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<p>W</p><p>BA</p><p>11</p><p>90</p><p>_V</p><p>1.</p><p>0</p><p>BIOSSEGURANÇA OCUPACIONAL</p><p>2</p><p>Natalia Violim Fabri</p><p>São Paulo</p><p>Platos Soluções Educacionais S.A</p><p>2022</p><p>BIOSSEGURANÇA OCUPACIONAL</p><p>1ª edição</p><p>3</p><p>2022</p><p>Platos Soluções Educacionais S.A</p><p>Alameda Santos, n° 960 – Cerqueira César</p><p>CEP: 01418-002— São Paulo — SP</p><p>Homepage: https://www.platosedu.com.br/</p><p>Head de Platos Soluções Educacionais S.A</p><p>Silvia Rodrigues Cima Bizatto</p><p>Conselho Acadêmico</p><p>Alessandra Cristina Fahl</p><p>Camila Braga de Oliveira Higa</p><p>Camila Turchetti Bacan Gabiatti</p><p>Giani Vendramel de Oliveira</p><p>Gislaine Denisale Ferreira</p><p>Henrique Salustiano Silva</p><p>Mariana Gerardi Mello</p><p>Nirse Ruscheinsky Breternitz</p><p>Priscila Pereira Silva</p><p>Tayra Carolina Nascimento Aleixo</p><p>Coordenador</p><p>Nirse Ruscheinsky Breternitz</p><p>Revisor</p><p>Giselle Mari Speck</p><p>Editorial</p><p>Beatriz Meloni Montefusco</p><p>Carolina Yaly</p><p>Mariana de Campos Barroso</p><p>Paola Andressa Machado Leal</p><p>Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)_____________________________________________________________________________</p><p>Fabri, Natalia Violim</p><p>Biossegurança ocupacional / Natalia Violim Fabri. – São</p><p>Paulo: Platos Soluções Educacionais S.A., 2022.</p><p>32 p.</p><p>ISBN 978-65-5356-397-1</p><p>1. Higiene. 2. Saúde e segurança do trabalho. 3. HST. I.</p><p>Título.</p><p>CDD 353.96</p><p>_____________________________________________________________________________</p><p>Evelyn Moraes – CRB: 010289/O</p><p>F124b</p><p>© 2022 por Platos Soluções Educacionais S.A.</p><p>Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou</p><p>transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo</p><p>fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de</p><p>informação, sem prévia autorização, por escrito, da Platos Soluções Educacionais S.A.</p><p>4</p><p>SUMÁRIO</p><p>Apresentação da disciplina __________________________________ 05</p><p>História da higiene e segurança do trabalho ________________ 07</p><p>Biossegurança, higiene e segurança do trabalho _____________ 17</p><p>Riscos ocupacionais e Normas Regulamentadoras do trabalho</p><p>_______________________________________________________________ 27</p><p>Programas de promoção à saúde ocupacional ______________ 40</p><p>BIOSSEGURANÇA OCUPACIONAL</p><p>5</p><p>Apresentação da disciplina</p><p>Seja bem-vindo à disciplina Biossegurança ocupacional! Esta é uma</p><p>disciplina muito importante enquanto processo de trabalho frente à</p><p>saúde e doença para o trabalhador e para as organizações.</p><p>Vamos discutir um tema que faz parte de toda rotina laboral de uma</p><p>instituição. Assim, nosso objetivo é desenvolver seu olhar crítico para</p><p>as questões complexas acerca dos riscos ocupacionais a que estão</p><p>expostos os trabalhadores e como o ambiente pode interferir positiva</p><p>ou negativamente na qualidade de vida profissional, para que o</p><p>processo de trabalho seja resolutivo e produtivo.</p><p>No primeiro Tema, trataremos da abordagem histórica e dos</p><p>principais conceitos de higiene e segurança do trabalho, levando</p><p>você a compreender que a ocorrência de acidentes de trabalho é tão</p><p>antiga quanto a humanidade. Já no segundo Tema, você conhecerá os</p><p>principais conceitos de biossegurança, saúde e segurança do trabalho e</p><p>sua importância para as organizações.</p><p>Na sequência, no terceiro Tema, serão abordadas as Normas</p><p>Regulamentadoras (NRs) do trabalho, trazendo uma perspectiva mais</p><p>prática, pois enfocaremos nos tipos de riscos ocupacionais a que estão</p><p>expostos os trabalhadores. Por fim, no último Tema, estudaremos</p><p>sobre os programas legais de Promoção à Saúde Ocupacional e você</p><p>compreenderá sobre as atividades que proporcionam a informação</p><p>indispensável para detectar ou prever qualquer mudança que possa</p><p>ocorrer nos fatores condicionantes do processo saúde-doença, para</p><p>prevenir e controlar doenças.</p><p>6</p><p>Ao final da disciplina, você terá entendido sobre os riscos ocupacionais e</p><p>como eles interferem na qualidade de vida profissional. Bons estudos!</p><p>7</p><p>História da higiene e segurança</p><p>do trabalho</p><p>Autoria: Natalia Violim Fabri</p><p>Leitura crítica: Giselle Mari Speck</p><p>Objetivos</p><p>• Entender sobre o conceito de trabalho.</p><p>• Conhecer a trajetória histórica da higiene e</p><p>segurança do trabalho.</p><p>• Compreender a importância da segurança do</p><p>trabalho para o trabalhador.</p><p>8</p><p>1. Introdução</p><p>Ao longo do processo histórico e evolutivo, o trabalho foi se modificando</p><p>com o passar do tempo. A introdução de grandes recursos tecnológicos</p><p>no cotidiano laboral, ora positivo, ora negativo para o processo de</p><p>trabalho, vem trazendo impactos importantes direcionados à saúde e</p><p>à qualidade de vida dos trabalhadores, não só em relação aos aspectos</p><p>fisiológicos, mas, sobretudo, aos aspectos emocionais. A relação saúde e</p><p>doença dos trabalhadores sofre grandes interferências de acordo com o</p><p>ofício e os locais de trabalho (TEIXEIRA et al., 2019).</p><p>2. O Trabalho</p><p>O trabalho realizado pelo ser humano se configura como uma atividade</p><p>complexa, multifacetada e polissêmica que permite diferentes visões</p><p>para compreendê-lo (NEVES et al., 2018). No contexto histórico, o labor</p><p>se apresenta como uma atividade que dignifica a vida do homem em</p><p>seus aspectos pessoais e sociais e permeia a relação entre o homem e a</p><p>sociedade. Por meio das atividades laborativas, as pessoas transformam</p><p>a natureza para que possam ter suas necessidades alcançadas.</p><p>O labor também propicia o convívio social, visto que em seu ambiente</p><p>ocorrem trocas interpessoais entre os indivíduos. Assim, não é uma</p><p>questão restrita apenas ao desenvolvimento de atividades cotidianas e</p><p>rotineiras, mas se revela como uma possibilidade de as pessoas serem</p><p>incorporadas socialmente ao mundo do trabalho, o que, por sua vez,</p><p>favorece o aprimoramento de questões de natureza subjetiva (TEIXEIRA</p><p>et al., 2019).</p><p>Dessa forma, entende-se que o trabalho tem valores essenciais</p><p>para o homem, pois desempenha um papel relevante para a sua</p><p>autorrealização, sua subjetividade e sua sociabilidade; propicia o</p><p>9</p><p>desenvolvimento de sua identidade, sua renda e seu sustento; possibilita</p><p>o alcance de metas e objetivos de vida; entre outros. Entretanto,</p><p>vale destacar que o labor em certos momentos também apresenta</p><p>conotações negativas, que devem ser refletidas por todos os envolvidos</p><p>(NEVES et al., 2018). Conforme a Organização Internacional do Trabalho</p><p>(OIT, 2022, p. 1):</p><p>O trabalho decente tem como vertente a promoção de oportunidades para</p><p>que homens e mulheres obtenham um trabalho produtivo e de qualidade,</p><p>em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade humanas,</p><p>sendo considerado condição fundamental para a superação da pobreza,</p><p>a redução das desigualdades sociais, a garantia da governabilidade</p><p>democrática e o desenvolvimento sustentável.</p><p>Adentrando no processo laboral, a saúde do trabalhador está</p><p>diretamente relacionada ao conceito de saúde e de adoecimento, pois</p><p>o ambiente laboral interfere positiva e negativamente em ter ou não</p><p>saúde e qualidade de vida profissional. Ações de promoção, prevenção e</p><p>reabilitação foram instituídas em detrimento da existência de inúmeros</p><p>riscos e agravos advindos do trabalho (ALVES et al., 2021).</p><p>Com o intuito de promoção à saúde para todo trabalhador, algumas</p><p>estratégias para a garantia e o respeito a sua dignidade foram</p><p>instituídas, como apresenta a Figura 1.</p><p>10</p><p>Figura 1 – Estratégias ao trabalho decente</p><p>Fonte: elaborada pela autora.</p><p>Percebe-se que são de grande importância o olhar e a gestão diante</p><p>dos ambientes de trabalho, com o intuito principal de garantir ao</p><p>trabalhador condições dignas e adequadas para a realização do seu</p><p>labor. Aqui não podemos nos esquecer das questões ambientais,</p><p>as quais têm relação direta com a biossegurança do trabalhador</p><p>(SALDANHA; PEREIRA; NEVES, 2021). Portanto, a realização da atividade</p><p>laboral no dia a dia pode comprometer a saúde do trabalhador, em</p><p>virtude de sua exposição a riscos inerentes ao ambiente de trabalho</p><p>(SALDANHA; PEREIRA; NEVES, 2021).</p><p>A partir dessa exposição, o trabalhador encontra-se em constante</p><p>aproximação com os mecanismos de adoecimento, como apresentado</p><p>na Figura 2.