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<p>NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 165</p><p>secretariaead@funec.br</p><p>GRADUAÇÃO</p><p>UNEC / EAD</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA</p><p>DISCIPLINA: Zootecnia II</p><p>ALIMENTOS USADOS NA NUTRIÇÃO ANIMAL</p><p>1. INTRODUÇÃO</p><p>Os alimentos podem ser definidos como qualquer substância orgânica ou mi-</p><p>neral ingerida pelos animais que irá fornecer nutrientes e outros elementos necessá-</p><p>rios à sua vida. Os alimentos podem ser classificados de diferentes formas. Em nutri-</p><p>ção animal, é comum classificá-los em volumosos e concentrados.</p><p>Os alimentos volumosos são aqueles que possuem alto teor de fibra na ma-</p><p>téria seca (acima de 50% de fibra em detergente neutro – FND) como observado nas</p><p>forragens verdes, silagem, menos, falhadas etc. Os alimentos concentrados são assim</p><p>chamados por serem ricos em energia (acima de 60% de nutrientes digeríveis totais</p><p>– NDT). Ainda, os alimentos concentrados podem ser classificados como concentra-</p><p>dos proteicos ou concentrados energéticos. Os alimentos concentrados são classifi-</p><p>cados como proteicos quando contém mais de 20% de proteína bruta na matéria seca.</p><p>Já os concentrados energéticos são aqueles que possuem menos de 20% de proteína</p><p>bruta na matéria seca. Outros alimentos que compõem as dietas dos animais e não</p><p>estão incluídos nas definições anteriores são os suplementos minerais, os suplemen-</p><p>tos vitamínicos, os aminoácidos sintéticos etc.</p><p>A alimentação dos animais é influenciada pelo sistema de cria-</p><p>ção. Os animais criados livres, com acesso a pastagens ou em sistemas</p><p>extensivos coletam o seu próprio alimento e podem ou não receber ali-</p><p>mentação suplementar em cochos ou comedouros. Já os animais esta-</p><p>bulados, confinados ou criados em galpões, recebem todo o alimento</p><p>diretamente no cocho.</p><p>Nesse sentido, é importante observar que as pastagens alteram a sua com-</p><p>posição e valor nutritivo com avançar da maturidade da planta, culminando na neces-</p><p>sidade constante de avaliação desse material para maximizar a utilização desse tipo</p><p>de alimento. Na criação de animais ruminantes, a maximização do uso de alimentos</p><p>volumosos reduz a necessidade da suplementação com alimentos concentrados pro-</p><p>porcionando redução com os custos de alimentação, uma vez que a pastagem repre-</p><p>senta o alimento mais barato.</p><p>AULA 12</p><p>mailto:secretariaead@funec.br</p><p>NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 166</p><p>secretariaead@funec.br</p><p>GRADUAÇÃO</p><p>UNEC / EAD</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA</p><p>DISCIPLINA: Zootecnia II</p><p>2. OS ALIMENTOS</p><p>Uma infinidade de alimentos de diferentes origens, tipos e composições é uti-</p><p>lizada na alimentação dos animais de produção alguns deles serão apresentados</p><p>nesta seção evidenciando os de uso mais frequente em sistemas de produção com</p><p>animais ruminantes e não ruminantes.</p><p>2.1 Milho</p><p>O milho é o grão de cereal mais amplamente utilizado na alimentação de ani-</p><p>mais ruminantes e não ruminantes. É pobre em proteína, mais rico em energia, e sua</p><p>planta pode ser utilizada de várias formas na alimentação animal.</p><p>Não somente na forma de grãos, o milho também é encontrado na forma de</p><p>silagem e desintegrado como falha e sabugo. O uso da silagem de milho é bastante</p><p>comum na alimentação de animais ruminantes assim como o milho desintegrado com</p><p>palha e sabugo (MDPS).</p><p>Os grãos de milho inteiros ou moídos constituem a base das misturas de ração</p><p>para os animais de produção. O milho em grãos pode ser fornecido para todas as</p><p>espécies de animais ruminantes, como também para suínos e aves, podendo Compor</p><p>Inclusive a maior parte da ração.</p><p>2.2 Sorgo</p><p>O sorgo é um cereal bastante utilizado na alimen-</p><p>tação animal. Existem muitas variedades de sorgo culti-</p><p>vadas para produção de forragem ou de grãos para ali-</p><p>mentação animal. Pode ser fornecido como forragem, co-</p><p>lhido para produção de silagem ou grãos.</p><p>De uma maneira geral, a selagem de sorgo re-</p><p>presenta menor valor nutritivo quando comparada a sila-</p><p>gem de milho. O grão de sorgo pode substituir o milho em</p><p>até 100% em dietas para ruminantes e suínos, e pode ser</p><p>Figura 16 – Grãos de sorgo.</p><p>Fonte: Pessoa, 2014.</p><p>mailto:secretariaead@funec.br</p><p>NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 167</p><p>secretariaead@funec.br</p><p>GRADUAÇÃO</p><p>UNEC / EAD</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA</p><p>DISCIPLINA: Zootecnia II</p><p>parcialmente utilizado em dietas para frangos de corte e de postura substituindo até</p><p>50% do Milho da ração.</p><p>2.3 Trigo</p><p>O trigo é um cereal bastante consumido no Brasil, porém pouco produzido,</p><p>sendo grande volume de importação desse produto, tornando o seu custo bastante</p><p>elevado. Assim, na alimentação animal, se destaca apenas a sua utilização na forma</p><p>de subprodutos da indústria moageira (farelo, farelinho).</p><p>O farelo de trigo é bastante utilizado na alimentação de animais ruminantes e</p><p>não ruminantes. Tanto para os suínos como para as aves, o farelo de trigo é utilizado</p><p>na ração sem restrição. Na alimentação de animais ruminantes, o uso do farelo de</p><p>trigo é bastante comum, podendo substituir boa parte do milho da dieta.