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Flávia Rosane Sousa de Oliveira – Direito Internacional – 2013.1 – Thiago Borges
DIREITO INTERNACIONAL
Nada a ver tem com direito estrangeiro. Esse último emana da soberania interna de seus países. Existe um ramo do direito que conecta o direito estrangeiro que é o direito internacional PRIVADO, que não é o que vamos estudar aqui. 
Em uma situação fática que esteja conectada mais de um ordenamento, ele vai direcionar o que vai ser aplicado.
Direito internacional público regula as relações entre os estados, o ordenamento que regula a sociedade internacional. 
Isso deve ser explicado diferenciando do que é uma comunidade internacional. Comunidade é um ambiente onde os sujeitos dão prevalência aos interesses comuns em detrimento dos particulares. Numa sociedade, ao contrário, os interesses particulares se ressaltam e as pessoas se juntam para obter em conjunto, para obter o que não conseguem individualmente.
O ambiente internacional é de sociedade e não de comunidade, pelo menos por enquanto, e assim será acredita o professor, por mais alguns séculos.
Temos um exemplo de uma semelhança de comunidade que é a União europeia. Atribuiram a ela algumas competências que estão acima das próprias competências dos Estados. Existem aspectos que são mais importantes tratados comumente do que do próprio interesse de cada um. 
Ex: termos ambientais. Isso é um avanço em direção da comunitarização, mas é regional, só se aplica aos estados europeus. É muito difícil pensar numa comunidade internacional, sem considerar suas demandas nacionais. 
A sociedade internacional é uma sociedade, justamente porque os Estados estão primeiro preocupados com o atendimento do seu interesse para depois pensar na comunidade. Este só acontece quando favorece o interesse particular. 
Quando pensamos numa sociedade de direito interno, pensamos nas pessoas naturais e jurídicas e em entes despersonalizados que a lei atribui alguma coisa. Na sociedade internacional não. 
Temos uma coisa multifacetada. Quem são os atores  da sociedade internacional? Os Estados soberanos, organizações internacionais, ONGs internacionais (como greenpeace, WWF, FIFA, etc. Embora não sejam sujeitos de direito internacional por não titularizarem direitos, eles participam ativamente da sociedade internacional), blocos econômicos, empresas transnacionais, grupos armados paramilitares (hammas, hezbollah, IRA, FARC - elas colocam em risco a soberania do país, por isso merecem atenção), o próprio ser humano quando faz reclamações na corte internacional.
O direito internacional tem que pensar nessa complexidade. Todo esse complexo faz parte das normas, mesmo nem todos sendo sujeitos de direito internacional.
Tem uma peculiaridade em relação ao direito interno. O direito precede o Estado. Ele existe independentemente do Estado, na nossa lógica moderna o direito é aquele que decorre da manifestação soberana do Estado internamente pelo exercício da jurisdição, que tem a ver com a reserva do uso da força pelo Estado, exceto situações de legítima defesa para a autotutela. 
Fora isso a força está nas mãos do Estado e as pessoas têm que recorrer a ele para garantir a tutela dos seus interesses. Por isso estabelecemos entre Estado e cidadão uma relação de subordinação. 
O direito internacional é completamente diferente pois não resulta de uma relação de subordinação e sim de cooperação. Não existe um ente supra estatal que faça impor as normas internacionais em caso de descumprimento. As entidades internacionais não são supranacionais, estão ao lado dos Estados exercendo uma função de coordenação para a cooperação. 
Não é de subordinação, coordenação de interesses para viabilizar o melhor resultado na cooperação. 
Os principais sujeitos dessa sociedade são diferentes e desiguais, que são os estados e o direito não vai conseguir igualar. É mais fácil simular igualdade entre dois entes parecidos. ex: Brasil x EUA - diferente de - EUA x Honduras. Entes naturalmente desiguais, falando em população, território etc. Honduras sempre será mais dependente da sociedade internacional do que os EUA, por exemplo. 
O direito interno pode mudar, pode servir de emancipação para uma pessoa mais pobre vencer uma mais rica, mas o direito internacional não pode igualar EUA com Honduras. Pode igualar de forma fictícia num processo, mas imagine se os EUA resolver entrar em guerra com Honduras? 
Essa questão da cooperação nos levanta uma questão importantíssima que é a coercitividade do direito internacional. Desde o inicio vem sendo levantada. O início do direito internacional é o próprio inicio dos estados soberanos, quando estes começam a se relacionar.
O direito internacional é mesmo direito? Suas normas têm coercitividade? Para Hobbes não passava de política, na relação entre os estados o mais forte sempre prevaleceria. 
Com esse suposto de que são todos desiguais e não há uma entidade superior que faça impor, eu estaria preso ao paradigma da modernidade de que o direito só é aquele atrelado a um Estado e para entender direito internacional preciso ir além disso. 
Jellinek já havia desenvolvido a teoria da autolimitação do estado - em relações com outros estados, cada um promove uma autolimitação do poder soberano. 
É um poder aprioristicamente limitado, mas se limita internamente pelas proprias escolhas populares, pela imposição dos direitos e garantias fundamentais, e internacionalmente não atua de maneira distinta, como tem que se relacionar, faz acordos que representam limitações da sua soberania externa. 
Essa ideia foi abraçada por muitos teóricos. Alguns justificam pela via do jusnaturalismo, - pacta sunt servanda - , a igreja pressionava pela manutenção da palavra dos acordos internacionais. E outra corrente que vai culminar em Kelsen, aborda pelo positivismo, se a regra foi estabelecida tem que ser cumprida. 
Ambos tentam justificar o que Jellinek propôs. O que ele já tinha visto se evienciou fortemente na segunda metade do sec XX por causa de um fenômeno ocorrido depois da segunda guerra mundial, muito importante para o direito internacional. 
A globalização, que começa econômica e se torna política e cultural é, na verdade, uma aceleração que vem desde o surgimento dos Estados. Essa comunicação se acelera em função do desenvolvimento tecnológico etc. 
Com a globalização percebe-se que nenhum estado vive sozinho. Se eu parto do suposto que o controle da população é algo do estado, do governo, e não há governo que sustente uma governabilidade com base no isolamento (hoje só temos a Coreia do Norte, e é um governo autoritário, sem legitimação democrática).
Os governos só se legitimam se estiverem dispostos a promover uma cooperação. Os alemães então fazem uma segunda teoria dizendo que a coercitividade do direito internacional está nessa necessidade dos Estados participarem dessa sociedade internacional. Essa coercitividade varia por força primeiro da diferença entre os estados, uns precisam mais dela e outros menos e quanto mais precisa maior a coercitividade das normas. 
Hoje, da década de 80-90 pra cá, vem se estudando um fenômeno no direito internacional da fragmentação dele como um fator de fragilização da sua coercitividade. 
Quer dizer que o direito internacional é um sistema fragmentado, temos vários sistemas juridicos pois as normas emanam de vários sujeitos (ONU, OMC, OEA,EU, etc). Vários sistemas jurídicos que são desconectados e permite que os Estados no exercício da soberania participem quando lhe interessa e não participem quando não interessa: é importante pros EUA participar da OMC, mas não interessa participar do protocolo de Kyoto e isso não implica em nada pois são entes diferentes e não vai haver nenhuma sanção. Se um dependesse do outro, haveria uma coercitividade maior. Então essa fragmentação fragiliza a coercitividade das normas. Quem teria o papel de desfragmentar seria a ONU, mas ela tambem tem suas mazelas. Ela carece de legitimidade, sua estrutura é passivel de muitas criticas e não consegue satisfatoriamente exercer esse papel.Ou é preciso reinventar a ONU ou outra coisa que a substitua.
O fato é que mais recentemente nós temos enxergado um fenômeno muito interessante. É quee até o sec XX, o direito internacional tinha como núcleo de interesse a manutenção da relação estável entre os estados, resolvendo pacficamente os litígios. 
Na verdade ele surgiu pra isso. A guerra na origem era um direito dos estados, algo normal, mas evidente que o dir internacional sempre buscou diminuir as hipóteses em que resolveriam as coisas no uso da força, até que vem a proibição. 
Esse direito internacional voltado para a manutenção da estabilidade é apenas um dos seus traços atualmente. Tem também outras preocupações, como a preservação da natureza, a manutenção das condições de vida no planeta ou então a extensão dessas condições. 
Além do que também se torna matéria fundamental a proteção do ser humano, e nisso entenda que o estado pode estar sem nenhum conflito com outros estados, mas ser objeto de preocupação por violar direitos humanos. ex: síria atualmente. Ele não tem só o proposito de manter a paz, mas também de transformá-la.
Também é objeto a regulação do comércio internacional, promovendo uma maior abertura dos Estados para o comércio, minimizando os protecionismos e privilegiando o desenvolvimento dos menos desenvolvidos. 
Deixou de ser um direito simplesmente político e ampliou muito o campo de atuação. Passa a ter um campo muito mais extenso relacionado a comércio, etc. Não só território e mar, mas também transporte aéreo etc. 
Ganha muito em matéria a regular no decorrer do sec XX. Mas não há sombra de dúvida que ao ampliar, também apresenta as suas várias limitações e fragilidades notadamente no que se refere às imposições das decisões jurisdicionais (tribunais e arbitragem. a arbitragem aqui é até mais importante que a via judicial, ocupa uma função central). 
Essa crise de coercitividade passa a ser um objeto de preocupação do momento histÓrico, é necessario mudar a estrutura para permitir maior coercitividade e isso passa pela ONU, questiona-se se a fortaleceremos ou extinguiremos e colocaremos algo em seu lugar que desempenhe essa função melhor. 
