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)Aula 1 - concluido e revisado

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<p>INTRODUÇÃO À ENGENHARIA</p><p>DE SEGURANÇA DO TRABALHO</p><p>W</p><p>B</p><p>A</p><p>03</p><p>03</p><p>_v</p><p>1.</p><p>1</p><p>2</p><p>Arthur Ribeiro Torrecilhas</p><p>Londrina</p><p>Editora e Distribuidora Educacional S.A.</p><p>2020</p><p>INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA</p><p>DO TRABALHO</p><p>1ª edição</p><p>3</p><p>2020</p><p>Editora e Distribuidora Educacional S.A.</p><p>Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza</p><p>CEP: 86041-100 — Londrina — PR</p><p>e-mail: editora.educacional@kroton.com.br</p><p>Homepage: http://www.kroton.com.br/</p><p>Presidente</p><p>Rodrigo Galindo</p><p>Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada</p><p>Paulo de Tarso Pires de Moraes</p><p>Conselho Acadêmico</p><p>Carlos Roberto Pagani Junior</p><p>Camila Braga de Oliveira Higa</p><p>Carolina Yaly</p><p>Giani Vendramel de Oliveira</p><p>Henrique Salustiano Silva</p><p>Juliana Caramigo Gennarini</p><p>Mariana Gerardi Mello</p><p>Nirse Ruscheinsky Breternitz</p><p>Priscila Pereira Silva</p><p>Tayra Carolina Nascimento Aleixo</p><p>Coordenador</p><p>Mariana Gerardi Mello</p><p>Revisor</p><p>Joubert Rodrigues dos Santos Júnior</p><p>Editorial</p><p>Alessandra Cristina Fahl</p><p>Beatriz Meloni Montefusco</p><p>Gilvânia Honório dos Santos</p><p>Mariana de Campos Barroso</p><p>Paola Andressa Machado Leal</p><p>Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)</p><p>__________________________________________________________________________________________</p><p>Torrecilhas, Arthur Ribeiro</p><p>T689i Introdução à engenharia de segurança do trabalho/ Arthur</p><p>Ribeiro Torrecilhas, – Londrina: Editora e Distribuidora</p><p>Educacional S.A. 2020.</p><p>22 p.</p><p>ISBN 978-65-87806-02-0</p><p>1. Segurança no trabalho. 2. Trabalho seguro I.</p><p>Torrecilhas, Arthur Ribeiro. II.Título.</p><p>CDD 620.86</p><p>____________________________________________________________________________________________</p><p>Jorge Eduardo de Almeida CRB: 8/8753</p><p>© 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.</p><p>Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser</p><p>reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio,</p><p>eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de</p><p>sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização,</p><p>por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.</p><p>4</p><p>SUMÁRIO</p><p>Conceitos introdutórios da segurança do trabalho __________________ 05</p><p>Competência do Engenheiro de segurança do trabalho ____________ 20</p><p>INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO</p><p>TRABALHO</p><p>5</p><p>Conceitos introdutórios da</p><p>segurança do trabalho</p><p>Autoria: Arthur Ribeiro Torrecilhas</p><p>Leitura crítica: Joubert R. S. Júnior</p><p>Objetivos</p><p>Com o objetivo de expor os principais conceitos sobre a</p><p>higiene ocupacional, capacitando o aluno a desenvolver</p><p>suas atividades como um engenheiro de segurança do</p><p>trabalho, este material tem como objetivos:</p><p>• Apresentar os conceitos básicos sobre a saúde e</p><p>segurança do trabalho.</p><p>• Expor os fatores históricos que contribuíram para</p><p>o desenvolvimento da qualidade de vida e da</p><p>segurança no ambiente de trabalho.</p><p>• Aprimorar o conhecimento do aluno sobre os temas</p><p>relacionados à higiene ocupacional.</p><p>• Conscientizar a importância da segurança no</p><p>ambiente laboral para empresas e trabalhadores.</p><p>6</p><p>1. Introdução a higiene do trabalho</p><p>Atualmente, quando observamos um ambiente de trabalho</p><p>conseguimos identificar e compreender uma pequena parcela de riscos</p><p>que colocam a saúde, a segurança e a qualidade de vida das equipes de</p><p>trabalhadores em risco. Muitos destes riscos, por sua vez, apenas temos</p><p>conhecimento pois há muitos anos afetaram milhares de trabalhadores,</p><p>que não tinham o conhecimento necessário para determinar se um</p><p>ambiente é seguro ou não.</p><p>Entretanto, ainda hoje, existem riscos que muitas equipes de</p><p>trabalho desconhecem, como: riscos biológicos, químicos, vibrações e</p><p>exposição a outros agentes que proporcionam malefícios à saúde dos</p><p>colaboradores. Nesse sentido, por mais que saibamos que um ambiente</p><p>com excesso de poeiras e minerais como a sílica, por exemplo, pode</p><p>provocar problemas na saúde das equipes de trabalho expostas a ele,</p><p>há fatores que determinam outros riscos que não são do conhecimento</p><p>comum de leigos, e valores quantitativos que determinam se o ambiente</p><p>é desfavorável ou não à qualidade de vida do trabalhador.</p><p>Mas para que você possa adentrar neste assunto, primeiramente</p><p>precisamos entender o conceito histórico da segurança do trabalho,</p><p>entender como eram as condições de antigamente, as ferramentas e as</p><p>metodologias de trabalho, os fatores sociais e econômicos, entre outros</p><p>conceitos que abordaremos a seguir.</p><p>1.1 As condições de trabalho da antiguidade e os relatos</p><p>dos primeiros cuidados com a saúde do trabalhador</p><p>No ambiente de trabalho coexiste com os colaboradores uma série de</p><p>riscos que os colocam em situações de degradação da qualidade de vida</p><p>e da saúde ocupacional. Nessas condições, a higiene ocupacional busca</p><p>7</p><p>melhorar este cenário, seja por meio da eliminação ou da mitigação dos</p><p>riscos.</p><p>Se retomarmos as metodologias de trabalho da antiguidade, poderemos</p><p>notar a ausência de muitos dos utensílios de trabalho que utilizamos</p><p>atualmente, consequentemente, o homem estava menos exposto aos</p><p>riscos inerentes em suas atividades.</p><p>Vamos entender melhor essa afirmação? Atualmente há uma série</p><p>de atividades laborais que mantém nossa sociedade em pleno</p><p>funcionamento, entretanto, na antiguidade, nos primórdios da</p><p>humanidade, o trabalho do homem era proteger sua moradia, família,</p><p>além de caçar o alimento para sustento de seu bando. Essas atividades</p><p>“laborais” da época contavam com uma série de ferramentas e</p><p>metodologias de trabalho, como: as lanças para caça, facas feitas de</p><p>pedras para corte e remoção do couro das caças. Na Figura 1 podemos</p><p>observar essas ferramentas.</p><p>Figura 1 – Ferramenta pré-histórica de caça e trabalho</p><p>Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Stone_and_bone_tools,_pottery,_Copper_</p><p>Age,_Museum_of_Kladno,_176032.jpg. Acesso em: 8 maio 2020.