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<p>EXECUÇÃO TRABALHISTA</p><p>1</p><p>Introdução:</p><p>No processo de conhecimento, o interesse de agir</p><p>surge com a lesão do direito material. No processo</p><p>de execução, o interesse de agir surge quando não</p><p>há cumprimento espontâneo da sentença ou título</p><p>executivo extrajudicial.</p><p>No processo do trabalho, a execução pode ser</p><p>promovida pela parte interessada ou pelo próprio</p><p>juízo, de ofício.</p><p>Fontes Normativas:</p><p>As regras aplicáveis ao processo de execução na Justiça</p><p>do Trabalho encontram-se nos seguintes diplomas</p><p>normativos, segundo a seguinte ordem de importância:</p><p>a) CLT (arts. 876-892) – regra básica da execução</p><p>trabalhista;</p><p>b) Lei nº 6.830/80 – trata-se da “Lei da Execução</p><p>Fiscal”, à qual a CLT (art. 889) faz expressa remissão,</p><p>como norma subsidiária para a execução trabalhista,</p><p>pois os créditos trabalhistas e os derivados de acidente</p><p>do trabalho têm a natureza de créditos privilegiados</p><p>em relação aos demais créditos, inclusive sobre os</p><p>fiscais (CTN, art. 186);</p><p>c) NCPC (arts. 520, 534-538, 771-925) – na ausência</p><p>de norma específica nos dois diplomas anteriores, o</p><p>Processo Civil passa a ser fonte informadora da</p><p>execução trabalhista, naqueles procedimentos</p><p>compatíveis com o Processo do Trabalho (CLT, art.</p><p>769).</p><p>Títulos Executivos:</p><p>O título executivo consiste no fundamento jurídico que o</p><p>credor pode invocar para colocar em movimento os</p><p>instrumentos coativos de que dispõe o Estado-juiz para</p><p>obter a satisfação do seu direito, quando manifestada</p><p>resistência do devedor ao cumprimento da obrigação.</p><p>São considerados títulos executivos passíveis de ser</p><p>executados na Justiça do Trabalho:</p><p>a) título executivo judicial – sentença transitada em</p><p>julgado (execução definitiva) ou contra a qual não</p><p>tenha sido interposto recurso com efeito suspensivo</p><p>(execução provisória), e acordo judicialmente</p><p>homologado;</p><p>b) títulos executivos extrajudiciais – na Justiça</p><p>Comum, são admitidos como título executivo</p><p>extrajudicial a letra de câmbio, nota promissória,</p><p>duplicata, cheque etc. (NCPC, art. 784), mas na</p><p>Justiça do Trabalho apenas gozam dessa condição</p><p>(CLT, art. 876):</p><p>1) os termos de ajuste de conduta firmados perante o</p><p>Ministério Público do Trabalho (CLT, art. 876);</p><p>2) os termos de conciliação firmados perante as</p><p>Comissões de Conciliação Prévia (CLT, art. 876);</p><p>Sujeitos:</p><p>As partes no processo de execução são:</p><p>a) Exequente – é o credor da obrigação judicial ou</p><p>extrajudicialmente reconhecida, que promove a</p><p>execução;</p><p>b) Executado – é aquele que responde pela dívida</p><p>judicial ou extrajudicialmente assumida por si ou por</p><p>outrem, podendo variar a responsabilidade.</p><p>c) Terceiro interessado – é aquele que, sem ter</p><p>sido parte no processo de conhecimento, sofre a</p><p>constrição judicial, tendo seus bens penhorados.</p><p>Objeto:</p><p>O objetivo do processo de execução na seara laboral é,</p><p>fundamentalmente, obter o pagamento do crédito</p><p>trabalhista oriundo do título executivo judicial ou</p><p>extrajudicial.</p><p>a) Objeto imediato – é a apreensão de bens integrantes</p><p>do patrimônio do devedor (executado), suficientes para</p><p>satisfazer o direito do credor (exequente); o devedor</p><p>responde com seus bens presentes e futuros (CPC, art.</p><p>591).</p><p>b) Objeto mediato – é a transformação desses bens em</p><p>pecúnia (se não aceitos pelo credor como pagamento de</p><p>seu crédito) e a entrega do dinheiro ao exequente.</p><p>Responsabilidade:</p><p> Responsabilidade direta – na qual o próprio devedor</p><p>responde pelos débitos assumidos (neste rol entra o</p><p>sucessor, que, mesmo não tendo sido o empregador do</p><p>trabalhador, ao adquirir o patrimônio da empresa, passa</p><p>a ser o responsável pelos débitos trabalhistas);</p><p> Responsabilidade solidária – na qual há mais de um</p><p>responsável pela obrigação, podendo qualquer um ser</p><p>acionado para responder integralmente pelo débito</p><p>comum (é o caso do empreiteiro principal, que responde</p><p>pelos débitos trabalhistas do subempreiteiro, nos termos</p><p>do art. 455 da CLT, tendo, no entanto, direito de regresso</p><p>contra o subempreiteiro, cobrável nos próprios autos da</p><p>reclamação trabalhista);</p><p>Responsabilidade subsidiária – na qual há um</p><p>responsável principal que, se não tiver patrimônio</p><p>suficiente para arcar com a dívida, fará com que</p><p>seja acionado também aquele que responde</p><p>secundariamente pela obrigação.