Prévia do material em texto
<p>AVALIAÇÃO</p><p>AUDIOLÓGICA BÁSICA</p><p>Thamara Santos</p><p>Audiologia</p><p> Estudo da FUNÇÃO AUDITIVA. Responsável pela</p><p>avaliação e reabilitação dos deficientes auditivos.</p><p>HISTÓRICO:</p><p> Na década de 60, a Audiologia era uma parte</p><p>mínima e silenciosa no campo dos distúrbios da</p><p>comunicação. O número de audiologistas era</p><p>pequeno, predominando o sexo masculino, em</p><p>relação à fonoterapia.</p><p>Histórico da Audiologia</p><p>• Nas 3 décadas seguintes a fonoterapia tornou-se uma profissão</p><p>predominantemente feminina e hoje em dia a audiologia tem</p><p>aproximadamente 2/3 de mulheres (ASHA, 1991).</p><p>• Este número crescente de audiologistas fez com que a ASHA</p><p>(1990) decretasse a audiologia como uma profissão distinta da</p><p>patologia da fala e linguagem.</p><p>• Hoje em dia, a ORL confia cada vez mais na opinião e contribuição</p><p>do audiologista. É a equipe formada pelo otologista e pelo</p><p>audiologista que irá proporcionar ao paciente um atendimento de</p><p>melhor qualidade.</p><p>ORL – diagnóstico da doença, tratamento clínico e/ou cirúrgico.</p><p>Audiologista – realiza exames, confere o laudo audiológico e</p><p>reabilita deficientes auditivos.</p><p>AVALIAÇÃO BÁSICA DA AUDIÇÃO</p><p> Década de 20 Uso clínico das primeiras audiometrias.</p><p> Década de 30 Testes para a pesquisa de recrutamento.</p><p> Década de 40 Início da logoaudiometria.</p><p> Década de 50 Testes para a pesquisa da adaptação, audiometria automática</p><p>de Békèsy, logoaudiometria sensibilizada.</p><p>ROSEN (1953): Mobilização do estribo</p><p>WULLSTEIN (1953): Primeira timpanoplastia</p><p>ARSLAN (1953): Labirintectomia</p><p>SHEA (1958): Primeira estapedectomia</p><p> Década de 70 Medidas da imitância acústica</p><p>HOUSE (1961): Primeira cirurgia de neurinoma por via translabiríntica</p><p>MICHELSON (1971): Primeiros relatos de implante coclear para deficiência</p><p>auditiva neurossensorial</p><p>Os refinamentos nos tratamentos otológicos sempre</p><p>estiveram relacionados com os avanços do diagnóstico</p><p>audiológico.</p><p>ÁREAS DE TRABALHO DO</p><p>AUDIOLOGISTA</p><p> Hospitais (triagem neonatal)</p><p> Clínicas particulares (clínica e ocupacional)</p><p> Escolas (triagem)</p><p> Indústrias (ocupacional)</p><p> Centros de reabilitação</p><p> Órgãos públicos (aeronáutica, prefeituras,</p><p>secretarias de saúde, hospitais)</p><p> Pesquisa</p><p> Ensino superior</p><p> Centros auditivos</p><p> Implantes cocleares</p><p>TESTES ACUMÉTRICOS</p><p>TESTES COM DIAPASÃO:</p><p> Eram muito usados antes do</p><p>audiômetro. São barras</p><p>metálicas em forma de “Y”, em</p><p>aço, magnésio ou alumínio.</p><p>Quando postos em vibração,</p><p>executam movimentos de</p><p>vibração em direções opostas</p><p>(compressão e rarefação).</p><p> Os testes com diapasão não</p><p>fornecem dados</p><p>quantitativos do problema</p><p>auditivo, somente possibilitam</p><p>o diagnóstico qualitativo</p><p>(tipo da perda auditiva).</p><p>TESTE DE WEBER</p><p>Procedimento:</p><p>• Bater o diapasão para colocá-lo em vibração e colocar o seu cabo na</p><p>linha central do crânio. Pede-se ao paciente, em seguida, que indique</p><p>em qual orelha o som é mais forte.</p><p>Obs: O diapasão também pode ser posicionado no centro da testa do</p><p>paciente.</p><p>Resultados:</p><p>• Baseiam-se no fato de que o som de um diapasão aplicado ao crânio</p><p>lateraliza-se para o lado da perda de audição condutiva ou para o</p><p>lado melhor da cóclea.