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AudiologiaAudiologia Tutorial 01 Objetivos: 1) Compreender a sensação de plenitude auricular e suas consequências; 2) Entender o zumbido suas causas e consequências; 3) compreender como são realizados os exames: meatoscopia, audiometria tonal, logoaudiometria e testes auditivos supraliminares e suas finalidades; 4) Conhecer a relação biopsicossocial na deficiência auditiva; 5) Elucidar as políticas públicas voltadas para a saúde auditiva; 1) Compreender a sensação de plenitude auricular e suas consequências; Resumo por Iris Layane Trata-se da percepção de “ouvido cheio”, que pode ser intermitente ou durar horas, dias ou semanas. Tratar de sintoma característico da Doença de Menière (DM), sua presença é frequentemente interpretada como diagnóstica da patologia. A PA deve ser cuidadosamente avaliada com relação a sua origem para proceder a melhor abordagem e evitar tratamentos equivocados que levam prejuízo ao paciente. Protocolos diagnósticos são baseados em sinais e sintomas, interrogatório e um exame clínico relativamente simples. No entanto, as doenças otoneurológicas são comumente complexas e apresentam diversos sinais e/ou sintomas comuns em diagnósticos diversos – com abordagens diversas. A PA pode ocorrer associada à migrânea como uma potencial entidade clínica. Os doentes apresentam sintomas que muitas vezes se confundem com a própria DM, como crises de zumbidos e vertigens. No entanto, a audiometria pode se apresentar dentro dos padrões da normalidade, mesmo com eletrococleografia alterada. Esses pacientes respondem bem à dieta e aos tratamentos utilizados para o tratamento da migrânea 7,8. A migrânea é sabidamente um estado de hiperexcitabilidade neural, um quadro complexo, multisistêmico e multifatorial. Gatilhos como a dieta, as alterações metabólico/hormonais, privação de sono etc., têm a capacidade de desencadear o estado de sensibilidade neural que culmina com os sintomas que se confundem com a própria DM. Caso as razões não sejam diagnosticadas por um otorrinolaringologista ou Fonoaudiólogo, há possibilidades de que o problema esteja relacionado com a Disfunção da Articulação Temporomandibular ATM. O aparecimento da Plenitude Auditiva se dá por conta de infecções nos músculos mastigatórios. Esse comprometimento faz com que haja uma alteração no sistema auricular. Dessa forma, a equalização dos barulhos externos e internos fica prejudicada. O comprometimento dos músculos dessa área é um dos principais motivos de seu aparecimento. Pode ser acompanhada por zumbidos, distorção sonora, perda da estereofonia e desorientação. https://www.centraldafonoaudiologia.com.br/tratamentos/fonoaudiologia-disfuncao-temporo-mandibular 2) Entender o zumbido suas causas e consequências; O zumbido é caracterizado como um ruído incômodo que não provém de nenhuma fonte de som externa e pode ser percebido pelo ouvido. Na maioria das vezes, não é sinal de doenças graves, mas pode ser sintoma de condições que exigem acompanhamento médico Formalmente, o zumbido é definido pela American National Standards Institute (ANSI) como a sensação sonora sem que haja estimulação ou correspondência externa. Jastreboff, em 1990, definiu o zumbido como percepção auditiva fantasma, geralmente descrita como apitos, chiados e sussurros. Uma das grandes dificuldades encontradas a partir da observação clínica de pacientes é que o zumbido não é uma experiência baseada em um sinal acústico. O zumbido implica a percepção de um som, e não a presença de um som, o que torna as tentativas de avaliação subjetiva de caracterização do zumbido, assim como seu mascaramento, fadados ao insucesso. Na maioria dos casos, o zumbido é uma percepção auditiva “fantasma”, percebida exclusivamente pelo paciente. Essa característica subjetiva limita as condições de investigação de sua fisiopatologia. Outro fatores limitantes são: a) necessidade de investigação de várias possibilidades etiológicas, uma vez que o zumbido é sintoma e não doença; b) incapacidade de mensurá-lo objetivamente; c) dificuldade de obtenção de modelo experimental fidedigno; d) flutuações que podem ocorrer com estados emocionais diversos. Muitas classificações de zumbido já foram propostas, sendo que a mais utilizada na literatura divide o zumbido em dois tipos: o subjetivo (percebido apenas pelo paciente) e o objetivo (identificado também pelo examinador). Alguns autores preferem a divisão do zumbido de acordo com sua fonte de origem: zumbidos gerados por estruturas para- auditivas, geralmente