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SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS E GERENCIAIS AULA 5 Prof.ª Edenise Aparecida dos Anjos 2 CONVERSA INICIAL Nesta etapa de estudos, vamos abordar a temática principal dos Sistemas de Informações Contábeis e a forma como esses sistemas estão estruturados nas organizações. Abordaremos os seguintes tópicos: • Sistema de Informação Contábil e enfoque sistêmico aplicado; • Ambiente do Sistema de Informação Contábil; • Informações do Sistema de Informação Contábil e suas saídas; • Gestor do Sistema de Informação Contábil e seu papel; • Estruturação do Sistema de Informação Contábil no Sistema de Informações Gerenciais. CONTEXTUALIZANDO Já pensou como seria fazer contabilidade no século XXI sem computadores, internet e sistemas de informação? Não é preciso pensar muito, uma vez que as tecnologias de informação e a internet promoveram, nas últimas décadas, uma intensa transformação digital na forma como as organizações empresariais desenvolvem seus negócios. A contabilidade, como uma das principais linguagens dos negócios, naturalmente acompanhou essa evolução. Se pesquisar na internet os efeitos da transformação digital na contabilidade, você vai encontrar expressões de mercado como contabilidade on-line, contabilidade digital, contabilidade em nuvem, contabilidade 4.0, entre outras. Por sua vez, a literatura contábil se refere a essas transformações digitais como contabilidade contínua, destacando a integração dos sistemas de gestão à contabilidade como um sistema único, incluindo gravação contínua e registro contínuo, otimizando as operações contábeis, aumentando a precisão dos relatórios, evitando erros, fortalecendo a integridade dos dados e liberando tempo aos contadores para o desenvolvimento de tarefas valiosas. Além disso, contribui para a redução dos custos na produção de informações contábeis. Isto posto, vamos abordar o tema Sistema de Informação Contábil sob o prisma da contabilidade contínua e da integração, objetivando ressaltar a importância do profissional contábil para as organizações. 3 TEMA 1 – SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL E ENFOQUE SISTÊMICO APLICADO No início de nossos estudos, discutimos sobre como o enfoque sistêmico busca compreender o sistema como um todo, reconhecendo as relações e influências mútuas entre os elementos. Sob esse entendimento, a contabilidade aplicada considera a interconexão e interdependência dos diversos componentes do Sistema de Informação Contábil no ambiente do sistema de gestão organizacional para gerar informações financeiras e não financeiras. As transformações digitais dos negócios contemporâneos reforçam o enfoque sistêmico, integrando todos os subsistemas de gestão de uma organização ao sistema contábil de forma simultânea, caracterizando a prática contábil como uma atividade contínua em razão do processamento automatizado dos registros contábeis das empresas para fornecer informações em tempo real (Jemine et al., 2023). A contabilidade contínua pode ser entendida ainda como uma ilustração contemporânea de uma crença compartilhada de que o software (SIC) está na vanguarda do progresso na contabilidade. Por isso, vamos estudar agora como os sistemas de informações contábeis são configurados nos ambientes organizacionais contemporâneos. 1.1 Sistemas de Informações Contábeis e transformação digital No contexto brasileiro, a transformação digital dos sistemas de informação contábil possui dois marcos importantes. O primeiro deles é decorrente da evolução das tecnologias de informação e comunicação que se expandiram de forma aparente no fim da década de 1990, alterando os modelos de negócios e a forma com que as empresas investem nestas tecnologias para a manutenção de suas atividades. O segundo e mais importante marco para a contabilidade brasileira é decorrente da transformação digital, impulsionado pela implementação gradual do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) pela Receita Federal do Brasil (RFB), instituído pelo Decreto n. 6.022/2007. O SPED tem como objetivos promover a integração dos fiscos, mediante a padronização e compartilhamento das informações contábeis e fiscais, respeitadas as restrições legais. 4 Saiba mais O SPED é obrigatório para as empresas sujeitas ao Lucro Real, ao Lucro Presumido, Lucro Arbitrado, às Pessoas Jurídicas Imunes e Isentas, e às Sociedades em Conta de Participação (SCP). Já as empresas sujeitas ao Simples Nacional e os Microempreendedores Individuais (MEI) estão sendo incorporados gradualmente aos módulos do SPED (Brasil, 2007). A principal mudança decorrente da implementação do projeto SPED pela Receita Federal está no formato de envio dos livros contábeis e fiscais que antes eram em papel, impressos e registrados manualmente, para formato digital enviados por meios eletrônicos – aplicativos validadores parametrizados e desenvolvidos pelo órgão fiscalizador responsável. Com o advento dos SPEDs, os Sistemas de Informações Contábeis (SIC) passaram a gerar informações ao Governo de forma periódica e