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<p>Eletrotermofototerapia</p><p>Material de Apoio</p><p>P r o f . F e r n a n d o C a m p b e l l</p><p>1</p><p>EENM - Eletroestimulação Neuromuscular</p><p>1 – Introdução:1-4</p><p> Realizada por recursos com finalidade excitomotora.</p><p> Despolariza nervo motor, produzindo contração muscular.</p><p> Contrações musculares excessivas pode se tornar lesivas.</p><p> Baseia-se no Efeito da Escada: “Quando um músculo começa a se contrair após longo</p><p>período de repouso, sua força inicial de contração pode ser de apenas quase metade da</p><p>força que terá entre 10 e 50 abalos após”.5</p><p>2 – Objetivos:1-4</p><p> Desenvolver força muscular a curto prazo</p><p> Estimular musculatura lisa ou estriada1,2</p><p> Estimular atividade motora</p><p> Estimular controle muscular voluntário</p><p> Prevenir efeitos reflexos do desuso</p><p> Atribuir funcionalidade</p><p> Diminuir espasticidade1,2</p><p>3 – Aparelhos:</p><p> Portáteis</p><p> De Gabinete</p><p> Trabalham com eletrodos implantados ou de superfície.</p><p> Podem apresentar disparadores de corrente elétrica.</p><p>4 – Correntes elétricas para fins excitomotores:</p><p> FES2</p><p> Corrente elétrica de baixa frequência.</p><p> Pulsos despolarizados.</p><p> Utilizado em 1961 por Liberson em trabalho de correção de marcha.</p><p> Introduzido em 1986 no Brasil.</p><p> Definida por Functional Electrical Stimulation.</p><p> Corrente original: Retangular alternada simétrica ou Bifásica assimétrica.</p><p> Corrente Russa1</p><p> Corrente elétrica de média frequência.</p><p> Pulsos despolarizados.</p><p> Teve sua origem em pesquisas motivadas pelo TENS.</p><p> Yakov Kotz foi o criador da técnica, sugerindo ganho de força em atletas de alto nível e</p><p>astronautas.</p><p> Cogitou-se superioridade da técnica sobre exercícios.</p><p> Corrente original: Sinusoidal alternada simétrica, com f p=2500Hz e rajadas em 50Hz.</p><p> Corrente Aussie3</p><p> Corrente elétrica de média frequência.</p><p> Pulsos despolarizados.</p><p>Eletrotermofototerapia</p><p>Material de Apoio</p><p>P r o f . F e r n a n d o C a m p b e l l</p><p>2</p><p> Teve sua origem em pesquisas motivadas pela Corrente Russa.</p><p> Alex Ward foi o criador da técnica, sugerindo aumento de força e menor desconforto</p><p>sensorial, se comparado a outras correntes.</p><p> EENM: Sinusoidal alternada simétrica, com f p=1000Hz, f m = 60Hz, rajadas em 20Hz, com</p><p>2ms de largura de pulso.</p><p> Corrente Interferencial4</p><p> Corrente elétrica de média frequência.</p><p> Pulsos despolarizados.</p><p> Teve sua origem em pesquisas motivadas pelo TENS.</p><p> Sua ideia original não previa aplicação para EENM.</p><p> Hans Nemec foi o criador da técnica, sugerindo maior analgesia e menor desconforto</p><p>sensorial, se comparado a outras correntes.</p><p> EENM: Sinusoidal alternada simétrica, com f p=2000Hz.</p><p>5 – Calibragem:</p><p> Repouso (OFF) – Período entre as estimulações.</p><p> Ataque (RISE)/ Descida (DECAY) – Tempo da corrente se estabelecer / cessar. Geralmente</p><p>fica de 1” a 2”.</p><p> Sustentação (ON) – Tempo de contração muscular.</p><p> Intensidade – Força do estímulo. Trabalhar sempre no limite máximo tolerado.</p><p> Sincronizado/Recíproco – Contração muscular simultânea ou por canais alternados.</p><p> Posicionamento de eletrodos – SEMPRE lineares paralelos às fibras musculares, com</p><p>ênfase em ventre muscular.</p><p> FES2</p><p> Frequência – Número de repetições do pulso em um segundo. Maior repetição, gera</p><p>maior estimulação.</p><p> Largura do Pulso – Tempo de processamento de um pulso. Pulsos mais largos são mais</p><p>estimulantes.</p><p> Corrente Russa1</p><p> Calibrar de acordo com ênfase desejada sobre a musculatura.</p><p> Frequência portadora (f p) – 2500Hz/4000Hz.</p><p> Ciclos – Em Bursts: 20%/30%/ 50%.