de origem vascular ou muscular (mioclônica) e zumbidos gerados pelo sistema auditivo neurossensorial. Essa divisão tem mais utilidade por ser paralela à anátomo-fisiologia das vias auditivas e por apresentar investigação diagnóstica e tratamento diferentes para ambos os grupos. As alterações musculares mais relacionadas a zumbidos são a mioclonia dos músculos da orelha média e a mioclonia palatal. Dentre as alterações vasculares, podem causar zumbidos pulsáteis os paragangliomas, as malformações ou fístulas artério-venosas, aneurismas intra ou extra-cranianos, bulbo da veia jugular alto ou deiscente, entre outros. Causas O ZUMBIDO NÃO É UMA DOENÇA, MAS SIM UM SINTOMA Isso significa que o ruído em si é um alerta do corpo de que algo não está funcionando como deveria. A lista de possíveis doenças, desequilíbrios e transtornos que podem ocasionar zumbido no ouvido é bem ampla e variada. EXPOSIÇÃO EM EXCESSO A O BARULHO: A exposição constante ao barulho do trânsito ou o hábito de ouvir música alta com fones de ouvido, por exemplo, podem danificar algumas estruturas do ouvido e causar o fenômeno do zumbido. CERA ACUMULADA: A cera de ouvido tem um papel imprescindível para a proteção do órgão. Entretanto, quando acumulada em excesso, pode entupir as vias auditivas e até mesmo afetar o tímpano, causando dor, perda progressiva de audição, tonturas, coceiras, e, é claro, o zumbido. INFLAMAÇÃO OU INFECÇÃO NO OUVIDO: Inflamações no ouvido médio costumam causar rigidez nos ossículos que o constituem, prejudicando a capacidade dessas estruturas de identificar quando de fato há algum som passando por elas ou não. Já infecções – como otites, por exemplo – costumam reduzir a capacidade do ouvido de identificar com clareza sons externos, causando e potencializando o zumbido. LESÕES NO OUVIDO: Estruturas internas que estejam danificadas por produtos químicos, alta exposição ao calor ou até mesmo objetos inseridos dentro do ouvido podem provocar o zumbido. Também há a possibilidade das células capilares que ficam no interior do ouvido estejam danificadas. O tipo de lesão mais comum é o rompimento ou perfuração do tímpano. Geralmente, o zumbido causado por esse tipo de incidente vem acompanhado de sintomas característicos, como dor intensa e repentina, sangramentos e perda da audição. MEDICAMENTOS: Algumas substâncias como antibióticos, quinina (utilizada no tratamento de malária e patologias cardíacas), diuréticos, aspirina, antidepressivos e drogas utilizadas no tratamento para o câncer podem ser gatilhos para o surgimento de zumbidos no ouvido DTM E PROBLEMAS ODONTOLÓGICOS: Disfunções odontológicas – sobretudo as que atingem a articulação da mandíbula – podem causar desconfortos no ouvido. Além do zumbido, problemas nos dentes também podem causar estalos na parte de trás do ouvido ao abrir a boca e pontadas no ouvido externo e médio. DORES MUSCULARES: Dores musculares tensionais, principalmente as que atingem a região do pescoço, podem ser as responsáveis pelo zumbido no ouvido. Isso porque o corpo libera determinadas substâncias com o objetivo de atenuar a tensão localizada, e, no processo, acaba estimulando as vias auditivas. PROBLEMAS CARDÍACOS: Doenças cardiovasculares afetam diretamente a circulação sanguínea, dificultando a chegada d e sangue aos vasos sanguíneos do ouvido. Uma das consequências desse processo é que as estruturas auriculares não conseguem reunir nutrientes o suficiente para executarem suasfunções de forma adequada, gerando o zumbido como forma de alerta. Outras doenças relacionadas ao sistema cardiovascular, com a arteriosclerose, hipertensão e malformação arteriovenosa também pode ser gatilhos para o zumbi do no ouvido. DEPRESSÃO: A depressão é uma doença que mexe diretamente com diversas funções químicas do corpo. Uma delas diz respeito aos índices de neurotransmissores provenientes dos nervos auditivos, prejudicando toda a funcionalidade do ouvido e, assim, gerando o zumbido. ESTRESSE: Embora o estresse por si só não seja um agente causador de zumbidos no ouvido, é um grande potencializador desse tipo de fenômeno. Em geral, nesse caso, o zumbido também vem acompanhado de tonturas. DIABETES NÃO CONTROLADA: Níveis de insulina muito acima do indicado podem prejudicar os estímulos responsáveis por fazer o transporte de informações do ouvido para o cérebro. Por isso, portadores de diabetes devem ter atenção redobrada s e apresentarem zumbidos no ouvido. CONSUMO EXCESSIVO DE CAFEÍNA: A cafeína é uma substância altamente estimulante que, ao ser consumida