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<p>Os Benefícios da Atividade Física na Terceira Idade</p><p>Vagner Willian Cecilio da Silva</p><p>Adriano Rosa Alves</p><p>RESUMO</p><p>Este artigo destaca a importância da qualidade de vida e os benefícios que ela traz,</p><p>especialmente por meio da prática de atividades físicas. A atividade física orientada</p><p>é essencial para a saúde e bem-estar, especialmente na terceira idade, contribuindo</p><p>para a longevidade e melhorando aspectos físicos, mentais e sociais. Exercícios</p><p>regulares aumentam a força muscular, flexibilidade e equilíbrio, prevenindo quedas e</p><p>doenças crônicas como diabetes e hipertensão, além de melhorar a saúde</p><p>cardiovascular. Também desempenham um papel importante na saúde mental,</p><p>reduzindo sintomas de depressão e ansiedade. A socialização em atividades em</p><p>grupo combate o isolamento social, comum entre idosos, e a prática regular de</p><p>exercícios pode retardar o declínio cognitivo e reduzir o risco de doenças</p><p>neurodegenerativas, como Alzheimer. Assim, a atividade física não só melhora a</p><p>qualidade de vida, mas é fundamental para um envelhecimento saudável e ativo.</p><p>Palavras-chave: Idosos, sedentarismo, exercício físico, musculação, atividades de</p><p>lazer</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Nós, humanos, passamos por certas fases da vida, em diferentes espaços de</p><p>tempo, alguns mais curtos, outros mais longos. Entre essas fases temos a infância,</p><p>adolescência, idade adulta e velhice. Atingimos nosso pico de desenvolvimento</p><p>entre as idades de 25 e 30 anos de idade, marcada por alta produtividade e energia.</p><p>Porém, após esse período, o corpo começa a diminuir gradualmente de ano para</p><p>ano devido ao processo natural de envelhecimento.</p><p>De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve</p><p>um aumento significativo de idosos no Brasil nos últimos dez anos. O percentual de</p><p>pessoas com idade igual ou superior a 60 anos aumentou de 8,6% em 2000 para</p><p>10,8% em 2010. Outro estudo de longo prazo realizado pela CEPAL (Comissão</p><p>Econômica para a América Latina e o Caribe) em 2004 concluiu que a população de</p><p>___________________</p><p>1 Acadêmico do curso de Educação Física - Bacharelado da Universidade Norte do Paraná</p><p>(UNOPAR).</p><p>2 Orientador Docente do curso de Educação Física - Bacharelado da Universidade Norte do Paraná</p><p>(UNOPAR)</p><p>pessoas idosas na América Latina aumentará rapidamente de 40 milhões em 2000</p><p>para 96 milhões em 2025. Foi apontado um aumento semelhante de idosos na</p><p>população brasileira é uma tendência observada em todos os países</p><p>latino-americanos. Só no Brasil, haverá 55 milhões de idosos em 2040, o que</p><p>representa 27% da população.</p><p>A atividade física é importante para manter um estilo de vida saudável. Isso</p><p>inclui qualquer movimento corporal que aumente a frequência cardíaca e queime</p><p>calorias. Isso pode incluir exercícios como caminhada, corrida, natação,</p><p>musculação, ioga, dança, etc.</p><p>Segundo PIRES et al. (2002), com o declínio gradual das aptidões físicas, o</p><p>impacto do envelhecimento e das doenças, os idosos tendem a alterar seus hábitos</p><p>de vida e rotinas diárias por atividades e formas de ocupação pouco ativas. Os</p><p>efeitos associados à inatividade e à maior adaptabilidade são muito sérios. Podem</p><p>acarretar numa redução no desempenho, na habilidade motora, na capacidade de</p><p>concentração, de ocorrência e de significativa, gerando processos de</p><p>auto-desvalorização, apatia, insegurança, perda da motivação, isolamento social e</p><p>solidão.</p><p>Existem vários estudos apontando os benefícios da atividade física na terceira</p><p>idade, porém são vários os cuidados a serem tomados para que as atividades</p><p>possam ser o mais seguras possíveis e contribuírem ao máximo para qualidade.