra na contagem.</p><p>▪ Caso a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse dia,</p><p>o prazo judicial será contado da segunda-feira imediata, salvo se não houver expediente, caso em</p><p>que fluirá no dia útil que se seguir.</p><p>▪ Art. 777, CLT. Os requerimentos e documentos apresentados, os atos e termos processuais, as</p><p>petições ou razões de recursos e quaisquer outros papéis referentes aos feitos formarão os autos dos</p><p>processos, os quais ficarão sob a responsabilidade dos escrivães ou secretários.</p><p>▪ Art. 778, CLT. Os autos dos processos da Justiça do Trabalho, não poderão sair dos cartórios ou</p><p>secretarias, salvo se solicitados por advogados regularmente constituído por qualquer das partes, ou</p><p>quando tiverem de ser remetidos aos órgãos competentes, em caso de recurso ou requisição.</p><p>▪ Art. 779, CLT. As partes, ou seus procuradores, poderão consultar, com ampla liberdade, os</p><p>processos nos cartórios ou secretarias.</p><p>▪ Art. 780, CLT. Os documentos juntos aos autos poderão ser desentranhados somente depois de findo</p><p>o processo, ficando traslado.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>83</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>▪ Art. 781, CLT. As partes poderão requerer certidões dos processos</p><p>em curso ou arquivados, as quais serão lavradas pelos escrivães ou secretários. As certidões dos</p><p>processos que correrem em segredo de justiça dependerão de despacho do juiz ou presidente.</p><p>▪ Art. 782 - São isentos de selo as reclamações, representações, requerimentos. atos e processos</p><p>relativos à Justiça do Trabalho.</p><p>▪ Súmula 427, do TST. Havendo pedido expresso de que as intimações e publicações sejam realizadas</p><p>exclusivamente em nome de determinado advogado, a comunicação em nome de outro profissional</p><p>constituído nos autos é nula, salvo se constatada a inexistência de prejuízo.</p><p>2) DA RESPONSABILIDADE POR DANO PROCESSUAL:</p><p>▪ Art. 793-A, CLT. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como reclamante,</p><p>reclamado ou interveniente.</p><p>▪ Art. 793-B, CLT. Considera-se litigante de má-fé aquele que:</p><p>I. deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;</p><p>II. alterar a verdade dos fatos;</p><p>III. usar do processo para conseguir objetivo ilegal;</p><p>IV. opuser resistência injustificada ao andamento do processo;</p><p>V. proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;</p><p>VI. provocar incidente manifestamente infundado;</p><p>VII. interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.</p><p>▪ Art. 793-C, CLT. De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de má-fé a pagar multa,</p><p>que deverá ser superior a 1% e inferior a 10% do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>84</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e</p><p>com todas as despesas que efetuou.</p><p>o Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juízo condenará cada um na proporção de</p><p>seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte</p><p>contrária.</p><p>o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até duas vezes</p><p>o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.</p><p>o O valor da indenização será fixado pelo juízo ou, caso não seja possível mensurá-lo, liquidado</p><p>por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos.</p><p>▪ Art. 793-D, CLT. Aplica-se a multa prevista no art. 793-C desta Consolidação à testemunha que</p><p>intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais ao julgamento da causa.</p><p>Parágrafo único. A execução da multa prevista neste artigo dar-se-á nos mesmos autos.</p><p>3) DA FASE DECISÓRIA:</p><p>▪ Os juízes podem, no exercício da atividade jurisdicional, praticar atos decisórios, como despachos,</p><p>decisões interlocutórias, sentenças e acórdãos.</p><p>o Despacho: aqueles que apenas impulsionam o processo sem cunho decisório, como</p><p>determinação de remessa dos autos ao calculista da vara.</p><p>o Decisões interlocutórias: São as que no curso do processo, resolvem questão incidente, por</p><p>exemplo, concessão de liminares.</p><p>o Sentença: é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 485 e 487, do</p><p>CPC.</p><p>▪ Quanto ao seu conteúdo, as sentenças classificam-se em:</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>85</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>o Sentenças Declaratórias: O juiz se limita à declaração da existência</p><p>ou inexistência da relação jurídica, vínculo empregatício, ou da autenticidade ou falsidade do</p><p>documento.</p><p>o Sentenças Constitutivas: O juiz cria, modifica ou extingue uma relação jurídica, com eficácia</p><p>ex nunc, ou seja, desde então.</p><p>o Sentenças Condenatórias: O juiz profere um comando condenatório ao réu, traduzindo uma</p><p>obrigação de fazer, de não fazer, de entregar a coisa ou de pagar quantia (mais comuns na</p><p>Justiça do Trabalho).</p><p>▪ Quanto ao resultado da lide, as sentenças classificam-se em:</p><p>o Terminativa: Não aprecia o mérito, e permite interposição de nova ação, nos termos do art.</p><p>485 do CPC. Geralmente se dá quando falta uma das condições da ação ou um dos</p><p>pressupostos processuais. Esta sentença soluciona o processo de conhecimento no primeiro</p><p>grau de jurisdição, mas não soluciona o litígio.</p><p>o Definitiva: Aprecia o mérito, e não permite interposição de outra ação, sob pena da parte</p><p>incorrer em litispendência ou coisa julgada, nos termos do art. 487, do CPC.</p><p>3) REQUISITOS DA SENTENÇA – ART. 489, CPC:</p><p>I. o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido</p><p>e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;</p><p>II. os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;</p><p>III. o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>86</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>▪ O art. 832. da CLT, por sua vez, também traz os requisitos essenciais</p><p>da sentença, ao dispor que da decisão deverão constar:</p><p>i. o nome das partes e o resumo do pedido e da defesa – equivalendo ao relatório;</p><p>ii. a apreciação das provas e os fundamentos da decisão – equivalendo à fundamentação;</p><p>iii. a respectiva conclusão – equivalendo à parte dispositiva.</p><p>I. Relatório:</p><p>• No relatório, será realizada pelo julgador a descrição resumida das principais</p><p>ocorrências</p><p>do processo, com indicação do pedido formulado pelo demandante, bem como as</p><p>defesas opostas pelo demandado.</p><p>II. Fundamentos:</p><p>• Na motivação o magistrado deverá expor os fundamentos fáticos e jurídicos que</p><p>motivaram a sua convicção na prolação da decisão, mediante análise circunstanciada dos</p><p>argumentos dos litigantes. Em outras palavras, deverá o juiz indicar suas razões de</p><p>decidir, ou seja, apresentando os fatores que contribuíram para a formação do seu</p><p>convencimento mediante a análise das questões processuais, as alegações das partes e</p><p>as provas produzidas.</p><p>III. Dispositivo:</p><p>• O terceiro elemento essencial da sentença é o dispositivo, que se constitui na parte da</p><p>sentença que tem conteúdo decisório. É na parte dispositiva que o magistrado</p><p>apresentará sua conclusão, extinguindo o processo com ou sem julgamento do mérito.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>87</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>• O dispositivo é o elemento mais importante do decisum, pois é nele</p><p>que encontraremos o “comando” contido na sentença, o qual será, posteriormente,</p><p>coberto pelo manto da coisa julgada.</p><p>• A ausência da parte dispositiva importa na inexistência da sentença.</p><p>• Os §§ 1º, 2º e 3º do art. 832 consolidado estabelecem alguns requisitos complementares</p><p>da sentença, os quais serão inseridos na parte dispositiva da sentença.</p><p>• Também importante ressaltar que a sentença judicial se encontra subordinada ao</p><p>princípio da congruência, que significa que a decisão é uma resposta ao pedido,</p><p>devendo haver correlação, correspondência ou simetria entre um e outro ato processual.</p><p>• Nesses termos, como é uma resposta aos pedidos formulados, a sentença decidirá a lide</p><p>nos limites em que foi proposta (art. 128 do CPC), não podendo o juiz proferir sentença</p><p>de natureza diversa da que foi pedida ou condenar o réu em quantidade superior ou em</p><p>objeto diverso do que lhe foi demandado (art. 460 do CPC).</p><p>ASSIM, A SENTENÇA QUE DESCONSIDERAR ESSA DIRETRIZ BÁSICA, SERÁ CONSIDERADA:</p><p>a) ultra petita – quando defere mais do que foi pedido;</p><p>b) citra petita – quando defere menos do que foi pleiteado, com omissão na análise das matérias</p><p>invocadas;</p><p>c) extra petita – quando defere algo diverso do que foi pleiteado.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>88</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>Observações:</p><p>→ A existência desses vícios na sentença não a torna nula, mesmo em parte, pois,</p><p>na interposição do recurso, o tribunal poderá corrigir esse defeito, restituindo a</p><p>congruência e correlação entre o pedido e a decisão.</p><p>→ Podemos concluir que a citra petita pode ter seu vício corrigido pela interposição</p><p>de embargos declaratórios para suprir omissão. Os embargos, nessa situação,</p><p>terão efeito modificativo ou infringente.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>89</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>CAPÍTULO 18. DA PRESCRIÇÃO.</p><p>➢ Art. 11, CLT. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em cinco</p><p>anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de</p><p>trabalho.</p><p>o Tratando-se de pretensão que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de alteração</p><p>ou descumprimento do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja</p><p>também assegurado por preceito de lei.</p><p>o A interrupção da prescrição somente ocorrerá pelo ajuizamento de reclamação trabalhista, mesmo</p><p>que em juízo incompetente, ainda que venha a ser extinta sem resolução do mérito, produzindo</p><p>efeitos apenas em relação aos pedidos idênticos.</p><p>1) MODALIDADES DE PRESCRIÇÃO:</p><p>1.1. PRESCRIÇÃO BIENAL, TOTAL OU NUCLEAR:</p><p> A prescrição bienal trabalhista é o prazo que o trabalhador, no caso o exequente, tem para acionar</p><p>juridicamente a parte executada, a empresa. Ou seja, até dois anos após o término do contrato de</p><p>trabalho – seja qual for a razão – é o prazo delimitado por lei para que se abra uma reclamação de</p><p>trabalho judicial.</p><p>Perda do direito de ação pelo decurso do</p><p>tempo.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>90</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p> O prazo da prescrição bienal começa a contar a partir do término do</p><p>contrato de trabalho, incluindo a projeção do aviso prévio proporcional ao tempo de trabalho.</p><p>1.2. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE:</p><p> A prescrição intercorrente trabalhista tem a função de arquivar ações judiciais – no prazo de dois</p><p>anos – onde a parte exequente não apresenta os recursos solicitados pelo juízo. Ou seja, deixa de</p><p>cumprir determinações judiciais. A intenção desse prazo é de prescrever, ou seja, desativar ações</p><p>que foram abandonadas ou foram resolvidas com acordos extrajudiciais.</p><p> Art. 11-A, CLT. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazo de dois anos.</p><p>§ 1. A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de</p><p>cumprir determinação judicial no curso da execução.</p><p>§ 2. A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou declarada de ofício em</p><p>qualquer grau de jurisdição.