em excesso, afeta o funcionamento de diversos órgãos do corpo. Um deles é o ouvido, que apresenta atividades celulares muito mais aceleradas após a ingestão exagerada de café, o que acaba causando o zumbido. ENVELHECIMENTO: A diminuição da audição é uma das principais mudanças características causadas pela chegada à terceira idade. O fenômeno acaba causando diversos efeitos colaterais, como tontura e zumbido no ouvido. Sintomas de Zumbido Os sintomas mais comuns de zumbido no ouvido incluem: • Ouvir sons que não são provenientes de qualquer fonte ex terna. Os sons podem incluir toques, cliques, zumbidos ou ruídos; • Muitas pessoas relatam que os sons mudam em cada ouvido, como sua intensidade e volume. Os sons às vezes param ou se tornam suaves, em outros momentos são mais rápidos e intensos; • Os sons de zumbido podem vir de um ouvido de cada vez (unilateral) ou de ambos os ouvidos (bilateral); • Também é possível ouvir sons ou vozes musicais, embora a causa subjacente desta experiência possa incluir outros problemas psicológicos ou mesmo uso de drogas; • Além de ouvir sons nos ouvidos, muitas pessoas com zumbido se sentem muito perturbados por seus sintomas e enfrentam problemas psicológicos e relacionados ao humor como um efeito colateral. Os sons altos causados pelo zumbido podem interferir com a sua capacidade de se concentrar ou ouvir sons reais. Também pode causar problemas com a fala, especialmente em crianças. Os zumbidos nos ouvidos também podem piorar com a idade e são mais comuns em idosos que sofrem de perda auditiva geral. Os idosos comumente experimentam zumbido e perda auditiva devido a sintomas associados a problemas circulatórios, inflamação e lesões nervosas Complicações O zumbido no ouvido é um sintoma extremamente exaustivo e, por esse motivo, pode causar complicações bem características. Quem convive com zumbido pode apresentar os seguintes desdobramentos: • Fadiga; • Depressão e ansiedade; • Alteração nos hábitos de sono; • Problemas de memória; • Dificuldade de concentração; • Irritabilidade COMPREENSÃO FRACA DE FALA QUANDO HÁ MUITAS PESSOAS NO LOCAL Em ambientes muito movimentados como estádios ou quadras de esporte, shows e festas, há não só o barulho de música e ruídos, mas também muita conversa paralela. Portanto, para os portadores da surdez unilateral é mais difícil compreender uma conversa particular e manter uma troca de ideias nesses locais. DIFICULDADE NO EQUILÍBRIO Não conseguir caminhar em linha reta, pender para um lado ou sentir falta de firmeza ao andar também pode ser um sintoma de surdez unilateral. Sintomas • DIMINUIÇÃO DA AUDIÇÃO • PLENITUDE AURICULAR É quando os sons são percebidos de maneira abafada, ou a pessoa fica com a sensação de que o ouvido está “cheio”. • ZUMBIDO Pode ser definido como uma ilusão auditiva, ou seja, uma sensação sonora não relacionada com uma fonte externa de estimulação. Portadores de surdez unilateral são, muitas vezes, considerados desinteressados, distraídos ou desligados por quem não conhece seu problema. Sinais DIFICULDADE PARA IDENTIFICAR DE ONDE VEM O SOM Na maioria dos casos, esse é um dos sintomas de maior perigo. Quando o portador não consegue identificar a origem de determinados sons pode correr riscos no trânsito, por exemplo, tanto como pedestre como motorista. GRANDE ESFORÇO PARA OUVIR EM MEIO A RUÍDOS Em geral, este é o primeiro sintoma de surdez unilateral identificado. A dificuldade para ouvir em meio a ruídos vale tanto para conversas em família ou entre amigos, quanto em situações corriqueiras que envolvem compras em uma loja ou assistir a um filme no cinema. A audição está diretamente ligada ao equilíbrio e, quando afetada, faz com que o indivíduo sofra tonturas. Este também pode ser um sintoma da doença de Ménière, que começa atacando um ouvido e causando surdez unilateral, mas pode passar para o outro rapidamente. A surdez unilateral pode passar despercebida e aparentemente não causar grande desconforto para muitos pacientes. É muito comum que os pacientes não se submetam a nenhum tipo de tratamento, pela falta de informação e também pelo desconhecimento do problema. Para agravar essa situação, uma pessoa com perda auditiva espera em média 7 anos para procurar um tratamento. Neste tempo a audição pode sofrer danos irreversíveis, já que se não estimulado, o nervo auditivo se atrofia e em alguns casos isso não pode ser revertido. Perdas auditivas unilaterais 3) compreender como são realizados os exames: meatoscopia, audiometria tonal, logoaudiometria e testes auditivos