padronizada. Assim, as empresas que ainda não tinham aderido aos sistemas de gestão integrados foram “motivadas” a investir e implementar tais sistemas para cumprir com as obrigações fiscais e acessórias. Neste período, embora o mercado de empresas fornecedoras de softwares tenha se beneficiado, tiveram que trabalhar fortemente para adaptar seus softwares contábeis e sistemas de informação empresariais para atender à demanda da Receita Federal. O período de implementação, adaptação e obrigatoriedade dos SPEDs compreendeu um período de mais ou menos 10 anos para as empresas do setor privado e foi implementado por módulos, começando com a obrigatoriedade de emissão de documentos fiscais eletrônicos (NF-e, CT-e, MDF-e) e envio de obrigações fiscais sobre operações com mercadorias (EFD ICMS-IPI). Quadro 1 – Período de implementação do Sistema SPED MÓDULO DESCRIÇÃO OBRIGATORIEDADE NF-e (Nota fiscal eletrônica) Modelo Nacional de documento eletrônico substituindo a emissão em papel. 2008/2009 CT-e (Conhecimento de transporte eletrônico) Documentar Prestação de Serviços de Transporte. 2012 NFS-e (Nota fiscal de serviços eletrônica) Documentar eletronicamente as operações de prestação de serviços. Ainda em processo 5 NFC-e (Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica) Registra as operações comerciais de venda presencial ou em domicílio a consumidor final, através de operações internas sem direito a crédito de ICMS. Substituiu a ECF e a nota modelo 2. 2019 MDF-e (Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais) Emissão e armazenamento do vínculo de documentos fiscais transportados na unidade de carga usada. Fevereiro de 2014 EFD ICMS-IPI (Escrituração Fiscal Digital ICMS-IPI) Escrituração de documentos fiscais e de outras informações de interesse dos fiscos das unidades federadas e da Secretaria da Receita Federal do Brasil e registros de apuração de impostos referente às operações e prestações praticadas pelo contribuinte, dentre eles o ICMS e IPI. Início em datas diferentes conforme o Estado EFD – CONTRIBUIÇÕES Escrituração da Contribuição para o PIS/PASEP e COFINS e Desoneração da folha de Pagamento 2011 ECD – Escrituração Contábil Digital Transmitir em versão digital os livros contábeis (diário, razão, balancetes, balanços e fichas de lançamentos comprobatórios dos assentamentos transcritos). 2014 ECF – Escrituração Contábil Fiscal Substituiu a Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) que foi extinta. 2014 E-Financeira Transmissão de arquivos referente ao cadastro, abertura, fechamento e auxiliares de empresas e o módulo de operações financeiras. 2015 e-Social Transmissão de informaçõesrelacionadas aos trabalhadores, como vínculos, contribuições previdenciárias, folha de pagamento, comunicação de acidentes de trabalho, aviso prévio, FGTS. 2015 a 2018 – Foi implementado em diversas fases Fonte: Elaborado com base em Miranda, 2022. Como se pode observar no Quadro 1, o Sistema de Escrituração Digital implementado no Brasil pela Receita Federal demandou um longo período de adaptação até a efetiva obrigatoriedade. Este período de adaptação foi uma fase de testes e de intensas discussões entre a Receita Federal, as organizações empresariais, fornecedores de softwares e órgãos reguladores para definição de prazos e alinhamento dos sistemas de gestão. Na prática, muitas empresas já possuíam softwares especializados para as áreas funcionais/departamentos, todavia, nem todos estes estavam integrados diretamente com a contabilidade, fato que gerava um intenso e cansativo retrabalho. Por exemplo, o software utilizado no departamento de 6 vendas gerava informação para o departamento financeiro e controle de estoque. No fim do dia, geravam-se relatórios das transações realizadas, juntavam-se as notas fiscais de compras e vendas emitidas no dia e as enviavam para o departamento contábil que, por sua vez, refazia todos os lançamentos manualmente no sistema contábil. Por fim, analisava-se a conformidade dos lançamentos dos outros departamentos com os dados lançados no sistema contábil. Com a obrigatoriedade dos SPEDs, as empresas precisaram implementar softwares integrados de gestão, de modo que todos os processos e departamentos ligados à atividade principal estivessem integrados ao Sistema de Informação Contábil, que por sua vez foi desenvolvido e parametrizado de acordo com os leiautes e planos de contas referenciais dos SPEDs para cumprimento das obrigações contábeis e fiscais junto aos órgãos fiscalizadores. Importante pontuar: no período de implementação do SPED e adequação dos softwares de gestão, os conhecimentos analíticos dos contadores sobre os processos organizacionais das empresas em que atuavam foram essenciais para a parametrização, padronização e integração de todos os módulos de gestão ao SIC. Dessa forma, trabalharam em conjunto com os consultores responsáveis por alinhar os sistemas de informação às necessidades de cada empresa, determinando as relações de débitos e créditos de cada processo, parâmetros de cálculos, apuração de impostos, relacionamento do plano de contas da empresa com o plano de contas referencial dos SPEDs e elaboração das demonstrações contábeis para atendimento do fisco. Embora a Receita Federal tenha implementado os sistemas de escrituração digital com a finalidade de melhorar os processos de fiscalização, reduzindo os efeitos da sonegação fiscal, contribuiu de forma positiva para a melhoria dos processos de gestão organizacional. Destaca-se ainda a importância dos conhecimentos analíticos de processos e operações dos negócios dos profissionais da contabilidade para o desenvolvimento dos novos softwares de gestão integrados. Saiba mais Acompanhe um recorte da matéria veiculada no Portal do Auditor sobre as supertecnologias aliadas da Receita Federal a seguir. 