Prévia do material em texto
<p>Resenha Jurídica</p><p>1</p><p>Resenha Jurídica</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES</p><p>QUANTO AO CONTEÚDO</p><p>- MATERIAIS: conjunto de regras tipicamente constitucionais. São normas essencialmente</p><p>constitucionais, na medida em que dispõe sobre a estrutura e os poderes do Estado e estabelecem os</p><p>direitos fundamentais da pessoa humana.</p><p>- FORMAIS: Todas as regras estabelecidas no texto constitucional são formalmente</p><p>constitucionais mesmo que não essenciais, ou seja, que não façam parte da estrutura mínima de</p><p>qualquer Estado. Por exemplo, o art. 226 da Constituições de 1988 traz normas de direito civil, porém,</p><p>por estarem na Constituição promulgada em 1988, a qual é formal, são por isso normas constitucionais.</p><p>Deste modo, tratando-se de uma Constituição formal, não importa seu conteúdo, pois todas as normas</p><p>lá dispostas serão constitucionais e hierarquicamente superiores às demais normas do ordenamento</p><p>jurídico.</p><p>QUANTO À ORIGEM</p><p>- PROMULGADA OU VOTADA: fruto de uma Assembléia Nacional Constituinte, eleita pelo povo</p><p>para esse fim. Resultam, portanto, da vontade popular e são elaboradas por Representantes eleitos</p><p>pelos cidadãos.( As Constituições 1891,1934,1946 e 1988).</p><p>- OUTORGADA: fruto do autoritarismo elaboradas sem participação popular, por imposição de</p><p>uma pessoa ou grupo que seja detentor de poder do Estado (ex.: rei, ditador). .( As Constituições 1824,</p><p>1937 e 1967).</p><p>- CESARISTA: São aquelas elaboradas por um ditador, mas submetidas a um referendo( consulta</p><p>popular prévia) para sua validação.</p><p>QUANTO À MUTABILIDADE</p><p>- FLEXÍVEL: não necessita (não exige) para sua alteração, qualquer processo mais</p><p>dificultoso/solene, ou seja, pode ser alterada da mesma forma que as leis ordinárias(aprovação por</p><p>maioria simples).</p><p>- RÍGIDA: para ser modificada faz-se necessário um procedimento diferenciado (emendas), sendo</p><p>mais fácil aprovar uma lei ordinária do que uma emenda constitucional ou incorporar a Constituição os</p><p>decretos legislativos que versem sobre Tratados Internacionais e Convenções sobre Direitos Humanos</p><p>(aprovação por maioria qualificada com o quorum de três quintos, votado em dois turnos em cada casa</p><p>do Congresso Nacional).</p><p>- SEMI-RÍGIDA/SEMI-FLEXÍVEL: em parte rígida e em outra parte flexível.</p><p>- SUPER-RÍGIDA: A Constituição não pode ser mudada, é imutável. Clausulas pétreas.</p><p>QUANTO À FORMA:</p><p>Licensed to Mario Da Silva Moreira Junior - mariosmjunior1969@gmail.com</p><p>Resenha Jurídica</p><p>2</p><p>Resenha Jurídica</p><p>- ESCRITA : conjunto de normas codificado e sistematizado em um único documento.</p><p>- NÃO-ESCRITA / COSTUMEIRA / CONSUETUDINÁRIA: formada por textos esparsos, sedimentada</p><p>em costumes derivados das decisões (Ex: Constituição da Inglaterra)</p><p>Quanto ao MODO DE ELABORAÇÃO:</p><p>- DOGMÁTICA – é aquela fruto das idéias dominantes em um determinado momento, ou seja, dos</p><p>dogmas de um determinada sociedade.</p><p>- HISTÓRICA - surge aos poucos, os costumes vão se incorporando lentamente através do tempo.</p><p>QUANTO À EXTENSÃO:</p><p>- SINTÉTICAS – porque elas só tratam das matérias clássicas das Constituições (Direitos</p><p>fundamentais, estrutura do Estado e organização dos poderes). Só trazem os princípios gerais.</p><p>- ANALÍTICAS / PROLIXAS – além das matérias constitucionais ela trata de assuntos alheios ao</p><p>Direito Constitucional, que poderiam ser tratados por legislação ordinárias.