</p><p>São hipóteses mais comuns na Justiça do Trabalho:</p><p>a) Terceirização – quando a empresa locadora de</p><p>mão de obra mostra-se incapaz de responder pelos</p><p>direitos trabalhistas do pessoal locado, cabe à</p><p>empresa tomadora dos seus serviços responder por</p><p>esses débitos, e, em se tratando de ente público,</p><p>responderá subsidiariamente se evidenciada a sua</p><p>conduta culposa (culpa in vigilando), especialmente</p><p>na fiscalização do cumprimento das obrigações</p><p>contratuais e legais da prestadora de serviços</p><p>(Súmula 331, IV e V, do TST);</p><p>11</p><p>b) Sócio – não sendo suficientes os bens da sociedade</p><p>para responder pelos débitos trabalhistas, poderão</p><p>ser penhorados bens dos seus sócios (NCPC, arts.</p><p>790, II, e 795), dependendo, no entanto, da espécie</p><p>de sociedade (algumas já preveem a</p><p>responsabilização), da ocorrência de fraude ou abuso</p><p>de direito na constituição, gerenciamento ou</p><p>desfazimento da sociedade (CDC, art. 28) ou quando</p><p>a sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo</p><p>ao ressarcimento de prejuízos causados, aplicando-</p><p>se, nesses casos, a teoria da desconsideração da</p><p>personalidade jurídica.</p><p>c) Grupo econômico – as empresas pertencentes ao</p><p>mesmo grupo econômico da empregadora executada</p><p>podem ser chamadas a responder pelo débito</p><p>trabalhista, quando insolvente a executada, mesmo</p><p>que não tenham figurado no polo passivo do</p><p>processo de conhecimento (cancelada a Súmula 205</p><p>do TST, que afastava a responsabilidade nessa última</p><p>circunstância).</p><p>Execução Provisória e Definitiva:</p><p>a) Provisória – quando ainda couber recurso contra</p><p>decisão cognitiva que seja passível de execução, não</p><p>possuindo, portanto, efeito suspensivo e tendo como</p><p>características:</p><p>– facultativa, mediante petição acompanhada de</p><p>cópia da decisão exequenda e certidão da</p><p>interposição do recurso, não podendo ocorrer de</p><p>ofício (NCPC, art. 520, I);</p><p>– responsável, já que realizada por conta e risco do</p><p>exequente, que deverá reparar o executado pelos</p><p>danos que houver sofrido em caso de reforma da</p><p>sentença (NCPC, art. 520).</p><p>– limitada, podendo chegar apenas até a penhora,</p><p>uma vez que apenas mediante caução suficiente e</p><p>idônea se admite levantamento de depósito ou</p><p>alienação de bens (NCPC, art. 520, IV), a par de ser</p><p>imediatamente suspensa, no caso de provimento do</p><p>recurso do executado no processo de conhecimento</p><p>(NCPC, art. 520, II);</p><p>b) Definitiva – quando fundada em sentença</p><p>transitada em julgado (CLT, art. 876) ou em título</p><p>executivo extrajudicial, tendo como características:</p><p>– plena, podendo ser ordenada de ofício pelo juiz</p><p>titular da Vara do Trabalho (CLT, art. 878; NCPC,</p><p>art. 786);</p><p>– ilimitada, até a satisfação final do devedor;</p><p>– sem responsabilidade do exequente, mesmo que</p><p>a coisa julgada venha a ser cassada por ação</p><p>rescisória.</p><p>Quanto à obrigação a cumprir, a execução pode ser de:</p><p>– dar (NCPC, arts. 806 a 813) – o executado é</p><p>compelido a entregar um bem que se encontra em seu</p><p>poder e que é o objeto da ação;</p><p>– fazer (NCPC, arts. 814 a 821) – o título executivo</p><p>implica dever do executado de praticar algum ato;</p><p>– não fazer (NCPC, arts. 814, 822 e 823) – determina-</p><p>se ao executado que se abstenha de praticar</p><p>determinada ação;</p><p>– pagar (NCPC, arts. 824 a 910) – o objeto da execução</p><p>é a reposição do valor a que tem direito o exequente,</p><p>assegurado pela sentença (é a mais comum na Justiça</p><p>do Trabalho).</p><p>Princípios:</p><p>a) Princípio da suficiência – somente serão</p><p>penhorados bens suficientes à satisfação do crédito</p><p>do exequente e não mais (NCPC, art. 831);</p><p>b) Princípio da utilidade – só serão penhorados</p><p>bens que economicamente sejam úteis à satisfação</p><p>do crédito (NCPC, art. 836);</p><p>c) Princípio da não onerosidade – a execução</p><p>deve ser feita da maneira menos gravosa para o</p><p>executado (NCPC, art. 805);</p><p>Princípios:</p><p>d) Princípio da disponibilidade – o credor pode, a</p><p>qualquer momento, desistir da execução, sem</p><p>assentimento</p><p>do devedor (NCPC, arts. 775 e 924, IV);</p><p>e) Princípio da eticidade – a prática de atos</p><p>atentatórios à dignidade da Justiça pela parte resulta</p><p>na advertência nos autos e na perda do direito de</p><p>falar nos autos (NCPC, art. 774).