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Prévia do material em texto

<p>Engenharia e desenvolvimento</p><p>Prof. Luiz Gil Solon Guimarães</p><p>Descrição Conceito de engenharia e a sua influência na construção e no</p><p>desenvolvimento da civilização ocidental, análise dos seus impactos na</p><p>organização de países e impérios, bem como seu possível papel como</p><p>agente estratégico de desenvolvimento de um país.</p><p>Propósito Identificar a essência da profissão, por meio da sua importância</p><p>histórica e futura, como elemento motivador, para ter, ao longo do curso</p><p>e da carreira, uma postura ativa diante das oportunidades de construção</p><p>das habilidades e competências inerentes ao exercício pleno da</p><p>engenharia.</p><p>Objetivos</p><p>Módulo 1</p><p>Engenharia</p><p>na construção</p><p>da civilização</p><p>ocidental</p><p>Identificar o papel da</p><p>engenharia na construção</p><p>da civilização ocidental.</p><p>Módulo 2</p><p>Processo</p><p>evolutivo da</p><p>industrialização</p><p>Reconhecer o papel da</p><p>engenharia formal no</p><p>processo evolutivo da</p><p>industrialização.</p><p>Módulo 3</p><p>A engenharia</p><p>e o</p><p>desenvolvimento</p><p>Analisar as relações entre</p><p>a engenharia e o</p><p>desenvolvimento.</p><p>Introdução</p><p>Desde o surgimento do homem, a natureza passou a ser manipulada para</p><p>facilitar a sua sobrevivência e o seu desenvolvimento. Entre as inúmeras</p><p>manipulações, destaca-se a científica, em especial a ciência de engenharia,</p><p>que permitiu a ideação e a criação de ferramentas, possibilitando construir</p><p>armas, armaduras, muros, casas, castelos, meios de transporte etc. Diante</p><p>disso, não há como negar que a engenharia está intimamente ligada ao</p><p>desenvolvimento da sociedade em todo o mundo, e é essa relação,</p><p>desenvolvimento e engenharia, que estudaremos neste material.</p><p></p><p>1 - Engenharia na construção da civilização</p><p>ocidental</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car o papel da engenharia na</p><p>construção da civilização ocidental.</p><p>Conceitos de engenharia</p><p>A etimologia (estudo da origem das palavras) nos fornece bases para</p><p>compreender a adoção e a manutenção da palavra engenharia para denominar a</p><p>profissão ao longo de tantos anos.</p><p>Saiba mais</p><p>A palavra latina ingenium, associada a significados como talento e inteligência,</p><p>características inatas, originou a palavra engenhosidade. Dessa forma, entende-</p><p>se que a engenharia seja uma profissão que carrega em si um forte viés de</p><p>criação direcionada para a inovação (engenhosidade).</p><p>Ao se apresentar como engenheiro, o profissional gera uma expectativa de ser</p><p>uma pessoa engenhosa, criativa, com grande capacidade intelectual e prática,</p><p>voltada para a solução de problemas.</p><p>Agora, vamos listar algumas definições conhecidas para a engenharia:</p><p> 1920</p><p>S. E. Lindsay</p><p>Engenharia é a prática da</p><p>aplicação segura e</p><p>econômica das leis</p><p>científicas que governam as</p><p>forças e materiais da</p><p>natureza, por meio da</p><p>organização, do design e da</p><p>construção, para o benefício</p><p>da humanidade.</p><p> 1939</p><p>Vannevar Bush</p><p>Engenharia, em um sentido</p><p>amplo, é a aplicação da</p><p>ciência de maneira</p><p>econômica para as</p><p>necessidades da</p><p>humanidade.</p><p> 1941</p><p>T. J. Hoover e J. C. L.</p><p>Fish</p><p>Engenharia é a aplicação</p><p>profissional e sistemática</p><p>da ciência para a utilização</p><p>eficiente dos recursos</p><p>naturais a fim de produzir</p><p>riqueza.</p><p> 1963</p><p>John C. Calhoun Jr.</p><p>É responsabilidade do</p><p>engenheiro estar atento às</p><p>necessidades sociais e</p><p>decidir como as leis da</p><p>ciência podem ser mais</p><p>bem adaptadas por meio da</p><p>engenharia a fim de cumprir</p><p>essas necessidades.</p><p> 1982</p><p>Comitê de Certi�cação</p><p>de Engenharia e</p><p>Tecnologia dos Estados</p><p>Unidos</p><p>E h i é fi ã</p><p>Saiba mais</p><p>Após tantas definições, convido você a um exercício de reflexão. Construa uma</p><p>versão inicial e pessoal do seu entendimento de engenharia.</p><p>Se, ocasionalmente, você revisitar esse conceito, certamente ele haverá se</p><p>transformado e evoluído. Obter o real entendimento da profissão que escolheu</p><p>seguramente fará de você um profissional melhor.</p><p>Engenhosidade e história</p><p>Como já é possível calcular a dimensão do significado da engenharia, podemos</p><p>pensar na sua participação na história das civilizações. Proponho, como</p><p>exercício inicial, que você pense no seu dia a dia e que elimine, um por um, os</p><p>recursos de que dispomos que sejam relacionados à engenharia.</p><p>Digamos que eliminássemos os celulares e, na sequência, os computadores</p><p>pessoais de nossas vidas. Seria um retrocesso de 40 anos. Agora, imagine o fim</p><p>da aviação e dos automóveis; da tecnologia associada à saúde e da energia</p><p>elétrica. Nesse sentido, já teríamos retrocedido mais de um século, e se</p><p>pensarmos nas grandes edificações e no saneamento, rapidamente</p><p>chegaríamos à Idade Média.</p><p>Saiba mais</p><p>Engenharia é a profissão na</p><p>qual o conhecimento das</p><p>ciências matemáticas e</p><p>naturais, obtido mediante o</p><p>estudo, a experiência e a</p><p>prática, é aplicado com</p><p>julgamento no</p><p>desenvolvimento de novos</p><p>meios de utilizar,</p><p>economicamente, os</p><p>materiais e as forças da</p><p>natureza para o benefício da</p><p>humanidade.</p><p>Formalmente focada em ensinos técnicos, a primeira escola de engenharia</p><p>surgiu na França, em 1747, com o nome de École des Ponts et Chaussées. Em</p><p>1774, foi fundada a École Polytechnique com forte fundamentação teórica e, em</p><p>sequência, escolas de engenharia foram surgindo em vários países. Não é</p><p>coincidência a Revolução Industrial ter se desenvolvido a partir de 1760, ao</p><p>longo de aproximadamente 80 anos.</p><p>Vamos finalmente iniciar nosso passeio pela história, destacando e analisando</p><p>fatos relevantes da civilização ocidental e suas relações com a engenharia, ou</p><p>com a engenhosidade, em uma linha do tempo de início indefinido até a</p><p>formalização universitária da profissão. É muito difícil dissociar a história da</p><p>humanidade da engenharia, visto que o ser humano busca soluções engenhosas</p><p>para resolver seus problemas desde sempre.</p><p>Engenharia no Egito</p><p>Considera-se que o primeiro engenheiro foi Imhotep, responsável por projetar e</p><p>construir a primeira pirâmide do Egito, em degraus, para abrigar o túmulo do</p><p>Faraó Djoser (2630–2611 AEC). No entanto, o uso da denominação engenheiro</p><p>começou a ser utilizada somente no século XI para definir alguém que atuava</p><p>com criatividade para resolver problemas práticos com invenções engenhosas.</p><p>AEC</p><p>A sigla "AEC" significa Antes da Era Cristã.</p><p>Sakkara.</p><p>A engenhosidade foi responsável por produzir diversos artefatos que</p><p>modificaram substancialmente a nossa história, bem como objetos cortantes de</p><p>pedra lascada que permitiram a caça e a introdução da proteína como</p><p>alimentação, além do uso da pele como proteção.</p><p>Faca com lâmina de sílex.</p><p>A relevância do arado</p><p>O arado é um dos artefatos mais revolucionários da história da humanidade, pois</p><p>permitiu que os grupos humanos deixassem de ser nômades e se fixassem à</p><p>terra, o que impactou de forma relevante a produtividade agrícola. Os excedentes</p><p>de produção e a capacidade de armazenar alimentos provocaram o surgimento</p><p>das comunidades, das primeiras vilas e das cidades, bem como de trabalhos</p><p>especializados, por exemplo, construtores, artesãos, médicos e comerciantes</p><p>Arado com tração animal no antigo Egito.</p><p> Surgimento do arado</p><p>Acredita-se que o arado tenha surgido ao sul da</p><p>Mesopotâmia, em torno de 4500 AEC+, a partir da iniciativa</p><p>de um homem arrastar uma vara pelo chão para abrir um</p><p>sulco no solo, de modo a facilitar o depósito das sementes.</p><p>O aperfeiçoamento do artefato, de forma a permitir a</p><p>adoção da tração animal, trouxe evolução ao possibilitar um</p><p>salto de produtividade, visto que os bois conseguiam</p><p>trabalhar todos os dias sem se cansarem, ao contrário do</p><p>homem.</p><p> Utilização de animais</p><p>A tili ã d i i t bé i bili áti d</p><p>A utilização de animais também viabilizou a prática do</p><p>arado em solos não arenosos e que exigiam um esforço</p><p>maior. Os chineses desenvolveram soluções típicas de</p><p>engenharia para aperfeiçoar o arado ao substituírem a</p><p>madeira por ponteiras de rocha pontiagudas que, além de</p><p>facilitar o trabalho em qualquer tipo de solo, possibilitavam</p><p>a abertura de sulcos mais profundos, mesmo em solos não</p><p>arenosos.</p><p> Criação da aiveca</p><p>A capacidade de abertura de sulcos mais profundos</p><p>deflagrou um novo problema, porque após</p><p>tecnológica para nos tornarmos mais competitivos no mundo</p><p>globalizado. Assinale a opção que indica a área em que há menos</p><p>necessidade de investimento.</p><p>Parabéns! A alternativa A está correta.</p><p>Como foi visto, a engenharia é a solucionadora de problemas, de forma que</p><p>cada obstáculo pode ser visto como uma oportunidade de inovação. Se o</p><p>engenheiro possuir o olhar crítico para os problemas da sua região,</p><p>A Oportunidades para inovação (temas)</p><p>B Cultura empreendedora</p><p>C Educação</p><p>D Legislação</p><p>E Infraestrutura</p><p>oportunidades não faltarão. A universidade deve ser o elo entre as novas</p><p>tecnologias e os problemas da sociedade.</p><p>Todas as outras alternativas exigem investimentos e tempo de retorno, pois:</p><p>- Mudar a cultura empreendedora pode custar mais de uma geração.</p><p>- Melhorar a educação exige mais tempo ainda.</p><p>- Mudar a legislação tributária e com possibilidades de incentivo a novas</p><p>empresas também exige tempo e recursos.</p><p>- A melhoria da infraestrutura requer investimentos por parte dos governos</p><p>em âmbitos federal, estadual e municipal.</p><p>Considerações �nais</p><p>Neste material, vimos o papel da engenharia na construção da civilização</p><p>ocidental até o processo evolutivo da industrialização atual e sua importância</p><p>como agente estratégico de desenvolvimento de um país. Assim, podemos</p><p>concluir que a engenharia e o desenvolvimento são indissociáveis e que os</p><p>desafios são infinitos.