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<p>Transportador de glicose GLUT-4</p><p>COLUNA - Jair Rodrigues Garcia Júnior</p><p>05/09/2021</p><p>06:00</p><p>Cem anos de insulina. Assim como outros hormônios, a insulina é imprescindível para a vida. Seu efeito no controle da glicose sanguínea foi descoberto em 1921 e rendeu o Prêmio Nobel de Medicina ou Fisiologia ao canadence Frederick Banting e ao escocês John Macleod, em 1922. Décadas depois, o britânico Frederick Sanger identificou a sequência dos aminoácidos da insulina e recebeu o Nobel de Química, em 1958. Mas esse efeito da insulina depende de outra proteína, o GLUT4.</p><p>Glicemia</p><p>A concentração de glicose no sangue deve ser muito bem controlada e se manter na faixa de 70 a 100 mg/dL. Normalmente sobe após cada refeição, mas não permanece elevada por mais que algumas horas, caso contrário caracteriza início de diabetes. Essa é a importância do hormônio regulador insulina. Por outro lado, para não diminuir abaixo de 60 mg/dL, uma “condição perigosa” há os hormônios contra-reguladores glucagon e cortisol.</p><p>Captação</p><p>As células dependem da glicose para produção de energia e a captam do sangue por meio de uma proteína de membrana transportadora de glicose (GLUT1). Acontece que, em cada refeição consumimos carboidratos (fontes de glicose) além do que todas as células podem utilizar nas horas seguintes. A glicemia elevada faz as células Beta pancreáticas secretarem insulina, que estimula a captação do excedente de glicose por dois tecidos: o muscular e o adiposo.</p><p>Estimulo de insulina</p><p>Os músculos e as células adiposas possuem o GLUT4, que fica inativo quando a glicemia está normal, mas quando estimulado pela insulina migra para a membrana e permite a entrada de mais glicoses. Esse processo depende da insulina se ligar ao receptor na membrana e desencadear reações químicas intracelulares que ativam o GLUT4. Pessoas com esse processo prejudicado têm menor sensibilidade à insulina, por isso usam metformina (ex. Glifage) ou liraglutida (ex. Trulicity), esta última para aumentar a secreção de insulina.</p><p>Estímulo de cálcio</p><p>Além da insulina, o cálcio intramuscular é outro potente ativador do GLUT4. O cálcio aumenta na contração muscular e estimula o GLUT4, já que os músculos precisam captar mais glicose para produção de energia. Isso acontece sem aumento da glicemia ou da insulina. Além do estímulo agudo em cada sessão de exercício, o treinamento faz aumentar o número de GLUT4 e a sensibilidade à insulina nos músculos, quando das refeições e aumento da glicemia em repouso.</p><p>Terapia potente</p><p>A condição dos músculos de independência da insulina e eficiente ativação do GLUT4 pelo cálcio no exercício é uma grande vantagem para a administração do diabetes tipo 1 e 2. O fato de manter a sensibilidade à insulina, seja a natural do diabético tipo 2 ou a recombinante NPH usada pelo diabético tipo 1, também é muito bem vindo para frear a progressão da doença. Você não é diabético? Mesmo assim, faça exercícios e mantenha o peso adequado para diminuir o risco do diabetes tipo 2 no futuro.</p><p>No fígado e músculo, a insulina tem um efeito imediato, que é caracterizado pela ativação da enzima glicogênio sintetase, a qual converte o excesso de glicose</p><p>A regulação da glicemia no organismo depende basicamente de dois hormônios, o glucagon e a insulina. A ação do glucagon é estimular a produção de glicose pelo fígado, e a da insulina é bloquear essa produção, além de aumentar a captação da glicose pelos tecidos periféricos insulino-sensíveis. Com isso, eles promovem o ajuste, minuto a minuto, da homeostasia da glicose.</p><p>Os níveis normais de glicose no sangue são de até 99mg/dl pré-prandial (período que antecede a alimentação), e até 140 mg/dl pós-prandial (1 ou 2 horas após a alimentação) . Níveis alterados desses valores podem sugerir crises hiperglicêmicas ou hipoglicêmicas.