</p><p>● FRAUDE CONTRA CREDORES E FRAUDE À EXECUÇÃO:</p><p>Ao devedor possui o direito de alienar seus bens</p><p>livremente, desde que não cause prejuízos à</p><p>satisfação do direito do credor, ou seja, desde que o</p><p>devedor não se torne insolvente. Desse modo, com o</p><p>objetivo de aumentar a proteção do credor e tornar</p><p>eficaz o seu direito, o ordenamento prevê duas</p><p>modalidades de fraude: a fraude contra credores</p><p>e a fraude à execução.</p><p>● FRAUDE CONTRA CREDORES:</p><p>A fraude contra credores é um defeito do negócio</p><p>jurídico, regulamentado nos arts. 158 a 165 do</p><p>CC/2002. Trata-se, pois, de instituto de direito</p><p>material.</p><p>A sua caracterização pressupõe a existência cumulativa</p><p>de três requisitos:</p><p>1) anterioridade do crédito: o que significa que no</p><p>momento da alienação dos bens o crédito já deve</p><p>existir;</p><p>2) insolvência do devedor decorrente da</p><p>fraude: a alienação do bem faz com que o devedor</p><p>se torne insolvente ou, se já insolvente, agrave esta</p><p>situação ainda mais. Noutras palavras, com a</p><p>alienação o patrimônio do devedor deixa de ser</p><p>suficiente para arcar com suas dívidas, provocando</p><p>dano aos credores. Portanto, esse requisito visa a um</p><p>elemento objetivo, qual seja, o dano.</p><p>3) intenção fraudulenta: tem como foco um</p><p>elemento subjetivo, que é a fraude. Ocorre quando o</p><p>devedor e o adquirente, potencialmente, têm ciência</p><p>de que a alienação provocará a insolvência do</p><p>devedor. Sendo de transmissão gratuita a fraude é</p><p>presumida (CC, art. 158). Já na transmissão onerosa</p><p>haverá fraude quando a insolvência for notória, ou</p><p>houver motivo para ser conhecida do adquirente (CC,</p><p>art. 159).</p><p>23</p><p>A existência da fraude contra credores deve ser</p><p>reconhecida em ação autônoma, chamada ação</p><p>pauliana, de competência da justiça comum.</p><p>Desse modo, ela não pode ser declarada nos</p><p>próprios autos, sendo ônus do autor demonstrar a</p><p>existência dos requisitos elencados anteriormente.</p><p>Reconhecida a fraude contra credores a doutrina</p><p>majoritária entende que o ato será anulado, de</p><p>modo que o ato é desfeito, retornando o bem ao</p><p>patrimônio do devedor.</p><p>● FRAUDE À EXECUÇÃO:</p><p>Enquanto a fraude contra credores busca tutelar</p><p>interesses privados dos credores, a fraude à execução</p><p>é vício mais grave, tendo como objetivo não apenas</p><p>preservar interesses dos credores, mas também a</p><p>autoridade do Estado, já que pressupõe a existência</p><p>de uma ação em andamento. Portanto, a fraude à</p><p>execução é instituto de direito processual, já que</p><p>pressupõe ação pendente.</p><p>Haverá fraude à execução, quando, ao tempo da</p><p>alienação ou da oneração, tramitava contra o</p><p>devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência.</p><p>A fraude à execução pode ser reconhecida ex officio, sendo</p><p>declarada incidentalmente nos próprios autos da</p><p>execução.</p><p>Antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá intimar</p><p>o terceiro adquirente, que, se quiser, poderá opor</p><p>embargos de terceiro, no prazo de 15 dias (NCPC, art.</p><p>792, § 4º).</p><p> Em se tratando de bens passíveis de registro,</p><p>havendo o registro, sua venda ou oneração geram</p><p>presunção absoluta de fraude. Não havendo o registro, o</p><p>credor deverá provar a má-fé do devedor.</p><p> Em se tratando de bens não passíveis de registro,</p><p>cabe ao terceiro adquirente comprovar sua boa-fé.</p><p>Disposição Legal</p><p> Art. 876. As decisões passadas em julgado ou das</p><p>quais não tenha havido recurso com efeito</p><p>suspensivo;</p><p> os acordos, quando não cumpridos;</p><p> os termos de ajuste de conduta firmados perante o</p><p>Ministério Público do Trabalho</p><p> e os termos de conciliação firmados perante as</p><p>Comissões de Conciliação Prévia serão executados</p><p>pela forma estabelecida neste Capítulo.</p><p> Cumprimento de sentença ou execução na justiça do</p><p>Trabalho?</p><p> Execução nos mesmo autos.</p><p>CLT; (ARTS. 876 A 892)</p><p>LEI 5584/70 (ART. 13)</p><p>LEI 6830/80 (ART. 889 DETERMINA A</p><p>APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA)</p><p>CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL</p><p>Legislação sobre execução no Processo do</p><p>Trabalho</p><p>Lei De Execução Fiscal</p><p> Aplicação subsidiária da Lei nº 6.830/80 (execuções</p><p>fiscais) em primeiro lugar e depois o CPC.</p><p> A exceção à regra é o art. 882 da CLT, que dispõe ser</p><p>a ordem preferencial para indicação de bens à</p><p>penhora contida no art. 835 do CPC.