</p><p>Que isso sirva como elemento motivador e de orgulho para que, ao longo de toda</p><p>a formação e atuação profissional, você tenha uma postura ativa diante das</p><p>oportunidades de aprendizagem e de transformação da sociedade!</p><p>Podcast</p><p>Para finalizar, confira agora um apanhado geral do conteúdo abordado.</p><p></p><p>Explore +</p><p>Confira as indicações que separamos especialmente para você!</p><p>Para saber mais sobre os assuntos explorados neste tema, assista:</p><p>Inteligência Artificial – IBM, Discovery Brasil.</p><p>Para saber mais sobre os assuntos explorados neste material, leia:</p><p>História dos engenheiros e da engenharia, parte de A Engenharia e</p><p>os Engenheiros ao Longo da História, de Estéfano Viszconde</p><p>Veraszto e colaboradores (2003).</p><p>Indústria 4.0, publicação da Firjan (2016) dentro da coleção de</p><p>Cadernos Senai de Inovação.</p><p>Indústria 4.0 pede engenheiro empreendedor e comunicativo,</p><p>reportagem publicada no portal do Instituto de Engenharia, São Paulo,</p><p>2018.</p><p>Entenda mais o impacto da inteligência artificial na sociedade lendo o</p><p>artigo Inteligência artificial e sociedade: avanços e riscos, de Jaime Simão</p><p>Sichman, publicado na revista Estudos Avançados, v. 35, n. 101, em 2021.</p><p>Leia também o artigo Inteligência artificial, o futuro da medicina e a</p><p>educação médica, de Luiz Carlos Lobo, publicado na Revista Brasileira de</p><p>Educação Médica, v. 42, n. 3, em 2018.</p><p>Referências</p><p>AGENDA brasileira para a Indústria 4.0. Indústria40, Brasília (s.d.).</p><p>AGOSTINHO, M.; AMORELLI, D.; BARBOSA, S. Introdução à engenharia. Rio de</p><p>Janeiro: Lexikon, 2015.</p><p>Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior. ABMES. Diretrizes</p><p>curriculares nacionais do curso de graduação em engenharia. Brasília, 2019.</p><p>BURNS, E. M. História da civilização ocidental: do homem das cavernas até a</p><p>bomba atômica– O drama da raça humana. Rio de Janeiro: Globo, 1975.</p><p>Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro. FIRJAN. Indústria 4.0. Rio</p><p>de Janeiro: Firjan, 2016. (Cadernos Senai de Inovação).</p><p>HOLTZAPPLE, M. T.; REECE, W. D. Introdução à engenharia. Rio de Janeiro: LTC,</p><p>2006.</p><p>INDÚSTRIA 4.0 pede engenheiro empreendedor e comunicativo. Instituto de</p><p>Engenharia, São Paulo, 5 dez. 2018.</p><p>MOTA, R. et al. Método científico & fronteiras do conhecimento. Santa Maria, RS:</p><p>Cesma, 2003.</p><p>MOTA, R.; MACHADO, L.; DE PAULA, S. M. Bases físicas para engenharia. Rio de</p><p>Janeiro: Seses, 2015.</p><p>SACOMANO, J. B. et al. Indústria 4.0: conceitos e fundamentos. São Paulo:</p><p>Blucher, 2018.</p><p>VOLPATO, N. (org.). Manufatura aditiva: tecnologias e aplicações da impressão</p><p>3D. São Paulo: Blucher, 2018.</p><p>VERASZTO, E. V. et al. A engenharia e os engenheiros ao longo da história. In:</p><p>Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia, 31., Rio de Janeiro. Anais [...]</p><p>Rio de Janeiro: Abenge, 2003.</p><p>ZANINI, A. Sistemas cyber-físicos e cidades inteligentes. New York: Developer</p><p>Works- IBM, 2015.</p><p>Material para download</p><p>Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo</p><p>completo em formato PDF.</p><p>Download material</p><p>O que você achou do conteúdo?</p><p>Relatar problema</p><p>javascript:CriaPDF()</p><p>a passagem do</p><p>arado, parte do solo escavado caía novamente no sulco</p><p>aberto, exigindo a remoção posterior. No entanto, o</p><p>obstáculo foi solucionado pela criação da aiveca, uma placa</p><p>que impedia que o solo arado retornasse à fenda, forçando</p><p>o depósito lateral.</p><p> Arados em ferro</p><p>A última inovação consistia em permitir que o arado</p><p>pudesse ser ajustado para abrir diferentes profundidades de</p><p>sulcos para o uso em diferentes tipos de solo. Apesar disso,</p><p>esses aprimoramentos somente chegaram ao mundo</p><p>ocidental no século XVII e apenas no fim do século XVIII</p><p>foram produzidos arados em ferro, com partes substituíveis,</p><p>permitindo o uso da lâmina adequada para cada tipo de</p><p>solo.</p><p>O surgimento dos metais</p><p>O uso dos metais propiciou o desenvolvimento e o aperfeiçoamento de</p><p>ferramentas e armas. A chamada Idade dos Metais, última etapa do Período</p><p>Neolítico, teve início com o uso do cobre e, em seguida, do estanho. Por volta de</p><p>3000 AEC, a união desses dois metais deu origem ao bronze. O uso do ferro,</p><p>iniciado em torno de 1500 AEC na Ásia Menor, por exigir técnicas de</p><p>manipulação mais sofisticadas, demorou a se difundir.</p><p>O cobre</p><p>O cobre, material dúctil, pode ser trabalhado a frio e a quente, quando são</p><p>necessários fornos para liquefazer o metal e depositá-lo em moldes. O processo</p><p>é relativamente simples, mas exige temperatura elevada conseguida por meio da</p><p>injeção de ar pelo sopro. Como o cobre pode ser refundido, surgiram os lingotes.</p><p>Dúctil</p><p>Capacidade de se deformar sem romper.</p><p>Lingotes</p><p>São massas de metal ou de um material condutor que, após terem sido aquecidas a</p><p>uma temperatura superior ao seu ponto de fusão, são vertidas em um molde,</p><p>assumindo uma forma que torna mais fácil o seu manuseamento, geralmente uma</p><p>barra ou um bloco.</p><p>Metalúrgicos</p><p>egípcios</p><p>Pepita de</p><p>cobre nativo</p><p>Lingote de</p><p>cobre</p><p>O bronze é resultado da adição do estanho ao cobre, em proporções que variam</p><p>de 3% a 25% na liga, resultando em um material com características mecânicas</p><p>mais interessantes do que o cobre em muitas situações, sendo menos maleável</p><p>e mais resistente e com ponto de fusão mais baixo. Os moldes, em geral, eram</p><p>de cerâmica e se perdiam a cada moldagem.</p><p>Espada de dois fios em bronze.</p><p>O ferro</p><p>Os primeiros a dominar a produção do ferro foram os hititas, que monopolizaram</p><p>o processo até serem derrotados pelos assírios, fato que dispersou os ferreiros,</p><p>possibilitando que as técnicas fossem difundidas.</p><p>A fabricação do ferro não é similar ao processo do cobre e do bronze, já que o</p><p>material não se liquefaz. Os fornos devem ter capacidade para altas</p><p>temperaturas, obtidas mediante grandes quantidades de carvão e lenha e</p><p>insuflados por oxigênio continuamente.</p><p>Após um preaquecimento em forno, o material deve receber muitos golpes,</p><p>processo que elimina uma série de impurezas. Em seguida, deve ser aquecido</p><p>em um segundo forno até ficar incandescente para, novamente, receber golpes.</p><p>O processo repetitivo de martelagem a quente e aquecimento leva a uma barra</p><p>forjada bem pura e maleável.</p><p>A têmpera é um processo importante para determinadas</p><p>funções como armas e algumas ferramentas, sendo obtida</p><p>por meio do rápido resfriamento com uso de água, que</p><p>favorecia a absorção do carbono, e algumas modificações na</p><p>estrutura molecular, que provocavam o aumento da</p><p>resistência.</p><p>Como material, o ferro é superior ao bronze em algumas funções, principalmente</p><p>para armas e ferramentas. Apesar do processo de obtenção mais complexo, a</p><p>abundância do material na natureza e o melhor desempenho para as referidas</p><p>funções fizeram do ferro uma importante e relevante inovação da metalurgia.</p><p>Machado de ferro da Idade do Ferro sueca.</p><p>A invenção da roda</p><p>A roda é uma das maiores invenções da história da humanidade, cujo registro</p><p>mais antigo data de 3500 AEC, em uma placa de argila, que mostra a roda sendo</p><p>utilizada para transporte humano. A roda possibilitou o transporte de carga em</p><p>longa distância, abrindo várias possibilidades, inclusive para o comércio.</p><p>Possível esquema de desenvolvimento da roda para deslocar cargas pesadas.</p><p>Grécia Antiga e as primeiras</p><p>cidades</p><p>A capacidade de construir permitiu que surgissem as primeiras cidades mais</p><p>complexas próximas ao rio Nilo, no Egito, e na China, por volta de 2000 AEC. Por</p><p>falar em cidades, vamos dar um salto até a Grécia Antiga e conhecer um pouco</p><p>de suas cidades-estados (poleis).</p><p>Vamos nos concentrar em Atenas, que representou um modelo em pleno século</p><p>IV AEC que, não à toa, transformou-se no berço da democracia, da cidadania e</p><p>da base filosófica de toda a civilização ocidental, incluindo a concepção da</p><p>escola, responsável pela transmissão do conhecimento, na Academia de Platão</p><p>e no Liceu de Aristóteles.</p><p>Saiba mais</p><p>O projeto de Atenas favoreceu fortemente para tamanho sucesso, pois o</p><p>urbanismo foi fundamentado na participação ativa dos cidadãos na vida pública.</p><p>As vias eram distribuídas em uma malha ortogonal, e a organização do espaço</p><p>urbano se baseava em pequenos núcleos com funções específicas. Uma</p><p>elevação natural foi destinada às práticas religiosas (acrópole) com vários</p><p>templos, com destaque para o Partenon.</p><p>Na região onde se localizavam os prédios públicos, havia uma praça (ágora)</p><p>reservada para se desenvolver a vida política. Também havia os ginásios, as</p><p>arenas e os teatros que ofereciam entretenimento e reflexão. Os bairros</p><p>residenciais, dos artesãos e dos comerciantes ficavam mais afastados do</p><p>centro.</p><p>As áreas de cultivo e o porto ficavam</p><p>do lado externo da cidade, que era</p><p>cercada por um grande muro. Aliás, o</p><p>porto de Pireu foi determinante para a</p><p>expansão comercial marítima,</p><p>fundamental para a ampliação dos</p><p>seus domínios e estabelecimento do</p><p>poderio político e econômico.</p><p>Registra-se, aqui, outra grande</p><p>contribuição da engenharia na área de</p><p>transporte marítimo e instalações</p><p>portuárias.</p><p>A preocupação ambiental na Grécia Antiga</p><p>Um aspecto muito interessante ocorrido na Grécia Antiga consistia no registro</p><p>do que talvez tenha sido a primeira preocupação com o impacto ambiental. Com</p><p>a multiplicação das construções e o uso intensivo da madeira, que também era</p><p>utilizada nas embarcações e como carvão vegetal nas fundições de bronze,</p><p>chumbo, cobre, estanho e, principalmente, ferro, as florestas gregas começaram</p><p>a ficar escassas.</p><p>Em determinado momento, Atenas proibiu a exportação de madeira para</p><p>construção e o uso de madeira de oliveira para produzir carvão. Em outros locais,</p><p>a madeira foi taxada, e o Estado passou a controlar a venda de carvão.