</p><p>2 DESENVOLVIMENTO</p><p>2.1 DADOS DA POPULAÇÃO IDOSA</p><p>De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em</p><p>2020, cerca de 29,9 milhões de brasileiros tinham 60 anos ou mais, representando</p><p>aproximadamente 14% da população total do país. Esse número continua a crescer</p><p>devido ao envelhecimento da população. A expectativa de vida no Brasil aumentou</p><p>significativamente nas últimas décadas, chegando a 75,4 anos em 2019, de acordo</p><p>com o IBGE.</p><p>Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que até 2050,</p><p>o número de pessoas com 60 anos ou mais chegará a 2 bilhões em todo o mundo,</p><p>mais do que dobrando em relação aos números atuais. Países como Japão, Itália,</p><p>Alemanha e Estados Unidos têm uma proporção significativa de idosos em sua</p><p>população devido ao envelhecimento da geração do pós-guerra e às baixas taxas de</p><p>natalidade.</p><p>No Brasil, de acordo com o IBGE, há cerca de 17,6 milhões de idosos com</p><p>uma média de 72 anos. Todo ano 650 mil novos idosos são integrados à população,</p><p>apresentando geralmente incapacidades e limitações funcionais (VERAS, 2007).</p><p>2.2 EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO NA QUALIDADE DE VIDA DOS IDOSOS.</p><p>A prática de exercícios físicos proporciona ao idoso um estilo de vida</p><p>saudável, promovendo maior liberdade e segurança para a realização das atividades</p><p>cotidianas. Desenvolvem melhora no processo fisiológicos e psicológicos, reduzindo</p><p>riscos de depressão, estresse e incapacidade funcional.</p><p>Para Ribeiro et al. (2012) para manter uma boa qualidade de vida para os</p><p>idosos é necessário realizar exercícios regulares. A atividade física é todos os</p><p>movimentos corporais produzidos por músculos esqueléticos que consomem mais</p><p>energia do que o nível de repouso e oferece vários benefícios, como longevidade,</p><p>redução da morbidade e mortalidade, redução do uso de medicamentos, prevenção</p><p>do declínio cognitivo, redução de quedas e fraturas, independência e autonomia</p><p>para o desempenho de suas atividades, bem como benefícios psicológicos, como</p><p>autoimagem, autoestima, contatos sociais e qualidade de vida.</p><p>Com o envelhecimento é comum que os idosos tenham algumas alterações</p><p>fisiológicas no sistema neuromuscular que resultam na redução da força muscular,</p><p>acarretando em problemas como quedas e fraturas ósseas devido a perda da</p><p>densidade óssea mineral. Todavia a atividade física promove força e resistência</p><p>muscular, permitindo melhor qualidade de vida e prevenção de patologias. (MELO,</p><p>A. C.; MACHADO, A. F. 2016).</p><p>2.3 PROCESSO DE ENVELHECIMENTO</p><p>O processo de envelhecimento compromete os aspectos físico e cognitivo</p><p>com o decorrer do tempo, dependendo de três classes de fatores principais:</p><p>biológicos, psíquicos e sociais. De acordo com a OMS, a terceira idade tem início</p><p>aos 60 a 65 anos. porém é uma idade instituída para efeitos de pesquisa, já que é</p><p>impossível datar o começo do envelhecimento, pois de acordo com o nível no qual</p><p>ele se situa (biológico, psicológico ou sociológico), a sua velocidade e gravidade</p><p>variam de individuo para individuo (Cancela 2008).</p><p>Matsudo (2001) relata que manter a atividade física regular ou mudar um</p><p>estilo de vida ativo tem um impacto significativo na longevidade. Portanto, a prática</p><p>regular de atividade física deve ser incentivada para pessoas com mais de 50 anos,</p><p>mesmo que o indivíduo seja inativo.</p><p>De acordo com Cancela (2008), o envelhecimento depende do estilo de vida</p><p>da pessoa desde a infância, o corpo envelhece como um todo e a alterações no</p><p>organismo de vários aspectos como; diminuição do fluxo sanguíneo para os rins,</p><p>fígado e o cérebro, diminuição da frequência cardíaca máxima, mas sem alteração</p><p>da frequência cardíaca em repouso, diminuição da função celular de combate às</p><p>infecções, diminuição da tolerância à glicose e Aumento da quantidade de ar retido</p><p>nos pulmões depois de uma expiração.</p><p>Pode-se dizer que a idade biológica está ligada ao envelhecimento orgânico.