</p><p>11</p><p>Figura 2 – Mecanismos de adoecimento</p><p>Fonte: elaborada pela autora.</p><p>Ademais, as condições de trabalho ofertadas ao trabalhador têm</p><p>relação direta com o contato com riscos ocupacionais e, por isso, estão</p><p>intimamente associadas aos acidentes de trabalho.</p><p>3. Higiene e Segurança Ocupacional</p><p>Conforme apresentado por Robert (2015), a trajetória histórica do</p><p>conceito de segurança destinada ao trabalhador iniciou-se por volta de</p><p>1919 no Brasil, com a Lei n. 3.724. Em meados de 1940, o presidente</p><p>Getúlio Vargas instituiu a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) com</p><p>o intuito de garantir ao trabalhador direitos importantes enquanto</p><p>cidadão trabalhador, com um capítulo direcionado exclusivamente à</p><p>Higiene e Segurança do trabalho.</p><p>12</p><p>Antes mesmo de Cristo, na Grécia antiga, o filósofo Aristóteles já</p><p>realizava estudos direcionados ao adoecimento de trabalhadores</p><p>alocados em mineradoras. Porém, o grande feito histórico enquanto</p><p>processo de trabalho ocorreu apenas em 1700, na Itália, com</p><p>divulgações voltadas às enfermidades adquiridas na execução do</p><p>trabalho (ROBERT, 2015).</p><p>Em 1802, tivemos a chamada Revolução Industrial, na Inglaterra, um</p><p>momento importante na trajetória histórica do processo de trabalho.</p><p>Operários de grandes fábricas adoeciam e muitas vezes iam a óbito em</p><p>virtude das condições inadequadas do ambiente de trabalho (ROBERT,</p><p>2015).</p><p>A Figura 3 traz um breve caminhar histórico da segurança ocupacional.</p><p>Figura 3 – Trajetória histórica da segurança ocupacional</p><p>Fonte: elaborada pela autora.</p><p>Em 1948, entrou em vigor a chamada Declaração Universal dos Direitos</p><p>Humanos, que, de acordo com Robert (2015), objetivava garantir ao</p><p>trabalhador um labor digno e seguro frente a execução da sua atividade</p><p>13</p><p>laboral, não só relacionado ao ambiente enquanto espaço físico, mas</p><p>aos direitos enquanto trabalhador decente.</p><p>No Brasil, nos anos 1970, ocorreu o maior quantitativo de acidentes</p><p>ocasionados pelo ambiente e pelas condições de trabalho (SALDANHA;</p><p>PEREIRA; NEVES, 2021). A Lei n. 6.367, de 19 de outubro de 1976, define</p><p>acidente de trabalho como:</p><p>Aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho a serviço da empresa,</p><p>provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte,</p><p>ou perda, ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o</p><p>trabalho (BRASIL, 1976, p. 1).</p><p>A mesma lei ainda traz o que considera como acidente de trabalho:</p><p>A doença profissional ou de trabalho, assim entendida a inerente ou</p><p>peculiar a determinado ramo de atividade e constante de relação</p><p>organizada pelo Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS); o</p><p>acidente que, ligado ao trabalho, embora não tenha sido a causa única,</p><p>haja contribuído diretamente para a morte, ou a perda, ou redução da</p><p>capacidade para o trabalho; o acidente sofrido pelo empregado no local e</p><p>no horário do trabalho (BRASIL, 1976, p. 1).</p><p>As primeiras normas Regulamentadoras (NRs) tiveram como intuito,</p><p>nos anos 1970, legitimar as precauções necessárias ao trabalhador na</p><p>execução da sua jornada laboral e regulamentar os procedimentos</p><p>obrigatórios relacionados a sua segurança e saúde:</p><p>Segurança do trabalho e qualidade são sinônimos e é muito difícil de</p><p>conseguir a qualidade de um produto ou processo–fatores que, nos dias</p><p>atuais, influenciam fortemente o sucesso empresarial–sem um ambiente</p><p>de trabalho em condições adequadas e que propicie ao trabalhador</p><p>direcionar toda a sua potencialidade ao trabalho que está sendo</p><p>executado. Para obter ganhos de qualidade e produtividade é necessário</p><p>investimento de capital e tecnologia, mas que não são possíveis de serem</p><p>alcançados se não houver o envolvimento do elemento humano, portanto,</p><p>https://www.institutosc.com.br/web/blog/seguranca-do-trabalho-o-que-sao-normas-regulamentadoras</p><p>14</p><p>é necessário cuidarmos da qualidade de vida do trabalhador. (ROBERT,</p><p>2015, p. 30)</p><p>Portanto, a segurança ocupacional visa à prevenção de acidentes. Pode</p><p>ser definida como um conjunto de regras, ferramentas e procedimentos</p><p>que visam eliminar, neutralizar ou reduzir a lesão e os danos</p><p>decorrentes das atividades. São ações gerenciais, voltadas a promover</p><p>a melhoria contínua dos ambientes de trabalho e estimular as boas</p><p>práticas, capazes de assegurar a integridade física e a saúde das pessoas</p><p>e do patrimônio físico da empresa e contratadas (ROBERT, 2015).</p><p>4. Segurança do Trabalho para o Trabalhador</p><p>A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) regulamenta as relações</p><p>trabalhistas, tanto do trabalho urbano quanto do rural. Várias alterações</p><p>já foram efetuadas desde a sua criação, sempre visando adequar o</p><p>texto aos aspectos da modernidade. A CLT continua sendo o principal</p><p>marco legal que regulamenta as relações de trabalho e protege os</p><p>trabalhadores em nosso País (ROBERT, 2015).</p><p>Pensar a saúde do trabalhador pode ter, no imaginário coletivo, a</p><p>conotação de exagero e superficialidade, devido ao amparo legislativo</p><p>da categoria. No entanto, trata-se de um grupo vulnerável, que sofre</p><p>pressão política e pública e que precisa desenvolver o trabalho, muitas</p><p>vezes, sem condições adequadas, enfrentando a morosidade decorrente</p><p>da burocracia. Em virtude disso, são necessárias melhorias e condições</p><p>de trabalho dignas ao trabalhador, como apresentado na Figura 4.</p><p>15</p><p>Figura 4 – Melhorias para o trabalhador</p><p>Fonte: elaborada pela autora.</p><p>É com a realização do ofício que homens e mulheres buscam alcançar</p><p>suas necessidades de sobrevivência e de valorização, e, por trabalho ser</p><p>relacional, a todo instante estamos convivendo em coletividade. Porém,</p><p>o labor infelizmente apresenta conotações negativas quando a execução</p><p>do trabalho causa acidentes, doenças e incapacidade, seja ela física ou</p><p>emocional, afetando sobremaneira a qualidade de vida do trabalhador</p><p>(SALDANHA; PEREIRA; NEVES, 2021).</p><p>As ações da organização no tocante aos requisitos legais e a outros</p><p>específicos das situações vivenciadas nas empresas no cotidiano de</p><p>suas atividades é um processo dinâmico, sujeito a transformações, que</p><p>demanda uma atenção constante e uma prontidão competente dos</p><p>responsáveis pela segurança e pela higiene do trabalho (ROBERT, 2015).</p><p>Apesar de toda a legislação criada e existente, nos tempos atuais,</p><p>o desenvolvimento tecnológico continua, ainda, dissociado do</p><p>desenvolvimento econômico e social, afetando a distribuição da mão</p><p>de obra e da renda e atingindo principalmente as classes sociais</p><p>16</p><p>menos favorecidas. Assim, o grande desafio a ser vencido é o de</p><p>conseguirmos harmonizar e equilibrar o desenvolvimento tecnológico</p><p>com o desenvolvimento social e econômico das nações, melhorando as</p><p>condições de educação e trabalho no Brasil e no mundo.</p><p>Referências</p><p>ALVES, N. S. et al. Riscos Ocupacionais e seus Agravos aos Profissionais</p><p>de Enfermagem: Revisão Integrativa da Literatura. Revista de Casos e</p><p>Consultoria, [s.l.], v. 12, n. 1, p. e25687, 2021.</p><p>BRASIL. Lei n. 6.367, de 19 de outubro de 1976. Dispõe sobre o seguro de acidente</p><p>de trabalho a cargo do INPS e dá outras providências. Brasília: Presidência da</p><p>República, 1976.</p><p>NEVES, D. R. et al. Sentido e significado do trabalho: uma análise dos artigos</p><p>publicados em periódicos associados à Scientific Periodicals Electronic Library. Cad.</p><p>EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v. 16, n. 2, abr./jun. 2018.</p><p>OIT. Organizacion Internacional del Trabajo. Programa conjunto: nueva iniciativa</p><p>contra la violência laboral em el setor de la salud. Genebra: OIT, 2002.</p><p>ROBERT, L. Fundamentos da Higiene e Segurança no Trabalho. Cuiabá: IFPA, Rde</p><p>e-Tec Brasil, 2015.</p><p>SALDANHA, J. H. S.; PEREIRA, A. P. M.; NEVES, R. F. Fundamentos da Vigilância em</p><p>Saúde do Trabalhador. Brasília: Ministério da Saúde, 2021.</p><p>TEIXEIRA, G. S. et al. Qualidade de vida no trabalho e estresse ocupacional da</p><p>enfermagem em unidade de pronto atendimento. Texto Contexto Enferm., [s.l.], v.</p><p>28, 2019.</p><p>17</p><p>Biossegurança, higiene e</p><p>segurança do trabalho</p><p>Autoria: Natalia Violim Fabri</p><p>Leitura crítica: Giselle Mari Speck</p><p>Objetivos</p><p>• Entender o conceito</p><p>de biossegurança, higiene e</p><p>segurança no trabalho.</p><p>• Relacionar a segurança do trabalho e a importância</p><p>para as organizações.