</p><p>8</p><p>Como podemos observar, a Figura 1 mostra fragmentos de pedras</p><p>lascadas, moldadas para que tivessem capacidade de perfurar e cortar</p><p>certos alimentos. Se imaginarmos os possíveis acidentes que poderiam</p><p>ocorrer com o uso dessas ferramentas, podemos citar cortes com</p><p>o processo de fabricação das ferramentas e possíveis acidentes ao</p><p>manuseá-las.</p><p>Ao longo dos séculos, com a evolução humana foram surgindo novas</p><p>ferramentas de trabalho. Então, com advento da agricultura, o ser</p><p>humano passa a utilizar a força animal em seu trabalho, desenvolvendo</p><p>novas ferramentas de trabalho e, consequentemente, novos riscos</p><p>ocupacionais, conforme demonstrado na Figura 2.</p><p>Figura 2 – Ferramenta pré-histórica de caça e trabalho</p><p>Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Workers_building_a_palace_find_a_marble_</p><p>ox_head.png. Acesso em: 8 maio 2020.</p><p>Como podemos observar na Figura 2, o homem passou a desenvolver</p><p>seu trabalho e sustento de uma simples ferramenta moldada em rocha</p><p>para foices, pás, inchadas e, até mesmo, sistemas tracionados por</p><p>animais. Observando esse cenário fica nítido o acréscimo de situações</p><p>9</p><p>que podem provocar um acidente de trabalho por causa dos riscos</p><p>ambientais.</p><p>Até então, as condições de trabalho eram voltadas para eficiência das</p><p>ferramentas e na produção de alimentos, ou seja, não era dada a devida</p><p>atenção à qualidade de vida dos trabalhadores. Caso um trabalhador</p><p>se acidentasse, era necessário que outro atuasse em seu lugar, caso o</p><p>acidentado ficasse incapacitado de retornar para suas atividades, ele</p><p>tornava-se dependente de familiares ou da sociedade.</p><p>As doenças e acidentes do trabalho são antigos. Ao longo do</p><p>desenvolvimento da humanidade, distintas condições de trabalho têm</p><p>provocado morte, doenças e incapacidade aos trabalhadores, enquanto</p><p>que as medidas para sanar as condições de risco não eram devidamente</p><p>tomadas, tendo sua devida importância, relativamente, apenas nos</p><p>tempos atuais. Nesse sentido, devido à falta de preocupação com as</p><p>equipes de trabalho na época, não eram documentados ou relatados</p><p>os acidentes de trabalho, portanto, há uma insuficiência de dados para</p><p>formação de uma ciência trabalhista (MATTOS; MÁSCULO, 2019).</p><p>Mattos e Másculo (2019) relatam que, no Egito, por volta de 2360 a.C., foi</p><p>encontrado um documento nomeado de Papiro Seler II, que relaciona o</p><p>ambiente de trabalho e os riscos inerentes a ele, e o Papiro Anastasi V,</p><p>de 1800 a.C., que descreve os problemas relacionados à insalubridade,</p><p>periculosidade e penosidade das profissões dos trabalhadores.</p><p>Nem mesmo as sociedades gregas e romanas valorizavam os estudos</p><p>das condições de trabalho, sendo que os únicos documentos que</p><p>relatam algo relacionado aos cuidados da saúde dos trabalhadores e</p><p>seu ambiente laboral é o documento escrito por Hipócrates (na Grécia,</p><p>em 460-375 a.C.), em sua obra intitulada de Ares, Águas e Lugares, que</p><p>descreve a intoxicação saturnina (intoxicação por chumbo) em um</p><p>mineiro (SCARPIM et al., 2010 apud SILVA; PASCHOARELLI, 2010).</p><p>10</p><p>Plínio (77 d.C.), por meio de sua obra História Naturallis, relata a</p><p>exposição de um grupo de trabalhadores ao chumbo, mercúrio e</p><p>poeiras, apresentando os efeitos prejudiciais para a respiração dos</p><p>mineiros. Plínio, ainda, sugere o que seria o primeiro relato de uso</p><p>de um EPI (Equipamento de Proteção Individual), o uso de bexiga de</p><p>carneiro como máscaras para filtrar e evitar a inalação de poeiras e</p><p>fumos (SCARPIM et al., 2010 apud SILVA; PASCHOARELLI, 2010; MATTOS;</p><p>MÁSCULO, 2019).</p><p>Com o surgimento de muitos enfermos, por causa das condições</p><p>de risco inerente aos seus trabalhos, algumas sociedades se viram</p><p>obrigadas a desenvolver medidas que cuidassem deles, até mesmo,</p><p>para evitar situações de desordem social. Assim, surgiram as primeiras</p><p>cooperativas de trabalho, com o intuito de proteger seus integrantes</p><p>de determinados riscos e condições de trabalho. Na Grécia, elas eram</p><p>denominadas de erans, na Roma chamavam-se Collegia. Posteriormente,</p><p>irmandades cristãs, por meio das ordens hospitalares, passam a</p><p>colaborar com essas cooperativas (BARSANO; BARBOSA, 2018).</p><p>Com o passar dos anos, estudos que relacionavam os trabalhadores</p><p>com seus ambientes de trabalho passaram a ser mais frequentes,</p><p>proporcionando um grande avanço para a qualidade de vida dos</p><p>trabalhadores.</p><p>Em 1473, Ulrich Ellenborg reconhece a toxicidade dos vapores de</p><p>determinados metais, descrevendo os sintomas por envenenamento</p><p>ocupacional, como no caso do monóxido de carbono, chumbo,</p><p>mercúrio e ácido nítrico. Além disso, seus relatos apresentam medidas</p><p>de prevenção, determinando ações para que sejam prevenidas tais</p><p>contaminações (MATTOS; MÁSCULO, 2019).</p><p>Em 1556, foi publicada a obra do inglês George Bauer intitulada de De</p><p>Re Metallica, em que são apresentados estudos sobre os problemas</p><p>condizentes do trabalho envolvendo a extração e fundição de prata e</p><p>11</p><p>ouro. Ainda, são apresentados relatos e discussões sobre acidentes de</p><p>trabalho, possíveis doenças entre uma mesma classe de trabalhadores</p><p>(mineiros) e as possíveis medidas de mitigação. Uma das sugestões para</p><p>redução destes riscos é a implantação de um sistema de ventilação. De</p><p>acordo com Nogueira (1984), a doença estudada ficou conhecida como</p><p>“asma dos mineiros”.</p><p>Esse documento descreve, possivelmente, a primeira definição da</p><p>doença silicose, que afeta o pulmão dos trabalhadores que inalam</p><p>poeiras e minerais em sua jornada de trabalho. A presença deste risco</p><p>químico no ambiente laboral poderia ser reduzida, ou até mesmo</p><p>evitado, caso a disseminação do conhecimento sobre as doenças</p><p>ocupacionais fosse abrangente. No entanto, por essas razões e pela</p><p>deficiência de meios de detecção, além do pouco conhecimento da</p><p>medicina na época, essa doença não ficou claramente descrita nos</p><p>documentos de Bauer.