</p><p>“Cada órgão sofre modificações que diminuem o seu funcionamento durante a vida”</p><p>(Cancela 2008 p.02)</p><p>Por mais incrível que possa parecer, o critério mais comumente utilizado para</p><p>a definição do envelhecimento – o cronológico (a idade) – é apontado como falho e</p><p>arbitrário. Isso porque o envelhecimento seria vivenciado de forma heterogênea pela</p><p>população. Pessoas da mesma idade cronológica poderiam estar em estágios</p><p>completamente distintos de envelhecimento. Além disso, o próprio organismo</p><p>de um</p><p>indivíduo “envelheceria” de maneira diferente entre os seus tecidos, ossos, órgãos,</p><p>nervos e células. (Groisman, 2002)</p><p>Desta forma podemos dizer que o processo de envelhecimento depende de</p><p>vários aspectos que contribuem com a rapidez ou lentidão do envelhecimento.</p><p>Vários são os problemas que podem aparecer junto com a velhice, porém isso varia</p><p>de pessoa para pessoa, tendo em vista que cada organismo reage de forma</p><p>diferente.</p><p>2.4 PRINCIPAIS DOENÇAS DO ENVELHECIMENTO RELACIONADAS AO</p><p>SEDENTARISMO</p><p>A artrite reumatoide (AR) é uma doença inflamatória, crônica, autoimune,</p><p>sistêmica e progressiva com etiologia ainda desconhecida, que causa danos</p><p>progressivos no sistema musculoesquelético, envolve pequenas e grandes</p><p>articulações levando a dor, deformidades e até mesmo destruição óssea e</p><p>cartilaginosas irreversíveis. É estimado que cerca de 0,2% a 1.0% da população</p><p>brasileira adulta possua a doença, tendo maior prevalência em mulheres do que</p><p>homens e sua incidência aumenta conforme a idade do paciente (KVIEN et al.</p><p>2004); estes possuindo em média de 35 aos 65 anos de idade.</p><p>Osteoporose é a perda de massa óssea, fazendo com que o osso fique frágil</p><p>e portanto, suscetível a fraturas mesmo com quedas ou batidas simples e tem um</p><p>grande impacto na qualidade de vida. A ocorrência de fraturas osteoporóticas</p><p>aumenta sensivelmente a morbimortalidade e a perda funcional do indivíduo</p><p>acometido, em qualquer período da vida, mas, principalmente na terceira idade, por</p><p>isso, todo médico que assiste o paciente idoso deve lembrar-se da importância dos</p><p>fatores de risco para perdas ósseas e para quedas. (Yazbek,M.A; Marques Neto, J.F,</p><p>2008).</p><p>As doenças mentais são distúrbios sérios que impactam nosso raciocínio,</p><p>emoções e comportamentos cotidianos. Variadas condições mentais afetam nosso</p><p>cérebro, resultando em mudanças cognitivas, emocionais, funcionais e de</p><p>coordenação, a depender da doença. As doenças mentais com maior incidência</p><p>entre os idosos são: Alzheimer, Demência Senil, Parkinson, Derrame cerebral e</p><p>Esclerose lateral amiotrófica (SILVA, 2012).</p><p>A obesidade impacta de forma adversa na condição de saúde dos indivíduos,</p><p>aumentando sua vulnerabilidade ao surgimento de doenças crônicas degenerativas,</p><p>especialmente aqueles com mais de 60 anos de idade. A obesidade é o acúmulo de</p><p>tecido gorduroso localizado ou generalizado, provocado por desequilíbrio</p><p>nutricional, associado ou não a distúrbios genéticos ou endócrino-metabólicos</p><p>(DUARTE; REIS, 2012)</p><p>A maioria dos idosos apresenta diabetes. O estresse, a alimentação</p><p>inadequada e a falta de atividade física são os principais fatores desencadeantes</p><p>desse problema de saúde. No entanto, os pacientes podem viver de maneira normal</p><p>ao seguir o tratamento recomendado pelo médico. Trata-se de uma condição que</p><p>não impacta negativamente na rotina diária se cuidada corretamente. (FLOR;</p><p>CAMPOS, 2017).