</p><p>• Compreender a importância de medidas de</p><p>prevenção e controle de riscos para a saúde do</p><p>trabalhador.</p><p>18</p><p>1. Introdução</p><p>O processo saúde-doença do trabalhador tem relação direta com o</p><p>ambiente de trabalho e interage constantemente com determinantes</p><p>e condicionantes da saúde do adoecimento. Cada vez mais os</p><p>trabalhadores vivenciam uma exaustiva sobrecarga de trabalho, o</p><p>que pode levar em muitas situações à exposição ao risco quando da</p><p>execução do seu ofício. Por isso, é de extrema relevância que ações</p><p>de prevenção e promoção à saúde voltadas à qualidade de vida do</p><p>trabalhador façam parte a todo momento do planejamento e do</p><p>gerenciamento dos ambientes de trabalho (GOMEZ; VASCONCELLOS;</p><p>MACHADO, 2018).</p><p>2. Conceito de Higiene, Segurança e</p><p>Biossegurança</p><p>Para entendermos e diferenciarmos os conceitos inseridos no</p><p>cotidiano laboral, é de suma importância compreendermos que higiene</p><p>ocupacional em nada se relaciona ao ato de higiene, de limpeza de</p><p>um ambiente, por exemplo. Aqui, higiene é compreendida como</p><p>uma ciência direcionada ao controle de riscos advindos do ambiente</p><p>laboral, comprometendo significativamente a saúde do trabalhador e</p><p>envolvendo aspectos físicos, mentais e sociais (SOUSA; MINICHELLO,</p><p>2018).</p><p>De acordo com Sousa e Minichello (2018, p. 9), a saúde do trabalhador</p><p>“depende das condições que se encontram o local onde exerce sua</p><p>profissão, bem como o cumprimento das Normas Regulamentadoras</p><p>determinadas pelo órgão governamental responsável”. Para Barsano e</p><p>Barbosa (2018), a visualização do ambiente laboral deve ser entendida</p><p>no seu todo, como relatam a seguir:</p><p>19</p><p>A abordagem holística da segurança do trabalho é outra forma de</p><p>visualizar os acidentes. Nele afirmamos que o acidente não teve uma</p><p>origem única e exclusiva, e sim, ocorreu em virtude de várias situações que</p><p>desencadeou e gerou o acidente. (BARSANO; BARBOSA, 2018, p. 7)</p><p>Para Gomez, Vasconcellos e Machado (2018), a saúde do trabalhador</p><p>ainda apresenta lacunas importantes e merece atenção enquanto</p><p>prática social e relacional.</p><p>De acordo com a Lei Orgânica da Saúde n. 8.080/1990, a saúde</p><p>do trabalhador é uma área da saúde pública que compreende as</p><p>interações entre o trabalho e o processo saúde e doença, tendo ações</p><p>determinadas como um conjunto de atividades que se destinam,</p><p>através das ações de vigilância epidemiológica e sanitária, à promoção,</p><p>à proteção, à recuperação e à reabilitação da saúde dos trabalhadores</p><p>(BRASIL, 1990). Em 2005, foi criada a Lei da Biossegurança n. 11.105 com</p><p>o intuito de garantir locais de trabalho dignos e seguros. O conceito de</p><p>biossegurança inserido no contexto laboral tem como premissa medidas</p><p>de prevenção, promoção, proteção e redução de riscos que podem</p><p>comprometer a saúde do trabalhador, visando também ao cuidado do</p><p>indivíduo e do ecossistema. Segue o primeiro artigo da referida lei:</p><p>Esta lei estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização</p><p>sobre a construção, o cultivo, a produção, a manipulação, o transporte, a</p><p>transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a pesquisa,</p><p>a comercialização, o consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte</p><p>de organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados, tendo</p><p>como diretrizes o estímulo ao avanço científico na área de biossegurança</p><p>e biotecnologia, a proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal, e a</p><p>observância do princípio da precaução para a proteção do meio ambiente.</p><p>(BRASIL, 2005, p. 1)</p><p>Para Penna et al. (2010, p. 11) o conceito de biossegurança está inserido:</p><p>Tanto no controle dos riscos ocupacionais quanto no controle dos riscos de</p><p>prejuízo ambiental provenientes das novas tecnologias científicas. Para que as</p><p>20</p><p>ações de biossegurança sejam efetivas é necessário que todos os envolvidos</p><p>em atividades de risco estejam devidamente informados acerca das diretrizes</p><p>atuais, bem como aptos a colocá-las em prática de maneira correta.</p><p>Diante disso, algumas estratégias são importantes e necessárias para</p><p>possibilitar um ambiente de trabalho seguro, como apresentado na</p><p>Figura 1.</p><p>Figura 1 – Estratégias para um ambiente seguro de trabalho</p><p>Fonte: elaborada pela autora.</p><p>Em 1988, foi instituída a Resolução n. 1 do Conselho Nacional de Saúde,</p><p>que evidenciou a primeira aproximação concreta com o conceito de</p><p>Biossegurança, aprovando os indicativos para a realização de pesquisas.</p><p>Em 1995, foram instituídos a Lei n. 8.974 e o Decreto-Lei n. 1.752, com</p><p>o surgimento da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, com</p><p>o intuito de cuidar da saúde dos trabalhadores, do ecossistema e dos</p><p>recursos tecnológicos (BARSANO; BARBOSA, 2018). Já em 2005, com a</p><p>Lei n. 11.105, foi instituído o Conselho Nacional de Biossegurança, que</p><p>trouxe como premissa normativas de segurança e controle de todos</p><p>21</p><p>os experimentos que envolvem o uso de organismos geneticamente</p><p>modificados e seus derivados (BARSANO; BARBOSA, 2018).</p><p>O local de trabalho frequentemente apresenta riscos para a saúde dos</p><p>trabalhadores, o que pode ocasionar acidentes de trabalho (SALDANHA;</p><p>PEREIRA; NEVES, 2021). Para a Biossegurança, acidente de trabalho</p><p>é aquele ocorrido no momento da realização do ofício ou, ainda, no</p><p>caminho que o trabalhador realiza para chegar ao trabalho e retornar</p><p>a sua residência após o cumprimento da sua jornada de trabalho. Pode</p><p>ser capaz de levar à morte ou causar alguma lesão, além de provocar a</p><p>diminuição da capacidade do indivíduo para o trabalho, temporária ou</p><p>permanentemente (ALVES et al., 2021).</p><p>No entendimento de Silva (2016, p. 28), temos como definição de</p><p>acidente e doença no trabalho:</p><p>A culminância de um longo e duro processo de exploração e das péssimas</p><p>condições de trabalho a que os trabalhadores são expostos e obrigados a</p><p>suportar, por falta de outras opções que lhes garantam a sobrevivência.</p><p>Além de uma espécie de “gota d’água” que impele os trabalhadores à</p><p>ação, os acidentes e o adoecimento também revelam, da forma mais cruel</p><p>possível, riscos que eram, até então, apenas cogitados, explicitando a</p><p>violência do trabalho estranhado.</p><p>Portanto, o conhecimento dos riscos e agravos à saúde relacionados ao</p><p>trabalho é de fundamental importância para o planejamento das ações</p><p>de assistência, de vigilância e de intervenção sobre os ambientes de</p><p>trabalho, direcionadas à segurança do trabalhador.</p><p>3. Segurança no Trabalho e as Organizações</p><p>Com a Revolução Industrial, surgiu a primeira lei de proteção dos</p><p>trabalhadores na Inglaterra, em um contexto em que havia muitos</p><p>22</p><p>trabalhadores adoecidos e até grandes números de óbitos em virtude</p><p>da exaustiva jornada de labor e das condições do ambiente laboral</p><p>(ROBERT, 2015).</p><p>Figura 2 – Campo de atuação da Medicina do Trabalho</p><p>Fonte: elaborada pela autora.</p><p>É por meio do trabalho que produzimos bens e serviços, transformamos</p><p>a natureza e geramos o desenvolvimento da sociedade. No entanto, o</p><p>trabalho não tem apenas essa dimensão positiva de desenvolvimento</p><p>e aperfeiçoamento das habilidades humanas. Em função da atividade</p><p>desenvolvida e das condições do ambiente, ele pode também ser uma</p><p>fonte de adoecimento e sofrimento humano (SALDANHA; PEREIRA;</p><p>NEVES, 2021).</p><p>O uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) é importante, a fim</p><p>de evitar consequências negativas à integridade física do trabalhador,</p><p>além de oferecer maior proteção durante a manipulação dos</p><p>instrumentais de trabalho e contribuir para a prevenção de acidentes.</p><p>Os ambientes de trabalho expõem os trabalhadores a riscos e perigos,</p><p>os quais podem ser minimizados ou eliminados com a utilização de EPI</p><p>(ALVES et al., 2021).</p><p>23</p><p>Para Sousa e Minichello (2018), a execução do trabalho em situações</p><p>de exposição ao risco pode ou não comprometer a saúde do</p><p>trabalhador, seja inferindo na sua integridade física e ocasionando</p><p>limitações temporárias e até mesmo permanentes, ou em sua</p><p>integridade emocional, em sua</p><p>saúde mental. As precauções padrões</p><p>são mais viáveis para diminuir ou prevenir a incidência dos riscos</p><p>ocupacionais em qualquer ramo de atividade, incluindo atividades</p><p>da saúde, da indústria, agrícolas, da construção civil etc. (ALVES et al.,</p><p>2021).