7 “Um deles é o T-REX, que processa as informações fiscais da Receita Federal do Brasil. O T-REX é um supercomputador fabricado pela IBM, que pesa cerca de uma tonelada e possui capacidade de processar e cruzar dados de uma quantidade de contribuintes correspondente ao Brasil, Estados Unidos e Alemanha juntos. São sete centros de armazenamento e processamento de dados no Brasil. Nele, toda declaração fiscal é comparada com a base de dados. Trata-se de um conjunto de malhas: a malha cadastro, malha fiscal, malha débito. O termo ‘malha fina’ é uma abstração ao processo de verificação de inconsistências da declaração do imposto IRPF e IRPJ, age como uma espécie de peneira para os processos de declarações que estão com alguma pendência, impossibilitando a sua restituição. Harpia é o software utilizado pelo sistema e foi batizado com o nome da ave de rapina mais poderosa do país, foi desenvolvido por engenheiros dos dois centros de tecnologia de São Paulo, o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e o centro tecnológico da Unicamp. O objetivo foi integrar e sistematizar as bases de dados da Receita Federal, captando informações de outras fontes, tais como das secretarias estaduais e municipais de Fazenda. Por meio da combinação e análise de informações dos contribuintes, o software consegue identificar se existem indícios de operações fraudulentas, que sejam consideradas de alta ou baixa gravidade pelo Fisco.” Leia a matéria completa no link. Disponível em: <https://auditornfe.com.br/artigos/post/os-supercomputadores-da-rfb-no- combate-a-sonegacao>. Acesso em: 27 abr. 2024. 1.2 Sistemas de Informações Contábeis Para Marion (2015, p. 257), o SIC abrange todo o ciclo do sistema contábil, incluindo entradas, processamento e saídas, definindo-o como conjunto de atividades contábeis compatíveis que vai desde a compreensão da atividade empresarial (necessária para elaborar um plano de contas adequado), passando pela análise e interpretação de cada fato contábil isoladamente, sua contabilização, até a elaboração das demonstrações financeiras, sua análise, interpretação e recomendações para aperfeiçoar o desempenho da empresa. 8 Sob o enfoque das tecnologias, o Sistema de Informação Contábil (SIC) é definido como “uma estrutura informatizada que coleta, armazena, processa e relata dados contábeis relacionados às transações de uma empresa” (Padoveze, 2019). É responsável por gerar informações e conhecimentos relacionados ao valor patrimonial de uma entidade, que por sua vez devem ser úteis e relevantes para a tomada de decisões tanto em organizações privadas quanto governamentais. No ambiente do SIC, os dados coletados são processados e codificados de maneira estruturada, seguindo a lógica do plano de contas contábeis. Este processo envolve os registros de transações, acumulação de dados históricos, realização de cálculos automáticos, reconciliações e execução de ajustes patrimoniais com o objetivo de gerar relatórios, indicadores e, principalmente, as Demonstrações Contábeis financeiras. Sob este entendimento, o SIC é projetado para coletar dados contábeis de várias fontes, como transações financeiras, compras, vendas, folha de pagamento, entre outros. A aplicação do SIC é fundamental para as operações diárias das organizações, oferecendo muitas vantagens, incluindo maior funcionalidade, precisão, processamento mais rápido, relatórios customizados e disponibilização de ferramentas e plataformas mais eficientes (Zhu et al., 2023). É um importante recipiente para múltiplas inovações na contabilidade, como automação de processos, inteligência artificial e relatórios digitais (Jemine et al., 2023). Entre os benefícios, o SIC integrado ao sistema de gestão de uma empresa reduz o custo organizacional, aumenta a eficiência dos processos de negócios, fornece dados confiáveis em tempo real sob demanda, facilita o conhecimento global e novas ferramentas de relatórios, bem como a integração e colaboração entre áreas de risco e operações de negócios (Al-Okaily, 2024). A agilidade em gerar informações, automatizando atividades rotineiras, disponibiliza aos contadores mais tempo para execução de outras atividades para o fornecimento de informações úteis e relevantes ao processo de decisão (Jemine et al., 2023). Por fim, para determinar a abrangência e identificar os componentes ou subsistemas do