</p><p>Outro dado que preocupa é sobre as doenças cardiovasculares, pesquisas</p><p>indicam que a incidência de mortes por doenças cardiovasculares tem apresentado</p><p>um crescimento notável nos últimos anos. Em 2009, esse tipo de enfermidade foi a</p><p>terceira principal causa de internações (BRASIL, 2018). A prevenção do infarto</p><p>agudo do miocárdio (IAM) é mais eficaz quando se reduz a exposição aos fatores de</p><p>risco controláveis, como tabagismo, obesidade, estresse, falta de atividade física,</p><p>diabetes, hipertensão e hipercolesterolemia. O primeiro passo para essa prevenção</p><p>é a modificação da dieta, adotando hábitos mais saudáveis, como aumentar o</p><p>consumo de vegetais, peixes e frutas, utilizar azeite em vez de óleo e evitar</p><p>alimentos gordurosos. Além disso, a prática regular de atividades físicas, com</p><p>orientação profissional, é fundamental não só para manter o peso e os níveis de</p><p>glicose e colesterol sob controle, mas também para reduzir o estresse do dia a dia.</p><p>(SANTOS, 2019).</p><p>A fibromialgia é uma síndrome crônica, dolorosa e não inflamatória,</p><p>considerada o segundo distúrbio reumatológico mais comum, perdendo apenas para</p><p>a osteoartrite. O quadro clínico desta condição é polimorfo, com a dor sendo o</p><p>sintoma principal. Esta dor é difusa e crônica, manifestando-se de várias maneiras,</p><p>como queimação, pontadas, sensação de peso, "tipo cansaço" ou como uma</p><p>contusão. Ela pode ser exacerbada por mudanças climáticas, tensão emocional ou</p><p>esforço físico. (PROVENZA et al, 2004).</p><p>2.5 ATIVIDADES FÍSICAS PARA OS IDOSOS</p><p>É importante que os idosos consultem um médico antes de iniciar qualquer</p><p>programa de exercícios, especialmente se tiverem condições médicas</p><p>pré-existentes. Além disso, é essencial escolher atividades que sejam seguras e</p><p>adequadas ao nível de condicionamento físico de cada pessoa.</p><p>Miranda (2014) destaca a importância da musculação como uma atividade</p><p>física anaeróbica que promove o desenvolvimento da capacidade</p><p>musculoesquelética por meio de exercícios contra resistência. O autor enfatiza que a</p><p>musculação não apenas beneficia diferentes grupos da sociedade, incluindo os</p><p>idosos, ao melhorar a qualidade de vida e proporcionar mais dignidade, mas</p><p>também atua como uma medida preventiva para problemas cardíacos ao não</p><p>sobrecarregar o músculo aeróbico. Ele ressalta a relevância da orientação médica</p><p>para diabéticos e hipertensos que desejam praticar musculação.</p><p>Matsudo & Matsudo (1992) ressaltam que atividades aeróbicas como</p><p>caminhada, ciclismo, natação, hidroginástica, remo, subir escadas e danças</p><p>aeróbicas são recomendadas para os idosos. Quanto à duração, variam de 20 a 60</p><p>minutos, sendo enfatizado que atividades mais longas podem desencorajar a</p><p>adesão do idoso. Além disso, a frequência das atividades deve ser de 3 a 5 vezes</p><p>por semana, considerando que os idosos podem precisar de mais tempo para colher</p><p>os benefícios de um programa regular de exercícios em comparação com pessoas</p><p>mais jovens.</p><p>A importância dessas atividades reside no fato de serem acessíveis e de</p><p>baixo impacto, o que as torna adequadas para pessoas de todas as idades e níveis</p><p>de condicionamento físico, incluindo os idosos. Além disso, essas atividades</p><p>promovem a melhoria da capacidade respiratória, o aumento da resistência e a</p><p>redução do risco de doenças crônicas, como doenças cardíacas, diabetes e</p><p>osteoporose.</p><p>Matsudo & Matsudo (1992) ressaltaram que a prática regular dessas</p><p>atividades pode ajudar os idosos a manter sua independência funcional, prevenir</p><p>quedas e lesões, e promover um envelhecimento saudável e ativo. Eles enfatizaram</p><p>a importância de integrar essas atividades como parte de um estilo de vida saudável</p><p>e recomendaram prescrições individualizadas, considerando as capacidades físicas</p><p>e as necessidades de cada pessoa.</p><p>2.6 NÍVEIS RECOMENDADOS DE ATIVIDADE FÍSICA PARA IDOSOS</p><p>As recomendações de atividade física para idosos geralmente seguem</p><p>diretrizes baseadas em evidências científicas e teorias sobre envelhecimento</p><p>saudável. Uma abordagem comumente adotada é a utilização das diretrizes da</p><p>Organização Mundial da Saúde (OMS) e do American College of Sports Medicine</p><p>(ACSM), que são respaldadas por estudos e pesquisas na área de saúde e exercício</p><p>físico.