</p><p>A engenharia reagiu aumentando o uso de alvenaria como alternativa construtiva</p><p>para diminuir o uso da madeira e começou o que podemos chamar de</p><p>construções sustentáveis, já que os projetistas desenvolveram uma técnica em</p><p>que as paredes absorviam o calor do sol e liberavam gradualmente o calor</p><p>durante a noite, diminuindo a necessidade de calefação. O posicionamento da</p><p>edificação em relação ao sol também foi estudado de forma a aproveitar o sol</p><p>do inverno. Assim, segundo Aristóteles, nascia a edificação racional.</p><p>Quais construções mais</p><p>relevantes?</p><p>Confira quais construções contribuíram para o avanço da sociedade, em termos</p><p>de arquitetura e engenharia.</p><p></p><p>Invenções do Império</p><p>Macedônico e Romano</p><p>A sequência histórica nos leva ao</p><p>rápido Império Macedônico, que</p><p>atingiu seu ápice com Alexandre, o</p><p>Grande, tutelado por ninguém menos</p><p>que Aristóteles, e tornando-se um dos</p><p>maiores gênios militares da história.</p><p>Em apenas 13 anos (336–323 AEC),</p><p>Alexandre criou o maior império do</p><p>mundo, à época, dominando toda a</p><p>Pérsia e chegando até o Egito.</p><p>Alexandre foi o principal responsável</p><p>por disseminar a cultura helênica pelo</p><p>mundo, por meio da filosofia, da</p><p>matemática, do teatro e da literatura.</p><p>Aristóteles</p><p>Os principais trabalhos de Aristóteles, conhecidos até hoje, foram desenvolvidos</p><p>durante o período de Alexandre.</p><p>A cidade egípcia de Alexandria tornou-se, à época, o principal centro de ciências</p><p>do mundo com a criação do Museu de Alexandria que, na verdade,</p><p>tratava-se de</p><p>uma instituição com ênfase na investigação da natureza com recursos</p><p>inimagináveis até então, como laboratórios de pesquisa, jardim botânico,</p><p>zoológico, salas de dissecação, observatório astronômico e uma grande</p><p>biblioteca.</p><p>São figuras proeminentes do Museu</p><p>de Alexandria o matemático grego</p><p>Euclides, que fundou o estudo da</p><p>geometria consolidado no famoso</p><p>tratado Os elementos, e Arquimedes,</p><p>que inventou o chamado parafuso de</p><p>Arquimedes e formulou o princípio da</p><p>alavanca e do empuxo, bem como</p><p>projetou várias armas de guerra.</p><p>Império Romano</p><p>Com a morte de Alexandre, o império subdividiu-se e somente em 27 AEC se</p><p>estabeleceu o Império Romano, considerado o maior da história da civilização</p><p>ocidental, conectando a Europa, a Ásia e a África. Tal impédio perdurou até 475</p><p>EC, marcando o fim da Idade Antiga e o início da Idade Média, período este muito</p><p>fértil para a engenharia, com muitas inovações e aperfeiçoamentos.</p><p>Aquedutos</p><p>A seguir, vamos conhecer e entender melhor algumas engenharias</p><p>desenvolvidas pelo Império Romano.</p><p>Antigo</p><p>aqueduto</p><p>romano</p><p>Roma possuía um consumo</p><p>de água per capita similar</p><p>ao atual, sendo alimentada</p><p>por 14 aquedutos a um</p><p>Roda d’água</p><p>Os romanos foram</p><p>precursores na utilização</p><p>da água como fonte de</p><p>energia, que movimentava</p><p>as chamadas rodas d'água,</p><p>principalmente para moer</p><p>Complexo de</p><p>Barbegal</p><p>Em Barbegal, França, os</p><p>romanos construíram, no</p><p>século IV, um inacreditável</p><p>complexo de rodas d´água</p><p>alimentado por um único</p><p>volume diário de 10 mil</p><p>metros cúbicos. Os</p><p>aquedutos podiam medir</p><p>até 100 quilômetros,</p><p>captando a água e</p><p>transportando-a até os</p><p>reservatórios próximos da</p><p>cidade.</p><p>grãos, ideia muito difundida</p><p>pela costa do Mediterrâneo.</p><p>aqueduto de 2 metros de</p><p>largura, com uma</p><p>inclinação de 30°, que</p><p>alimentava um conjunto de</p><p>8 pares de rodas d’água</p><p>para moer.</p><p>O complexo de Barbegal tinha uma capacidade para produzir até 2,8 toneladas</p><p>diárias de farinha que, em grande parte, era embarcada no porto de Arles para</p><p>Roma. A água também era conduzida e armazenada em reservatórios para a</p><p>chamada mineração hidráulica. Os romanos desenvolveram uma técnica</p><p>denominada ruina montium que se mostrou devastadora como o próprio nome</p><p>sugere (destruição da montanha). A ideia baseava-se em utilizar a força</p><p>hidráulica de grandes volumes de água desviada, que forçavam a erosão e o</p><p>carreamento de grandes volumes de sedimentos que eram minuciosamente</p><p>manipulados, para procurar pepitas e resíduos de ouro.</p><p>Os romanos não pouparam esforços para que, ao longo de 2 séculos, cerca de</p><p>60 mil trabalhadores retirassem mais de 1,5 toneladas de ouro das minas de Las</p><p>Médulas, região da Espanha que abrigava fabulosos veios de ouro. Para isso,</p><p>foram utilizados complexos sistemas de aquedutos e canais, incluindo o</p><p>armazenamento em grandes tanques a uma cota de aproximadamente 250</p><p>metros acima do nível das minas, gerando poderosa pressão hidráulica para o</p><p>desmonte das rochas.</p><p>A mina de ouro romana de Las Médulas.</p><p>Com o andamento dos trabalhos, novos túneis eram cavados para direcionar o</p><p>fluxo da água em alta pressão em novas áreas de interesse, e o rastro de</p><p>destruição se formava. Talvez esse processo tenha sido o primeiro grande</p><p>impacto ambiental localizado causado pela ação humana.</p><p>Pontes</p><p>Os romanos construíram muitas pontes entre as maiores já construídas até</p><p>então, sempre utilizando o arco como recurso e, muitas vezes, um núcleo de</p><p>concreto.</p><p>Represas</p><p>Os romanos construíram muitas represas para armazenar água para</p><p>abastecimento e mineração. A represa de Proserpina, na Espanha, já possui 2 mil</p><p>anos e ainda abastece a região para irrigação.</p><p>Estradas</p><p>Pode-se dizer que a rede de estradas romanas foi o maior legado do império,</p><p>visto que, além dos exércitos e mercadorias, também passaram ideias e</p><p>influências culturais, filosóficas e religiosas, incluindo o cristianismo.</p><p>A gigantesca rede atingiu cerca de 80 mil quilômetros no auge do império (117</p><p>EC) e conectou a Europa, o Oriente Médio e o Norte da África, numa área hoje</p><p>ocupada por mais de 30 países. Inicialmente, serviam para o transporte das</p><p>tropas e suprimentos e se tornaram rotas de comércio e de mensagens. Ao</p><p>analisarmos, essa rede explica a gigantesca Igreja Católica Apostólica Romana e</p><p>expressões como “Todos os caminhos levam a Roma” e “Quem tem boca vai a</p><p>Roma”.</p><p>Diversas vias importantes saíam de Roma. A via Ápia, a mais importante, ia até</p><p>Brindisi, cidade portuária com saída para o leste. As vias Salária e Flamínia</p><p>seguiam na direção do Mar Adriático, dando acesso aos Bálcãs e às regiões</p><p>cruzadas pelos rios Reno e Danúbio. A via Aurélia dava acesso à Península</p><p>Ibérica, e a via Ostiense levava até Óstia, porto com acesso mais fácil para</p><p>viagens à África.</p><p>EC</p><p>A sigla "EC" significa Era Cristã.</p><p>Rede de estradas do Império Romano.</p><p>As estradas romanas eram cuidadosamente projetadas e</p><p>construídas para serem duradouras. Seus traçados</p><p>privilegiavam trechos retilíneos e, quando tinham que</p><p>acompanhar os contornos do terreno, procuravam manter a</p><p>horizontalidade.</p><p>O processo construtivo tinha início com a escavação de duas valas paralelas,</p><p>geralmente com distância de 4 metros. Na sequência, a região central era</p><p>escavada até que se encontrasse solo firme, como se fosse uma espécie de</p><p>canal.</p><p>A região escavada era preenchida por camadas de diferentes materiais. A</p><p>primeira era de pedregulhos ou entulho, seguida por pedras pequenas ou</p><p>achatadas, eventualmente ligadas por argamassa. Por fim, uma camada de</p><p>cascalho ou pedra britada.</p><p>A superfície variava entre o cascalho compactado e uma pavimentação com</p><p>grandes placas lisas de pedra, sempre mais altas no centro, com um leve</p><p>caimento lateral para as bordas da via, para que as águas provenientes da chuva</p><p>escorressem lateralmente. Esse processo foi tão bem-sucedido, que algumas</p><p>estradas estão em uso até hoje.</p><p>Já falamos das pontes romanas, mas</p><p>ainda não falamos dos túneis, um</p><p>desafio para os recursos da época.</p><p>Um belo exemplo é o túnel do</p><p>desfiladeiro Furlo, na via Flamínia (78</p><p>EC). Com 5 metros de largura e</p><p>também 5 de altura, o túnel se estende</p><p>por 40 metros escavados em rocha</p><p>maciça. Desse modo, a rede de</p><p>estradas romanas se constitui em um</p><p>dos maiores empreendimentos da</p><p>humanidade.</p><p>Trecho da via Flamínia próximo de Roma.</p><p>Construções</p><p>A arquitetura e as construções romanas formam um capítulo à parte, mas não</p><p>há como não se mencionar o Coliseu e o Pantheon.</p><p>Construído em 8 anos, o Coliseu, com capacidade de até 80 mil pessoas, foi</p><p>concluído em 80 EC. Maior anfiteatro já arquitetado, era utilizado para combates</p><p>de gladiadores e para espetáculos públicos, como encenações, execuções,</p><p>simulações de batalhas famosas e dramas da mitologia clássica. Atualmente, é</p><p>considerado uma das 7 maravilhas do mundo moderno.</p><p>Interior do Coliseu</p><p>Fachada do Coliseu</p><p>O Pantheon é um edifício muito especial, sendo uma das estruturas mais bem</p><p>preservadas da Roma Antiga. De planta circular, possui um grande pórtico na</p><p>entrada, que conduz a um ambiente coberto por uma cúpula de concreto, que</p><p>por sua vez contém uma abertura central e que permite a iluminação natural.</p><p>Trata-se da maior cúpula de concreto não armado da história. O diâmetro, de</p><p>43,3 metros, tem a mesma dimensão da altura da abertura (óculo).</p><p>Cúpula de concreto</p><p>com a abertura central</p><p>Pantheon</p><p></p><p></p><p>Dicionário Enciclopédico Brockhaus e Efron.</p><p>Contribuição dos romanos para a</p><p>engenharia</p><p>Veja como o Império Romano contribuiu para o avanço científico e tecnológico</p><p>da humanidade e conheça seus marcos na engenharia.</p><p></p><p>Engenharia pós-Império</p><p>Romano</p><p>Idade Média</p><p>O fim do Império Romano marcou o começo da Idade Média, período que teve</p><p>início em 476 e foi até 1453, com a conquista de Constantinopla pelos turcos-</p><p>otomanos.</p><p>A ruptura ocorrida na Europa alterou o ritmo do desenvolvimento local, mas a</p><p>preservação do Império Bizantino manteve a efervescência. Enquanto a Europa</p><p>experimentava tempos de estagnação, os árabes desenvolviam</p><p>conhecimento</p><p>até o século XII. Trata-se de um período denominado Alta Idade Média.