</p><p>4. Programas de Promoção à Saúde</p><p>Ocupacional</p><p>A realização da atividade laboral apresenta tanto conotações</p><p>satisfatórias quanto conotações de sofrimento, negativas. Como o</p><p>trabalhador, enquanto ser relacional, interage a todo momento com</p><p>o ambiente em que está inserido, pode ter satisfação na execução</p><p>do seu trabalho ou por vezes adoecer (SALDANHA; PEREIRA; NEVES,</p><p>2021).</p><p>Ações direcionadas à promoção da saúde do trabalhador e à prevenção</p><p>de doenças ocupacionais devem fazer parte da gestão de toda a</p><p>organização laboral, uma vez que seu intuito é garantir a saúde do</p><p>trabalhador. Dessa forma, o planejamento de programas de saúde</p><p>voltados à promoção da saúde, à prevenção de doenças, ao controle</p><p>e tratamento das doenças e à identificação dos fatores etiológicos</p><p>determinantes no processo saúde e doença ganham maior significância</p><p>a partir das Leis Orgânicas da Saúde.</p><p>A Figura 3 traz algumas ações direcionadas à saúde do trabalhador:</p><p>24</p><p>Figura 3 – Programas de promoção à saúde do trabalhador</p><p>Fonte: elaborada pela autora.</p><p>Na área assistencial direcionada à saúde do trabalhador, existem ações</p><p>de serviços de atendimento médico ambulatorial, de odontologia, de</p><p>recuperação, de reabilitação e, ainda, de regresso após um acidente</p><p>de trabalho (SANTI; BARBIERI; CHEADE, 2018). Um estudo realizado por</p><p>Almeida e Fernandes aponta:</p><p>Os trabalhadores envolvidos em atividades operacionais apresentaram</p><p>taxas de afastamento do trabalho mais altas do que os que exerciam</p><p>atividades de suporte, como logística e atividades administrativas. O</p><p>maior número de dias de afastamento por doença estava associado aos</p><p>transtornos mentais, seguidos das neoplasias e lesões por causas externas,</p><p>situações que geram episódios de ausência prolongada do trabalho, já</p><p>que requerem um tempo maior para a remissão, controle ou recuperação.</p><p>(ALMEIDA; FERNANDES, 2022, p. 7-8)</p><p>Já em relação aos aspectos emocionais, todos os ramos de trabalho</p><p>apresentam enquanto desafio a desmistificação da doença, não apenas</p><p>em seu aspecto biológico, mas entendendo a saúde também em seus</p><p>aspectos sociais e emocionais. Assim, deixa-se de focar apenas nos</p><p>riscos físicos, aqueles perceptíveis a olho nu (como uma ferida, um corte</p><p>sangrante) e passa-se a ampliar o olhar para a organização do trabalho</p><p>como um todo.</p><p>25</p><p>Esses temas recorrentes acenam com a possibilidade de construção</p><p>de protocolos e ações programáticas de formação para a Vigilância em</p><p>Saúde do Trabalhador (VISAT) (GOMEZ; VASCONCELLOS; MACHADO,</p><p>2018). A VISAT tem como premissa possibilitar ao trabalhador um</p><p>ambiente de trabalho digno e seguro direcionado e focado na</p><p>possibilidade constante de garantia de saúde e de condições adequadas</p><p>no trabalho, para que a qualidade de vida profissional seja de fato</p><p>percebida pelos trabalhadores (SALDANHA; PEREIRA; NEVES, 2021).</p><p>As ações da organização no tocante aos requisitos legais e a outros</p><p>próprios das situações vividas nas empresas no cotidiano de suas</p><p>atividades são um processo dinâmico, sujeito a transformações, que</p><p>demanda uma atenção constante e uma prontidão competente dos</p><p>responsáveis pela segurança e pela higiene do trabalho (ROBERT, 2015).</p><p>É imprescindível que os profissionais compreendam a necessidade do</p><p>autocuidado, minimizando os riscos ocupacionais a que estão expostos</p><p>durante o exercício de sua profissão, situação que contribuirá para a</p><p>qualidade no saber fazer. Assim, percebe-se que ainda são necessárias</p><p>muita atenção e organização para que a saúde do trabalhador seja de</p><p>fato entendida e percebida com dignidade e respeito, possibilitando</p><p>melhores condições e um ambiente de trabalho mais seguro.</p><p>Referências</p><p>ALMEIDA, C. G. S. T.; FERNANDES, R. C. P. Doenças osteomusculares são a principal</p><p>causa de absenteísmo-doença entre trabalhadores da indústria de petróleo no</p><p>Brasil: resultados de um estudo de coorte. Revista Bras. Saúde Ocup., [s.l.], v. 47,</p><p>n. 9, 2022.</p><p>ALVES, N. S. et al. Riscos Ocupacionais e seus Agravos aos Profissionais</p><p>de Enfermagem: Revisão Integrativa da Literatura. Revista de Casos e</p><p>Consultoria, [s.l.], v. 12, n. 1, 2021.</p><p>BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P. Segurança do Trabalho: guia prático e didático.</p><p>Editora Érica Saraiva, v. 2, n. 2, 2018.</p><p>26</p><p>BRASIL. Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições de</p><p>promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento</p><p>dos serviços correspondentes e dá outras providências. Brasília: Presidência da</p><p>República, 1990.</p><p>BRASIL. Lei n. 11.105, de 24 de março de 2005. Regulamenta os incisos II, IV e V do</p><p>§ 1º do art. 225 da Constituição Federal [...]. Brasília: Presidência da República, 2005.</p><p>GOMEZ, C. M.; VASCONCELLOS, L. C. F.; MACHADO, J. M. H. Saúde do trabalhador:</p><p>aspectos históricos, avanços e desafios no Sistema Único de Saúde. Ciência e</p><p>Saúde coletiva, [s.l.], v. 23, n. 6, p. 1963-1970, 2018.</p><p>PENNA, M. M. et al. Biossegurança: Uma Revisão. Arq. Inst. Biol., São Paulo, v. 77, n.</p><p>3, p. 465-555, 2010.</p><p>ROBERT, L. Fundamentos da Higiene e Segurança no Trabalho. Cuiabá: IFPA, Rde</p><p>e-Tec Brasil, 2015.</p><p>SALDANHA, J. H. S.; PEREIRA, A. P. M.; NEVES, R. F. Fundamentos da Vigilância em</p><p>Saúde do Trabalhador. Brasília: Ministério da Saúde, 2021.</p><p>SANTI, D. B.; BARBIERI A. R.; CHEADE, M. F. M. Absenteísmo-doença no serviço</p><p>público brasileiro: uma revisão integrativa da literatura. Rev. Bras. Med. Trab., [s.l.],</p><p>v. 16, n. 1, p. 71-81, 2018.</p><p>SILVA, A. B. R. B. O desgaste e a recuperação dos corpos para o capital:</p><p>acidentes de trabalho, prevencionismo e reabilitação profissional durante</p><p>a ditadura militar brasileira (1964-1985). Tese (Doutorado em História) –</p><p>Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2016.</p><p>SOUSA, L. M. M.; MINICHELLO, M. M. Saúde Ocupacional. São Paulo: Érica, 2018.</p><p>27</p><p>Riscos ocupacionais e Normas</p><p>Regulamentadoras do trabalho</p><p>Autoria: Natalia Violim Fabri</p><p>Leitura crítica: Giselle Mari Speck</p><p>Objetivos</p><p>• Entender a epidemiologia das doenças no ambiente</p><p>de trabalho.</p><p>• Conhecer os riscos relacionadas ao ambiente de</p><p>trabalho.</p><p>• Compreender a importância das Normas</p><p>Regulamentadoras do trabalho.</p><p>28</p><p>1. Introdução</p><p>A introdução de grandes recursos tecnológicos no cotidiano laboral,</p><p>ora positivos, ora negativos para o processo de trabalho, vem trazendo</p><p>impactos importantes direcionados à saúde e à qualidade de vida dos</p><p>trabalhadores, não só nos aspectos fisiológicos, mas sobretudo no</p><p>emocional. A relação saúde e doença dos trabalhadores sofre grandes</p><p>interferências na realização do ofício, de acordo com os locais de</p><p>trabalho.</p><p>2. Saúde do trabalhador</p><p>A saúde do trabalhador é uma área da saúde pública que compreende</p><p>as interações entre o trabalho e o processo saúde e doença. Conta</p><p>com ações regulamentadas pela Lei Orgânica da Saúde n. 8.080/1990</p><p>determinadas como um conjunto de atividades que se destinam,</p><p>através das ações de vigilância epidemiológica e sanitária, à promoção,</p><p>à proteção, à recuperação e à reabilitação da saúde dos trabalhadores</p><p>(BRASIL, 1990).</p><p>Na atualidade, entende-se a saúde como um bem-estar físico, mental</p><p>e social que sofre influência a todo momento do meio ambiente, seja</p><p>interno ou externo, interferindo no processo saúde e adoecimento. O</p><p>homem, enquanto ser sociável e relacional, está exposto a dimensões</p><p>sociais, econômicas, culturais, religiosas e emocionais. O entendimento</p><p>de saúde e adoecimento está alicerçados nas diversas políticas públicas</p><p>instituídas em 1988 pela Constituição Federal.</p><p>Conforme definição trazida pela Lei n. 8.080 de 19 de setembro de 1990,</p><p>saúde é:</p><p>29</p><p>Um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as</p><p>condições indispensáveis ao seu pleno exercício. § 1º O dever do Estado</p><p>de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas</p><p>econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de</p><p>outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso</p><p>universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção,</p><p>proteção e recuperação. (BRASIL, 1990, p. 1)</p><p>A Figura 1 apresenta uma relação dos fatores determinantes e</p><p>condicionantes do processo de saúde e doença.