</p><p>• Não fornece informações diagnósticas quando as orelhas são</p><p>quantitativamente e qualitativamente iguais (mesma configuração</p><p>audiométrica) ou em orelhas normais.</p><p>• Notação:</p><p>D ou</p><p>E ou</p><p>I ou</p><p>TESTE DE RINNE</p><p> Objetivo:</p><p>Comparar a audição de um som transmitido por via óssea, com a</p><p>audição do mesmo som transmitido por via aérea.</p><p> Procedimento:</p><p>O indivíduo com audição normal ouvirá o estimulo por via óssea até</p><p>que não consiga mais percebê-lo. O diapasão deverá então ser</p><p>colocado próximo ao conduto auditivo externo até que o indivíduo</p><p>não mais perceba o som. Estas medidas devem ser registradas em</p><p>segundos.</p><p> Resultados:</p><p>Rinne positivo ou normal (+): O indivíduo ouve 2 ou 3 vezes mais</p><p>por via aérea do que por via óssea.</p><p>Rinne negativo (-): Quando a sensação por via óssea se mantém</p><p>por tempo maior que por via aérea. Ocorre em patologias de orelha</p><p>externa e/ou média (perda condutiva)</p><p>Rinne positivo encurtado ou patológico: Quando o tempo de audição</p><p>de ambas as vias está diminuído. Ocorre em patologias da orelha</p><p>interna (Neurossensorial).</p><p>TESTE DE SCHWABACH</p><p> Objetivo:</p><p>Analisar a condução óssea</p><p> Procedimentos:</p><p>O examinador deve ter audição normal. Colocar o diapasão vibrando</p><p>na mastóide e pedir ao paciente para dizer o momento em que ele</p><p>para de escutar. Colocar então o diapasão na mastóide do</p><p>examinador e observar se a condução óssea é melhor, igual ou pior</p><p>que a do paciente.</p><p> Resultados:</p><p>Encurtado – o examinador ouve na via óssea (V.O.) mais tempo que</p><p>o paciente = lesão na orelha interna = neurossensorial</p><p>Prolongado – o examinador ouve na V.O. por menos tempo que o</p><p>paciente = lesão na orelha média = condutiva</p><p>Normal – o examinador ouve na V.O. igual ao paciente = audição</p><p>normal</p><p>TESTE DE BING</p><p> Objetivo:</p><p>Observar a percepção secundária = prolongamento da condução</p><p>óssea que acompanha a oclusão do meato acústico externo.</p><p> Procedimento:</p><p>Colocar o diapasão vibrando na mastóide do paciente e em seguida</p><p>ocluir o canal auditivo externo. Pedir ao paciente para indicar se</p><p>esta manobra aumenta a intensidade do som.</p><p> Resultados:</p><p>Orelha média normal – há percepção secundária.</p><p>Bing positivo – a oclusão do meato acústico externo intensifica o</p><p>som do diapasão – audição normal ou neurossensorial.</p><p>Bing negativo – a oclusão do meato acústico externo não intensifica</p><p>o som do diapasão –problema na orelha média ou orelha externa</p><p>(condutivo).</p><p>Definição</p><p>“ Procedimento comportamental padronizado para</p><p>descrever a sensibilidade auditiva”</p><p>(Katz, 1999)</p><p>Audiometria Tonal Limiar</p><p>Audiometria Tonal Limiar</p><p>Teste que permite a medição da audição periférica,</p><p>através da obtenção dos limiares auditivos aéreos e</p><p>ósseos, cujos valores em indivíduos otologicamente</p><p>normais encontram-se até 25dBNA. A audiometria</p><p>permite aferir se a audição periférica é normal,</p><p>quantificando as perdas auditivas e estabelecendo o</p><p>topodiagnóstico.