</p><p>2.4 Algodão</p><p>A planta do algodão é produtora de proteína de alta qualidade, que pode ser</p><p>utilizada na alimentação animal. O caroço de algodão é a matéria-prima para extração</p><p>do óleo, e possui presença marcante na alimentação</p><p>animal. Dentre os subprodutos do algodão resultantes</p><p>da extração do óleo, destaca-se a casca, o farelo de al-</p><p>godão e a torta de algodão, todos eles fontes de proteína</p><p>de boa qualidade.</p><p>O caroço de algodão com ou sem limite consti-</p><p>tui-se numa excelente fonte de proteína rico em FDN e</p><p>(fibra de detergente neutro ativa), possui altos teores de</p><p>estrada etéreo, sendo, portanto, rico em energia, além</p><p>de rico em proteína.</p><p>O farelo de algodão é o subproduto resultante da extração do óleo. A torta de</p><p>algodão, obtida após a prensagem, varia de acordo com seu teor de óleo, podendo</p><p>ser gorda (5% de óleo residual), com menor teor proteico, e magra (menos de 2% de</p><p>óleo residual), com maior teor de proteína.</p><p>Figura 17 – Caroço de algodão.</p><p>Fonte: Pessoa, 2014.</p><p>mailto:secretariaead@funec.br</p><p>NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 168</p><p>secretariaead@funec.br</p><p>GRADUAÇÃO</p><p>UNEC / EAD</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA</p><p>DISCIPLINA: Zootecnia II</p><p>2.5 Arroz</p><p>O grão de arroz e os subprodutos da sua industrialização apresentam poten-</p><p>cial para utilização na alimentação animal. O grão de arroz tem sido utilizado com</p><p>maior frequência na alimentação de suínos e aves. O farelo de arroz, sob produto</p><p>resultante do processo de polimento do grão de arroz, é utilizado com maior frequên-</p><p>cia na utilização para alimentação de animais ruminantes. Já o farelo de arroz desen-</p><p>gordurado resulta da extração do óleo do farelo de arroz integral.</p><p>2.6 Soja</p><p>Os grãos de soja, entre todas as oleaginosas ricas em óleo e proteína bruta,</p><p>são os mais utilizados na alimentação animal.</p><p>O Brasil está entre os maiores produtores e exportadores de soja do mundo.</p><p>A soja, assim como trigo e o milho, também é uma commodity. Em função da sua</p><p>composição em aminoácidos, é considerada o suplemento vegetal disponível mais</p><p>adequado para alimentação animal. A cadeia de produção da soja está intimamente</p><p>ligada a cadeia produtiva de aves e suínos</p><p>O farelo de soja é o produto resultante da extração do óleo dos grãos de soja.</p><p>O farelo de soja pode conter diferentes níveis de adição de casca de soja, o que de-</p><p>termina o seu teor proteico. É considerado o melhor suplemento proteico na formula-</p><p>ção de dietas para animais ruminantes.</p><p>A casca da soja também é bastante utilizada na alimentação dos animais ru-</p><p>minantes. Conteúdo razoável de proteína, é rica em fibra de alta efetividade.</p><p>2.7 Amendoim</p><p>O amendoim é uma planta da família das luminosas cultivada principalmente</p><p>para obtenção de sua semente, que é rica em óleo. A torta de amendoim oriunda da</p><p>prensagem do grão para extração do óleo, apresenta alto teor proteico e excelente</p><p>digestibilidade. O farelo de amendoim, obtido após a moagem da torta, apresenta sa-</p><p>bor e aroma bastante agradáveis aos animais. O farelo de amendoim, rico em nitro-</p><p>gênio e nutrientes digestíveis totais (NDT), é bastante utilizado na pecuária leiteira.</p><p>mailto:secretariaead@funec.br</p><p>NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 169</p><p>secretariaead@funec.br</p><p>GRADUAÇÃO</p><p>UNEC / EAD</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA</p><p>DISCIPLINA: Zootecnia II</p><p>2.8 Girassol</p><p>O girassol pode ser utilizado na alimentação animal na forma de grãos, farelo</p><p>ou silagem. Os grãos de girassol são ricos em óleo, e o óleo de girassol é bastante</p><p>apreciado para alimentação humana. A silagem de girassol apresenta teor proteico</p><p>superior ao da silagem de milho. O farelo de girassol é rico em proteína, com teores</p><p>variáveis conforme o processo adotado para extração do óleo.</p><p>2.9 Mandioca</p><p>O Brasil é o segundo maior produtor de mandioca do mundo. A mandioca é</p><p>cultivada em todas as regiões do país e é bastante utilizada na alimentação humana</p><p>e animal. Apresenta elevado teor energético na raiz e alto teor proteico na parte aérea</p><p>da planta. A parte aérea da planta da mandioca pode ser utilizada in natura após pré-</p><p>murchamento por um período mínimo de 24 horas, na forma de feno ou na forma de</p><p>silagem. Todas as espécies domésticas podem se alimentar da parte aérea da man-</p><p>dioca.</p><p>As raízes podem ser trituradas ou picadas</p><p>e fornecidas aos animais. São bastante ricas em</p><p>energia.</p><p>Outro subproduto da mandioca que vem</p><p>sendo bastante estudado e apresenta potencial</p><p>para uso na alimentação de animais ruminantes</p><p>e não ruminantes é a manipueira. A manipueira é</p><p>o líquido extraído da mandioca quando ela é</p><p>prensada no processo de fabricação da farinha.</p><p>2.10 Mamona</p><p>Os subprodutos da industrialização da mamona apresentam um potencial</p><p>para utilização na nutrição animal. Com a intensificação da exploração do biodiesel</p><p>no Brasil, ganhou maior impulso a utilização de sementes de oleaginosas para produ-</p><p>ção do combustível, com destaque para sementes da mamona.</p><p>Fonte: Pessoa, 2014.</p><p>Figura 18 – Parte aérea da mandioca.