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<p>ENTREVISTA COM OS PAIS – ANAMNESE</p><p>Na entrevista inicial, o filho não deve estar presente, pois é uma entrevista longa, e será aprofundado sobre os motivos da criança estar no processo terapêutico e da história da criança, no entanto a criança deverá ser informada da consulta. É importante esse momento a sós com os pais.</p><p>Embora seja importante a presença do pai e da mãe juntos, é frequente que compareça só a mãe, em alguns casos só o pai ou responsável pela criança (avós, tios, irmãos), e poucas vezes os dois. É importante que o profissional tenha cuidado e não demonstre uma preferência por um dos pais, pois pode acontecer.</p><p>Essa entrevista não deve se parecer com um interrogatório com os pais sentindo-se julgados. Pelo contrário, deve tentar aliviar-lhes a angústia e a culpa que o conflito do filho desperta. É necessário que essa entrevista seja dirigida e limitada de acordo com o plano previamente estabelecido, para que os pais não "escapem" do tema.</p><p>O tempo da sessão será limitado, com 1 hora no mínimo e máximo de até 3 horas, podendo ser dividido em 3 sessões de 1 hora cada. Ao finalizar essa entrevista devemos garantir ter conseguido todos dados básicos que necessitamos para conhecer a criança antes de iniciar os atendimentos.</p><p>A Anamnese é um tipo de entrevista realizada para investigar a história do examinando, e os aspectos de sua vida considerados relevantes para o entendimento da queixa. Um dos principais objetivos é uma possível conexão entre os aspectos da vida do avaliando e problema apresentado.</p><p>A família é o primeiro modelo de relacionamento para a criança. Dessa forma, precisamos atender a criança e também dar um suporte aos pais. E se houver necessidade de uma psicoterapia para os pais será necessário encaminhá-los para outro profissional.</p><p>Na psicoterapia infantil, é preciso compreender o desenvolvimento dessa criança, e se atentar a todas as memórias trazidas por ela, principalmente as relacionadas ao ambiente familiar. Então é preciso compreender esse ambiente familiar, compreender todas as pessoas envolvidas com a criança e principalmente entender se a queixa é realmente da criança ou se é uma questão familiar, e se os pais acreditam que o problema é aquela criança, porque as vezes não é. Por isso é importante compreendermos o ambiente familiar e a queixa trazida pelos pais.</p><p>Na primeira consulta com os pais, é necessário:</p><p>· Estabelecer um bom Rapport significa criar um vínculo de confiança com esses pais e trazê-los para terapia. É importante que eles saibam como se dará o processo terapêutico e qual será o papel de cada um no tratamento da criança, pois o engajamento dos pais é fundamental para o sucesso terapêutico;</p><p>· Informar sobre os itens do "Contrato Terapêutico" (horários, faltas, honorários, pagamentos, marcações de consulta e remarcações, etc.).</p><p>· O resultado satisfatório é muito mais observado quando os pais participam, e o processo acontece quando os pais estão preparados e dispostos a tolerar e ajudar nos sintomas dos filhos. É preciso orientá-los que o processo não é somente colocar os filhos na terapia e acreditar que o psicólogo irá resolver magicamente os sintomas da criança. É preciso esclarecer que tudo é um processo, e que não será em duas, três ou quatro semanas que tudo será resolvido. Que tanto as intervenções quanto as orientações serão realizadas em seu determinado tempo. Que a participação da família é fundamental para a melhora da criança.</p><p>Na entrevista inicial com os pais é preciso estar claro:</p><p>· O motivo da consulta;</p><p>· A história da criança e sua rotina no dia a dia;</p><p>· Como é a relação dos pais entre si, com a criança e com os demais filhos;</p>