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<p>9</p><p>CA</p><p>PÍ</p><p>TU</p><p>LO</p><p>Tendências filosóficas contemporâneasFILOSOFIA CAPÍTULO 9</p><p>2o ano – 4o bimestre</p><p>TENDÊNCIAS</p><p>FILOSÓFICAS</p><p>CONTEMPORÂNEAS</p><p>Tendências filosóficas contemporâneasFILOSOFIA CAPÍTULO 9</p><p>2o ano – 4o bimestre</p><p>Panorama histórico do século XX</p><p>• O século XX foi marcado por transformações radicais: descobertas</p><p>tecnológicas no campo da automação, da robótica e da microeletrônica,</p><p>alteração da relação entre cidade e campo, mudanças nas relações</p><p>interpessoais e em nível planetário.</p><p>• Também foi o século das reivindicações de muitas bandeiras – do</p><p>feminismo, do poder jovem, negro, indígena e das minorias silenciadas.</p><p>• Século marcado pela crise da subjetividade: vários pensadores, como</p><p>Marx, Nietzsche e Freud (os chamados “mestres da suspeita”), provocaram</p><p>desconfiança na capacidade humana de conhecer a realidade exterior e de</p><p>ter acesso transparente a si mesmo.</p><p>Tendências filosóficas contemporâneasFILOSOFIA CAPÍTULO 9</p><p>2o ano – 4o bimestre</p><p>A psicanálise de Freud</p><p>• Freud foi o fundador da psicanálise, que inova na compreensão do</p><p>inconsciente e da natureza sexual da conduta humana.</p><p>• Segundo a concepção de inconsciente, há uma esfera oculta, detentora de</p><p>significados atuantes sobre as manifestações exteriores.</p><p>• Freud dividiu o aparelho psíquico em id (regido pelo princípio do prazer), ego</p><p>(princípio de realidade) e superego (internalização das proibições).</p><p>• Desenvolveu estudos sobre a libido, a sublimação, a repressão, a associação</p><p>livre e a interpretação dos sonhos, entre outros conceitos.</p><p>• A repercussão na filosofia se deve ao impacto sobre a concepção cartesiana</p><p>de um sujeito que teria acesso pleno à sua consciência.</p><p>Tendências filosóficas contemporâneasFILOSOFIA CAPÍTULO 9</p><p>2o ano – 4o bimestre</p><p>A fenomenologia e seu fundador</p><p>• A fenomenologia trata dos modos de doação dos objetos (fenômenos) à</p><p>consciência; critica a tradição metafísica em filosofia, como também</p><p>a concepção positivista.</p><p>• Entre seus principais expoentes estão Husserl, Heidegger, Sartre e</p><p>Merleau-Ponty.</p><p>• Husserl foi o fundador da fenomenologia contemporânea. O principal</p><p>conceito é o de intencionalidade: não existe objeto em si, porque o objeto é</p><p>sempre para um sujeito que lhe dá significado. Influenciou pensadores como</p><p>Heidegger, Sartre e Merleau-Ponty.</p><p>• A fenomenologia de Husserl destacou as relações entre consciência e</p><p>objeto, retornando às próprias coisas sem desprendê-las da subjetividade.</p><p>Tendências filosóficas contemporâneasFILOSOFIA CAPÍTULO 9</p><p>2o ano – 4o bimestre</p><p>A fenomenologia de Heidegger</p><p>• Heidegger desenvolveu o método fenomenológico.</p><p>• Definiu o Dasein como ser-no-mundo. O Dasein é facticidade (conjunto</p><p>de determinações/fatos) e transcendência (atribuição de sentido ao fato/</p><p>liberdade).</p><p>• O Dasein é um ser temporal, um ser como possibilidade, como projeto.</p><p>A angústia decorre daquilo que o ser é e o que ele poderá vir a ser.</p><p>• Sob esse aspecto, distingue-se a vida autêntica da inautêntica.