</p><p>QUANTO À SISTEMÁTICA:</p><p>- REDUZIDA: quando é representada por um código único, sistematizado.</p><p>- VARIADA: textos espalhados em diversos diplomas legais (Bélgica e França)</p><p>QUANTO À IDEOLOGIA:</p><p>- ORTODOXA: formada por uma só ideologia.</p><p>- ECLÉTICA: informada por diversas ideologias conciliatórias.</p><p>QUANTO À FINALIDADE :</p><p>- CONSTITUIÇÃO-GARANTIA: limita o poder, garantindo o poder. Preocupa-se em fixar as</p><p>garantias individuais frente ao Estado.</p><p>- CONSTITUIÇÃO-BALANÇO: reflete um estágio do compromisso socialista. A Constituição é criada</p><p>para espelhar um certo período político, ou seja, o que está se passando em determinada época.</p><p>- CONSTITUIÇÃO-DIRIGENTE: traz um projeto de Estado, estabelece compromissos sociais</p><p>(programas). O legislador constituinte “dirige”a atuação futura dos órgãos governamentais</p><p>estabelecendo metas e programas a serem cumpridos por estes</p><p>! A Constituição Brasileira de 1988 classifica-se como:</p><p>FORMAL, PROMULGADA, RÍGIDA, ESCRITA, DOGMÁTICA, ANALÍTICA, REDUZIDA, ECLÉTICA E</p><p>DIRIGENTE</p><p>Analítica</p><p>menor</p><p>estabilidade</p><p>menor</p><p>flexibilidade</p><p>Sintética</p><p>maior</p><p>estabilidade</p><p>maior</p><p>flexibilidade</p><p>Licensed to Mario Da Silva Moreira Junior - mariosmjunior1969@gmail.com</p><p>Resenha Jurídica</p><p>3</p><p>Resenha Jurídica</p><p>ELEMENTOS DO ESTADO (POLÍTICO)</p><p>Sabemos que a sociedade se organiza por meio do chamado Estado, que contém os seguintes</p><p>elementos: povo, território e governo1.</p><p>Todo Estado tem uma Constituição, que é como se define a organização do Estado, que nada mais</p><p>é do que a nossa própria convivência no modelo comunitário. Literalmente o “um por todos e todos por</p><p>um” – o tal do espírito coletivo. Ainda que insistamos em não entender tal modelo de convivência.</p><p>Apesar de todos os Estados terem uma Constituição, foi apenas com o surgimento das</p><p>Constituições escritas que se passou a estudar efetivamente o surgimento das Constituições.</p><p>O movimento (jurídico, político e ideológico) de criação de uma Constituição escrita, criada como</p><p>documento fundamental e supremo na organização e estruturação do Estado, e que tem como traço</p><p>principal a limitação do poder político é que se chama de Constitucionalismo.</p><p>Doutrinariamente tem-se o início do constitucionalismo com a Constituição Americana (1787) e</p><p>Constituição Francesa (1791). São Constituições marcadas pelas ideias iluministas do século XVIII e</p><p>pelo Liberalismo, valorizando as liberdades e garantias individuais.</p><p>Com a evolução do Estado o constitucionalismo avança para aspectos democráticos e sociais, no</p><p>entanto importante estudar o instituto do Estado politicamente organizado, LOGO:</p><p>ESTADO</p><p>ESTADO: Sociedade política dotada de características próprias, elementos essenciais, que as o</p><p>diferenciam das demais sociedades, quais sejam:</p><p>POVO</p><p>ELEMENTO HUMANO do Estado; determina as pessoas que mantém mantêm vínculo jurídico-</p><p>político com o Estado, e se tornam se tornando parte dele – conceito jurídico-político.</p><p>• População – conjunto de pessoas que se encontram em determinado território de um</p><p>Estado – nacionais ou estrangeiros – conceito numérico.</p><p>• Nação – conjunto de pessoas ligadas que formam uma comunidade unida por laços</p><p>históricos e culturais – conceito sociológico.