</p><p>1.3. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL:</p><p> A prescrição quinquenal trabalhista se refere ao tempo de serviço que poderá ter suas verbas</p><p>devidas reclamadas, ou seja, a partir da abertura da ação judicial até cinco anos antes.</p><p> É contada a partir da abertura da ação judicial, ou seja, quanto antes o exequente abrir a ação, mais</p><p>tempo de trabalho poderá contar – caso seja devido.</p><p> Veja um exemplo a seguir: Caso um funcionário seja desligado em 01/12/2020 e abra a ação judicial</p><p>em 01/12/2021, ele só poderá reclamar suas verbas até 01/12/2017, o que foi devido antes disso,</p><p>prescreveu.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>91</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>Observações:</p><p>→ O ajuizamento da ação, ainda que em foro incompetente,</p><p>interrompe o prazo prescricional em relação aos pedidos</p><p>idênticos.</p><p>→ Existem causas que implicam na não aplicação dos prazos de</p><p>prescrição, e uma delas é a menoridade, citada no art. 440, da</p><p>CLT. Outras questões, como Comissão de Conciliação Prévia,</p><p>acordo extrajudicial e, até mesmo, a impossibilidade de acesso</p><p>ao judiciário por motivos de doenças graves, são causas de</p><p>suspensão da prescrição trabalhista.</p><p>→ A interrupção do prazo da prescrição prevista na CLT indica que</p><p>os prazos apenas serão interrompidos caso haja</p><p>ajuizamento de ação trabalhista, ou seja, caso seja aberto um</p><p>novo processo trabalhista, no qual só será válido para os</p><p>direitos pleiteados na primeira ação. Veja o que diz o Artigo 11,</p><p>parágrafo terceiro, da CLT na íntegra:</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>92</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>CAPÍTULO 19. MELÔ DA LINHA DO</p><p>TEMPO.</p><p>“Antes do processo sempre tem a entrevista, logo depois, RECLAMAÇÃO TRABALHISTA.</p><p>Se tiver uma tutela provisória, não se espanta, porque aí já cabe MANDADO DE SEGURANÇA. Mas, se for na</p><p>sentença, não precisa ter dó, porque aí já sabe, caberá o R.O.</p><p>Não podemos esquecer de uma situação, pra garantir ampla defesa pode haver CONTESTAÇÃO.</p><p>Sentença prolatada vem aí o ORDINÁRIO, mas antes tem que ver se o recurso foi negado.</p><p>Se pelo juízo “a quo” foi negado seguimento, aí o que é que cabe? AGRAVO DE INSTRUMENTO. Negado pelo</p><p>“ad quem”, isso não é normal. O que caberá? AGRAVO REGIMENTAL.</p><p>Pra se defender do R.O. haverá notificação pra parte contrária apresentar CONTRARRAZÃO.</p><p>R.O. interposto pela outra parte? Perigo! Pra atacar a sentença só o RECURSO ADESIVO.</p><p>E se a sentença for obscura, contradita ou tiver uma omissão, o que caberá? EMBARGOS DE DECLARAÇÃO!</p><p>Acórdão na área, se liga! O que caberá? RECURSO DE REVISTA!</p><p>Julgamento não unânime ou divergente, o que fazer? Não se desespere, EMBARGOS AO TST!</p><p>Preste atenção, se ligue nesse papo! Se tiver repercussão geral é o RECURSO EXTRAORDINÁRIO.</p><p>Chegamos na execução? Nem vi, passou tão rápido! Por favor, Excelência, APRESENTA ESSES CÁLCULOS! Mas,</p><p>se ainda assim gerar insatisfação, aí vai depender, EMBARGOU ou IMPUGNAÇÃO.</p><p>Se tiver legitimado pra entrar no meio, pode apresentar EMBARGOS DE TERCEIRO.</p><p>Preste atenção na execução, pra combater a sentença, AGRAVO DE PETIÇÃO.</p><p>Trânsito em julgado, vício insanável? Meu Deus, e agora? AÇÃO RESCISÓRIA.</p><p>Vê se não esquece, ouça o que eu digo, a execução só anda com o JUÍZO GARANTIDO.</p><p>Como diz esse Diego “BORA GALERA”, nesse embalo! Levanta a mão e grita quem vai ser APROVADO!”</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>93</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>CAPÍTULO 20. PROVA DE INEXISTÊNCIA</p><p>DE DÉBITOS TRABALHISTAS.</p><p>É instituída a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT), expedida gratuita e eletronicamente,</p><p>para comprovar a inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho.</p><p>O INTERESSADO NÃO OBTERÁ A CERTIDÃO QUANDO EM SEU NOME CONSTAR:</p><p>I. o inadimplemento de obrigações estabelecidas em sentença condenatória transitada em julgado</p><p>proferida pela Justiça do Trabalho ou em acordos judiciais trabalhistas, inclusive no concernente aos</p><p>recolhimentos previdenciários, a honorários, a custas, a emolumentos ou a recolhimentos determinados</p><p>em lei; ou</p><p>II. inadimplemento de obrigações decorrentes de execução de acordos firmados perante o Ministério</p><p>Público do Trabalho ou Comissão de Conciliação Prévia.</p><p>➢ Verificada a existência de débitos garantidos por penhora suficiente ou com exigibilidade suspensa, será</p><p>expedida Certidão Positiva de Débitos Trabalhistas em nome do interessado com os mesmos efeitos da</p><p>CNDT.</p><p>➢ A CNDT certificará a empresa em relação a todos os seus estabelecimentos, agências e filiais.</p><p>➢ O prazo de validade da CNDT é de 180 dias, contado da data de sua emissão.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>94</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>CAPÍTULO 21. AÇÃO RESCISÓRIA.</p><p>➢ Na CLT, a ação rescisória encontra amparo no art. 836, e condiciona a sua proposição ao depósito prévio</p><p>de 20% do valor da causa, à título de multa, salvo prova de miserabilidade jurídica do autor.</p><p>➢ O valor da multa será revertido ao réu na ação.</p><p>REQUISITOS:</p><p>a) Sentença de mérito</p><p>b) Trânsito em julgado da decisão (Súmula 299 TST)</p><p>IMPORTANTE!</p><p> Para o ajuizamento da ação rescisória é necessário que seja uma sentença ou</p><p>acórdão de mérito, pois somente as sentenças e acórdãos de mérito podem</p><p>ser alvos de ação rescisória, pois que o objeto desta ação é a coisa julgada</p><p>material.</p><p>É a ação que visa desconstituir ou anular uma decisão</p><p>(sentença ou acórdão) transitada em julgado, por conter</p><p>vícios insanáveis. A ação rescisória tem previsão nos</p><p>artigos 966 e seguintes do CPC.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>95</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p> Caso fosse uma decisão terminativa (que extingue o processo sem</p><p>resolução do mérito), possibilitaria o ajuizamento de uma nova decisão, não</p><p>sendo cabível a ação rescisória.</p><p> Ademais, da decisão que se pretende rescindir, deve haver o trânsito em</p><p>julgado da decisão, conforme Súmula 299, do TST.</p><p>COMPETÊNCIA:</p><p>• A competência para processamento e julgamento da ação rescisória será sempre dos Tribunais</p><p>Regionais do Trabalho respectivos ou do Tribunal Superior do Trabalho, dependendo da decisão a ser</p><p>rescindida. Cada tribunal terá competência para rescindir as suas próprias decisões.</p><p>• Caso a decisão a ser rescindida seja do juiz do trabalho ou do Tribunal Regional do Trabalho, a</p><p>competência originária será do TRT. Caso a decisão a ser rescindida seja do TST, a competência</p><p>originária será do próprio TST, conforme entendimento da Súmula 192 do TST.</p><p>LEGITIMIDADE: A legitimidade para propor ação rescisória está prevista no art. 967 do CPC.</p><p>IMPORTANTE!</p><p> O sindicato em ação que atuou como substituto processual e autor da</p><p>reclamação trabalhista, possui legitimidade para propor ação rescisória</p><p>(Súmula 406, II, TST).</p><p> As sentenças homologatórias de acordo, no processo civil, não podem ser</p><p>objeto de ação rescisória, podendo ser submetidas a simples ação</p><p>anulatória, em caso de verificação de vício de vontade.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>96</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p> Todavia, no âmbito laboral, o parágrafo único do art. 831, da CLT</p><p>prevê que o termo de acordo é irrecorrível para as partes, salvo para a</p><p>Previdência Social, no que tange às contribuições previdenciárias que lhe</p><p>forem devidas.</p><p> Assim, o TST, firmou o entendimento de que o termo de acordo somente</p><p>é impugnável via ação rescisória (Súmula 259, TST):</p><p>CABIMENTO: As hipóteses de cabimento da ação rescisória estão previstas no art. 966, do CPC.</p><p>PRAZO: O prazo para propositura de ação rescisória é de 2 (dois) anos a contar do trânsito em julgado da</p><p>decisão.</p><p>RECURSO: Quando a ação rescisória for julgada originalmente pelo Tribunal Regional do Trabalho, o recurso</p><p>cabível é o recurso ordinário e será julgado pelo TST, conforme entendimento da Súmula 158, do TST.</p><p>IMPORTANTE!</p><p> Cumpre frisar que havendo recurso ordinário em sede de ação</p><p>rescisória, o depósito recursal só é exigível quando for julgado</p><p>procedente o pedido e imposta condenação em pecúnia, devendo</p><p>este ser efetuado no prazo recursal, sob pena de deserção, vide</p><p>Súmula 99, do TST.</p><p> Impende destacar ainda que na ação rescisória não é possível a</p><p>utilização do jus postulandi, por força da Súmula 425 do TST.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>97</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p> Ressalte-se ainda que na ação rescisória não é cabível o instituto</p><p>da revelia, uma vez que o seu objeto é o vício insanável da decisão e</p><p>não o contraditório da parte, sendo a coisa julgada matéria de ordem</p><p>pública, conforme Súmula 398 do TST.</p><p> Por fim, destaque-se que na ação rescisória é cabível a condenação em</p><p>honorários advocatícios de sucumbência, conforme Súmula 219 do</p><p>TST.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>98</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>CAPÍTULO 21. DISSÍDIO COLETIVO.</p><p>➢ A Constituição Federal de 1988 prestigiou em vários dispositivos a negociação coletiva, o que acaba por</p><p>estimular a solução dos conflitos pelas partes envolvidas.</p><p>➢ Neste sentido, frise-se que as entidades sindicais possuem autonomia para representar as respectivas</p><p>categorias em questões administrativas e judiciais, tornando obrigatória a participação dos sindicatos nas</p><p>negociações coletivas de trabalho.</p><p>➢ Todavia, a autocomposição (espécie de solução de conflitos onde as partes envolvidas chegam a um</p><p>consenso sem a participação de terceiros), acaba por não ser materializada através de um acordo coletivo</p><p>de trabalho ou uma convenção coletiva de trabalho, em função das discordâncias das partes.</p><p>Ação que visa dirimir os conflitos coletivos de trabalho por meio</p><p>do pronunciamento do Poder Judiciário, seja fixando novas normas</p><p>e condições de trabalho, seja interpretando normas jurídicas</p><p>preexistentes.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>99</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>➢ Neste sentido, impende salientar que o art. 114, § 1º, da CRFB/88,</p><p>define que, frustrada a negociação coletiva, poderão as partes, eleger árbitros, ou, em comum acordo,</p><p>ajuizar dissídio coletivo, utilizando da espécie da heterocomposição para solucionar o conflito.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>100</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>CAPÍTULO 22. PODER NORMATIVO.</p><p>➢ O poder normativo da Justiça do Trabalho consiste na competência constitucional assegurada aos</p><p>tribunais trabalhistas de solucionar os conflitos coletivos de trabalho, estabelecendo através da</p><p>chamada sentença normativa, normas gerais e abstratas de conduta, de observância obrigatória para as</p><p>categorias profissionais e econômicas abrangidas na lide, com repercussão nas relações individuais de</p><p>trabalho.</p><p>➢ Neste diapasão, cumpre frisar que a EC 45/04, limitou o Poder normativo da Justiça do Trabalho, ao alterar</p><p>o §2º do art. 114, da CF/88, visto que o dissídio coletivo de natureza econômica somente poderá ser</p><p>proposto se houver mútuo acordo entre as entidades sindicais envolvidas no conflito.