</p><p>• O conceito de impessoalidade, para Heidegger, refere-se à existência</p><p>inautêntica da pessoa que se degrada ao viver de acordo com verdades e</p><p>normas dadas.</p><p>• O ser humano é um ser-para-a-morte, o que leva a um questionamento da</p><p>própria existência.</p><p>Tendências filosóficas contemporâneasFILOSOFIA CAPÍTULO 9</p><p>2o ano – 4o bimestre</p><p>Sartre e o existencialismo</p><p>• Sartre produziu uma variada e extensa obra intelectual, não apenas de</p><p>filosofia, mas com contribuições para a literatura, o teatro, como também</p><p>produziu textos políticos e biografias.</p><p>• Desenvolveu a importante noção de engajamento. Afirmou em sua filosofia</p><p>que “a existência precede a essência”, donde o termo existencialista: não</p><p>existe um modelo de ser humano, mas</p><p>nele o futuro encontra-se em aberto.</p><p>• Definiu o homem pela liberdade e pela</p><p>ação, como aquele que está “condenado a</p><p>ser livre”. A recusa da angústia da escolha</p><p>leva à má-fé, ao autoengano.</p><p>Foto de Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre,</p><p>tirada no Rio de Janeiro (RJ), em 1960.</p><p>A</p><p>R</p><p>Q</p><p>U</p><p>IV</p><p>O</p><p>/A</p><p>FP</p><p>Tendências filosóficas contemporâneasFILOSOFIA CAPÍTULO 9</p><p>2o ano – 4o bimestre</p><p>A fenomenologia de Merleau-Ponty</p><p>• Merleau-Ponty introduziu a fenomenologia na França.</p><p>• Elaborou uma concepção original sobre o corpo e a percepção: o corpo</p><p>humano não é um objeto no mundo, mas é aquilo pelo qual o mundo existe</p><p>para cada um de nós.</p><p>• Para o filósofo, o corpo é condição de nossa experiência no mundo, porque</p><p>não temos um corpo, mas somos nosso corpo: o corpo não é uma “coisa”</p><p>que está no espaço e no tempo, porque ele “habita o espaço e o tempo”.</p><p>• Elaborou uma concepção de liberdade, opondo-se ao determinismo e ao</p><p>livre-arbítrio: existem as condições em que vivo, mas ser livre é elaborar um</p><p>plano de ação, de transformação da realidade vivida.</p><p>• Merleau-Ponty foi amigo de Sartre, a quem sempre dirigiu críticas.</p><p>Tendências filosóficas contemporâneasFILOSOFIA CAPÍTULO 9</p><p>2o ano – 4o bimestre</p><p>Pragmatismo e neopragmatismo</p><p>• O pragmatismo surgiu nos Estados Unidos (final do século XIX) como</p><p>herdeiro do empirismo britânico e crítico do racionalismo, por este ser</p><p>fundacionista (justificação de uma crença com base em outra até chegar a</p><p>um ponto de partida).</p><p>• Para os pragmatistas (Charles Peirce, William James, John Dewey, entre</p><p>outros), é a experiência que guia as nossas ações futuras: assim, os</p><p>conceitos não são ideias abstratas, mas instrumentos de ação.</p><p>• O neopragmatismo tem como principal expoente o estadunidense Richard</p><p>Rorty, que também sofreu influência da filosofia analítica.</p><p>• Como os demais, recusa o fundacionismo e também nega que a mente</p><p>humana seja um espelho da natureza.</p><p>• Para ele, a racionalidade aperfeiçoa-se na comunidade, pela troca de crenças,</p><p>mas não dispensa o diálogo permanente em um mundo em mutação.</p><p>Tendências filosóficas contemporâneasFILOSOFIA CAPÍTULO 9</p><p>2o ano – 4o bimestre</p><p>Filosofia analítica</p><p>• A filosofia analítica é representada por diversas tendências. A semelhança</p><p>entre elas é a “virada linguística”, que consiste em se limitar à investigação</p><p>da linguagem, já que nossa relação com o mundo se dá pela análise do</p><p>significado: a análise lógica das sentenças, que visa superar os enganos da</p><p>metafísica tradicional.