</p><p>Segundo Mattos e Másculo (2019), em 1567, Aureolus Theophrastus</p><p>Bembastus von Hohenheim escreveu a Obra dos Ofícios e doenças da</p><p>montanha, onde apresenta a relação entre ambiente de trabalho e</p><p>doença desenvolvida, também notificando a presença do chumbo e</p><p>mercúrio.</p><p>Em 1700, por sua vez, Bernardino Ramazzini, médico italiano, conhecido</p><p>como “pai da segurança do trabalho”, publicou sua obra denominada de</p><p>Morbis Artificum Diatriba, traduzida como Doenças dos artífices. De acordo</p><p>com Silva (2015), nesta obra foram relacionadas não apenas doenças</p><p>de mineiros e a contaminação por mercúrio e chumbo, mas, também,</p><p>uma série de outras profissões e suas respectivas enfermidades, como</p><p>também as precauções e agentes causadores de grande parte das</p><p>doenças estudadas por Ramazzini.</p><p>Então, por meio de pesquisadores passou a ser desenvolvida uma</p><p>preocupação na relação doença x trabalho. Além disso, desenvolveu-se</p><p>12</p><p>metodologias de pesquisa que auxiliam a vinculação das doenças com</p><p>os trabalhos executados, por exemplo, Ramazzini, em suas entrevistas</p><p>com os trabalhadores, questionava sobre sua ocupação, sintomas,</p><p>condições do ambiente de trabalho, metodologia de execução das</p><p>atividades, entre outros aspectos que forneciam parâmetros para a</p><p>criação de um nexo causal (SILVA, 2015).</p><p>Por mais que fossem realizados estudos divulgando a necessidade</p><p>de maiores cuidados com as equipes de trabalho, nada era feito</p><p>para que o cenário fosse alterado. De um lado, temos a necessidade</p><p>dos trabalhadores de receber seu pró-labore mantendo o sustento</p><p>das famílias, se sujeitando às condições insalubres de trabalho por</p><p>necessidade, e por outro lado, temos os empregadores que não</p><p>enxergam motivos para se preocupar, entendendo que as medidas de</p><p>redução dos riscos são, além de ineficientes, inviáveis aos negócios.</p><p>Em meados de 1740, o governo dinamarquês, observando a importância</p><p>do controle dos acidentes de trabalho, criou o primeiro programa de</p><p>realização de exames médicos públicos, por meio do sistema nacional</p><p>de saúde. Posteriormente esta medida foi adotada por outros países da</p><p>Europa.</p><p>Avançando alguns anos, em 1775, na Inglaterra, o pesquisador e médico</p><p>Percival Pott correlaciona o câncer ocupacional com os limpadores</p><p>de chaminés, em que a fuligem era a principal causadora do câncer</p><p>escrotal. Depois de treze anos de pesquisa, em 1788, foi desenvolvida e</p><p>aplicada a primeira lei de proteção aos limpadores de chaminé (MATTOS;</p><p>MÁSCULO, 2019; AGUIAR JUNIOR; VASCONCELLOS, 2017).</p><p>No fim do século XVIII, com a Revolução Industrial e a chegada das</p><p>maquinas à vapor, as condições de trabalho tornaram-se extremamente</p><p>degradadas, ocasionando inúmeros acidentes laborais, tendo</p><p>trabalhadores afastados de suas atividades por incapacidade laboral,</p><p>13</p><p>decorrente da perda de membros ou, até mesmo, insuficiência das</p><p>condições básicas de trabalho.</p><p>A grande maioria dos acidentes ocorriam por falta de proteção dos</p><p>maquinários, jornadas prolongadas e péssimas condições de higiene</p><p>no ambiente industrial (MINAYO-GOMEZ; THEDIM-COSTA, 1997; SILVA,</p><p>2015).</p><p>Se imaginarmos um grande número de profissionais afastados e</p><p>incapacitados de exercer suas funções, deformados pelas péssimas</p><p>condições de trabalho da época, não fica difícil de ver uma cidade</p><p>com grandes problemas sociais, famílias desamparadas, condições de</p><p>saneamento ruins, doenças se propagando por conta das condições</p><p>sanitárias e falta de sustento da população carente. Esses fatores</p><p>passaram a abrir os olhos tanto da população quanto do governo,</p><p>que se depara com uma situação que pode prejudicar não só os</p><p>trabalhadores, mas também a economia de um Estado.</p><p>Nessas condições, começaram a surgir greves dos trabalhadores, onde</p><p>a população passou a exigir seus direitos, exigindo que políticos e</p><p>legisladores introduzissem novas medidas legais que possibilitassem a</p><p>melhoria da qualidade de vida nos ambientes de trabalho (SILVA, 2015;</p><p>NOGUEIRA; MARIN, 2013).</p><p>Dessa maneira, com base no cenário que se formava, o parlamento</p><p>britânico criou uma comissão de inquérito sob a direção de Sir</p><p>Robert Peel, investigando abusos cometidos pelas industrias com</p><p>seus trabalhadores. Até que em 1802 foi aprovada a primeira lei de</p><p>proteção aos trabalhadores, denominada de Lei da Preservação da</p><p>Saúde e da Moral dos Aprendizes e de Outros</p><p>Empregados, que ficou</p><p>popularmente conhecida como lei dos Aprendizes. Nas novas condições</p><p>exigidas por esta lei, era determinado que a jornada diária não poderia</p><p>passar de 12 horas de trabalho, ficando proibido o trabalho noturno;</p><p>os empregadores deveriam realizar a lavagem das paredes das fábricas</p><p>14</p><p>ao menos duas vezes ao ano; além de propor meios de ventilação nos</p><p>ambientes laborais (MATTOS; MÁSCULO, 2019).</p><p>Com o surgimento da lei dos Aprendizes, outras legislações foram</p><p>surgindo, entretanto, a falta de fiscalização comprovava que as</p><p>legislações não eram efetivamente cumpridas, sendo apenas uma</p><p>maneira de acalmar os ânimos da população enfurecida. Desse modo,</p><p>multas não eram aplicadas e as fábricas não realizavam as diretrizes</p><p>legislativas.</p><p>Em 1832, John Marshall, proprietário de grandes indústrias na época,</p><p>demonstrou-se preocupado com as condições de trabalho de seus</p><p>funcionários, fato que levou ele a contratar um médico para fiscalizar</p><p>o ambiente de trabalho de suas fábricas ao menos duas vezes por</p><p>semana. De acordo com Nogueira (1984), estas ações, em 1833,</p><p>resultaram na promulgação da Factory Act, mais conhecida como Lei das</p><p>Fábricas, considerada a primeira legislação trabalhista realmente eficaz à</p><p>proteção dos trabalhadores.</p><p>Portanto, aqui, podemos observar o surgimento de conceitos como o</p><p>PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional), ou seja,</p><p>é a noção de que os cuidados com os funcionários podem proporcionar</p><p>à fábrica melhoria no rendimento da produção, aspectos e fatores</p><p>voltados para parâmetros ergonômicos, que cabem a outro momento</p><p>de discussão, não menos importante.</p><p>A Lei das Fábricas proibia o trabalho noturno para menores de 18 anos,</p><p>obrigava as fábricas a educar jovens menores de 12 anos por meio da</p><p>construção de escolas, decretou a idade mínima de 9 anos para iniciar-</p><p>se as atividades laborais, entre outras especificações que asseguravam a</p><p>melhoria da qualidade de vida aos trabalhadores e familiares.