HISTÓRIA DO DIREITO INTERNACIONAL
x. PRÉ HISTÓRIA
Aqui tratamos de tudo que acontece antes do surgimento dos Estados soberanos. O que antecede o surgimento do direito internacional. Podemos identificar alguns elementos na antiguidade, na Grécia.
Alguns institutos que foram aproveitados já eram conhecidos, como por exemplo o direito de asilo dos líderes. O povo vencedor mantinha o lider vencido preso e vivo como forma de demonstrar sua força e seu respeito com a cultura dominada. Isso porque o lider era tratado como uma divindade e assegurava o domínio sobre o outro povo. Seria uma espécie de direito natural que ia acontecer entre os povos gregos.
Outro exemplo é a declaração de guerra que é um ato relevante para o direito internacional. Vem da Grécia, porque pelos costumes gregos um povo so poderia ganhar do outro por ser mais forte e nunca porque surpreendeu. O cavalo de Troia subverte o costume de declarar guerra. Isso rompe a lógica da tradição da obrigatoriedade de declarar guerra, que tem a ver com valores que fazem de um líder um grande líder. 
Em Roma encontramos poucas contribuições, principalmente pelo fato de que o império romano, como a tentativa de dominação do povo contraria a lógica da busca da boa convivência pelos povos e não o exercício de domínio de um povo pelos demais. 
Pode-se pensar alguns poucos institutos como a proteção dos mensageiros que é considerado a origem da diplomacia, a proteção daquele que vai propiciar a comunicação entre os povos. 
Outro ponto é a distinção entre o direito aplicado para os romanos e o aplicado para estrangeiros, é algo que vai originar a noção de nacionalidade, respeito pela cultura do outro etc. Era mais fácil dominar mantendo a cultura do dominado do que impondo a sua.
Com o fim do império romano e o inicio da idade média, temos o corpus iuris civilis - justiniano, compliação dos glosadores - esse período em que os glosadores circulavam pela Europa central divulgando os estudos sobre o Corpus iuris civilis e seus feudos formando universidades: os clérigos iam a Bolonha estudar o c.i.civilis, pois ele trazia uma rica história de como se resolver conflitos durante o imperio romano e isso gerou varios comentários - que sao as glosas - e depois voltavam para seus estados de origem para lecionar esse conhecimento. Assim surgem as universidades, salamanca, coimbra, oxford etc. Os primeiros cursos foram direito e teologia. 
Nesse período que vai da alta idade média para a baixa idade média, de Portugal até a Polônia, o direito era praticamente o mesmo, chamado de ius comuni, período importante para a formação romano-germânica no nosso direito. Mesmo na Inglaterra aplicava-se o C.I.Civilis. Nesse período de 5 séculos, o direito foi um só, e contribui no surgimento da liga das cidades - varias ligas de cidades que faziam acordos entre os burgos e senhores feudais para garantir a proteção dos mercadores que saiam de Veneza e circulavam por toda Europa. Toda uma rede de acordo entre as cidades que garantiam proteção contra os saqueadores. É o período importante para o que mais tarde se conheceu como diplomacia. Isso gerava muita guerra, pois quando um descumpria o acordo gerava um ataque de uma cidade sobre a outra. 
Os estados modernos começam a surgir no seculo 13 com Portugal, que foi o primeiro a se configurar como tal. Portugal surge como consequência aos ataques das coroas de castela, leão e aragão. Quando foram pra cima do condado portucalense ele resistiu. Eles fundam o Estado português, estabelecendo uma fronteira, coisa que não existia, e determinam que ali é soberania portuguesa. A Espanha logo depois delimita sua fronteira, logo depois o francês e outros pequenos estados, e esse é um perodo de muita guerra na Europa, longas. Era o periodo da fixação das fronteiras e essa briga por espaço até hoje é mal resolvida, por isso a europa durante o sec XX passou por tantas mudanças. ex: alsácia e lorena entre França e Alemanha. Essa confusão vai até o marco histÓrico do inicio do direito internacional.
O tratado de West fallen (1648) põe fim a guerra dos 30 anos que era religiosa, envolvendo protestantes e católicos, que a religião tinha forte influência sobre a conformação dos estados, então entravam em guerra em nome da religião, e essa época é justamente o surgimento do movimento protestante. 
Isso é tao importante pois esse tratado foi cunhado a partir dos ensinamentos e com a participação de Hugo Grócio, que era um filósofo e jurista que tem uma obra importante em que escreve sobre a guerra e a paz. 
O mais importante é que defende uma tese nunca antes tratada, que é a igualdade juridica entre os Estados. Parte do suposto de que os Estados devem ser juridicamente iguais porque até então a lógica era: soberano, que antes era uma pessoa passa a ser o ninguém. Eu sou o soberano e sou a representação de Deus na terra, logo, outro soberano era um impostor e se fosse de outra religião era mais impostor ainda. 
Esse conflito era natural, um estado sempre se achava mais senhor do que o outro. Vem Grócio e diz que os estados tem que conviver, todos são iguais entre si e têm legítimo direito sobre seu territorio, aceitando o convívio com os demais. 
Essa é a premissa do direito internacional e por isso Grócio é considerado pai do dir internacional. Sem essa premissa, ele não existe. Toda vez que o estado investe contra os outros quebra essa premissa. Pode entrar em guerra, mas invadir, tomar, distruir é inadimissivel pela logica da igualdade jurídica entre os estados. aqui começa sua historia.
 
26.02
x. INÍCIO DO DIREITO INTERNACIONAL
O descobrimento das Américas, embora tenha acontecido antes de West Fallen - a efetiva relação metrópole/colônia só começa mais tarde. 
No primeiro século, praticamente só houve exploração extrativa das metrópoles sobre as colônias e a perseguição de índios. A ideia deinstalação de governos e institucionalização nas colônias é algo que vai acontecer no final do séc. 16, o que vai se aproximando mais ou menos a época de West Fallen. 
É mais comum situar as relações entre metrópole e colônia já na fase de existência do direito internacional. É interessante perceber que a colonização é um problema de direito internacional que vai até o séc. 20. São dois entes regidos pelo direito internacional, e que existiu com muita importância até o final do séc. 20. 
O período que se segue de meados do séc 17 ate a revolução francesa - são 150 anos conhecidos como PAZ DE WEST FALLEN, ou equilíbrio europeu. 
Muitas guerras aconteceram antes disso, do sec 13 até 17. Aí vem o princípio da igualdade jurídica dos Estados. A simples internalização da prática dos Estados desse princípio - a aceitação - foi suficiente para permitir um equilíbrio nas relações entre eles durante 150 anos. 
Lógico que muita coisa acontece dentro dos Estados- desenvolvimento institucional, tecnológico, científico, mudança das condições militares, filosóficas, politicas e culturais. Entre 1650 e o final do sec 18, a burguesia, que aqui era uma classe explorada pelo poder do Estado vai ganhando força devido a mudança da estrutura da sociedade. A igreja perde força devido ao protestantismo, a própria filosofia humanista se desenvolve. Tudo isso proporcionado por um período de longa paz, que permite esse desenvolvimento humano e científico - desenvolvimento e consolidação do mercantilismo. 
É um período de nascimento do direito internacional. Ele era eminentemente consuetudinário. Não temos muito tratados, temos acordos bilaterais, mas coletivos, que visam positivar relações internacionais. 
Com toda essa mudança da sociedade e da própria lógica do Estado, depois da revolução francesa inicia-se um novo momento do direito internacional, por causa das invasões Napoleônicas.
É como se a partir de um certo momento, o simples fato de existir o princípio da igualdade jurídica deixa de ter peso para inibir o comportamento de domínio de um povo sobre outro, e aí há uma ruptura do direito internacional. A revolução francesa é um episódio interno, modifica a política da França, o que realmente quebra o direto internacional são as invasões de Napoleão. 
A terceira fase, que é a de maturidade do dir internacional, começa com a queda de Napoleão, marcado pelo congresso de Viena, onde se estabeleceram novos princípios do direito internacional. 
Outro episódio que pode ser levado em conta é a independência dos Estados Unidos, que cria novos Estados soberanos do outro lado do oceano.
CONGRESSO DE VIENA - é como se o direito internacional visse uma necessidade de maior fundamentação, maior aprofundamento jurídico para garantir um novo período de estabilidade. A simples igualdade jurídica não bastava. Princípios que são anunciados:
 - classificação dos agentes diplomáticos - reconhecimento internacional de que eles gozam de certos privilégios, como forma de garantir a constante comunicação entre os povos. 
 - a liberdade de navegação - consolida a ideia de que os povos podem circular livremente pelo globo, evidentemente que isso vem de antes, um costume anunciado como princípio e se torna extremamente importante. Vários elementos podem ser extraídos dessa liberdade de navegação, como por exemplo a ideia de mar territorial. Para medir nessa época, era com base numa bala de canhão. A lógica é que se está passando uma embarcação militar e eu consigo atingir da terra é porque ela me ameaça. Para todos os efeitos, se ela está passando em uma distância que eu não posso atingir, não posso pegar um navio e ir atrás, desde que ela esteja com uma bandeira identificando sua origem. Se não tiver, pode ser pirata e estar me sujeitando a ataques. 
Essa delimitação é uma demanda histórica do direito internacional, porque muitas guerras aconteceram pelos Estados quererem exercer domínio sobre o mar dos outros.
