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1 FUNDAMENTOS DA SUPERVISÃO, ORIENTAÇÃO E INSPEÇÃO ESCOLAR 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA .................................................................................................... 2 1. ATRIBUIÇÕES LEGAIS QUANTO À SUPERVISÃO EDUCACIONAL NO BRASIL 3 2. PERFIL DO SUPERVISOR EDUCACIONAL ................................................... 4 3. PAPÉIS E FUNÇÕES DO SUPERVISOR EDUCACIONAL ............................. 8 4. PRÁTICAS E TÉCNICAS DA SUPERVISÃO EDUCACIONAL ...................... 11 5. MECANISMOS QUE AUXILIAM O TRABALHO DO SUPERVISOR EDUCACIONAL ................................................................................................................. 14 6. FUNDAMENTOS DA ORIENTAÇÃO ESCOLAR ........................................... 17 6.1Evolução da Orientação Escolar..................................................................... 19 6.2Princípios éticos, importância e necessidades do serviço. ............................. 22 7. FUNDAMENTOS DA INSPEÇÃO ESCOLAR ................................................ 26 7.1 A inspeção face aos novos paradigmas ........................................................ 26 8. ATRIBUIÇÕES DO INSPETOR ESCOLAR ................................................... 28 9. O TRABALHO DO INSPETOR ESCOLAR NAS SUPERINTENDÊNCIAS DE ENSINO 31 9.1 A qualidade do trabalho do Inspetor Escolar .............................................. 32 10. REFERÊNCIAS .............................................................................................. 34 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 1. ATRIBUIÇÕES LEGAIS QUANTO À SUPERVISÃO EDUCACIONAL NO BRASIL No Brasil ainda não existe legislação que regulam ente a profissão de supervisor educacional. As únicas referências legais existentes são as disposições do art. 64 da Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996 e as indicações da Resolução CNE/CEB nº 3 -97. A Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu artigo 64, dispõe sobre as atividades de apoio pedagógico à docência, bem como a formação necessária ao seu exercício: Art. 64. A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base com um nacional. A Resolução do CNE/CEB nº 3, de 8 de outubro de 1997, também contempla a possibilidade alternativa da habilitação ser feita através de curso de graduação ou pós-graduação. Art. 4º. [...] § 1º O exercício das demais atividades de magistério de que trata o artigo 2º desta Resolução exige como qualificação mínima a graduação em Pedagogia ou pós-graduação, nos termos do artigo 64 da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Portanto, a formação necessária ao exercício da atividade de suporte pedagógico na educação básica é o curso superior de pedagogia ou a pós-graduação direcionada a uma das áreas específicas, indicadas pelo artigo 64 da Lei Federal: administração, planejamento, inspeção, supervisão ou orientação educacional. Ao organizar seus Planos de Carreira do Magistério, na hipótese de criação do referido cargo, as Administrações Públicas devem fazer constar a formação indicada pela LDB, para o provimento do cargo de pedagogo. Para o exercício do cargo de pedagogo, nas atividades de supervisão, o profissional deverá comprovar a formação em curso superior ou de pós-graduação para a respectiva área. O mais recente Projeto de Lei é de Proposição PLC – 132/2005, de origem legislativa, que tramita no Senado Federal e propõe a regulamentação do exercício da profissão de Supervisor Educacional e dá outras providências. A Resolução CNE/CP nº 1 4 de 15 de maio de 2006, também afirma que a formação para Supervisão Educacional pode ser feita através do curso de Pedagogia ou através de cursos de Pós-graduação, especialmente estruturados para este fim e abertos a todos os licenciados. 2. PERFIL DO SUPERVISOR EDUCACIONAL Figura: 1 A supervisão educacional pode atuar como participe da construção da sociedade quando reconhece o seu papel como ator social e exercer a sua função política com consciência e comprometimento. Para isso o supervisor educacional deve apresentar as seguintes competências: ► conhecer a natureza, a organização e o funcionamento: da educação escolar, suas relações com o contexto histórico-social e com o desenvolvimento humano; da gestão/administração do sistema escolar, seus níveis e modalidades de ensino; ► conhecer os fundamentos e as teorias do processo de ensinar e aprender; ► relacionar princípios, teorias e normas legais a situações