</p><p>Dessa forma, as indústrias passam a reconhecer a importância e</p><p>necessidade de proteção dos trabalhadores, no entanto, com a chegada</p><p>15</p><p>da Segunda Revolução Industrial (eletricidade e motor a explosão),</p><p>percebe-se o surgimento de novas ferramentas e, consequentemente,</p><p>novos riscos de trabalho potencializando os acidentes de trabalho.</p><p>A noção de uma legislação protetora da classe de trabalhadores ficou</p><p>marcada nos contextos históricos, assim, mesmo com o surgimento</p><p>de novas tecnologias e campos de atuação de trabalho, as legislações</p><p>foram sendo adaptadas ou desenvolvidas até os dias de hoje, e, aos</p><p>poucos, as exigências voluntárias passaram a se tornar obrigatórias. A</p><p>disseminação desses pensamentos também ocorreu para outros países,</p><p>de início para a Europa e, posteriormente, para outros continentes.</p><p>Conforme o levantamento realizado por Mattos e Másculo (2019),</p><p>observa-se que essa disseminação de pensamento ocorre em 1877,</p><p>na Suíça, que promulgou a primeira lei de proteção aos trabalhadores,</p><p>sendo obrigatória a inspeção das condições do trabalho. Outros países</p><p>foram incorporando as legislações trabalhistas em suas diretrizes</p><p>judiciais, como a Dinamarca em 1873, França em 1874, Alemanha</p><p>em 1878 (em 1897, a Alemanha aprovou a primeira lei de acidente e</p><p>doenças trabalhistas), Áustria em 1887, Bélgica e Holanda em 1888,</p><p>Suécia em 1889, Portugal em 1895 e 1897, Rússia em 1918.</p><p>1.2 A higiene do trabalho no continente americano e na</p><p>atualidade (século XX)</p><p>Os Estados Unidos, Brasil e outros países do continente americano</p><p>apenas aderiram às leis trabalhistas no século XX. Em 1902, nos Estados</p><p>Unidos foi promulgada certa lei que indenizava o trabalhador em casos</p><p>de acidente de trabalho, isso só foi possível devido às pesquisas médicas</p><p>da higienista Alice Hamilton, que, em 1900, pesquisou várias ocupações</p><p>e sua influência no ambiente de trabalho, além dos prejuízos aos</p><p>trabalhadores e à economia local.</p><p>16</p><p>No início do século XX, diversas conferências, reuniões e congressos</p><p>foram realizados para discutir sobre a saúde e qualidade de vida dos</p><p>trabalhadores, possibilitando a propagação da cultura da segurança do</p><p>trabalho, rompendo a resistência da classe empregadora que buscava</p><p>redução de custos com mão de obra e indenizações.</p><p>Com o passar dos anos, no continente americano e no restante do</p><p>mundo, passou a ser obrigatório a presença dos cuidados médicos aos</p><p>trabalhadores, independentemente dos riscos ambientais presentes</p><p>em suas atividades e no local de trabalho. Em 1922, a Universidade de</p><p>Harvard oferta vagas para o curso de graduação de Higiene Industrial.</p><p>Em 1938, houve a criação da ACGIH (National Conference of Governmental</p><p>Industrial Hygienists), seguida de outras associações voltadas à saúde</p><p>e segurança do trabalhador, como a AIHA (American Industrial Hygiene</p><p>Association) e a ASA (American Standards Association, atual ANSI).</p><p>Em 1939, a ACGIH inovou as pesquisas com os estudos das</p><p>concentrações de agentes químicos nos ambientes laborais com o</p><p>estudo das MACs (Concentrações Máximas Permitidas). Em 1954, a</p><p>medicina do trabalho passa a ser reconhecida com uma especialização</p><p>médica, e em 1970 surgiu a promulgação da OSHA (Occupational Safety</p><p>and Health Act).</p><p>Nesse meio tempo, em 1919, na Europa, é concretizada a criação da</p><p>Organização Internacional do Trabalho, mais conhecida como OIT. O</p><p>Brasil, juntamente com os demais países da América Latina, teve sua</p><p>revolução industrial em 1930, com a presença dos fatos marcantes</p><p>da consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em 1943. Em 1966, por</p><p>sua vez, foi criada a Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança,</p><p>Higiene e Medicina do Trabalho – FUNDACENTRO. No Brasil, em 1972,</p><p>surgiu a obrigatoriedade dos Serviços Médico e de Higiene e Segurança</p><p>do Trabalho nas empresas com cem ou mais empregados (MATTOS;</p><p>MÁSCULO, 2019).</p><p>17</p><p>Em 1974, o Brasil recebe o título de campeão mundial de acidentes</p><p>de trabalho, percebendo a grande necessidade de implantação e</p><p>melhoria das condições de trabalho, foram elaboradas as primeiras</p><p>Normas Regulamentadoras – NRs (1978). De 1990 em diante, o Brasil</p><p>adotou normativas que buscam melhorar e promover a segurança dos</p><p>trabalhadores, como a ISO (International Organization for Standardization,</p><p>ou Organização Internacional para Padronização, em português) 9000,</p><p>ISO 14000, BS (British Standards, ou Padronizações Britânicas, em</p><p>português) 8800 e OSHAS (Occupational Health and Safety Assessment</p><p>Series, cuja a tradução é Série de Avaliação de Segurança e Saúde</p><p>Ocupacional) 18000.</p><p>Por sua vez, essas normativas estão em constante evolução, conforme</p><p>são desenvolvidas novas atividades, descobertos novos riscos no</p><p>ambiente de trabalho. No entanto, atualmente, por mais que o</p><p>trabalhador seja amparado de normas e de legislações, ainda é comum</p><p>se encontrar empresas que negligenciam as necessidades básicas de</p><p>cuidados com suas equipes de trabalho. Esse fato, muitas vezes, ocorre</p><p>pela falta de conhecimento das legislações e normas técnicas, e outras</p><p>por causa de negligências.</p><p>Entretanto, como apresentamos anteriormente, os direitos trabalhistas</p><p>são relativamente novos para nós, ora, se considerarmos o período em</p><p>que o homem exerce suas atividades laborais como empregado, temos</p><p>apenas dois séculos em que as leis trabalhistas são aplicadas. Portanto,</p><p>estamos no início da construção de legislações e culturas mais fortes.</p><p>Atualmente, algumas empresas passam a entender o valor que um</p><p>ambiente de trabalho exerce em seus funcionários. Os ambientes</p><p>que provocam incapacidades em seus colaboradores possuem baixo</p><p>rendimento de produção, perda de estoques, além dos gastos com</p><p>problemas trabalhistas e multas governamentais.