</p><p>Autonomia</p><p> Corrente minoritária = execução fase do processo do</p><p>trabalho</p><p> Corrente majoritária = autonomia do processo de</p><p>execução no processo do trabalho</p><p>31</p><p>Legitimidade</p><p> ATIVA</p><p>- Art. 878 CLT. Vide art. 778 CPC;</p><p> PASSIVA</p><p>- Em regra, empregador. Vide art. 779 CPC;</p><p>- Sucessores: art. 10 e 448 CLT</p><p>Obs. Desconsideração da personalidade jurídica e responsabilidade</p><p>patrimonial do devedor (art. 789 CPC).</p><p>32</p><p>● LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA:</p><p>A liquidação é um processo incidente dentro do</p><p>processo de execução, servindo de elo entre o</p><p>processo de conhecimento e o processo de execução,</p><p>como procedimento necessário a ser adotado quando</p><p>a sentença não determina o valor ou não</p><p>individualiza o objeto da condenação.</p><p>As espécies de liquidação de sentença admitidas no</p><p>Processo do Trabalho são (CLT, art. 879):</p><p>a) Liquidação por cálculo:</p><p>Feita mediante cálculos do contador (ou das partes),</p><p>que dependem apenas de operação matemática,</p><p>sendo os cálculos homologados pelo juiz (NCPC, art.</p><p>509, § 2º); é a forma mais comum na Justiça do</p><p>Trabalho (faz-se o levantamento do principal, ao</p><p>qual se acrescem os juros e a correção monetária).</p><p>b) Liquidação por arbitramento:</p><p>Avaliação, feita por perito, dos elementos dos autos</p><p>que não demandam simples operação matemática</p><p>(NCPC, art. 509, I), como no caso de percepção de</p><p>salário in natura; no caso de ser apurado, pela</p><p>perícia, que todos os valores já foram pagos, a</p><p>execução se extingue, sem que haja ofensa à coisa</p><p>julgada, devendo o exequente, nesse caso, arcar com</p><p>os honorários periciais, caso não se disponha em</p><p>sentido contrário na sentença exequenda.</p><p>c) Liquidação pelo procedimento comum</p><p>(antiga liquidação por artigos):</p><p>Quando, para determinar o valor da condenação,</p><p>houver necessidade de se alegar e provar fato novo,</p><p>havendo direito a contestação (NCPC, arts. 509, II, e</p><p>511).</p><p>Estando a divida l iquida e certa, será</p><p>expedido mandado executivo (mandado de</p><p>citação, penhora e avaliação – CPA), a ser</p><p>cumprido pelo oficial d e justiça . A citação é</p><p>pessoal , estando a v alidade d o a to</p><p>subordinada à sua realização na pessoa do</p><p>executado, ou d e quem possua poderes</p><p>expressos para recebê-la. A citação s e dará</p><p>conforme o art . 880 da CLT, tendo o</p><p>executado o prazo de 48 horas para pagar ou</p><p>garantir a execução, sob pena d e penhora .</p><p>Mandado de Citaçao e Penhora</p><p>37</p><p>Após as 48 horas o ofic ial de justiça</p><p>retornará ao local d a execução e penhorará</p><p>tantos bens quantos bastem para satisfazer o</p><p>julgado, inclusive custas, juros de m ora,</p><p>correção e contribuição previdenciária . Com</p><p>a penhora, f ica material izada a apreensão</p><p>judicial dos bens d o executado, para que</p><p>sejam levados a hasta public a para a</p><p>satisfação d a condenaç ão imposta . Será</p><p>real izada onde s e encontrem os bens, ainda</p><p>que estejam sob a posse d e terceiros .</p><p>38</p><p>● CITAÇÃO:</p><p>Diante do mandado de citação e penhora, o executado</p><p>pode adotar uma de quatro posturas, com as</p><p>correspondentes consequências processuais:</p><p>a) pagamento ao exequente, perante o diretor de</p><p>secretaria da Vara do Trabalho, lavrando-se termo de</p><p>quitação (CLT, art. 881);</p><p>b) recolhimento da quantia devida, mediante</p><p>depósito no Banco do Brasil ou CEF, quando o</p><p>exequente não comparece à secretaria da Vara do</p><p>Trabalho para receber, obtendo-se, igualmente a</p><p>liberação da obrigação (CLT, art. 881, parágrafo</p><p>único);</p><p>c) nomeação de bens à penhora, quando o</p><p>executado não tem condições financeiras de pagar</p><p>imediatamente o débito judicial trabalhista (CLT, art.</p><p>882); e</p><p>d) penhora forçada, quando o executado nem paga,</p><p>nem nomeia espontaneamente bens à penhora (CLT,</p><p>art. 883), utilizando-se preferencialmente o sistema</p><p>do Bacen-Jud.</p><p>41</p><p>Observação:</p><p>Multa do art.</p><p>523, § 1º do NCPC (antigo art.</p><p>475-J):</p><p>§ 1o Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do</p><p>caput, o débito será acrescido de multa de dez por</p><p>cento e, também, de honorários de advogado de dez</p><p>por cento.</p><p>A aplicação deste dispositivo está em discussão. A</p><p>IN nº 39, TST não se manifestou sobre sua</p><p>aplicação ao processo trabalhista.