</p><p>De acordo com essas diretrizes, os idosos devem realizar pelo menos 150</p><p>minutos de atividade física de intensidade moderada a vigorosa por semana,</p><p>distribuídos ao longo de pelo menos três a cinco dias por semana. Isso pode incluir</p><p>atividades aeróbicas, como caminhada rápida, natação, dança ou ciclismo. Além</p><p>disso, recomenda-se a realização de exercícios de fortalecimento muscular em dois</p><p>ou mais dias por semana, visando a manutenção da massa muscular e da força, o</p><p>que é especialmente importante para prevenir quedas e melhorar a qualidade de</p><p>vida.</p><p>Orientações fundamentais para os idosos ao escolherem uma atividade</p><p>física, segundo Okuma (2008), incluem: Antes de iniciar qualquer atividade física, é</p><p>essencial buscar orientação de um médico desportivo para garantir a segurança e a</p><p>aplicação correta, especialmente em aparelhos cardiovasculares e motores.</p><p>Reconhecer que há</p><p>uma variedade de atividades domésticas e recreativas que</p><p>oferecem benefícios semelhantes à prática de exercícios físicos, como jardinagem,</p><p>limpeza de janelas e trabalho em uma horta. Ao optar por caminhadas,</p><p>especialmente para idosos em idade avançada, é recomendável não fazê-lo</p><p>sozinho. Formar grupos de três ou quatro pessoas pode proporcionar companhia e</p><p>segurança, além de permitir atividades de memorização e raciocínio que são</p><p>igualmente importantes.</p><p>Importante ressaltar que o profissional de Educação Física desempenha um papel</p><p>crucial no treinamento de idosos, promovendo um envelhecimento saudável e ativo.</p><p>Com sua expertise, ele desenvolve programas de exercícios personalizados,</p><p>levando em conta as necessidades e limitações individuais de cada pessoa. Além</p><p>disso, fornece orientação e supervisão durante as sessões de treinamento,</p><p>garantindo a segurança e eficácia dos exercícios. Sua presença motiva e inspira os</p><p>idosos a manterem-se ativos, promovendo a adesão aos programas de exercícios. O</p><p>profissional de Educação Física também educa sobre os benefícios da atividade</p><p>física para a saúde, incentivando a adoção de hábitos saudáveis de vida. Ele adapta</p><p>os exercícios de acordo com as necessidades específicas dos idosos, garantindo</p><p>que todos possam participar de forma segura. Seu trabalho contribui para melhorar a</p><p>qualidade de vida dos idosos, reduzindo o risco de doenças crônicas e promovendo</p><p>o bem-estar geral. Em suma, o profissional de Educação Física é essencial para</p><p>garantir um envelhecimento ativo e saudável da população idosa.</p><p>3 METODOLOGIA</p><p>A presente pesquisa adota uma abordagem de revisão bibliográfica para</p><p>investigar os benefícios da atividade física na terceira idade. A revisão bibliográfica é</p><p>uma metodologia reconhecida por sua eficácia na análise e síntese de conhecimento</p><p>existente sobre um determinado tema (Araújo et al., 2018).</p><p>Este estudo baseia-se em uma revisão de literatura, permitindo uma análise</p><p>abrangente e crítica de estudos prévios sobre os benefícios da atividade física na</p><p>terceira idade. A revisão bibliográfica é um método valioso para identificar lacunas</p><p>no conhecimento existente, bem como para obter uma compreensão aprofundada</p><p>do estado atual da literatura sobre um assunto específico (Fink, 2014).</p><p>As fontes de dados utilizadas para esta revisão incluem livros e bases de</p><p>dados online. Foram realizadas buscas na Biblioteca Virtual, Google Acadêmico, e</p><p>Scielo. Essas plataformas oferecem acesso a várias informações de literatura</p><p>acadêmica e científica, permitindo uma busca abrangente por estudos relevantes</p><p>sobre os benefícios da atividade física na terceira idade.</p><p>As estratégias de busca foram desenvolvidas com base nos objetivos</p><p>específicos da pesquisa e incluíram a definição de descritores e suas combinações,</p><p>bem como o estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão. O período</p><p>temporal considerado para a busca foi de 2 meses. Essas estratégias foram</p><p>elaboradas de forma a garantir a abrangência e a relevância dos estudos</p><p>selecionados para a revisão.