</p><p>18</p><p>Por outro lado, empresas que aplicam as normas, principalmente</p><p>aquelas voltadas à ergonomia cognitiva e organizacional, registram</p><p>elevado potencial de produção, tanto intelectual quanto braçal, redução</p><p>nos estoques, melhor qualidade no acabamento final de seus produtos e</p><p>redução significativa</p><p>nas despesas trabalhistas e governamentais.</p><p>Logo, podemos dizer que as normativas não são benéficas apenas para</p><p>os trabalhadores, mas também para a sociedade e para aqueles que</p><p>empregam. O trabalho do profissional da segurança do trabalho não</p><p>é apenas apontar e corrigir os erros de uma empresa, mas reduzir os</p><p>gastos do empregador, bem como implantar uma cultura organizacional</p><p>que demonstre tanto para os empregados quanto para aquele que</p><p>emprega, a importância da higiene ocupacional como um todo.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>AGUIAR JUNIOR, V. S. de; VASCONCELLOS, L. C. F. de. A importância histórica e social</p><p>da infância para a construção do direito à saúde no trabalho. Saúde e Sociedade,</p><p>[s.l.], v. 26, n. 1, p. 271-285, mar. 2017. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/</p><p>s0104-12902017159018. Acesso em: 7 jul. 2020.</p><p>BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P. Higiene e segurança do trabalho. 2. ed. São Paulo:</p><p>Érica, 2018.</p><p>MATTOS, U. A. de O.; MÁSCULO, F. S. Higiene e segurança do trabalho. 2. ed. Rio</p><p>de Janeiro: Elsevier/Abepro, 2019.</p><p>MINAYO-GOMEZ, C.; THEDIM-COSTA, S. M. da F. A construção do campo da saúde</p><p>do trabalhador: percurso e dilemas. Cadernos de Saúde Pública, [s.l.], v. 13, n. 2, p.</p><p>21-32, 1997. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/csp/v13s2/1361.pdf. Acesso</p><p>em: 7 jul. 2020.</p><p>NOGUEIRA, D. P. Incorporação da saúde ocupacional à rede primária de saúde.</p><p>Revista de Saúde Pública, [s.l.], v. 18, n. 6, p. 495-509, dez. 1984. Disponível em:</p><p>https://doi.org/10.1590/S0034-89101984000600009. Acesso em: 7 jul. 2020.</p><p>NOGUEIRA, L. S. M.; MARIN, R. E. A. Segurança e saúde dos trabalhadores na</p><p>indústria do alumínio no estado do Pará, Brasil. Cuadernos del Cendes, Caracas,</p><p>v. 30, n. 82, p. 109-134, abr. 2013. Disponível em: http://ve.scielo.org/scielo.</p><p>php?script=sci_arttext&pid=S1012-25082013000100006. Acesso em: 7 jul. 2020.</p><p>http://dx.doi.org/10.1590/s0104-12902017159018</p><p>http://dx.doi.org/10.1590/s0104-12902017159018</p><p>https://www.scielo.br/pdf/csp/v13s2/1361.pdf</p><p>https://doi.org/10.1590/S0034-89101984000600009</p><p>http://ve.scielo.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1012-25082013000100006</p><p>http://ve.scielo.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1012-25082013000100006</p><p>19</p><p>SCARPIM, A. C.; FERREIRA, C. V.; SILVA, J. C. P. da; PASCHOARELLI, L. C. P. Patissier:</p><p>fragmentos de uma contribuição à ergonomia. In: SILVA, J. C. P. da; PASCHOARELLI,</p><p>L. C. (org.). A evolução histórica da ergonomia no mundo e seus pioneiros. São</p><p>Paulo: Editora UNESP, 2010. p. 27-35.</p><p>SILVA, A. B. R. B. Acidentes, adoecimento e morte no trabalho como tema de estudo</p><p>da História. In: OLIVEIRA, T. B. (org). Trabalho e trabalhadores no Nordeste:</p><p>análises e perspectivas de pesquisas históricas em Alagoas, Pernambuco e Paraíba.</p><p>Campina Grande: EDUEPB, 2015, pp. 215-240.</p><p>20</p><p>Competência do Engenheiro de</p><p>segurança do trabalho</p><p>Autoria: Arthur Ribeiro Torrecilhas</p><p>Leitura crítica: Joubert R. S. Júnior</p><p>Objetivos</p><p>No intuito de expor os conceitos que tangem as</p><p>capacidades e o perfil profissional do engenheiro de</p><p>segurança do trabalho, este material tem como objetivos:</p><p>• Apresentar os requisitos do engenheiro de</p><p>segurança do trabalho no mercado.</p><p>• Evidenciar, de maneira breve, as principais</p><p>ferramentas que o profissional é capacitado para</p><p>elaborar.</p><p>• Situar o profissional de suas atribuições,</p><p>competências e objetividade à empresa e</p><p>empregados.</p><p>21</p><p>1. O papel do engenheiro de segurança do</p><p>trabalho</p><p>Como abordado anteriormente, a segurança dos trabalhadores é um</p><p>conceito relativamente novo para a humanidade. A preocupação com</p><p>os funcionários apenas teve sua significância quando a sociedade</p><p>de trabalhadores se viu em uma situação de dificuldades, portanto,</p><p>medidas revolucionárias foram tomadas para que uma melhoria na</p><p>qualidade de vida desses funcionários.</p><p>Com o passar dos anos, as legislações sofreram uma série de</p><p>alterações, até o momento em que passou a ser obrigatório que as</p><p>empresas cuidem da qualidade de vida de suas equipes de trabalho.</p><p>Lembrando que a grande massa populacional é de trabalhadores e não</p><p>empregadores, caso a maioria da população não tivesse qualidade de</p><p>vida e saúde básicas, o governo teria um grande problema de saúde</p><p>pública, esse é outro fator para que as legislações fossem devidamente</p><p>cobradas (BARSANO; BARBOSA, 2018).</p><p>Hoje, as normativas de segurança do trabalho não só protegem os</p><p>trabalhadores, mas também aqueles que empregam. É neste sentido</p><p>que o profissional da engenharia de segurança do trabalho deve atuar,</p><p>buscando proteger não só os funcionários de uma empresa, mas</p><p>também os seus proprietários.</p><p>Portanto, o Engenheiro de Segurança deve ter em mente que a falta de</p><p>qualidade de vida e segurança nas empresas pode trazer ao empregador</p><p>uma série de problemas, entre eles:</p><p>• Elevado índice de acidentes e doenças profissionais: em</p><p>empresas que não desenvolvem os cuidados com a qualidade</p><p>de vida e saúde de seus colaboradores, a tendência é que haja</p><p>um crescente do número de acidentes de trabalho ou doenças</p><p>profissionais. Esse fato pode afastar os trabalhadores por tempo</p><p>22</p><p>indeterminado de trabalho, consequentemente, reduzindo as</p><p>equipes de trabalho e perdendo eficiência na produção.</p><p>• Processos trabalhistas: com o elevado índice de acidentes por</p><p>falta de cumprimento de normativas, os trabalhadores tendem</p><p>a recorrer a seus direitos trabalhistas, afundando a empresa em</p><p>processos e pagamentos de multas indenizatórias.</p><p>• Pagamento de impostos: com o elevado número de abertura de</p><p>CATs (Comunicado de Acidente de Trabalho), indicando o aumento</p><p>de acidentes de trabalho, a empresa passa a ser cobrada por mais</p><p>impostos, como o FAP (Fator Acidentário de Prevenção).