</p><p>• Wittgenstein desenvolveu notável reflexão sobre a relação entre linguagem</p><p>e pensamento. Sua filosofia desdobra-se em duas partes: num primeiro</p><p>momento, investiga os limites da linguagem e vê como tarefa da filosofia</p><p>a clarificação lógica dos pensamentos. Num segundo momento, não mais</p><p>se atém ao que as expressões linguísticas se referem, e sim ao modo como</p><p>são usadas, o que levou à discussão sobre os “jogos de linguagem” (cada</p><p>palavra tem o seu significado pelo uso que assume, o que varia conforme</p><p>o contexto).</p><p>Tendências filosóficas contemporâneasFILOSOFIA CAPÍTULO 9</p><p>2o ano – 4o bimestre</p><p>A Escola de Frankfurt</p><p>• Os filósofos da Escola de Frankfurt elaboraram uma teoria crítica em</p><p>oposição à teoria tradicional.</p><p>• Criticaram os aspectos da razão instrumental, voltada para a eficácia</p><p>e competitividade, que se sobrepunha à razão que diz respeito aos fins</p><p>propriamente humanos.</p><p>• Principais representantes: Horkheimer, Adorno, Marcuse, Walter Benjamin,</p><p>Erich Fromm e Habermas.</p><p>• Habermas pertence à segunda geração da Escola de Frankfurt. Em sua</p><p>teoria do agir comunicativo, recusa a razão instrumental, voltada para o</p><p>mundo do trabalho, quando aplicada ao mundo da vida.</p><p>• Defende uma razão orientada para o mundo da vida, do entendimento</p><p>mútuo entre as pessoas (sem perspectiva de revolução social).</p><p>Tendências filosóficas contemporâneasFILOSOFIA CAPÍTULO 9</p><p>2o ano – 4o bimestre</p><p>Habermas e a ética do discurso</p><p>• Para Habermas, a razão comunicativa é aquela que se apoia no diálogo e na</p><p>interação entre os indivíduos do grupo e é mediada pela linguagem e pelo</p><p>discurso.</p><p>• No mundo da economia e da política, os acordos são pactos, negociações</p><p>em que prevalecem os interesses particulares e, portanto, a racionalidade</p><p>instrumental.</p><p>• Ao contrário, a razão comunicativa é mais rica por ser construída a partir</p><p>da relação entre os sujeitos como seres capazes de posicionarem-se</p><p>criticamente diante das normas. Assim, a subjetividade transforma-se em</p><p>intersubjetividade, mais propriamente em intercomunicação.</p><p>Tendências filosóficas contemporâneasFILOSOFIA CAPÍTULO 9</p><p>2o ano – 4o bimestre</p><p>Pós-modernidade</p><p>• A pós-modernidade desconfia da herança do Século das Luzes: não existe</p><p>mais a esperança depositada no progresso, tampouco faz sentido a ilusão</p><p>de que a razão haveria de nos orientar em direção a uma sociedade mais</p><p>harmônica.</p><p>• Promoveu mudanças no campo da arte: as vanguardas artísticas perderam</p><p>sua força de escândalo.</p><p>• Na filosofia, o pensamento pós-moderno sofreu influência do perspectivismo</p><p>de Nietzsche e de vários filósofos que desvendaram as ilusões do</p><p>conhecimento, denunciaram a razão emancipadora, incapaz de ocultar sua</p><p>face de dominação, e questionaram a possibilidade de alcançar a verdade.</p><p>• Os principais representantes são Jean-François Lyotard, Jacques Derrida,</p><p>Gianni Vattimo e Jean Baudrillard.