- Ficou declarado em 1815 a proibição do tráfico de pessoas. O que acontece de fato é que transmite uma ideia humanista - o direito internacional ja se preocupava com a proteção da pessoa - isso é uma mentira, um romantismo - o que de fato acontece é que a queda de Napoleão teve importante participação da i    Inglaterra, que foi uma das lideranças do congresso de Viena, e era extremamente importante pra ela essa proibição de tráfico de pessoas, pois tinha perdido o domínio sobre sua mais importante colônia, os Estados Unidos, o que enfraquece a Inglaterra nas relações europeias, principalmente em relação a Espanha, que possuía muitas colônias nas Américas, que tinham funcionamento dependente do tráfico de pessoas, assim como Portugal. A Inglaterra queria, ao defender o fim do tráfico de pessoas, minar a economia espanhola e portuguesa. 
Não se fala de fim da escravidão porque ainda era praticada na África pela Inglaterra, França, Itália, Holanda etc. O que existe é um grande utilitarismo do discurso humanista, que fazia sentido por força dos idealismos da revolução francesa -John Locke, Rousseau davam fundamentação filosófica a isso - mas muito mais por razões de utilitarismo político e econômico. 
O Brasil, em 1822 se tornou independente, e em 1826 proibiu o tráfico de pessoas. Tinha muita dependência a Inglaterra, então proibiu pra que ela o reconhecesse como independente. Precisa que os outros lhe vejam como tal para manter relações. Essa proibição foi meramente formal porque nada se fez para coibir a prática.
Mais importante que tudo isso, no congresso de Viena foram estabelecidos dois princípios centrais que estão em nossa CF - autodeterminação dos povos e não intervenção.
Isso tem tudo a ver com as invasões napoleônicas, pois ele invadia para derrubar os reis absolutos, implantar o sistema em que a burguesia prevalecia. Isso é intervenção e desrespeita a autodeterminação dos povos. Com sua queda, os Estados proclamaram que cada povo tem a liberdade de autodeterminar-se,  quanto ao modo de funcionamento político, econômico, organização da sociedade. É uma característica do Estado, resultante da soberania. Um Estado não pode intervir nas questões políticas do outro, não pode invadir nem participar intervindo no processo político - por isso não posso ter no Brasil um partido politico ligado a um Estado estrangeiro. 
Já no final do sec 20 e 21, quando falamos em direitos humanos, não raro requer intervenção, então pode suscitar uma flexibilização desse principio, o que é muito perigoso pois pode usar esse discurso para desviar as intenções. ex: libia - sociedade internacional por meio da OTAN, fechou o espaço aéreo impedindo que o exército libiano atacasse os revoltosos. 
Temos uma nova roupagem do direito internacional que permite uma continuidade das relações internacionais de maneira pacífica. 
Foi suficiente para aguentar 1 séc. de poucos conflitos internacionais (sec 19). Não foi pacífico, mas foi de maior estabilidade. Termina essa fase com a primeira guerra mundial. 
O código civil de Napoleão suscita a escola da exegese, que vai resultar no positivismo jurídico, e isso reflete também no direito internacional. O movimento que se segue ai é de positivação das normas de direito internacional. Ele era costumeiro e passa a ser positivado em tratados multilaterais. 
Até entao os tratados eram bilaterais, e a partir daqui começa a ficar comum a adoção de acordos multilaterais e o processo de positivação do direito internacional. 
A maior parte dos conflitos nessa época ainda eram resultantes de fatores religiosos - ainda existia a santa aliança, derrubada da reforma protestante. Em 1856, acontece a conferência de Paris, que põe fim a santa aliança, declara o fim da guerra da Criméia - França, Turquia, Rússia (determina o surgimento da igreja ortodoxa russa), mas o fato mais importante dessa conferência é que ela reúne vários Estados americanos participando de uma conferência, firmando tratados, havendo um reconhecimento explícito por parte dos estados europeus da independência dos estados americanos. 
Em 1864surgiu a cruz vermelha, que é um embrião do que mais tarde seriam as organizações internacionais, criada e financiada pelos Estados para garantir o direito humanitário, proteger pessoas que sofrem consequencias da guerra. Tem um papel que além de envolver prestação de serviço de saúde, tem papel fundamental na busca de soluções pacificas. Ela nunca toma posição, não é de sua finalidade apoiar ninguém, mas sim buscar soluções e essa neutralidade, que acaba sendo importante para todo direito humanitário, dá a ela a possibilidade de dialogar mesmo em situações críticas, que não envolvem estados. ex: As farc. Eles sabem que aqueles agentes não estão tomando partido, mas apenas tentando minimizar o conflito. Existe até hoje, funciona em Genebra, mas tem comitês no mundo todo. 
Também nesse período, temos as primeiras convenções de proibição de uso de produtos inflamáveis durante os conflitos - o desarmamento começou mesmo antes de chegarmos ao auge do armamento.
Em 1889, aconteceu a conferência de Bruxelas para a proibição da escravidão e tráfico de pessoas. Antes havia apenas um princípio que naquela época não tinha muita importância, mas no momento que se fazia um tratado se tornava mais relevante, pois os Estados assumiam compromisso uns com os outros. 
É importante prestar atenção no momento politico que o Brasil vivia, de extrema instabilidade. Dom Pedro II ficou conhecido em Portugal como Dom Pedro IV, O Fraco, pois ele não foi capaz de, no momento que se fragilizou sua posição de imperador diante dos movimentos republicanos, não foi capaz de trazer o Brasil de volta para a coroa portuguesa. O movimento republicano pressionava a monarquia e uma das suas grandes conquistas foi justamente a abolição da escravatura em 1888, pois isso fragilizava completamente o imperador, praticamente inviabilizando seu governo e ainda ganhava apoio externo. O Brasil só pôde participar da conferência de Bruxelas por ter extinto a escravidão, e se não fosse assim, não teria conseguido apoio a sua independência. O Brasil ficou independente sem brigar com ninguém (menos na Bahia - 2.07.1823) e a nossa república também se dá de uma transição natural. 
Em 1899 acontece a conferência da paz da A haia (den haag em holandês e the hagve em inglês) que é um ato muito relevante. A coroa dos Países Baixos cede, para a ocorrência desse evento, um palácio, onde ocorreu a conferência e se instalou seu resultado, que é a corte permanente de arbitragem internacional, com vistas a obter soluções pacíficas de conflitos. "Palácio da paz." Já havia a arbitragem em sua prática, mas nessa época foram estabelecidas normas a partir de um tratado. 
Em 1907 acontece outra conferência da paz, essa foi mais pra normas que visavam amenizar efeitos da guerra, tentativa de estabelecer regras de comportamento. Tinha regras bem idiotas. É importante para o Brasil pois teve a participação de Ruy Barbosa, com o discurso de paz extremamente importante para o direito internacional. 
Existem muitos outros episódios no sec 19, como as primeiras conferências panamericanas que mais tarde culminam com o surgimento da OEA. 
Essa fase é interrompida pela primeira guerra mundial. Essas interrupções são sempre quando um país tenta invadir o outro, violando os princípios do dir internacional.
O reich resolve retaliar alguns países devido a morte de Francisco Ferdinando. 
Foi uma guerra mais curta que a segunda guerra mundial, mas muito mais violenta no sentido humano, matou menos gente mas foram mortes mais violentas devido ao embate corporal pela falta de desenvolvimento tecnológico. 1914-1918. 
Quando acaba a primeira guerra mundial, com o tratado de Versailles - alguns autores colocam aqui o início de uma nova fase. O fato é que o que se tentou fazer após a primeira guerra foi insuficiente, o que acabou causando a segunda guerra. Tudo que se fez após a segunda guerra mundial foi o que tentou-se fazer depois da primeira, mas foi pouco, insuficiente. A tentativa de aperfeiçoamento do direito internacional foi insuficiente. É certo que o que se fez no tratado de Versailles é tido por muitos como a causa da segunda guerra. Aplicou fortes sanções pecuniárias à Alemanha, proibiu a construção de novo exército, passou parte do território para o controle de outros países. Havia uma forte pressão política nessa época por causa de um episódio muito importante que foi a revolução russa, que na verdade inflamou todo o sentimento socialista em vários países europeus. Viram na rev russa a intentona comunista, o que obrigou vários estados europeus a reformularem seu sistema capitalista, adotando o well fare state, puxando para o Estado a prestação de varios serviços públicos, aumentando o tamanho dos estados (e automaticamente gerando a diminuição dos exercitos devido ao aumento dos custos de manutenção), isso porque as demandas sociais eram muito fortes e risco muito grande de revolução do proletariado. É um período de muita instabilidade política interna. 
A Alemanha acabada em todos os sentidos possíveis, acabou suscitando o ultra nacionalismo fascista que gerou a segunda guerra mundial. Os judeus eram os detentores do dinheiro, por isso foram pegos como cristo.
Com o tratado de Versailles, criou-se a sociedade das nações, alguns autores chamam também de liga das nações. É uma organização internacional de caráter político que começou com poucos países e terminou com poucos também. Tinha o propósito de manutenção da paz, só que foi criada engessada no sentido de que adotou a regra da unanimidade, o que dificultou muito o desenvolvimento da sociedade das nações porque sempre tinha um ou outro que discordava. Até mesmo o crescimento da organização foi dificultado por isso, pois a adesão de outros países também precisava da unanimidade na concordância. 