reais; ►identificar os impactos de diretrizes e medidas educacionais, objetivando a melhoria do padrão de qualidade do ensino e aprendizagem; ►comunicar-se com clareza com diferentes interlocutores e em diferentes situações; ► Ser um “líder funcional”, encarregado de motivar desenvolver lideranças em todos os seus grupos de atuação; 5 ►saber socializar informações e conhecimentos; ► conduzir democraticamente suas práticas; ► Estar aberto ao trabalho coletivo: saber trabalhar em equipe; ► Ser organizado e disciplinado. Os exemplos arrastam multidões; ► Ter dedicação, executar os trabalhos com afinco; ► saber identificar criticamente a interferência das estruturas institucionais no cotidiano escolar; ► procurar promover o desenvolvimento da autonomia da escola e o envolvimento da comunidade escolar; ►Ter seriedade e responsabilidade na execução de qualquer trabalho; ► Ser mediador de conflitos, sempre colocando o diálogo como ponto básico; ► Estar preparado para lidar com decisões problemáticas, que contrariam interesses de pessoas, grupos ou entidades; ► buscar e produzir conhecimentos relativos à formação permanente de pessoal; ► Ser capaz de tomar decisões próprias, além de dividir atribuições comuns e responsabilidades, tendo em vista a melhoria do padrão de qualidade da aprendizagem dos alunos e, portanto, da educação como um todo; ► Saber considerar e preservar os usos e costumes da escola que deram certo no passado; ► Ser articulador e mediador dos segmentos internos e externos ► ser uma pessoa que abra o diálogo com os diferentes grupos existentes tanto dentro da escola como fora dela; ► Saber ouvir e saber falar na hora certa; ►Ser sensível às dificuldades dos outros; - Saber reconhecer, valorizar o mérito das pessoas e da equipe; 6 ► Ter iniciativa e firmeza: o diretor precisa ter ideias inovadoras, sair na frente, ser uma pessoa sempre disposta a estimular e incentivar as açõespositivas de seu estabelecimento; ► Saber delegar funções e responsabilidades; ► Ser estudioso dos assuntos técnicos, pedagógicos, administrativos, financeiros e legislativos; ► Procurar conhecer e entender as linguagens da atualidade traduzidas em forma de gráficos, tabelas, porcentagens, etc. e as linguagens tecnológicas; ► Ter espírito ético e solidário; ► compreender e valorizar o trabalho coletivo no exercício profissional; ► ter disponibilidade de trabalhar em grupo, reconhecendo e respeitando as diferenças pessoais e as contribuições dos participantes; ► Ser entusiasmado, motivado, alegre e capaz de transmitir entusiasmo, motivação e alegria; ► Estar apto a desenvolver o espírito de cooperação entre as pessoas; ► Ser conhecedor da realidade da escola: o supervisor precisa conhecer não apenas a escola internamente, mas deve entender o contexto da sociedade em que a escola está inserida, conhecer o meio onde os alunos vivem, entender suas famílias e descobrir os problemas que cercam a escola e também os pontos positivos existentes envolta dela; ► Ter credibilidade na comunidade: o supervisor precisa ser uma pessoa que transmita credibilidade, quer na sua conduta profissional, como pessoa l e até mesmo na familiar; ► Ter fé e ser um defensor da educação: o supervisor precisa acreditar no modelo de ensino, nas práticas educacionais e no sistema de educação como um todo e passar essa crença com entusiasmo para os professores; ► Ser capaz de auto avaliar-se e promover a avaliação do grupo; ► Ter a capacidade de resolver problemas; 7 ► Ser transparente e coerente nas ações; ► Ser solícito e ser humilde; ► Ser inovador, flexível, aberto; ► Ser crítico, participativo, ligado às atualidades e ao aprendizado constante; ► Ser um agregador de ideias e sugestões; ► Possui qualificação e competência profissional, estar sempre buscando a formação continuada; ► Ser um bom comunicador. A palavra chave hoje é comunicação, o bom gestor deve saber falar, ouvir, escrever e colocar às claras todas as informações; ► Ser amoroso, carinhoso, gostar de crianças e jovens, gostar de lidar com gente. 