</p><p>Saiba mais</p><p>No mundo antigo, o grego era o idioma da ciência. Com o crescimento do</p><p>Império Romano, o conhecimento era extraído e traduzido para o latim. No</p><p>entanto, na transição para a Idade Média, o conhecimento grego foi se tornando</p><p>restrito, uma vez que a Igreja Católica passou a reter o conhecimento em um</p><p>período entre os séculos V e XVII, constituindo o que poderia ser chamado de</p><p>monopólio do saber.</p><p>Nos séculos XI e XII, os dois mundos voltaram a interagir por meio dos</p><p>mercadores árabes do Mediterrâneo. Várias inovações foram incorporadas e</p><p>impactaram a produção agrícola e artesanal.</p><p>Técnicas como plantação em curvas de nível, rodízio de culturas, técnicas</p><p>hidráulicas, uso correto do cavalo, moinhos de vento, aperfeiçoamento do tear,</p><p>evolução nas embarcações, uso da bússola, do papel, da pólvora e do canhão,</p><p>bem como o posterior surgimento da imprensa impactaram de forma</p><p>significativa.</p><p>Catedral de Notre-Dame, Paris, 1163 a 1245.</p><p>Tal fato ocasionou um crescimento</p><p>sem precedentes na produção</p><p>agrícola e no intercâmbio de produtos,</p><p>o que alterou as relações sociais e</p><p>econômicas da Europa, que partiram</p><p>da Península Ibérica até o centro da</p><p>Europa. Os entrepostos comerciais se</p><p>fortaleceram e deram origem a uma</p><p>nova classe, os burgueses.</p><p>Surgiram as grandes catedrais e as</p><p>primeiras universidades que</p><p>necessitaram se alimentar dos sábios</p><p>do oriente como primeiros</p><p>professores. Muitos vieram de</p><p>Alexandria, local que preservou os</p><p>conhecimentos da Grécia Antiga.</p><p>O final da Idade Média é um período de profundas contradições. Quando a peste</p><p>negra de 1347 desintegrou cidades política e economicamente, coube à Igreja o</p><p>papel de coordenar os trabalhos de restauração meidante a autoridade do papa.</p><p>A Europa entra em um período de vazio intelectual até ter início a Renascença,</p><p>centrada na Itália, primeira região a se recuperar da peste negra. Conforme sua</p><p>localização estratégica, a Itália tornou-se o centro do tráfego entre Europa e o</p><p>Oriente Médio.</p><p>Nesse período, houve um rápido desenvolvimento de sistemas administrativos,</p><p>práticas bancárias e conhecimentos financeiros em geral. A matemática</p><p>(álgebra, geometria e trigonometria) começou a ser utilizada na construção, na</p><p>navegação, na cartografia e no levantamento topográfico. As artes começaram a</p><p>florescer e as instituições de ensino começaram a conquistar autonomia em</p><p>relação à Igreja.</p><p>Curiosidade</p><p>Outro feito relevante da engenharia se encontra na área naval, pois a evolução</p><p>das embarcações permitiu às grandes navegações a descoberta das Américas e</p><p>a sua incorporação em forma de colônia.</p><p>A ciência também se desenvolve com Copérnico, que conclui que a Terra gira em</p><p>torno do Sol, e com Kepler, ao unir a astronomia e a física, excluindo o divino e</p><p>estabelecendo as leis do movimento planetário. Por sua vez, Galileu deu</p><p>continuidade à obra de Kepler e organizou o ramo da mecânica na física,</p><p>escrevendo a obra O ensaiador, que trata do método científico.</p><p>No ano da morte de Galileu, nasce Isaac Newton que, após se formar, em apenas</p><p>18 meses de reclusão por causa da peste bubônica, elaborou as chamadas leis</p><p>de Newton, as quais deram início à ciência moderna. Assim, a grande revolução</p><p>se deu por meio do desenvolvimento de modelos matemáticos capazes de</p><p>representar o comportamento físico e encontrar valores experimentais.</p><p>Após retornar a Cambridge, publicou suas ideias somente 17 anos depois, em</p><p>1684, no livro denominado Principia, considerada a mais influente obra escrita</p><p>por uma única pessoa em toda a história da humanidade. Foi a consolidação da</p><p>ciência moderna com Newton e do método científico, que deram suporte à ideia</p><p>de que não bastava entender o mundo: era preciso modificá-lo.</p><p>O início da Idade Média</p><p>Confira quando ocorreu o início da Idade Média e como isso impactou o</p><p>desenvolvimento tecnológico da sociedade.</p><p>O método científico estabeleceu as bases da ciência moderna e proporcionou a</p><p>formação científica que dá sustentação à engenharia.</p><p>Vimos que, ao longo de alguns milhares de anos, a engenharia vem se</p><p>desenvolvendo com muita intuição e engenhosidade, mas sem muita</p><p></p><p>organização e método, apesar das fantásticas realizações.</p><p>O que esperar da engenharia sustentada pela ciência</p><p>moderna?</p><p>Vamos entrar na Era da Industrialização, com o primeiro grande salto promovido</p><p>pela Revolução Industrial.</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>A engenhosidade humana, que mais tarde se transformou formalmente na</p><p>engenharia, sempre esteve presente desde a pedra lascada. Em alguns</p><p>momentos da história, essa engenhosidade criou condições para que</p><p>modelos e conceitos fundamentais para a civilização ocidental, como a</p><p>democracia, surgissem e fossem até efetivamente implementados. Qual das</p><p>construções abaixo pode ser associada a esta afirmação?</p><p>A</p><p>A pirâmide de Djoser, no Egito, projetada por Imhotep, tido</p><p>como o primeiro engenheiro.</p><p>B</p><p>A cidade de Roma, centro do Império Romano, responsável</p><p>pelo período mais fértil da engenhosidade humana.</p><p>C</p><p>A cidade de Atenas, com o projeto que associou arquitetura</p><p>funcional e engenharia.</p><p>D</p><p>A cidade de Paris, que reuniu tantas condições relativas à</p><p>engenhosidade que sediou a primeira escola de engenharia.</p><p>Parabéns! A alternativa C está correta.</p><p>O projeto da cidade de Atenas reservava áreas para funções específicas e</p><p>favorecia a participação ativa dos cidadãos na vida pública. Dessa forma, a</p><p>cidade promoveu o desenvolvimento do conhecimento, colaborando para que</p><p>se tornasse a base da civilização ocidental, nos campos da filosofia e da</p><p>cidadania, transformando-a no berço da democracia.</p><p>Questão 2</p><p>A engenhosidade humana sempre se preocupou com a produtividade do</p><p>trabalho, criando inovações que facilitassem a execução das atividades</p><p>mediante ferramentas específicas ou pela criação de máquinas que</p><p>substituíssem os humanos no trabalho. Aponte, entre as inovações listadas, a</p><p>responsável por um impacto ambiental relevante.</p><p>E</p><p>O Pantheon, uma das estruturas mais bem preservadas da</p><p>Roma Antiga.</p><p>A O arado associado à tração animal.</p><p>B A roda d’água associada em série para moer trigo.</p><p>C</p><p>A técnica romana para a construção de sua gigantesca rede</p><p>de estradas.</p><p>D A mineração hidráulica.</p><p>Parabéns! A alternativa D está correta.</p><p>O direcionamento do fluxo da água sob pressão destruía os maciços de terra</p><p>para viabilizar a mineração, e o rastro de destruição se transformou em um</p><p>grande impacto ambiental causado pela ação humana.</p><p>2 - Processo evolutivo da industrialização</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer o papel da engenharia</p><p>formal no processo evolutivo da industrialização.</p><p>Formalização do estudo de</p><p>engenharia</p><p>E A construção de pontes.</p><p>Foi a partir da consolidação da ciência moderna que surgiram as escolas</p><p>formais de engenharia no final do século XVIII e teve início a chamada Revolução</p><p>Industrial, a partir da máquina a vapor de James Watt.</p><p>O Brasil foi pioneiro, uma vez que a primeira escola de engenharia foi fundada na</p><p>França em 1747 e, em 1792, foi fundada no Rio de Janeiro, onde hoje se</p><p>encontra o Museu Histórico Nacional, a Real Academia de Artilharia, Fortificação</p><p>e Desenho, a primeira escola de formação de engenheiros das Américas. A</p><p>primeira escola norte-americana foi a Academia Militar de West Point, em 1802.</p><p>Motor a vapor.</p><p>Após sucessivas transformações na Real Academia, duas escolas surgiram. Em</p><p>1839, surgiu a Escola Militar, que deu origem ao IME, e em 1858, surgiu a Escola</p><p>Central, para formação de engenheiros civis, que deu origem à atual Escola</p><p>Politécnica da UFRJ. Os cursos sempre possuíram base científica na sua</p><p>formação, assim permanecendo até hoje.</p><p>Instituto Militar de Engenharia - IME</p><p>Primeira Revolução Industrial</p><p>Saiba mais, neste vídeo, sobre a Primeira Revolução Industrial.</p><p>Toda essa evolução tecnológica só foi possível porque os processos de</p><p>fabricação evoluíram</p><p>com a criação das chamadas máquinas ferramentas, e</p><p>muitas delas se beneficiaram do acoplamento de uma máquina a vapor.</p><p>Estamos falando de tornos mecânicos, fresadora mecânica, esmeril, plaina</p><p>mecânica, processos de soldagem, furadeira, serra mecânica, laminadores,</p><p>trefiladora e extrusora.</p><p>As ciências econômicas e o sistema</p><p>capitalista nasceram desse ciclo</p><p>produtivo. A base conceitual já havia</p><p>sido descrita por Adam Smith em seu</p><p>célebre livro denominado Uma</p><p>investigação da natureza e as causas</p><p>da riqueza das nações, publicado em</p><p>1776. Essa obra ficou conhecida como</p><p>A riqueza das nações e ressaltava a</p><p>importância do trabalho humano,</p><p>embora defendesse que a divisão</p><p>social do trabalho seria a chave para a</p><p>produtividade e, consequentemente,</p><p>para a geração de riqueza do país.</p><p>Adam Smith.</p><p></p><p>Adam Smith</p><p>Foi o primeiro filósofo moral a reconhecer que as ações de mercado mereciam um</p><p>estudo cuidadoso e em tempo integral numa moderna disciplina das ciências</p><p>sociais. Aos 14 anos, Smith foi para a Universidade de Glasgow, onde se tornou</p><p>mestre e fascinou-se pelas ideias do professor Francis Hutcheson, aprendendo</p><p>Liberalismo Clássico, Direito Natural e Economia Política.</p><p>Em seu livro é desenvolvido um estudo de caso de fabricação de alfinetes. Se</p><p>um operário tiver que, sozinho, fabricar um alfinete, tendo que ele mesmo ir</p><p>buscar a matéria-prima e produzi-lo, teria uma produtividade baixíssima se</p><p>comparada a um sistema industrial, em que cada operário é responsável por</p><p>uma etapa da fabricação. Em uma análise detalhada, são listadas 18 atividades</p><p>distintas que devem ser divididas por 10 funcionários.