</p><p>• Insatisfação do consumidor: empresas onde os funcionários</p><p>estão frequentemente expostos à riscos de acidentes de trabalho,</p><p>má remuneração, ambientes estressantes e demais aspectos</p><p>que envolvem a ergonomia cognitiva e organizacional, elas ficam</p><p>sujeitas a ter seus colaboradores desmotivados para vendas e</p><p>fechamento de negócios, elaboração de trabalhos bem feitos,</p><p>acabamento final do produto e demais atividades, gerando a</p><p>insatisfação do consumidor com o produto final.</p><p>• Perda/problemas de estoque: em empresas que trabalham com</p><p>a confecção de produtos por meio de uma matéria-prima, podem</p><p>sofrer grandes perdas em estoques por conta da falta de cuidados</p><p>com relação à segurança do trabalho. Logo, temos como exemplo</p><p>um operador de empilhadeira não capacitado ou imprudente, que</p><p>acaba por derrubar uma prateleira de peças de porcelanato ou,</p><p>até mesmo, um trabalhador que não está feliz com as condições</p><p>de trabalho e por desleixo ou falta de motivações, que acaba por</p><p>quebrar peças de um estoque ou enviar peças danificadas aos</p><p>consumidores, como sinal de raiva pela empresa em que trabalha.</p><p>Nesse sentido, podemos observar que a segurança do trabalho não</p><p>implica apenas ao trabalhador, mas, também, ao empregador, como</p><p>23</p><p>qualidade do produto final, atendimento ao cliente, rendimento na</p><p>produção e conservação dos estoques de uma empresa.</p><p>Logo, demonstrar a importância de um ambiente saudável, melhores</p><p>condições de trabalho e responsabilidade aos funcionários, pode</p><p>proporcionar maiores rendimentos à empresa. Essa é a função de um</p><p>engenheiro de segurança do trabalho: buscar melhorar o ambiente</p><p>empresarial tanto para os colaboradores quanto para aqueles que</p><p>empregam, pois, atualmente, maior produtividade, qualidade de</p><p>vida e menores custos para a empresa, são elementos diretamente</p><p>conectados.</p><p>Outro ponto a ser destacado para os profissionais da área da segurança</p><p>do trabalho é que, atualmente, há constantes alterações nas legislações</p><p>trabalhistas e normas técnicas. Logo, é obrigação desses profissionais</p><p>estarem sempre atualizados quanto à estas alterações, a fim de que</p><p>a empresa e a saúde dos colaboradores não estejam em condições</p><p>equivocadas quando comparadas com as novas normativas.</p><p>Ainda, o profissional deve lembrar-se de que, na grande maioria das</p><p>vezes, irá coordenar equipes</p><p>de trabalho quanto a capacitações,</p><p>treinamentos e orientações das atividades a serem realizadas nos</p><p>canteiros de obras e nas fábricas. Portanto, o engenheiro de segurança</p><p>do trabalho precisa ter boa comunicação com os colaboradores e saber</p><p>gerenciar e coordenar equipes.</p><p>1.1 Responsabilidades do profissional e os programas de</p><p>segurança no trabalho</p><p>Como engenheiro de segurança do trabalho, sendo contratado como</p><p>terceirizado ou funcionário de uma empresa, pode surgir a necessidade</p><p>de elaboração e aplicação de certos programas de prevenção, como: o</p><p>PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos, que substitui o antigo PPRA</p><p>– Programa de Prevenção de Riscos Ambientais e o PCMAT – Programa</p><p>24</p><p>de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria de Construção);</p><p>emissão e gerenciamento de CATs (Comunicado de Acidente de</p><p>Trabalho); além de compor o Serviços Especializados em Engenharia de</p><p>Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), quando necessário.</p><p>PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos)</p><p>Com relação ao PGR, trata-se de documento estabelecido pela Norma</p><p>Regulamentadora nº 01, que se refere a um documento que contenha,</p><p>no mínimo, um inventário dos riscos que o ambiente contempla e um</p><p>plano de ação para tais riscos, sendo eles físicos, químicos, biológicos e</p><p>os riscos dispostos na NR-17, que diz respeito aos riscos ergonômicos,</p><p>sejam eles cognitivos, físicos e organizacionais, conforme podem ser</p><p>observadas na Figura 1.</p><p>Figura 1 – PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos)</p><p>Fonte: elaborada pelo autor.</p><p>25</p><p>SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em</p><p>Medicina do Trabalho)</p><p>Ainda, o engenheiro de segurança do trabalho pode ser contratado</p><p>para fazer parte do SESMT da empresa. Conforme diretrizes da NR-04</p><p>(BRASIL, 2016) apresentamos o quadro a seguir.</p><p>Quadro 1 – Quadro II Dimensionamento dos SESMT</p><p>Grau</p><p>de</p><p>Risco</p><p>Nº de empregados</p><p>Especialistas</p><p>50</p><p>a</p><p>100</p><p>101</p><p>a</p><p>250</p><p>251</p><p>a</p><p>500</p><p>501</p><p>a</p><p>1000</p><p>1001</p><p>a</p><p>2000</p><p>2001</p><p>a</p><p>3500</p><p>3501</p><p>a</p><p>5000</p><p>Acima de 5000</p><p>para cada gru-</p><p>po de 4000 ou</p><p>fração acima</p><p>2000**</p><p>1</p><p>Tec. Seg. Trabalho 1 1 1 2 1</p><p>Eng. Seg. Trabalho 1* 1 1*</p><p>Aux. de Enferm. do Trab. 1 1 1</p><p>Enfermeiro do Trabalho 1*</p><p>Médico do Trabalho 1* 1* 1 1*</p><p>2</p><p>Tec. Seg. Trabalho 1 1 2 5 1</p><p>Eng. Seg. Trabalho 1* 1 1 1*</p><p>Aux. de Enferm. do Trab. 1 1 1 1</p><p>Enfermeiro do Trabalho 1</p><p>Médico do Trabalho 1* 1 1 1</p><p>3</p><p>Tec. Seg. Trabalho 1 2 3 4 6 8 3</p><p>Eng. Seg. Trabalho 1* 1 1 2 1</p><p>Aux. de Enferm. do Trab. 1 2 1 1</p><p>Enfermeiro do Trabalho 1</p><p>Médico do Trabalho 1* 1 1 2 1</p><p>4</p><p>Tec. Seg. Trabalho 1 2 3 4 5 8 10 3</p><p>Eng. Seg. Trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1</p><p>Aux. de Enferm. do Trab. 1 1 2 1 1</p><p>Enfermeiro do Trabalho 1</p><p>Médico do Trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1</p><p>(*) Tempo Parcial (mínimo de três horas)</p><p>(**) O dimensionamento total deverá ser feito</p><p>levando em consideração o dimensionamento de</p><p>faixas de 3501 a 5000 mais o dimensionamento</p><p>do(s) grupo(s) de 4000 ou fração acima de 2000.</p><p>Obs.: hospitais, ambulatórios, maternidade, casas de</p><p>saúde e repouso, clínicas e estabelecimentos similares</p><p>com mais de 500 (quinhentos) empregados deverão</p><p>contratar um enfermeiro em tempo integral.</p><p>Fonte: adaptado de Brasil (2016, p. 35).</p><p>26</p><p>Conforme os dispositivos presentes na NR-04 (BRASIL, 2016), o SESMT</p><p>tem como competência:</p><p>• Aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e medicina</p><p>do trabalho no ambiente de trabalho, incluindo máquinas e</p><p>equipamentos, buscando eliminar e/ou reduzir os riscos aos</p><p>trabalhadores.