8 3. PAPÉIS E FUNÇÕES DO SUPERVISOR EDUCACIONAL O Supervisor Educacional é partícipe da definição de políticas públicas educacionais referentes à educação básica e educação profissional, atuando junto aos órgãos formuladores dessas políticas, em nível central, regional e local, para: ► assegurar diretrizes e procedimentos que garantam o cumprimento dos princípios e objetivos da educação escolar estabelecido constitucional e politicamente, ► favorecer, como mediadores, a construção da identidade escolar por meio de propostas pedagógicas genuínas e de qualidade. Assim afirma RANGEL (1994): “O trabalho de supervisão na unidade escolar, levado a cabo pelos professores – coordenadores e pela equipe da supervisão [...] tem sido realizado em conformidade com a organização burocrática do sistema. Mais que isto, o modo burocrático de pensar tem levado esses profissionais a desempenhar um papel que nitidamente subordina as necessidades da escola e das pessoas que lá atuam às determinações dos órgãos centrais. Dessa forma, faz-se mister repensar o conteúdo e a finalidade da ação supervisora”. As atribuições do Supervisor Educacional estão descritas no PLC132/2005 e na lei 132/1978. 1. PLC 132/2005 Art. 4º São atribuições do Supervisor Educacional: I – coordenar o processo de construção coletiva e execução da Proposta Pedagógica, dos Planos de Estudo e dos Regimentos Escolares; II – investigar, diagnosticar, planejar, implementar e avaliar o currículo em integração com outros profissionais da Educação e integrantes da Comunidade; III – supervisionar o cumprimento dos dias letivos e horas/aula estabelecidos legalmente; IV – velar o cumprimento do plano de trabalho dos docentes nos estabelecimentos de ensino; 9 V – assegurar processo de avaliação da aprendizagem escolar e a recuperação dos alunos com menor rendimento, em colaboração com todos os segmentos da Comunidade Escolar, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade de ensino; VI – promover atividades de estudo e pesquisa na área educacional, estimulando o espírito de investigação e a criatividade dos profissionais da educação; VII – emitir parecer concernente à Supervisão Educacional; VIII – acompanhar estágios no campo de Supervisão Educacional; IX – planejar e coordenar atividades de atualização no campo educacional; X – propiciar condições para a formação permanente dos educadores em serviço; XI – promover ações que objetivem a articulação dos educadores com as famílias e a comunidade, criando processos de integração com a escola; XII – assessorar os sistemas educacionais e instituições públicas e privadas nos aspectos concernentes à ação pedagógica. 2. Lei 132/1978 “SINTESE DOS DEVERES”: ► Assessorar os sujeitos hierárquicos em assuntos da área da supervisão escolar; ► Participar do planejamento global da escola: ► Coordenar o planejamento do ensino e o planejamento do currículo; ► Orientar a utilização de mecanismos e instrumentos tecnológicos em função do estágio de desenvolvimento do aluno, dos graus de ensino e das exigências do Sistema Estadual de Ensino do qual atua; ► Avaliar o grau de produtividade atingido à nível de Escola e à nível de atividades pedagógicas; ► Assessorar aos outros serviços técnicos da escola, visando manter coesões na forma de se permitir os objetos propostos pelos sistemas Escolares; ► Manter-se constantemente atualizado com vistas a garantir padrões mais elevados de eficiência e de eficácia no desenvolvimento do processo, de melhoria curricular em função das atividades que desempenha. 10 EXEMPLOS DE ATRIBUIÇÕES: ► Traçar as diretrizes e metas prioritárias e serem ativadas no Processo de Ensino, considerando a realidade educacional de sistema, face aos recursos disponíveis e de acordo com as metas que direcionam a ação educacional; ► Participar do planejamento global da escola, identificando e aplicando os princípios de supervisão na Unidade Escolar, tendo em vista garantir o direcionamento do Sistema Escolar; ► Coordenar o planejamento de ensino, buscando formas de assegurar a participação atuante e coesiva da ação docente na consecução dos objetivos propostos pela Escola; ► Realizar e coordenar pesquisas, visando dar um cunho científico à ação educativa promovida pela Instituição; ► Planejar as atividades do serviço de Coordenação Pedagógica, em função das necessidades a suprir e das possibilidades a explorar, tanto dos docentes e alunos, como da comunidade; ► Propor sistemáticas do fazer pedagógico condizente com as condições do ambiente e em consonância com as diretrizes curriculares; O Supervisor Escolar, a partir da promulgação da atual LDB 9394/96, recebeu o grande compromisso de coordenar a elaboração e acompanhar a execução da proposta pedagógica, com a participação da comunidade escolar, num trabalho conjunto com a direção escolar e a orientação educacional. 