</p><p>Limiar de Audibilidade</p><p>“Nível mínimo de pressão sonora de um</p><p>sinal acústico que produz sensação</p><p>auditiva numa porcentagem específica da</p><p>testagem.” (ANSI, 1973)</p><p>“Menor intensidade sonora na qual</p><p>estímulos são corretamente detectados</p><p>em 50% das apresentações.” (Yantes,</p><p>1989; Borges, Sansone, 1998)</p><p>Mecanismos de condução do som</p><p>• Aéreo: o som percorre as orelhas externa e média</p><p>através do sistema tímpano ossicular, para depois atingir</p><p>a cóclea Limiares Aéreos (VA)</p><p>• Ósseo: o estímulo auditivo chega à cóclea pela vibração</p><p>do crânio Limiares Ósseos (VO)</p><p>“Gap”: diferença entre os limiares aéreos e ósseos de uma mesma orelha, na</p><p>mesma frequência.</p><p>Objetivo da Audiometria Tonal</p><p>Determinação dos limiares auditivos aéreos e</p><p>ósseos e a comparação destes valores ao padrão</p><p>de normalidade, usando-se como estímulo acústico</p><p>o tom puro.</p><p>Tom Puro</p><p>Diapasões (fonte mecânica)</p><p>Audiômetro (fonte eletrônica)</p><p>Finalidades</p><p>1. Detectar a existência da deficiência auditiva.</p><p>2. Auxiliar no topodiagnóstico das lesões auditivas</p><p>que possam atingir estruturas do OE, OM e OI.</p><p>3. Fornecer dados para a indicação de AASI.</p><p>4. Como exame pré-admissional em indústrias.</p><p>5. Como meio de detectar problemas auditivos em</p><p>crianças na faixa pré-escolar e escolar através de</p><p>triagens feitas na instituição educacional.</p><p>TOPO: local</p><p>TOPO DIAGNÓSTICO: Local onde se encontra o comprometimento auditivo.</p><p>Audiômetro</p><p>Aparelho eletroacústico utilizado na pesquisa dos limiares</p><p>tonais e vocais que contém os seguintes componentes</p><p>básicos:</p><p>• Gerador de frequência: produz tons puros normalmente</p><p>nas frequências de 125, 250, 500, 750, 1.000, 1.500,</p><p>2.000, 3.000, 4.000, 6.000 e 8.000 Hz.</p><p>• Atenuadores: um permite</p><p>calibrar o tom puro, em dBNA,</p><p>em cada frequência. O outro gradua a intensidade do</p><p>ruído (mascarador).</p><p>Audiômetro</p><p>• Gerador de Ruído: para mascarar tons puros e testes</p><p>logoaudiométricos.</p><p>• Par de fones: transformam corrente elétrica em tom puro.</p><p>• Vibrador ósseo: transforma corrente elétrica em energia</p><p>vibratória.</p><p>• Circuito para logoaudiometria: possibilita a realização dos</p><p>testes de fala</p><p>• Interruptor liga/desliga</p><p>através dessa eu vejo como o indivíduo se comporta auditivamente através da fala.</p><p>A audiometria necessita de um ambiente tratado</p><p>acusticamente:</p><p>Cabina Acústica</p><p>Revestimento interno: material absorvente</p><p>Revestimento externo: material isolante</p><p>Nível de ruído interno = máximo 30dBNPS</p><p>Cabina Acústica</p><p>Procedimentos para a realização da</p><p>Audiometria</p><p>1. Anamnese</p><p>Traz informações fundamentais que possibilitam uma idéia</p><p>quantitativa da audição e hipóteses diagnósticas (identificação,</p><p>queixa principal, início e evolução do problema, sintomas,</p><p>antecedentes familiares, exposição a ruídos intensos, passado</p><p>otológico e uso de medicamentos ototóxicos)</p><p>- presença ou não de zumbido</p><p>- qual ouvido está com problemas</p><p>- há quanto tempo tem o problema</p><p>- se trabalha em ambientes ruidoso</p><p>- observar articulação e voz do paciente</p><p>zumbido tem a ver com perda neurossensorial</p><p>avaliar a qualidade vocal do paciente</p><p>se ele se prende olhando pra sua boca tentando fazer leitura labial.</p><p>a idade do paciente é importante para saber adequar a anamnese e os procedimentos fonoaudiológicos a seguir.</p><p>Há medicamentos que são comprovados que trazem uma ototoxicidade à cóclea.</p><p>Quais são?</p><p>Procedimentos para a realização da</p><p>Audiometria</p><p>2. Meatoscopia</p><p>• Tem como objetivo uma inspeção cuidadosa do MAE e</p><p>visualização da MT, excluindo a presença de corpo</p><p>estranho e rolha de cera, que impediria uma obtenção</p><p>correta dos limiares auditivos.