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1 - Correlações clínicas Berne - Membranas celulares e transporte transmembranoso

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Membranas celulares e transporte transmembranoso de água e solutos
Correlações clínicas
Berne
	 Na lesão acidental do nervo motor, que inerva o músculo esquelético, os receptores para acetilcolina não ficam mais sequestrados na placa motora terminal. Em vez disso, eles se espalham por toda a membrana plasmática das células musculares. Toda a superfície da célula torna-se então excitável por acetilcolina, um fenômeno conhecido como super-sensibilidade de desnervação.
	 O receptor para toxina do cólera corresponde à parte de carboidrato de glicolipídio especial, o gangliosídio (GM1). Os antígenos dos grupos sanguíneos A e B são os domínios de carboidratos de outros gangliosídios da membrana de eritrócitos humanos.
	 As proteínas de membrana mais importantes dos vírus envelopados são glicoproteínas. A porção carboidrato delas aparece como “espículas” que se projetam na superfície externa do vírus. Essas “espículas” são necessárias para a ligação do vírus à célula hospedeira.
	 
	 A maioria das células não pode sintetizar o colesterol, necessário para a síntese de novas membranas. O colesterol no sangue é carregado predominantemente nas lipoproteínas de baixa densidade (LDLs). Muitas células contêm receptores de LDL nas suas membranas plasmáticas. Quando o LDL se liga a esses receptores, os complexos receptores-LDL migram para as depressões revestidas, onde se agregam e são levados para dentro da célula pela endocitose mediada por receptores. Os indivíduos que não possuem ou apresentam deficiência nos receptores de LKDL, têm níveis sanguíneos elevados de LDL, carregado de colesterol. Por conseguinte, esses indivíduos são propensos ao desenvolvimento de doenças arteriais (aterosclerose) numa idade mais precoce, o que aumenta o risco de infarto do miocárdio precoce.
	 Vírus influenza tem proteínas de membrana que sofrem mudanças conformacionais dramáticas, que permitam a inserção de um “peptídio” de fusão na membrana plasmática da célula hospedeira. O peptídeo de fusão promove a fusão da membrana viral com a membrana plasmática da célula hospedeira, permitindo, assim, a entrada do genoma viral na célula.
	 As vitaminas lipossolúveis são absorvidas pelas células epiteliais do intestino delgado por difusão simples através das membranas plasmáticas luminais. Em contraste, as vitaminas hidrossolúveis não se difundem apreciavelmente através das membranas biológicas, e, portanto, proteínas especiais de transporte de membrana são necessárias para a absorção das vitaminas hidrossolúveis.
	 A solução isotônica de NaCl (também conhecida como solução salina isotônica) é usada para reidratação intra-venosa ou para administração de medicamentos aos pacientes. A quase todo paciente submetido à cirurgia administra-se intravenosamente salina isotônica gota a gota.
	
	 O mecanismo pelo qual o rim produz urina mais concentrada que o fluido extra-celular requer que várias partes do néfron tenham diferentes coeficientes de reflexão para solutos importantes, como NaCl e ureia. O fluxo osmótico de água, induzido pelo NaCl e pela ureia, em um segmento específico do néfron, depende dos valores de sigma (coeficiente de reflexão, indo de 0 para solutos extremamente permeantes até 1 para solutos completamente impermeantes; o coeficiente influencia o fluxo osmótico através da membrana) do epitélio nesse segmento para esses solutos.
	 No intestino delgado, a glicose e a galactose são absorvidas por transporte ativo secundário acoplado ao Na+. A presença de Na+ no lúmen aumenta a absorção de glicose, e vice-versa. A terapia de reidratação oral é frequentemente empregada nas diarreias graves. Os pacientes ingerem uma solução contendo NaCl, glicose, K+ e HCO3-. A absorção de Na+ e glicose no intestino delgado promove a absorção osmótica de água, o que facilita a reidratação do paciente.
	 O tratamento de células com certos fatores de crescimento, promotores de tumores e agentes mitogênicos resulta na fosforilação da proteína trocadora de Na+/H+, o que aumenta a sua afinidade pelo H+. A elevação dessa afinidade pelo H+ leva à ativação da proteína trocadora em pH neutro, e resulta em alcalinização persistente do citosol. A ativação da proteína trocadora de Na+/H+ é aparentemente necessária para a estimulação da divisão celular por agentes mitogênicos. Entretanto, o mecanismo pelo qual a alcalinização contribui para a divisão celular ainda não é compreendido.
	 O trocador cloreto-bicarbonato é importante no transporte de CO2 dos tecidos para os pulmões, e na eliminação do CO2 do sangue nos pulmões.
	 O co-transportador Na+/K+/Cl- é especificamente inibido por drogas como furosemida e bumetanida, conhecidas como diuréticos de alça. Esses diuréticos inibem o co-transporte de Na+/K+/Cl- no ramo ascendente espesso da alça de Henle, interferindo, assim, na reabsorção de Na+ e Cl- neste segmento. Como a reabsorção de Na+ e Cl- é fundamental para a capacidade dos rins de produzir um pequeno volume de urina concentrada, os diuréticos de alça estão entre os diuréticos mais potentes.
	 No diabetes mellitus tipo 1, também conhecido como diabetes dependente de insulina, as células beta-pancreáticas secretam muito pouca insulina em resposta a elevações da glicose no sangue. Na ausência de insulina, as células musculares e adiposas dependerão da lenta difusão da glicose. Como o transporte de glicose nessas células é a etapa limitante no metabolismo da glicose, a capacidade dessas células em metabolizar glicose fica comprometida.
	 A estimulação da captação de glicose no músculo esquelético pelo exercício não depende da insulina. O diabético dependente de insulina pode diminuir a quantidade de insulina necessária para a regulação da sua glicemia com a prática de exercícios regulares.

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