</p><p> Frequência de modulação (f m):</p><p> 0Hz a 30Hz - Ênfase tônica</p><p> 30Hz a 50Hz – Estímulo inespecífico</p><p> 50 a 150Hz – Ênfase fásica</p><p> Intensidade – 0mA a 200mA.</p><p> Tempo de contração/repouso – Até 30".</p><p> Corrente Aussie3</p><p> Frequência portadora (f p) – 1000Hz.</p><p> Ciclos – Rajadas em 20Hz.</p><p> Frequência de modulação (f m) – 60hz.</p><p> Largura de pulso – 2ms.</p><p> Intensidade – 0mA a 200mA.</p><p>Eletrotermofototerapia</p><p>Material de Apoio</p><p>P r o f . F e r n a n d o C a m p b e l l</p><p>3</p><p> Tempo de contração/repouso – Até 30".</p><p> Rise/On/Decay/Off - Ajustar de acordo com a atividade muscular desejada</p><p> Corrente Interferencial4</p><p> Frequência portadora (f p) – 2000Hz.</p><p> Ciclos – Modo interrompido.</p><p> Frequência de modulação (f m) – 0hz.</p><p> Intensidade – 0mA a 200mA.</p><p> Tempo de contração/repouso – Até 30".</p><p> Rise/On/Decay/Off - Ajustar de acordo com a atividade muscular desejada</p><p>6 – Regras para aplicação:</p><p> Em associação com Exercícios Isométricos</p><p> Rise/Decay – 1"</p><p> T(on) – 6"</p><p> T(off) – 12"</p><p>Obs.: Ao associarmos EENM + Isométricos, T(off) = 2x a 3x T(on).</p><p> Em associação com Exercícios Isotônicos</p><p> Rise/Decay – 1"</p><p> T(on) – 1"</p><p> T(off) – 1"</p><p> Estímulo Livre</p><p> Rise/Decay – 1"</p><p> T(on) – 10"</p><p> T(off) – 10"</p><p>7 – Biofísica:</p><p> A transmissão de impulsos pode acarretar em fadiga neural.</p><p> Para se prevenir tal fadiga, a frequência dos pulsos pode ser interrompida por intervalos,</p><p>permitindo sua recuperação.</p><p> As correntes de EENM, exceto a Corrente Interferencial, por serem em Rajadas, evitam</p><p>reflexos de acomodação.1-3</p><p> Hoogland preconiza alteração na composição muscular com utilização de corrente russa de</p><p>f p=4000Hz e f m=30Hz para estímulo tônico, ou f m=100Hz para estímulo fásico.6</p><p> A característica da estrutura muscular é relacionada ao tipo de estímulo imposto,</p><p>promovendo uma adaptação morfológica progressiva.5,7</p><p> É possível com a EENM atuação diferente do princípio do tamanho de Henneman sobre o</p><p>músculo. "A geração de atividade contrátil se dá primeiro a partir das fibras tônicas,</p><p>seguido das intermediárias e terminando nas fásicas".</p><p> A EENM tem poder de estimulação nervosa antidrômica.8</p><p>Eletrotermofototerapia</p><p>Material de Apoio</p><p>P r o f . F e r n a n d o C a m p b e l l</p><p>4</p><p>8 – EENM – Em que casos, Quando e até onde aplicar?</p><p> Pós-imobilizações e operatórios.</p><p> Associada a contrações voluntárias máximas (CVMs) para minimizar inibição neural do</p><p>recrutamento muscular.</p><p> Aumentou o conteúdo total de proteína sarcoplasmática, nível de RNAm, reduz a</p><p>degradação protéica e aumenta a produção do fator de crescimento IGF-1.9</p><p> Ao ser inserida em um programa convencional de reabilitação, abrevia trabalho</p><p>proprioceptivo em 16 semanas de pós-operatório de LCA.10</p><p> Músculos subutilizados.1,11</p><p> Incrementam função muscular, atuando sobre tônus e trofismo, melhorando</p><p>estabilidade articular, reduzindo dor.</p><p> Positivo sobre quadríceps em casos de gonartrose11 e multífidos lombares em</p><p>lombalgias inespecíficas.1</p><p> Músculos saudáveis.</p><p> Indícios iniciais sobre incremento funcional de saltos.12</p><p> Mediante alcance de objetivos, evoluir com cinesioterapia ativa resistida, pois o músculo</p><p>sofre adaptação pela EENM.</p><p>9 – FES x Corrente Russa – Como escolher o melhor recurso?</p><p> Correntes com frequências entre 2000Hz e 4000Hz apresentam propriedade de serem mais</p><p>bem toleradas para tratamento, podendo atingir maiores intensidades.</p><p>Eletrotermofototerapia</p><p>Material de Apoio</p><p>P r o f . F e r n a n d o C a m p b e l l</p><p>5</p><p>9 – Métodos de tratamento:</p><p> Inibição funcional – Estímulo contrátil contrário à musculatura espática.</p><p> Estimulação Aferente – Ação sobre nervos sensitivos.