</p><p>● PENHORA:</p><p>Através dela o Estado-juiz investe contra os bens do</p><p>executado, apoderando-se de tantos quantos sejam</p><p>suficientes para pagar o exequente, podendo, para</p><p>isso, utilizar-se da força policial e chegar até o</p><p>arrombamento de imóvel do devedor, em busca dos</p><p>bens passíveis de penhora (NCPC, art. 846).</p><p>Art. 846. Se o executado fechar as portas da casa a fim de obstar a</p><p>penhora dos bens, o oficial de justiça comunicará o fato ao juiz,</p><p>solicitando-lhe ordem de arrombamento.</p><p>§ 1o Deferido o pedido, 2 (dois) oficiais de justiça cumprirão o</p><p>mandado, arrombando cômodos e móveis em que se presuma estarem os</p><p>bens, e lavrarão de tudo auto circunstanciado, que será assinado por 2</p><p>(duas) testemunhas presentes à diligência.</p><p>§ 2o Sempre que necessário, o juiz requisitará força policial, a fim de</p><p>auxiliar os oficiais de justiça na penhora dos bens.</p><p>§ 3o Os oficiais de justiça lavrarão em duplicata o auto da ocorrência,</p><p>entregando uma via ao escrivão ou ao chefe de secretaria, para ser</p><p>juntada aos autos, e a outra à autoridade policial a quem couber a</p><p>apuração criminal dos eventuais delitos de desobediência ou de</p><p>resistência.</p><p>§ 4o Do auto da ocorrência constará o rol de testemunhas, com a</p><p>respectiva qualificação</p><p>A penhora pode-se dar por:</p><p>a) nomeação: o executado indica espontaneamente os bens a</p><p>serem penhorados (CLT, art. 882; NCPC, art. 829, § 2º);</p><p>b)coerção: diante da omissão do executado, o oficial de justiça</p><p>escolhe livremente os bens do patrimônio do executado a serem</p><p>penhorados (CLT, art. 883; NCPC, art. 830); também o</p><p>exequente pode indicar bens do executado a serem penhorados</p><p>(CPC, art. 829, § 2º), o juiz pode utilizar dois sistemas de</p><p>constrição de bens que são o Bacenjud para dinheiro</p><p>(penhora) e o Renajud para veículos (bloqueio de</p><p>transferência); não havendo nenhum desses bens, parte para a</p><p>penhora de outros; o juiz ainda poderá se valer do sistema</p><p>Infojud, que permite aos juízes o acesso, on-line, ao cadastro de</p><p>contribuintes na base de dados da Receita Federal, além de</p><p>declarações de imposto de renda e de imposto territorial rural;</p><p>c) apreensão: o oficial de justiça, mediante termo, apreende</p><p>bens do patrimônio do devedor, inclusive com arrombamento de</p><p>portas, móveis e gavetas (NCPC, art. 846, caput e § 1º);</p><p>d) averbação: é cumprida no registro imobiliário e se perfaz</p><p>com a averbação da penhora nos livros desse registro, sendo o</p><p>executado e sua esposa apenas comunicados (NCPC, art. 844,</p><p>caput).</p><p>● Penhora: ordem de preferência dos bens</p><p>Optando o executado por nomear bens à penhora,</p><p>deverá observar a ordem preferencial do art.</p><p>835 do NCPC (CLT, art. 882), a seguir disposta:</p><p>I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação</p><p>em instituição financeira;</p><p>II- títulos da dívida pública da União, dos Estados e do</p><p>Distrito Federal com cotação em mercado;</p><p>III- títulos e valores mobiliários com cotação em</p><p>mercado;</p><p>IV- veículos de via terrestre;</p><p>V- bens imóveis;</p><p>VI - bens móveis em geral;</p><p>VIl -semoventes;</p><p>VIII - navios e aeronaves;</p><p>IX- ações e quotas de sociedades simples e</p><p>empresárias;</p><p>X- percentual do faturamento de empresa devedora;</p><p>XI - pedras e metais preciosos;</p><p>XII- direitos aquisitivos derivados de promessa de</p><p>compra e venda e</p><p>de alienação fiduciária em garantia;</p><p>XIII - outros direitos.</p><p>● Bens impenhoráveis:</p><p>Com a finalidade de preservar a dignidade do</p><p>executado, o art. 833 do NCPC, aplicável ao</p><p>processo do trabalho, dispõe que determinados bens</p><p>são impenhoráveis, sendo eles:</p><p>I- os bens inalienáveis e os declarados, por ato</p><p>voluntário, não sujeitos à execução;</p><p>II- os móveis, os pertences e as utilidades domésticas</p><p>que guarnecem a residência do executado, salvo os</p><p>de elevado valor ou os que ultrapassem as</p><p>necessidades comuns correspondentes a um médio</p><p>padrão de vida;</p><p>III- os vestuários, bem como os pertences de uso</p><p>pessoal do executado, salvo se de elevado valor;</p><p>IV- os vencimentos, os subsídios, os soldos, os</p><p>salários, as remunerações, os proventos de</p><p>aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os</p><p>montepios, bem como as quantias recebidas por</p><p>liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do</p><p>devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador</p><p>autônomo e os honorários de profissional liberal,</p><p>ressalvado o § 2º;</p><p>V- os livros, as máquinas, as ferramentas, os</p><p>utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis</p><p>necessários