</p><p>Adam Smith evidencia que a organização da divisão social do trabalho, limitada</p><p>pelo tamanho do mercado, passa a ser a chave da riqueza de uma nação e não</p><p>mais a quantidade de ouro, como pregava o mercantilismo. Nessa fase, o</p><p>mercado entra como limitador da riqueza, já que de nada adianta aumentar a</p><p>produção se não houver para quem vender.</p><p>O mercado se baseia em forças opostas. De um lado, o produtor quer vender o</p><p>máximo possível pelo maior preço e, de outro, o consumidor, que busca o menor</p><p>preço. Embora em um primeiro momento possa parecer uma contradição</p><p>caótica, na verdade representa a ordem natural do sistema econômico, que se</p><p>equilibra na concorrência e na livre iniciativa.</p><p>Smith era contra qualquer intervenção do governo, seja para garantir monopólio</p><p>ou subsídios, e considerou que o ideal seria uma atuação limitada do setor</p><p>público, que deveria estimular o comércio e a educação, incluindo saneamento,</p><p>rodovias, ferrovias, portos, correios, escolas e igrejas, e via a educação pública e</p><p>gratuita como uma garantia de crescimento da produtividade do trabalho e,</p><p>consequentemente, da riqueza daquela nação. O Estado também deveria</p><p>proteger a sociedade de ataques externos, estabelecer e criar leis de justiça e</p><p>utilizar as instituições públicas como reguladores do excesso de lucro,</p><p>estimulando a concorrência entre as empresas.</p><p>Os cientistas e engenheiros eram considerados fundamentais</p><p>para as invenções, mas a observação do sistema de produção</p><p>era primordial para importantes melhorias.</p><p>A industrialização gerou muitos impactos sociais. A busca por emprego</p><p>provocou o êxodo rural e o crescimento da vida urbana, transformando as</p><p>cidades em centros de produção e consumo e reposicionando o campo em uma</p><p>situação economicamente secundária.</p><p>De 17 mil para</p><p>180 mil</p><p>A cidade de Manchester, por</p><p>exemplo, experimentou um</p><p>crescimento populacional de</p><p>17 mil habitantes em 1760</p><p>para 180 mil em 1830.</p><p>300 mil</p><p>Muitos locais chegaram a 300</p><p>mil habitantes na metade do</p><p>século XIX, como</p><p>Birmingham, Bradford, Bristol,</p><p>Leeds, Liverpool e Sheffield.</p><p>4 milhões</p><p>Em 1880, Londres chegou a 4</p><p>milhões de habitantes.</p><p>A distribuição foi alterada de tal forma que, em 1850, a Inglaterra possuía 52% de</p><p>população rural, percentual que caiu para 31% em 1880 e para 22% em 1910.</p><p>O início da industrialização trouxe tempos difíceis para a população, com altos</p><p>custos sociais para a classe trabalhadora, que era vista como um acessório das</p><p>máquinas que representavam a modernidade e o capital, pois eram os principais</p><p>recursos do novo processo produtivo.</p><p>Curiosidade</p><p>O excesso de trabalho trouxe jornadas diárias de até 16 horas em 6 dias por</p><p>semana, e o crescimento acelerado das cidades tornou precárias as condições</p><p>habitacionais, ocasionando o surgimento de cortiços.</p><p>Como não poderia deixar de ser, cresceu o movimento sindical, que obteve as</p><p>seguintes conquistas:</p><p></p><p>1833</p><p>A jornada de trabalho</p><p>diminuiu para 12 horas nas</p><p>indústrias têxteis.</p><p></p><p>1842</p><p>Foi proibido o trabalho infantil</p><p>e de mulheres nas minas de</p><p>carvão.</p><p></p><p>1847</p><p>A jornada de mulheres e</p><p>crianças foi limitada a 10</p><p>horas.</p><p>A sociedade se reorganizou e o poder absolutista do mercantilismo foi perdendo</p><p>o controle diante do crescimento da classe burguesa e do fortalecimento do</p><p>liberalismo econômico como previu Adam Smith. Mais uma vez, vemos a</p><p>engenharia modificando substancialmente a forma de vida das pessoas.</p><p>O mundo observou a transformação da Inglaterra em uma potência baseada em</p><p>um fenômeno tecnológico que trouxe a industrialização, ampliou mercados,</p><p>alterou de forma significativa a relação capital-trabalho e promoveu o</p><p>capitalismo como forma de organização política e econômica.</p><p>Segunda Revolução</p><p>Industrial</p><p>Engenharia para evolução de</p><p>produtos e serviços</p><p>Veja, no vídeo a seguir, a relação entre a engenharia e a Segunda Revolução</p><p>Industrial.</p><p>Muitas inovações foram atribuídas à Segunda Revolução Industrial, mas</p><p>algumas não podem deixar de serem citadas:</p><p>A siderurgia evoluiu com os novos processos para a produção do aço,</p><p>viabilizando a construção de pontes e edifícios, além de melhorar a</p><p>produção de máquinas, trilhos e ferramentas.</p><p>Os meios de transporte evoluíram de tal forma que, além da ampliação das</p><p>ferrovias, surgiram os automóveis e os aviões.</p><p>A invenção da lâmpada incandescente.</p><p>O desenvolvimento e a infraestrutura para geração, produção e distribuição</p><p>da energia elétrica e as bases da engenharia elétrica.</p><p>A invenção dos meios de comunicação (telégrafo, telefone, cinema, rádio e</p><p>televisão).</p><p>A invenção da geladeira.</p><p>A evolução da química aplicada, com a descoberta de novos materiais e do</p><p>múltiplo uso do petróleo, e as bases da engenharia química.</p><p>A invenção de novos armamentos, como metralhadoras.</p><p>O avanço da medicina, com a invenção de antibióticos, vacinas,</p><p>conhecimentos sobre novas doenças e técnicas cirúrgicas.</p><p>Quando falamos das ideias de Adam Smith sobre o capitalismo, vimos que a</p><p>livre iniciativa e a livre concorrência são condições fundamentais para regular e</p><p>equilibrar o mercado, de forma que produtores e consumidores possam conviver</p><p>em um ponto de equilíbrio que seja bom para os dois lados. Não pode ser o mais</p><p>caro possível como é desejo do produtor, tampouco o mais barato possível,</p><p>como é desejo do consumidor.</p><p>Existem ações que podem burlar esse equilíbrio, aumentando o preço dos</p><p>produtos por meio da diminuição da concorrência. Como empresas e indústrias</p><p>podem concentrar capital, é possível que as grandes consigam comprar as</p><p>menores, ficando sozinhas no mercado e eliminando a concorrência, o que</p><p>chamamos de monopólio.</p><p>Holdings, trustes e cartéis são formas distintas de união de</p><p>empresários com interesses comuns para, contra os</p><p>consumidores, aumentarem seus lucros.</p><p>Holdings</p><p>As holdings podem ser</p><p>entendidas como empresas</p><p>distintas com o mesmo dono.</p><p>Na prática, podem se</p><p>estabelecer por meio de</p><p>empresários poderosos que</p><p>compram ações e controlam</p><p>empresas do mesmo ramo,</p><p>transformando a livre</p><p>concorrência em uma farsa.</p><p>Truste</p><p>Os trustes são formados por</p><p>empresas que surgem a partir</p><p>da fusão de empresas do</p><p>mesmo ramo. Ao invés das</p><p>empresas A e B competirem,</p><p>elas se fundem e seus donos</p><p>viram sócios, diminuindo a</p><p>concorrência. Dependendo da</p><p>parcela de mercado de cada</p><p>uma, a fusão pode aproximá-</p><p>las do domínio do mercado,</p><p>ou até mesmo do monopólio.</p><p>Cartel</p><p>No que diz respeito ao cartel,</p><p>trata-se de uma união secreta</p><p>de empresas do mesmo ramo,</p><p>que combinam e praticam o</p><p>mesmo preço final ao</p><p>consumidor, eliminando a livre</p><p>concorrência.</p><p>Saiba mais</p><p>Atualmente, o Brasil possui leis que proíbem trustes e cartéis, sendo o controle</p><p>feito pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). No entanto, as</p><p>holdings são difíceis de serem combatidas, pois são operações de compras de</p><p>ações nas bolsas de valores.</p><p>Como já vimos, a evolução da engenharia é constante e gradativamente vai</p><p>aumentando de complexidade e especificidade. Essa evolução também ocorre</p><p>na formação do engenheiro, que começa a ter que atender a essas questões e</p><p>refleti-las. Repare que, aqui nesse texto, já mencionamos as engenharias civil,</p><p>mecânica, elétrica, química e de produção.</p><p>Terceira Revolução</p><p>Industrial</p><p>Revolução técnico-cientí�ca-</p><p>informacional</p><p>No video a seguir, o especialista falará sobre a Terceira Revolução Industrial.</p><p>O trabalho na indústria mais uma vez é reestruturado com a adoção de um</p><p>método polivalente, flexível, menos hierarquizado e integrado em equipes, num</p><p>sistema em que a criatividade individual dos trabalhadores é valorizada. A</p><p>relação entre produção e consumo é refletida no modelo just in time da Toyota,</p><p>que preconiza o estoque mínimo e o máximo de racionalização para evitar</p><p>desperdícios. Dessa forma, a mão de obra não qualificada vai sendo</p><p>marginalizada do mercado de trabalho na indústria.</p><p></p><p>Nesse período, também vimos a</p><p>exploração espacial, o crescimento da</p><p>informática, a internet, a telefonia</p><p>celular, a biotecnologia, a</p><p>nanotecnologia, o sensoriamento</p><p>remoto, o GPS e tantas outras</p><p>tecnologias que fazem parte do nosso</p><p>dia a dia.</p><p>Atualmente, temos um mundo globalizado em que novas regiões industriais de</p><p>alta tecnologia unem centros produtores de tecnologias e centros de pesquisa,</p><p>formando tecnopolos, como o Vale do Silício (Califórnia, EUA), a Route 128</p><p>(Boston, EUA), Tóquio-Yokohama (Japão), o corredor M4 (Londres), entre tantos</p><p>outros. No Brasil, temos o eixo São Paulo–Campinas–São Carlos, que reúne a</p><p>USP e a Unicamp.</p><p>Indústria 4.0: a indústria</p><p>autônoma</p><p>Quarta Revolução Industrial</p><p>No video a seguir, o especialista falará sobre a Quarta Revolução Industrial.</p><p>Veja a seguir mais detalhes sobre as tecnologias citadas no vídeo.</p><p></p><p>Manufatura aditiva (impressão 3D)</p><p>O termo manufatura aditiva se dá em contraponto ao processo tradicional de</p><p>usinagem que se inicia com um bloco maciço, que atinge a forma final com a</p><p>retirada parcial de material, que é perdido em um processo subtrativo.</p><p>O uso das impressoras 3D tem aumentado de forma contundente essa</p><p>manufatura. A ideia do processo também conhecido como fabricação digital é a</p><p>criação de um objeto real a partir de um modelo digital 3D criado em um tipo de</p><p>software denominado modelador de sólidos. A técnica utilizada consiste no</p><p>depósito de camadas de material, de forma repetitiva, até que o objeto se forme.</p><p>Pensar em uma impressora doméstica nos leva a uma situação de criação de</p><p>protótipos plásticos, muitas vezes em escala reduzida.