</p><p>TERRITÓRIO</p><p>• ELEMENTO MATERIAL do Estado – espaço sobre o qual o Estado exerce de modo</p><p>efetivo e exclusivo o poder de império, sua supremacia sobre pessoas e bens. Ex.: embarcações e</p><p>aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro. É Trata-se de um conceito</p><p>JURÍDICO.</p><p>GOVERNO</p><p>• Exercício do poder soberano estatal voltado ao atingimento das finalidades do Estado.</p><p>Alguns autores relacionam a ideia de SOBERANIA “posta em ação”(SAHID MALUF, 1988,</p><p>p.43).</p><p>1 Alguns doutrinadores mais modernos acrescentam ainda como elemento do Estado a finalidade, ou seja, a organização do</p><p>Estado deve ser orientada para atingir um conjunto definido de finalidades.</p><p>Licensed to Mario Da Silva Moreira Junior - mariosmjunior1969@gmail.com</p><p>Resenha Jurídica</p><p>4</p><p>Resenha Jurídica</p><p>FORMA DE ESTADO</p><p>O termo Estado designa uma pessoa jurídica de direito público formado por 3 elementos: POVO,</p><p>TERRITÓRIO e GOVERNO.</p><p>a) Povo: envolve os nacionais e estrangeiros (NÃO se confunde com o conceito de NAÇÂO –</p><p>indivíduos que têm as mesmas tradições, costumes, religião e mesma língua. Assim pode existir uma</p><p>Nação em Estados diferentes.</p><p>b) Território: espaço delimitado no qual o Estado exerce sua soberania. Compreende solo, subsolo,</p><p>mar territorial, espaço aéreo nacional e plataforma continental (solo e subsolo do mar</p><p>territorial).</p><p>c) Governo: é a organização política que decide os rumos do Estado. É soberano, já que não se</p><p>submete às decisões de outros países.</p><p>A forma de Estado refere-se ao modo de exercício do poder político em função do território do</p><p>Estado. Logo, a forma pode ser de Estado: Unitário (Centralização política, ou seja, único centro de poder</p><p>político no território inteiro – Ex: Chile) ou FEDERAL (embora aparecendo único nas relações</p><p>internacionais, é constituído por Estados-membros dotados de AUTONOMIA – que não se confunde com</p><p>soberania, esta somente República Federativa do Brasil é que detém).</p><p>O Estado Federado tem como características:</p><p>- descentralização política: embora com ente político central (União), há os entes descentralizados</p><p>(Estados-membros, DF e Municípios)</p><p>- autonomia dos entes descentralizados: com órgãos governamentais próprios e competências</p><p>exclusivas. Além de capacidade de autoadministração (recursos próprios).</p><p>- pacto federativo indissolúvel: não há direito de secessão os seus integrantes NÂO podem se</p><p>separar da federação.</p><p>- órgão representativos dos Estados-Membros junto a União</p><p>Obs: A forma Federativa de Estado, é CLÁUSULA PÉTREA (art. 60, § 4º, CF), não podendo ser</p><p>abolida por emenda constitucional e que se resume a:</p><p>1) Soberania do Estado federal: o poder que confere ao Estado federal a independência na ordem</p><p>externa, que lhe permite não se sujeitar, jurídica ou politicamente, a quaisquer imposições de</p><p>Estados estrangeiros ou organismos internacionais.</p><p>2) Autonomia dos entes federativos: poder conferido, aos diversos entes federativos da</p><p>Federação, que lhes permite graus variáveis de auto-organização, autogoverno,</p><p>autoadministração e também de arrecadação de receitas próprias, nos termos e limites fixados</p><p>pela Constituição federal.</p><p>3) Caráter indissolúvel do vínculo federativo: uma vez formalizado o Estado federal, não mais é</p><p>permitido a qualquer dos entes que fazem parte da Federação separar-se dela, tendo em vista seu</p><p>caráter permanente (não há direito de secessão).