</p><p>• Para Lyotard, o pós-moderno representa a incredulidade diante das</p><p>grandes narrativas, que se dizem capazes de explicar a realidade de modo</p><p>absoluto e universal.</p><p>Tendências filosóficas contemporâneasFILOSOFIA CAPÍTULO 9</p><p>2o ano – 4o bimestre</p><p>Foucault</p><p>• Foucault criou um método de investigação histórico-filosófico.</p><p>• Seu método é arqueológico (visa identificar a mudança de comportamentos</p><p>ocorrida no início da Idade Moderna) e genealógico (para interpretar as</p><p>mudanças e saber como “verdades” foram produzidas no âmbito do poder).</p><p>• Debruçou-se sobre os temas da loucura, da disciplina e da sexualidade</p><p>para compreender como nasceu o processo de exclusão dos que não seriam</p><p>“disciplináveis”: o novo poder da burguesia criava um novo saber sobre a</p><p>loucura e a sexualidade.</p><p>• Segundo uma microfísica do poder, Foucault identifica que o poder não</p><p>se exerce de um ponto central como qualquer instância do Estado, mas se</p><p>encontra disseminado em uma rede de instituições disciplinares.</p><p>Tendências filosóficas contemporâneasFILOSOFIA CAPÍTULO 9</p><p>2o ano – 4o bimestre</p><p>Derrida</p><p>• Para Derrida, o modelo totalizante da filosofia se esgotara, o que exigia</p><p>novas formas de filosofar.</p><p>• Um dos seus principais focos concentrou-se na desconstrução da metafísica</p><p>tradicional, que tem por base a ideia de fundamento e de identidade.</p><p>• Derrida criou o neologismo différance para acusar o princípio de identidade</p><p>de ser responsável por sistematizar o saber numa totalidade racional,</p><p>coerente e fechada.</p><p>• A própria experiência de exclusão marcou o pensamento e o olhar de Derrida</p><p>para situações de recusa da alteridade, como as que atingem o estrangeiro,</p><p>o imigrante, a mulher, a criança, o idoso e o animal.</p><p>Tendências filosóficas contemporâneasFILOSOFIA CAPÍTULO 9</p><p>2o ano – 4o bimestre</p><p>Deleuze</p><p>• Para Deleuze, a vida e o mundo encontram-se em constante processo de</p><p>criação do novo: a vida é acontecimento, devir, um fazer-se contínuo.</p><p>Por isso ele critica a noção metafísica de conceito.</p><p>• Com a noção de multiplicidade, Deleuze acentua o movimento em</p><p>contraposição às essências, que caracteriza o ser constituído de uma vez</p><p>por todas.</p><p>• Segundo Deleuze e Guattari, quando refletimos, procuramos ordenar nosso</p><p>pensamento para nos proteger do caos, das ideias fugidias.</p><p>• O que Deleuze chama de conceito – ao contrário da noção de conceito</p><p>metafísico que aspira à verdade – é apenas expressão de sentidos e está</p><p>enraizado na experiência presente e sempre transitória, porque sujeita</p><p>ao caos.</p><p>10</p><p>CA</p><p>PÍ</p><p>TU</p><p>LO</p><p>Ciências contemporâneasFILOSOFIA CAPÍTULO 10</p><p>2o ano – 4o bimestre</p><p>CIÊNCIAS</p><p>CONTEMPORÂNEAS</p><p>Ciências contemporâneasFILOSOFIA CAPÍTULO 10</p><p>2o ano – 4o bimestre</p><p>O nascimento das ciências contemporâneas</p><p>• A Revolução Científica do século XVII estabeleceu a separação entre</p><p>filosofia e ciência. No decorrer dos séculos seguintes, assistimos ao</p><p>surgimento das chamadas disciplinas científicas.</p><p>• Ainda no século XVIII, Antoine Lavoisier tornou a química uma ciência, com</p><p>a adoção de experimentos e medidas rigorosas. No século seguinte foi a</p><p>vez dos estudos sobre o átomo realizados por John Dalton. A física nuclear</p><p>dependeu da contribuição de numerosos cientistas.