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<p>Raq</p><p>uel</p><p>Mio</p><p>rin</p><p>-</p><p>02</p><p>5.8</p><p>04</p><p>.55</p><p>0-</p><p>78</p><p>LÍ</p><p>N</p><p>G</p><p>U</p><p>A</p><p>P</p><p>O</p><p>RT</p><p>U</p><p>G</p><p>U</p><p>ES</p><p>A</p><p>31</p><p>Lupicínio Rodrigues — autor de elaboradas e densas can-</p><p>ções de amor — surpreende escrevendo, em 1936, ano em que</p><p>nasci, essa singela e comovente marchinha carnavalesca. Uma</p><p>raridade que constrói e, ao mesmo tempo, define um carnaval.</p><p>O carnaval como um ritual — como um encontro necessário,</p><p>como as festas religiosas e algumas cerimônias cívicas — e não</p><p>como uma brincadeira da qual se escolhe, livre e individual-</p><p>mente, participar. O carnaval faz parte do calendário religioso</p><p>católico romano que, mesmo no Brasil republicano, burguês</p><p>e pós-moderno, continua a ser observado. Hoje, ao lado da</p><p>Semana Santa e da Semana da Pátria, ele talvez seja mais um</p><p>feriado festivo do que uma ocasião que coage o nosso compor-</p><p>tamento, obrigando à participação, como deixa claro a marchi-</p><p>nha de Lupicínio.</p><p>Ouvi a música pelo piano de mamãe quando era um meni-</p><p>no: supunha-me o netinho que levava o avô pela mão até o</p><p>seu bloco de carnaval. Hoje, sendo um avô feliz e orgulhoso de</p><p>cinco lindas moças e três belos rapazes, tenho nada mais nada</p><p>menos do que 16 mãos dispostas a, amorosamente, me con-</p><p>duzirem ao meu bloco que passa todo ano pela minha calçada.</p><p>Leitor querido: se você tiver alguma recordação dessa</p><p>música, ouça-a. Se você não souber manipular algum apa-</p><p>relho eletrônico, seu netinho o ajuda. E ouvindo a simplici-</p><p>dade dessa tocante canção, você vai ler esta crônica como</p><p>eu a escrevo: com os olhos molhados dos antigos carnavais.</p><p>DAMATTA, R. O Globo, Rio de Janeiro, 10 fev. 2016. Primeiro Caderno, p. 13.</p><p>Adaptado.</p><p>O autor empregou os demonstrativos essa (“dessa música”;</p><p>“dessa tocante canção”) e esta (“esta crônica”). Considerando-se</p><p>as regras da norma-padrão, tais construções estão adequadas</p><p>à norma porque</p><p>a) essa se refere ao destinatário, e esta se refere ao enunciador.</p><p>b) essa tem vínculo com algo mencionado anteriormente no</p><p>texto, e esta tem vínculo com o texto em si.</p><p>c) essa tem valor memorialista depreciativo, e esta tem valor</p><p>enunciativo jornalístico.</p><p>d) essa tem vínculo com a memória do destinatário, e esta tem</p><p>vínculo com a mídia de publicação da crônica.</p><p>e) essa é um pronome com amplo espectro de referência, e</p><p>esta é um pronome que só pode ser usado no presente</p><p>Æ PRONOMES RELATIVOS</p><p>63. (CESGRANRIO – 2021) O período em que a palavra ou a</p><p>expressão em destaque NÃO está empregada de acordo com a</p><p>norma-padrão é:</p><p>a) As professoras de que falamos são ótimas.</p><p>b) A folha em que deve ser feita a prova é essa.</p><p>c) A argumentação onde é provado o crime foi dele.</p><p>d) O aluno cujo pai chegou é Pedro.</p><p>e) As meninas que querem cortar os cabelos são aquelas.</p><p>Æ ADVÉRBIO</p><p>64. (CESGRANRIO – 2021)</p><p>A palavra salário vem mesmo de “sal”?</p><p>Vem. A explicação mais popular diz que os soldados da</p><p>Roma Antiga recebiam seu ordenado na forma de sal. Faz sen-</p><p>tido. O dinheiro como o conhecemos surgiu no século 7 a.C., na</p><p>forma de discos de metal precioso (moedas), e só foi adotado</p><p>em Roma 300 anos depois.</p><p>Antes disso, o que fazia o papel de dinheiro eram itens não</p><p>perecíveis e que tinham demanda garantida: barras de cobre</p><p>(fundamentais para a fabricação de armas), sacas de grãos,</p><p>pepitas de ouro (metal favorito para ostentar como enfeite),</p><p>prata (o ouro de segunda divisão) e, sim, o sal.