</p><p>Figura 1 – Fatores determinantes e condicionantes da saúde</p><p>Fonte: elaborada pela autora.</p><p>Nesse contexto entre saúde e doença, deve-se ter um olhar holístico</p><p>direcionado ao indivíduo, entendendo-o provido de partes e com</p><p>necessidades diferentes. Ele deve ser visto como um todo singular, um</p><p>ser biopsicossocial, e não somente como um corpo doente ou sadio. Por</p><p>conseguinte, a Lei Orgânica da Saúde n. 8.080/90 institui a saúde diante</p><p>dos fatores determinantes e condicionantes (BRASIL, 1990).</p><p>30</p><p>O entendimento do processo de saúde e doença remete aos fatores</p><p>e condicionantes determinantes a que estão expostos os indivíduos</p><p>e o coletivo. Estes sofrem interferências de diversas dimensões, seja</p><p>histórica, cultural, política, social, biológica e até mesmo emocionai,</p><p>o que leva a perceber que todo o processo de trabalho e todas as</p><p>atividades voltadas ao atendimento à saúde precisam ser orquestrados</p><p>de forma a atender à demanda do cidadão no ambiente em que está</p><p>inserido.</p><p>A lei que regulamenta o processo laboral, enquanto constituição, é a</p><p>Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que tem como objetivo:</p><p>Especificar as regras da relação de contrato entre empresa e empregado.</p><p>Diante da necessidade de esclarecer aspectos da CLT que precisavam ser</p><p>explorados, em 1978 foram criadas as Normas Regulamentadoras (NR) do</p><p>Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) que estabelecem as condições</p><p>mínimas para os ambientes de trabalho, a fim de promover a segurança e</p><p>a saúde dos trabalhadores. (MAAS; GRILLO; SANDRI, 2018, p. 2)</p><p>Dessa forma, cabe à União, aos patrões e aos empregados seguir as</p><p>regras, os direitos e os deveres enquanto constituição e, sobretudo,</p><p>garantir a segurança e a qualidade de vida do trabalhador na realização</p><p>de sua atividade laboral.</p><p>3. Riscos ocupacionais</p><p>Os riscos ocupacionais são situações que prejudicam a saúde do</p><p>trabalhador no desenvolvimento de suas atividades laborais, inerentes</p><p>ao processo de trabalho, e impactam diretamente em suas condições de</p><p>vida (FERREIRA et al., 2018). Ainda, risco pode ter entendido como:</p><p>Uma ameaça ou perigo de determinada ocorrência. Quando se diz que</p><p>estamos correndo o risco, nada mais é do que estarmos sujeitos a passar</p><p>por um episódio arriscado ou seja um episódio que pode acarretarem</p><p>31</p><p>alguma consequência. O risco ambiental é todo e qualquer possibilidade</p><p>de algum elemento ou circunstância existente, em dado processo e</p><p>ambiente de trabalho, pode causar danos à saúde, seja por acidentes e</p><p>doenças ou seja por sofrimento dos trabalhadores ou ainda pela poluição</p><p>ambiental. (LIMA, 2019, p. 7)</p><p>A Portaria n. 3.214, de 1978, que institui pela CLT as Normas</p><p>Regulamentadoras (NR), evidencia a preocupação e a seriedade da</p><p>segurança do trabalhador no ambiente de trabalho, direcionadas à</p><p>promoção e à prevenção de riscos advindos da prática laboral (FERREIRA</p><p>et al., 2018).</p><p>De acordo com Ferreira et al. (2018, p. 3), são considerados riscos</p><p>ambientais que podem causar danos à saúde do trabalhador “os</p><p>agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de</p><p>trabalho, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e</p><p>tempo de exposição” (FERREIRA et al., 2018, p. 3). A Figura 2 apresenta</p><p>resumidamente os tipos de riscos ocupacionais, incluindo os riscos</p><p>ambientais citados anteriormente, no contexto do ambiente de trabalho.</p><p>Figura 2 – Tipos de riscos ocupacionais</p><p>Fonte: elaborada pela autora.</p><p>32</p><p>Torna-se perceptível que diversos comprometimentos à saúde do</p><p>trabalhador podem ocorrer devido à não utilização ou à utilização</p><p>inadequada dos equipamentos de proteção individual. A seguir, são</p><p>elencados os tipos de riscos ocupacionais e suas especificidades.</p><p>3.1 Riscos físicos</p><p>São aqueles gerados pela exposição a diferentes formas de energia no</p><p>cotidiano laboral.</p><p>• Ruído: resultante de oscilações provocadas por vibrações, o ruído</p><p>pode desencadear diversos níveis de perda auditiva (surdez), além</p><p>de fadiga, irritabilidade, dores de cabeça e outros agravos à saúde.</p><p>Máquinas e equipamentos estão entre as principais fontes desse</p><p>risco, e trabalhadores de lavanderias industrializas podem ser um</p><p>exemplo (FERREIRA et al., 2018).</p><p>• Calor: a exposição contínua ao calor pode levar à desidratação,</p><p>insolação, erupções na pele e até distúrbios psiconeuróticos. A</p><p>incidência de sol durante atividades ao ar livre e a proximidade</p><p>de maquinários são condições em que se observa esse risco</p><p>ocupacional principalmente em trabalhadores da construção civil</p><p>(FERREIRA et al., 2018).</p><p>• Frio: trabalho em frigoríficos e portos são exemplos de atividades</p><p>que podem ser executadas a baixas temperaturas, elevando</p><p>as chances de problemas respiratórios, rachaduras, feridas e</p><p>congelamento (FERREIRA et al., 2018).</p><p>• Pressão: ambientes com níveis de pressão muito acima ou abaixo</p><p>do preconizado, onde ocorrem mudanças súbitas na pressão,</p><p>podem provocar a ruptura do tímpano e outros problemas aos</p><p>trabalhadores. Atividades de mergulhadores, trabalhadores em</p><p>tubulações de ar comprimido e máquinas de perfuração são</p><p>33</p><p>alguns exemplos de serviços sujeitos a esse risco (FERREIRA et al.,</p><p>2018).</p><p>• Umidade: galvanoplastia, atividades de limpeza em geral,</p><p>trabalhadores de empresas de saneamento, de tratamento</p><p>de água ou que fazem manutenção de redes de água estão</p><p>entre os que mais se expõem à umidade excessiva, ameaçando</p><p>o funcionamento do sistema respiratório e cardiovascular e</p><p>elevando a possibilidade de acidentes de trabalho, como quedas e</p><p>escorregões (FERREIRA et al., 2018).</p><p>• Radiações ionizantes e não ionizantes: são transmitidas</p><p>por ondas eletromagnéticas, potencialmente absorvidas pelo</p><p>organismo. As radiações perturbam o funcionamento do corpo</p><p>em diferentes níveis, sendo um dos problemas mais conhecidos</p><p>o potencial cancerígeno dos raios X (radiação ionizante). Como</p><p>exemplo podemos citar os profissionais técnicos de radiologia</p><p>(FERREIRA et al., 2018).</p><p>• Vibração: localizadas ou generalizadas (de corpo inteiro), as</p><p>vibrações podem desencadear agravos como dor nas costas, perda</p><p>de substância óssea (osteoporose), lesões na coluna vertebral e</p><p>articulações. Motoristas de tratores e caminhões e operadores de</p><p>máquinas são exemplos de trabalhadores expostos a vibrações</p><p>(FERREIRA et al., 2018).</p><p>3.2 Riscos químicos e biológicos</p><p>Existe uma série de agentes químicos perigosos, o que engloba neblinas,</p><p>poeiras, fumos, névoas, gases e vapores que podem ser absorvidos pela</p><p>pele ou inalados (FERREIRA et al., 2018). Como exemplo, podemos citar</p><p>a exposição de trabalhadores de posto de combustível ao benzeno, o</p><p>que pode trazer diversas consequências à saúde, como irritabilidade na</p><p>região ocular, nas vias aéreas superiores e na garganta (SOUSA et al.,</p><p>2022).</p><p>34</p><p>Já os riscos biológicos englobam vírus, bactérias, protozoários e fungos</p><p>(LIMA, 2019). Trabalhadores expostos a esses riscos são os profissionais</p><p>que trabalham em laboratórios de análises microbiológicas na indústria</p><p>ou em análises clínicas, por exemplo.</p><p>Aqui vale destacar, enquanto risco ocupacional voltado ao risco</p><p>biológico, a contaminação pelo vírus do Covid-19 em profissionais da</p><p>área da saúde. Como fatores de rico podemos citar: a não utilização de</p><p>EPI, seja por descuido ou até mesmo escassez em alguns momentos</p><p>do período pandêmico; a inadequada higiene das mãos; o contato</p><p>constante com os pacientes; e a própria permanência por longo tempo</p><p>no ambiente com risco biológico aumentado (SANT’ANA et al., 2020).</p><p>3.3 Risco mecânico ou de acidentes</p><p>Têm origem em condições físicas e tecnológicas inadequadas que</p><p>podem levar a ferimentos de maior ou menor gravidade. Altura, choque</p><p>elétrico</p><p>e trabalho com máquinas estão entre os riscos de acidentes</p><p>que requerem mais atenção, pois podem representar ameaça à vida do</p><p>trabalhador (FERREIRA et al., 2018).