</p><p>Ciências contemporâneasFILOSOFIA CAPÍTULO 10</p><p>2o ano – 4o bimestre</p><p>Ciências biológicas</p><p>• No campo das ciências biológicas, destaca-se a teoria da evolução orgânica.</p><p>Os estudos de Charles Darwin mostram que a origem de novas espécies</p><p>está fundamentada na variação e seleção natural. Darwin estabeleceu uma</p><p>teoria evolucionista das espécies, que despertou contrariedade porque se</p><p>opunha a concepções religiosas bastante arraigadas na época.</p><p>• A teoria de Darwin opõe-se ao criacionismo, que defende que a origem do</p><p>ser humano é obra da criação divina e descarta a ideia da origem de um</p><p>ancestral simiesco.</p><p>• A genética, com a ideia de hereditariedade, teve Gregor Mendel como</p><p>precursor. Em 1953, Francis Crick e James Watson descobriram a molécula</p><p>de DNA. Com essa descoberta, a hereditariedade passou a ser compreendida</p><p>de modo mais adequado. A partir da década de 1970, vislumbrou-se a</p><p>possibilidade de interpretar o plano genético de qualquer organismo vivo.</p><p>Ciências contemporâneasFILOSOFIA CAPÍTULO 10</p><p>2o ano – 4o bimestre</p><p>• Ainda no século XIX, teve início a crise da ciência moderna, com o</p><p>aparecimento das geometrias não euclidianas e da física não newtoniana.</p><p>A física newtoniana (clássica), baseada no conhecimento das causas</p><p>dos fenômenos, dá lugar à teoria da relatividade de Albert Einstein, que</p><p>introduz a ideia de uma quarta dimensão: espaço-tempo. Werner Heisenberg</p><p>apresenta o princípio da incerteza científica. A ciência passa a necessitar de</p><p>uma revisão epistemológica, de um novo paradigma.</p><p>Ciências contemporâneasFILOSOFIA CAPÍTULO 10</p><p>2o ano – 4o bimestre</p><p>Novas orientações epistemológicas</p><p>• A epistemologia tornou-se o exame crítico do conhecimento científico.</p><p>Segundo Henri Poincaré, as teorias não são nem falsas nem verdadeiras,</p><p>mas úteis. Nesse sentido, a infalibilidade da ciência seria ilusória.</p><p>• A lógica simbólica ou matemática passa a ser a nova linguagem da ciência</p><p>contemporânea. A criação de uma linguagem artificial serve para evitar</p><p>as imprecisões da linguagem corriqueira. São seus representantes: George</p><p>Boole, Gottlob Frege, Bertrand Russell e Kurt Gödel.</p><p>• O Círculo de Viena foi integrado por pensadores que adotaram o princípio</p><p>da verificabilidade, tendo Rudolf Carnap, Otto Neurath e Moritz Schlick</p><p>como principais representantes. Caberia à filosofia o esclarecimento do</p><p>discurso científico.</p><p>Ciências contemporâneasFILOSOFIA CAPÍTULO 10</p><p>2o ano – 4o bimestre</p><p>• Karl Popper recorre ao princípio da falseabilidade (ou refutabilidade): toda</p><p>hipótese é submetida ao levantamento de possíveis maneiras de ser falseada</p><p>ou refutada pela experiência e se torna teoria quando resiste à refutação.</p><p>• Thomas Kuhn introduz a noção de paradigma, como a visão de mundo</p><p>aceita pela comunidade científica, constituindo o período da “ciência</p><p>normal”. Os momentos de crise são aqueles em que várias anomalias são</p><p>acumuladas, levando a uma mudança de paradigma.</p><p>• Paul Feyerabend pode ser classificado como “anarquista epistemológico”, já</p><p>que, segundo ele, não deveria haver imposição de métodos, mas a liberdade</p><p>de pluralismo metodológico.