Sistema de Informação Contábil, a orientação central deve ser a compreensão da ciência e lógica contábil como controle patrimonial, aliada à conformidade com a legislação e normas contábeis, assegurando o 9 reconhecimento e a mensuração adequados de todas as transaçõesorganizacionais. TEMA 2 – AMBIENTE DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL O ambiente do sistema é definido por tudo aquilo que está fora dos limites de um sistema, composto por todos os demais sistemas que fornecem e recebem dados do sistema de referência. Para melhor entender essa definição, observe a Figura 1, na qual os sistemas de informação estão inseridos na amplitude do sistema empresa (sistema maior). As bordas em vermelho representam de forma simbólica o limite ou a fronteira de cada sistema, ou seja, determinam e controlam o tipo de dados e informações que entram e saem de cada sistema. Intencionalmente no Sistema de Informação Contábil, a borda está tracejada para indicar que há um fluxo de entrada e saída de informações interagindo de forma simultânea com os demais sistemas e subsistemas da empresa. O sistema contábil se expande até os limites do sistema empresa, consolidando-se como o maior e mais importante sistema de informação. Figura 1 – Ambiente do Sistema de Informação Contábil Fonte: Edenise A. dos Anjos, 2024. No ambiente do sistema de informação empresarial, a ciência contábil se estabelece como um sistema completo e dinâmico que incorpora todos os eventos e fatos financeiramente mensuráveis da organização (Padoveze, 2019). SISTEMA EMPRESA SISTEMA DE INFORMAÇÃO EMPRESARIAL (ERP) SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL 10 Assim como em qualquer sistema, o SIC demanda recursos para o processamento de dados em informações contábeis. A Figura 2 apresenta dois tipos de recursos que são fundamentais para o funcionamento de um sistema de informação, sendo o primeiro os recursos humanos – contadores responsáveis por executar a prática contábil – e os recursos físicos e tecnológicos, como o meio necessário para que a prática contábil seja desenvolvida de forma eficiente e tempestiva. Figura 2 – Recursos do sistema de informação Fonte: Padoveze, 2019. O ambiente do sistema de informação empresarial, baseado em recursos físicos e tecnológicos, é composto por vários componentes e subsistemas, como o operacional e o contábil. O subsistema operacional é composto por diversos sistemas, como de compras, financeiro/tesouraria (caixa, contas a pagar, contas a receber), folha de pagamento, faturamento, vendas, entre outros, que possuem como função registrar e controlar as atividades operacionais da empresa além de gerar dados e informações para o subsistema contábil. Na literatura contábil de sistema de informação, não há um consenso sobre todos os tipos de subsistemas contábeis e áreas existentes, pois cada empresa possui autonomia para desenvolver sua própria estrutura de governança. Assim, tomamos como base Padoveze (2019) e sintetizamos os 17 subsistemas contábeis que o autor apresenta em duas grandes áreas, que podem ser reduzidas ou expandidas de acordo com o contexto particular de cada empresa ou entidade, conforme apresentado no Quadro 2. RECURSOS HUMANOS •Recursos humanos (contadores) com capacitação adequada na ciência contábil, para o enfoque sistêmico da contabilidade e visão contábil gerencial completa, a fim de atender às necessidades informacionais contábeis do sistema empresarial. RECURSOS FÍSICOS E TECNOLÓGICOS •Equipamentos de informática, softwares e tecnologias de comunicação. 11 Quadro 2 – Subsistemas do Sistema de Informação Contábil Sistema de Informação Contábil 1. Subsistema de contabilidade geral Corresponde a todo o processo de lançamentos – escrituração contábil das transações e eventos econômicos (fatos contábeis) gerados pelas operações do negócio da entidade. • Subsistema de contabilidade societária e fiscal Integra-se praticamente com todos os subsistemas empresariais, sejam contábeis ou operacionais, para atender às informações de caráter legal – legislação comercial (societária) e legislação fiscal (apuração de impostos). 2. Subsistema gerencial e de custos Integra todo o processo de gestão, desde o planejamento estratégico, passando pelo planejamento operacional e pela programação, até a execução e o controle. Fonte: Elaborado com base em Padoveze, 2019. O Sistema de Informação Contábil é composto por vários outros subsistemas, os quais têm como principal fonte de informação o subsistema de contabilidade geral, responsável por todo o processo de escrituração contábil das operações de acordo com as normas, princípios e políticas contábeis. O subsistema de contabilidade geral é parametrizado de acordo com as normas e políticas contábeis para: (a) receber e controlar o fluxo de dados do subsistema operacional; (b) suportar as operações e gerar dados e informações contábeis a todos os tipos de usuários, de acordo com suas necessidades. A parametrização do subsistema operacional integrado ao subsistema de informações contábeis é composta pelos subsistemas: • inventário