</p><p>4) Formalização por meio de uma constituição: o Estado federal é criado por uma Constituição,</p><p>a denominada Constituição Federal, que estabelece e formaliza o pacto federativo.</p><p>5) Repartição de competências entre o poder central e os entes parciais: a Constituição Federal</p><p>estabelece as bases em que a mesma deve funcionar, inclusive fixando as competências materiais</p><p>e legislativas de cada um dos entes que fazem parte do Estado Federal.</p><p>6) Direito de participação das vontades parciais na vontade central (bicameralismo do Poder</p><p>Legislativo da União): para que um Estado possa ser considerado efetivamente uma Federação,</p><p>os entes parciais também devem ter o direito de participar da formação da vontade central, por</p><p>meio de representantes no Parlamento.</p><p>7) Possibilidade de intervenção federal: o texto constitucional da Constituição Federal deve</p><p>prever a possibilidade de a União agir, em nome dos demais entes federativos, não só para a</p><p>garantia da indissolubilidade do vínculo federativo, como também para o respeito à repartição</p><p>de competências.</p><p>Licensed to Mario Da Silva Moreira Junior - mariosmjunior1969@gmail.com</p><p>Resenha Jurídica</p><p>5</p><p>Resenha Jurídica</p><p>FORMA DE GOVERNO</p><p>Refere-se tanto ao modo como se institui o poder nas sociedades, quanto à relação entre</p><p>governantes e governados, ou seja, pergunta-se se há participação popular ou não na formação do</p><p>poder.</p><p>Há 2 formas:</p><p>REPÚBLICA MONARQUIA</p><p>Eletividade (eleições) Hereditariedade</p><p>Temporalidade no poder Vitaliciedade do poder</p><p>Representatividade popular</p><p>Não-representatividade popular</p><p>Dever de prestar contas</p><p>(responsabilidade)</p><p>Ausência do dever de prestar contas</p><p>(irresponsabilidade)</p><p>SISTEMA DE GOVERNO</p><p>Refere-se à forma de relacionamento dos poderes Executivo e Legislativo para escolha do Chefe</p><p>de Governo.</p><p>No sistema adotado em nosso país, o Presidencialismo, não há qualquer intervenção do Legislativo</p><p>na escolha do Chefe de Governo, vez que esta é escolhido pelo VOTO. Aliás, no Presidencialismo, o</p><p>Presidente da República concentra as funções de Chefe de Estado – representação externa – e de Chefe</p><p>de Governo – responsável pelas políticas internas.</p><p>PRESIDENCIALISMO PARLAMENTARISMO</p><p>Independência dos poderes Interdependência dos poderes</p><p>Chefia monocrática Chefia dual</p><p>Mandatos por prazo certo Mandatos por prazos indeterminados</p><p>Responsabilidade do governo perante o</p><p>povo</p><p>Responsabilidade do governo perante o</p><p>parlamento</p><p>REGIME POLÍTICO</p><p>O princípio democrático define o nosso regime político. Quanto ao regime político, o caput do Art.</p><p>1o da CF afirma que o Estado brasileiro é um Estado Democrático de Direito, consagrando assim a</p><p>adoção de um regime político democrático.</p><p>Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e</p><p>do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: (…)</p><p>Licensed to Mario Da Silva Moreira Junior - mariosmjunior1969@gmail.com</p><p>Resenha Jurídica</p><p>6</p><p>Resenha Jurídica</p><p>O Regime político adotado no Brasil é o Democrático e a nossa democracia é a semidireta</p><p>(participativa), uma vez que conjuga os elementos da democracia direta com a democracia indireta</p><p>(representativa), como se extrai do Art. 1o parágrafo único da CF:</p><p>Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou</p><p>diretamente, nos termos desta Constituição.</p><p>Licensed to Mario Da Silva Moreira Junior - mariosmjunior1969@gmail.com</p>