</p><p>• Em crianças e idosos, verificar se o conduto não é</p><p>flácido, para evitar que com a colocação do fone não</p><p>ocorra o colabamento da abertura externa do conduto.</p><p>observa o próprio meato acústico</p><p>3. Pesquisa dos limiares tonais por via</p><p>aérea</p><p>• Explicação detalhada do exame: levar em consideração a</p><p>idade, bem como aspectos culturais, intelectuais, físicos e</p><p>psicológicos. Observar a ênfase nas respostas e a expressão</p><p>facial do paciente.</p><p>• Posição do paciente: sentado, de maneira que os</p><p>movimentos do examinador não possam ser vistos por ele. O</p><p>paciente deve remover os óculos, brincos, próteses auditivas.</p><p>• Colocação dos fones: na orelha direita deve ser colocado o</p><p>fone de cor vermelha e na esquerda, o fone de cor azul.</p><p>• Orelha adequada para o início do testes: a melhor orelha</p><p>referida pelo paciente ou, quando não for relatada a diferença,</p><p>inicia-se pela direita.</p><p>• Frequências testadas: Inicia-se pela frequência de 1.000 Hz,</p><p>e em seguida as frequências de 2.000, 3.000, 4.000, 6.000,</p><p>8.000, 500 e 250 Hz, nesta ordem.</p><p>Explicação do exame detalhada adequada à idade do paciente</p><p>Quando se começa pela pior, pode ser que a orelha boa influencie a resposta da orelha ruim.</p><p>Inicia-se os testes pela via aérea.</p><p>Casos Específicos</p><p>• Quando houver uma diferença maior ou igual a 20dB</p><p>entre duas frequências vizinhas = pesquisar as</p><p>frequências intermediárias (750 e 1500 Hz).</p><p>• Deficientes auditivos com respostas em algumas</p><p>frequências e ausência nas demais = testar a frequência</p><p>intermediária que segue a última resposta.</p><p>• Quando, durante a testagem das VA, observa-se uma</p><p>diferença igual ou maior que 40dB entre os dois ouvidos</p><p>em uma mesma frequência, é necessário utilizar o</p><p>mascaramento.</p><p>uma orelha responde em 1000, mas não responde em 2000 e nas outras...</p><p>Apresentação do Tom Puro</p><p>Contínuo</p><p>Pulsátil</p><p>Warble</p><p>Tom puro com variações de frequências</p><p>olhar com a Iasmin</p><p>Bom pra ser usado em pacientes com zumbido ou pacientes com dificuldade de identificar em tom puro</p><p>Técnica Descendente</p><p>Inicia-se a pesquisa do limiar em uma intensidade audível</p><p>para o paciente (é recomendado 50dBNA para pessoas</p><p>com audição aparentemente normal e 80dBNA para</p><p>aquelas com dificuldades de entender uma conversação)</p><p>o estímulo é apresentado durante 1 a 2 segundos, em</p><p>intervalos irregulares de tempo a cada resposta</p><p>positiva diminui-se a intensidade de 10 em 10 dB até que o</p><p>indivíduo não mais escute o som em seguida,</p><p>aumenta-se a intensidade de 5 em 5 dB até o retorno da</p><p>audição o procedimento deverá então ser repetido</p><p>pelo menos 3 vezes, até que se alcance o limiar de</p><p>audibilidade.</p><p>Pra baixo, passos de 10</p><p>Pra cima, passos de 5</p><p>Definição ANSI para limiar</p><p>“ É o menor nível de audição no qual as respostas</p><p>ocorrem em pelo menos metade das tentativas</p><p>ascendentes, com no mínimo 2 respostas em 3</p><p>apresentações na mesma intensidade”.</p><p>Técnica Ascendente</p><p>A pesquisa começa de um som inaudível até atingir um</p><p>som audível. O estímulo é aumentado de 5 em 5 dB</p><p>até o indivíduo iniciar a escuta o procedimento é</p><p>então repetido 3 vezes, até que se estabeleça o limiar</p><p>(valor em que o indivíduo percebe 50% das vezes).