físico e os critérios de avaliação de estoques; • classificação contábil do sistema de compras; • classificação contábil do sistema de vendas; • contabilização de despesas e centros de custos; • classificação contábil do sistema da folha de pagamento; • demais módulos necessários. O subsistema de contabilidade geral tem como propósito gerir as informações fundamentais de escrituração contábil, processamento, armazenamento e evidenciação por meio dos seguintes relatórios e arquivos: lançamentos contábeis, Livro Diário, Livro Razão, balancetes de verificação, plano de contas, conciliação contábil, demonstrações, arquivo contábil etc.. O subsistema de contabilidade societária e fiscal tem como função criar e estruturar a base de dados e informações para atender às exigências legais, 12 tanto da legislação comercial (societária) quanto da legislação fiscal, a partir dos dados escriturados no subsistema contábil geral. Este subsistema é amplamente reconhecido no meio contábil, sendo aplicado para gerir e atender às necessidades legais, incluindo atividades como o cumprimento dos períodos contábeis, como abertura e encerramento mensal, trimestral ou anual. Esse subsistema atua em diversos departamentos, subsidiando os processos em áreas como: • Tributário: atua no planejamento e gestão de tributos; • Societário: atua nos processos de fusão, cisão, incorporação, combinação de negócios; elaboração e divulgação de informações contábeis, atendendo às exigências dos órgãos reguladores. Por exemplo, o departamento contábil de uma sociedade por ações de capital aberto elabora as demonstrações contábeis, apresenta os resultados para aprovação pelos acionistas em assembleias e, após a aprovação, divulga em jornais de grande circulação e envia dados aos órgãos reguladores, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Este subsistema também incorpora outros subsistemas ou áreas, como o subsistema de gestão de tributos, aplicado na apuração de impostos sobre operações com mercadorias (compras e vendas), impostos sobre o lucro, impostos e encargos sociais sobre a folha de pagamento, além do cumprimento das obrigações acessórias, como os SPEDs. Outro subsistema que pode ser incorporado é o subsistema de gestão de controle patrimonial, também conhecido como gestão de ativos imobilizados, que inclui o controle de créditos de impostos, depreciação, reavaliação, valor recuperável (impairment), baixa etc. Por fim, o subsistema de contabilidade societária e fiscal é estruturado para consolidar todos os dados e informações tratados e processados nos demais subsistemas contábeis e operacionais, atendendo especificamente às exigências do fisco. O subsistema gerencial e de custos é um dos maiores subsistemas do Sistema de Informação Contábil, integrando todo o processo de gestão, cobrindo todas as etapas – planejamento, execução, monitoramento e controle –, sendo uma das mais importantes ferramentas de apoio à tomada de decisão. Esse 13subsistema pode abranger uma série de outros sistemas, como sistema de produção, sistema de custos, sistema orçamentário, sistema de avaliação de desempenho, sistema de análise financeira, entre outros. A estrutura de um Sistema de Informação Contábil deve ser modelada de acordo com a estrutura de governança de cada empresa. Assim, a abrangência e extensão do sistema podem variar de uma organização para outra. TEMA 3 – INFORMAÇÕES DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL E SUAS SAÍDAS As informações geradas pelo sistema de informação representam as saídas dos sistemas. No contexto de um Sistema de Informação Contábil (SIC), resultam dos procedimentos, políticas e normas contábeis, e são geradas para atender às necessidades informacionais dos mais diversos usuários externos e internos interessados na organização. As saídas do SIC devem, portanto, ser coerentes com os objetivos do sistema, visando o controle e avaliação, além de serem quantificáveis. Destarte, Padoveze (2019) defende que as saídas de um sistema contábil devem ter como ponto de referência a estrutura de governança da empresa, conforme apresentado na Figura 3. Figura 3 – Estrutura da controladoria Fonte: Padoveze, 2019. Controladoria Planejamento e controle Orçamento e projeções Custos e preços de venda Contabilidade por responsabilidade Controladoria estratégica Escrituração contábil Contabilidade societária Controle patrimonial Contabilidade e gestão tributária Controle interno Sistena de Informação Contábil/Gerencial 14 Sob a perspectiva da estrutura, as saídas do Sistema de Informação Contábil (SIC) resultam do processo alinhado aos objetivos esperados pela empresa, estando em conformidade com a estrutura organizacional e o posicionamento da contabilidade geral ou controladoria na hierarquia. Em relação ao formato, as saídas podem ser apresentadas de diversas formas, seja em relatórios físicos ou eletrônicos (digitais), quadros, gráficos e/ou análises para atender às necessidades de usuários internos ou externos, tais como: a) Relatórios contábeis: demonstrações contábeis elaboradas de acordo com as normas e