ou úteis ao exercício da profissão do</p><p>executado;</p><p>VI - o seguro de vida;</p><p>VII- os materiais necessários para obras em</p><p>andamento, salvo se essas forem penhoradas;</p><p>52</p><p>VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em</p><p>lei, desde que trabalhada pela família;</p><p>IX- os recursos públicos recebidos por instituições</p><p>privadas para aplicação compulsória em educação,</p><p>saúde ou assistência social;</p><p>X - a quantia depositada em caderneta de poupança,</p><p>até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos;</p><p>XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos</p><p>por partido político, nos termos da lei;</p><p>XII - os créditos oriundos de alienação de unidades</p><p>imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária,</p><p>vinculados à execução da obra.</p><p>(...)</p><p> §2º o disposto nos incisos IV e X do caput não se</p><p>aplica à hipótese de penhora para pagamento de</p><p>prestação alimentícia, independentemente de sua</p><p>origem, bem como às importâncias excedentes a 50</p><p>(cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a</p><p>constrição observar o disposto no art. 528, § 8º, e no</p><p>art. 529, § 3º.</p><p>55</p><p>De acordo com o § 2,º é possível observar duas regras:</p><p>1) se o devedor receber mais de 50 salários-mínimos</p><p>mensais, é possível a penhora do que exceder a esse</p><p>montante, sendo indiferente se a dívida é ou não de</p><p>natureza alimentar;</p><p>2) se a verba for de natureza alimentar,</p><p>independentemente de sua origem, é possível a</p><p>penhora da retribuição pecuniária do devedor.</p><p>Impugnação da sentença de liquidação</p><p> Fixado o valor da condenação, ao executado só é</p><p>licito impugná-lo por meio de embargos de execução</p><p>(art. 884, §3° da CLT).</p><p>57</p><p>● Embargos à Execução (art. 884 CLT):</p><p>O NCPC, no mesmo sentido que já previa o CPC/73,</p><p>alterado pela Lei no 11.232/05, permitiu a</p><p>impugnação ao cumprimento da sentença,</p><p>estabelecendo que os embargos à execução são</p><p>restritos à execução de títulos extrajudiciais (arts.</p><p>910 e 914). Nesse contexto, a doutrina trabalhista</p><p>passou a questionar de forma mais incisiva a</p><p>natureza jurídica dos embargos no processo</p><p>trabalhista, existindo, ao menos, duas teses:</p><p>1ª tese (minoritária): os embargos têm natureza de</p><p>incidente processual, utilizando-se das mesmas</p><p>diretrizes do CPC;</p><p>2ª tese (majoritária): a CLT tem regramento</p><p>próprio, mantendo-se a natureza de ação autônoma</p><p>dos embargos à execução.</p><p>59</p><p>Objeto:</p><p>O art. 884, § 1º, da CLT restringe as matérias objeto</p><p>dos embargos apenas às alegações de cumprimento</p><p>da decisão ou acordo, quitação ou prescrição da</p><p>dívida.</p><p>No entanto, a doutrina e a jurisprudência têm</p><p>reconhecido que os embargos à execução não podem</p><p>ficar restritos a essas matérias. Assim, qualquer vício</p><p>formal que macule a execução pode ser invocado nos</p><p>embargos.</p><p>Também pode ser objeto dos embargos à execução o</p><p>excesso de execução. As modalidades de excesso de</p><p>execução mais encontradas são a execução em</p><p>quantia superior ou a execução quando ainda não</p><p>implementada a condição que torna exigível o título</p><p>executivo (NCPC, art. 917, § 2º, I e V).</p><p>61</p><p>Prazo:</p><p>Os embargos à execução devem ser interpostos nos</p><p>seguintes prazos:</p><p>1) para a Fazenda Pública: 30 dias</p><p>2) para os demais executados: 5 dias</p><p>O termo inicial do prazo é a data da intimação da</p><p>penhora que garantiu o juízo (Art. 841, NCPC)</p><p>Pressuposto de admissibilidade:</p><p>Pressuposto de admissibilidade dos embargos à</p><p>execução é a garantia do juízo, através do depósito do</p><p>valor da</p><p>condenação (se o depósito recursal for</p><p>inferior ao valor total da condenação) ou da</p><p>nomeação de bens à penhora.</p><p>Nesse caso, a Fazenda Pública está dispensada, pois a</p><p>execução contra ela se faz através de precatório.</p><p>OBS: O NCPC, no art. 914, dispensa a garantia. Este</p><p>dispositivo se aplica exclusivamente para a execução</p><p>de títulos extrajudiciais (termo de ajuste de conduta,</p><p>termo de conciliação de CCP, etc.)</p><p>Efeito suspensivo:</p><p>O ingresso de embargos à execução tem como um de</p><p>seus efeitos a suspensão da execução, até sua decisão</p><p>final, pois não se pode prosseguir com o</p><p>praceamento e arrematação dos bens penhorados</p><p>uma vez havendo controvérsia sobre a abrangência</p><p>da condenação.</p><p>OBS: No Processo Civil, a regra é a não suspensão,</p><p>admitindo-se excepcionalmente o efeito suspensivo.