supraliminares e suas finalidades; Meatoscopia A avaliação do meato acústico externo é imprescindível para a realização da audiometria tonal liminar. O fonoaudiólogo deve observar se existe a possibilidade de realização do exame. Se houver presença de corpos estranhos ou cera obstruindo o meato impedindo a visualização da membrana timpânica, a avaliação não pode ser feita. O paciente deve ser encaminhado para o médico otorrinolaringologista para realização de limpeza otológica e depois retornar ao fonoaudiólogo para a realização da avaliação audiológica. Audiometria Tonal O que é? É um teste que permite medir a audição através da obtenção dos LIMIARES AUDITIVOS, cujos valores em indivíduos com audição normal encontram-se em até 25 dBNA. LIMIAR AUDITIVO É menor intensidade na qual um indivíduo é capaz de ouvir um som, pelo menos, 50% das vezes em que este som for apresentado. Como realizar? Este exame deve ser realizado em uma cabine acusticamente tratada através do audiômetro. Mede-se a audição através da via aérea com fones supra-aurais. E através da via óssea, com um vibrador sobre a mastoide. Tudo o que se referir ao lado direito será identificado pela cor vermelha, e ao lado esquerdo pela cor azul. O estimulo acústico pode ser o tom puro ou o modulado, apresentado de forma contínua ou pulsátil. O paciente deverá responder levantando a mão ou levantando a pêra da resposta (chave usada para indicar quando houver a percepção do som) todas as vezes que ouvir o som, conforme combinado entre ele e o examinador. Como fazer a pesquisa dos limiares tonais por via aérea? Ao colocar o paciente na cabine, deve-se fazer as devidas orientações. O próprio examinador deve fazer a colocação dos fones, sempre de frente para o paciente. Independentemente do tamanho do pavilhão, o que importa é que o diafragma (onde sai o som no fone) esteja posicionado na direção do conduto, para que não escape som entre o coxim e a orelha. A orelha adequada para o inicio do teste é aquela que o paciente referir como melhor. Caso o paciente relate que não percebe diferença entre as duas orelhas, é recomendado que se inicie pela orelha direita Quais frequências devem ser pesquisadas? As frequências utilizadas para avaliação vão de 250 Hz ate 8000 Hz. Inicia-se a pesquisa na frequência de 1000 Hz, em seguida 2000 Hz, 3000 Hz, 4000 Hz,6000 Hz, 8000 Hz, 500 Hz e 250 Hz. As frequências de 750 e 1500, 3000 e 6000 Hz são chamadas de frequências intermediarias. As frequências de 3000 e 6000 Hz sempre serão pesquisadas, já 750 e 1500 Hz serão pesquisadas sempre que houver uma diferença maior ou igual a 20 dB entre as frequências vizinhas. EXEMPLO Ao pesquisar a frequência de 500 Hz, o limiar do paciente for 40 dB e, ao pesquisar a frequência de 1000 Hz, o limiar do mesmo for 60 dB, é necessário pesquisar 750 Hz (frequência intermediária). Para obter os limiares auditivos, pode-se usar a técnica ascendente ou descendente. Na técnica descendente, a pesquisa do limiar começa de um som audível para um som inaudível. Já na técnica ascendente, a pesquisa é realizada do som inaudível para um som audível. Cabe a cada profissional decidir qual técnica utilizar no momento da avaliação ou optar por aquela em que o paciente demonstra mais facilidade para responder. Inicia a pesquisa do limiar na frequência de 1000 Hz e depois segue a ordem: 2000 Hz, 3000 Hz, 4000 Hz, 6000 Hz, 8000 Hz, 500 Hz e 250 Hz, no caso de via aérea. ✓ Quanto a intensidade do estimulo, inicia com um som audível para o paciente, quando ele levantar a mão, ou seja, responder ao estimulo, diminui 10 dB quando não houver resposta do paciente naquela intensidade, sobe 5 ate achar o limiar dele. Retesta essa intensidade 4 vezes e ele respondendo 50% das vezes confirma o limiar. No momento da realização do exame, o profissional precisa tomar cuidado com pistas visuais, que podem levar o paciente a perceber a movimentação do examinador, durante a apresentação dos estímulos. Este cuidado é fundamental para garantir uma resposta fidedigna. Como pesquisar os limiares tonais por via óssea? QUANDO TESTAR A VIA ÓSSEA? Deve-se testar a via óssea (VO) sempre que os limiares da via aérea apresentarem valores iguais ou maiores que 25 dB. A via óssea nunca é pior do que a via aérea, ou é igual ou é melhor, porque através da via aérea, a orelha média tem o mecanismo de amplificação da energia sonora. Para a realização da VO utiliza-se o vibrador ósseo colocado na mastoide do lado a ser testado. É importante que o vibrador não encoste no pavilhão auricular, fique