</p><p>Num mundo sem geladeiras, o cloreto de sódio era o que</p><p>garantia a preservação da carne. A demanda por ele, então,</p><p>tendia ao infinito. Ter barras de sal em casa funcionava como</p><p>poupança. Você poderia trocá-las pelo que quisesse, a qual-</p><p>quer momento.</p><p>As moedas, bem mais portáteis, acabariam se tornando o</p><p>grande meio universal de troca – seja em Roma, seja em qual-</p><p>quer outro lugar. Mas a palavra “salário” segue viva, como um</p><p>fóssil etimológico.</p><p>Só há um detalhe: não há evidência de que soldados roma-</p><p>nos recebiam mesmo um ordenado na forma de sal. Roma não</p><p>tinha um exército profissional no século 4 a.C. A força militar</p><p>da época era formada por cidadãos comuns, que abandona-</p><p>vam seus afazeres voluntariamente para lutar em tempos de</p><p>guerra (questão de sobrevivência).</p><p>A ideia de que havia pagamentos na forma de sal vem do</p><p>historiador Plínio, o Velho (um contemporâneo de Jesus Cris-</p><p>to). Ele escreveu o seguinte: “Sal era uma das honrarias que</p><p>os soldados recebiam após batalhas bem-sucedidas. Daí vem</p><p>nossa palavra salarium.” Ou seja: o sal era um bônus para</p><p>voluntários, não um salário para valer. Quando Roma passou</p><p>a ter uma força militar profissional e permanente, no século 3</p><p>a.C., o soldo já era mesmo pago na forma de moedas.</p><p>VERSIGNASSI, A. A palavra salário vem mesmo de “sal” VC S/A, São Paulo:</p><p>Abril, p. 67, Jun. 2021. Adaptado.</p><p>A palavra destacada em “bem mais portáteis” (parágrafo 4) traz</p><p>para o trecho uma ideia de</p><p>a) adição</p><p>b) adversidade</p><p>c) comparação</p><p>d) extensão</p><p>e) soma</p><p>Æ PREPOSIÇÃO</p><p>65. (CESGRANRIO – 2014)</p><p>A negação do meio ambiente</p><p>O século 20 conseguiu consolidar o apartheid entre a</p><p>humanidade e as dinâmicas próprias dos ecossistemas e da</p><p>biosfera. Até o final do século 19, quando nasceu meu avô,</p><p>a vida na Terra, em qualquer que fosse o país, tinha estrei-</p><p>tos laços com os produtos e serviços da natureza. O homem</p><p>dependia de animais para a maior parte do trabalho, para</p><p>locomoção e mal começava a dominar máquinas capazes de</p><p>produzir força ou velocidade. Na maioria das casas, o clima era</p><p>regulado ao abrir e fechar as janelas e, quando muito, acender</p><p>lareiras, onde madeira era queimada para produzir calor.</p><p>Cem anos depois, a vida é completamente dominada pela</p><p>tecnologia, pela mecânica, pela química e pela eletrônica, além</p><p>de todas as outras ciências que tiveram um exponencial sal-</p><p>to desde o final do século 19. Na maior parte dos escritórios</p><p>das empresas que dominam a economia global, a temperatura</p><p>é mantida estável por equipamentos de ar-condicionado, as</p><p>comunicações são feitas através de telefones sem fio e saté-</p><p>lites posicionados a milhares de quilômetros em órbita, as</p><p>dores de cabeça são tratadas com comprimidos, e as comidas</p><p>vêm em embalagens com códigos de barra.</p><p>Não se trata aqui de fazer uma negação dos benefícios</p><p>do progresso científico, que claramente ajudou a melhorar a</p><p>qualidade de vida de bilhões de pessoas, e também deixou à</p><p>margem outros bilhões, mas de fazer uma reflexão sobre o</p><p>quanto de tecnologia é realmente necessário e o que se pode</p><p>e o que não se pode resolver a partir da engenharia. As distân-</p><p>cias foram encurtadas e hoje é possível ir a qualquer parte do</p><p>mundo em questão de horas, e isso é fantástico. No entanto,</p><p>nas cidades, as distâncias não se medem mais em quilômetros,</p><p>mas sim em horas de trânsito. E isso se mostra um entrave</p><p>para a qualidade de vida.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Raquel Miorin - 025.804.550-78, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p>

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