</p><p>Ciências contemporâneasFILOSOFIA CAPÍTULO 10</p><p>2o ano – 4o bimestre</p><p>Nascimento das ciências humanas</p><p>• As ciências humanas demoraram mais tempo para se tornar autônomas,</p><p>o que só começou a ocorrer no final do século XIX. Várias áreas do</p><p>conhecimento sobre o ser humano foram ampliadas: a sociologia, a</p><p>antropologia, a história, a geografia humana, a linguística, a economia,</p><p>a psicologia, a etnologia etc.</p><p>• Para que as ciências humanas se constituíssem, seria preciso definir com</p><p>rigor o método e o objeto específico de cada uma delas.</p><p>• Nas primeiras tentativas,</p><p>as ciências humanas sofreram profunda influência</p><p>do positivismo. Trata-se da tendência naturalista nas ciências humanas,</p><p>segundo a qual o método deveria explanar sobre eventos previsíveis,</p><p>recuperando o determinismo das ciências da natureza.</p><p>• A tendência humanista, ou hermenêutica (relativa à compreensão</p><p>interpretativa), fez a crítica ao positivismo ao recusar a mera explicação</p><p>causal, típica das ciências da natureza, para privilegiar a compreensão</p><p>da vida psíquica.</p><p>Ciências contemporâneasFILOSOFIA CAPÍTULO 10</p><p>2o ano – 4o bimestre</p><p>Sociologia</p><p>• Os principais responsáveis pelo nascimento das ciências sociais na segunda</p><p>metade do século XIX foram Émile Durkheim, Karl Marx e Max Weber.</p><p>• Influenciado pelo positivismo, Durkheim afirmava que uma metodologia</p><p>que buscasse a objetividade da ciência sociológica deveria examinar os fatos</p><p>sociais como “coisas”.</p><p>• Com base no método do materialismo histórico e do materialismo</p><p>dialético, Marx analisa a história apoiando-se em fatores materiais,</p><p>econômicos, técnicos e na luta de classes.</p><p>• Max Weber fez estudos sobre direito e urbanização, bem como pesquisou</p><p>os fatores culturais que influenciaram a ascensão do capitalismo.</p><p>Sob este último aspecto, não se restringe à análise econômica, mas destaca</p><p>o papel da religião e da ética nesse processo. Distanciou-se do positivismo</p><p>ao atenuar os aspectos causais “objetivos” e ao aceitar as nuances importantes</p><p>das crenças como motivos consideráveis. Também refletiu sobre o</p><p>desencantamento do mundo, no qual predomina o valor do dinheiro.</p><p>Ciências contemporâneasFILOSOFIA CAPÍTULO 10</p><p>2o ano – 4o bimestre</p><p>Antropologia</p><p>• O interesse pela antropologia cresceu com o neocolonialismo, que expôs</p><p>os contrastes entre os hábitos e os costumes das várias culturas.</p><p>• O contato com povos não europeus ampliou os estudos de campo e a</p><p>etnografia.</p><p>• As principais metodologias antropológicas foram: darwinismo social</p><p>(Edward Burnett Tylor e Herbert Spencer); relativismo cultural (Franz Boas),</p><p>funcionalismo (Bronislaw Malinowski) e estruturalismo (Claude Lévi-Strauss).</p><p>Ciências contemporâneasFILOSOFIA CAPÍTULO 10</p><p>2o ano – 4o bimestre</p><p>Psicologia comportamentalista</p><p>• A psicologia como ciência surgiu no final do século XIX, na Alemanha,</p><p>com o trabalho de diversos médicos empenhados em questões relativas</p><p>ao fenômeno da percepção. Os métodos da nova ciência configuraram-se</p><p>de acordo com a influência positivista, predominante naquele período.