11 4. PRÁTICAS E TÉCNICAS DA SUPERVISÃO EDUCACIONAL Ao definir as práticas do supervisor educacional verifica-se que o mesmo tem diversas atuações que vai do atendimento ao global da escola, do atendimento à Secretaria de Educação e ao diretor ao atendimento aos alunos e sua família, perpassando pelos professores, secretários e orientadores. O supervisor educacional realiza trabalhos diversos como: ► Participar da elaboração de documentos diversos da escola como Regimento Escolar, Proposta Pedagógica, Calendário, Plano Curricular e outros; ► Fazer um cronograma anual de reuniõescom professores, pais e alunos; ► Orientar os professores na e laboração do Plano Anual de curso e no Plano de Intervenção Pedagógica ► Controlar as aulas dadas e previstas no plano curricular; ► Verificar diários de classe e orientar os professores no preenchimento do mesmo; ► Realizar levantamentos estatísticos de rendimento dos alunos; ► Assistir aulas dos professores com o objetivo de obter dados para a possível orientação sobre métodos, procedimentos, utilização de recursos, linguagem utilizada, etc.; ► Comunicar à direção, caso comprovado, a necessidade de troca de professores regentes, no caso de absenteísmo; ► Acompanhar a escolha do livro didático e sua utilização no dia a dia pelos professores e alunos; ► Confeccionar gráficos demonstrativos dos rendimentos das turmas e dos alunos e fichas de controle como recursos práticos. ► Coordenar os Conselhos de Classe; ► planejar eventos culturais e recreativos na escola, atividades extraclasse como excursões, visitas, etc. 12 ► Planejar, juntamente com os professores, as intervenções pedagógicas a serem aplicadas com os alunos com dificuldades de aprendizagem e as atividades de recuperação a serem aplicadas nas turmas ou para os alunos individualmente. ► Acompanhar o processo de recuperação dos alunos que estão com médias perdidas e aqueles que estão em progressão parcial; ► Acompanhar o processo de aplicação e análise dos resultados das avaliações promovidas pelo PROEB, INEP e outros a nível nacional, estadual, municipal ou mecanismos de avaliação criados pela própria escola; ► Promover a divulgação dos resultados das avaliações para toda a comunidade escolar; ► Receber os professores novatos e orientá-los em tudo que for necessário para a boa condução das aulas; ► Receber estágios de supervisão e outros, providenciando o que for necessário aos mesmos e encaminhando-os às salas de aulas; ► Receber pais e orientá-los no que for preciso com relação à escola e seus filhos ou encaminhá-los à Orientação Educacional (quando a escola não conta com este especialista, suas funções recaem automaticamente ao supervisor) ► Receber alunos novatos, e os outros que não são, no que for preciso com relação à escola, seus professores, suas notas, seus documentos e outros, ou encaminhá-los à Orientação Educacional. Parecem variadas as atividades, mas o supervisor educacional deve estar atento, pois se o mesmo não tiver um planejamento diário de suas atividades e uma posição firme poderá acabar se tornando um “bombeiro”, quer dizer fica por conta dos problemas da escola, “apagando fogo”, ou então um “pau para toda obra”, faz um pouquinho de tudo e no final não faz nada de concreto e que é realmente de sua função. Entre as técnicas de supervisão temos: ► Entrevista individual: que é um encontro formal ou informal entre supervisor e professor para repensá-lo da prática, planejar aulas e avaliar o trabalho; ► Observação: esta observação deverá ser prática e objetiva com o objetivo de acompanhar todo o processo de ensino e de aprendizagem que ocorre na escola e principalmente nas salas de aulas; 13 ► Visitas às salas de aula: visita do supervisor às salas de aula para o acompanhamento do trabalho do professor e do rendimento e disciplina dos alunos; ► Aulas de demonstração: aulas modelos ministradas pelo supervisor, ou por outro professor, com o objetivo de mostrar como se deve proceder ou desenvolver tal assunto ou aplicar tal material. ► Ajuda técnica a professores: assistência especializada aos professores na solução de seus problemas cotidianos quando as conversas, as visitas na sala, as aulas de demonstração não conseguem resolver o caso; ► Reuniões: podem ser feitas com grupos de professores, com todos, ou com alguns somente, dependendo do objetivo das mesmas, porém sempre deverão ser bem planejadas; ► Promoção de palestras, seminários, mesa redonda, encontros onde podem ser estudados e colocados para reflexão e discussão diversos temas educacionais, podem acontecer trocas de experiências e ideias; ► Programação de Grupos de Estudos visando o cumprimento do módulo II, previsto por lei; ► Promoção da Formação em Serviço: trabalho de aperfeiçoamento da formação docente que pode ser realizado na própria escola ou parceria com outras instituições como universidades e outros. 