</p><p>Saiba mais</p><p>A manufatura aditiva impõe algumas vantagens, como prototipagem rápida,</p><p>baixo custo para pequenas quantidades, liberdade de formas e de complexidade,</p><p>customização e sustentabilidade, pois minimiza resíduos, consumo de material e</p><p>energia.</p><p>Existem algumas tecnologias diferentes de manufatura aditiva, sendo as</p><p>principais FDM, a mais difundida, SLA e SLS.</p><p>A modelagem por fusão e deposição (Fused Deposition Modeling) é a tecnologia</p><p>mais acessível e por isso se popularizou. Trata-se do uso de insumo plástico em</p><p>forma de fio, que alimenta a impressora que o derrete (fusão) e cuidadosamente</p><p>acrescenta camada por camada, em alta precisão, até imprimir o objeto por</p><p>completo.</p><p>A técnica conhecida como estereografia (SLA) utiliza resina</p><p>como insumo. O processo também consiste no depósito</p><p>repetitivo de camadas, mas a resina é solidificada pela ação</p><p>de um feixe de laser ultravioleta. A SLA é muito precisa e</p><p>possui acabamento superior mesmo em peças pequenas,</p><p>sendo muito utilizada na criação de moldes.</p><p>Por fim, a sinterização seletiva a laser utiliza insumo em forma de pó,</p><p>normalmente polímeros. Esse processo se dá por meio de laser de alta potência,</p><p>que aglutina as camadas do material na impressão do objeto.</p><p>Já existem processos de manufatura aditiva em metal, como a Sinterização</p><p>Direta de Metal a Laser (DMLS), um processo bem semelhante ao SLS, mas que</p><p>utiliza como insumos titânio e aço em pó. Outras tecnologias como a selective</p><p>laser melting e binder jetting ainda possuem custo muito elevado, a ponto de só</p><p>empresas de alto investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D) utilizarem.</p><p>A manufatura aditiva é considerada um dos pilares da Quarta Revolução</p><p>Industrial, porque, no futuro, será possível uma grande revolução logística a</p><p>partir do momento em que seja possível realizar a compra pela internet de um</p><p>modelo digital customizado, em qualquer lugar do mundo, que será rapidamente</p><p>enviado a um centro de fabricação próximo ao endereço de entrega para</p><p>impressão e envio. A implantação dessa dinâmica altera toda a lógica do</p><p>sistema comercial e de cobrança de impostos, além de simplificar a fabricação e</p><p>valorizar o modelo digital, mais próximo do trabalho humano.</p><p>Inteligência arti�cial (IA)</p><p>Grande estrela da Quarta Revolução Industrial, a inteligência artificial não é um</p><p>recurso recente. O computador sempre foi visto como um possível substituto da</p><p>nossa inteligência, o cérebro eletrônico. Como ciência, pode-se dizer que a IA</p><p>teve início na década de 1950 do século XX, com Alan Turing, e desde então vem</p><p>evoluindo lado a lado com os computadores.</p><p> 1956</p><p>O marco zero oficial aconteceu em 1956, na conferência de</p><p>Dartmouth, onde todos os pensadores do tema estavam</p><p>presentes e o campo da pesquisa foi batizado de</p><p>inteligência artificial. As possibilidades eram tão</p><p>animadoras que imediatamente os pesquisadores</p><p>conseguiram financiamentos de órgãos privados e</p><p>governamentais.</p><p> 1957</p><p>Em 1957, Frank Rosenblatt apresenta uma máquina</p><p>chamada Mark 1, que utilizava um algoritmo denominado</p><p>perceptron, baseado em uma rede neural de uma camada</p><p>que classificava resultados. No ano seguinte, surge a</p><p>linguagem de programação LISP, que virou padrão em IA.</p><p>Em 1959, surge pela primeira vez o termo machine learning,</p><p>que descrevia um sistema que daria aos computadores a</p><p>capacidade de aprender algumas funções sem terem sido</p><p>programados diretamente para isso.</p><p> 1964</p><p>Em 1964 nasceu ELIZA, o primeiro chatbot do mundo.</p><p>Tratava-se de uma psicanalista virtual que conversava</p><p>automaticamente, utilizando respostas baseadas em</p><p>palavras-chave em estruturas sintáticas.</p><p> 1969</p><p>Em 1969, fomos apresentados ao robô Shakey, que possuía</p><p>mobilidade com alguma autonomia de ação e fala e que,</p><p>apesar das falhas, teve a sua funcionalidade.</p><p> 1980</p><p>Após uma década de estagnação, em meados de 1980,</p><p>surgiram os sistemas especialistas, que realizavam</p><p>atividades complexas específicas de um campo do</p><p>conhecimento, superando os humanos em velocidade de</p><p>raciocínio e base de conhecimento. A IA voltava à evidência,</p><p>mas logo viveu novo período de estagnação, talvez por</p><p>desencontro entre ideias e capacidade de processamento.</p><p> 1990</p><p>A explosão da internet comercial na segunda metade dos</p><p>anos 1990 trouxe a necessidade da IA para aperfeiçoar os</p><p>buscadores que vasculhavam a rede automaticamente em</p><p>busca das informações adequadas.</p><p> 1997</p><p>Em 1997, a derrota do campeão mundial de xadrez, Garry</p><p>Kasparov para o Deep Blue, da IBM, representou o marco da</p><p>IA.</p><p> 2005</p><p>Em 2005, a Boston Dynamics apresentou o Big Dog, um robô</p><p>com formas inspiradas nos cachorros e especializado em</p><p>se movimentar em terrenos de difícil acesso para humanos.</p><p>Outra evolução relevante, nesse mesmo período, foram os</p><p>veículos autônomos, caso bastante complexo de</p><p>gerenciamento de vários sensores e, com certeza, um dos</p><p>destaques da Quarta Revolução</p><p>Industrial.</p><p> 2011</p><p>Na sequência, foi a vez do processamento da linguagem</p><p>natural com o reconhecimento de voz e o surgimento das</p><p>assistentes virtuais como a Siri da Apple, a Alexa da</p><p>Amazon, a Cortana da Microsoft e o Google Assistente. O</p><p>Watson da IBM começou a ganhar fama e ser aplicado em</p><p>vários campos, como direito e saúde.</p><p>Ainda em 2011, um projeto despretensioso na Universidade</p><p>de Stanford de um curso on-line gratuito de inteligência</p><p>artificial do professor Sebastian Thrun e de Peter Norvig</p><p>ocasionou grande sucesso com mais de 160 mil alunos de</p><p>190 países. E o resultado foi melhor ainda, pois 40 destes</p><p>superaram o desempenho dos alunos de Stanford. A partir</p><p>daí, surgiu a Udacity, uma universidade focada em</p><p>t l i f áti b t í l fi</p><p>Big data</p><p>O termo big data se consolidou como denominação para a área que trata de</p><p>grandes conjuntos de dados que devem ser armazenados e processados.</p><p>O volume de dados produzidos cresceu vertiginosamente. Para termos mais</p><p>noção da grandeza, um levantamento de 2019 mostra que temos metade da</p><p>população mundial conectada. Com toda essa gente, o que acontece em 1</p><p>minuto?</p><p>3,8 milhões de buscas no Google.</p><p>Mais de 40 milhões de mensagens (Facebook + WhatsApp).</p><p>4,5 milhões de vídeos sendo visualizados no YouTube.</p><p>390 mil aplicativos baixados na Google Play e na Apple Store.</p><p>A quantidade de dados é absurda, mas essa não é a única variável relevante. São</p><p>três os pilares do big data:</p><p>Volume Velocidade Variedade</p><p>tecnologia que fosse prática, barata, acessível e eficaz para</p><p>o mundo.</p><p> 2012</p><p>Em 2012, a Google deu mais um salto em pesquisa em</p><p>vídeos utilizando o deep learning, que pode ser aplicado em</p><p>visão computacional, permitindo que o sistema lide com a</p><p>compreensão das imagens obtidas por meio de câmeras.</p><p>Esse conjunto de recursos canalizados e com investimentos</p><p>maciços vão cada vez mais fazer parte de nossas vidas.</p><p>A quantidade é tão grande</p><p>que é difícil ter a noção da</p><p>ordem de grandeza.</p><p>A importância da velocidade é</p><p>associada ao tempo de</p><p>resposta, mas, quanto maior a</p><p>extensão da pesquisa, mais</p><p>demorada será a resposta. Na</p><p>prática, quanto mais próximo</p><p>do tempo real, melhor.</p><p>Os dados não estão</p><p>organizados e estruturados.</p><p>São textos, sensores, áudios,</p><p>vídeos, buscas, catracas etc.</p><p>Internet das coisas (IOT)</p><p>A IoT (internet of things) ou internet das coisas pode ser vista como uma forma</p><p>de comunicação entre objetos ou entre objetos e pessoas.</p><p>Situações simples podem esclarecer a utilidade.</p><p>Exemplo</p><p>Imagine uma situação corriqueira em um mercado onde as pessoas vão</p><p>pegando um determinado produto na prateleira e ela vai se esvaziando. Essa</p><p>prateleira pode ser inteligente e avisar que está na hora de repor. Para isso, basta</p><p>instalar um sensor que tenha essa percepção e que envie um determinado tipo</p><p>de sinal para o sistema interpretar a necessidade de reposição.</p><p>Dessa forma, podemos ter uma rede tão complexa quanto quisermos, atuando</p><p>em casa, em um carro, em um edifício, em um hospital, em uma indústria, em</p><p>toda uma cidade.</p><p>Ao pensarmos em nosso corpo, o que acontece quando damos uma topada, por</p><p>exemplo? Ou quando sofremos um corte? E quando ouvimos ou vemos? Nossos</p><p>sensores avisam ao cérebro, que processa a informação. Percebeu a</p><p>potencialidade da união da inteligência artificial com a internet das coisas?</p><p>Computação em nuvem</p><p>No início da computação, os chamados computadores de grande porte eram</p><p>acessados por terminais utilizados por usuários que compartilhavam os</p><p>recursos de armazenamento e processamento do computador. Com o passar do</p><p>tempo, surgiram os computadores pessoais (PCs) e as pessoas passaram a</p><p>administrar seus próprios recursos, tanto de espaço de armazenamento quanto</p><p>de processamento, bem como os programas instalados.</p><p>Com a internet, em um primeiro momento, os sites ficavam armazenados em</p><p>algum servidor, assim como os bancos de dados e nossos e-mails. De uma</p><p>maneira geral, os dados fluíam muito mais da web para nossa máquina do que o</p><p>contrário. Em geral, carregávamos informações para a internet para enviar por e-</p><p>mail. Passados mais alguns anos, já tínhamos espaço de armazenamento na</p><p>chamada nuvem, local onde guardamos fotos, mensagens, agenda de telefone</p><p>do celular etc.</p><p>O barateamento dos recursos e o aumento de velocidade e estabilidade da rede</p><p>viabilizam o uso de software que esteja instalado em algum servidor e não na</p><p>máquina pessoal. Isso permite que não sejam precisos recursos relevantes no</p><p>meu computador, que passa a ser uma espécie de terminal conectado em</p><p>serviços com capacidades quase infinitas. Estamos falando de computação em</p><p>nuvem.</p><p>Sistemas ciber-físicos (CPS)</p><p>Os dispositivos inteligentes estão se sofisticando e tendo suas capacidades</p><p>ampliadas a baixo custo. Eles atuam no ambiente em que estão instalados,</p><p>coletando informações por meio de sensores ou operando modificações pelos</p><p>chamados atuadores.