</p><p>Níveis de glicose no sangue ao longo do dia. Clique aqui para ampliar.</p><p>Assim, a hiperglicemia caracteriza-se pelo excesso de glicose no sangue, podendo ocorrer em duas fases: hiperglicemia de jejum, que é o nível de glicose acima das taxas consideradas normais após jejum de 8 horas; e hiperglicemia pós-prandial, que é o nível de glicose acima dos considerados normais nesse período de 1 ou 2 horas após a alimentação.</p><p>A hipoglicemia, por sua vez, ocorre quando há uma queda excessiva nos níveis de glicose, frequentemente abaixo de 70 mg/dl, com aparecimento rápido de sintomas, sendo alguns deles fome, fadiga, tontura, palidez, pele fria e úmida, visão turva e confusão mental. Se não for tratada, pode levar ao coma.</p><p>Quanto ao estado normal de jejum, pequenos aumentos na taxa de glicemia levam à supressão da produção de glucagon e ao aumento da produção de insulina, enquanto as hipoglicemias levam a um aumento na produção de glucagon e à redução da produção de insulina. Já no estado pré-prandial, as percentagens de consumo de glicose são representadas da seguinte maneira: pelo sistema nervoso central (50 %), pelo músculo (25 %) e pelos tecidos esplâncnicos (25 %).</p><p>Percentagens de consumo de glicose pelos tecidos. Clique aqui para ampliar.</p><p>Em uma situação de jejum, com concentrações de glicose sanguínea entre 80 e 90 mg/dl, a liberação de insulina pelo pâncreas ocorre numa taxa basal de cerca de 25 ng/min/kg de peso corporal. Se aumentarem os níveis de glicose no sangue em duas ou três vezes do normal, a liberação de insulina pelo pâncreas terá um aumento acentuado, podendo chegar a taxas de aproximadamente 250 ng/min/kg de peso corporal. A concentração plasmática de insulina aumenta por quase 10 vezes dentro de 3 a 5 minutos após elevação aguda do nível de glicose. Esse aumento resulta da liberação imediata de insulina estocada no pâncreas. O "desligamento" da secreção de insulina ocorre de maneira rápida, levando de 3 a 5 minutos após a redução do nível da glicemia para os valores de jejum.</p><p>Relação entre a glicemia sanguínea e a taxa de liberação de insulina pelo pâncreas. Clique aqui para ampliar.</p><p>O mecanismo de feedback criado em resposta à secreção da insulina tem papel importante para a regulação do nível da glicemia. Assim, uma elevação nesse nível aumenta a secreção de insulina, que, por sua vez, aumenta o transporte de glicose para o fígado, para o músculo e para as outras células, reduzindo, dessa forma, o nível da glicemia ao seu valor normal, acarretando em uma redução da liberação de insulina pelo pâncreas. (video insulina)</p><p>A insulina, através de sua ação estimulatória sobre a captação de glicose pelas células, promove a utilização dos carboidratos para obtenção de energia, enquanto deprime a utilização de gorduras (ácidos graxos).</p><p>Ação geral da Insulina. Clique aqui para ampliar.</p><p>Principais ações da Insulina em seus tecidos-alvo. Clique aqui para ampliar.</p><p>Baixas concentrações de glicose no sangue provocam a liberação do hormônio glucagon, o qual acelera a liberação da glicose a partir do glicogênio no fígado (glicogenólise) e altera o metabolismo dos combustíveis tanto no fígado, quanto nos músculos. Neste sentido, esta alteração no metabolismo estimula a oxidação dos ácidos graxos, economizando, assim, a glicose, para que possa ser usada pelo cérebro. Durante o jejum prolongado, os triacilgliceróis tornam-se o combustível principal; o fígado converte os ácidos graxos em corpos cetônicos para exportá-los para outros tecidos, inclusive para o cérebro.</p><p>image6.png</p><p>image7.jpeg</p><p>image8.png</p><p>image9.png</p><p>image10.jpeg</p><p>image11.jpeg</p><p>image12.jpeg</p><p>image13.jpeg</p><p>image14.jpeg</p><p>image1.jpeg</p><p>image2.jpeg</p><p>image3.jpeg</p><p>image4.jpeg</p><p>image5.png</p>