</p><p>Técnica Descendente - ascendente</p><p>Os limiares são pesquisados através da técnica</p><p>descendente (do som para o silêncio) em</p><p>seguida, são confirmados através da técnica</p><p>ascendente (do silêncio para o som)</p><p>Cuidados</p><p>• Condicionamento por ritmo</p><p>• Movimento de olhos alternados entre o paciente e o</p><p>equipamento</p><p>• Movimento de mãos de ombros</p><p>4. Pesquisa dos limiares tonais por via óssea</p><p>• Mecanismos de condução óssea: por inércia e por</p><p>compressão</p><p>• Objetivos: diagnóstico clínico das patologias que atingem o</p><p>OE, OM ou OI.</p><p>• Procedimento:</p><p>- vibrador ósseo é colocado na mastóide, livre do contato com</p><p>brincos, haste de óculos e cabelo.</p><p>- Uso do mascaramento</p><p>Vibrador na mastóide</p><p>Vibrador ósseo</p><p>• Instruções ao paciente, apresentação do estímulo, forma das</p><p>respostas e cuidados com as pistas não auditivas</p><p>devem seguir os mesmos critérios utilizados na testagem</p><p>da VA.</p><p>• A técnica adotada também deve ser mantida (descendente,</p><p>ascendente ou descendente-ascendente).</p><p>• Testar as frequências de 500, 1.000, 2.000, 3.000 e 4.000</p><p>Hz. Quando na VA forem testadas as frequências</p><p>intermediárias (750 e 1.500 Hz) devem-se pesquisa-las,</p><p>também, por VO.</p><p>• Não é recomendado pesquisar os limiares ósseos em 250</p><p>Hz (sensação de vibração).</p><p>DIFERENTE DA AÉREA</p><p>• Na pesquisa da VO, o limite máximo de saída varia em</p><p>cada frequência (por ex. 60 dB em 500 Hz e 80 dB em 4.000</p><p>Hz). E importante verificar a saída máxima do equipamento</p><p>onde o teste está sendo realizado.</p><p>• Em PA severas a profundas é comum encontrarmos</p><p>ausência de limiares ósseos em 1.000, 2.000, 3.000 e 4.000</p><p>Hz e presença de respostas em 500 Hz o que,</p><p>possivelmente, resultam de sensações tácteis (vibração).</p><p>• A pesquisa dos limiares de VO só deverá ser realizada nos</p><p>casos em que se constate perda auditiva pelos limiares de</p><p>VA .</p><p>5. Marcação dos Resultados</p><p>• Audiograma: gráfico designado para anotar os resultados</p><p>obtidos nas pesquisas dos limiares tonais:</p><p>- Eixo vertical: representa as intensidades, em dBNA, expressas</p><p>linearmente variando de -10 a 120 dBNA, graduada de 10 em</p><p>10 dB.</p><p>- Eixo horizontal: representa as frequências, que variam de 125</p><p>a 8.000 Hz.</p><p>• Simbologia para marcação:</p><p>VA VO</p><p>Orelha direita O</p><p>PARA LIMIARES AÉREOS:</p><p>Linha tracejada azul para a orelha esquerda (-----) e</p><p>Linha contínua vermelha para a orelha direita ( )</p><p>• Ausência de resposta:</p><p>• Limiares obtidos com uso do mascaramento</p><p>• Alguns audiologistas preferem especificar na folha do exame</p><p>os valores e tipo de ruído mascarador utilizado.</p><p>O X</p><p>VA VO</p><p>Orelha direita [</p><p>Orelha esquerda ]</p><p>Saída Máxima no Audiômetro</p><p>125 250 500 1000 2000 3000 4000</p><p>6000 8000</p><p>100 120 120 120 120 120 110 100</p><p>Via aérea:</p><p>Via óssea:</p><p>500 1000 2000 3000 4000</p><p>65 75 80 80 75</p><p>Instruções ao Paciente</p><p>É necessário que o paciente saiba exatamente o que se</p><p>espera dele, o que deve fazer e como deve responder. As</p><p>ordens devem ser apresentadas de forma simples, direta,</p><p>objetiva, no nível de compreensão do sujeito sob teste.</p><p>“Você vai ouvir um apito, cada vez que ouvir deve levantar a</p><p>mão do lado que ouvir”.