</p><p>➢ Logo, a Justiça do Trabalho somente poderá agir se ambos os entes sindicais estiverem de acordo com o</p><p>ajuizamento do acordo.</p><p>CLASSIFICAÇÃO:</p><p>A) De natureza econômica ou de interesse – São aqueles em que são reivindicadas novas condições</p><p>econômicas ou sociais que serão aplicáveis no âmbito das relações individuais de trabalho.</p><p>Representam a maioria dos dissídios coletivos. A sentença prolatada nestes dissídios coletivos tem</p><p>natureza jurídica constitutiva, pois cria novas regras jurídicas de observância obrigatória pelos entes</p><p>sindicais envolvidos e que repercutem nas relações de trabalho.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>101</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>B) De natureza jurídica – São aqueles que visam a interpretação de</p><p>cláusulas de sentenças normativas, de instrumentos de negociação coletiva, de acordos e convenções</p><p>coletivas, de disposições legais particulares de categoria profissional ou econômica e de atos</p><p>normativos. A sentença normativa destes dissídios tem natureza jurídica declaratória, pois objetivam</p><p>interpretar normas de caráter genérico, conforme entendimento da OJ 7, da SDC, do TST.</p><p>CABIMENTO:</p><p>• O dissídio coletivo somente poderá ser suscitado uma vez esgotada ou frustrada, total ou parcialmente,</p><p>a negociação coletiva implementada diretamente pelos entes interessados, ou mesmo intermediada</p><p>pelo MTE, nas chamadas “mesas de conciliação”.</p><p>• Neste sentido, caso seja suscitado um dissídio coletivo antes do esgotamento da negociação coletiva</p><p>prévia pelos entes interessados, será o processo extinto sem resolução do mérito, com base no art.</p><p>267, IV, do CPC.</p><p>• Saliente-se que os dissídios coletivos de natureza jurídica, que objetivam interpretar norma jurídica, a</p><p>CF/88 não impôs o requisito do mútuo acordo dos entes sindicais.</p><p>• Já o §3º do art. 114 da CF/88 prevê que em caso de greve de atividade essencial, com possibilidade</p><p>de lesão ao interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo perante</p><p>à Justiça do Trabalho.</p><p>• Estabelece ainda o art. 856 da CLT que a instância poderá ser instaurada de ofício por iniciativa do TRT</p><p>ou a requerimento da Procuradoria Regional do Trabalho, sempre que houver paralisação dos</p><p>trabalhos.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>102</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>PARTES:</p><p>• Independente da natureza do dissídio, quem suscita ou instaura-o é chamado de suscitante e a parte</p><p>adversa é chamado de suscitado.</p><p>COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO:</p><p>• Quando a base territorial dos sindicatos envolvidos estiver sob a jurisdição de um mesmo Tribunal, será</p><p>deste a competência originária para processar e julgar o dissídio.</p><p>• Todavia, se os entes sindicais envolvidos abarcarem base territorial sob a jurisdição de TRTs distintos,</p><p>será do TST a competência para processar e julgar o dissídio coletivo.</p><p>SENTENÇA NORMATIVA:</p><p>• É a decisão proferida pelos tribunais ao julgarem um dissídio coletivo.</p><p>• Tratando-se de dissídio coletivo de natureza econômica, a sentença normativa terá natureza jurídica</p><p>constitutiva, pois cria novas regras jurídicas de observância obrigatória pelos entes sindicais envolvidos</p><p>e que repercutem nas relações de trabalho.</p><p>• De outro lado, quando a sentença normativa resultar de dissídio coletivo de natureza jurídica, terá</p><p>natureza jurídica declaratória, pois que visa esta interpretar normas de caráter genérico, conforme</p><p>entendimento da OJ 7, da SDC, do TST.</p><p>PRAZO E VIGÊNCIA DA SENTENÇA NORMATIVA:</p><p>• O prazo máximo de vigência da sentença normativa, com base no art. 868, parágrafo único, da CLT, é</p><p>de no máximo 4 (quatro) anos.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>103</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>• Vale frisar que o acordo coletivo e convenção coletiva possuem</p><p>prazo máximo de validade de 2(dois) anos. As condições de trabalho alcançadas por força de acordo</p><p>coletivo e convenção coletiva vigoram apenas no prazo assinalado integrando o contrato de trabalho</p><p>somente neste período.</p><p>• Ocorre que enquanto não vier a formalização de nova norma coletiva, a norma coletiva continuará</p><p>vigente, produzindo efeitos, mesmo após a vigência do instrumento, conforme entendimento da</p><p>Súmula 277 do TST.</p><p>RECURSOS:</p><p>• O recurso cabível das sentenças normativas é o recurso ordinário, no prazo de 8 (oito) dias.</p><p>• Embora os recursos no processo do trabalho, em regra, sejam dotados apenas de efeito devolutivo,</p><p>nos dissídios coletivos, o presidente do Tribunal Superior do Trabalho, pode conceder efeito</p><p>suspensivo ao recurso interposto em face de sentença</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>6</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p> As partes (reclamante, reclamado, empregado, empregador)</p><p>poderão acompanhar seu processo sem o auxílio de um advogado até o final, nos moldes do art. 791,</p><p>da CTL.</p><p> O Tribunal Superior do Trabalho (TST) editou a Súmula 425, em 2010, limitando o exercício do jus</p><p>postulandi, mediante a limitação por recursos e a limitação por ações.</p><p>a) Limitação por recursos: O jus postulandi não é aplicado aos recursos dirigidos ao TST,</p><p>por ser instância extraordinária, onde é cabível somente a discussão de matéria de</p><p>direito.</p><p>b) Limitação por ações: A ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e o</p><p>processo de homologação de acordo extrajudicial não podem ser ajuizadas sem</p><p>advogado.</p><p>7. PRINCÍPIO DA IRRECORRIBILIDADE IMEDIATA DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS</p><p> As decisões interlocutórias são aquelas proferidas no curso do processo, resolvendo questão incidente,</p><p>à exemplo da concessão de liminar.</p><p>o Não colocam fim ao processo.</p><p> No processo do trabalho, as decisões interlocutórias não comportam recurso de imediato, nos moldes</p><p>do art. 893, § 1º, da CLT.</p><p>o As exceções estão previstas na Súmula 214, do TST:</p><p>Súmula nº 214 do TST –</p><p>Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias</p><p>não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão:</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>7</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação</p><p>Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho;</p><p>b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal;</p><p>c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para</p><p>Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o</p><p>disposto no art. 799, § 2º, da CLT.</p><p> Esse princípio visa evitar a burocracia e procrastinação do processo, vez que, o processo do trabalho</p><p>trata em diversas situações sobre verbas alimentares.</p><p> É possível recorrer dessa decisão interlocutória posteriormente, em momento oportuno, manifestando-</p><p>se no momento da decisão em ata, através de protesto de nulidade processual por cerceamento de</p><p>defesa, sob pena de preclusão.</p><p>o Após a sentença, é possível o ajuizamento do recurso ordinário, onde tratar-se-á da sentença</p><p>(mérito do RO) e da decisão interlocutória (preliminar do RO), na mesma peça.</p><p>8. PRINCÍPIO DA EXTRAPETIÇÃO</p><p> Pelo princípio em tela, permite-se que o magistrado possa, em casos específicos, previstos em lei,</p><p>condenar o réu em pedidos não contidos na petição inicial, como nos casos da multa do art. 467, da</p><p>CLT e da Súmula 211, do TST.</p><p>o Súmula nº 211 do TST –</p><p>Os juros de mora e a correção monetária incluem-se na liquidação, ainda que omisso o pedido</p><p>inicial ou a condenação.</p><p>9. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA (ART. 5º, LV, CF/88)</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>8</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p> Pelo contraditório significa dar conhecimento às partes de todos os</p><p>atos praticados no processo, seja pelo órgão julgador, seja pela parte adversa.</p><p> Pela ampla defesa entende que o Estado deve assegurar às partes todos os meios necessários para</p><p>que possam exercer o seu direito de defesa.</p><p>10. PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL</p><p> Previsto na Constituição Federal, art. 5º, LIV, dispõe que ninguém será privado de sua liberdade ou de</p><p>seus bens sem o devido processo legal.</p><p> Referido princípio assume relevância fundamental nos ramos processuais, baseando, inclusive outros</p><p>princípios, como duplo grau de jurisdição, motivação das decisões, etc.</p><p> Isto porque traz em seu bojo a garantia constitucional do acesso não apenas à ordem jurídica, mas à</p><p>ordem jurídica justa.</p><p>11. PRINCÍPIO DO DISPOSITIVO</p><p> Também conhecido como princípio da demanda ou da inércia da jurisdição, versa que cabe à parte</p><p>interessada romper a inércia do Estado, na busca pela tutela do seu direito lesado ou ameaçado de</p><p>lesão.</p><p> Este princípio comporta duas exceções:</p><p> A primeira exceção está no art. 856, da CLT, que possibilita ao Presidente do Tribunal suscitar, de ofício,</p><p>dissídio coletivo que verse sobre greve no processo do trabalho.</p><p> A segunda exceção está no art. 39, da CLT, que dize que a reclamação trabalhista pode ter início</p><p>mediante ofício encaminhado pela Superintendência Regional do Trabalho para averiguação de</p><p>vínculo de emprego.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>9</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>12. PRINCÍPIO DO INQUISITIVO OU DO IMPULSO OFICIAL</p><p> O princípio em tela diz que, uma vez iniciada a demanda, cabe ao juiz impulsioná-lo até o final na busca</p><p>da solução do litígio. No processo do trabalho encontra previsão no art. 765, da CLT, que diz que os</p><p>juízes terão amplos poderes de direção processual, velando pelo seu andamento célere, podendo</p><p>determinar qualquer diligência necessária para o andamento do feito.</p><p>13. PRINCÍPIO DA ESTABILIDADE DA LIDE</p><p> O autor poderá aditar (acrescentar algo) ou emendar (consertar algo) a petição inicial até o</p><p>recebimento da defesa em audiência. Após isso, somente poderá modificar a petição com a anuência</p><p>da parte contrária.</p><p> Assim, o processo adquire estabilidade, de modo que a petição inicial não mais poderá ser modificada.</p><p> Sempre que o autor modificar a petição, será concedido prazo para o réu se manifestar, podendo esta</p><p>manifestação ser feita na forma oral, ou marcando-se nova audiência para apresentação de defesa.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>10</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>CAPÍTULO 2. ORGANIZAÇÃO E</p><p>FUNCIONAMENTO DA JUSTIÇA DO TRABALHO.</p><p>ÓRGÃOS DA JUSTIÇA DO TRABALHO – ART. 111 DA CF/88:</p><p>• Tribunal Superior do Trabalho – TST</p><p>• Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs)</p><p>• Juízes do Trabalho</p><p>SÃO 3 GRAUS DE JURISDIÇÃO:</p><p>I. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) – ART. 111-A DA CF.</p><p>É o órgão de cúpula, composto por 27 ministros com os seguintes requisitos:</p><p>• Acima de 35 anos e menos de 65.</p><p>• Nomeados pelo Presidente da República</p><p>• Após aprovação pela maioria absoluta do Senado</p><p>Composição do TST:</p><p>• 1/5 de advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e de membros do</p><p>MPT com mais de 10 de efetivo exercício</p><p>• 4/5 dentre juízes dos TRTs indicados pelo TST.