</p><p>mailto:secretariaead@funec.br</p><p>NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 170</p><p>secretariaead@funec.br</p><p>GRADUAÇÃO</p><p>UNEC / EAD</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA</p><p>DISCIPLINA: Zootecnia II</p><p>Entre os subprodutos da mamona utilizados na alimentação animal estão a</p><p>torta e o farelo. A torta de mamona pode ser utilizada na alimentação de animais ru-</p><p>minantes e não ruminantes, apresentando elevado teor de proteína. O farelo de ma-</p><p>mona é o resíduo originado da extração do óleo de mamona por meio de solvente, e</p><p>pode substituir fontes tradicionais de proteína na alimentação dos animais de produ-</p><p>ção.</p><p>2.11 Polpa cítrica</p><p>A polpa cítrica é um subproduto da indústria de cítricos composto basicamente</p><p>por cascas, sementes e bagaço de laranja após a extração do suco. É bastante utili-</p><p>zada na alimentação de bovinos nos Estados Unidos, e seu uso tem se tornado fre-</p><p>quente na alimentação de animais ruminantes no Brasil. A polpa também pode ser</p><p>fornecida aos animais na forma peletizada.</p><p>A bomba cítrica representa um importante suplemento energético, que pode</p><p>ser utilizado, principalmente, na alimentação de animais ruminantes.</p><p>Assim como os outros alimentos, é importante atentar para o</p><p>preço da polpa cítrica.</p><p>2.12 Melaço</p><p>O melaço é um subproduto da industrialização da cana-de-açúcar, utilizado</p><p>na alimentação humana e na alimentação animal. Além de rico em energia, o melaço</p><p>funciona também como elemento paletabilizante na constituição das rações. Na ali-</p><p>mentação de bezerros leiteiros, tem sido recomendada utilização do melaço como</p><p>constituinte do concentrado, visando o estímulo ao consumo, durante o processo de</p><p>transição da alimentação líquida para alimentação sólida e posterior desmame.</p><p>O melaço pode ser fornecido aos animais na forma líquida ou em pó em dietas</p><p>para animais ruminantes e não ruminantes.</p><p>2.13 Subprodutos de origem animal</p><p>mailto:secretariaead@funec.br</p><p>NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 171</p><p>secretariaead@funec.br</p><p>GRADUAÇÃO</p><p>UNEC / EAD</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA</p><p>DISCIPLINA: Zootecnia II</p><p>Como subprodutos de origem animal podem se conceituar todas as partes ou</p><p>derivados oriundos de animais, não destinados à alimentação humana. Como exem-</p><p>plos de subprodutos de origem animal tem-se a farinha de carne, farinha de carne e</p><p>de ossos, a farinha de sangue e a farinha de peixe.</p><p>As farinhas de carne, de carne e ossos e de sangue oriundas do abate de</p><p>animais ruminantes não podem ser utilizadas na dieta de animais</p><p>ruminantes. Esta proibição está associada a ocorrência de doenças</p><p>como o mal da vaca louca (encefalopatia espongiforme bovina), que</p><p>dizimou grandes rebanhos na Europa e, acredita-se, estaria associado ao consumo</p><p>de partes de animais por eles mesmos.</p><p>No entanto, esses subprodutos têm sido utilizados na alimentação de animais</p><p>não ruminantes, como as aves e os suínos.</p><p>2.14 Ureia</p><p>A ureia é o composto do nitrogênio não proteico mais utilizado na alimentação</p><p>animal. Os animais ruminantes são capazes de converter o NNP da dieta em proteína</p><p>verdadeira. Os microrganismos ruminais, por meio do processo de fermentação, irão</p><p>promover a conversão do nitrogênio não proteico da dieta em amônia, e, no passo</p><p>seguinte, a amônia é produzida será convertida em compostos nitrogenados dos mi-</p><p>crorganismos, entre eles a proteína verdadeira microbiana.</p><p>A ureia comercial é produzida a partir do pe-</p><p>tróleo. Também é comercializada na forma de ureia</p><p>protegida, ou de liberação lenta, que, como o próprio</p><p>nome sugere, libera o nitrogênio mais lentamente. In-</p><p>dependentemente da forma utilizada, é importante</p><p>atentar para a necessidade de adaptação dos ani-</p><p>mais a utilização da ureia. Assim, ela deve ser</p><p>fornecida de forma gradativa até o nível que se deseja (um terço na primeira semana,</p><p>dois textos na segunda semana e 100% na terceira semana). O consumo inadequado</p><p>ou excessivo pode ocasionar intoxicação nos animais, podendo levar a morte.</p><p>Fonte: Pessoa, 2014.</p><p>Figura 19 – Ureia comercial.</p><p>mailto:secretariaead@funec.br</p><p>NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 172</p><p>secretariaead@funec.br</p><p>GRADUAÇÃO</p><p>UNEC / EAD</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA</p><p>DISCIPLINA: Zootecnia II</p><p>3. ADITIVOS ÀS RAÇÕES ANIMAIS</p><p>Os aditivos presentes nos alimentos podem ser classificados, quando a sua</p><p>origem, em naturais e artificiais. Os naturais são os obtidos diretamente do alimento,</p><p>por exemplo, a lecitina de milho. Os adjetivos artificiais são aqueles produzidos pelo</p><p>homem. Quanto à sua ocorrência, os aditivos podem ser divididos em intencionais e</p><p>incidentais. Os intencionais são aqueles adicionados ao alimento ou a ração proposi-</p><p>talmente. Os incidentais são os que aparecem nos alimentos acidentalmente, como</p><p>os resíduos de agrotóxicos nos vegetais, os resíduos de medicamentos nos animais</p><p>contaminação proveniente do processo do material, substâncias presentes nas em-</p><p>balagens etc.</p><p>Os aditivos intencionalmente adicionados aos alimentos podem ser classifica-</p><p>dos de acordo com as suas funções. São substâncias não nutritivas, portanto seu uso</p><p>tem por objetivo conservar ou modificar as propriedades químicas e físicas dos ali-</p><p>mentos, medicaram os animais, ou ainda intensificar o processo produtivo, sem cau-</p><p>sar prejuízo ao valor nutricional da dieta, por exemplo, os promotores de crescimento</p><p>e produção, os aditivos medicamentosos, entre outros.