</p><p>• Definir os EPIs (Equipamento de Proteção Individual), em</p><p>conformidade com a NR-06, conforme os riscos encontrados no</p><p>ambiente de trabalho, caso eles persistirem mesmo tomando</p><p>todas as medidas cabíveis para sua eliminação e mitigação.</p><p>• Colaborar quando solicitado nos projetos e na implantação de</p><p>novas instalações, sejam elas físicas e tecnológicas da empresa.</p><p>• Ser responsável tecnicamente pela orientação quanto ao</p><p>cumprimento das NRs aplicáveis nas atividades executadas pela</p><p>empresa.</p><p>• Manter boas relações com os integrantes da CIPA, além de apoiá-</p><p>la, treiná-la e atendê-la quando necessário.</p><p>• Promover a realização de atividades de conscientização dos</p><p>colaboradores, educando e orientando quanto aos riscos</p><p>ocupacionais, doenças de trabalho e acidentes de trabalho, seja</p><p>por meio de campanhas ou de programas permanentes.</p><p>• Esclarecer e conscientizar os empregados quanto aos acidentes de</p><p>trabalho e doenças ocupacionais, estimulando-os sempre a favor</p><p>da prevenção e da qualidade de vida das equipes de trabalho.</p><p>• Analisar e registrar os documentos específicos de todos os</p><p>acidentes ocorridos na empresa ou no estabelecimento, sejam</p><p>eles com ou sem vítima, e todos os casos de doença ocupacional,</p><p>27</p><p>descrevendo a história e as características, mantendo um banco de</p><p>dados dos sinistros da empresa.</p><p>• Registrar mensalmente os dados atualizados dos acidentes de</p><p>trabalho e das doenças ocupacionais, bem como a verificação de</p><p>condições insalubres e perigosas.</p><p>• Elaborar planos de controle de catástrofes e acidentes, combate a</p><p>incêndios.</p><p>Capacitações, orientações e treinamentos</p><p>O profissional da engenharia de segurança deve promover palestras,</p><p>capacitações e orientações quanto aos equipamentos de segurança e as</p><p>medidas de segurança nos ambientes de trabalho.</p><p>A capacitação dos profissionais pode ser de forma preventiva ou por</p><p>cumprimento de alguma normativa, como no caso da NR-35, que</p><p>diz respeito aos trabalhos em altura, onde os funcionários precisam</p><p>ter, antes de executar suas atividades em ambientes altos e com</p><p>probabilidade de queda do trabalhador (considera-se alto quando acima</p><p>de 2 metros de altura e com a presença de risco de queda), treinamento</p><p>quanto aos riscos e formas de utilização dos EPIs e EPCs (equipamentos</p><p>de proteção coletiva).</p><p>Ainda, após as orientações, treinamentos e capacitações, o profissional</p><p>deve coletar a assinatura dos trabalhadores que receberam o conteúdo,</p><p>por meio da ficha de capacitação e treinamento. Este documento, por</p><p>sua vez, certifica que os treinamentos foram ministrados e que os</p><p>trabalhadores recebem os cuidados necessários para exercerem suas</p><p>atividades.</p><p>Desse modo, estes documentos precisam ser guardados nos arquivos</p><p>da empresa, a fim de serem necessários por uma auditoria interna ou</p><p>externa, ou em caso de solicitação judicial em um processo trabalhista.</p><p>28</p><p>CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho)</p><p>A CAT é um formulário que deve ser preenchido em caso de acidentes,</p><p>sejam eles com lesões ou sem lesões, de trajeto, doença ocupacional</p><p>ou quando houver morte do colaborador. Nesse sentido, é importante</p><p>considerar que:</p><p>• Acidente de trajeto ou de trabalho é aquele que ocorre no</p><p>exercício da atividade profissional, em que o colaborador está</p><p>a serviço da empesa ou no deslocamento de sua residência ao</p><p>trabalho ou do trabalho para sua residência, e que provoque ao</p><p>trabalhador alguma lesão corporal ou perturbação funcional que</p><p>possa causar perda ou redução, seja permanente ou temporária,</p><p>de sua capacidade ao trabalho.</p><p>• Enquanto a doença ocupacional é aquela produzida ou</p><p>desenvolvida pelo exercício laboral peculiar a certa atividade.</p><p>Caso ocorra um acidente ou doença do trabalho, a empresa deve</p><p>informar a Previdência Social, mesmo não havendo afastamento das</p><p>vítimas, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência. Em caso de</p><p>morte, ela deverá informar imediatamente. Caso a empresa não informe</p><p>sobre o acidente dentro do prazo legal, ela estará sujeita a multa</p><p>(CORDEIRO et al., 2005).</p><p>Banco de dados de acidentes e doenças ocupacionais</p><p>Cabe ao responsável pela gestão da saúde e segurança do trabalho</p><p>manter o registro de acidentes e doenças ocupacionais do ambiente</p><p>laboral, bem como elaborar planos e medidas para eliminação e redução</p><p>dos riscos causadores de acidentes e doenças nos trabalhadores.</p><p>Esses registros podem servir como base para o desenvolvimento de</p><p>medidas e controle de riscos, bem como indicar</p><p>os locais onde precisam</p><p>ser tomadas medidas de urgência quanto a qualidade de vida dos</p><p>trabalhadores. O banco de dados de acidentes e doenças ocupacionais</p><p>29</p><p>em uma empresa é de extremo valor, muitas empresas não possuem</p><p>essas informações. Desse modo, esta falta de conhecimento pode</p><p>prejudicar a empresa, dificultando o processo de melhoria de seus</p><p>pontos fracos quanto aos sinistros que ocorrem em seus ambientes</p><p>laborais.</p><p>FAP (Fator Acidentário de Prevenção)</p><p>O FAP é um multiplicador que incide sobre o RAT (Riscos Ambientais</p><p>do Trabalho, antigo SAT – Seguro Acidentário de Trabalho). Para que</p><p>você entenda melhor, o RAT é uma forma de arrecadação do INSS para</p><p>custear os benefícios aos acidentados que necessitam de auxílio do</p><p>governo. Desse modo, o RAT incide sobre a folha de pagamento total da</p><p>empresa, com os percentuais que dependem de seu ramo de atividade</p><p>econômica.</p><p>Entretanto, caso a empresa tenha a implantação de medidas</p><p>que buscam a redução dos acidentes de trabalho, e estes sejam</p><p>efetivamente reduzidos, por meio da não emissão ou redução da</p><p>emissão de CATs, não é justo que ela contribua com uma alíquota alta</p><p>do RAT. Nesse sentido, o FAP serve como um percentual que busca</p><p>reduzir ou aumentar essa alíquota com relação à quantidade de</p><p>acidentes ou doenças de trabalho que a empresa possuí.