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>11</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>• Para a formação do quinto constitucional o órgão respectivo forma a</p><p>lista sêxtupla, com membros com notório saber jurídico e reputação ilibada e o tribunal</p><p>forma lista tríplice para indicação do chefe do executivo. (Art. 94 CF/88)</p><p>Órgãos do TST:</p><p>• Órgão Especial</p><p>• Tribunal Pleno</p><p>• Seção Administrativa</p><p>• Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC)</p><p>• Seção Especializada em Dissídios Individuais (I e II)</p><p>• Turmas (oito)</p><p>normativa prolatada pelo TRT.</p><p>AÇÃO DE CUMPRIMENTO:</p><p>• Vimos que nos dissídios coletivos, a sentença normativa, poderá ter apenas natureza jurídica</p><p>declaratória ou constitutiva, e, por não conter natureza condenatória, não comporta execução.</p><p>• Assim, caso haja descumprimento da sentença normativa, a medida a ser adotada será a propositura</p><p>ação de cumprimento, e não de ação de execução.</p><p>• Neste diapasão, frise-se que a ação de cumprimento é uma ação de cumprimento de cunho</p><p>condenatório proposta pelo sindicato profissional ou pelos próprios trabalhadores interessados</p><p>perante a Vara do Trabalho, onde serão discutidos apenas questões de direito, pois as questões de</p><p>fato já foram discutidas no dissídio coletivo.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>104</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>• Não obstante o art. 872, da CLT disponha que é necessário o trânsito</p><p>em julgado da sentença normativa para o ajuizamento de ação de cumprimento, o TST, através da</p><p>Súmula 246, dispensou esse requisito.</p><p>• Vale frisar que a ação de cumprimento pode ser ajuizada também em caso de descumprimento de</p><p>acordo ou convenção coletiva, segundo a esteira da Súmula 286, do TST.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>105</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>CAPÍTULO 23. INQUÉRITO PARA</p><p>APURAÇÃO DE FALTA GRAVE.</p><p>➢ O inquérito para apuração de falta grave é uma ação de natureza constitutivo-negativa, promovida pelo</p><p>empregador, para resolução de contrato de trabalho de empregado estável, em razão de prática de falta</p><p>grave pelo trabalhador.</p><p>➢ No inquérito, o empregador recebe o nome de requerente, e o empregado de requerido.</p><p>➢ O inquérito tem previsão nos artigos 494 e seguinte, da CLT.</p><p>➢ Antes da Constituição Federal de 1988 entrar em vigor, determinando que o regime de FGTS era</p><p>obrigatório, os trabalhadores que contassem com mais de dez anos de serviços na mesma empresa, não</p><p>poderiam ser despedidos, senão por força maior ou falta grave devidamente comprovada, sendo</p><p>chamada de estabilidade decenal.</p><p>o Todavia, os empregados não optantes pelo regime do FGTS que alcançaram a estabilidade</p><p>decenal, continuariam estáveis em função do direito adquirido.</p><p>➢ Importante frisar que o art. 19, do ADCT, prevê que, com a promulgação da CF/88, os servidores</p><p>admitidos pela Administração pública direta e indireta, estatutários ou celetistas, há mais de cinco anos,</p><p>adquiririam estabilidade.</p><p>➢ De outro lado, a legislação estabeleceu alguns casos de estabilidade provisória em que o empregado</p><p>somente pode ser dispensado se cometer falta grave e regularmente apurada através da ação de inquérito</p><p>para apuração de falta grave:</p><p>• Dirigente sindical – art. 8º, VIII, da CF/88 e art. 543, §3º da CLT</p><p>• Empregados membros da CNPS – Lei 8.213/91, art. 3º, §7º</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>106</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>• Empregados eleitos diretores de sociedades cooperativas – art. 55,</p><p>Lei 5.764/71</p><p>• Estável decenal</p><p>Importante frisar que em relação à dispensa do dirigente sindical, a</p><p>Súmula 379, do TST, exige o ajuizamento de inquérito para</p><p>apuração de falta grave.</p><p>PROCEDIMENTO E PRAZO –</p><p>• O procedimento do inquérito para apuração de falta grave está previsto nos artigos 853 a 855 da CLT.</p><p>• Dispõe o art. 853 que o empregador apresentará reclamação por escrito à Vara do Trabalho ou Juízo</p><p>de Direito, quando investido na jurisdição trabalhista, dentro de 30 (trinta) dias, contados da data da</p><p>suspensão do empregado.</p><p>• Frise, neste sentido, que a reclamação deste procedimento deve obrigatoriamente feita por escrito,</p><p>sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito.</p><p>• Ademais, o prazo para o ajuizamento da ação é decadencial, ou seja, passados os 30 dias da suspensão</p><p>do empregado sem que o empregador tenha procedido o ajuizamento, não mais poderá fazê-lo, por</p><p>ter consumado o seu direito.</p><p>• É de decadência o prazo de trinta dias para instauração do inquérito judicial, a contar da suspensão,</p><p>por falta grave, de empregado estável.</p><p>• Entendimento idêntico tem o Tribunal Superior do Trabalho, conforme previsão da Súmula 62.</p><p>• O artigo 494, parágrafo único, da CLT prevê que o empregado poderá ficar suspenso de suas funções,</p><p>mas a sua despedida somente pode ser efetivada após a decisão final de procedência da ação.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>107</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>• Impende salientar que não é obrigatória a suspensão do empregado</p><p>estável para o ajuizamento do inquérito para apuração de falta grave, podendo o empregador fazê-lo</p><p>sem que as atividades do empregado sejam suspensas.</p><p>• Assim, tem entendido a doutrina e a jurisprudência que o prazo para o ajuizamento da ação é de</p><p>5(cinco) anos a contar da ciência pelo empregador da falta grave cometida pelo seu empregado.</p><p>• Todavia, parte da doutrina entende que caso empregador não ajuíze a ação em curto espaço de tempo</p><p>teria havido um perdão tácito, renunciando o empregador ao direito de aplicar a punição pela</p><p>aplicação do princípio da imediaticidade.</p><p>• No processo de inquérito para apuração de falta grave cometida por empregado estável, as partes</p><p>poderão, cada uma, utilizar-se de até 6 testemunhas.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>108</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>PARABÉNS PELO EMPENHO!</p><p>NÓS ACREDITAMOS</p><p>EM VOCÊ!!</p><p>Família CEJAS: Líderes em aprovação em todo o Brasil!</p><p>II. TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO (TRT) - (ART. 115, CF/88).</p><p>Os Tribunais Regionais do Trabalho são compostos de, no mínimo, sete juízes, com os seguintes requisitos:</p><p>• mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos</p><p>• nomeados pelo Presidente da República</p><p>Composição do TRT:</p><p>• 1/5 de advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e de membros do MPT</p><p>com mais de 10 de efetivo exercício.</p><p>• 4/5 dentre juízes promovidos, antiguidade ou merecimento, alternadamente.</p><p>• A lista sêxtupla se forma da mesma maneira que o TST.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>12</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>Observação: Existem 24 TRTs (Tocantins, Amapá, Roraima e Acre</p><p>não possuem TRT).</p><p>III. VARAS DO TRABALHO (JUÍZES DO TRABALHO) – ART. 112, CF/88</p><p>• Todos os TRT tem um número de varas do trabalho onde atuam os juízes do trabalho, sendo que nas</p><p>comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atuam os juízes de direito, com recurso para o respectivo</p><p>Tribunal Regional do Trabalho.</p><p>• A competência dos Juízes estende-se em um raio de 100km, desde que haja meios de acesso e</p><p>comunicação regulares com os referidos locais, definido pelos TRTs. (Lei 6947/81).</p><p>▪ Súmula 10 do STJ – Instalada a Vara do Trabalho, cessa a competência do juiz de Direito,</p><p>inclusive para a execução das sentenças por ele proferidas.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>13</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>CAPÍTULO 3. JURISDIÇÃO E</p><p>COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO.</p><p>JURISDIÇÃO X COMPETÊNCIA</p><p>Dever do Estado de aplicar as normas jurídicas</p><p>para prestar a tutela jurisdicional a quem tem</p><p>uma pretensão resistida.</p><p>X Determinação da esfera da jurisdição, das</p><p>atribuições dos cargos investidos na função</p><p>jurisdicional.</p><p>1) COMPETÊNCIA ABSOLUTA DA JUSTIÇA DO TRABALHO (EM RAZÃO DA MATÉRIA E DA PESSOA):</p><p>▪ É definida de acordo com o objeto da lide, de acordo com a natureza da ação proposta.</p><p>▪ A competência em razão da matéria e da pessoa está prevista no art. 114, da CRFB/88.</p><p>▪ Com a Emenda Constitucional 45/2004, a Justiça do Trabalho passou a ter competência para</p><p>processar e julgar:</p><p>I. as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público</p><p>externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito</p><p>Federal e dos Municípios;</p><p>o Competência para processar e julgar apenas os de vínculo celetista > tem que</p><p>haver aprovação em concurso público.</p><p>II. as ações que envolvam exercício do direito de greve;</p><p>o Súmula 189, TST – Competência para declarar abuso no exercício do direito.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>14</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>III. as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e</p><p>trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;</p><p>IV. os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado</p><p>envolver matéria sujeita à sua jurisdição;</p><p>o Atualmente, ações em primeiro grau. Antes não cabia. Exemplo: fiscalização</p><p>da DRT que fecha estabelecimento. Ato do delegado.</p><p>o Habeas corpus – esvaziado em face do Pacto de San José – depositário infiel –</p><p>Ver Súmula vinculante n.º 25, STF.</p><p>V. os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o</p><p>disposto no art. 102, I, o;</p><p>VI. as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de</p><p>trabalho;</p><p>Basta apenas o requisito do fundamento da relação de trabalho, pré ou pós</p><p>contratuais.</p><p>VII. as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos</p><p>órgãos de fiscalização das relações de trabalho;</p><p>o Não se permite conciliação em autuação. Ações que dizem respeito a</p><p>legalidade e validade da penalidade é da competência da JT.</p><p>VIII. a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus</p><p>acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;</p><p>o Apenas aquelas decorrentes da sentença referente aos pedidos. Súmula 368,</p><p>do TST.</p><p>IX. outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>15</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>o Em aberto, podem ser incluídas novas relações de trabalho.</p><p>§ 1. Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.</p><p>§ 2. Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado</p><p>às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a</p><p>Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção</p><p>ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.</p><p>§ 3. Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público,</p><p>o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do</p><p>Trabalho decidir o conflito.</p><p>2) CONFLITOS DE COMPETÊNCIA:</p><p>▪ Os conflitos de competência podem ser:</p><p>I. Positivos: Quando dois ou mais juízes se julgam competentes para julgar.</p><p>II. Negativos: Quando dois ou mais juízes se julgam incompetentes.</p><p>III. Controvérsia de dois ou mais juízes sobre a reunião de processos.</p><p>▪ Os conflitos de competência são sempre dirimidos por um Tribunal de instância superior aos</p><p>conflitantes.