</p><p> Estimulação Eferente – Estímulo de contração muscular aleatório. Livre ou com Exercício</p><p>Isotônico / Isométrico.</p><p> Princípio da Substituição – Estímulo de contração para substituição de órteses.</p><p>10 – Fatores Limitantes:</p><p> Discinesias – Incapacidade em ordenar contrações.</p><p> Hipertonias graves – Nulidade de resultado.</p><p> Irritações cutâneas – Incapacidade em transmissão elétrica.</p><p> Lesões cutâneas – Incapacidade em acoplar eletrodos.</p><p> Obesidade – Dificuldade em penetrar maior estímulo.</p><p> Má aceitação – Fobia / Aversão.</p><p> Aplicação em pacientes que apresentem lesão nervosa – A EENM não estimula musculatura</p><p>denervada.</p><p>11 – Indicações:</p><p> Paresias, Pós-fraturas, Pós-Cirúrgicos – Recuperação de tônus, trofismo e força</p><p>muscular a</p><p>curto prazo. Auxílio no reordenamento de unidades motoras.</p><p> Plegias – Estímulo funcional ou trabalho para quebra de padrão patológico.</p><p> Incontinência urinária – Reeducação de esfíncteres.</p><p> Flacidez muscular, Hipotonia - Finalidade estética, pelo enrijecimento muscular.</p><p>12 – Contra-Indicações:</p><p> Lesões em fase aguda – Ação agressiva junto ao tecido. Possibilidade de agravamento.</p><p> Lesões musculares / tendinosas não cicatrizadas – Estresse sobre local lesionado.</p><p>Possibilidade de agravamento.</p><p> Fraturas não consolidadas – Risco de deslocamento do foco ou tensão sobre o tecido em</p><p>cicatrização.</p><p> Em musculatura que apresente lesão de nervo motor – Incapacidade de resultar em</p><p>contração.</p><p> Sobre espasmos periféricos – Aumento de tensão muscular.</p><p> Sobre eixo cardíaco / Portadores de Marcapasso – Risco de alterações funcionais.</p><p> Tromboses – Risco de deslocamento de trombos.</p><p>13 – Referências:</p><p>1. Bordiak FC, Silva EB. Eletroestimulação e core training sobre dor e arco de movimento na</p><p>lombalgia. Fisioter Mov. 2012 Out-Dez; 25(4):759-66.</p><p>2. Peckham PH, Knutson JS. Functional electrical stimulation for neuromuscular applications.</p><p>Annu Rev Biomed Eng. 2005; 7:327-60.</p><p>3. Ward AR, Oliver W, Buccella D. Wrist extensor torque production and discomfort associated</p><p>with low frequency and burst modulated kHz frequency currents. Phys Ther 2006;86:1360–</p><p>7.</p><p>Eletrotermofototerapia</p><p>Material de Apoio</p><p>P r o f . F e r n a n d o C a m p b e l l</p><p>6</p><p>4. Goats GC. Interferential current therapy. Br J Sports Med. 1990 Jun; 24(2):87–92.</p><p>5. Guyton AC, Hall JE. Tratado de fisiologia médica. 11a ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.</p><p>6. Hoogland R. Strengthening and stretching of muscles using electrical current. Delf: Enraf</p><p>Nonius, 1988.</p><p>7. Powers S, Howley E. Fisiologia do Exercício - Teoria e aplicação ao condicionamento e ao</p><p>desempenho. 6ª ed. Barueri: Manole, 2009.</p><p>8. Robertson V, Ward A, Low J, Reed A. Eletroterapia explicada. 4a ed. Rio de Janeiro: Elsevier,</p><p>2009.</p><p>9. Strasser EM, et al. Neuromuscular electrical stimulation reduces skeletal muscle protein</p><p>degradation and stimulates insulin-like growth factors in an age- and current-dependent</p><p>manner: a randomized, controlled clinical trial in major abdominal surgical patients. Ann</p><p>Surg. 2009 Mai; 249(5):738-43.</p><p>10.Fitzgerald GK, Piva SR, Irrgang JJ. A modified neuromuscular electrical stimulation protocol</p><p>for quadriceps strength training following anterior cruciate ligament reconstruction. J</p><p>Orthop Sports Phys Ther. 2003 Set; 33(9):492-501.</p><p>11.Gaines JM, Metter EJ, Talbot LA. The effect of neuromuscular electrical stimulation on</p><p>arthritis knee pain in older adults with osteoarthritis of the knee. Appl Nurs Res. 2004 Ago;</p><p>17(3):201-6.</p><p>12.Paillard T, et al. Effects of two types of neuromuscular electrical stimulation training on</p><p>vertical jump performance. J Strength Cond Res. 2008 Jul; 22(4):1273-8.</p>