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Aquino

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Santo Tomás de Aquino preocupa-se com o pensamento de Aristóteles e com as escrituras sagradas, diferentemente de Agostinho, que também se baseia nas últimas, mas fundamenta o seu pensamento no neoplatonismo. A filosofia tomista visa aliar fé e razão, de forma que tudo seja racionalmente concebido e logicamente explicado através de um método. 
Direito e justiça####
Ao estudar a justiça, nessa perspectiva há três acepções ao termo no sentidos humano, natural e divino.
 Assim como Agostinho, em sua teoria, o homem é composto pelo corpo e alma, sendo esta última incorruptível, imaterial e imortal e o corpo corruptível, material e mortal. A alma pode ser vegetativa (aquela dos vegetais, restrita à execução de atividades fisiológicas); sensitiva ( a dos animais, que são dotados de sensibilidade, apreendem e executam o agir) ; e a intelectual (é o que particulariza o homem, tornando-o capaz de conhecer o fim de suas ações).
 Aquino aproveita-se da definição de sindérese, oferecida por Agostinho, para pontuar que a construção do conhecimento e o do intelecto se dá através da interação entre o sensível e a razão humana.
Além disso, há uma ideia de liberdade em sua obra. Para ele , o homem não é escravo de um destino absoluto, pelo contrário, é livre para escolher os caminhos para realização de um b em, ou seja, existe o livre-arbítrio, também presente na doutrina agostiniana.
 A sociedade civil elege um fim, isto é, um Bem comum, e os meios para que esse fim seja alcançado. Isso deve ser feito através de um governo prudente, que esteja direcionado ao bem de todos e não a interesses particulares. Será sobre o ‘’agir’’, ou seja, sobre a razão prática, que a ética incidirá. Aqui, ressurge o conceito de sinderese , presente na obra agostiniana, que seria o conjunto de conhecimentos obtidos através das vivências individuais, necessários para cunhar os principais conceitos acerca do bom e do mau, do justo e do injusto. O homem então é guiado através de sua lei natural (oriunda da sinderese), sendo esta natural, rudimentar e insuficiente, pois não deve atuar como única forma de governo do homem.
 O Bem é definido como aquilo que a todos agrada, já tendo sido definido anteriormente desta forma por Aristóteles. Para Aquino, um mal só é eleito para um fim quando julgado aparentemente como um bem, de forma equivocada.
 Posteriormente define a justiça, fazendo-a emergir de conceitos éticos e valorizando-a dentro da concepção grega, caracterizando-a então, como uma virtude de dar a cada um o que é seu, estabelecendo uma relação de igualdade entre as pessoas. Para ele, a justiça é regida através das leis eternas ou naturais, humanas ou das gentes. A lei eterna é aquela promulgada por Deus, que tudo ordena, o princípio e o fim universal; a lei natural é aquela comum a homens e animais, sendo mutável e falível; a lei das gentes, por sua vez , é aquela extraída da lei natural, mas dotada de racionalidade, restrita portanto, aos homens. Por fim, a lei humana seria aquela essencialmente relativa, responsável de refletir o conteúdo das leis eterna e natural. Ela é essencial, pois é capaz de manter a pacificidade dos convívios sociais. É a base para justiça legal, que visa o bem comum, determinando deveres sociais e condenando condutas. Requer a atuação de uma autoridade que lhe dê força coativa, para que possa exercer o poder coercitivo nos comportamentos sociais .Quando não declarada pelo legislador ,a lei humana é indiferente. A desobediência nesse caso, só será admissível caso os preceitos da lei divina sejam contrariados.
 A justiça , em outro âmbito de análise, já evidenciado por Aristóteles, é também dividida entre comutativa e distributiva. A primeira disciplina as relações entre particulares, dividindo as coisas ao meio exato. A segunda regula a relação da parte com o todo, dando a cada um o que é merecido de acordo com o seu mérito, vigorando o princípio da igualdade e proporcionalidade. 
 Na obra tomista, há também outra reiteração no sentido das posições adotadas por Aristóteles. Uma delas é a definição de que os atos involuntários podem ser justos ou injustos, mas não se pode julgar um indivíduo como injusto pela prática de um ato injusto. Ou seja, o agente só pode ser considerado com injusto ou justo, quando há a prática da justiça ou injustiça de forma voluntária e reiterada. Um outro ponto também, é a análise de que ninguém pode cometer uma injustiça contra si próprio. Há somente possibilidade de optar sofrer de forma voluntária a injustiça cometida por um outro homem.
Aquino vincula os conceitos de direito e justiça, sendo estes voltados para o conjunto de interesses da humanidade, sendo o primeiro o responsável pelo estabelecimento da plena justiça. A efetivação da justiça se faz através da atividade do juiz , indivíduo capaz de estabelecer a igualdade, sendo que este deve ter força coativa para forçar as partes a obedecerem as decisões judiciais. Por isso, para ele, os clérigos não possuem autoridade nenhuma de julgamento, muito menos de condenação de morte das pessoas, adotando um posicionamento contrário a inquisição. 
 Há também o tratamento de algumas questões relacionadas a justiça de forma pontual. Por exemplo, Santo Tomás de Aquino acredita que a propriedade privada não é algo contrário ao direito natural. Mas, cabe ao legislador realizar uma distribuição equitativa , para evitar a criação de um grande abismo social. 
 Por fim, entende-se que a obra tomista tem uma vasta área de abrangência da justiça, sendo fortemente influenciada por considerações já realizadas por Aristóteles e Agostinho, partindo de análises como as classificações da justiça até a atividade do juiz e do legislador.

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