</p><p>o Pelo TRT, quando os suscitados entre Juntas e entre Juízos de Direito, ou entre uma e outras,</p><p>nas respectivas regiões;</p><p>o Pelo TST quando suscitados entre TRTs, entre Varas do Trabalho e juízes de direito investidos</p><p>na jurisdição trabalhista sujeitos a TRTs distintos;</p><p>o Pelo STJ quando suscitados por Juízes do Trabalho e juízes de direito não investidos da</p><p>jurisdição trabalhista;</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>16</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>o Pelo STF quando suscitados entre o TST e órgãos de outros ramos</p><p>do Judiciário; quando suscitados pelo STJ, entre Tribunais Superiores ou entre estes e qualquer</p><p>outro tribunal;</p><p>▪ Não se configura conflito de competência entre o TRT e a Vara a ele vinculada, nos moldes da Súmula</p><p>420, do TST, quando o juiz acolhe exceção de incompetência em razão do lugar, remetendo o</p><p>processo para outro TRT, caberá recurso de imediato da decisão interlocutória, com base no princípio</p><p>do acesso à Justiça.</p><p>3) PODER NORMATIVO DA JUSTIÇA DO TRABALHO:</p><p>▪ Consiste na competência dos tribunais laborais de solucionar os conflitos coletivos de trabalho,</p><p>estabelecendo normas gerais e abstratas a serem observadas pelas categorias envolvidas,</p><p>repercutindo nas relações individuais de trabalho, nos moldes do art. 114, §§ 2º e 3º, da CRFB/88.</p><p>4) COMPETÊNCIA FUNCIONAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO:</p><p>▪ A competência funcional está relacionada com as funções do órgão judicante.</p><p>o Competência da Vara do Trabalho – Art. 652, CLT</p><p>o Competência TRT – Art. 678, CLT</p><p>o Competência TST – Lei 7.701/88</p><p>5) COMPETÊNCIA TERRITORIAL RELATIVA</p><p>▪ A competência territorial é definida em razão do lugar.</p><p>▪ Disciplinada no art. 651, da CLT.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>17</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>Regra geral:</p><p>A competência para julgamento será definida pela localidade da prestação de serviços.</p><p>Exceções:</p><p>I) Agente ou viajante comercial: Competência da localidade da filial da empresa que o empregado</p><p>esteja vinculado. Na falta, será onde o empregado tenha domicílio ou localidade mais próxima.</p><p>II) Agência ou filial no estrangeiro: Competência será a do local da prestação de serviços, desde que o</p><p>empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário.</p><p>III) Empregador que possua atividades em local diverso da contratação: Poderá o empregado ajuizar</p><p>ação tanto no foro da contratação como no local da prestação de serviços.</p><p>Função social do art. 651, da CLT</p><p>A função social do artigo em tela atende à duas finalidades precípuas: a proteção ao trabalhador e a</p><p>facilitação à produção de provas.</p><p>6) FORO DE ELEIÇÃO:</p><p>▪ Previsto no CPC, em casos de competência territorial e em razão do valor da causa, a eleição de</p><p>foro visa o direito das de partes de escolherem o foro para dirimir eventuais conflitos.</p><p>▪ Em função de as normas de direito do trabalho serem de ordem pública, a eleição de foro, embora não</p><p>esteja prevista expressamente, é incompatível com o processo do trabalho, tendo em vista, inclusive,</p><p>que o objetivo do art. 651, da CLT, é facilitar o acesso e a produção de provas pelo hipossuficiente.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>18</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>7) MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA:</p><p>▪ A competência absoluta, aquela definida em razão da matéria e da hierarquia é imodificável. Já a</p><p>competência relativa é aquela definida em razão do valor da causa e do território poderá ser</p><p>modificada.</p><p>8) PRORROGAÇÃO DE COMPETÊNCIA:</p><p>▪ Sendo a competência territorial relativa, prorrogável, não sendo oposta exceção no prazo legal,</p><p>prorrogar-se-á a competência.</p><p>▪ Proposta a exceção, o juiz abrirá prazo de 24 horas para o exceto se manifestar.</p><p>▪ Sentença prolatada por juízo absolutamente incompetente é nula, podendo ser objeto de ação</p><p>rescisória.</p><p>9) CONEXÃO:</p><p>▪ Há conexão quando as causas têm em comum o objeto ou a causa de pedir.</p><p>▪ A reunião de processos conexos tem como objetivo evitar a prolação de decisões conflitantes,</p><p>somente podendo ser reunidas se for possível o julgamento simultâneo das ações.</p><p>▪ Havendo várias ações com identidade de matéria e propostas por empregado da mesma empresa,</p><p>poderão também ser cumuladas por conexão, conforme o art. 842, da CLT.</p><p>▪ Como no processo do trabalho não há a figura do despacho saneador, será prevento o juízo onde foi</p><p>distribuída primeiro a petição inicial.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>19</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>10) CONTINÊNCIA:</p><p>▪ Haverá continência quando em duas ou mais ações houver identidade quanto às partes e à causa de</p><p>pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras.</p><p>▪ Neste caso, toda vez que há continência, há conexão.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>20</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>CAPÍTULO 4. AÇÃO E PROCEDIMENTOS</p><p>PROCESSUAIS.</p><p>1) AÇÃO:</p><p>▪ A ação é o meio conferido ao indivíduo para obter a prestação jurisdicional, diante de um direito</p><p>violado ou ameaçado, em determinado conflito de interesses. O direito de exigir do Estado que exerça</p><p>sua função jurisdicional.</p><p>▪ A função jurisdicional do Estado, em regra, deve ser provocada, apresentando-se a jurisdição inerte,</p><p>aguardando a provocação da parte interessada.</p><p>▪ Para se obter uma sentença de mérito, o autor deve atender a alguns requisitos, denominados de</p><p>condições da ação, que são três:</p><p>1.1. CONDIÇÕES DA AÇÃO:</p><p> Há doutrinadores que consideram que não existem mais as condições da ação.</p><p> Fato é que, apenas a possibilidade jurídica do pedido que desapareceu com o advento do</p><p>novo CPC.</p><p> Independente da nomenclatura, temos ainda a legitimidade de parte e o interesse de agir.</p><p>I) Legitimidade da Ação: Qualidade que a parte tem de ser o titular, ativo ou passivo,</p><p>do direito ou interesse que está sendo discutido no processo, que originou o litígio.</p><p>o Legitimidade ordinária: a parte pleiteia direito próprio, na qualidade de titular</p><p>do direito.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>21</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>o Legitimidade extraordinária: Via de regra, não se permite a parte</p><p>pleitear em nome próprio, direito alheio. (art. 18º, CPC). Um exemplo: quando</p><p>o sindicato atua na qualidade de substituto processual dos associados.</p><p>II) Interesse Processual: Caracteriza-se pelo trinômio: necessidade-utilidade-</p><p>adequação. O processo deve ser necessário para que o autor obtenha o bem da vida</p><p>vindicado; deve ser útil para que o reclamante alcance o bem pretendido, visto que</p><p>o exercício do direito de ação somente pode ser exercido quando houver lesão ou</p><p>perigo de lesão e, por fim, o meio processual escolhido deve ser o adequado a</p><p>proporcionar a pretensão do autor.</p><p>Observações:</p><p>➢ As condições da ação representam os requisitos obrigatórios para</p><p>o exercício desse direito.</p><p>➢ A ausência das condições da ação ou dos pressupostos processuais</p><p>pode ser declarada de ofício pelo juiz e enseja a prolação de sentença</p><p>sem julgamento do mérito.</p><p>➢ Cumpre, ainda, registrar que uma ação é considerada idêntica a outra</p><p>quando coincidem os seus elementos, havendo a tríplice identidade,</p><p>quais sejam:</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>22</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>1.2. ELEMENTOS DA AÇÃO:</p><p>a) Partes: As partes são os elementos subjetivos da ação. Dizem respeito aos sujeitos que irão</p><p>figurar na lide. Por isso, alguns doutrinadores chamam de sujeitos da ação. No processo do</p><p>trabalho, historicamente conhecidos como reclamante e reclamado.</p><p>b) Pedido: É o elemento objetivo da ação. Através do pedido, o autor delimita o objeto da ação,</p><p>sendo defeso ao juiz deferir em favor do autor pedido diverso do pleiteado, bem como</p><p>condenar ao réu em quantidade superior ou objeto diverso do que lhe foi demandado.</p><p>c) Causa de pedir: São os fundamentos fáticos e jurídicos que justificam o pedido. O CPC</p><p>determina, em seu art. 319, III, que ao elaborar a petição inicial, o autor deve aduzir os fatos e</p><p>fundamentos jurídicos do pedido.</p><p>Observação: A CLT, em seu art. 840, § 1º, exige apenas que o autor formule o pedido,</p><p>sem fazer referência à causa de pedir, exigindo apenas uma breve exposição dos fatos.</p><p>Essa peculiaridade decorre do jus postulandi (art. 791, CLT), das partes que não possuem</p><p>conhecimento técnico para aduzir os fundamentos jurídicos do pedido.</p><p>2) PROCEDIMENTOS PROCESSUAIS:</p><p>▪ Procedimento é o modo e a forma como os atos processuais se movimentam, ou seja, caminham no</p><p>tempo, de acordo com a natureza do processo, podendo ser mais complexa ou mais singela.</p><p>2.1. TIPOS</p><p>DE PROCEDIMENTO:</p><p> Os procedimentos trabalhistas dividem-se em:</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>23</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>I) Especial: É o procedimento adotado para as ações especiais para ações</p><p>previstas na própria CLT, como o inquérito para a apuração de falta grave e o</p><p>dissídio coletivo.</p><p>II) Comum: O procedimento comum se subdivide em ordinário, sumário e</p><p>sumaríssimo, e são definidos de acordo com o valor da causa.</p><p>a) Procedimento Sumário: Procedimento utilizado nas causas</p><p>cujo valor não ultrapasse dois salários mínimos. Também</p><p>conhecido como dissídio de alçada, o procedimento sumário</p><p>foi instituído pela lei 5.584/70 com a finalidade de empreender</p><p>maior celeridade às causas de até dois salários mínimos.</p><p>Peculiaridades:</p><p>- Dispensabilidade do resumo dos depoimentos,</p><p>devendo constar a conclusão quanto a matéria de</p><p>fato.</p><p>- Não caberá recurso da sentença, salvo se versar</p><p>sobre matéria constitucional, como exceção ao</p><p>princípio do duplo grau de jurisdição, vide art. 102,</p><p>III, CRFB/88.</p><p>- Não há previsão legal sobre a quantidade de</p><p>testemunhas, então, o juiz pode determinar duas ou</p><p>três.</p><p>b) Procedimento Sumaríssimo: Procedimento utilizado quando o</p><p>valor da causa não ultrapassar quarenta salários mínimos. O</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>24</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>procedimento sumaríssimo tem previsão legal nos artigos</p><p>852-A a 852-I, da CLT.</p><p>Peculiaridades:</p><p>- Causas com valor até 40 salários mínimos.</p><p>- Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as</p><p>demandas em que é parte a administração pública</p><p>direta, autárquica e fundacional.</p><p>- O pedido da petição e inicial deverá ser líquido e</p><p>certo, indicando o valor correspondente.</p><p>- Não caberá citação por edital, devendo o</p><p>reclamante indicar corretamente o nome e o</p><p>endereço da reclamada.</p><p>- Caso não liquide os pedidos e/ou não indique</p><p>corretamente o nome e o endereço da reclamada, o</p><p>processo deverá ser extinto sem resolução do mérito</p><p>e o reclamante condenado ao pagamento das custas</p><p>processuais.</p><p>- A apreciação deverá ocorrer em no máximo 15 dias,</p><p>podendo constar de pauta especial, se necessário.