princípios contábeis e demais dispositivos legais para atender principalmente aos usuários externos (acionistas, investidores etc.). b) Relatórios de análises financeiras e não financeiras, assim como quadros, gráficos, dashboards para atender aos usuários internos e externos. c) Informações no formato de arquivos eletrônicos integrados para usuários específicos, dentro e fora da empresa, como envio de informações contábeis financeiras aos entes reguladores e/ou Comissão de Valores Mobiliários. d) Interfaces contábeis com outros sistemas de informações da empresa ou aplicativos especialistas de apoio à tomada de decisão. e) Consultorias, assessorias ou apresentação formal para os diversos níveis gerenciais da empresa. f) Palestras e treinamentos para usuários internos e externos, entre outros. As informações contábeis produzidas como saídas do Sistema de Informação Contábil são essenciais para a tomada de decisões, planejamento estratégico, controle financeiro e prestação de contas. Podem incluir relatórios financeiros como o balanço patrimonial, demonstração de resultados do exercício, demonstração do fluxo de caixa, entre outros. Além disso, as saídas do Sistema de Informação Contábil também podem englobar análises financeiras, projeções orçamentárias, relatórios de custos, entre outros tipos de informações relevantes para a gestão empresarial. É importante que as saídas do Sistema de Informação Contábil sejam precisas, confiáveis e relevantes para os usuários, permitindo uma tomada de decisão informada e uma gestão eficaz dos recursos financeiros da empresa. 15 Paralelamente a isso, o profissional contábil deve, junto à alta administração, identificar e determinar quais informações a empresa necessita do Sistema de Informação Contábil, o grau de detalhamento, a quantidade, as formas de agrupamento (centros de custos e responsabilidades) e os prazos em que essas informações devem ser extraídas e disponibilizadas aos gestores e tomadores de decisões. Nesse contexto, a qualidade da informação contábil gerada pelo SIC está diretamente associada às ferramentas e mecanismos que a empresa utiliza para coletar, tratar e processar os dados originados pelas transações do negócio. A parametrização do sistema contábil deve ser projetada para determinar o tipo de informação necessária em cada nível organizacional e assim subsidiar as atividades e os processos de tomada de decisão. TEMA 4 – GESTOR DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL E SEU PAPEL Os profissionais da área contábil e de finanças sempre estiveram no centro do trabalho relacionado a dados (CPA, 2019). Assim, é conveniente que assumam a gerência do sistema de informação objetivando responder questões relativas às atividades e desempenho dos negócios de acordo com as normas contábeis e diretrizes organizacionais. No contexto do Sistema de Informação Contábil, o gestor ou administrador do sistema é o contador, por vezes qualificado como controller, diretor financeiro ou contador gerencial, dependendo da estrutura de governança da organização (Padoveze, 2019). Na condição de especialista e conhecedor das lógicas contábeis e do ambiente organizacional, o profissional contábil contribui para a orientação e implementação adequada do sistema. Desempenha um papel importante, tanto para o desenvolvimento quanto para a manutenção das rotinas contábeis e gerenciais nas organizações. O limite de atuação do profissional contábil como gestor do sistema de informação no ambiente organizacional é definido pelas diretrizes e normas da Ciência Contábil. Dado o amplo escopo da área de conhecimento e aplicação da Ciência Contábil, que abrange o controle abrangente do sistema empresarial, incluindo desde o controle antecedente, concorrente até o subsequente, é improvável que o Sistema de Informação Contábil não seja capaz de atender 16 qualquer exigência informacional dos gestores internos da empresa (Padoveze, 2019). Na visão de Padoveze (2019), para fornecer informações, o profissional contábil presta-se para resolver as seguintes questões fundamentais na estruturação de um Sistema de Informação Contábil Gerencial, tais como: • Quais informações devem estar no Sistema de Informação Contábil? • Como o gestor sabe ou deve proceder para definir as informações que irão ser incorporadas ao sistema? A determinação e o tipo de informações a serem incluídas no Sistema de Informação Contábil origina-se das exigências informacionais da alta administração da empresa, que detém, em última instância, a responsabilidade pelo sistema empresarial (Padoveze, 2019). Esse processo será conduzido por meio de uma interação ativa na definição de metas pela administração, sendo também influenciado pelo gestor do sistema. Neste contexto, ressalta-se a importância do desenvolvimento das competências e habilidades dos profissionais contábeis na era digital. Neste domínio, o CPA (2019) delineia como competências necessárias para o exercício da prática contábil, o desenvolvimento de habilidades para gerenciar tecnologias, analisar dados e tomar decisões de negócios eficazes. Destaca