14 5. MECANISMOS QUE AUXILIAM O TRABALHO DO SUPERVISOR EDUCACIONAL O supervisor é o articulador do Projeto Político-Pedagógico, da instituição, com os campos administrativos e comunitários; deve circular entre os elementos do processo educacional cabendo-lhe a sistematização e integração do trabalho no conjunto, caminhando na linha da interdisciplinaridade. Alguns mecanismos são importantes para um trabalho verdadeiramente coletivo e participativo entre supervisão e comunidade escolar. Uma boa conceituação de cada parceiro no trabalho coletivo democrático é necessária, no Dicionário Interativo da Educação Brasileira – Educa Brasil, encontram-se as seguintes definições: 1 - Associação de Pais e Mestres: Entidade civil com personalidade jurídica própria, sem caráter lucrativo, formada por pais, professores, alunos e funcionários da escola. Geralmente, é regida por estatuto ou regulamento próprio definido por seus membros, de acordo com a legislação em vigor e as diretrizes do colegiado da unidade escolar. Algumas das responsabilidades da APM são: analisar e estudar os seus estatutos, procedendo às necessidades de mudança para a realidade da escola e comunidade junto ao conselho deliberativo; aprovar o estatuto em assembleia geral; administrar a associação segundo as normas expressas no estatuto; e manipular recursos financeiros oriundos de promoções realizadas pela comunidade e de convênios firmados com a secretaria de Educação, aprovados pelo colegiado nas escolas. 2 - Colegiado Escolar: Órgão coletivo, consultivo e fiscalizador que atua nas questões técnicas, pedagógicas, administrativas e financeiras da unidade escolar. Como órgão coletivo, adota a gestão participativa e democrática da escola, a tomada de decisão consensual, visando à melhoria da qualidade do ensino. Embora com este nome, suas funções, sua estrutura e constituição são semelhantes às do conselho escolar. O Colegiado Escolar geralmente é constituído pelo diretor da unidade escolar e por representantes dos segmentos de professores, coordenadores pedagógicos, funcionários, alunos, pais ou responsáveis legais pelos alunos, de acordo com as normas definidas em estatuto. As funções do Colegiado Escolar são exercidas nos limites da legislação em vigor, das diretrizes da política traçadas pelas Secretarias de Educação, a partir do compromisso com 15 a universalização das oportunidades de acesso e permanência na escola pública de todos os que a ela têm direito. 3- Conselho Escolar: órgão colegiado com posto por professores, especialistas, funcionários operacionais, pais e alunos da unidade escolar, obedecendo ao princípio da representação. A principal ação do Conselho é deliberar sobre: diretrizes e metas da unidade escolar; solução para os problemas de natureza administrativa e pedagógica; atendimento psicopedagógico e material ao aluno; integração escola-família comunidade; criação e regulamentação das instituições auxiliares; aplicação dos recursos da Escola e das instituições auxiliares; homologar a indicação do vice -diretor quando oriundo de uma outra unidade escolar; aplicação de penalidades disciplinares aos funcionários, servidores e alunos do estabelecimento de ensino. O conselho de escola também é responsável pela e laboração do calendário e do regimento escolar. A participação no conselho não é obrigatória, pois seus membros são eleitos por seus pares. 4 –Grêmio Estudantil – é o órgão máximo de representação dos estudantes a serviço da ampliação da democracia na escola, através de suas funções de representação e organização dos alunos, contribui para a efetivação de uma educação emancipatória e transformadora. O supervisor educacional não atua diretamente em nenhum dos Conselhos acima citados, mas poderá servir dos mesmos, ouvindo-os, acatando suas sugestões para a tomada de decisões e replanejamentos, tendo em vista sempre, a participação de todos os segmentos da comunidade escolar na busca da qualidade da educação. 5. Conselho de Classe – é um órgão colegiado, presente na organização escola, em que os professores de diversas disciplinas, juntamente com a direção, equipe pedagógica e alunos representantes de turma, reúnem-se para refletir, avaliar e propor ações no acompanhamento pedagógico da escola. Ao Conselho de Classe de verá ser dada uma extrema importância, pois é neste momento que poderá ser feita uma análise de todas as turmas e todos os alunos, social e intelectualmente, dos grupos e dos alunos como indivíduos, cabendo ao supervisor à coordenação para que das reuniões do Conselho saiam propostas de providências e encaminhamento de soluções para os problemas de rendimento e aproveitamento escolar, de forma mais objetiva e prática possível. 