</p><p>- O processo deverá ser instruído e julgado em</p><p>audiência única (em regra).</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>25</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>- Não haverá juízo de conciliação obrigatório.</p><p>O juiz deverá apenas esclarecer sobre as vantagens</p><p>da conciliação.</p><p>- Serão decididos, de plano, todos os incidentes e</p><p>exceções que possam interferir no prosseguimento</p><p>da audiência e do processo. As demais questões</p><p>serão decididas na sentença.</p><p>- Sobre os documentos apresentados por uma das</p><p>partes manifestar-se-á imediatamente a parte</p><p>contrária, sem interrupção da audiência, salvo</p><p>absoluta impossibilidade, a critério do juiz.</p><p>- Somente serão possíveis duas testemunhas para</p><p>cada parte, que se não comparecer o juiz pode</p><p>determinar a sua condução coercitiva.</p><p>- Só será deferida intimação de testemunha que,</p><p>comprovadamente convidada, deixar de</p><p>comparecer. Não comparecendo a testemunha</p><p>intimada, o juiz poderá determinar sua imediata</p><p>condução coercitiva.</p><p>- As partes deverão se manifestar sobre os</p><p>documentos de forma imediata (na mesma</p><p>audiência), salvo absoluta impossibilidade, deixando</p><p>a concessão de um prazo a critério do juiz.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>26</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>- Caso seja realizada perícia, o juiz, desde logo,</p><p>irá nomear o perito, fixar o objeto da perícia e um</p><p>prazo para entrega do laudo pericial. Após a entrega</p><p>do laudo, as partes deverão se manifestar no prazo</p><p>comum de cinco dias.</p><p>- As partes deverão informar ao juízo a mudança de</p><p>endereço, sob pena das comunicações enviadas ao</p><p>endereço anterior serem consideradas válidas.</p><p>- Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e</p><p>a solução do processo dar-se-ão no prazo máximo de</p><p>trinta dias, salvo motivo relevante justificado nos</p><p>autos pelo juiz da causa.</p><p>- Não cabe recurso de revista se a decisão do TRT</p><p>contrariar uma OJ do TST. Somente caberá recurso</p><p>de revista se a decisão do TRT:</p><p>i. contrariar Súmula do TST;</p><p>ii. contrariar Súmula Vinculante, do STF;</p><p>iii. violar a Constituição Federal.</p><p>c) Procedimento Ordinário: Procedimento utilizado nas causas</p><p>cujo valor ultrapasse quarenta salários mínimos. É o</p><p>procedimento mais utilizado na Justiça do Trabalho. Deve ser</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>27</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>adotado para as causas com valor acima de 40 salários</p><p>mínimos. Previsão legal nos artigos 837 a 852, da CLT.</p><p>Peculiaridades:</p><p>- Quando a administração pública direta, autárquica</p><p>e fundacional fizer parte da demanda, no</p><p>procedimento seguirá pelo rito ordinário,</p><p>independente do valor da causa.</p><p>- Somente serão possíveis três testemunhas para</p><p>cada parte, que se não comparecer o juiz pode</p><p>determinar a sua condução coercitiva.</p><p>Em comum a todos os ritos:</p><p>- O processo tem início com a petição inicial,</p><p>rompendo a inércia do Estado.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>28</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>CAPÍTULO 5. RECLAMAÇÃO TRABALHISTA</p><p>(INICIAL).</p><p>Em face dos princípios da simplicidade e da informalidade, a petição inicial trabalhista não obedece aos</p><p>mesmos requisitos da previsão do art. 319, do CPC.</p><p>A petição inicial trabalhista é chamada de Reclamação Trabalhista.</p><p>O artigo 840, da CLT diz que a petição inicial poderá ser:</p><p>I. VERBAL:</p><p> O reclamante deverá comparecer pessoalmente a Justiça do Trabalho, a fim de prestar a sua</p><p>reclamação verbal, e retornar no prazo de cinco dias para reduzir a termo a sua reclamação.</p><p>o Deverá ser reduzida a termo pelo servidor em duas vias.</p><p> O não retorno injustificado do reclamante à Justiça do Trabalho no prazo de cinco dias para reduzir</p><p>a termo a sua reclamação verbal, acarretará na perempção, ficando impossibilitado de ajuizar a</p><p>A petição inicial é a peça que inicia o processo, rompendo a</p><p>inércia do estado, provocando o seu poder-dever de prestar a</p><p>tutela jurisdicional, definindo os limites subjetivos e objetivos da</p><p>lide.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>29</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>mesma reclamação trabalhista contra o mesmo empregador perante a</p><p>Justiça do Trabalho, no prazo de seis meses, conforme entendimento do art. 731, da CLT.</p><p>II. ESCRITA: Sendo escrita, deverá conter alguns elementos, como:</p><p>a) a designação do juízo competente;</p><p>b) a qualificação das partes (art. 319, CPC + CTPS, RG, CPF/CNPJ, nome ou razão social);</p><p>c) uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio;</p><p>o Em face do “jus postulandi”,</p><p>não é necessária a indicação dos fundamentos jurídicos do</p><p>pedido. Parte da doutrina argumenta que fere o princípio do contraditório e o exame de</p><p>litispendência, coisa julgada, conexão, etc.</p><p>d) o pedido, certo e determinado, com indicação do valor correspondente, sendo defeso ao juiz</p><p>deferir em favor do autor pedido diverso do pleiteado, bem como condenar ao réu em quantidade</p><p>superior ou objeto diverso do que lhe foi demandado;</p><p>o No procedimento ordinário, a ausência de liquidação (indicação do valor) acarretará na</p><p>extinção sem resolução do mérito apenas dos pedidos não liquidados, prosseguindo o</p><p>processo em relação aos demais. No procedimento sumaríssimo, essa ausência de</p><p>indicação da liquidação gera extinção sem resolução do mérito para todos os pedidos</p><p>(liquidados e não liquidados).</p><p>e) a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante.</p><p>o A assinatura apócrifa importa em inexistência do processo.</p><p>Observação: Os pedidos que não atendam ao disposto acima</p><p>serão julgados extintos sem resolução do mérito.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>30</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>1) DO ADITAMENTO DA PETIÇÃO INICIAL:</p><p>▪ O aditamento é quando a parte ou o advogado desejam acrescentar algo na petição inicial.</p><p>▪ O aditamento da petição inicial é facultado ao autor até a citação do réu, nos moldes do art. 329, I,</p><p>do CPC. A CLT é omissa neste particular, cabendo a aplicação subsidiária do CPC, uma vez que no</p><p>processo do trabalho não existe a citação, apenas notificação do réu para comparecer à audiência.</p><p>▪ Assim, ao autor, cabe o aditamento da petição inicial até o recebimento da resposta do réu. Após</p><p>esse momento, a petição inicial somente poderá ser aditada com o consentimento do réu. Caso o</p><p>réu discorde, o autor poderá desistir da ação e ajuizá-la novamente.</p><p>▪ Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não poderá, sem o consentimento</p><p>do reclamado, desistir da ação.</p><p>▪ Com o aditamento, o juiz abrirá vista à ao réu, podendo se manifestar em mesa, com base no princípio</p><p>da oralidade, ou designar-se-á nova audiência para apresentação de resposta do réu.</p><p>2) DA EMENDA À PETIÇÃ INICIAL:</p><p>▪ A iniciativa da emenda à petição é do juiz, após verificar que a petição inicial não preenche os</p><p>requisitos legais ou não está acompanhada dos documentos indispensáveis.</p><p>▪ O art. 321, do CPC, prevê a possibilidade de o juiz determinar que o autor emende ou complete a</p><p>petição inicial, no prazo de quinze dias, caso verifique que não estejam presentes os requisitos</p><p>exigidos nos art. 319, do CPC, apresentando defeitos ou irregularidades de modo a dificultar o</p><p>julgamento da ação, sob pena de indeferimento da inicial.</p><p>▪ Caso a petição inicial esteja desacompanhada dos documentos indispensáveis à propositura da</p><p>ação ou não preencher outro requisito legal, o autor será intimado para suprir a irregularidade, no</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>31</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>prazo de quinze dias, devendo a intimação indicar corretamente o que</p><p>precisa ser corrigido ou completado.</p><p>▪ Caso não atenda as exigências, haverá o indeferimento da petição inicial, conforme entendimento</p><p>da Súmula 263, do TST.</p><p>▪ Caso já tenha sido apresentada a defesa, a inicial não poderá ser indeferida, devendo o processo ser</p><p>extinto sem julgamento do mérito, conforme o art. 485, IV, CPC.</p><p>3) DO INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL:</p><p>▪ O art. 330, do CPC prevê as hipóteses de indeferimento da petição inicial.</p><p>▪ A petição inicial será indeferida quando:</p><p>I. for inepta;</p><p>II. a parte for manifestamente ilegítima;</p><p>III. o autor carecer de interesse processual;</p><p>IV. não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321.</p><p>▪ Considera-se inepta a petição inicial, conforme previsão do §1º, do art. 330, do CPC:</p><p>I. lhe faltar pedido ou causa de pedir;</p><p>II. o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido</p><p>genérico;</p><p>III. da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;</p><p>IV. contiver pedidos incompatíveis entre si.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>32</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>4) PROCEDIMENTOS PROCESSUAIS:</p><p>▪ A improcedência liminar do pedido ocorre quando o juiz verifica que os pedidos da petição inicial</p><p>estão em desacordo com a jurisprudência uniforme dos tribunais. Nestes casos, o juiz irá, sem a citação</p><p>do réu, analisar o mérito dos pedidos do autor, julgando-os improcedentes.</p><p>▪ Desta forma, o processo será extinto com resolução do mérito, em relação a um ou mais pedidos,</p><p>em razão da sua improcedência.</p><p>▪ A improcedência liminar do pedido encontra previsão no artigo 332 do CPC, contudo a sua aplicação</p><p>no processo do trabalho estaria condicionada à uma adaptação às decisões uniformes em matéria</p><p>trabalhista.</p><p>▪ O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a</p><p>ocorrência de decadência.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>33</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>CAPÍTULO 6. NOTIFICAÇÃO PROCESSUAL.</p><p>➢ Após o peticionamento da petição inicial, a notificação é automática, e será acompanhada pelo aviso de</p><p>recebimento (AR), que será juntado ao processo.</p><p>➢ Presume-se relativamente recebida a notificação 48h após a sua postagem.</p><p>o Caso não tenha recebido ou recebido fora do prazo, o ônus da prova será sempre do destinatário.</p><p>➢ No processo do trabalho, o sujeito é notificado para comparecer a audiência e, querendo, apresentar</p><p>defesa.</p><p>➢ Entre o recebimento da notificação e a data da audiência deve haver um intervalo mínimo de cinco dias</p><p>úteis.</p><p>o Caso a notificação seja recebida disponibilizando de tempo menor, será considerada nula, gerando</p><p>a remarcação da audiência.</p><p>o Para pessoa jurídica de direito público, o prazo de intervalo será de vinte dias.</p><p>➢ Caso a ação seja ajuizada no local incorreto, deverá ser protocolada uma petição apartada da contestação</p><p>para responder.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>34</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>CAPÍTULO 7. AUDIÊNCIA TRABALHISTA E</p><p>FASE INSTRUTÓRIA.</p><p>➢ Como já visto anteriormente, a fase de instrução inicia-se em audiência, sem a necessidade de protesto</p><p>por produção de provas, tendo em vista que as provas são produzidas, via de regra, em audiência.