</p><p>Procedimento:</p><p>Opostos os embargos à execução, o embargado será</p><p>intimado para impugná-los, no prazo de 5 dias.</p><p>Se na defesa tiverem sido arroladas testemunhas,</p><p>poderá o juiz ou o presidente do tribunal, caso julgue</p><p>necessários seus depoimentos, marcar audiência</p><p>para a produção das provas, a qual deverá realizar-se</p><p>dentro de 5 dias (CLT, art 884, § 2º).</p><p>Finda a inquirição das testemunhas em audiência, o</p><p>escrivão ou secretário fará, dentro de 48 horas,</p><p>conclusos os autos ao juiz ou presidente, que</p><p>proferirá sua decisão (CLT, art. 886, caput).</p><p>Não tendo sido arroladas testemunhas na defesa, o juiz</p><p>ou presidente, conclusos os autos, proferirá sua</p><p>decisão, dentro de 5 dias, julgando subsistente ou</p><p>insubsistente a penhora (CLT, art. 885).</p><p>Proferida a decisão, dela serão notificadas as partes</p><p>interessadas, em registrado postal, com franquia</p><p>(CLT, art. 886, § 1º). Julgada subsistente a</p><p>penhora, o juiz, ou presidente, mandará proceder</p><p>logo à avaliação dos bens penhorados (CLT, art.</p><p>886, § 2º).</p><p>Da decisão nos embargos à execução, cabe agravo de</p><p>petição.</p><p> Embargos de Terceiro: art. 674, CPC</p><p>É o instrumento através do qual a pessoa física ou jurídica</p><p>que não conste do título executivo judicial ou</p><p>extrajudicial e que esteja sendo turbada na posse de seus</p><p>bens possa impedir a constrição judicial sofrida.</p><p>Hipóteses mais comuns:</p><p>a)adquirente de imóvel que não verificou se havia</p><p>execução trabalhista contra algum dos proprietários</p><p>anteriores;</p><p>b)ex-sócio da executada, que já se retirou há tempos da</p><p>sociedade e tem bens penhorados, à míngua de se</p><p>encontrarem bens da empresa ou de sócios e</p><p>administradores ativos</p><p>• A matéria arguível nos embargos de terceiro</p><p>está limitada a:</p><p>a)provar que o bem não pertence ao executado, mas ao</p><p>terceiro embargante (as discussões são limitadas à</p><p>titularidade do bem penhorado, não se admitindo</p><p>discussões sobre matéria prejudicial à execução ou</p><p>nulidades processuais); e</p><p>b)demonstrar que não tem nenhuma responsabilidade na</p><p>execução que se processa (havendo responsabilidade</p><p>solidária ou subsidiária, por ser tomador de serviços,</p><p>empresa do mesmo grupo econômico ou sócio da</p><p>empresa, os embargos de terceiro são impróprios, pois o</p><p>embargante é um dos corresponsáveis pelo débito judicial</p><p>trabalhista).</p><p>Nos embargos de terceiro é possível discutir, de forma</p><p>incidental, a nulidade processual de ordem pública</p><p>ou a ocorrência de fraude contra credores, quando o</p><p>executado se desfaz de bens e se torna insolvente,</p><p>ainda que o meio próprio para desfazer os atos de</p><p>alienação fraudulenta seja a ação pauliana (ou ação</p><p>revocatória).</p><p>• Prazo:</p><p>O prazo para que o terceiro que é proprietário, possuidor</p><p>ou goza de garantia real sobre o bem penhorado possa</p><p>embargar a penhora é de 5 dias, variando o início da</p><p>contagem do prazo conforme o momento em que o</p><p>terceiro tem ciência da constrição judicial:</p><p>a)Havendo intimação da penhora, conta-se daí o prazo.</p><p>b)Não havendo intimação da penhora, esse prazo terá</p><p>início do momento em que o terceiro tiver tomado</p><p>ciência da apreensão judicial de seu bem (CPC, art.</p><p>675).</p><p>c) Não sendo possível provar que o terceiro teve</p><p>ciência anterior da constrição judicial, o limite</p><p>temporal para a oposição dos embargos de terceiro</p><p>são os 5 dias que sucedem à arrematação,</p><p>adjudicação ou remição (CPC, art. 675).</p><p>OBS.: Os embargos podem ser opostos não apenas</p><p>quando consumada a apreensão judicial, mas</p><p>também quando materializada a ameaça de</p><p>constrição judicial, pela expedição do mandado de</p><p>penhora, podendo, desde já, ser opostos os embargos</p><p>de terceiro.</p><p>Praça dos Bens</p><p> Subsistindo a penhora, o juiz determinará a</p><p>publicação de edital de praça, a ser feita em jornal</p><p>local e afixado na sede do juízo, com antecedência</p><p>mínima de 20 (vinte) dias. Devido à omissão da CLT</p><p>quanto aos requisitos do edital (art. 888), aplica-se</p><p>subsidiariamente o art. 886 CPC.</p><p>72</p><p>Arrematação:</p><p>A arrematação é o procedimento destinado à alienação</p><p>(venda) dos bens penhorados (móveis e imóveis) em</p><p>hasta pública (leilão ou praça), para convertê-los em</p><p>dinheiro, visando ao pagamento do exequente.