</p><p>3.1 Promotores de crescimento e produção</p><p>Os adjetivos promotores de crescimento e produção estudados aqui serão os</p><p>antibióticos, probióticos, ácidos orgânicos, enzimas, hormônios e anabolizantes, arse-</p><p>nicais, nitrofuranos, ionóforos, agonistas beta-adrenérgicos e própolis.</p><p>3.1.1 Antibióticos</p><p>Os antibióticos são drogas não nutrientes que possuem efeito secundário so-</p><p>bre a nutrição dos animais. Exercem ação estimuladora sobre o crescimento dos ani-</p><p>mais, atuando diretamente no metabolismo. Podem estimular o crescimento de micro-</p><p>organismos que sintetizam aminoácidos ou vitaminas, beneficiando um animal hospe-</p><p>deiro. Podem promover o aumento na disponibilidade de nutrientes pela formação de</p><p>quelatos (maximizam a absorção). Podem agir contribuindo para a redução de micror-</p><p>ganismos que competem com animal por nutrientes ou ainda melhorar a capacidade</p><p>mailto:secretariaead@funec.br</p><p>NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 173</p><p>secretariaead@funec.br</p><p>GRADUAÇÃO</p><p>UNEC / EAD</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA</p><p>DISCIPLINA: Zootecnia II</p><p>de absorção do trato digestório dos animais. Os antibióticos eliminam organismos pa-</p><p>togênicos que podem reduzir o ritmo de crescimento dos animais.</p><p>São utilizados nas rações de animais ruminantes e não ruminantes. Como</p><p>exemplos de antibióticos promotores de crescimento e produção tem-se: avopacina,</p><p>bacitracina de zinco, Colistina sulfato, espiramicina flavomicina, lincomicina, exitetra-</p><p>ciclina, etc.</p><p>3.1.2 Probióticos</p><p>Os probióticos são organismos e substâncias de origem bacteriana que con-</p><p>tribuem para o equilíbrio da flora intestinal. São capazes de estabelecer ou colonizar</p><p>o trato digestório, mantendo ou alterando a flora natural, melhorando a utilização dos</p><p>alimentos. Nessa categoria estão agrupados os grupos aeróbicos tais como Bacillus</p><p>cereus e Bacillus coagulans; os anaeróbicos como Clostridium butyricum; os produto-</p><p>res de ácido lático como Bifidobacterium thermophitum, Lactobacillus acidophilos e</p><p>Enterococcus faecalis; e as leveduras como Streptococcus sp., Lactobacillus sp. e</p><p>Bacillus sp.</p><p>3.1.3 Ácidos orgânicos</p><p>São utilizados com o objetivo de prolongar o período de armazenamento de</p><p>cereais escolhidos com alto teor de umidade. São ácidos fracos e os mais comuns</p><p>são os ácidos propiônico, cítrico e fumário. A adição desses ácidos a dieta promove</p><p>melhorias bastante consistentes no desempenho de aves e suínos.</p><p>3.1.4 Enzimas</p><p>Muitas enzimas têm sido utilizadas na alimentação de aves e suínos. As es-</p><p>pécies de não ruminantes não produzem enzimas digestivas capazes de desdobrar</p><p>alguns componentes presentes em alimentos de origem vegetal. Proteínazes, carboi-</p><p>dratases e lipases são então adicionadas as dietas com o objetivo de auxiliar na di-</p><p>gestão desses materiais.</p><p>mailto:secretariaead@funec.br</p><p>NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 174</p><p>secretariaead@funec.br</p><p>GRADUAÇÃO</p><p>UNEC / EAD</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA</p><p>DISCIPLINA: Zootecnia II</p><p>3.1.5 Hormônios e anabolizantes</p><p>Os hormônios podem atuar estimulando o crescimento dos animais e sua pro-</p><p>dução. Apresentam respostas no que diz respeito ao ganho de peso e a produção de</p><p>leite em animais ruminantes, além de produção de lã. Produzem aumento de produção</p><p>Com redução na deposição de tecido adiposo, melhorando a conversão e a eficiência</p><p>alimentar. Alguns estudos fazem referência a melhoria da maciez da carne sem alterar</p><p>as características organolépticas. Os mais comumente utilizados são os hormônios</p><p>tireoidianos e os estrógenos, além do sintéticos hexoestrol, progesterona e zeranol</p><p>(anabolizante proteico).</p><p>No Brasil é proibido a utilização de hormônios na alimentação animal.</p><p>3.1.6 Arsenicais</p><p>São utilizados com o objetivo de melhorar o bem-estar geral e aparência dos</p><p>animais, além de estimular o crescimento. Melhoram a conversão alimentar e funcio-</p><p>nam na prevenção de diarreias. São bastante efetivos quando os animais estão sob</p><p>estresse ou expostos a condições patológicas.</p><p>3.1.7 Nitrofuranos</p><p>São compostos sintéticos antimicrobianos, agindo como inibidores no meta-</p><p>bolismo enzimático da célula bacteriana. Também sobre fungos e protozoários.</p><p>3.1. 8 Ionóforos</p><p>São antibióticos utilizados como cóccidiostáticos nas aves. Porém, em rumi-</p><p>nantes funcionam como promotores do crescimento. Os produtos inóforos mais co-</p><p>muns são: salinomicida, monensina, lasolacida, maduramicina e narasina.</p><p>3.1.9 Agonistas beta-adrenérgicos</p><p>mailto:secretariaead@funec.br</p><p>NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 175</p><p>secretariaead@funec.br</p><p>GRADUAÇÃO</p><p>UNEC / EAD</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA</p><p>DISCIPLINA: Zootecnia II</p><p>São agentes que dirigem a síntese de proteínas e a produção de energia no</p><p>organismo animal, por exemplo o cimaterol e o clembuterol.</p><p>3.1.10 Própolis</p><p>O própolis tem sido identificado como portador de princípios capazes de pro-</p><p>mover o crescimento, além de ser envolvido em atividades antibióticas, antifúngicas,</p><p>coccidostáticas e antioxidantes.