</p><p>Os acidentes no trabalho tem sido algo bem recorrente por conta de falta</p><p>de treinamento, desvio de função, manutenção de máquinas, falhas de</p><p>layout ou até mesmo falta de equipamentos de proteção. Alguns desses</p><p>trabalhadores acabam não voltando a suas posições por conta de algum</p><p>dano físico irreversível. Existem vários tipos de riscos e acidentes que</p><p>podem ocorrer em frigoríficos, por conta de ser um trabalho arriscado</p><p>pela necessidade de manuseio de utensílios cortantes e movimentos</p><p>repetitivos. (JANUÁRIO; RODOLPHO, 2021, p. 2)</p><p>3.4 Riscos ergonômicos</p><p>Podem ser descritos como os riscos que surgem da relação entre o</p><p>homem e seu trabalho. Quando não são adotadas medidas de proteção</p><p>35</p><p>à saúde física e mental, podem surgir agravos como fadiga, gastrite,</p><p>ansiedade e lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares</p><p>relacionados aos trabalhadores de máquinas de costura, por exemplo.</p><p>São desencadeados por fatores como postura inadequada, sobrecarga</p><p>de atividades e excesso de força para desempenhar as tarefas descritas</p><p>na NR-17 (SILVA et al., 2021). Percebe-se uma maior prevalência de</p><p>riscos ergonômicos advindos do ambiente de trabalho e que estão</p><p>diretamente relacionadas às condições do próprio local de labor e à</p><p>escassez de recursos materiais e humanos (FERREIRA et al., 2018).</p><p>A partir do apresentado, fica perceptível como os trabalhadores estão</p><p>sujeitos à exposição a aspectos materiais, físicos, químicos, biológicos,</p><p>culturais e organizacionais nos processos de trabalho.</p><p>4. NRs do trabalho</p><p>Para garantir ao trabalhador condições mínimas de trabalho, e</p><p>em consonância com o estudado até aqui, enquanto exposição do</p><p>trabalhador a riscos ocupacionais com segurança e qualidade de vida,</p><p>as NRs foram instituídas no contexto laboral direcionadas aos deveres,</p><p>aos direitos e às obrigações por parte dos empregadores e empregados</p><p>(LIMA, 2019). De acordo com o Ministério do Trabalho e Previdência,</p><p>das 37 NRs já publicadas, apenas 35 estão de fato vigentes, em virtude</p><p>da revogação da NR-27 em 1990 e da NR-2 em 2019. Cada uma das NRs</p><p>trata de um tema distinto e atende a um segmento específico. Entre as</p><p>normas mais divulgadas estão a NR-7 e a NR-9, que serão apresentadas</p><p>a seguir.</p><p>Com a atualização em vigor desde janeiro de 2022, além de trazer as</p><p>disposições gerais, a NR-1 passou a cuidar também do Programa de</p><p>Gerenciamento de Riscos, entre os quais estão os riscos ocupacionais</p><p>36</p><p>(PGRO), envolvendo também o PCMSO da NR-7 e a NR- 9 (BRASIL,</p><p>2022a).</p><p>A NR-4, que teve sua atualização em 3 de agosto de 2022 pela</p><p>Portaria n. 2.318, tem como intuito a normatização e a organização</p><p>dos aparatos mínimos para o Serviço Especializado em Segurança e</p><p>Medicina do trabalho (SESMT). Nesse serviço, devem ser contemplados</p><p>os profissionais médicos do trabalho, engenheiros de segurança do</p><p>trabalho, técnicos de segurança do trabalho, enfermeiro do trabalho e</p><p>auxiliar/técnico em enfermagem do trabalho (BRASIL, 2022a).</p><p>A NR-5 também foi atualizada em 2022 e trata da Comissão Interna</p><p>de Prevenção de acidentes (CIPA), que é direcionada à capacitação</p><p>e ao treinamento em segurança do trabalho, harmonizando termos</p><p>técnicos e estabelecendo novos requisitos. Cabe aos integrantes da CIPA</p><p>construir um processo de trabalho com foco em ações de prevenção e</p><p>correção, direcionados à segurança e à qualidade de vida do trabalhador</p><p>e do ecossistema, reduzindo riscos ocupacionais e do ambiente (BRASIL,</p><p>2022a).</p><p>A NR-7 é a normativa para a atuação no Programa de Controle Médico</p><p>de Saúde Ocupacional (PCMSO) e tem o intuito de promoção, proteção</p><p>e prevenção da saúde do trabalhador diante dos riscos ocupacionais</p><p>conforme o Programa de Gerenciamento de Risco (PGR) previsto na</p><p>NR-1 (BRASIL, 2022a).</p><p>A NR-9 estabelece os requisitos para a avaliação e o controle das</p><p>exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos,</p><p>evidenciados também conforme o PGR estabelecido pela NR-1 (BRASIL,</p><p>2022a).</p><p>A NR-15 trata das atividades e operações insalubres. Quando contatadas</p><p>no ambiente de trabalho por meio de laudo de inspeção, o trabalhador</p><p>tem direito à adicional, incidente sobre o salário mínimo, sendo 40%</p><p>37</p><p>para insalubridade de grau máximo, 20% para insalubridade de grau</p><p>médio e 10% para insalubridade de grau mínimo (BRASIL, 2022a).</p><p>A NR-16 trata das atividades e operações perigosas e instituí como</p><p>atividades com risco de periculosidade:</p><p>O exercício de trabalho em condições de periculosidade assegura ao</p><p>trabalhador a percepção de adicional de 30% (trinta por cento), incidente</p><p>sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou</p><p>participação nos lucros da empresa. É responsabilidade do empregador a</p><p>caracterização ou a descaracterização da periculosidade, mediante laudo</p><p>técnico elaborado por Médico do Trabalho ou Engenheiro de Segurança do</p><p>Trabalho, nos termos do artigo 195 da CLT (BRASIL, 2022b, p. 1).</p><p>A NR-17, por sua vez, trata da ergonomia e tem como objetivo:</p><p>Estabelecer parâmetros que permitam a cursar das condições de</p><p>trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a</p><p>proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.</p><p>As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento,</p><p>transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e</p><p>às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do</p><p>trabalho (BRASIL, 2022c).</p><p>Conforme a NR-17, os riscos ocupacionais a que estão expostos</p><p>os trabalhadores estão intimamente ligados à própria condição da</p><p>ergonomia na execução do trabalho, seja ao elevar um equipamento,</p><p>pela sobrecarga de peso ou pela própria ambiência do local (BRASIL,</p><p>2022c).</p><p>5. Conclusão</p><p>O trabalho é um afazer social e desempenha um papel essencial nas</p><p>condições de vida do homem. No entanto, dependendo da forma como</p><p>38</p><p>é realizado, pode expor o trabalhador aos riscos presentes no ambiente,</p><p>o que afeta sua condição de saúde e ocasiona múltiplos agravos. Dessa</p><p>forma, é necessário reconhecer os possíveis geradores de riscos;</p><p>fazer uso rotineiro de proteção individual; e qualificar a equipe no</p><p>desenvolvimento diário de seu aprimoramento técnico e científico com</p><p>o intuito de prevenir e minimizar acidentes relacionados ao trabalho</p><p>com a perspectiva de resguardar a integridade física e psíquica do</p><p>trabalhador.</p><p>Referências</p><p>BRASIL. Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições de</p><p>promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento</p><p>dos serviços correspondentes e dá outras providências. Brasília: Presidência da</p><p>República, 1990.</p><p>BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. Normas Regulamentadoras – NR.</p><p>Gov.br, 2022a. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/</p><p>composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-</p><p>saude-no-trabalho/ctpp-nrs/normas-regulamentadoras-nrs. Acesso em: 1 nov. 2022.</p><p>BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. NR 16 – Atividades e operações</p><p>perigosas. Brasília: MTB, 2022b.</p><p>BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. NR 17 – Ergonomia. Brasília: MTB,</p><p>2022c.</p><p>BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. Portaria n. 3.214, de 8 de junho de</p><p>1978. Aprova as Normas Regulamentadoras – NR. Brasília: MTB, 1978.</p><p>FERREIRA, A. P. et al. Revisão da literatura sobre os riscos do ambiente de trabalho</p><p>quanto às condições laborais e o impacto na saúde do trabalhador. Revista</p><p>Brasileira de Medicina do Trabalho, Rio de Janeiro, v. 16, n. 3, p. 360-370, 2018.</p><p>JANUÁRIO, P. L.; RODOLPHO, D. Riscos e acidentes de trabalho em frigoríficos no</p><p>brasil. Revista Interface Tecnológica, [s.l.], v. 18, n. 2, p. 690-700, 2021.</p><p>LIMA, T. A. P. P. Segurança e saúde no trabalho em uma indústria de alimentos</p><p>e suas obras estruturantes: um estudo de caso. Trabalho de Conclusão de Curso</p><p>(Bacharel em Engenharia Civil) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte,</p><p>Natal, 2019.</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/normas-regulamentadoras-nrs</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/normas-regulamentadoras-nrs</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/normas-regulamentadoras-nrs</p><p>39</p><p>MAAS, L.; GRILLO, L.; SANDRI, J. V. A. A saúde e a segurança do trabalhador</p><p>sob competência de normas regulamentadoras frágeis. Revista Brasileira de</p><p>Tecnologias Sociais, [s.l.], v. 5, n. 1, p. 22-32, 2018.</p><p>SANT’ANA, G. et al. Infecção e óbitos de profissionais da saúde por COVID-19:</p><p>revisão sistemática. Acta Paul. Enferm., [s.l.], v. 33, 2020.