</p><p>Nesse caso, a empresa que possuí baixo índice de acidentes de trabalho,</p><p>terá um FAP que, quando aplicado ao RAT, sofrerá uma redução nos</p><p>impostos a serem pagos na folha de pagamento dos funcionários</p><p>da empresa. Por outro lado, caso a empresa tenha elevado número</p><p>de acidentes, o FAP acaba sendo um fator multiplicador ao SAT,</p><p>encarecendo a folha de pagamento da empresa (MATOS; HOSTENSKY,</p><p>2016). Essa medida funciona como um incentivo fiscal à aplicação da</p><p>segurança do trabalho nas empresas.</p><p>30</p><p>LTCAT (Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho)</p><p>É de direito do trabalhador saber os riscos e perigos que sua atividade</p><p>pode proporcionar. Sendo assim, é responsabilidade do empregador</p><p>identificar estes riscos e adequar o ambiente laboral de forma que não</p><p>agrida à saúde e às condições laborais de seus funcionários.</p><p>Para que estes riscos e perigos possam ser identificados, por sua vez,</p><p>é necessário um estudo do ambiente de trabalho. Este documento é o</p><p>LTCAT (Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho). O LTCAT</p><p>é instituído pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e tem como</p><p>objetivo conceder ou não a aposentadoria especial ao trabalhador que</p><p>fique exposto à agentes nocivos (químicos, físicos e biológicos). Mas</p><p>cuidado, o LTCAT não tem como objetivo caracterizar a insalubridade e</p><p>nem a periculosidade. Logo, o objetivo do LTCAT é de informar se há ou</p><p>não o direito de aposentadoria especial ao trabalhador.</p><p>Desse modo, o LTCAT é um documento obrigatório para todas as</p><p>empresas, independentemente da quantidade de trabalhadores e do</p><p>segmento da empresa. Se na empresa houver um indicio de que existem</p><p>suspeitas de atividades que sejam passivas de aposentadoria especial ao</p><p>trabalhador, o LTCAT deve ser elaborado imediatamente.</p><p>Laudo de Insalubridade e Laudo de Periculosidade</p><p>Para caracterização da Insalubridade e Periculosidade é necessário um</p><p>Laudo de Insalubridade/Periculosidade. Logo, esse é um documento</p><p>importante tanto para assegurar o pagamento do adicional aos</p><p>trabalhadores que a ele fazem jus, quanto para evitar um pagamento</p><p>indevido do benefício.</p><p>O Laudo de Insalubridade é exigido pelo Ministério do Trabalho e</p><p>da Previdência, a fim de determinar se há direito ao pagamento de</p><p>adicional de insalubridade. Já o LTCAT é um documento criado pelo INSS</p><p>31</p><p>para determinar se alguma atividade na empresa faz jus à aposentadoria</p><p>especial. O laudo de insalubridade é baseado na NR-15, enquanto que o</p><p>de periculosidade se baseia na NR-16.</p><p>Perícias judiciais</p><p>O profissional da Engenharia de segurança do trabalho também pode</p><p>atuar como perito judicial, nos casos em que há necessidade de laudos</p><p>para respostas de dúvidas das partes interessadas do processo judicial.</p><p>1.2 Fechamento dos conceitos abordados</p><p>Em suma, o Engenheiro de segurança do trabalho tem a</p><p>responsabilidade de zelar pela saúde e pela integridade física e</p><p>psicológica dos trabalhadores, buscando sempre, primeiramente,</p><p>eliminar e, caso não seja possível, minimizar os riscos no ambiente</p><p>laboral.</p><p>Estas medidas podem ocorrer por meio da elaboração de planos e ações</p><p>de gerenciamento de riscos e acidentes, com base nas inspeções de</p><p>segurança, fiscalização de equipes, de equipamentos, de maquinários,</p><p>de condições de trabalho e de processos de fabricação.</p><p>Ainda, o profissional tem como foco a orientação dos trabalhadores</p><p>sobre a metodologia de trabalho correta e segura, utilização de EPIs,</p><p>conscientização dos riscos de acidentes e capacitação das equipes de</p><p>trabalho. Na Figura 2 podemos observar todos esses pontos e outros.</p><p>32</p><p>Figura 2 – Quadro resumo das responsabilidades do Engenheiro de</p><p>Segurança do Trabalho</p><p>Fonte: elaborado pelo autor.</p><p>Por fim, você pode observar a importância do profissional da engenharia</p><p>de segurança do trabalho, como um coordenador de equipes e gerente</p><p>de riscos, visando a proteção das equipes de trabalho e da imagem</p><p>33</p><p>e recursos financeiros da empresa na qual presta seus serviços</p><p>especializados.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P. Higiene e segurança do trabalho. 2. ed. São Paulo:</p><p>Érica, 2018.</p><p>BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. Norma Regulamentadora nº 01:</p><p>disposições gerais e gerenciamento de riscos ocupacionais. Brasília, DF: Ministério</p><p>do Trabalho e Previdência, 2020. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-</p><p>previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/</p><p>seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-01.pdf/view. Acesso</p><p>em 31 ago. 2021.</p><p>BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. Norma Regulamentadora nº 04:</p><p>serviços especializados em engenharia de segurança e em medicina do trabalho.</p><p>Brasília, DF: Ministério do Trabalho e Previdência, 2016. Disponível em: https://www.</p><p>gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/search?SearchableText=nr%2004. Acesso em:</p><p>31 ago. 2021.</p><p>CORDEIRO, R. et al. O sistema de vigilância de acidentes do trabalho de Piracicaba,</p><p>São Paulo, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 21, n. 5, p. 1574-</p><p>1583, out. 2005. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0102-311X2005000500031.</p><p>Acesso em: 7 jul. 2020.</p><p>MATOS, A. B.; HOSTENSKY, E. L. Fator Acidentário de Prevenção (FAP) e Nexo</p><p>Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP): indicadores para uma intervenção</p><p>psicossocial. Psicologia & Sociedade, Belo Horizonte, v. 28, n. 1, p.145-150, abr.</p><p>2016. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1807-03102015v28n1p145. Acesso em:</p><p>7 jul. 2020.</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/search?SearchableText=nr%2004</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/search?SearchableText=nr%2004</p><p>https://doi.org/10.1590/S0102-311X2005000500031</p><p>https://doi.org/10.1590/1807-03102015v28n1p145</p><p>34</p><p>Bons estudos!</p><p>Sumário</p><p>Conceitos introdutórios da segurança do trabalho</p><p>Objetivos</p><p>1. Introdução a higiene do trabalho</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>Competência do Engenheiro de segurança do trabalho</p><p>Objetivos</p><p>1. O papel do engenheiro de segurança do trabalho</p><p>Referências Bibliográficas</p>

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