Foi uma tentativa importante mas frustrada. Também no tratado de Versailles foi criada a corte permanente de justiça internacional (Antes tinha sido criada em 1899 a corte permanente de arbitragem). Era um tribunal permanente, arbitragem e via judicial são coisas diferentes. Ela, com o surgimento da ONU décadas depois se torna corte internacional de justiça. Em 1920 foi aprovado seu estatuto. Também nesse período foi criada a academia de direito internacional,  funcionando em A haia, que promoveu cursos e até hoje o faz. 
Em 1926 é assinado o pacto briand kellog, que eram dois caras importantes na diplomacia internacional - francês e americano.  Alinhavaram um acordo envolvendo cerca de 20 países, que proscrevia a guerra - tornar a ultima ratio. É quase uma proibição da regra, é a obrigação de todos os estados deixarem como a última alternativa.  
Muita coisa começa a mudar no direito internacional devido à circunstâncias humanas. Antes era um direito que se preocupava basicamente com questões de terra e mar, mas a partir daqui começa a ter outras preocupações - regular espaço aéreo, fundo do mar, lençóis freáticos, jazidas. Mais tarde, espaço sideral etc. Passa a ser multi dimensional. Ele começa a se tornar um direito multi disciplinar, deixa de se preocupar somente com matéria política e passa a se vincular também com matérias outras como a proteção da pessoa - OIT 1919 - dando sinais de que iam se preocupar também com o bem estar das populações. Mais tarde surge o direito ambiental, o comércio internacional etc. Foi criando instituições para gerir as relações entre eles, ou seja, é um período de institucionalização da sociedade internacional. 
Toda essa tentativa do entre guerras foi frustrada pelo advento da segunda guerra. 
A segunda guerra deixou muitas marcas na sociedade internacional. Não só a perseguição de certos povos, ideologias discriminatórias, holocausto, o uso de armas de destruição em massa, campos de concentração, assassinatos em massa, embate aéreo, destruição de cidades inteiras são marcas.
Quando termina, a conjuntura do mundo era completamente diferente, até no aspecto cultural. Basta dizer que a França perdeu muito da sua importância cultural exatamente por terem sido uma sociedade quese entregou, ofereceu pouca resistência ao nazismo. Fez com que perdesse sua importancia cultural do mundo e não por acaso os Estados Unidos passaram a ocupar esse lugar. Quando a guerra acabou, em 1944 os aliados já haviam discutindo desde 1942 a criação da ONU. É desse ano a declaração das nações unidas que falava do proposito de criá-la. Em 1945, a ONU foi criada. No final da guerra a Alemanha foi dividida em 4 partes - USA, URSS, França e Inglaterra - e depois as partes ocidentais se uniram, formando a Alemanha ocidental, e a outra a oriental, até o começo dos anos 90. O muro de Berlim foi levantado. Berlim era dentro da parte oriental, mas assim como o país inteiro, ela também foi dividida, e a parte ocidental foi toda cercada pelo muro, por isso as pessoas queriam pular pra dentro do muro, pois onde era Berlim ocidental, onde havia maior liberdade. O lado ocidental era todo pichado, mas do lado oriental era todo concreto, e depois cerca de 20m tinha outro muro, entao ficavam fiscais nas guaritas do muro olhando quem passasse do outro muro. Essa situação era o reflexo maior do que aconteceu após a guerra, a guerra fria. O mundo depois da segunda guerra retoma as suas relações internacionais mas, com a presença da guerra fria entre USA e URSS, que pouco a pouco foram financiando a reconstrução do continente europeu cada um com seus aliados. A Polônia estava destruída e sem governo, o exército vermelho ficou lá e a Inglaterra reivindicou o poder. A URSS ganhou porque condicionou sua participação na ONU se a Polônia ficasse com eles, embora ela não tenha integrado a URSS. 
Surge as nações unidas com o proposito fundamental de manter relações pacíficas, e seu maior trabalho foi impedir a guerra de URSS e EUA e talvez seu maior êxito. Em 1944 houve a conferência de Breton woods, que criou o GAT, acordo tarifado internacional, que dá origem ao comércio internacional que vai mais tarde criar a OMC. 
Também em 1948 surge a OEA e vem a declaração universal dos direitos humanos. Em 1951 vem o tratado de Paris, que cria as primeiras comunidades europeias que vão dar origem a EU, que visam a reconstrução da Europa pós guerra. 
Esse conflito não se refletiu neles, mas em torno, na África por exemplo, Vietnam, Afeganistão, Cuba de certa forma, etc. sofreram as consequências dessa tensão.
É verdade que a ONU cumpre um papel muito importante da estabilidade das relações internacionais durante a guerra fria, mas também tem muitos defeitos, algumas contigências de momento que se tornam defeitos. Membros permanentes no conselho de segurança - China, França, Rússia, Inglaterra e EUA. Era importante que essas potências participassem dos processos decisórios, o problema foi isso ter se perenizado. Países com muita importância em decisões políticas como Alemanha, Itália, Japão, deixados de fora foram enfraquecendo a legitimidade das decisões da ONU. Nesse período, começam a haver novas positivações de normas de direito internacional.
Em Viena, aconteceram muitas conferências para essa positivação.  
Até 1972 o ser humano não tinha preocupação ambiental, não estava na agenda do direito. 
Blocos econômicos outros surgiram, nafta, mercosul, saarc (?? tigres asiaticos), enfim, os blocos econômicos começam a surgir mais na segunda metade do século 20, além do surgimento de grupos paramilitares, as guerras de independência de estados africanos e asiáticos, diminuindo o número de colônias, sendo que a carta da ONU proíbe expressamente criar novas. O único tipo que se permite é o de escolha do próprio estado, ex: porto rico e EUA. 
Quando a ONU cria o conselho de direitos humanos, muda a lógica do direito internacional. Ela é o órgão central e tinha por sua vez como órgão central o conselho de segurança. Era sinal que esse era seu foco principal. Mas agora ela coloca ao lado dele o problema dos direitos humanos, que se poem não só em situação de conflito. Deixa de ser um direito para a solução de conflitos para visar fomentar a transformação da realidade dos Estados. Pode ter problema com o dir internacional estando em paz. 
Como relativizar esses direitos diante de das diferenças culturais dos países? Qual o núcleo?
É muito difícil pensar na intervenção da sociedade internacional nos estados com base em certos valores. 
Hoje temos um direito internacional de observação. Ele já foi de crise, mas as coisas caminharam e agora vive-se um momento de contemplação. 
FONTES
ESTATUTO DA CORTE DE JUSTIÇA 
Tratado firmado em 1920, que se modificou em alguns pontos após a corte permanente de justiça internacional se transformar em CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA, com o surgimento da ONU. Essencialmente o teto permanece o mesmo. 
A corte internacional de justiça é a corte internacional com maior amplitude de competência. Por essa razão, é que se usa esse seu art. 38 como referência para estabelecer as fontes do direito internacional público. Diz que a corte decidirá com base em convenções internacionais, costumes internacionais, princípios gerais do direito. A seguir, estabelece como fontes auxiliares jurisprudência internacional e doutrina. Por fim, estabelece a possibilidade de recurso a equidade. 
Artigo 38. 1. A Côrte, cuja função é decidir de acôrdocom o direito internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará:
a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais. que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito;
c) os princípios gerais de direito reconhecidos pelas Nações civilizadas;
d) sob ressalva da disposição do art. 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos publicistas mais qualificados das diferentes Nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito.
CONVENÇÕES INTERNACIONAIS, COSTUMES E PRINCÍPIOS
O art. 38 traz nessa ordem, mas preciso entender historicamente. 
Foi criado em 1920, quando os princípios ocupavam uma posição de diretriz, de norte. Historicamente, a doutrina sempre considerou a inexistência de hierarquia entre essas fontes, de maneira que poderia decidir por onde quisesse. O que acontece depois da segunda metade do séc. 20, a partir do surgimento da ONU, com toda a mudança de paradigma que o direito passa - pós positivismo, reconhecimento de princípio como norma - no direito internacional isso se reflete no reconhecimento da existência de um grupo normativo chamado de jus cogens.
JUS COGENS é uma figura difícil do direito internacional, conheceremos mais com o tempo: são as normas imperativas do direito internacional que não comportam nenhum tipo de derrogação senão por outra norma de outra natureza. 
Existem princípios que são jus cogens, costumes internacionais também, além de alguns tratados e atos internacionais.
 
ex: igualdade jurídica entre os estados, autodeterminação dos povos e não intervenção. Mas por exemplo, a liberdade de navegação que é um costume internacional também é. A DUDH, as normas previstas no tratado de Estolcomo sobre meio ambiente, etc. 
São normas imperativas do ordenamento internacional, identificadas a partir do conhecimento desse ordenamento. As fontes do direito internacional são bem mais flexíveis do que do direito interno.
> COSTUMES
O que é um costume? A prática reiterada é o elemento objetivo do costume, e o elemento subjetivo é o opinium iuris, que é a sensação de obrigatoriedade, o elemento psicológico de que aquela prática é obrigatória. Isso é um costume internacional, ele tem sempre esses dois elementos. 
Eles rivalizam diretamente com os tratados internacionais em relação a sua importância, ao contrario do que acontece no direito interno que acabam sendo residuais. 
Quem alega um costume internacional para obrigar o outro a cumprir algo, tem o ônus da prova de sua existência. Parece difícil mas não é, pois normalmente os atos praticados pelos Estados são formais, documentados. Portanto, a materialização da pratica reiterada é muito mais fácil no direito internacional do que no direitointerno. ex: posso usar um projeto de tratado como prova de costume, mostrando que houve reunião em relação aquele assunto. 