livre do contato com fivelas, hastes de óculos, cabelo e outros objetos que possam atenuar a intensidade do estimulo apresentado. As instruções ao paciente serão idênticas as já apresentadas na avaliação por via aérea. Serão testadas as frequências de 500, 1000, 2000 e 4000 Hz. Porem, quando na via aérea forem testadas as frequências intermediarias de 750 Hz e 1500 Hz, obrigatoriamente, deve-se pesquisar as respectivas vias ósseas. • SIMBOLOGIA: Para a marcação dos resultados da audiometria tonal por via aérea e óssea, é utilizado uma simbologia. Quando não há resposta para determinada frequência coloca uma seta para baixo, indicando que foi testado até o limite de saída do equipamento. Para ligar os símbolos de via aérea da orelha direita, utiliza-se uma linha tracejada (-----) da cor correspondente, já para ligar os pontos da orelha esquerda, utiliza-se uma linha contínua (_). Conclusão do Teste Após a obtenção dos limiares aéreos e ósseos é possível definir se existe perda auditiva. A audição de um adulto será normal quando o seu limiar auditivo for igual ou até 25 dB. Quando existe a perda auditiva, pode classifica-la quanto ao tipo, grau, lateralidade, simetria e configuração da curva. • Quanto ao tipo de perda: A perda será SENSORIONEURAL, se os limiares da via aérea e via óssea estão rebaixados (maiores que 25 dB) e acoplados, ou seja, não existe diferença entre as vias aérea e óssea. O comprometimento nesses casos está na cóclea. A perda será MISTA, se os limiares da via aérea estiverem rebaixados (maiores que 25 dB) e os limiares de via óssea também, porem permanece um “gap” entre eles, em pelo menos uma frequência. Assim, o comprometimento estará simultaneamente na cóclea e na orelha externa e/ou média. GAP É a diferença entre a via aérea e a óssea, e sugere alteração da orelha média. Essa diferença deve ser igual ou até 15 dB. A perda será CONDUTIVA, se os limiares da via aérea estiverem rebaixados (maiores que 25 dB) e os limiares de via óssea normais, existindo um gap entre eles. Nesse caso, o local de comprometimento pode ser na orelha externa e/ou média. Quanto ao grau: O grau da perda define o quanto a capacidade de ouvir se desvia dos padrões de normalidade. Para determinar o grau faz-se a média aritmética dos limiares aéreos nas frequências de 500 Hz, 1000 Hz e 2000 Hz, que é a chamada média tritonal. Grau De acordo com Lloyd e Kaplan (1978): Até 25 dB – normal 26 dB a 40 dB – perda auditiva leve 41 dB a 55 dB – perda auditiva moderada 56 dB a 70 dB – perda auditiva moderada severa 71 dB a 90 dB – perda auditiva severa 91 dB ou > - perda auditiva profunda • Quanto a configuração: A configuração está relacionada com o desenho dos limiares de cia aérea de cada orelha. Pode ser: horizontal ou plana, descendente ou ascendente. HORIZONTAL Quando limiares alternarem melhora ou piora de 5 dB por oitava em todas as frequências. • DESCENDENTE Quando houver uma piora entre 15 a 20 dB por oitava em direção as frequências altas. • ASCENDENTE Quando houver uma melhora igual ou maior do que 5 dB por oitava em direção as frequências altas. Quanto a lateralidade: Pode ser classificada em bilateral ou unilateral. LATERALIDADE • BILATERAL Quando a perda é nas duas orelhas. • UNILATERAL Quando ocorre a perda em apenas uma orelha. Quanto a simetria: A perda auditiva pode ser simétrica ou assimétrica. SIMETRIA SIMÉTRICA Quando as curvas audiométricas possuem o mesmo grau ou configuração . • ASSIMÉTRICA Quando uma curva audiométrica difere da outra quanto ao grau ou configuração. OBS: Essas classificações são aplicadas apenas em casos de investigação do limiar de indivíduos adultos. Logoaudiometria A logoaudiometria/audiometria vocal é um exame que complementa o exame da audiometria tonal, a qual permite ao profissional analisar como o paciente está percebendo e reconhecendo os sons da fala. Os testes habitualmente utilizados na avaliação audiológica são: limiar de reconhecimento de fala (LRF), limiar de detectabilidade de fala (LDF) e índice de reconhecimento de fala (IRF). É de fundamental importância informar previamente ao paciente sobre o exame e o que esperamos dele como resposta. Nos testes de fala, é preciso tomar alguns cuidados, como: pista visual, sensibilidade do microfone para que a intensidade seja adequada, fluxo de ar direcionado ao microfone, estímulos, sussurros, articulação, etc. LIMIAR DE RECONHECIMENTO DE FALA (LRF) O que é? É um teste que visa ao reconhecimento dos sons da fala, cujo resultado reflete um limiar que corresponde à menor