</p><p>Pode-se pedir que levante o dedo, ou aponte a orelha onde</p><p>o som está sendo escutado, ou no caso de dificuldades</p><p>motoras, pede-se que fale ao microfone cada vez que ouvir.</p><p>• Alguns audiômetros apresentam um botão que,</p><p>quando pressionado pelo paciente, faz acender uma luz</p><p>no painel do equipamento, e os pacientes são instruídos</p><p>a apertá-lo quando ouvem o apito. A grande</p><p>desvantagem deste tipo de resposta é que habitua o</p><p>examinador a não olhar para o paciente e, dessa forma,</p><p>impede de observar suas reações frente ao estímulo</p><p>sonoro.</p><p>• Explicar ao paciente o que se quer que ele faça e</p><p>o que vai acontecer com ele, faz baixar o nível de</p><p>expectativa e a ansiedade do paciente que vai ser</p><p>examinado.</p><p>Procedimentos e Cuidados na Aplicação da</p><p>Audiometria Tonal</p><p>- Não esquecer que o audiômetro é um equipamento</p><p>eletrônico e que necessita estar conectado à rede elétrica</p><p>para poder funcionar.</p><p>- Ligar o audiômetro 10 minutos antes de começar o exame</p><p>(aquecimento dos sistemas)</p><p>- Verificar se as conexões dos fones, vibrador ósseo e</p><p>microfone estão bem feitas.</p><p>- A calibração biológica do equipamento deve ser realizada</p><p>periodicamente (uma vez ao ano) para verificar se a</p><p>frequencia, a intensidade e o tempo estão de acordo com</p><p>as especificações.</p><p>• Levantar alguns dados sobre o problema auditivo do paciente,</p><p>para poder selecionar a frequência e intensidade iniciais do</p><p>exame e em qual orelha aplicar o teste primeiro.</p><p>• Iniciar o exame pela pesquisa dos limiares VA.</p><p>• Iniciar o exame em 1.000 Hz a 50 dBNA para sujeitos sem</p><p>queixa de dificuldade para ouvir ou com PA discretas.</p><p>• Instrução cuidadosa do exame para o paciente.</p><p>• Levar em conta o estado psicofisiológico do paciente no</p><p>momento do teste, podendo ele não estar em boas condições</p><p>para responder.</p><p>• Adaptar a duração de apresentação do estímulo ao paciente</p><p>sob teste. Para pacientes muito lentos, estímulos mais</p><p>longos. Tomar muito cuidado com a apresentação ritmada,</p><p>porque o sujeito pode levantar a mão condicionado pelo</p><p>intervalo constante e rítmico de apresentação do apito.</p><p>• Sempre observar as reações e expressões faciais do</p><p>paciente durante o teste.</p><p>• Tomar cuidado com as pistas que o audiologista possa dar:</p><p>movimento de ombros, braços, olhos...</p><p>• Toda vez que tiver dúvidas sobre a consistência das</p><p>respostas, peça retorno e refaça o exame.</p><p>Análise dos resultados audiométricos</p><p>• Quanto ao tipo de perda auditiva:</p><p>a) NEUROSSENSORIAL – Quando o local da lesão</p><p>encontra-se na cóclea e/ou VIII par. Os limiares da VA</p><p>e VO estão rebaixados (piores que 25dBNA) e</p><p>acoplados (não existe gap)</p><p>Análise dos resultados audiométricos</p><p>b) CONDUTIVA – Quando o local da lesão</p><p>encontra-se na orelha externa e/ou média.</p><p>Caracteriza-se por uma diminuição dos limiares</p><p>tonais de VA e pela conservação dos limiares da</p><p>VO mantendo entre eles a presença de um gap</p><p>que deve ser de no mínimo 15 dB e no máximo</p><p>60 dB. Os limiares da VO devem ser de até 15</p><p>dB NA.</p><p>Análise dos resultados audiométricos</p><p>c) MISTA – Quando a lesão apresenta-se</p><p>simultaneamente na cóclea e/ou VIII par e também</p><p>na orelha média e/ou externa. Os limiares da VA e</p><p>VO estão diminuídos, porém existindo entre eles um</p><p>gap. Limiares de VO a partir de 20 dB NA com</p><p>existencia de GAP são considerados indicativos de</p><p>perda mista.