> PRINCÍPIOS
A principiologia do direito internacional é muito viva, porque há princípios que são muito antigos, como a igualdade jurídica entre os Estados, e outros muito recentes, como a proteção do meio ambiente. Se eu trouxer um problema prático de direito internacional envolvendo uma lide entre Argentina e Chile discutindo fronteiras, é preciso ter atenção a data das lides para resolver com base nos princípios. 
O art. 38 faz uma divisão entre as fontes, dizendo que jurisprudência e doutrina são auxiliares. 
Tem uma lógica. Em 1920, havia uma diferença considerável entre o commom law e o civil law. Eram dois sistemas muito distantes um do outro. 
Exegese - as coisas no civil law aqui nessa época eram baseadas na lei e pronto, enquanto que no commom law prevalecia o sistema de precedentes. Pra não prestigiar um em cima do outro, colocou como fontes auxiliares, que prestigiam as fontes maiores. Mas com o passar do tempo, esses dois sistemas se aproximaram. Essa aproximação também se refletiu na maneira do funcionamento do direito internacional, de modo que a jurisprudência ganha muita importância de lá pra cá.
Se torna hoje uma fonte principal, e não é só a jurisprudência do próprio tribunal - um tribunal pode usar a jurisprudência de outro como referencial, e isso acontece com muita frequência. Isso se deve, pensa Thiago, ao desenvolvimento dos estudos de casos das universidades. Se tornou tão preponderante na academia que reflete na prática. E a doutrina continua sendo uma fonte secundária. Um importante autor chamado Crawford diz que a doutrina não pode nem sequer ser considerada fonte porque dela tudo pode vir. O que acontece na prática é que ela só é utilizada como forma de conceituar certos elementos, desde que esteja amparada pela prática jurisprudencial, observando as decisões judiciais. 
EQUIDADE - (eex aequo et bono) - a doutrina traduziu como equidade mas é uma palavra perigosa. A palavra usada é FAIRNESS, que se traduz justeza, mas não usamos essa palavra. Equidade é equity, que quer dizer outra coisa, a equidade aristotélica. A equidade de Dworkin é a busca do justo, do resultado justo. Essa equidade só pode ser utilizada se os estados concordarem com isso, entregam a corte para que elas decidam com base no seu sentimento de justiça. Mas não acontece muito, em geral se apegam a fontes normativas. 
Com o passar do tempo - segunda metade do século 20 - a doutrina identificou, e as cortes internacionais aceitaram uma outra fonte, que são os atos unilaterais praticados por organizações internacionais. São fontes porque criam direitos e obrigações para os Estados. ex: resoluções do conselho de segurança. 
Temos também como fontes os chamados SOFT LAW. É uma norma não vinculante, mas tem grande eficácia. Tem sido muito usada principalmente em blocos econômicos, comércio internacio’1nal. Imagine que a OMC estabelece um certo padrão de comportamento esperado do estado em um certo âmbito de comércio, regra recomendativa que os estados podem ou não aderir. Todos começam a aderir, vendo que gera resultado mais favorável. Isso é extremamente comum hoje. 
TRATADOS INTERNACIONAIS
O nome tratado não precisa estar presente para ser um. Precisa reunir as características dispostas no artigo para configurar um. É verdade que o nome as vezes indica alguma coisa. 
Protocolo é um tratado que complementa outro tratado. Por exemplo, o protocolo de Kyoto é resultante da convenção ECO 92. Quando um tratado é formado em convenção, todos os chefes de estado vão a um lugar e formam o tratado, e normalmente ele ganha esse nome de convenção. 
Outra coisa é quando o tratado é formado cada um no seu canto e elegem um país como depositário. Mas isso é só um costume, não tem obrigação o nome. Os nomes carta, constituição ou estatuto normalmente são destinados a construção de uma organização. ex: carta da ONU
O nome é o menos importante, pode indicar alguma coisa, mas não modifica o fato de ser um tratado. E muitas vezes o nome ser tratado não faz a coisa ser um tratado. ex: tratado de tordesilhas. 
O tratado é um acordo firmado por escrito, entre estados e/ou organizações internacionais. Em 1986 foi assinado em Viena sobre direitos dos tratados entre estados e organizações internacionais. 
Tratado é sempre firmado entre sujeitos de direito internacional e regido pelo direito internacional. Um tratado é uma norma internacional que se vincula ao ordenamento internacional, de maneira que somente a jurisdição internacional pode discutir sua eficácia e validade. A jurisdição interna não pode apreciar. Isso tem fortes implicações em torno de nossa pratica aqui no Brasil. Se eu submeto o texto de um tratado internacional a exame de constitucionalidade perante o STF, e ele entende que é incompatível com a constituição, ele não deixa de ser válido internacionalmente. Pode até não ser válido internamente, mas internacionalmente continua válido e eficaz. O Brasil vai ter que sair da relação jurídica.
QUANTO A FORMA 
Quer conste de um instrumento único ou dois conexos - é formalidade. 
Existem duas maneiras de fazer, a maneira clássica e a maneira simplificada. Quando os Estados se reúnem e firmam um único instrumento numa convenção, o tratado é o único instrumento e os governantes levam cópias. Mas pode ser que a gente chegue ao tratado sem formalizar um único instrumento. 
Não se deve confunfir com algumas figuras semelhantes como as declarações. A declaração universal dos direitos humanos não é um tratado, pois os estados não criam entre eles obrigações e direitos. É uma declaração para a sociedade internacional, não há um vínculo. É um compromisso moral, ético e político.
Outras figuras distintivas - gentlemen's agreements, por exemplo, é o vínculo político sem propósito de obrigatoriedade, quando um chefe faz uma visita ao outro. Meros acordos - acontece normalmente por via de malote diplomático em que os estados fazem pequenos acordos que não são vinculantes, como acordo para receber o chefe de estado. Dilma vai representar o Brasil em tal conferência etc. 
CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS
Tem um sentido mais didático. A primeira classificação é bem objetiva, quanto ao número de partes. Pode ser bilateral ou multilateral. No tratado multilateral, a denúncia de um dos estados não extingue, ao contrário do que acontece com o bilateral. 
Tratado contrato x tratado normativo - existem tratados que estabelecem regras específicas para as partes, que são os tratados contratos (tratado de compra, diminuição de tarifa para outro etc) e outros que estabelecem obrigações genéricas, que são os normativos. Existem também tratados mistos, que reúnem as duas características.
Tratado contrato: estabelece regras específicas para as partes (tratados de compras, diminuição de tarifas etc)
Tratado normativo: estabelece obrigações genéricas 
QUANTO À FORMAÇÃO
Quanto ao procedimento de formação, existem dois tipos de tratado. Os bifásicos, que são mais comuns, e os unifásicos.
Os bifásicos, na formação tem a prática de dois atos: assinatura e ratificação. 
Já os unifásicos, também chamados de simplificados, só tem assinatura. 
Obviamente que a prática de tratados unifásicos depende do direito interno de cada país, porque o próprio direito brasileiro exige a aprovação do CN. Os estados em que mais comumente se pratica os unifásicos são os EUA, em momentos de conflito - figura do acordo executivo, ou do poder executivo. 
A nossa CF disciplina pouco e mal o direito internacional, e não traz nenhuma norma que discipline se o presidente pode assinar alguma norma sem consultar o CN. Mas a nossa prática mostra que quando o acordo a ser firmado pelo presidente decorre como consequência direta de outro acordo de maior escala que o CN tenha concordado, o presidente não precisa submeter. Congresso não ratifica tratado, quem ratifica é o presidente. O CN ou aprova ou referenda. Ratificar é ato internacional decompetência privativa do presidente. 
QUANTO A EXECUÇÃO
Existem tratados que são instantâneos, chamados de tratados executados. Logo que assina, executa. A execução é estática, de forma que uma vez executado não há mais o que praticar, um exemplo disso é um tratado de fronteira, não há  mais nenhum ato a pratica que não os concernentes a sua própria execução, ou os atos de compra de território.
 
Existem outros chamados de tratados executórios, que são aqueles cuja execução se prolonga no tempo, tendo uma execução dinâmica, a exemplo da convenção de Viena; em geral os tratados normativos são executórios e os contratos têm caráter mais instantâneo. Os tratados executados não são passíveis de denúncia unilateral, porque isso obrigaria desfazer uma situação já consolidada, estabilizada, já os executórios são mais afeitos à possibilidade de exclusão por parte do Estado.
Quanto à execução no espaço: art. 29 do Código de Viena; em princípio o tratado vincula o Estado em todo o território, e só não fará isso se as partes decidirem que o tratado só tem eficácia em parte do território, em que pese isso não ser comum de acontecer. 
Elementos existenciais dos tratados
O tratado a rigor é um negócio jurídico - acordo entre dois Estados criando norma que gera direitos e obrigações recíprocas. 
Como qualquer negócio jurídico, o elemento manifestação de vontade é essencial para sua existência. A manifestação de vontade deve ser sempre formal, porque todo tratado é por escrito. A manifestação de vontade deve ser praticada por um agente internacional, no caso específico dos tratados, os estados e organizações internacionais. Tem que ser feita por agente habilitado, e por fim ter objeto lícito e possível. Esse agente é o representante do agente internacional.