intensidade com a qual o paciente é capaz de repetir pelo menos 50% das palavras faladas, ou seja, é a menor intensidade na qual o indivíduo é capaz de responder. Qual o objetivo? O objetivo de se pesquisar esse limiar é confirmar os resultados audiométricos, pois a intensidade do LRF deve ser igual ou até 10 dB acima da média dos limiares tonais por via aérea até 2000 Hz. Qual o material utilizado? São utilizadas palavras dissílabas ou trissílabas para serem repetidas pela criança ou identificadas em um quadro com 4 a 6 figuras. Como é realizado? Para a pesquisa do LRF, o fonoaudiólogo deverá calcular a média dos limiares auditivos de 500 Hz, 1000 Hz e 2000 Hz. O teste é iniciado 30 dBNA ou 40 dBNA acima desta media. O profissional então, apresenta uma palavra dissílaba ou trissílaba e o paciente é orientado a repeti-la. Para a pesquisa do LRF, o fonoaudiólogo deverá calcular a média dos limiares auditivos de 500 Hz, 1000 Hz e 2000 Hz. O teste é iniciado 30 dBNA ou 40 dBNA acima desta media. O profissional então, apresenta uma palavra dissílaba ou trissílaba e o paciente é orientado a repeti-la. A cada acerto são diminuídos 5 dBNA. Quando houver o primeiro erro, aumentase 5dBNA e apresenta-se quatro palavras por nível de intensidade. O valor do LRF é obtido quando o paciente acertar 50% das palavras apresentadas. A lista de palavras mais utilizada é a de Russo e Santos (1993). O valor obtido na pesquisa do LRF deve ser compatível com a audiometria tonal limiar. Espera-se que o valor obtido seja igual ou até 10 dBNA acima da média dos limiares tonais. LIMIAR DE DETECTABILIDADE DE FALA (LDF) O que é? Trata-se da menor intensidade em que o indivíduo responde a 50% dos estímulos de fala, como “papapa”, “popopo” ou “pipipi”. O paciente é instruído a levantar a mão ou apertar o botão assim que perceber o som. Quando deve ser utilizado? A pesquisa deste limiar é recomendada nos casos em que o indivíduo ainda não adquiriu a linguagem oral ou nos casos de deficiência auditiva severa ou profunda, que impossibilitem a pesquisa de demais testes. A intensidade do LDF deve coincidir com o melhor limiar tonal por via aérea ou em campo. A pesquisa deve ocorrer da mesma forma que na audiometria tonal, seja com condicionamento lúdico ou com reforço visual. Os resultados obtidos para o LDF irão coincidir com a média dos limiares tonais das frequências de 500, 1000 e 2000 Hz, ou então com o melhor limiar tonal do paciente. INDICE DE RECONHECIMENTO DE FALA (IRF) O que é? É a medida da inteligibilidade da fala em uma intensidade fixa na qual o individuo consegue repetir corretamente o maior número de palavras. Qual o objetivo? Determinar a porcentagem de palavras reconhecidas corretamente. Para isso, são utilizadas listas de palavras monossilábicas ou dissilábicas foneticamente balanceadas a um nível de sensação fixo e confortável. Como é realizado? Para a pesquisa do IRF, o fonoaudiólogo deverá calcular a média dos limiares auditivos para 500 Hz, 1000 Hz e 2000 Hz. A intensidade é mantida fixa, 30 ou 40 dB acima da média dos limiares. Pode ser usado ainda, o nível de máximo conforto referido pelo paciente. A seguir, o paciente é orientado a repetir uma lista com 25 monossílabas em cada orelha. As listas mais utilizadas são a de Russo e Santos (1993) e Pen e Mangabeira Albernaz (1973). A cada acerto são pontuados 4%. Assim, ao final das 25 palavras o paciente pode obter um índice de 100% de acertos. Caso o número de monossílabas repetidas corretamente seja inferior a 88% (4 palavras ou mais, repetidas incorretamente), deve-se apresentar uma lista com 25 dissílabas, repetindo-se o mesmo procedimento adotado com as palavras monossilábicas. OBS.: as palavras devem ser familiares. Testes Supralimiares Esses testes tem como objetivo avaliar as lesões neurossensoriais para saber se a lesão é mais coclear ou retrococlear. • LESÃO COCLEAR Envolve lesão nas células ciliadas da cóclea. • LESÃO RETROCOCLEAR Envolve lesão no VIII par craniano. São testes executados em sua grande maioria, acima do limiar auditivo do paciente. Os testes são realizados com som puro, voz humana e ruídos Para pesquisar se a LESÃO É COCLEAR, pesquisa recrutamento ou distorção, e para pesquisar se a LESÃO É RETROCOCLEAR, pesquisa a fadiga ou adaptação. RECRUTAMENTO É definido como um aumento anormal da sensação de intensidade. Os pacientes referem não escutar alguns sons de baixa intensidade e se forem emitidos mais fortes são percebidos como sons realmente intensos e até mesmo incômodos. EXEMPLO Se tomarmos um ouvido