</p><p>➢ A audiência trabalhista é o ato solene, formal, caracterizado pelo comparecimento das partes, dos</p><p>advogados, e dos auxiliares do juízo, onde são realizados a maioria dos atos processuais, como as</p><p>tentativas obrigatórias de conciliação, o interrogatório e o depoimento pessoal das partes, a oitiva de</p><p>testemunhas e de peritos, em que o magistrado formará o seu convencimento e, ao final, prolatará a</p><p>sentença.</p><p>➢ As principais características das audiências trabalhistas estão previstas nos artigos 813 a 817, da CLT.</p><p>➢ As audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e realizar-se-ão na sede do Juízo ou</p><p>Tribunal em dias úteis previamente fixados, entre 8 (oito) e 18 (dezoito) horas, não</p><p>podendo ultrapassar 5</p><p>(cinco) horas seguidas, salvo quando houver matéria urgente.</p><p>o Matéria urgente é aquela considerada como inadiável pelo juiz.</p><p>➢ As partes, o juiz e os servidores deverão estar presentes nas audiências. No direito do trabalho, o juiz possui</p><p>tolerância de atraso de 15 minutos. As partes e os advogados não possuem qualquer tolerância de atraso,</p><p>vide OJ nº 245 da SDI –I, do TST.</p><p>o Se, todavia, passados 15 minutos do horário da audiência, o juiz não tiver comparecido, as partes</p><p>poderão se retirar, devendo constar o ocorrido no livro de registros de audiência.</p><p>o O Estatuto da Advocacia (Lei n. 8.906/94), no inciso XX do art. 7º, dispõe que o advogado pode</p><p>retirar-se do recinto onde se encontre aguardando o pregão para ato judicial após 30 minutos do</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>35</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>horário designado e ao qual ainda não tenha comparecido a autoridade que</p><p>deva presidi-lo, mediante comunicação protocolada em juízo, no livro de registros da audiência.</p><p>Essa alteração já consta no art. 814, §§ 2º e 3º, da CLT, promovida pela Lei 14.657/2023, dispondo</p><p>que: “Se, até 30 (trinta) minutos após a hora marcada, a audiência, injustificadamente, não houver</p><p>sido iniciada, as partes e os advogados poderão retirar-se, consignando seus nomes, devendo o</p><p>ocorrido constar do livro de registro das audiências.”</p><p> Nessa hipótese, a audiência deverá ser remarcada pelo juiz ou presidente para a data mais</p><p>próxima possível, vedada a aplicação de qualquer penalidade às partes.</p><p>➢ Em casos especiais, poderá ser designado outro local para a realização das audiências, mediante edital</p><p>afixado na sede do Juízo ou Tribunal, com a antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas.</p><p>➢ Sempre que for necessário, poderão ser convocadas audiências extraordinárias, observado o prazo de</p><p>24h.</p><p>➢ O juiz é o responsável, na forma do art. 816, da CLT, por manter a ordem na audiência, podendo mandar</p><p>se retirar quem estiver perturbando os trabalhos, sendo chamado de poder de polícia processual.</p><p>➢ O registro das audiências será feito em livro próprio, constando de cada registro os processos</p><p>apreciados e a respectiva solução, bem como, as ocorrências eventuais, podendo ser fornecidas certidões</p><p>às pessoas que o requererem.</p><p>1) COMPARECIMENTO DAS PARTES EM AUDIÊNCIA:</p><p>▪ As partes devem comparecer à audiência independente da presença dos seus representantes legais,</p><p>nos moldes do art. 843, da CLT.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>36</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>▪ Lembre-se que, na Justiça do Trabalho, a presença dos advogados</p><p>acompanhando às partes é facultativa, em face do jus postulandi, previsto no art. 791, da CLT.</p><p>Contudo, o TST editou a Súmula 425, limitando o exercício do jus postulandi por ações e por recursos.</p><p>▪ O art. 849, da CLT, faculta ao juiz o fracionamento da audiência, por motivos de força maior,</p><p>marcando a sua continuação para a primeira desimpedida, independentemente de nova notificação.</p><p>▪ Com a reforma trabalhista, o preposto não mais precisará ser empregado da reclamada, em nenhuma</p><p>hipótese.</p><p>▪ Bem como, por conta da reforma trabalhista, ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender o</p><p>julgamento, designando nova audiência</p><p>1.1. COMPARECIMENTO DO RECLAMANTE</p><p> O reclamante deverá se fazer presente em audiência, sob pena de arquivamento da reclamação,</p><p>nos moldes do art. 844, da CLT.</p><p>o O arquivamento da reclamação importa em extinção do processo sem resolução do</p><p>mérito.</p><p> O reclamante poderá ser substituído em algumas hipóteses, quais sejam:</p><p>I. Ações plúrimas;</p><p>II. Ações de cumprimento;</p><p>o O sindicato pode substituir o empregado em caso de ações plúrimas</p><p>ou ações de cumprimento, ou por motivo de doença ou outro motivo</p><p>poderoso, devidamente comprovado.</p><p>III. Motivo de doença; e</p><p>IV. Motivo poderoso devidamente comprovado.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>37</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>o Em casos de doença ou qualquer outro motivo poderoso,</p><p>devidamente comprovado, o empregado também poderá fazer-se</p><p>representar por outro empregado que pertença à mesma profissão.</p><p>Observação: A substituição tem a finalidade de impedir o</p><p>arquivamento dos autos (extinção do processo sem resolução do</p><p>mérito), não podendo o representante, transigir, confessar, recorrer</p><p>ou renunciar o direito que funda a ação.</p><p> Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das custas</p><p>calculadas na forma do art. 789, da CLT, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se</p><p>comprovar, no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável.</p><p>o O pagamento das custas é condição para a propositura de nova demanda.</p><p>1.2. COMPARECIMENTO DA RECLAMADA</p><p> A ausência em audiência una ou inaugural da reclamada importará, nos termos do art. 844, da</p><p>CLT, em revelia e confissão quanto à matéria fática.</p><p>o Ainda que ausente a reclamada, esta poderá se fazer presente através do gerente ou do</p><p>preposto, desde que tenha conhecimento dos fatos.</p><p>o O preposto não precisa ser um empregado, podendo ser qualquer pessoa, desde que</p><p>tenha conhecimento dos fatos.</p><p>o Ainda que ausente a reclamada, o advogado poderá juntar a contestação e os</p><p>documentos eventualmente apresentados.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>38</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p> A revelia não produz o efeito mencionado se:</p><p>I. havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação;</p><p>II. o litígio versar sobre direitos indisponíveis;</p><p>III. a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere</p><p>indispensável à prova do ato;</p><p>IV. as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou</p><p>estiverem em contradição com prova constante dos autos.</p><p> Alguns julgados entendem que o advogado, desde que empregado, possa atuar como</p><p>causídico e como preposto do reclamado. Isso não parece ser válido, tendo em vista que o</p><p>advogado está obrigado manter sigilo profissional com o seu cliente, o que torna incompatível</p><p>o acúmulo das duas funções.</p><p>o Esse entendimento é também respaldado pelo art. 23 do Código de Ética e Disciplina</p><p>da OAB, que proíbe a atuação conjunta do advogado como patrono e preposto.</p><p> Caso o reclamado esteja ausente à audiência de instrução na qual fora intimado para prestar</p><p>depoimento, incorrerá em confissão ficta, aplicando-se a Súmula 74, I, TST, como no caso do</p><p>reclamante.</p><p>1.3. AUSÊNCIA DAS PARTES EM AUDIÊNCIA:</p><p> Em regra, a audiência é una, mas, excepcionalmente, poderá ser fracionada.</p><p>A) Reclamada:</p><p> Caso a reclamada falte a audiência una ou inaugural, ocorrerá a revelia. Caso o</p><p>advogado compareça, e apresente defesa e documentos, o juiz é obrigado a aceita-</p><p>los.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>39</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p> Caso a reclamada falte a audiência de instrução, incorrerá em</p><p>confissão.</p><p>B) Reclamante:</p><p> Caso o reclamante falte a audiência una ou inaugural, ocorrerá o arquivamento,</p><p>gerando</p><p>a extinção do processo sem resolução do mérito e a condenação ao</p><p>pagamento das custas processuais, mesmo que seja beneficiário da justiça gratuita.</p><p>Se for beneficiário da justiça gratuita, terá o prazo de quinze dias para justificar a</p><p>ausência, objetivando o não pagamento das custas. O pagamento das custas é uma</p><p>condição para o ajuizamento de uma nova ação. Caso o reclamante dê causa a dois</p><p>arquivamentos consecutivos, por ausência em audiência, incorrerá em perempção.</p><p> Caso o reclamante falte a audiência de instrução, incorrerá em confissão.</p><p>1.4. NÃO COMPARECIMENTO SIMULTÂNEO DAS PARTES:</p><p> Ocorre quando ambas as partes faltam à audiência.</p><p> Caso seja una audiência uma ou inaugural, deverá o juiz determinar o arquivamento do</p><p>processo, extinguindo-o sem resolução do mérito.</p><p> Caso seja uma audiência de instrução, deverá o juiz aplicar a pena de confissão para ambas as</p><p>partes, julgando o processo na forma da distribuição do ônus da prova, prevista no artigo 818,</p><p>da CLT e artigo 373, do CPC.</p><p> Se ambos faltarem, o reclamante é responsável por pagar as custas, tendo em vista que deu</p><p>causa ao processo.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>40</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>CAPÍTULO 8. DAS PROVAS NO PROCESSO</p><p>DO TRABALHO.</p><p>Provas são os instrumentos processuais considerados pelo ordenamento jurídico como aptos para a</p><p>demonstração da veracidade dos fatos alegados em juízo.</p><p>1) OBJETO DE PROVA:</p><p>▪ No processo, em regra, é possível provar matéria de fato, salvo as matérias incontroversas e notórias.</p><p>A matéria de direito não precisa ser provada, vez que, há presunção legal e absoluta de que já é</p><p>conhecida pelo juiz.</p><p>o Os fatos que não dependem de prova estão elencados no art. 334, do CPC.</p><p>2) ÔNUS DA PROVA:</p><p>▪ O ônus da prova é a incumbência que a parte tem de provar os fatos alegados em juízo.</p><p>▪ No processo do trabalho, a distribuição do ônus da prova é acerca do que se alega sobre o fato, com</p><p>base nos artigos 818, da CLT, e 333, do CPC, cabendo:</p><p>▪ O ônus da prova possui duas teorias, quais sejam:</p><p>Como é sabido, as alegações feitas em juízo precisam ser</p><p>comprovadas para facilitar a formação do convencimento</p><p>do magistrado, que é o destinatário das provas.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>41</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>a) Teoria estática: Art. 818, do CLT.</p><p> Ao autor, cabe o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito.</p><p> Ao réu, cabe o ônus da prova do impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do</p><p>autor.</p><p>b) Teoria dinâmica: O juiz não está obrigado a aplicar essa teoria, mas, até mesmo</p><p>considerando a proteção do trabalhador, caso queira, poderá inverter o ônus da prova (i) se</p><p>perceber excessiva dificuldade para quem detém o ônus da prova, e (ii) se houver maior</p><p>facilidade para quem não detém o ônus da prova. O que importa é que o fato seja provado.</p><p>À exemplo dessa teoria, temos:</p><p>- Os cartões de ponto que demonstram horário de entrada e de saída uniformes</p><p>(cartões de ponto britânicos) são inválidos como meio de prova, invertendo-se o</p><p>ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador,</p><p>prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir (inciso III, da Súmula</p><p>338, do TST).