 
Esse agente das habilitações é o agente que representa o sujeito; historicamente quem representa os Estados é o chefe de Estado, mas hoje se admite que o chefe de governo possa praticar atos internacionais, sendo também considerado um agente habilitado; essa habilitação decorre de uma atribuição constitucional dessa competência de cada Estado; ocorre que a prática demonstrou ser necessário admitir a delegação dos poderes desses agentes, de forma a termo agente derivados que são chamados de plenipotenciários, que são pessoas a quem se delegam os poderes que caberiam aos chefes de Estado e de Governo; são plenipotenciários por excelência os ministros das relações exteriores, que são chefes da chancelaria que é o órgão do Estado responsável por manter as relações diplomáticas; todo Estado tem que informar às Nações Unidas quem está no posto de ministro de relações exteriores dando publicidade ao cargo. Art. 84 CF à acreditar agentes diplomáticos tem a ver com dar poderes a esses agentes nomeando diplomatas e cônsul; celebrar tratado é competência privativa do PR, podendo ser delegada porque não é competência exclusiva; o vice-PR precisa de carta para fazer isso e o ministro das relações exteriores não. A habilitação dos agentes é fundamental, tanto que o art. 47 da convenção de Viena diz que o tratado é passível de ser anulado se houver uma violação de norma interna de competência para estabelecer quem é o agente habilitado; rara hipótese onde o Estado pode alegar direito interno para se desvincular do direito internacional 
Quanto ao objeto lícito dos tratados, é preciso observar o “ jus cogens”; o art. 53 da convenção de Viena estabelece que é o nulo o tratado que conflite com uma norma imperativa internacional, de maneira que ele é o parâmetro de licitude dos tratados internacionais. 
Pressupostos constitucionais do consentimento
Quando um Estado vai manifestar sua vontade internacionalmente, é normal q faça isso em duas fases. 
Uma primeira manifestação chamada de assinatura, e uma segunda chamada ratificação. Nos Estados constitucionais democráticos, é normal que entre a assinatura e a ratificação haja uma manifestação do poder legislativo de cada país, como forma de referendar a escolha feita pelo poder executivo (normalmente chefe de estado ou governo, ou o plenipotenciário). É o poder executivo que manifesta/estabelece quem trava relações internacionais. Ele se manifesta em nome do Estado, e isso é levado ao PL para um referendo que dá legitimação para a posterior ratificação que efetivamente consolida a participação do estado naquela relação internacional. Em alguns estados, notadamente nos totalitários e não democráticos e ditaduras, essa participação do PL é dispensada, afinal de contas, em um estado em que o CN tenha sido dissolvido e uma pessoa reúna todos os poderes, não há porque submeter ao crivo do direito interno, à posterior ratificação. Se ele não precisa submeter ao crivo, assina os dois campos.
Mas nos países democráticos, de modo geral, leva-se o texto a uma deliberação pelos representantes do povo. No caso do Brasil, isso se dá no CN, de acordo com a CF no art. 49 inciso I e 84, 8. 
Enquanto o 84 fala de tratados, convenções e atos, o 49 fará tratados, acordos e atos. É uma grande atecnia porque já vimos que tratado independe da nomenclatura. Não precisava o constituinte falar isso, bastava dizer tratado internacional. Fica parecendo, ao fazer essa enumeração, que os tratados, cartas, não. É uma mera atecnia legislativa, mas vamos guardar para o futuro a discussão sobre ATO internacional.
Celebrar envolve a pratica de dois atos, assinar e ratificar, portanto o CN não ratifica tratado. Ratificar o tratado é praticar ato internacional que não é da competência do CN. Então a ratificação é um ato componente da celebração, e portanto é praticado pelo PR ou por quem faça suas vezes. Uma vez assinando o tratado internacional, no âmbito internacional, o presidente pratica a seguir um ato de direito interno que é uma mensagem presidencial. Transmite ao CN por mensagem presidencial os termos do tratado solicitando a sua aprovação. Quando a presidência do CN recebe essa mensagem, submete ao procedimento de aprovação. Nomeia-se um relator - é obvio que ele não interferirá no texto. Não pode propor emendas ao texto do tratado. O que ele eventualmente pode propor é uma reserva, ou seja, que o Brasil não se obrigue por parte do tratado. - Mas fica responsável pela elaboração do texto da norma que vai entrar em vigor no Brasil, internamente. Em princípio, a CF não fala sobre isso, é tratada no regimento interno das casas. Um tratado internacional em principio é submetido ao regime de votação das leis ordinárias federais, primeiro na câmara, depois no senado, devendo estar presente maioria simples com a votação dos presentes por maioria absoluta. Não aprovado o texto do tratado em qualquer das casas, o presidente do CN emitirá uma mensagem legislativa ao presidente da república informando da não aprovação. Nessa hipótese o tratado não pode ser novamente levado a votação e consequentemente o presidente não poderá ratificá-lo. Havendo aprovação em ambas as casas, o PL emitirá um decreto legislativo. Ele não põe em vigor o tratado no Brasil, mas apenas autoriza o presidente a promover a ratificação. O presidente então pratica dois atos, um internacional, que é a ratificação e outro de direito interno que é a emissão de um decreto presidencial que põe em vigor o tratado. 
Todas as vezes que virmos um tratado internacional no Brasil, estará entitulado "decreto numero tal". Todo tratado ratificado é revestido pela forma de decreto presidencial. Então o tratado não é uma lei, é um decreto presidencial com conteúdo e força de lei, por ser aprovado no mesmo procedimento das leis federais. 
O decreto presidencial coloca em vigor o tratado? Ele torna exigível tão logo haja o decreto? Não. Pois pode não estar vigente no âmbito internacional. É uma norma que só se torna exigível quando o âmbito internacional estabelece isso. Por essa razão, é da nossa praxis ratificar o tratado quando ele entra em vigor para evitar essa situação de haver uma ratificação, o decreto estar promulgado, mas o conteúdo não estar em vigor no âmbito internacional. Quanto maisse ratifica, maior aumenta a possibilidade dos outros ratificarem. Quando a situação é desse tipo, e o Brasil quer promover um maior número de ratificações, ele ratifica, e no próprio texto do decreto afirma quando ele entrará em vigor - na data que o tratado alcançar o numero tal de ratificações. Porque senão um vai ficar esperando o outro ratificar e ninguém ratifica. 
O presidente é obrigado a emitir a mensagem presidencial pela ordem internacional? Sim, a única obrigação que um estado assume quando assina um tratado internacional é submeter aos seus trâmites internos de maneira que ,se assina mas não submete, viola uma norma internacional, o que pode suscitar uma sanção interna pro estado. 
Se ele submete ao CN por mensagem internacional, O CN é obrigado a deliberar. Não se sabe quando, não tem prazo nenhum para controle. A prova maior disso é a convenção de Viena que foi submetida ao congresso em 69 e votada em 2009. 
Se o CN aprovou, o presidente pode escolher pela não ratificação? O presidente pode ser outro entre a assinatura e aprovação pelo congresso, pode passar muito tempo, então entre o momento de assinar e o de aprovar, pode ter outra situação fática no país. Por outro lado, compete privativamente ao presidente celebrar tratado, a ratificação, e o art. 49 I diz que compete ao CN resolver definitivamente. Uma vez decidido impõe o PR ratificar? Não há norma sobre isso.
Aí vamos à doutrina, que é quase uníssona a ideia de que a ratificação é um ato discricionário do presidente da republica: a própria doutrina brasileira reproduz a ideia que é uníssona na doutrina estrangeira, de que é um ato discricionário. Mas existe uma diferença muito grande entre o que cada uma diz. A doutrina estrangeira, ao falar sobre isso não está tratando sobre direito brasileiro, mas em termos internacionais. Thiago concorda que é um ato discricionário DO ESTADO, olhando a perspectiva internacional. Já aqui estamos nos referindo a um ato a ser praticado pelo PR e não pelo estado, e esse ato se submete aos atos do direito interno. Na perspectiva do professor, o ato é vinculado porque tem q dar algum sentido a palavra “definitivamente” do art, 49. Para o professor se o PR não ratificar, comete crime de responsabilidade e está sujeito a impeachment. Nunca aconteceu no Brasil, por isso não se faz muita discussão sobre isso. 
Quem defende que é discricionário, sustenta que o presidente é chefe de estado e governo, e se o tratado não for bom na perspectiva de governo nas relações internacionais, a quem cabe resolver isso é o presidente que atua nas relações internacionais, que escolhe as relações que vai ter. Para o professor, já teria se manifestado na época da assinatura, e não cabe se manifestar de novo na ratificação. Mas imensa maioria da doutrina acha que é ato discricionário do presidente. 
Os acordos internacionais devem ser o mínimo partidário possível, deve ser um acordo de consenso entre as posições; Thiago sustenta que os tratados devem ter um quórum diferente para aprovação, deveria ser, ao menos, de 2/3.
Se o tratado internacional tiver matéria de lei complementar ele deve ser submetido ao regime de lei complementar, e por outro lado se a matéria for de direito humanos, de acordo o art. 5º, §3º o tramite deverá ser de emenda constitucional; adicionada pela EC 45/04. Dois assuntos entraram na ordem do dia; um já vinha desde a década de 90 que era relativo a prisão do depositário infiel em contratos de alienação fiduciária e garantia [o decreto lei que trata disso diz que a instituição financeira tem o direito de operar a busca e apreensão quando a posse se torna injusta e se a coisa não é encontrada a lei determinar que há uma conversão em depósito e a pessoa passa a ser considerada depositário infiel podendo pedir a prisão civil para que se entregasse]; se questionou a constitucionalidade por muitos motivos, primeiro porque esse contrato representa uma desconfiança então pode-se dizer que a prisão civil resulta da quebra da confiança do contrato de depósito mas aqui não é isso que ocorre porque se converte em depósito uma lei que não tem nada a ver com confiança; o pacto são José da costa rica proíbe a prisão civil por conta de dívida civil, exceto no caso de alimentos, argumentou-se então, antes de 2004, com base nos § § 1º e 2º do art. 5º que a prisão do depositário era inconstitucional; o STF entendeu que não se poderia considerar como constitucional esse direito porque o quórum de aprovação do tratado internacional era quórum de lei ordinária e para se considerar com força constitucional teria que ter quórum de emenda e por conta disso a EC 45 incluiu o §3º; com relação aos tratados celebrados antes temos a tese de que os tratados anteriores a EC 45 são materialmente constitucionais e formalmente infraconstitucionais, de maneira que não resistem ao exame de constitucionalidade.