</p><p>3.1.11 Aditivos medicamentosos</p><p>Ação animal pode servir de veículo para administração de drogas que irão agir</p><p>contra agentes patogênicos. Esses aditivos podem ser profiláticos (previnem doenças)</p><p>ou terapêuticos (utilizados no tratamento de doenças). Entre os profiláticos podem ser</p><p>citados: bacitracina de zinco, espiracina promoato, Neomicina, oxitetraciclina, tilosina,</p><p>anprólio, arprinocida, buquinolato, lasolacida, nicarbazina, salinomicina, carbox, dime-</p><p>trizol, furazolidona, romidazol, propileno glicol, reserpina etc. Entre os terapêuticos,</p><p>citam-se: bacitracina, espiramicina pomoato, Neomicina, dimetridasol, oxibendazol,</p><p>romidazol etc.</p><p>3.2 Outros aditivos</p><p>Outros aditivos que podem ser adicionados à ração dos animais de produção</p><p>são os antioxidantes, bastante importantes no que diz respeito à manutenção da pa-</p><p>latabilidade da ração, além de serem eficazes na cura e profilaxia de doenças os an-</p><p>tifúngicos também são adicionados visando reduzir a produção de micotoxinas du-</p><p>rante a estocagem do alimento por período prolongado os aditivos pigmentantes pro-</p><p>movem a pigmentação das canelas, pele e bico de frangos de corte e gemas de ovos.</p><p>Os aditivos flavorizantes são utilizados visando mascaradores desagradáveis de cer-</p><p>tos alimentos. Os aditivos corantes são adicionados visando estimular o consumo,</p><p>principalmente nas aves.</p><p>mailto:secretariaead@funec.br</p><p>NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 176</p><p>secretariaead@funec.br</p><p>GRADUAÇÃO</p><p>UNEC / EAD</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA</p><p>DISCIPLINA: Zootecnia II</p><p>4. FATORES ANTINUTRICIONAIS PRESENTES NOS ALIMENTOS</p><p>Fator antinutricional pode ser definido como substâncias que apresentam o</p><p>potencial de reduzir a utilização dos nutrientes presentes no alimento ou o consumo</p><p>de alimentos pelos animais de produção. São compostos ou classes de compostos</p><p>presentes numa extensa variedade de alimentos de origem vegetal, que, quando con-</p><p>sumidos, reduzem o valor nutritivo desses alimentos.</p><p>A quase totalidade das fontes de proteína de origem vegetal possuem fatores</p><p>antinutricionais. Esses fatores devem ser eliminados dos alimentos</p><p>para que os animais possam consumi-los sem o risco de toxicidade</p><p>E aproveitando ao máximo os nutrientes presentes nos alimentos.</p><p>Existem diferentes processos e técnicas que podem ser utilizados</p><p>para tornar o alimento livre do fator antinutricional.</p><p>Soja</p><p>A soja, sendo uma leguminosa rica em proteínas, é amplamente utilizada na</p><p>alimentação animal, principalmente na forma de grãos e farelo de soja nas rações</p><p>avícolas. Contudo, sua utilização é desafiada pela presença de fatores antinutricionais</p><p>como inibidores de enzimas proteolíticas, lectinas, proteínas alergênicas e saponinas,</p><p>que podem afetar adversamente a digestibilidade e a absorção de nutrientes, alterar</p><p>a morfologia intestinal e inibir a ação de enzimas digestivas. Devido a esses fatores,</p><p>o uso da soja em dietas para animais não ruminantes exige processamento térmico</p><p>para inativar esses componentes sem comprometer a qualidade proteica.</p><p>Métodos como tostagem e extrusão, junto com um rigoroso controle de quali-</p><p>dade, são empregados para assegurar a eliminação efetiva desses fatores antinutrici-</p><p>onais. Em ruminantes, os efeitos adversos da soja crua são minimizados pela rumina-</p><p>ção, porém, pré-ruminantes são afetados de forma semelhante aos não ruminantes.</p><p>O processamento térmico, incluindo autoclavagem e tostagem, é fundamental para</p><p>reduzir os inibidores proteolíticos, com a avaliação do pH servindo como indicativo da</p><p>eficácia na eliminação de tóxicos, especialmente relevante para o farelo de soja, onde</p><p>o processo industrial de extração do óleo também contribui para a redução da ativi-</p><p>dade ureática.</p><p>mailto:secretariaead@funec.br</p><p>NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 177</p><p>secretariaead@funec.br</p><p>GRADUAÇÃO</p><p>UNEC / EAD</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA</p><p>DISCIPLINA: Zootecnia II</p><p>Algodão</p><p>O farelo de algodão é um importante insumo proteico na alimentação animal,</p><p>sendo o terceiro mais produzido globalmente. Contudo, a presença de gossipol, um</p><p>pigmento tóxico produzido pela planta de algodão, limita seu uso. As sementes de</p><p>algodão contêm até 15 tipos diferentes de gossipol, cuja concentração nos derivados</p><p>depende do método e eficiência da extração de óleo.</p><p>O gossipol apresenta alta toxicidade para animais não ruminantes e, embora</p><p>os ruminantes possam tolerar níveis mais elevados, altas concentrações também são</p><p>prejudiciais para eles. Isso se deve ao fato de o gossipol não ser metabolizado pelos</p><p>microrganismos do rúmen, exigindo cuidado na inclusão desse componente nas die-</p><p>tas.</p><p>Durante a produção da torta de algodão, a maior parte do gossipol é eliminada</p><p>no processo de cozimento, mas resíduos ainda podem persistir em formas livres e</p><p>conjugadas. A peletização, que utiliza calor úmido, pode diminuir o risco de toxicidade</p><p>do gossipol ao alterar suas propriedades. Contudo, essa técnica pode também reduzir</p><p>o valor nutricional do farelo de algodão devido à modificação das proteínas.