</p><p>SILVA, B. F. et al. Associação dos distúrbios osteomusculares na qualidade do sono</p><p>dos operadores de máquina de costura. Brazilian Journal of Health Review, [s.l.],</p><p>v. 4, n. 2, p. 5879-5894, 2021.</p><p>SOUSA, É. O. et al. Riscos da exposição ao benzeno para a saúde do trabalhador:</p><p>um olhar para o cumprimento da legislação nos postos de combustível. Diálogos &</p><p>Ciência, [s.l.], v. 2, n. 1. p. 60-70, 2022.</p><p>40</p><p>Programas de promoção à saúde</p><p>ocupacional</p><p>Autoria: Natalia Violim Fabri</p><p>Leitura crítica: Giselle Mari Speck</p><p>Objetivos</p><p>• Entender o conceito de risco ocupacional.</p><p>• Conhecer os riscos relacionados ao ambiente de</p><p>trabalho.</p><p>• Compreender a importância dos programas de</p><p>proteção à saúde do trabalhador.</p><p>41</p><p>1. Introdução</p><p>A construção de ambientes e processos de trabalho relacionados</p><p>à introdução da tecnologia e a troca do fator humano por recursos</p><p>tecnológicos cada vez mais sofisticados fizeram crescer sobremaneira</p><p>as doenças ocupacionais, advindas da atividade laboral (OLIVEIRA,</p><p>2020). Dessa forma, é necessário reconhecer os possíveis geradores de</p><p>riscos; fazer uso rotineiro de proteção individual; e qualificar a equipe no</p><p>desenvolvimento diário de seu aprimoramento técnico e científico com</p><p>o intuito de prevenir e minimizar acidentes relacionados ao trabalho</p><p>com a perspectiva de resguardar a integridade física e psíquica do</p><p>trabalhador.</p><p>2. Risco Ocupacional</p><p>A saúde do trabalhador é uma área da saúde pública que compreende</p><p>as interações entre o trabalho e o processo de saúde e doença,</p><p>determinadas como um conjunto de atividades que se destinam à</p><p>promoção, à proteção, à recuperação e à reabilitação da saúde dos</p><p>trabalhadores. Essas ações foram instituídas devido aos inúmeros riscos</p><p>e agravos advindos das condições de trabalho (ALVES et al., 2021).</p><p>Na atualidade, entende-se a saúde como bem-estar físico, mental e</p><p>social que sofre influência a todo momento do meio ambiente, seja</p><p>interno ou externo, interferindo no processo saúde e adoecimento. O</p><p>homem, enquanto ser sociável e relacional, está exposto a dimensões</p><p>sociais, econômicos, culturais, religiosas e emocionais e, enquanto</p><p>trabalhador, precisa ter seus direitos respeitados e garantidos, conforme</p><p>trazido por Chirmici e Oliveira (2016, p. 3):</p><p>Com as primeiras ações de regulação jurídica dos direitos trabalhistas,</p><p>surge o Direito do trabalho, que se destina a proteger os trabalhadores</p><p>42</p><p>do esgotamento, estabelecendo limites para as horas laborais e garantias</p><p>mínimas contra demissões por meras razões econômicas ou decorrentes</p><p>do âmbito patrona.</p><p>Entende-se que os riscos ocupacionais são situações que prejudicam a</p><p>saúde do trabalhador no desenvolvimento de suas atividades laborais,</p><p>inerentes ao processo de trabalho. Eles são divididos em cinco tipos</p><p>ou categorias, definidos conforme os agentes causadores, as fontes</p><p>geradoras e/ou os meios de propagação. Para fins de saúde ocupacional,</p><p>o enquadramento mais popular foi inspirado na legislação trabalhista,</p><p>especificamente na NR-1, que cita cinco tipos de riscos ocupacionais</p><p>(ALVES et al., 2021), conforme mostrado na Figura 1.</p><p>Figura 1 – Riscos ocupacionais</p><p>Fonte: elaborada pela autora.</p><p>Os riscos ocupacionais são situações que prejudicam a saúde do</p><p>trabalhador no desenvolvimento de suas atividades laborais, inerentes</p><p>ao processo de trabalho, e impactam diretamente as condições de vida</p><p>do trabalhador (FERREIRA et al., 2018).</p><p>Segundo Oliveira (2020, p.18), os acidentes de trabalho representam</p><p>um elevado custo para as empresas, mas também para o Estado,</p><p>43</p><p>especialmente no que tange ao déficit previdenciário. Por isso, o</p><p>Governo Federal tomou algumas medidas para transferir uma parte da</p><p>responsabilidade para os empregadores, de modo que eles absorvam</p><p>de forma direta parte dos custos correspondentes.</p><p>Diante do exposto e de acordo com as normativas legais, o acidente de</p><p>trabalho:</p><p>• É definido em virtude da atividade laboral.</p><p>• Acomete parcial ou definitivamente a integridade corporal e/ou</p><p>funcional do trabalhador.</p><p>• Apresenta relação entre a causa do acidente e a atividade laboral</p><p>executada.</p><p>Nesse sentido, Oliveira (2020, p. 20) apresenta uma diferença entre</p><p>doença profissional e doença do trabalho:</p><p>Doença profissional é a característica de determinada profissão, cujo</p><p>nexo de causalidade tem fundamento epidemiológico. Ou seja, estudos</p><p>epidemiológicos apontam que o trabalhador que exerça determinada</p><p>profissão tem maior probabilidade de adquirir determinada doença. Já</p><p>a doença do trabalho é aquela que, não tendo fundamento em nexo</p><p>epidemiológico com a profissão, ocorre por ter relação com o tipo ou</p><p>condição de trabalho.</p><p>Percebe-se que o conceito de epidemiologia citado se estrutura no</p><p>conceito de risco, descrevendo, investigando e avaliando o risco, ou,</p><p>melhor, a probabilidade de risco de o indivíduo e/ou o coletivo adquirir</p><p>determinada doença em um período.</p><p>O processo de saúde e doença remete aos fatores e condicionantes</p><p>determinantes a que estão expostos os indivíduos e o coletivo. Estes</p><p>sofrem interferências de diversas dimensões, sejam históricas, culturais,</p><p>políticas, sociais, biológicas e até mesmo emocionais, o que leva a</p><p>44</p><p>perceber que todo o processo de trabalho e todas as atividades voltadas</p><p>ao atendimento à saúde precisam ser orquestrados de forma a atender</p><p>à demanda do cidadão no ambiente em que está inserido.</p><p>3. Saúde Ocupacional</p><p>O Programa de Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (PGRO) foi</p><p>instituído pela NR-1, que traz o processo de trabalho enquanto um ciclo</p><p>que se inicia no planejamento, no fazer, no checar e no agir, similar</p><p>ao proposto pelo ciclo PDCA, que tem como intuito qualificar todas as</p><p>etapas do processo de trabalho que precisam seguir a ordem proposta.</p><p>O PGRO também está relacionado às normas internacionais por meio do</p><p>Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional (ISO 45001).</p><p>O uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) é importante, a fim</p><p>de evitar consequências negativas à integridade física do trabalhador,</p><p>além de oferecer maior proteção durante a manipulação dos</p><p>instrumentais de trabalho e contribuir para a prevenção de acidentes.</p><p>Os ambientes de trabalho expõem os trabalhadores a riscos e perigos,</p><p>os quais podem ser minimizados ou eliminados com a utilização de</p><p>EPI. As precauções padrões são mais viáveis para diminuir ou prevenir</p><p>a incidência dos riscos ocupacionais em qualquer ramo de atividade,</p><p>incluindo atividades da saúde, da indústria, agrícolas, da construção civil</p><p>etc. Tomando como exemplo os trabalhadores da área da saúde, além</p><p>do manejo cuidadoso de objetos perfurocortantes, por meio de ações</p><p>na manipulação e no descarte adequado dos materiais em recipientes</p><p>apropriados, recomenda-se também o uso de EPIs como luvas,</p><p>máscaras, protetores de olhos, nariz e boca, e jaleco/avental, quando em</p><p>contato direto com sangue ou fluidos corporais (ALVES et al., 2021).</p><p>De modo geral, a baixa adesão ao uso dos EPIs e/ou o seu manuseio</p><p>incorreto são frequentes entre os trabalhadores de todas</p><p>as áreas,</p><p>45</p><p>decorrente de fatores como desconforto, incômodo, descuido,</p><p>esquecimento, falta de hábito, inadequação dos equipamentos,</p><p>quantidade insuficiente e descrença quanto à sua eficiência. Muitas</p><p>empresas apenas oferecem o EPI sem, no entanto, realizar um</p><p>treinamento quanto ao uso correto. Os trabalhadores devem ser</p><p>informados sobre a importância do uso, entender como identificar</p><p>avarias, verificar se o equipamento tem o CA (Certificado de Aprovação),</p><p>entre outros fatores.</p><p>Diante disso, tem-se um crescente de exposição dos trabalhadores aos</p><p>riscos ocupacionais, como citado por Mota e Martins (2018). Os autores</p><p>relatam que o número de doenças ocupacionais vem aumentando,</p><p>entre elas as lesões de coluna, LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e</p><p>perdas auditivas induzidas por ruído (PAIR). Nesse sentido, as empresas</p><p>devem voltar suas atenções para o capital humano, cuidando da higiene</p><p>e da saúde dos trabalhadores e buscando identificar e solucionar as</p><p>questões relativas à saúde ocupacional. Entre outras coisas, a gestão</p><p>deve estar atenta ao comportamento e às (inter)relações das equipes de</p><p>trabalho. Diante disso, os programas direcionados à saúde ocupacional,</p><p>relacionados na Figura 2, passam a ser obrigatórios nos locais de</p><p>trabalho, tendo em vista que o cuidado com a saúde do trabalhador</p><p>garante dignidade e segurança na execução da atividade laboral diária.