</p><p>Aquele que oferecer o maior lance pelo bem é que o</p><p>arremata (CLT, art. 888, § 1º), devendo fazer o</p><p>pagamento no prazo estabelecido (24 horas), sob</p><p>pena de perda da caução dada (sinal de 20% do</p><p>lance), em favor do exequente (CLT, art. 888, §§</p><p>2º e 4º; CPC, art. 897).</p><p>A arrematação se perfaz pela assinatura do auto (CPC, art.</p><p>903), não se admitindo, no entanto, a arrematação por</p><p>preço vil (CPC, art. 891), ou seja, o preço inferior ao</p><p>mínimo estipulado pelo juiz e constante do edital, e, não</p><p>tendo sido fixado preço mínimo, considera-se vil o preço</p><p>inferior a 50% do valor da avaliação.</p><p>Se o executado não era proprietário do bem penhorado,</p><p>responderá pela evicção (CC, art. 447), quando o</p><p>arrematante for desapossado pelo verdadeiro proprietário</p><p>do bem.</p><p>Compete ao juiz do trabalho outorgar o título de propriedade</p><p>do bem arrematado, assim como imitir o arrematante na</p><p>posse do bem, pois decorre do cumprimento de sentença</p><p>trabalhista (CF, art. 114).</p><p> Adjudicação:</p><p>A adjudicação é a entrega dos bens penhorados</p><p>diretamente ao exequente, em face de seu direito de</p><p>preferência sobre os bens penhorados (CLT, art. 888, §</p><p>1º). É uma espécie de dação em pagamento, incluindo</p><p>tanto bens móveis quanto imóveis. O valor da</p><p>adjudicação é o da avaliação dos bens penhorados (CPC,</p><p>art. 876).</p><p>O adjudicante deverá restituir ao executado o que sobejar</p><p>do valor do bem em relação ao crédito trabalhista, ou</p><p>então prosseguir na execução, se o bem adjudicado for de</p><p>valor inferior ao crédito trabalhista (CPC, art. 876, §</p><p>4º).</p><p>No Processo Civil, por força das alterações</p><p>introduzidas desde a Lei nº 11.382/06, a</p><p>adjudicação precede a arrematação (CPC, art.</p><p>686), ou seja, os bens penhorados são, inicialmente,</p><p>oferecidos ao exequente, que, preferindo não ficar</p><p>com eles, leva-os à hasta pública. No Processo do</p><p>Trabalho, discute-se se a ordem é a mesma da do</p><p>Processo Civil.</p><p> OBS.: O Novo CPC introduziu a possibilidade da</p><p>alienação por iniciativa particular, ou seja, o</p><p>próprio exequente poderá aliená-los por sua conta</p><p>(CPC, art. 880). Sendo modalidade nova e não</p><p>contemplada na CLT, poderia ser adotada no caso da</p><p>frustração da arrematação e da não adjudicação dos</p><p>bens pelo exequente, ou seja, dentro da ordem</p><p>cronológica imposta pelo diploma celetista.</p><p>77</p><p>Remição:</p><p>A remição da execução é a faculdade que se outorga ao</p><p>executado de encerrar a execução, mediante o</p><p>pagamento da dívida trabalhista, acrescida dos juros,</p><p>correção monetária, custas processuais e honorários</p><p>advocatícios (CPC, art. 826).</p><p>Só é admissível se o executado oferecer pelos bens</p><p>penhorados preço igual ao valor da condenação (Lei</p><p>nº 5.584/70, art. 13).</p><p>Deve ser feita antes da alienação ou adjudicação do</p><p>bem.</p><p> Execução contra a Massa Falida</p><p>Havendo condenação de empresa submetida à falência, as</p><p>ações trabalhistas serão processadas até a decisão de</p><p>liquidação, remetendo-se, posteriormente, ao juízo</p><p>falimentar para habilitação do crédito. (Lei nº 11.101/05,</p><p>art. 62, § 2º).</p><p>Mesmo antes da prolação da sentença de mérito e da</p><p>decisão de liquidação, o juiz do trabalho, por cautela,</p><p>costuma solicitar ao juízo falimentar a reserva de valores</p><p>que estimar devida para o pagamento</p><p>dos créditos</p><p>trabalhistas (Lei nº 11.101/05, art. 62, § 2º).</p><p>Porém, tem-se admitido procedimento diferente em dois</p><p>casos específicos:</p><p>1) se o bem for penhorado antes da decretação da</p><p>falência: a hasta pública será realizada na justiça do</p><p>Trabalho, revertendo-se ao juízo falimentar o que se</p><p>alcançou com a alienação.</p><p>2) se a decretação da falência ocorrer quando o bem já</p><p>tiver sido alienado em hasta pública: entende-se que</p><p>o credor trabalhista será satisfeito na justiça do</p><p>Trabalho, remetendo-se ao juízo falimentar apenas o</p><p>remanescente do bem expropriado, se existente.</p><p>Na hipótese de habilitação dos créditos no juízo</p><p>falimentar, os créditos trabalhistas são considerados</p><p>privilegiados até o montante de 150 salários-</p><p>mínimos, não se aplicando esse limite quando</p><p>decorrentes de acidentes de trabalho.</p><p>Os valores superiores ao referido montante são</p><p>considerados quirografários (Lei nº 11.101/05, art.</p><p>83, I). Ademais, em caso de cessão de crédito</p><p>trabalhista a terceiro, eles também serão</p><p>considerados quirografários (Lei n2 11.101/05, art.</p><p>83, § 4º).</p>

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