Até a EC 45 o regime de aprovação dos tratados no BR não é previsto na CF, mas sim na lei orgânica do CN, a CF não trata de regime e do ponto de vista de Thiago não há violação a CF que não diz que ele só será ampliada por EC; art. 4º, II; art. 4º, LXVII à a CF admite essas exceções, mas não determina a existência desse tipo de prisão, isso é feito por lei infraconstitucional, ou seja, a prisão civil do depositário infiel é uma determinação de uma norma infraconstitucional ocupando um permissivo constitucional. Não se pode dizer que a CF estabelece a prisão do depositário infiel e por essa razão não parece que o pacto são José da costa rica contrarie a CF, antes estabelece uma limitação que a CF não estabeleceu que inclusive amplia o direito que se tinha porque se antes eram suas as exceções agora é só uma. Thiago acredita que era desnecessário o §3º do art. 5º, porque com o que se tinha já era possível defender o caráter constitucional da proibição de prisão do depositário infiel.
Há quem alega que esse §3º é inconstitucional porque antes para aprovar um tratado sobre DH se submetia a um quórum de lei ordinário e hoje tem que submeter a um quórum de EC tratando mais difícil a aprovação de tratados de DH violando a ideia da prevalência de DH, porque foram criadas piores condições para trazer essa norma para o direito interno. Se, no entanto, considerarmos constitucional esse parágrafo como vem sendo feito ela suscita algumas dúvidas: se não for aprovado no segundo turno na segunda cada, imaginemos, se pergunta se pode o PR reencaminhar para submeter ao quórum de lei ordinária? à Já se tem a ideia de que não se admitirá o que reforça a ideia da dificuldade de aprovação da norma de direitos humanos. Aprovado no CN há discricionariedade para a ratificação? à Quando uma lei é aprovada pelo CN e o PR não sanciona volta para o CN decidir se derruba ou não o veto, mas isso NÃO pode acontecer com os tratados e isso é relevante para transmitir a ideia da obrigatoriedade da ratificação; a falta desse procedimento de derrubada só reforça a ideia de que a ratificação é obrigatória.
Análise da validade da manifestação de vontade:
No âmbito internacional falamos da manifestação da vontade e vimos que há alguns requisitos de validade transmitindo a ideia de que não deve haver mácula na manifestação da vontade dos Estados. Do art. 46 e seguintes na Convenção de Viena temos as hipóteses de nulidade e aqui nulidade se refere tanto a anulabilidade quanto a nulidade se falando em nulidade relativa e absoluta. O art. 46 traz que um Estado, em princípio, só poderá alegar seu direito interno para se desvincular de uma relação internacional quando houver uma violação manifesta a sua norma constitucional que se refira à sua competência porque isso macula a manifestação de vontade do Estado viciando a vontade, portanto não é quando violação constitucional, mas sim a que atinja a própria habilitação do agente para representar o Estado.
Art. 47 à traz uma hipótese bastante improvável; se trata de uma restrição específica, ou seja, eu não posso alegar que o tratado não é válido para o BR porque viola uma cláusula pétrea da CF porque isso seria umarestrição genérica e não específica; é específica a restrição na situação em que, por exemplo, um sujeito vai munido da carta de plenos poderes para negociar no tratado de meio ambiente mas não pode deliberar sobres questões relativas à exploração de petróleo; essa hipótese está aqui como uma reserva de segurança.
Art. 48 à o erro tem que ser substancial e escusável; substancial porque deve se referir à própria essência do que vai ser discutido no tratado e tem que ser escusável, ou seja, não pode ser um erro grosseiro que o mínimo de atenção permite perceber o erro. Ex: um Estado fez um tratado com outro e esse tratado discute o recebimento de um certo minério que o Estado produz, passado o tempo quando vai começar a exploração da mina o Estado vizinho alega que a mina está no seu território e de descobre que isso é verdade e o Estado pode alegar erro dizendo que não teria celebrado o tratado se soubesse onde realmente a mina estava.
Art. 49 à hipótese de nulidade relativa do tratado por conta do dolo que é um artifício fraudulento que induz o outro a erro e o Estado pode se retirar da relação se provar que sua participação no contrato foi fruto de uma ação fraudulenta de outro Estado.
Art. 50 à corrupção de representante de um Estado; ex: Tailândia alegou que seu representante teria sofrido corrupção sexual, que no dia que antecedeu o estabelecimento do contrato o presidente foi levado a festas e convencido, por mais
que esse caso não tenha sido muito levado a sério, ficou a ideia de que a corrupção não se dá apenas por entrega de dinheiro, mas pode ser por troca de outros favores além dos financeiros, tem, portanto, uma ideia mais ampla na tomada de decisão pela interferência de influências diversos.
Art. 51 à coação do representante do Estado; nulidade absoluta provando que aqui a coação tem efeitos mais fortes do que no âmbito do direito interno.
Art. 52 à outro tipo de coação que é a coação sobre o Estado; ex: se você não assinar esse tratado vou jogar uma bomba no seu país, representando uma violação aos princípios do direito internacional; nulidade absoluta.
Art. 53 à ilicitude do objeto e não vício de consentimento; violação do jus cogens; também é hipótese de nulidade absoluta.
Efeitos dos tratados:
Os efeitos precípuos são a criação de direitos e obrigações internacionais para as partes envolvidas; é curioso estudar a possibilidade do tratado ter efeitos sobre terceiros:
Fala-se em efeitos difusos e aparentes que são efeitos de fato e ainda sobre efeitos jurídicos que incluem direitos e obrigações.
Os efeitos difusos não são propriamente de direito; toda vez que os Estados fazem um tratado ele se constitui uma norma entre ele operando efeitos, em princípio, apenas entre as partes, mas existem questões de fato que não podem ser ignoradas por terceiros e a própria existência da relação deve ser considerado fato; ex: existe um acordo triplica entre AR, BR e PG para disciplinar a fronteiras e as delimitações territoriais são estabelecidas nesse tratado e para todos os outros países do mundo a delimitação da soberania desses países estão nesse tratado, então há um efeito difuso por parte de todos os tratados de fronteiras do mundo; ex²: BR faz parte do MERCOSUL e isso tem que ser levado em conta por outros países quando quiserem se relacionar com o BR. Todo tratado opera efeitos difusos em alguma medida.
Os efeitos aparentes ocorrem em situação muito específica e comum no comércio internacional; ex: imagine que AR e BR faça um tratado internacional e nesse tratado existe uma cláusula da nação mais favorecida que diz que uma outra cláusula que estabelece uma alíquota mínima a ser aplicada no trânsito de um certo bem é de 1% facilitando o trânsito entre os países e anos depois a AR firma um acordo com o Canadá estabelecendo 0.8% e o BR reclama a diminuição da sua alíquota alegando o tratado da AR com o Canadá para obter a diminuição da tarifa e aqui há uma aparência de o tratado AR – Canadá atribuir direitos ao BR, mas o direito do BR está no tratado com a AR, esse outro tratado apenas enseja a eficácia do tratado que o BR tem com a AR, então o efeito é aparentemente jurídico, mas é considerado como um fato necessário e condicional para que o BR exerça seu direito previsto no contrato com a AR; a cláusula da nação mais favorecida é uma cláusula de proteção de uma eventual concorrência com outro pais e ela só vai produzir seu efeito se tivermos a produção de efeitos aparentes por meio de um outro tratado; frisa-se que o direito que é o BR alega está no tratado dele com a AR, há no tratado com o Canadá um fato que desprende o direito.
Os efeitos jurídicos à art. 34 traz que um tratado não cria obrigações e direitos para um Estado sem seu consentimento, mas quando se tratar de obrigações é possível que o Estado-terceiro assuma expressamente, ao passo que quando o Estado cria direitos para o Estado-terceiro sua aceitação pode ser tácita [art. 35 e 36 da Convenção de Viena]. É mais comum do que se pensa obrigações para Estados-terceiros, acontece muito quando há um tratado que finaliza uma guerra e os Estados mais fortes participam como garantidores do cumprimento do acordo de paz e esses garantidores são todos Estados-terceiros que assumem a obrigação de apoiar quem for vítima do descumprimento do tratado de paz; outra hipótese um pouco em desuso desde que a ONU assumiu esse papel para si é à imaginemos que
seja nomeado um Estado para ser depositário do tratado assumindo obrigações como fornecer cópias autênticas, receber as ratificações, contabilizar as ratificações.
Quanto aos direitos, os mais comuns atribuíveis aos Estados-terceiros é o direito de adesão, praticamente todo tratado possui uma cláusula de adesão, que é uma maneira de ingressar em uma relação internacional [pode ser por assinatura ou adesão, que também se sujeita à ratificação]; no que tange a adesão é muito importante o §2º do art. 36 que traz que é preciso preencher uma série de requisitos para que o Estado seja aceito, isso é muito comum nos tratados da EU. Se atribui o direito ao Estado e ele se manifesta no momento em que vai exercer esse direito. No que se refere à previsão de direitos é muito mais simples a ideia de consentimento.