a importância de buscar especializações que lhes permitam interpretar dados, identificar tendências e utilizar ferramentas visuais para comunicar-se eficazmente com as partes interessadas. Isso é importante para nivelar suas habilidades para atender à crescente demanda futura por conhecimento técnico e análise de dados, mantendo-se atualizados com as mais recentes tecnologias e tendências por meio de programas contínuos de aprendizado e desenvolvimento profissional. Isso pode ser feito por meio de cursos de análise de dados, ferramentas e softwares estatísticos, workshops,webinars e conferências para obter conhecimento e experiência prática. Por fim, o gestor contábil desempenha um papel fundamental na tomada de decisões financeiras da organização, sendo o responsável por planejar e implementar o Sistema de Informação Contábil de uma organização. Influencia a escolha das ferramentas tecnológicas adequadas, a definição de 17 procedimentos e políticas contábeis, e a garantia de conformidade com os regulamentos e padrões contábeis. TEMA 5 – ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL NO SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS A estruturação do Sistema de Informação Contábil (SIC) dentro do Sistema de Informações Gerenciais (SIG) é fundamental para garantir que as informações contábeis sejam utilizadas de forma eficaz na gestão e tomada de decisões dentro da organização. Padoveze (2019) defende que a metodologia para estruturar um Sistema de Informação Contábil no SIG deve seguir o enfoque sistêmico, partindo da análise do ambiente externo até a definição das necessidades informacionais, para que as saídas do sistema sejam coerentes com os objetivos do sistema contábil, conforme exposto na Figura 4. Figura 4 – Modelo conceitual de estruturação do Sistema de Informação Contábil no Sistema de Informação Gerencial Fonte: Padoveze, 2019, p. 135. A Figura 4 apresenta a estrutura do Sistema de Informação Contábil em etapas de 1 a 6. A etapa 1 compreende o nível estratégico da organização, responsável pelo estabelecimento de estratégias e diretrizes dos negócios, sendo uma atribuição específica do nível de gestão sênior – alta administração. Nesta estrutura, as informações são oriundas tanto do ambiente externo quanto interno da organização, abrangendo desde a visão do negócio para definição de 1. Visão do negócio 2.Necessidade de informações dos diversos níveis hierárquicos - Alta administração - Gerência - Último nível - Regulamentos Operacionais 3.Estrutura da conta 5.Plano de contas 5. Lançamentos contábeis - Automáticos - Manuais 6. Disponibilização de informações Relatórios Gerenciais 1. Visão da organização 4. Parametrização dos Módulos do SIG Alta administração e Controladoria Controladoria e gestores responsáveis por módulos 18 informações ao sistema contábil, como produtos, matéria-prima, insumos etc., até a visão da organização, como estrutura de governança (departamentos, divisões, centros de custos, hierarquia formal, responsabilidades, entre outros). Na etapa 2, necessidade de informações, o profissional contábil, em conjunto com a alta administração, deve identificar e determinar quais informações a empresa necessita do Sistema de Informação Contábil. Em um processo interativo por nível de gerência, definir objetivos e o tipo de informação a ser liberada pelo sistema no apoio ao processo de decisão. A integração eficaz entre o SIC e o SIG proporciona uma visão abrangente e integrada das operações da empresa, permitindo que os gestores tenham acesso às informações contábeis relevantes quando necessário. Isso facilita a análise e interpretação dos dados contábeis, possibilitando uma tomada de decisão mais informada e assertiva. Na etapa 3 do processo contábil, a estrutura da conta contábil recebe informações de diversos módulos do sistema da empresa (Padoveze, 2019). Essa estrutura é flexível, permitindo a inclusão de quantos segmentos forem necessários para acomodar os lançamentos contábeis. Não há um limite definido para o número de segmentos ou posições dentro deles, sendo adaptável às necessidades da empresa. No processo 4 de parametrização dos módulos do SIG, verifica-se a preparação de cada módulo do SIG para fornecer as informações requeridas pelo Sistema de Informação Contábil, ajustando-os à estrutura da conta contábil (Padoveze, 2019). A parametrização dos módulos do SIG é realizada de acordo com as necessidades informacionais dos gestores sobre as atividades da empresa, garantindo a integração adequada e a transferência eficiente de dados para o Sistema de Informação Contábil. Na etapa 5, os planos de contas contábeis são desenvolvidos considerando os relatórios futuros e a integração do Sistema de Informação Contábil, visando a acessibilidade dos dados. Enquanto os planos contábeis geralmente cumprem requisitos legais, as necessidades gerenciais são prioritárias e exigem uma estruturação que atenda a todas as demandas identificadas nas etapas anteriores, com foco nos usuários finais dos relatórios e informações contábeis. 