</p><p>Sorgo</p><p>O sorgo contém taninos, um tipo de polifenol que atua como antinutriente,</p><p>interferindo na digestibilidade de proteínas, carboidratos e na disponibilidade de mi-</p><p>nerais em animais de produção, especialmente nos não ruminantes. Esses compostos</p><p>têm a capacidade de precipitar proteínas e podem causar danos ao trato digestivo ou</p><p>ter efeitos tóxicos devido à sua resistência à hidrólise e à inibição de enzimas digesti-</p><p>vas. O tanino do sorgo, sendo condensado, não é geralmente absorvido pelo orga-</p><p>nismo, limitando seu efeito ao sistema digestório. Para mitigar os efeitos antinutricio-</p><p>nais dos taninos, técnicas como o tratamento térmico, mecânico, químico e a peleti-</p><p>zação têm sido empregadas, visando reduzir sua ação tóxica e melhorar a qualidade</p><p>do sorgo como alimento para animais.</p><p>Amendoim</p><p>O farelo e a torta de amendoim apresentam-se sujeitos a contaminação por</p><p>fungos, os quais produzem micotoxinas que irão afetar o desempenho dos animais. O</p><p>mailto:secretariaead@funec.br</p><p>NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 178</p><p>secretariaead@funec.br</p><p>GRADUAÇÃO</p><p>UNEC / EAD</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA</p><p>DISCIPLINA: Zootecnia II</p><p>fungo Aspergillus flavus é o principal responsável pelo mofo observado nos subpro-</p><p>dutos do amendoim, e, quando o amendoim é colhido em época seca, a intensidade</p><p>de contaminação torna-se bastante reduzida.</p><p>O fungo Aspergillus flavus é responsável pela produção da aflatoxina, toxina</p><p>que induz os animais a distúrbios variados e promove redução no desempenho de</p><p>animais ruminantes e não ruminantes.</p><p>Embora a aflatoxina possa estar presente em vários ali-</p><p>mentos, os subprodutos do amendoim são mais afetados por se-</p><p>rem estes excelentes substratos para o fungo Aspergillus.</p><p>Assim, os níveis de aflatoxina nos subprodutos do amendoim devem ser cons-</p><p>tantemente avaliados, estando dentro da faixa suportável para a espécie explorada.</p><p>Mandioca</p><p>No que diz respeito à planta da mandioca e seus subprodutos, tem sido ob-</p><p>servada a presença do ácido cianídrico como fator antinutricional. Os animais podem</p><p>ir a óbito ou apresentar efeitos neurológicos graves quando grande quantidade desse</p><p>composto se encontra presente na dieta.</p><p>A pré-secagem da mandioca, parte aérea ou raiz, por um período mínimo de</p><p>24 horas antes do fornecimento aos animais, tem sido recomendada com o objetivo</p><p>de eliminar o ácido cianídrico.</p><p>Mamona</p><p>A ricina é a mais potente toxina presente na mamona, e pode causar envene-</p><p>namento nos animais. Dessa forma, faz-se necessária a destoxificação dos subpro-</p><p>dutos dessa oleaginosa para torná-los aptos à utilização na alimentação animal. Mé-</p><p>todos adequados para destoxificação dos subprodutos da mamona em larga escala</p><p>devem ser desenvolvidos visando a maximização do uso dessa potencial fonte de</p><p>nutrientes em dietas para animais ruminantes e não ruminantes.</p><p>5. COMPOSIÇÃO DOS ALIMENTOS</p><p>mailto:secretariaead@funec.br</p><p>NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 179</p><p>secretariaead@funec.br</p><p>GRADUAÇÃO</p><p>UNEC / EAD</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA</p><p>DISCIPLINA: Zootecnia II</p><p>Na tabela 19 encontram-se apresentados os teores de matéria seca, proteína</p><p>bruta, nutrientes digestíveis totais (NDT), e fósforo dos alimentos citados anterior-</p><p>mente.</p><p>Tabela 19 – Teores de matéria seca e nutrientes.</p><p>Fonte: Adaptado de Valadares Filho et al., 2006 citado por Pessoa, 2014.</p><p>1 na matéria natural; 2 na matéria seca.</p><p>6. PLANTAS FORRAGEIRAS E PASTAGENS</p><p>O Brasil detém cerca de 180 milhões de hectares de pastagens, constituindo</p><p>a forragem uma fonte econômica fundamental de nutrientes para a pecuária. Contudo,</p><p>a eficiência na produção e utilização dessas pastagens frequentemente é limitada pelo</p><p>desconhecimento sobre a fisiologia das plantas forrageiras, sua composição nutricio-</p><p>nal e o manejo adequado das pastagens.</p><p>mailto:secretariaead@funec.br</p><p>NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 180</p><p>secretariaead@funec.br</p><p>GRADUAÇÃO</p><p>UNEC / EAD</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA</p><p>DISCIPLINA: Zootecnia II</p><p>Pastagens, delimitadas e geridas individualmente, são compostas por plantas</p><p>forrageiras aptas à alimentação animal, disponíveis tanto para pastejo direto quanto</p><p>para corte e fornecimento em cochos. A forragem, essencial para a dieta animal, pode</p><p>ser oferecida fresca ou conservada como feno ou silagem, dependendo das necessi-</p><p>dades. A escolha da espécie forrageira deve considerar não apenas a produtividade,</p><p>mas também a adaptação ao clima, valor nutricional, persistência e resistência a pra-</p><p>gas e doenças.</p><p>O valor nutricional da forragem é influenciado pela idade da planta no mo-</p><p>mento da colheita e pelas práticas de manejo, incluindo corte, pastejo e fertilização. A</p><p>adequada seleção de espécies forrageiras, alinhada às condições edafoclimáticas lo-</p><p>cais, é fundamental para maximizar a produção de forragem e, por extensão, o de-</p><p>sempenho pecuário.</p><p>7. A ESCOLHA DA ESPÉCIE FORRAGEIRA</p><p>A escolha adequada da espécie forrageira constitui um dos principais fatores</p><p>determinantes do sucesso na implantação e manutenção</p><p>de passagem.</p><p>O potencial de adaptação dos cultivares às diferentes condições</p><p>edafoclimáticas será determinante para o planejamento do sistema de</p><p>produção.</p><p>Dentre as gramíneas de clima tropical que se consolidaram como alternativas</p><p>forrageiras efetivamente utilizadas no Brasil destacam-se as do gênero Brachiaria,</p><p>Pennisetum, Panicum e Cynodon.