</p><p>Os critérios de inclusão para os estudos selecionados foram as datas com</p><p>preferência fundamentações de no máximo 20 anos de publicação. Por outro lado,</p><p>os critérios de exclusão foram com base na proposta do trabalho, visando trazer</p><p>estudos direcionados para o tema. Esses critérios foram aplicados de forma</p><p>sistemática durante o processo de seleção dos estudos, garantindo a seleção de</p><p>trabalhos relevantes e a exclusão de estudos que não atendiam aos critérios</p><p>estabelecidos.</p><p>Os dados foram extraídos e analisados de acordo com os objetivos da pesquisa,</p><p>permitindo uma síntese crítica e reflexiva dos principais achados da literatura sobre</p><p>os benefícios da atividade física na terceira idade.</p><p>4 RESULTADOS E DISCUSSÃO</p><p>De acordo com os achados da literatura, a prática de atividade física na</p><p>terceira idade proporciona benefícios a sua saúde cognitiva, física, emocional, assim</p><p>como reduz dores, melhora o sono, o humor e até o quadro clínico de saúde.</p><p>A prática de atividade física na terceira idade oferece uma série de</p><p>benefícios, melhorando aspectos neuromusculares, psicológicos, metabólicos e</p><p>sociais. através dele os idosos têm a oportunidade de melhorar sua saúde e</p><p>autoestima, e também podem se conectar com pessoas e ter uma vida social mais</p><p>ativa. (MELO, A. C.; MACHADO, A. F. 2016).</p><p>O processo de envelhecimento pode comprometer tanto os aspectos físicos</p><p>quanto os cognitivos. Fisicamente, há uma diminuição da força, flexibilidade e</p><p>resistência, além de um aumento no risco de doenças. Cognitivamente, pode ocorrer</p><p>uma redução na memória, na velocidade de processamento e na capacidade de</p><p>aprendizado. No entanto, a prática de atividades físicas e o engajamento social</p><p>podem mitigar esses efeitos, promovendo um envelhecimento mais saudável.</p><p>Os resultados discutidos (Cancela, 2008) indicam que o envelhecimento pode</p><p>ser gerido de forma positiva através da promoção da saúde, atividade física regular</p><p>e socialização. A pesquisa sugere que esses fatores contribuem para a manutenção</p><p>da autonomia, melhoria da qualidade de vida e redução de doenças crônicas. Além</p><p>disso, enfatiza a importância de políticas que incentivem um envelhecimento ativo e</p><p>a integração social dos idosos.</p><p>Matsudo e Matsudo (1992) demonstraram que a prescrição de atividade</p><p>física na terceira idade traz diversos benefícios, incluindo melhorias na aptidão</p><p>física, força muscular, e funcionalidade geral. O estudo também destacou a redução</p><p>de sintomas de depressão e ansiedade, além de promover uma melhor qualidade de</p><p>vida e autonomia entre os idosos. Foi observado aumento de massa muscular, força,</p><p>densidade óssea, ganho de flexibilidade, diminuição da frequência cardíaca em</p><p>repouso, diminuição da pressão arterial, entre outros benefícios. Os resultados</p><p>evidenciam a importância de programas de atividade física adaptados, que</p><p>considerem as necessidades individuais para maximizar esses benefícios.</p><p>Essas atividades são importantes porque são fáceis de realizar e possuem</p><p>várias formas de serem trabalhadas, tornando-se ideais para indivíduos de qualquer</p><p>faixa etária e condição física, incluindo os mais velhos. Ademais, elas favorecem o</p><p>aprimoramento da capacidade respiratória, o aumento da resistência e a diminuição</p><p>do risco de enfermidades crônicas, como problemas cardíacos, diabetes e</p><p>osteoporose.</p><p>Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS)os idosos precisam se</p><p>envolver em, no mínimo, 150 minutos de atividade física de intensidade moderada a</p><p>intensa a cada semana, organizados em pelo menos três a cinco dias. Isso pode</p><p>abranger exercícios aeróbicos, como caminhadas rápidas, natação, dança ou</p><p>ciclismo. Ademais, é sugerido que realizem atividades de fortalecimento muscular</p><p>em dois ou mais dias da semana, com o objetivo de preservar a massa muscular e a</p><p>força, o que é particularmente crucial para evitar quedas e aprimorar a qualidade de</p><p>vida.