</p><p>Destacou-se Wilhelm Wundt, que aproximou a psicologia da fisiologia.</p><p>• O médico Ivan Pavlov desenvolveu a teoria do reflexo condicionado ou</p><p>respondente, que resulta da associação entre um estímulo externo qualquer</p><p>ao qual se segue uma resposta que pode ser mantida mediante reforço do</p><p>novo estímulo.</p><p>• Membro da vertente behaviorista (behavior 5 comportamento), Burrhus</p><p>Skinner se baseou em experiências de reflexos condicionados operantes</p><p>em animais. O condicionamento operante é mais complexo que o de Pavlov,</p><p>pois é determinado pelas consequências de uma ação, e não por um estímulo</p><p>precedente. Suas conclusões tiveram ampla aplicação em seres humanos na</p><p>educação programada e na terapia reflexológica.</p><p>Ciências contemporâneasFILOSOFIA CAPÍTULO 10</p><p>2o ano – 4o bimestre</p><p>Psicologia de tendência humanista</p><p>• A orientação dos adeptos da corrente humanista foi fortemente influenciada</p><p>pela fenomenologia, para a qual não há fatos objetivos, pois não</p><p>percebemos o mundo como um dado bruto, desprovido de significados.</p><p>O que cada um percebe é o mundo para ele, daí a importância do sentido.</p><p>• Influenciada pela fenomenologia, a Gestalt (psicologia da forma) teve como</p><p>principais representantes Wolfgang Köhler e Kurt Koffka. Os teóricos da</p><p>Gestalt estudaram a percepção e afirmaram que o objeto não é percebido</p><p>em suas partes, para depois ser organizado mentalmente, mas se apresenta</p><p>primeiro na totalidade.</p><p>• Foi desenvolvida também a Gestalt terapia, que teve Fritz Perls como</p><p>principal representante. Ela tem como finalidade recuperar no paciente o</p><p>seu sentido de totalidade.</p><p>Ciências contemporâneasFILOSOFIA CAPÍTULO 10</p><p>2o ano – 4o bimestre</p><p>• A psicanálise de Sigmund Freud foi muito marcante. Em razão de sua</p><p>formação médica, há elementos em suas primeiras obras que denotam</p><p>influências das tendências naturalistas na constituição da nova ciência,</p><p>sobretudo pela proximidade conceitual com a biologia e a fisiologia.</p><p>• Com a publicação de A interpretação dos sonhos, Freud se afasta da</p><p>tendência naturalista. O termo interpretação já configura o elemento</p><p>hermenêutico da psicanálise, centrada na busca do “sentido” do sonho.</p><p>Ciências contemporâneasFILOSOFIA CAPÍTULO 10</p><p>2o ano – 4o bimestre</p><p>Ciências cognitivas</p><p>• As ciências cognitivas tomaram impulso na década de 1950. Constituíram-</p><p>-se de modo multidisciplinar, com a participação da psicologia, linguística,</p><p>inteligência artificial e, posteriormente, da etologia, antropologia e</p><p>neurociências.</p><p>• As neurociências evoluíram</p><p>após a descoberta dos</p><p>fundamentos dos neurônios</p><p>e da dinâmica do sistema</p><p>nervoso. O avanço tecnológico</p><p>tornou possível conhecer</p><p>melhor o funcionamento</p><p>do cérebro.</p><p>A robô humanoide Aiko Chihira atua</p><p>como recepcionista em uma loja de</p><p>departamento em Tóquio (Japão).</p><p>Foto de 2015. Quais seriam os</p><p>limites da inteligência artificial?</p><p>C</p><p>H</p><p>R</p><p>IS</p><p>M</p><p>C</p><p>G</p><p>R</p><p>AT</p><p>H</p><p>/G</p><p>ET</p><p>TY</p><p>IM</p><p>A</p><p>G</p><p>ES</p><p>/A</p><p>FP</p>

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