</p><p>- Ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação</p><p>de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade</p><p>da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado (Súmula</p><p>212, do TST).</p><p>▪ Quando a negativa resulta de uma afirmação que se pretende obter por via de uma declaração</p><p>negativa, impõe-se a parte que nega o ônus de prova-lo.</p><p>▪ Trata-se da possibilidade de o juiz atribuir o ônus da prova àquele possui melhores condições de</p><p>produzi-la. Vale frisar, neste sentido, que o juiz é o diretor processual (art. 765 CLT), sendo, portanto,</p><p>o destinatário das provas a serem produzidas. Ocorre que, por vezes, a parte não possui condições</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>42</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>favoráveis de produzir a prova relacionada a determinado fato. Nestes</p><p>casos, o juiz pode atribuir o encargo a quem possa produzir a prova com maior facilidade.</p><p>▪ Por fim, frise que, diferentemente do processo civil, não cabe no processo do trabalho a distribuição</p><p>do ônus da prova por convenção das partes, por ser incompatível com o processo do trabalho.</p><p>3) MEIOS DE PROVA:</p><p>▪ No processo do trabalho não há uma enumeração taxativa dos meios de prova. Assim, são meios de</p><p>prova aqueles previstos em lei, como, o depoimento pessoal e interrogatório das partes (prova oral),</p><p>testemunhas, documentos (prova documental), perícias (prova pericial) e inspeções judiciais.</p><p>3.1. PROVA ORAL:</p><p> A prova oral divide-se no depoimento das partes e das testemunhas. E, ainda, o depoimento se</p><p>divide em:</p><p>i. Depoimento pessoal: Requerimento que o advogado faz para que a parte</p><p>contrária seja ouvida no processo. É único e deverá ocorrer sempre na</p><p>audiência de instrução. Finalidade de obter a confissão real, embora não</p><p>despreze os esclarecimentos. Caso a parte seja intimada para comparecer em</p><p>audiência com o fim de prestar depoimento, e não compareça, será aplicada</p><p>a pena de confissão, nos termos da Súmula 74, do TST, sendo-lhe aplicada a</p><p>mesma pena caso compareça e não queira responder alguma questão que</p><p>lhe seja submetida.</p><p>ii. Interrogatório das partes: Determinado de ofício pelo juiz. Pode ser feito a</p><p>qualquer tempo. Finalidade de obter esclarecimentos sobre os fatos.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>43</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>3.2. PROVA TESTEMUNHAL:</p><p> Em face do princípio da primazia da realidade sobre a forma, que rege o processo do trabalho,</p><p>a testemunha assume elevada importância na busca da verdade real, constituindo, muitas vezes,</p><p>o único meio de prova da parte.</p><p> Consiste no meio de prova em que se busca a elucidação dos fatos através do depoimento de</p><p>terceiro, pessoa física, chamada a depor em juízo sobre um fato relevante para o processo que</p><p>tenha vivenciado ou presenciado.</p><p>o A testemunha não pode somente ter conhecimento dos fatos, ela precisa ter vivenciado</p><p>ou presenciado, diferente do preposto.</p><p> A testemunha é convidada pela parte, mas não é obrigada a depor. Quando convidada pelo</p><p>juízo, a testemunha está obrigada a comparecer, por tornar-se testemunha do juízo.</p><p> A testemunha não é obrigada a depor sobre fato que venha a lhe acarretar prejuízo grave ou a</p><p>um parente de até 3º grau.</p><p> A testemunha também não é obrigada a depor sobre fato do qual deva legalmente guardar</p><p>sigilo, à exemplo do advogado.</p><p> A testemunha não pode ser amiga íntima e nem inimiga da parte, para evitar que seja</p><p>considerada suspeita pelo juízo.</p><p>o O simples fato de a testemunha ter tido ou ter processo contra o mesmo empregador</p><p>não a torna suspeita.</p><p> Há um limite de testemunhas por rito processual: Ordinário (3), Sumário (3), Sumaríssimo (2) e</p><p>no inquérito judicial para apuração de falta grave (6).</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>44</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p> Não podem depor como testemunhas as pessoas elencadas nos</p><p>artigos 829, da CLT, e 447, §§ 1º, 2º e 3º, do CPC.</p><p> É facultado à parte contraditar a testemunha, alegando incapacidade, suspeição ou</p><p>impedimento.</p><p>o O momento processual oportuno para apresentar a contradita é após a qualificação da</p><p>testemunha, antes de prestar o compromisso de dizer a verdade do que souber acerca</p><p>do que lhe for perguntado.</p><p>Observação: O TST firmou entendimento, através da Súmula 357, no</p><p>sentido de que não torna suspeita a testemunha, o simples fato de litigar</p><p>ou ter litigado contra o mesmo empregador.</p><p>Súmula nº 357 do TST – Não torna suspeita a testemunha o simples</p><p>fato de estar litigando ou de ter litigado contra o mesmo</p><p>empregador.</p><p>3.3. PROVA DOCUMENTAL:</p><p> Documento é o meio probatório utilizado no processo para a prova material da existência de</p><p>um fato, à exemplo de textos, fotografias, vídeos, desenhos, gráficos, gravações, contratos,</p><p>recibos, anotações, etc.</p><p> A CLT tem uma previsão minguada acerca da prova documental, devendo aplicar-se o CPC</p><p>subsidiariamente, observados os princípios e peculiaridades do processo do trabalho.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>45</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p> No processo do trabalho, os documentos constituem importante</p><p>meio de prova, contudo, na valoração da prova, o juiz deverá primar pela primazia da realidade</p><p>sobrepondo sobre a forma dos documentos.</p><p> Os documentos deverão ser juntados com a petição inicial e a defesa, mas podem ser juntados</p><p>na fase recursal nas seguintes hipóteses:</p><p>I. Se o documento se referir a um fato superveniente à sentença;</p><p>II. Se provado o justo motivo de não ter juntado o documento em momento</p><p>oportuno.</p><p> Importante destaque para o art. 830, da CLT, que traz ao advogado a faculdade de declaração</p><p>de autenticidade das cópias dos documentos juntados com a petição inicial e com a defesa.</p><p>o Impugnada a autenticidade da cópia, a parte que a produziu será intimada para</p><p>apresentar cópias devidamente autenticadas ou o original, cabendo ao serventuário</p><p>competente proceder à conferência e certificar a conformidade entre esses documentos.</p><p> Os documentos juntados pela parte adversa deverão ser impugnados especificamente. Caso</p><p>não sejam impugnados, ou sejam impugnados de forma genérica, serão considerados como</p><p>hábeis como meio de prova a que pretendem.</p><p>Observação: Em relação à juntada de documentos na fase recursal,</p><p>deve ser aplicado o entendimento consubstanciado na Súmula nº 8</p><p>do TST, in verbis: SUM-8 JUNTADA DE DOCUMENTO (mantida) -</p><p>Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. A juntada de documentos</p><p>na fase recursal só se justifica quando provado o justo impedimento</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>46</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>para sua oportuna apresentação ou se referir a fato posterior</p><p>à sentença.</p><p>3.4. PROVA PERICIAL:</p><p> Consiste na verificação da coisa, pessoa ou lugar, quando a prova do fato depender de um</p><p>conhecimento técnico ou específico.</p><p> O perito é considerado um auxiliar da justiça, e será designado por um juiz.</p><p> O perito deverá fazer exame, vistoria ou avaliação, e elaborar um laudo elucidando os fatos para</p><p>o favorecimento da formação da convicção do juiz. Contudo, o juiz não está adstrito ao laudo</p><p>pericial, podendo formar o seu convencimento com base em outros meios de prova, conforme</p><p>art. 464, do CPC.</p><p> Conforme prevê o art. 464, § 1º, da CLT, o juiz indeferirá a prova pericial quando:</p><p>i. a prova do fato não depender do conhecimento especial de técnico;</p><p>ii. for desnecessária em vista de outras provas produzidas;</p><p>iii. a verificação for impraticável.</p><p> O juiz pode permitir que as partes façam perguntas para o perito responder do laudo, e,</p><p>também pode permitir que as partes indiquem um assistente técnico (perito particular).</p><p>o Os honorários do assistente técnico são pagos pela parte que indicou.</p><p> Os honorários periciais são pagos pela parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda</p><p>que beneficiária da justiça gratuita.</p><p> Não há mais a necessidade dos peritos prestarem o compromisso, uma vez que podem ser</p><p>substituídos nas hipóteses previstas em lei.</p><p> Os peritos estão sujeitos às causas de impedimento e suspeição aplicadas aos juízes.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>47</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>o Não há que se falar em impedimento ou suspeição dos assistentes</p><p>técnicos, porquanto a sua indicação é faculdade das partes.</p><p> Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo estabelecido</p><p>pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho.</p><p> O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais.</p><p> O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de perícias.</p><p> Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em juízo créditos</p><p>capazes de suportar a despesa referida, ainda que em outro processo, a União responderá pelo</p><p>encargo.</p><p>3.5. INSPEÇÃO JUDICIAL:</p><p> A inspeção judicial consiste na investigação feita pelo magistrado em pessoas, coisas, lugares,</p><p>etc., a fim de elucidar fato relevante a decisão da lide, com base no art. 481, do CPC.</p><p> O juiz lavrará o auto de inspeção com as suas observações sobre a inspeção, podendo</p><p>mencionar e anexar fotos, desenhos, gráficos, etc.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>48</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>CAPÍTULO 9. RESPOSTA DO RÉU.</p><p>➢ De acordo com os princípios do contraditório e da ampla defesa, uma vez que o autor rompe a inércia</p><p>do Estado na busca pela tutela do seu direito, o Estado deve possibilitar ao réu o exercício do seu direito</p><p>de defesa.</p><p>➢ O art. 335, do CPC, prevê que, após a citação, o réu poderá oferecer exceção, contestação e reconvenção.</p><p>➢ A CLT, todavia, prevê expressamente apenas a defesa, no sentido de contestação e a exceção de foro</p><p>(incompetência) e de suspeição, não havendo previsão específica para a reconvenção e para a exceção de</p><p>impedimento, aplicando subsidiariamente e supletivamente o CPC (art. 769, CLT e 15 do CPC).</p><p>o Ver art. 847, CLT.</p><p>1) CARACTERÍSTICAS DA RESPOSTA DO RÉU:</p><p>▪ A apresentação de defesa é uma faculdade do réu que, não sendo exercida, importará em revelia e</p><p>confissão quanto à matéria fática.</p><p>o O reclamado pode, concomitantemente, apresentar uma, duas ou nenhuma forma de defesa,</p><p>vez que não é obrigado a se defender.</p><p>▪ A defesa poderá ser escrita, e deverá ser apresentada após o juízo de conciliação.</p><p>▪ Poderá ser verbal, devendo ser apresentada no prazo de 20 minutos, após a leitura da petição inicial,</p><p>podendo ser dispensada pelas partes.</p><p>o Caso haja mais de um reclamado, o prazo será de 20 minutos para cada um.</p><p>▪ O prazo de cinco dias para realização da audiência deve ser observado, sob pena de nulidade</p><p>absoluta.</p><p>Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB</p><p>Prof. Diego Oliveira | Processo do Trabalho</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>49</p><p>_____________________________________________________________________________________</p><p>https://www.cejasonline.com.br/</p><p>o Para pessoa jurídica de direito público, o prazo de intervalo será</p>