</p><p>Esses achados sugerem que políticas públicas e programas de saúde</p><p>voltados para a terceira idade devem enfatizar a importância da atividade física.</p><p>Incentivar a participação em atividades físicas adaptadas pode levar a uma melhoria</p><p>significativa na qualidade de vida dos idosos.</p><p>Considerando os dados coletados nessa pesquisa podemos dizer que a prática de</p><p>atividades físicas é uma das ações mais eficazes para melhorar a qualidade de vida</p><p>dos idosos. Isso se deve ao fato de que ela auxilia no gerenciamento das mudanças</p><p>que acompanham o envelhecimento, favorecendo a manutenção da independência</p><p>e autonomia nas tarefas diárias. Essa independência é extremamente valiosa para</p><p>os idosos, pois os benefícios vão além da saúde, englobando também aspectos</p><p>sociais e psicológicos. A prática regular de atividades físicas oferece vantagens que</p><p>se manifestam nos âmbitos físico, mental e social da vida dos idosos, promovendo</p><p>maior liberdade de movimento, oportunidades de interação social e momentos de</p><p>lazer.</p><p>5 CONCLUSÃO</p><p>A prática regular de atividade física</p><p>na terceira idade apresenta uma série de</p><p>benefícios que vão muito além da melhoria da condição física. Com o aumento da</p><p>expectativa de vida e a necessidade de uma maior qualidade de vida, os exercícios</p><p>físicos tornam-se fundamentais para promover a saúde integral do idoso. As</p><p>evidências científicas demonstram que a atividade física contribui para a</p><p>manutenção da força muscular, flexibilidade e equilíbrio, fatores essenciais para a</p><p>prevenção de quedas e fraturas, que são comuns nessa faixa etária.</p><p>Além dos benefícios físicos, a atividade física desempenha um papel crucial</p><p>na saúde mental dos idosos. A prática de exercícios está associada à redução de</p><p>sintomas de depressão e ansiedade, além de promover a socialização e o</p><p>fortalecimento de laços sociais, aspectos que são essenciais para o bem-estar</p><p>emocional. O engajamento em atividades físicas em grupo, como caminhadas,</p><p>dança ou aulas de ginástica, oferece oportunidades para interação social,</p><p>combatendo a solidão e o isolamento que muitos idosos enfrentam.</p><p>Adicionalmente, a atividade física tem um impacto positivo na cognição.</p><p>Estudos indicam que a prática regular pode contribuir para a melhoria das funções</p><p>cognitivas e retardar o declínio mental, promovendo a saúde cerebral e a autonomia</p><p>do idoso. Essa combinação de benefícios físicos, mentais e sociais evidencia a</p><p>importância de incentivar a prática de atividades físicas entre a população idosa.</p><p>Portanto, promover a atividade física na terceira idade não é apenas uma</p><p>questão de saúde física, mas sim uma estratégia ampla que visa melhorar a</p><p>qualidade de vida, a independência e o bem-estar geral dos idosos. Políticas</p><p>públicas e iniciativas comunitárias que incentivem e facilitem o acesso a programas</p><p>de exercícios são essenciais para garantir que essa população possa desfrutar de</p><p>uma vida ativa e saudável. É fundamental, assim, que tanto a sociedade quanto os</p><p>profissionais de saúde reconheçam e promovam a atividade física como uma</p><p>ferramenta indispensável para o envelhecimento saudável.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>Araújo, E. F., et al. (2018). Métodos de Revisão Sistemática: revisão narrativa</p><p>versus revisão sistemática. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 52, e03319.</p><p>BRASIL. Ataque cardíaco (infarto). Disponível em:</p><p>http://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2779-ataque-cardiaco-infarto. Acesso em:</p><p>22 mar. 2024.</p><p>CANCELA, Diana Manuela Gomes. O processo de envelhecimento. Porto</p><p>2007.Disponível em: www.psicologia.com.pt. Acesso em 04 de maio de 2024.</p><p>DANTAS, L. P. Musculação. Disponível em:</p><p>. 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