</p><p>Análise dos resultados audiométricos</p><p>d) CENTRAL – A audiometria encontra-se com limiares</p><p>dentro dos padrões normais ou alterados, pois o</p><p>indivíduo apresenta lesão nas vias auditivas</p><p>superiores. São mais difíceis de serem localizadas</p><p>anatomicamente.</p><p>Análise dos resultados audiométricos</p><p>• Quanto ao grau da perda auditiva:</p><p>Determina-se a média dos limiares tonais de via aérea</p><p>nas frequências de 500, 1000 e 2000Hz, em cada</p><p>orelha. (Classificação proposta por Davis & Silverman,</p><p>1970)</p><p>Média dos Limiares (dB) Classificação</p><p>-10 a 25 Normal</p><p>26 a 40 Leve</p><p>41 a 70 Moderada</p><p>71 a 90 Severa</p><p>Acima de 90 Profunda</p><p>Análise dos resultados audiométricos</p><p>Alguns audiologistas optam pela seguinte</p><p>classificação, principalmente para crianças</p><p>(Northern & Downs, 1984):</p><p>Média dos Limiares (dB) Classificação</p><p>-10 a 15 Normal</p><p>16 a 25 Discreta</p><p>26 a 40 Leve</p><p>41 a 70 Moderada</p><p>71 a 90 Severa</p><p>Acima de 90 Profunda</p><p>Audiometria em Campo Livre</p><p>• É realizada com alto-falantes em uma sala acústica,</p><p>geralmente na avaliação da audição de bebês e crianças</p><p>pequenas, e ainda na avaliação do ganho funcional de</p><p>órteses auditivas.</p><p>• Os limiares obtidos em campo livre referem-se</p><p>essencialmente à sensibilidade da melhor orelha.</p><p>Weber Audiométrico</p><p>• Realiza-se o teste quando há uma assimetria de</p><p>respostas na avaliação audiométrica, entre as duas</p><p>orelhas.</p><p>• Colocação do vibrador ósseo no osso frontal do</p><p>paciente.</p><p>• Objetivo: testar qual orelha apresentará maior</p><p>percepção sonora.</p><p>• Testa-se as frequências de 500, 1.000, 2.000 e 4.000</p><p>Hz.</p><p>• O estímulo é dado 15 dB acima da media dos</p><p>valores de VO das duas orelhas, na frequência</p><p>pesquisada.</p><p>Weber Audiométrico</p><p>• O paciente deverá responder em qual orelha</p><p>escuta o som mais alto.</p><p>• Interpretação: o som lateraliza-se para o lado</p><p>da perda de audição condutiva ou para o lado</p><p>da melhor cóclea.</p><p>• Quando ambas orelhas apresentam a mesma</p><p>configuração audiométrica, o Weber é</p><p>indiferente.</p><p>Marcação das Respostas</p><p>• Weber lateralizado para a DIREITA:</p><p>D ou</p><p>• Weber lateralizado para a ESQUERDA:</p><p>E ou</p><p>• Weber Indiferente:</p><p>I ou</p><p>Informações sobre o paciente</p><p>• Idade e data de realização do exame</p><p>permitem a comparação dos resultados</p><p>de testes realizados em períodos anteriores,</p><p>conferindo-lhe o adequado significado</p><p>clínico.</p><p>• Profissão relação entre a PA e o</p><p>ambiente de trabalho do paciente.</p><p>• Sexo e raça a incidência de certas</p><p>patologias varia em relação ao sexo e raça.</p><p>Informações obtidas na Avaliação Audiológica</p><p>• Tipo de PA</p><p>• Grau da PA</p><p>• Configuração da PA</p><p>• Habilidade para discriminar os sons</p><p>auditivamente</p><p>Perdas Condutivas</p><p>• História de infecção de ouvido, secreção, sensação de</p><p>ouvido tampado, perda auditiva com piora na gravidez,</p><p>entre outras histórias de problemas otológicos</p><p>• Pode haver zumbido</p><p>• Paciente tende a falar com a voz fraca, devido ao efeito de</p><p>oclusão</p><p>• PA em VA com limiares normais de VO (gap mínimo de 15</p><p>dB e máximo de 60dB)</p><p>Perdas Condutivas</p><p>• Não há dificuldade para discriminar a fala, se o som</p><p>for suficientemente