normal com curva audiométrica em 20 dB e um ouvido com perda neurossensorial com média em 45 dB. No limiar os sons são percebidos igualmente. Se apresentarmos 50 dB no ouvido melhor e 25 dB no ouvido pior e o paciente referir que eles têm a mesma intensidade, podemos dizer que o paciente é Recrutante pois necessitou de 25 dB em seu ouvido para ter uma sensação sonora semelhante ao outro ouvido onde foram necessários 50 dB. ADAPTAÇÃO É uma diminuição da sensibilidade auditiva frente a um estimulo continuo (distorção da sensação de tempo). Indica lesão retrococlear. TESTES PARA PESQUISA DO RECRUTAMENTO, ou seja, para ver se a lesão é coclear: METZ, FOWLER E SISI. Refere-se a alteração dos limiares do reflexo estapediano. Quando o reflexo estapediano se revela com estimulo menor que 60 dB acima do limiar auditivo, sugere patologia coclear e não exclui retrococlear. Metz • Teste de Fowler Esse teste baseia-se nas impressões subjetivas que o paciente tem quando compara a sensação de intensidade de um tom entre as duas orelhas. A orelha Recrutante necessita de menor incremento de intensidade que a normal para ter o mesmo nível de sensação auditiva. Assim, em indivíduos normais, ao aumentarmos o estimulo em uma das orelhas, teremos que utilizar a mesma quantidade de energia para equipará-lo à outra. Neste caso, o Fowler é negativo, ou seja, há ausência de recrutamento. Em pacientes com perda sensorial, à medida que se aumenta o estimulo na orelha referência, necessita-se de menor quantidade de energia para que haja equiparação de volume no lado pior. Neste caso, o Fowler é positivo, ou seja, há recrutamento. • Teste SISI Esse teste é realizado oferecendo-se ao indivíduo um tom puro de 20 dB acima do limiar numa determinada frequência. São dados incrementos de um dB a cada 5 segundos, até que se tenha um total de 20 incrementos. O paciente deve responder toda vez que perceber esse aumento. Feito o teste é calculado o percentual de incrementos reconhecidos pelo paciente O indivíduo normal, geralmente não reconhece os incrementos de 1dB, ou o faz ocasionalmente, assim seus valores percentuais estão compreendidos entre 0 e 20% (SISI negativo). Nas lesões cocleares há uma melhor percepção dessas pequenas variações de intensidade e o teste costuma apresentar altos índices percentuais, 60 a 100% (SISI positivo), o que indica recrutamento. Os percentuais compreendidos entre 20 e 60% são considerados resultados duvidosos (SISI duvidoso). Este teste apresenta maior valor clínico em frequências mais altas (2.000 a 4000 Hz). Obs.: pessoas com orelha treinada para música podem apresentar alto índice de acerto, mas não quer dizer que sejam recrutantes. TESTES PARA PESQUISA DA ADAPTAÇÃO, ou seja, para ver se a lesão é retrococlear: DECAY DO REFLEXO E TONE DECAY TEST. •Decay do Reflexo Reflete a fatigabilidade/deteriorização do reflexo estapédio. Esse exame consiste em emitir o tom de 1000 Hz, 10 dB acima do limiar do reflexo para esta frequência, durante 10 segundos. Pode ser usada a frequência de 500 Hz. Se houver uma deterioração de 50% na amplitude do reflexo em menos de 5 segundos, considera-se a prova positiva e, portanto, existe uma queda patológica do reflexo indicando uma possível lesão retrococlear. Obs.: nas frequências de 2.000 a 4.000 Hz mesmo indivíduos normais podem apresentar decay do reflexo. Nas lesões cocleares, o declínio da amplitude da resposta é mais acentuado do que nas orelhas normais, mas não chega a atingir 50% nos primeiros 10 segundos de estimulação. • Tone Decay Test (prova de fadiga auditiva) Neste teste estimula-se a orelha com uma frequência de 1.000, 2.000 e 3.000 Hz, com uma intensidade de 10 dB acima do limiar tonal do paciente, durante 60 segundos. Em indivíduos normais, após 60 segundos é necessário reforçar a intensidade do som de 5 dB a 15 dB para manter a percepção. O indivíduo deve informar o momento em que para de perceber o som. Se a chamada "deterioração do limiar tonal" ocorrer antes de 60 segundos, aumenta-se 5 dB sem interromper o sinal, e reinicia a contagem do tempo até que ocorra a perda da percepção do estimulo por um minuto seguido. A deterioração do limiar em 15 a 20 dB em 60 segundos sugere lesão coclear ou retrococlear, já a deterioração acima de 20 dB em 60 segundos sugere lesão retrococlear. 