</p><p>Quanto as leguminosas as espécies que apresentam maior potencial de uso</p><p>são Arachis pintoi, Stylosantes guianensis, Desmodium ovalifolium, Pueraria phaseo-</p><p>loides e Calopogonio muconoides. Entre as leguminosas e as arbóreas ou arbustivas</p><p>merecem destaque Leucaena leucocephala, Cajanus cajans e Gliricidia serpium.</p><p>Dentre as capitas forrageiras podem destacar as dos gêneros Oputia e Nopa-</p><p>lea, bastante utilizadas na alimentação animal no semiárido brasileiro.</p><p>7.1 Gramíneas forrageiras</p><p>mailto:secretariaead@funec.br</p><p>NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 181</p><p>secretariaead@funec.br</p><p>GRADUAÇÃO</p><p>UNEC / EAD</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA</p><p>DISCIPLINA: Zootecnia II</p><p>As gramíneas compõem uma vasta família de angiospermas (plantas com flo-</p><p>res fruto), tecnicamente designada Poaceae (ou Gramineae), de distribuição cosmo-</p><p>polita. A diversidade de espécies que pertencem a esse grupo é enorme, distribuindo-</p><p>se por cerca de 650 gêneros. As gramíneas forrageiras representam uma alternativa</p><p>bastante viável na alimentação animal, em virtude de seu Alto potencial de produção</p><p>e, relativamente, baixo custo. No entanto, a implantação de alguns conceitos associ-</p><p>ados ao manejo será determinante para garantir um produto de alto valor nutricional</p><p>e máximo animal.</p><p>7.2 Cana-de-açúcar</p><p>Cultivada no Brasil há quatro séculos, inicialmente no Nordeste, a cana-de-</p><p>açúcar espalhou-se por quase todos os estados impulsionada pela demanda por bio-</p><p>combustíveis. Esta gramínea perene é conhecida pela sua alta produtividade de ma-</p><p>téria seca por hectare e capacidade de preservar energia durante a estação seca,</p><p>necessitando de replantio apenas a cada quatro ou cinco anos.</p><p>A cana-de-açúcar, com baixos níveis de proteína bruta e altos níveis de car-</p><p>boidratos solúveis, não é recomendada como única fonte alimentar para animais, exi-</p><p>gindo uma dieta complementar para balanceamento nutricional. Em condições ideais,</p><p>pode produzir até 120 toneladas de matéria seca por hectare por corte. A colheita, que</p><p>pode ser manual ou mecânica, é idealmente realizada no período de maturação, du-</p><p>rante a seca, para maximizar o teor de açúcar.</p><p>Apesar de seu alto teor de açúcar, a cana-de-açúcar tem limitações nutricio-</p><p>nais devido ao baixo teor de proteína e digestibilidade, frequentemente sendo com-</p><p>plementada com suplementos para enriquecer a dieta. A ureia é comumente adicio-</p><p>nada em dietas à base de cana para ruminantes, melhorando a síntese proteica e o</p><p>aproveitamento dos nutrientes. Tratamentos como a hidrólise podem aumentar a di-</p><p>gestibilidade da cana. Além disso, a cana pode ser ensilada para aproveitar exceden-</p><p>tes, embora a adição de ureia e milho seja necessária para otimizar o consumo animal.</p><p>O bagaço de cana, subproduto da indústria açucareira, possui baixo valor nutricional</p><p>e digestibilidade.</p><p>7.3 Leguminosas forrageiras</p><p>mailto:secretariaead@funec.br</p><p>NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 182</p><p>secretariaead@funec.br</p><p>GRADUAÇÃO</p><p>UNEC / EAD</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA</p><p>DISCIPLINA: Zootecnia II</p><p>As leguminosas podem ser utilizadas em consórcio com forrageiras, como</p><p>banco de proteína, ou cortadas e oferecidas diretamente no cocho dos animais o uso</p><p>das leguminosas na alimentação animal é bastante antigo. Os romanos faziam Apo-</p><p>logia do seu uso reconhecendo o valor das leguminosas como melhoradoras da ferti-</p><p>lidade do solo e do desempenho dos animais</p><p>A utilização de leguminosas adaptadas ao clima tropical contribui para mini-</p><p>mizar os efeitos da Baixa disponibilidade de nutriente no solo e os baixos teores de</p><p>proteína bruta na dieta dos animais o cultivo de leguminosas permite a economia dos</p><p>gastos com adubação nitrogenada, melhorando a qualidade do pasto, resultando em</p><p>superior desempenho animal. Permite ainda recuperação de áreas de passagens de-</p><p>gradadas e maior cobertura e proteção do solo.</p><p>7.4 Cactáceas forrageiras</p><p>As cactáceas, com destaque para a palma forrageira, são plantas altamente</p><p>adaptadas ao semiárido, servindo como fonte alimentar para animais, especialmente</p><p>na região Nordeste do Brasil, que lidera o cultivo mundial dessa planta. Durante perí-</p><p>odos de seca severa, a palma forrageira se torna uma das únicas fontes de alimento</p><p>vegetal em regiões inóspitas, oferecendo alto valor nutricional e energia aos rebanhos.</p><p>Além de seu alto teor de umidade, que ajuda a satisfazer as necessidades</p><p>hídricas dos animais, a palma forrageira exige condições específicas de clima e solo</p><p>para prosperar, preferindo áreas com precipitação anual de 400 a 800 milímetros e</p><p>umidade relativa acima de 40%, em solos bem drenados.</p><p>Sua produtividade pode atingir até 30 toneladas de matéria seca</p><p>por hectare, fornecendo uma importante fonte de carboidratos solúveis. No</p><p>entanto, seu baixo teor de proteína bruta, cerca de 4%, exige suplementa-</p><p>ção nitrogenada em dietas que dependem fortemente dessa forragem.</p><p>Estudos visam otimizar o uso da palma forrageira na produção animal no se-</p><p>miárido brasileiro, apesar de desafios recentes como a devastação dos cultivos pela</p><p>praga cochonilha-do-carmim.