alto</p><p>• Teste de Weber lateraliza para o lado da pior VA e</p><p>melhor VO</p><p>• Geralmente a resposta do paciente é inconstante</p><p>quando próximas ao limiar</p><p>Perdas Neurossensoriais</p><p>• História de PA súbita ou progressiva, com causa</p><p>desconhecida ou determinada. Pode haver</p><p>antecedentes familiares ou associação da PA com</p><p>outras alterações orgânicas</p><p>• Pode haver zumbido</p><p>• Pode haver queixa de tontura ou vertigem</p><p>• Na PA bilateral pode haver alteração na qualidade</p><p>vocal ou no seu padrão articulatório. Geralmente,</p><p>tende a falar mais alto para monitorar a própria fala</p><p>Perdas Neurossensoriais</p><p>• A PA atinge tanto VA quanto VO, com ausência de</p><p>gap (máximo 10dB). Quando a perda for muito grande</p><p>pode não haver registro da VO, devido a limitação</p><p>do vibrador ósseo</p><p>• Geralmente há dificuldade na discriminação dos sons,</p><p>mesmo em uma intensidade adequada.</p><p>• Limiares tonais variam de 25dBNA até ausência de</p><p>respostas, tanto VA, quanto VO (de acordo com o</p><p>grau da perda)</p><p>• Teste de Weber lateraliza para o melhor lado (nas</p><p>perdas assimétricas ou unilateral).</p><p>Perdas Neurossensoriais</p><p>• As respostas do paciente geralmente são precisas.</p><p>• Dificuldade de ouvir e entender em ambientes</p><p>ruidosos.</p><p>• Podem referir desconforto com barulhos intensos.</p><p>Perdas Mistas</p><p>• Geralmente o problema NS aparece depois do</p><p>condutivo crônico, ou ao mesmo tempo, nos casos</p><p>de traumatismos cranianos; Também pode acontecer</p><p>do paciente ter um problema NS e depois apresentar</p><p>um problema condutivo</p><p>• A audiometria tonal pode apresentar gaps VA-VO em</p><p>algumas frequências estando acopladas em outras</p><p>• O gap é variável, dependendo do comprometimento</p><p>condutivo</p><p>• O teste de Weber lateralizará em função da influência</p><p>dos componentes condutivo e NS.</p><p>Perda Auditiva “Funcional”</p><p>• Resultados da audio tonal, teste de fala e</p><p>imitanciometria não estão de acordo entre si</p><p>• Pode ser de origem emocional ou com finalidades</p><p>econômicas</p><p>• O paciente parece agitado, nervoso e com pressa.</p><p>• Muito atento ao exame, como se estivesse fazendo</p><p>um grande esforço para escutar.</p><p>• Audiometria tonal revela uma perda auditiva,</p><p>enquanto os limiares de fala podem estar normais.</p><p>• Seu padrão de fala e qualidade vocal não condizem</p><p>com o nível de PA que ele apresenta</p><p>LESÕES COCLEARES X LESÕES</p><p>RETROCOCLEARES</p><p>• Lesões cocleares (sensoriais) – atingem as células do</p><p>órgão de Corti</p><p>• Lesões retrococleares (neurais) – quando a lesão</p><p>ocorre no ramo coclear do nervo vestíbulo-coclear,</p><p>mas antes da sua sinapse com o núcleo coclear,</p><p>dentro do tronco cerebral.</p><p>Os pacientes portadores de lesões neurossensoriais podem</p><p>apresentar distorções patológicas do estímulo sonoro, que</p><p>podem ser classificadas da seguinte forma:</p><p>• Alterações da sensação de intensidade –</p><p>recrutamento = crescimento anormal da sensação</p><p>da intensidade, na medida em que a intensidade</p><p>física é aumentada (Carver, 1978). A presença de</p><p>recrutamento é indicativa de lesão coclear.</p><p>• Alterações da sensação da altura – diplacusia =</p><p>distorção da sensação do tom. Indica lesão no</p><p>ouvido interno.</p><p>• Adaptação auditiva = diminuição na sensitividade</p><p>auditiva a um estímulo contínuo. Ocorre nas lesões</p><p>retrococleares.</p>