19.03
INTERPRETAÇÃO DOS TRATADOS
Regra Geral
O que a doutrina sempre afirma é que só se deve interpretar o que precisa ser interpretado. Pra evitar as forçações de barra que acontecem comumente nos meios jurídicos, só se interpreta aquilo que tenha alguma dificuldade no entendimento, tratado que contenha alguma ambiguidade, obscuridade, contradição ou lacuna. A convenção de Viena estabeleceu uma regra geral de interpretação no art. 31. Os elementos da regra geral são boa fé, sentido comum, contexto, objetivo e finalidade.
A boa fé é a objetiva, exigida no momento de concluir o tratado. Comportamento honesto e leal exigido. Essa mesma boa fé será utilizada como meio de interpretação. Ao verificar o sentido atribuível a uma norma deve se considerar aquele sentido mais condizente com a boa fé objetiva, partindo do suposto que os estados se conduziram com a boa fé. Isso é extremamente importante com a parte relacionada aos vícios de consentimento. Se um plenipotenciário apresenta uma carta de plenos poderes que tem uma restrição parte do suposto que todos os representantes dos estados vao observar.
Sentido comum, é o que se deve buscar o sentido comum atribuído as palavras. Evitar interpretações que busquem sentidos outros. Ex: metáforas. Não deve esperar que se atribua um sentido diferente do que comumente se atribui aquela palavra. 
Contexto é na verdade um complexo que envolve vários elementos. É o texto mas não só. Também seu preâmbulo, os anexos e outros elementos, acordos, tratados e outras interpretações resultantes da relação entre os estados. Nesse sentido nos remetemos a leitura do art. 31, p.3. Não posso desconsiderar um costume relacionado ao objeto daquele tratado, ou um instrumento firmado em conexão com seu assunto. Todos os elementos que envolvem o contexto, que envolvem a matériaobjeto do tratado. 
Deve ser considerado os objetivos e finalidades. O objetivo é mais concreto e a finalidade tem a ver com as consequências do alcance dos objetivos. Posso ter para uma finalidade, vários tratados com objetivos distintos, visto que a finalidade é mais abstrata. 
A c. de Viena ainda estabeleceu meios suplementares de interpretação
Meios Supletivos
Os meios suplementares estão previstos no art. 32 da convenção. Eles têm a finalidade principal de auxiliar a aplicação da regra geral. A convenção não foi taxativa em estabelecer os meios supletivos. Ela anuncia dois meios: os trabalhos preparatórios e as circunstâncias de conclusão. 
Os trabalhos preparatórios são atos praticados no processo de negociação. O mais comum é que sejam formais, troca de relatórios, memorandos, proposta de tratado. Mesmo quando orais se materializam em atas de reunião. São muito uteis para esclarecer os objetivos e finalidades, ou seja, se não ficou claro no contexto quais eram os objetivos e finalidades ou se um deles está sendo discutido se é ou não parte do tratado, isso pode ser averiguado nos trabalhos preparatórios. A própria boa fé pode ser reconhecida por esses trabalhos preparatórios, a intenção das partes quando se reuniram. São muito volumosos, muitos documentos, e quando se chega a esse final esses documentos passam a ser uteis para fins de interpretação dos tratados. 
As circunstâncias de conclusão são as circunstancias de fato existentes à época da conclusão do tratado. Deve se levar em conta o momento histórico em que o tratado é firmado, a situação fática existente. Em circunstancias normais isso não vai impactar, mas se for em circunstancias excepcionais vai ter muita importância em sua interpretação. Ex: Japão quando passou pela tsunami fez vários acordos para se reconstruir. Também se leva em conta as relações históricas entre os estados envolvidos, embora isso não esteja no art. 32. A própria analogia é também um meio suplementar de interpretação. Posso usar dela me referindo a outro tratado que verse sobre tema semelhante como forma de buscar uma analogia na interpretação do tratado. Esses meios suplementares tem como finalidade principal a confirmação da regra geral. Contudo, se a aplicação da regra geral levar a um resultado desarrazoado ou absurdo, se eu não conseguir chegar a uma interpretação razoável por meio da regra geral posso me valer dos meios suplementares para interpretar. Os meios são suplementares, servem para assegurar a aplicação da regra geral, mas se ela não me leva a uma interpretação correta, tenho que recorrer a eles, para a partir deles, chegar a uma interpretação. É o que se extrai da completude da norma do art. 32. 
O art. 33 da convenção ainda versa da interpretação e fala de algo muito comum, que são os tratados concluídos em mais de uma língua. No Brasil é muito comum que tratados firmados em língua portuguesa ou espanhola se prefira a interpretação na língua espanhola até porque o Brasil é minoria. Tem uma razão de fundo, é que os diplomatas brasileiros são mais afeitos a língua espanhola do que o inverso. Não é algo que sempre acontece, mas não é estranho à nossa prática. O mesmo acontece quando firma tratados com países que falam inglês, pelo mesmo motivo. Há situações em que ambos os textos são válidos, e outras que o Brasil permite que eventual interpretação se dê na outra língua. Quando o tratado é firmado com países cuja língua o Itamarathy não tenha alguém que domine, é normal sugerir a criação de um texto em língua inglesa que valha como parâmetro de interpretação entre as línguas. Ex: Brasil e Hungria. 
Reserva, depósito e registro
Reserva: uma reserva é uma declaração do Estado no sentido de não se obrigar por parte ou em parte das normas do tratado. Em principio, a reserva é admitida, só não o será quando o tratado expressamente vedar ou inversamente, quando o tratado autorizar para algumas partes a reserva o que se interpreta que pra outras partes não será possível. Ou ainda em razão da observância da tese da compatibilidade. 
Quando nós pensamos em reserva, é natural que a primeira imagem do instutito é que se trata de um instituto que fragiliza a norma. Nós 4 vamos firmar um tratado, 3 se comprometem por todo o tratado e 1 por parte dele. Quase todas as normas mas faz reserva com relação a dois artigos. Numa primeira visão essa atitude fragiliza, e na perspectiva de direito interno, a pergunta que nos vem é se os outros aceitam. Nós pensamos na perspectiva de indivíduos, atendimento dos interesses individuais numa relação contratual, por isso que achamos que não é possível. Mas na verdade o que acontece é que a existência da reserva é extremamente importante para a coercitividade do direito internacional pois devido a ela permito a participação de maior numero de estados nas relações internacionais. Se sempre fosse obrigatório participar na sua inteireza, seria menor o numero de participantes e teria menor relevância. As vezes um estado não assina um tratado não integra, não porque não queria, mas por não poder. Pode ser por razoes normativas, quando um item viola sua constituição. Adere então no que pode em termos normativos. Não pode em termos econômicos, pode quebrar sua economia se aderir aquele aspecto. Fatores vários podem levar um estado a formular uma reserva. O fato é que ele está participando da relação, assume as outras obrigações e participa na medida do que pode. É obvio que esse estado vai sofrer pressões politicas para levntar essa reserva e é comum que levante, se possível for. 
Frizar que não fragiliza, mas o contrario, pois permite a participação de mais gente e isso fortalece as relações internacionais. O Brasil tem duas reservas na convenção de Viena (levar os conflitos a corte internacional de justiça). 
Imagine que o trabalho tenha 6 capitulos e o ultimo normalmente é o de disposições finais. Imagine que seja “esse tratado não admite reservas”. Mas pode dizer “não se admite reserva em relação aos caps 1 e 2” ou dizer que “só se admite aos caps. 1 e 2”. É apenas uma questão de técnica legislstiva.
A reserva tem que ser sempre compatível com os objetivos e finalidades do tratado. Não precisa de justificativa mas qualquer estado parte pode apresentar uma objeção a reserva alegando a sua incompatibilidade com os objetivos e finalidades do tratado. Em principio se ninguém manifesta nada subentende que houve aceitação da reserva .
Quando um estado formula uma reserva qualquer estado parte pode se manifestar contrario. Não há prazo. Eu não posso na primeira relação com aquele estado deixar de falar que me objeto. Se eu me comportar como se aceitasse, supõe que aceitei. Preciso na primeira manifestação que for fazer em âmbito internacioanl em torno do tratado, me objetar. Não posso praticar atos de aceitação tácita da reserva. O ideal é que o quanto antes se faça a objeção. O fato de alguém objetaar não impede que o tratado entre em vigor. O objetor pode exigir que as obrigações que ele se reservou, ele tambem não vai cumprir em relação a ele. Pode colocar isso como condição de continuidade. Isso pode se resolver de maneira autentica, as próprias partes envolvidas fazerem uma interpetação seguindo as regras do texto e da reserva pra saber se é compatível mas não havendo consenso esse caso pode ser lrvado a arbitragem ou corte internacional, iniciar um procedimento jurisdicional p resolver o problema da compatibilidade. 
Levando o caso para uma decisão de corte, se for decidido que a reserva é compatível, o estado objetor nada poderá fazer, tem que se resignar. Por outro lado se a interpretação for no sentido da incompatibilidade, o estado que formulou a reserva terá duas opções ou fica no tratado sem a reserva ou se retira sem ônus. 
Reserva no direito interno: o PR assina um tratado internacional, mensagem pra aprovação. O CN não pode emendar, mas ele pode propor uma reserva? O entendimento dominante é que sim. O PR assinou o tratado com reserva e já na assinatura colocou la e levou pro congresso. Ele pode aprovar sem a reserva?

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