</p><p>46</p><p>Figura 2 – Programas obrigatórios por lei</p><p>Fonte: elaborada pela autora.</p><p>No início de 2022, entraram em vigor as atualizações da NR-1 e da NR-</p><p>9, e o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) substituiu o antigo</p><p>PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais). O PGR deve ser</p><p>elaborado para reconhecer, avaliar e controlar os riscos ambientais</p><p>e serve de base para que o médico coordenador do programa defina</p><p>os exames médicos específicos que deverão ser realizados e sua</p><p>periodicidade. Também serve para avaliar a necessidade da elaboração</p><p>de programas como o PCA (Programa de Conservação Auditiva) e o</p><p>PPR (Programa de Proteção Respiratória), que deverão ser elaborados</p><p>somente se existir o risco de ruído e/ou químico.</p><p>Na atualização, a NR-1 passou a tratar do Gerenciamento de Risco</p><p>Ocupacional, conhecido como Programa de Gerenciamento de Risco</p><p>Ocupacional (PGRO). Na mesma época, a NR-9 deixou de ser sinônimo</p><p>de PPRA e agora engloba apenas a avaliação e o controle das exposições</p><p>ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos. Enquanto isso,</p><p>o PGRO passou a incorporar os dados e as medidas preventivas do</p><p>PPRA em seu próprio programa, além de englobar ainda outros riscos</p><p>ocupacionais, além dos ambientais.</p><p>47</p><p>Segundo Aquino (2018), os objetivos da Saúde Ocupacional são:</p><p>• Promover e manter em seu mais alto grau o bem-estar físico,</p><p>mental e social dos trabalhadores de todas as profissões.</p><p>• Evitar a deterioração da saúde provocada pelas condições do</p><p>trabalho.</p><p>• Proteger os trabalhadores em suas atividades quando expostos a</p><p>riscos de agentes nocivos.</p><p>• Manter os trabalhadores de forma adequada em suas aptidões</p><p>fisiológicas e psicológicas, isto é, adaptar o trabalho ao homem.</p><p>A saúde ocupacional está relacionada à medicina preventiva, para</p><p>que as empresas façam cumprir as obrigações legais e ofereçam um</p><p>ambiente mais saudável para o trabalhador, a fim de garantir segurança</p><p>e satisfação para seu crescimento como um todo. O cumprimento</p><p>da legislação é de extrema importância para a prevenção de riscos</p><p>e doenças ocupacionais, além de reduzir ou evitar agravamento em</p><p>colaboradores que já apresentam algum tipo de doença ocupacional</p><p>(MOTA; MARTINS, 2018). Desse modo, são realizados exames médicos</p><p>obrigatórios nas situações elencadas na Figura 3.</p><p>48</p><p>Figura 3 – Exames médicos obrigatórios</p><p>Fonte: elaborada pela autora.</p><p>O Programa de Controle Médio de Saúde Ocupacional (PCMSO) está</p><p>descrito na NR-7 e tem por objetivo a promoção e a preservação da</p><p>saúde dos trabalhadores. Deve ser articulado com as demais NRs e</p><p>complementar o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) (AQUINO,</p><p>2018).</p><p>4. Absenteísmo no trabalho</p><p>Em termos do marco político normativo do Estado, a Saúde do</p><p>Trabalhador é situada na perspectiva da saúde como direito universal,</p><p>conforme definido pela Constituição Federal de 1988 e na Lei n.</p><p>8.080/1990 (BRASIL, 1990). De acordo com Quick e Lapertosa (1982 apud</p><p>SANTI; BARBIERI; CHEADE, 2018), a palavra absenteísmo foi inserida no</p><p>ambiente de trabalho na Inglaterra no contexto da Revolução Industrial.</p><p>O absenteísmo pode ser definido como as ausências, as faltas, ou os</p><p>atrasos ao trabalho, e os motivos são listados a seguir:</p><p>49</p><p>• Absenteísmo voluntário: por motivos particulares, injustificado</p><p>pelo adoecimento.</p><p>• Absenteísmo por doença: composto pelas doenças, com exceção</p><p>às do processo laboral.</p><p>• Absenteísmo por doença profissional: acidentes de trabalho e</p><p>doenças ocupacionais.</p><p>• Absenteísmo legal: ausências com respaldo da lei, como licença</p><p>maternidade/paternidade, gala, nojo e outras.</p><p>• Absenteísmo compulsório: ausência ao ambiente de trabalho em</p><p>virtude de prisão ou condições que impossibilitem o acesso ao</p><p>trabalho, inclusive suspensão imposta pela empresa.</p><p>Em virtude disso, Mota e Martins (2018) apontam que a preocupação</p><p>com o absenteísmo é cada vez maior, pois os custos diretos e indiretos</p><p>recaem para a empresa, de modo que as ações para reduzir esses</p><p>índices tem se tornado prioridade em diversas organizações. As</p><p>consequências do absenteísmo não recaem apenas sobre o trabalhador</p><p>ou sobre o empregador, mas geram sobrecarga aos profissionais não</p><p>faltosos, fato que compromete a qualidade do serviço como um todo.</p><p>Com o objetivo de reduzir o absenteísmo, muitas empresas trabalham</p><p>com programas de incentivo, com campanhas e treinamentos de</p><p>conscientização, e propõem melhoria nas condições de trabalho. Em</p><p>algumas empresas, há premiações ou aplicação de medidas disciplinares</p><p>com vistas a aumentar o engajamento dos colaboradores. As pesquisas</p><p>de clima organizacional e canal para feedbacks são importantes para</p><p>que o trabalhador possa se sentir envolvido com as ações de melhoria</p><p>do ambiente de trabalho.</p><p>Por meio do trabalho integrado dos departamentos de Recursos</p><p>Humanos (RH), Medicina e Segurança do trabalho, é possível detectar</p><p>as interferências na qualidade das relações e do ambiente de trabalho</p><p>50</p><p>e assim solucioná-las com uma boa gestão de pessoas para que as</p><p>mudanças positivas aconteçam, visto que o absenteísmo não prejudica</p><p>somente a empresa, mas também o trabalhador envolvido (MOTA;</p><p>MARTINS, 2018). Preocupar-se com a saúde do trabalhador é criar um</p><p>ambiente seguro e saudável, que traga bem-estar físico e mental para o</p><p>trabalhador se sentir disposto a executar as atividades com eficiência e</p><p>eficácia.</p><p>Prevenir que o trabalhador seja acometido por doenças ocupacionais é</p><p>manter um ambiente de trabalho saudável e produtivo. Implantar um</p><p>programa de higiene, saúde e segurança para melhorar as condições de</p><p>trabalho trará confiabilidade e satisfação para os empregados.</p><p>Referências</p><p>ALVES, N. S. et al. Riscos Ocupacionais e seus Agravos aos Profissionais</p><p>de Enfermagem: Revisão Integrativa da Literatura. Revista de Casos e</p><p>Consultoria, [s.l.], v. 12, n. 1, 2021.</p><p>AQUINO, A. S. F. Saúde ocupacional. Natal: Instituto Federal de Educação, Ciência e</p><p>Tecnologia, 2018.</p><p>BRASIL. Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições de</p><p>promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento</p><p>dos serviços correspondentes e dá outras providências. Brasília: Presidência da</p><p>República, 1990.</p><p>CHIRMICI, A.; OLIVEIRA, E. A. R. Introdução à segurança e saúde no trabalho. Rio</p><p>de Janeiro: GEN/Guanabara Koogan, 2016.</p><p>FERREIRA, A. P. et al. Revisão da literatura sobre os riscos do ambiente de trabalho</p><p>quanto às condições laborais e o impacto na saúde do trabalhador. Revista</p><p>Brasileira de Medicina do Trabalho, Rio de Janeiro, v. 16, n. 3, p. 360-370, 2018.</p><p>MOTA, R. A.; MARTINS, L. M. Promoção da saúde ocupacional</p><p>para redução dos</p><p>índices de absenteísmo. Ideias e Inovação–Lato Sensu, [s.l.], v. 4, n. 3, p. 23, 2018.</p><p>OLIVEIRA, E. A. R. de. Gestão dos Programas Ocupacionais. São Paulo: Senac,</p><p>2020.</p><p>SANTI, D. B.; BARBIERI A. R.; CHEADE, M. F. M. Absenteísmo-doença no serviço</p><p>público brasileiro: uma revisão integrativa da literatura. Rev. Bras. Med. Trab., [s.l.],</p><p>v. 16, n. 1, p. 71-81, 2018.</p><p>51</p><p>Sumário</p><p>Apresentação da disciplina</p><p>História da higiene e segurança do trabalho</p><p>Objetivos</p><p>1. Introdução</p><p>2. O Trabalho</p><p>3. Higiene e Segurança Ocupacional</p><p>4. Segurança do Trabalho para o Trabalhador</p><p>Referências</p><p>Biossegurança, higiene e segurança do trabalho</p><p>Objetivos</p><p>1. Introdução</p><p>2. Conceito de Higiene, Segurança e Biossegurança</p><p>3. Segurança no Trabalho e as Organizações</p><p>4. Programas de Promoção à Saúde Ocupacional</p><p>Referências</p><p>Riscos ocupacionais e Normas Regulamentadoras do trabalho</p><p>Objetivos</p><p>1. Introdução</p><p>2. Saúde do trabalhador</p><p>3. Riscos ocupacionais</p><p>4. NRs do trabalho</p><p>5. Conclusão</p><p>Referências</p><p>Programas de promoção à saúde ocupacional</p><p>Objetivos</p><p>1. Introdução</p><p>2. Risco Ocupacional</p><p>3. Saúde Ocupacional</p><p>4. Absenteísmo no trabalho</p><p>Referências</p>