</p><p>As redes sem fio de alta velocidade e de sinal 4G em conjunto com a internet das</p><p>coisas permitem a atuação colaborativa entre dispositivos, que podem operar de</p><p>forma individual ou em conjunto, estabelecendo um sistema.</p><p>A conjugação desses recursos torna possível que um ambiente seja virtualizado</p><p>a partir da criação de um tipo de computação em nuvem que gerencie a</p><p>comunicação entre os dispositivos instalados no ambiente físico de interesse e</p><p>os dispositivos externos.</p><p>Os chamados sistemas ciber-físicos (CPS) atuam promovendo a sinergia entre</p><p>os mundos virtual e físico em um tipo de colaboração que permite tanto o</p><p>monitoramento quanto a modificação remota do ambiente físico. Quanto maior a</p><p>inteligência distribuída, mais profundo será o conhecimento do sistema,</p><p>possibilitando ações mais precisas.</p><p>Em princípio, não há limitações para a aplicação dos CPS, já tendo sido</p><p>utilizados nos sistemas produtivos industriais, em hospitais, na gestão de</p><p>eficiência energética, em edifícios inteligentes, na agricultura e em sistemas de</p><p>transportes, entre outras tantas possibilidades. Em um nível mais complexo, os</p><p>CPS atuarão na gestão das cidades inteligentes.</p><p>Conclusão</p><p>Vimos que a engenharia vem modificando e moldando a civilização com suas</p><p>conquistas e realizações. Da Idade da Pedra até a Quarta Revolução Industrial</p><p>foram realizadas conquistas incríveis em todas as áreas, mas a engenharia</p><p>também causou muitos problemas, principalmente ambientais.</p><p>No final do século XX, a preocupação com o meio ambiente atingiu níveis</p><p>alarmantes e a palavra sustentabilidade passou a fazer parte do vocabulário</p><p>comum. Recuperar o meio ambiente passou a ser um problema global.</p><p>O mundo segue dividido entre países desenvolvidos, em desenvolvimento e</p><p>subdesenvolvidos, mas até que ponto é possível dissociar o social do ambiental?</p><p>Surge a responsabilidade socioambiental, a engenharia se humaniza e, se a</p><p>engenharia sempre foi vetor de desenvolvimento, agora podemos imaginar que o</p><p>desenvolvimento seja um desafio dela.</p><p>Mas, afinal, o que pode ser considerado desenvolvimento? Para se desenvolver</p><p>um país, certamente precisa-se de crescimento econômico e geração de riqueza,</p><p>mas a medida do desenvolvimento inclui indicadores sociais, uma vez que</p><p>miséria e desenvolvimento não se misturam.</p><p>No próximo módulo, vamos analisar as relações entre a engenharia e o</p><p>desenvolvimento.</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>A história nos mostra que, desde sempre, o ser humano procura formas de</p><p>facilitar seu trabalho e incrementar sua produtividade. São as chamadas</p><p>inovações tecnológicas que modificam a forma de viver com suas novas</p><p>ferramentas, equipamentos e processos. A engenharia civil se desenvolveu</p><p>antes da formalização da profissão e a engenharia mecânica, por meio da</p><p>máquina a vapor, tornou-se a base da Primeira Revolução Industrial. Vimos</p><p>também que podemos associar a engenharia elétrica à Segunda Revolução</p><p>Industrial e a engenharia de controle e automação à Terceira. Essa busca pela</p><p>produtividade lançou as bases da engenharia</p><p>de produção. Dentro desse</p><p>contexto evolutivo da engenharia de produção pode-se afirmar:</p><p>A</p><p>No desenvolvimento da engenharia de produção, assim como</p><p>no desenvolvimento da Engenharia Civil, não houveram fatos</p><p>marcantes. Já que, desde a Idade da Pedra Lascada, o</p><p>homem busca produtividade nas suas atividades.</p><p>Parabéns! A alternativa C está correta.</p><p>A energia elétrica (Segunda Revolução Industrial) trouxe diversas</p><p>possiblidades e a sua geração se deu a partir de motores a gasolina, de</p><p>hidrelétricas e, mais tarde, de motores nucleares, por exemplo, trazendo a</p><p>indústria do petróleo, a nuclear, as telecomunicações, a eletrônica etc. Dessa</p><p>forma, as engenharias começaram a se multiplicar no período da Segunda</p><p>Revolução Industrial, o que gerou a necessidade de gerenciar todas essas</p><p>tarefas de engenharia, ideias surgiram em prol de melhorar e organizar o</p><p>processo produtivo, surgindo assim a necessidade da formação dos</p><p>engenheiros de produção.</p><p>Questão 2</p><p>B</p><p>A engenheira de produção surgiu de forma espontânea e</p><p>natural, com as indústrias iniciais da Primeira Revolução</p><p>Industrial.</p><p>C</p><p>As principais bases da segunda revolução industrial, que</p><p>culminaram na engenharia de produção, foram o Talylorismo</p><p>e Fordismo que marcaram a organização do processo</p><p>industrial.</p><p>D</p><p>A engenharia de produção surgiu conceitualmente com as</p><p>ideias de Adam Smith, que pregava a livre concorrência e a</p><p>competitividade como base para a riqueza das nações.</p><p>E</p><p>e)A engenharia de produção surgiu com a escola militar que</p><p>deu origem ao IME.</p><p>Após a formalização da profissão de engenheiro e a proliferação das escolas</p><p>de engenharia, entramos em um período contínuo de desenvolvimento</p><p>tecnológico, que foi marcado por algumas inovações disruptivas e que, por</p><p>isso, foi identificado como sendo composto por quatro revoluções industriais.</p><p>Assinale a alternativa que melhor se encaixa como o período em que as</p><p>diversas habilitações de engenharia começaram a surgir.</p><p>Parabéns! A alternativa D está correta.</p><p>A energia elétrica (Segunda Revolução Industrial) trouxe diversas</p><p>possiblidades e a sua geração se deu a partir de motores a gasolina, de</p><p>hidrelétricas e, mais tarde, de motores nucleares, por exemplo, trazendo a</p><p>indústria do petróleo, a nuclear, as telecomunicações, a eletrônica etc. Dessa</p><p>forma, as engenharias começaram a se multiplicar no período da Segunda</p><p>Revolução Industrial.</p><p>A</p><p>Movimento natural a partir da propagação das escolas de</p><p>engenharia.</p><p>B</p><p>O capitalismo e o livre mercado a partir das ideias de Adam</p><p>Smith.</p><p>C A máquina a vapor.</p><p>D A energia elétrica, marco da Segunda Revolução Industrial.</p><p>E A manufatura aditiva.</p><p>3 - A engenharia e o desenvolvimento</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar as relações entre a engenharia</p><p>e o desenvolvimento.</p><p>Desenvolvimento e crescimento</p><p>Desenvolvimento econômico X</p><p>Crescimento econômico</p><p>A complexidade do tema desenvolvimento tem início no seu próprio escopo. No</p><p>contexto da engenharia, a abordagem mais óbvia é a do desenvolvimento</p><p>tecnológico, que mesmo não sendo mencionado explicitamente, é plenamente</p><p>percebido.</p><p>De uma forma mais genérica, podemos pensar nos países desenvolvidos e nos</p><p>chamados países em desenvolvimento. A primeira coisa que vem à cabeça da</p><p>maioria das pessoas, ao pensar em um país desenvolvido, é se tratar de um país</p><p>rico. Em sequência, temos que pensar em desenvolvimento econômico e em</p><p>crescimento econômico, que seriam formas de entrar no clube dos</p><p>desenvolvidos.</p><p>De que forma o crescimento</p><p>econômico pode levar ao</p><p>desenvolvimento econômico?</p><p>Confira, no vídeo, a relação entre crescimento econômico e desenvolvimento</p><p>econômico.</p><p>Você acredita que as inovações tecnológicas implantadas</p><p>pela engenharia promovem o crescimento econômico?</p><p>Para começar, o que pode ser considerado uma inovação tecnológica?</p><p>Vamos construir esse conceito.</p><p></p><p>Pode-se classificar a inovação em três dimensões:</p><p></p><p>Primeira</p><p>Quanto ao objeto (produto ou</p><p>processo).</p><p></p><p>Segunda</p><p>Quanto ao impacto causado</p><p>no mercado.</p><p></p><p>Terceira</p><p>Quanto ao modelo de</p><p>negócios.</p><p>Vamos imaginar inicialmente a inovação no âmbito de uma empresa. Parece</p><p>muito claro que uma inovação bem-sucedida possa trazer crescimento</p><p>econômico para uma empresa, uma vez que pode alavancar suas vendas e</p><p>aumentar sua participação no mercado.</p><p>E se pensarmos em termos de país?</p><p>Ao pensarmos somente no mercado interno, o reposicionamento de uma</p><p>empresa no mercado pode apenas redistribuir as participações dos</p><p>concorrentes. Eventualmente, o mercado pode até se ampliar, mas o que é</p><p>fundamental para o país é criar uma efervescência capaz de trazer investimentos</p><p>externos e aumentar as exportações, alavancando o crescimento econômico.</p><p>Agora, podemos responder positivamente. As inovações tecnológicas são</p><p>fundamentais para promover o crescimento econômico.</p><p>E o desenvolvimento econômico?</p><p>Já vimos que o crescimento econômico é fundamental para o desenvolvimento</p><p>econômico, mas o salto do crescimento para o desenvolvimento é complexo,</p><p>uma vez que não é natural e normalmente depende de políticas de Estado para</p><p>que seja acelerado.</p><p>Comentário</p><p>Obviamente, existe uma série de acontecimentos que podem ser desencadeados</p><p>naturalmente a partir do crescimento econômico que favorecem o</p><p>desenvolvimento. O crescimento econômico gera empregos e renda, o que</p><p>aumenta o consumo e o bem-estar, eleva a arrecadação de impostos, e todos os</p><p>índices que medem o desenvolvimento podem melhorar, gerando uma tendência</p><p>ao progresso.</p><p>Ao pensarmos no complexo contexto brasileiro, que envolve dimensões</p><p>continentais e disparidades sociais gigantescas, seria necessário um período de</p><p>crescimento econômico de quanto tempo para naturalmente equilibrarmos</p><p>socialmente o país?</p><p>Muito difícil responder a essa pergunta, mas apesar da lógica desse raciocínio,</p><p>fica claro que, havendo o crescimento econômico, é preciso política de Estado</p><p>que promova o desenvolvimento, com investimentos em infraestrutura que tanto</p><p>favoreçam a população diretamente quanto gerem condições de sustentação</p><p>para o crescimento econômico. Por infraestrutura, entende-se saneamento,</p><p>escolas, hospitais, estradas, portos, aeroportos, habitação etc.</p><p>Já podemos responder à pergunta positivamente, mas com ressalvas: as</p><p>inovações tecnológicas implantadas pela Engenharia promovem o crescimento</p><p>econômico, criando todas as condições para o desenvolvimento do país, desde</p><p>que haja política de Estado adequada a esSe propósito.