19 Já o plano de contas estrutura-se em plano de contas central e plano de contas complementares, bem como define como os lançamentos serão executados. O princípio para a elaboração dos planos de contas é o mesmo princípio do lançamento, ou seja, deve ser uma informação que leve à ação. O plano de contas é considerado uma ferramenta básica e indispensável ao atendimento e implementação de um eficiente sistema de informações para a elaboração de relatórios gerenciais. Na etapa final do processo (6), ocorre a disponibilização das informações e dos relatórios gerenciais, que devem atender às necessidades identificadas nas etapas iniciais. Os dados sumarizados e consolidados na etapa anterior são compilados no formato de relatórios financeiros, como as demonstrações contábeis, para atender primariamente aos usuários externos, ou relatórios para fins gerenciais, para suprir as necessidades informacionais dos usuários internos nos níveis de gerência. TROCANDO IDEIAS Abordamos o Sistema de Informação Contábil sob o enfoque de empresas de grande porte, estruturadas. Assim, visando ampliar seus conhecimentos sobre os SIC, sugerimos que pesquise sobre a adoção de SIC por empresas de pequeno porte e discuta no fórum com seus colegas sobre: • Os benefícios e desafios enfrentados por pequenas empresas ao adotar um Sistema de Informação Contábil. Ofereça, também, sugestões para facilitar a implementação em organizações de menor porte. NA PRÁTICA (ENADE 2018 – Questão 17) Instituído pelo Decreto n. 6.022/2007, o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) constitui-se em mais um avanço na informatização da relação entre o fisco e os contribuintes. De modo geral, consiste na modernização da sistemática atual do cumprimento das obrigações acessórias, transmitidas pelos contribuintes às administrações tributárias e aos órgãos fiscalizadores, utilizando-se da certificação digital para fins de assinatura dos documentos eletrônicos, garantindo, assim, a validade jurídica destes 20 apenas na sua forma digital. Disponível em: <http://sped.rfb.gov.br/pagina/show/964>. Acesso em: 12 jul. 2018 (adaptado). Considerando a implementação do SPED e os diversos sistemas que o integram, assinale a opção correta. a) O e-Social tem por finalidade garantir os direitos previdenciários, trabalhistas e sociais dos empregados domésticos. b) A e-Financeira deve ser transmitida pelas pessoas jurídicas e pessoas físicas que estão autorizadas a comercializar planos de seguros de pessoas. c) A Escrituração Contábil Digital (ECD) corresponde à transmissão digital do Livro Diário (e seus auxiliares), do Livro Razão (e seus auxiliares) e do Livro Balancetes Diários. d) O projeto da Nota Fiscal eletrônica foi desenvolvido com a integração e a cooperação entre administrações tributárias estaduais e municipais e tem sido tema muito debatido em países federativos, especialmente naqueles que, como o Brasil, apresentam forte grau de descentralização fiscal. e) A Escrituração Contábil Fiscal (ECF) é uma Declaração adicional à Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), com entrega prevista para o último dia útil do mês de julho do ano posterior ao do período da escrituração no ambiente do SPED. A resposta está na seçãoGabarito, após Referências. FINALIZANDO Vimos a importância dos Sistemas de Informações Contábeis e as relações com o sistema de gestão empresarial. Para isso, foram abordadas as saídas do sistema, o papel do contador e, finalmente, como o sistema contábil é estruturado para atender às necessidades informacionais das empresas. Sistema de Informação Contábil e enfoque sistêmico aplicado Ambiente do Sistema de Informação Contábil Informações do Sistema de Informação Contábil e suas saídas Gestor do Sistema de Informação Contábil e seu papel Estruturação do Sistema de Informação Contábil no Sistema de Informações Gerenciais 21 REFERÊNCIAS AL-OKAILY, M. Assessing the effectiveness of accounting information systems in the era of COVID-19 pandemic. VINE Journal of Information and Knowledge Management Systems, v. 54, n. 1, 2024. CPA JOURNAL. New competencies for management accountants. 2019. Disponível em: <https://www.cpajournal.com/2019/10/23/new-competencies-for- management-accountants>. Acesso em: 27 abr. 2024. IZZO, M. F.; FASAN, M.; TISCINI, R. The role of digital transformation in enabling continuous accounting and the effects on intellectual capital: the case of Oracle. Meditari Accountancy Research, v. 30, n. 4, p. 1007-1026, 2022. JANS, M. et al. Digitalization in accounting–Warmly embraced or coldly ignored?. Accounting, Auditing & Accountability Journal, v. 36, n. 9, p. 61-85, 2023. JEMINE, G.; PUYOU, F.-R.; DUBOIS, C. The diffusion of management fashions as software in an intermediated market: the case of continuous accounting. Management Accounting Research, p. 100852, 2023. NGUYEN, T.; CHEN, J. V.; NGUYEN, T. P. H. Appropriation of accounting information system use under the new IFRS: Impacts on accounting process performance. Information & Management, v. 58, n. 8, p. 103534, 2021. 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