</p><p>8. CONSERVAÇÃO DE FORRAGENS</p><p>mailto:secretariaead@funec.br</p><p>NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 183</p><p>secretariaead@funec.br</p><p>GRADUAÇÃO</p><p>UNEC / EAD</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA</p><p>DISCIPLINA: Zootecnia II</p><p>O pastejo de forragem é uma forma econômica de alimentar rebanhos, em-</p><p>bora a disponibilidade de forragem varie ao longo do ano, com maior abundância na</p><p>época das chuvas e escassez durante a seca. Para superar essas variações, práticas</p><p>como a ensilagem e a fenação permitem a conservação do excedente forrageiro para</p><p>uso em períodos de menor disponibilidade.</p><p>Ambos os métodos são estratégias valiosas para manter um for-</p><p>necimento constante de alimentos para os animais, seja como suple-</p><p>mento ao pastejo ou como fonte principal de nutrição em confinamentos.</p><p>Diferentes espécies forrageiras podem ser adequadas para essas práticas,</p><p>podendo ser usadas isoladamente ou em combinação. Embora a fenação e a ensila-</p><p>gem sirvam a propósitos similares, não são concorrentes diretas, mas sim comple-</p><p>mentares dentro de um sistema de produção bem planejado. A ensilagem é frequen-</p><p>temente mais utilizada devido à sua simplicidade relativa e menor suscetibilidade a</p><p>limitações climáticas e topográficas em comparação à fenação.</p><p>8.1 Fenação</p><p>A fenação é um método de conservação de forragens que envolve a desidra-</p><p>tação das plantas, seja naturalmente no campo ou através de secadores artificiais.</p><p>Essa técnica é especialmente útil para preservar o excedente de forragem da estação</p><p>chuvosa, transformando-o em feno, um alimento volumoso valioso para o rebanho,</p><p>caracterizado por sua palatabilidade, alta digestibilidade e riqueza em nutrientes.</p><p>A qualidade do feno depende da escolha da espécie forrageira, do momento</p><p>do corte, e das práticas de manuseio e armazenamento.</p><p>Para maximizar o valor nutricional, a forragem deve ser cortada em um mo-</p><p>mento ótimo - para gramíneas, antes da floração, e para leguminosas, logo após. A</p><p>viragem do feno cortado é essencial para promover a perda de umidade, e a umidade</p><p>final do feno deve situar-se entre 10 e 20% para prevenir o crescimento de fungos.</p><p>Embora a secagem artificial possa acelerar este processo, o alto custo pode limitar</p><p>sua viabilidade econômica.</p><p>mailto:secretariaead@funec.br</p><p>NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 184</p><p>secretariaead@funec.br</p><p>GRADUAÇÃO</p><p>UNEC / EAD</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA</p><p>DISCIPLINA: Zootecnia II</p><p>O feno desidratado é, então, enfardado e armazenado, podendo ser guardado</p><p>tanto ao ar livre quanto em galpões, sendo essencial minimizar a exposição às intem-</p><p>péries e garantir boa ventilação e proteção contra umidade, independentemente do</p><p>método de armazenamento escolhido.</p><p>8.2 Ensilagem</p><p>A ensilagem é um método de conservação de forragem que envolve a redução</p><p>do pH (aumento da acidez) através da fermentação anaeróbica dos açúcares solúveis</p><p>da planta. O processo inclui cortar a forragem, armazená-la em um silo, compacta-la</p><p>e vedá-la para induzir sua fermentação.</p><p>Milho e sorgo são considerados ideais para silagem devido ao seu alto teor</p><p>de açúcar. O capim-elefante, apesar de ter um baixo teor de açúcares,</p><p>pode ser melhorado com a adição de até 20% de leguminosas para au-</p><p>mentar o valor proteico ou 20% de cana picada para otimizar a fermen-</p><p>tação.</p><p>A forragem é cortada e picada antes de ser armazenada no silo, onde é com-</p><p>pactada para expulsar o ar, crucial para uma fermentação eficiente e a produção de</p><p>silagem de qualidade. A vedação correta do silo é essencial para manter a qualidade</p><p>da silagem, que após cerca de 40 dias estará pronta para uso e pode ser conservada</p><p>por mais de um ano, desde que o silo permaneça fechado e a silagem seja removida</p><p>uniformemente.</p><p>Este método de conservação não é recomendado para pré-ruminantes.</p><p>ATIVIDADES DE FIXAÇÃO</p><p>1 - Qual dos seguintes alimentos é considerado volumoso devido ao seu alto teor de</p><p>fibra?</p><p>Vá no tópico MATERIAL COMPLEMENTAR em sua sala virtual</p><p>e acesse o artigo “Conservação de forragem: fenação e silagem”.</p><p>mailto:secretariaead@funec.br</p><p>NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 185</p><p>secretariaead@funec.br</p><p>GRADUAÇÃO</p><p>UNEC / EAD</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA</p><p>DISCIPLINA: Zootecnia II</p><p>a) Ureia</p><p>b) Milho</p><p>c) Silagem</p><p>d) Farelo de soja</p><p>2 - O milho é usado primariamente na alimentação de que tipo de animais?</p><p>a) Apenas ruminantes</p><p>b) Apenas não ruminantes</p><p>c) Ruminantes e não ruminantes</p><p>d) Apenas aves</p><p>3 - Qual é a principal função dos aditivos intencionais adicionados às rações ani-</p><p>mais?</p><p>a) Aumentar o conteúdo nutricional</p><p>b) Modificar propriedades químicas e físicas dos alimentos</p><p>c) Fornecer sabor</p><p>d) Agir como conservante natural</p><p>4 - Qual é o método principal para reduzir o fator antinutricional da soja?</p><p>a) Processamento térmico</p><p>b) Congelamento</p><p>c) Secagem ao sol</p><p>d) Uso de conservantes</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>1) ANDRIGUETTO, José Milton et al. As bases e os fundamentos da nutrição ani-</p><p>mal. Reimpressão. São Paulo: Nobel, 2006.</p><p>2) PESSOA, Ricardo Alexandre Silva. Nutrição animal: conceitos elementares. 1. ed.</p><p>São Paulo: Editora Érica, 2014.</p><p>3) TEIXEIRA, A. S. Alimentos e alimentação dos animais. Lavras: UFLA/FAEPE,</p><p>1998.</p><p>mailto:secretariaead@funec.br</p>