4) Conhecer a relação biopsicossocial na deficiência auditiva; As pessoas com deficiência auditiva tendem a isolar-se, evitando situações sociais em que o barulho de fundo torna a conversação normal difícil de compreender. O isolamento social e as doenças depressivas são muito frequentes nos idosos,e a barreira da comunicação que a perda de audição provoca, pode causar ou exacerbar estes problemas. À medida que avança a perda de audição, o telefone pode tornar-se -se um instrumento de frustração, a conversa frente a frente tornar-se uma disputa de gritos que é considerada como não valendo o esforço, o sentimento de isolamento aprofunda-se e a depressão agrava-se. 5) Elucidar as políticas públicas voltadas para a saúde auditiva; PORTARIA Nº 2.073, DE 28 DE SETEMBRO DE 2004 Art. 1° Instituir a Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva a ser implantada em todas as unidades federadas, respeitadas as competências das três esferas de gestão. Art. 2° Estabelecer que a Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva seja implantada de forma articulada entre o Ministério da Saúde, as Secretarias de Estado de Saúde e as Secretarias Municipais de Saúde, permitindo: I - desenvolver estratégias de promoção da qualidade de vida, educação, proteção e recuperação da saúde e prevenção de danos, protegendo e desenvolvendo a autonomia e a eqüidade de indivíduos e coletividades; II - organizar uma linha de cuidados integrais (promoção, prevenção, tratamento e reabilitação) que perpasse todos os níveis de atenção promovendo, dessa forma, a inversão do modelo de atenção aos pacientes, com assistência multiprofissional e interdisciplinar; III - identificar os determinantes e condicionantes das principais patologias e situações de risco que levam à deficiência auditiva e desenvolver ações transetoriais de responsabilidade pública, sem excluir as responsabilidades de toda a sociedade; IV - definir critérios técnicos mínimos para o funcionamento e a avaliação dos serviços que realizam reabilitação auditiva, bem como os mecanismos de sua monitoração com vistas a potencializar os resultados da protetização; V - Promover a ampla cobertura no atendimento aos pacientes portadores de deficiência auditiva no Brasil, garantindo a universalidade do acesso, a eqüidade, a integralidade e o controle social da saúde auditiva; VI - fomentar, coordenar e executar projetos estratégicos que visem ao estudo do custo-efetividade, eficácia e qualidade, bem como a incorporação tecnológica do processo da reabilitação auditiva no Brasil; VII - contribuir para o desenvolvimento de processos e métodos de coleta, análise e organização dos resultados das ações decorrentes da Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva, permitindo que a partir de seu desempenho seja possível um aprimoramento da gestão, da disseminação das informações e uma visão dinâmica do estado de saúde das pessoas portadoras de deficiência auditiva; VIII - promover intercâmbio com outros subsistemas de informações setoriais, implementando e aperfeiçoando permanentemente a produção de dados e garantindo a democratização das informações;e IX - qualificar a assistência e promover a educação continuada dos profissionais de saúde envolvidos com a implantação e a implementação da Política de Atenção à Saúde Auditiva, em acordo com os princípios da integralidade e da humanização. Art. 3° Definir que a Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva, de que trata o artigo 1º desta Portaria, deva ser constituída a partir dos seguintes componentes fundamentais: I - atenção básica: realizar ações de caráter individual ou coletivo, voltadas para a promoção da saúde auditiva, da prevenção e da identificação precoce dos problemas auditivos, bem como ações informativas, educativas e de orientação familiar; II - média complexidade: realizar triagem e monitoramento da audição, da atenção diagnóstica e da terapêutica especializada, garantidas a partir do processo de referência e contra referência do paciente portador de deficiência auditiva, excluindo o diagnóstico e a protetização de crianças até três anos de idade, pacientes com afecções associadas (neurológicas, psicológicas, síndromes genéticas, cegueira, visão subnormal) e perdas auditivas unilaterais, ações, para cujo desempenho neste nível de atenção será criado o Serviço de Atenção à Saúde Auditiva na Média Complexidade; e III - alta complexidade: realizar atenção diagnóstica e terapêutica especializada, garantidas a partir do processo de referência e contra-referência do paciente portador de deficiência auditiva, ações, para cujo desempenho neste nível de atenção será criado o Serviço de Atenção à Saúde Auditiva na Alta Complexidade. Anotações
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