</p><p>Como podemos relacionar a engenharia ao</p><p>desenvolvimento?</p><p>Vimos que o mundo evoluiu ao longo da história e os países foram se</p><p>desenvolvendo com mais ou menos sucesso, de acordo com as inovações</p><p>tecnológicas que implantavam. Vamos pensar em uma missão hipotética de</p><p>desenvolver o Brasil.</p><p>Segundo o nosso raciocínio, precisamos criar condições que favoreçam o</p><p>surgimento das inovações tecnológicas.</p><p>Quais são os nossos pontos fracos?</p><p>Precisamos muito de engenheiros, de profissionais de informática, de</p><p>pesquisa científica nas áreas de física, química e biologia, bem como de</p><p>pesquisa aplicada em engenharia e TI.</p><p>Precisamos de políticas que favoreçam a inovação.</p><p>Precisamos de cultura empreendedora e de políticas de incentivo.</p><p>Comentário</p><p>Muitos profissionais só pensam em emprego ou concurso. Os dois estão</p><p>escassos e não possuem o potencial transformador da inovação. Quem</p><p>emprega um engenheiro? Essa resposta é fácil: outro engenheiro. Se inundarmos</p><p>o mercado de engenheiros, precisaremos de muitas pequenas empresas de</p><p>sucesso.</p><p>Como podemos iniciar esse processo?</p><p>O começo e a sustentação certamente passam por uma revolução na educação,</p><p>que deve ser iniciada no ensino fundamental. E quem não é criança? Nós que</p><p>não somos mais crianças temos que nos adaptar para sobreviver. Lembre-se de</p><p>que, em um mundo dinâmico e de grandes mudanças, o sucesso está bem mais</p><p>próximo da capacidade de adaptação do que da força.</p><p>Diante de uma visão macro, a engenharia nos dá três grandes áreas de atuação</p><p>dentro de cada habilitação (ambiental,</p><p>civil, computação, controle e automação,</p><p>elétrica, mecânica, petróleo, produção, química, telecomunicações etc.):</p><p>Área 1</p><p>Projeto de produtos, sistemas</p><p>e processos produtivos.</p><p>Área 2</p><p>Atuação no ciclo de vida do</p><p>empreendimento, inclusive</p><p>em sua gestão e manutenção.</p><p>Área 3</p><p>Atuação na formação de</p><p>novos engenheiros.</p><p>Por enquanto, ainda não podemos formular a resposta, mas já sabemos que</p><p>precisamos reunir condições que favoreçam a formação maciça de profissionais</p><p>ligados à tecnologia para que possamos promover conhecimento e inovação.</p><p>Algum país já fez isso com sucesso?</p><p>Sim, a Coreia do Sul investiu massivamente na formação e teve um retorno</p><p>espetacular em tempo reduzido.</p><p>Talvez você já esteja até pensando em inovar, mas logo vem à cabeça a figura do</p><p>inventor, daquela pessoa genial que cria algo que vai revolucionar o mundo. No</p><p>entanto, não é por aí.</p><p>Em primeiro lugar, somos ou seremos engenheiros. Enquanto as pessoas fogem</p><p>dos problemas, eles são a nossa razão de ser e caso não tenhamos nenhum</p><p>problema a ser resolvido, estaremos perigosamente sem serviço, principalmente</p><p>nesses tempos de inteligência artificial.</p><p>Dica</p><p>É necessário ter em mente que cada problema representa uma oportunidade, e</p><p>que um mesmo problema pode ser atacado de forma diferenciada, dependendo</p><p>de características regionais, seja por soluções inéditas ou por aperfeiçoamentos</p><p>ou adaptações.</p><p>Devemos inundar o país de profissionais competentes, criativos, inovadores e</p><p>empreendedores para que, a partir de uma atmosfera propícia à inovação</p><p>tecnológica, seja possível de fato gerar e operar o desenvolvimento do país.</p><p>Como não poderia deixar de ser, trata-se de uma parceria entre a população e o</p><p>Estado com um objetivo comum. De qualquer forma, antes de essa parceria</p><p>acontecer, temos que fazer nossa parte e atuar com esse espírito. Além de ser</p><p>um bom caminho para o sucesso individual ou de um pequeno grupo de</p><p>pessoas, será mais uma contribuição para que a transformação global aconteça.</p><p>Vamos continuar nossa conversa com outra visão a respeito da evolução e das</p><p>inovações históricas que já vimos.</p><p>Engenharia mais consciente</p><p>Engenharia sustentável</p><p>Em mais de uma oportunidade, foi comentado o impacto ambiental gerado pelo</p><p>processo de mineração adotado pelo Império Romano. De forma simplória,</p><p>podemos dizer que, em uma história linda de mais de 2 mil anos, maltratamos</p><p>tanto o planeta em aproximadamente um século, que nos assustamos e</p><p>reagimos.</p><p>As soluções de engenharia muitas vezes trouxeram problemas novos,</p><p>principalmente os relacionados aos impactos ambientais, antes desprezados.</p><p>Normalmente, os insumos são recursos naturais que foram consumidos de</p><p>forma quase compulsiva, incluindo o desmatamento pela exploração da</p><p>madeira.</p><p>A poluição atmosférica causada pela</p><p>industrialização, pelos transportes e</p><p>pela geração de energia; a poluição</p><p>dos corpos hídricos causada pela falta</p><p>de saneamento, pelos resíduos</p><p>sólidos e efluentes; a contaminação</p><p>do solo e do lençol freático, todas</p><p>essas modificações impõem um</p><p>reposicionamento do equilíbrio dos</p><p>sistemas do planeta, trazendo</p><p>consequências indesejáveis a todos e</p><p>que também impactam negativamente</p><p>o desenvolvimento.</p><p>Os processos antigos devem ser revistos com o olhar do impacto ambiental,</p><p>transformando-se em novas oportunidades de inovação. Os processos novos</p><p>devem ter como variável relevante o impacto ambiental. Aspectos como</p><p>consumo de energia para produzir um material passam a ser um atributo de</p><p>valor. As questões ambientais são tratadas pela engenharia cada vez com maior</p><p>naturalidade pelas mudanças na formação acadêmica do profissional</p><p>engenheiro, mas também pela atualização da legislação.</p><p>Comentário</p><p>A engenharia consegue trabalhar com novos materiais, consumir menos energia</p><p>em seus processos, reduzir os desperdícios racionalizando processos, gerar</p><p>energia cada vez mais limpa, mas não impede a ação de pessoas mal-</p><p>intencionadas. Para isso, é preciso a ação fiscalizadora do Estado. No entanto,</p><p>algumas vezes o próprio Estado pode estar no lado errado da história, assim</p><p>como nos casos em que as próprias empresas estatais levam esgoto in natura</p><p>aos corpos hídricos.</p><p>Falamos muito até aqui de desenvolvimento e engenharia. Quando</p><p>acrescentamos a temática ambiental e as questões de sustentabilidade, surgem</p><p>o desenvolvimento sustentável e a engenharia sustentável, que merecem</p><p>reflexões mais aprofundadas.</p><p>Qualidade de vida</p><p>Para fecharmos nossa reflexão, vamos falar do que mais nos interessa: a</p><p>qualidade de vida. Afinal, o que podemos esperar mais da vida do que viver bem?</p><p>É claro que viver bem é um conceito muito relativo e individual. Todavia, a</p><p>qualidade de vida é um parâmetro que deve ser medido para que possamos lutar</p><p>para promover ações que possam melhorar os indicadores, sejam eles quais</p><p>forem.</p><p>A intenção de se medir é ter a possibilidade de comparar e implantar melhorias.</p><p>Existe um padrão internacional que define um indicador denominado IDH (índice</p><p>de desenvolvimento humano) que permite que se chegue a um número que tem</p><p>significado associado ao grau de desenvolvimento humano e que permite a</p><p>comparação e a classificação dos países em três categorias: desenvolvidos, em</p><p>desenvolvimento e subdesenvolvidos.</p><p>O IDH é calculado a partir de três dimensões:</p><p></p><p>Índice 1</p><p>Expectativa de vida ao nascer.</p><p></p><p>Índice 2</p><p>PPC (PIB per capita).</p><p></p><p>Índice 3</p><p>Educação (relação entre anos</p><p>médios de estudo e anos</p><p>esperados de escolaridade).</p><p>O IDH é uma composição normalizada das 3 dimensões, o que faz com que seja</p><p>um número entre 0 e 1. O processo é muito criticado por gerar distorções.</p><p>Em 2019, o IDH do Brasil foi 0,761, considerado alto, que coloca o Brasil em 79º</p><p>lugar em uma lista de 189 países.</p><p>Em um mundo cada vez mais</p><p>globalizado e competitivo, a</p><p>tecnologia é o maior recurso que um</p><p>país pode ter para se reposicionar no</p><p>cenário. Não há receita pronta e cada</p><p>país deve encontrar seu caminho.</p><p>Como certeza, apenas que é um</p><p>processo que demora pelo menos de</p><p>uma a duas gerações e que passa</p><p>pela educação e pela engenharia.</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>A forma adotada para se medir a qualidade de vida da população é o índice</p><p>de desenvolvimento humano (IDH). Tendo como meta aumentar o IDH,</p><p>considere as ações à seguir:</p><p>I. Investimento em saneamento.</p><p>II. Ações para que todas as crianças tenham acesso à escola.</p><p>III. Ações para reduzir a evasão escolar.</p><p>IV. Oferta de crédito para aumento do consumo.</p><p>V. Investimento em saúde.</p><p>São ações efetivas as abordadas nos itens</p><p>Parabéns! A alternativa D está correta.</p><p>O investimento em saneamento melhora em muito a questão da saúde e,</p><p>consequentemente, a expectativa de vida. Crianças em idade escolar fora da</p><p>escola impactam fortemente o indicador da relação entre anos médios de</p><p>estudo e anos esperados de escolaridade. Do mesmo modo, diminuir a</p><p>evasão eleva a relação entre anos médios de estudo e anos esperados de</p><p>escolaridade, pois aproxima os números. A saúde da população é um critério</p><p>para avaliação do IDH pois, nessa avaliação, é analisada a taxa de expectativa</p><p>de vida da população, por meio da facilidade ou não de acesso aos recursos</p><p>médicos. O incentivo ao consumo pela facilidade do crédito estimula a</p><p>produção porque as vendas aumentam, mas o efeito é localizado e provoca o</p><p>A I, II e III.</p><p>B II, III e IV.</p><p>C I, II, IV e V.</p><p>D I, II, III e V.</p><p>E II, III, IV e V.</p><p>endividamento das famílias, tornando essa ação a menos efetiva entre as</p><p>fornecidas.</p><p>Questão 2</p><p>Para que o Brasil experimente um período de desenvolvimento econômico</p><p>relevante e sustentável, precisamos, entre outras coisas, investir em inovação</p><p>tecnológica para nos tornarmos mais competitivos no mundo globalizado.</p><p>Assinale a opção que indica a área em que há menos necessidade de</p><p>investimento.Para que o Brasil experimente um período de desenvolvimento</p><p>econômico relevante e sustentável, precisamos, entre outras coisas, investir</p><p>em inovação</p>

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