16 Para o devido acompanhamento dos Conselhos de Classe o supervisor deverá elaborar uma Ficha para Análise da Turma, onde na mesma constem os aspectos sociais (tipos de comportamento observados), aspectos intelectuais (evidências observáveis) número de alunos com aproveitamento insuficiente (colocar por disciplina), ação conjunta dos professores e especialistas, tendo em vista os aspectos analisados. O Conselho de Classe também é uma oportunidade de reflexão e autoanálise do professor, como agente de educação, medindo, portanto, o seu desempenho e os seus resultados. É necessário que o supervisor garanta a participação de todos os participantes dos Conselhos de Classe, a fim de que assumam o papel de corresponsáveis na construção de um ensino de qualidade para a atual clientela e para que isso aconteça é preciso preparar um novo supervisor, libertando-o de suas marcas de autoritarismo redefinindo seu perfil, desenvolvendo características de coordenador, colaborador e de educador, para que consigamos programar um processo de planejamento participativo que vise o aprimoramento da qualidade da educação, tendo como foco o aluno e todo o processo ensino-aprendizagem. 17 6. FUNDAMENTOS DA ORIENTAÇÃO ESCOLAR De imediato, vamos uma definição para Orientação Escolar que Giacaglia e Penteado (2013 citando PENTEADO, 1976, p.2) assinalam como genérica o bastante para sobreviver por um tempo razoável e, ao mesmo tempo, especifica o bastante para servir como ponto de partida e diretriz seja para o estudante do OE (Orientador Escolar) e para informação do leigo: Um processo sistemático continua e complexo; é uma assistência profissional realiza através de métodos e técnicas pedagógicas e psicológicas, que levam o educando ao conhecimento de suas características pessoais e das características do ambiente sociocultural, a fim de que possa tomar decisões apropriadas às perspectivas maiores de seu desenvolvimento pessoal e social. Como pontuam as autoras: uma definição longa que merece ser analisada em cada um dos seus componentes e partindo de um ideal para o qual é traçada uma diretriz, uma meta e aí sim, chegando-se à prática. 1°- Orientação Educacional é um processo complexo, mas que se desenvolvida de forma adequada, planejada, consequente e responsável, não tem como não auxiliar o educando no seu processo. De todo modo, deixar de ser complexa é utopia, afinal de contas, a própria educação, onde a OE atua é igualmente um processo complexo que não tende a reversão da possibilidade para algo simples. 2°- A Orientação Educacional deve ser um processo contínuo, devendo este especialista acompanhar o aluno durante toda a sua trajetória escolar. No mínimo, ela deveria acompanhar os alunos durante sua permanência em determinada escola. Na prática, entretanto, nem os legisladores ainda conseguiram assegurar a obrigatoriedade legal da existência dela nas escolas, nem as autoridades escolares se empenham ou conseguem substituir um OE que, por qualquer motivo, venha a deixar seu posto de trabalho por outro, causando, necessariamente, uma solução de continuidade no processo de OE. A continuidade do processo que é essencial ao bom desempenho de um serviço de OE não é nem reconhecida como tal e nem assegurada (GIACAGLIA; PENTEADO, 2013). 18 3°- A Orientação Educacional deve ser exercida de forma sistemática. Da mesma forma como hoje já se aceita que em todas as escolas deve haver um planejamento anual envolvendo toda a vida escolar de cada uma delas, deve haver também um planejamento, da mesma forma como o que ocorre em relação à escola como um todo, deve resultar um plano de ação para a OE. Tal plano constitui uma parte do planejamento geral da escola (GIACAGLIA; PENTEADO, 2013). Um plano para a OE não precisa, como muitos temem, ser rígido. Ele pode comportar certo grau de flexibilidade para acomodar modificações que se façam necessárias no decorrer do ano letivo. O que não deve ocorrer é a inexistência de qualquer diretriz. O plano tem a finalidade de evitar que o trabalho do OE se torne desordenado, ditado apenas emergências que possam e que costumam ocorrer com frequência em todas as escolas, emergências essas que venham a prejudicar e a substituir ações prioritárias e até preventivas. A sistematização do trabalho do OE, que tem inicia com o plano anual, é essencial ao bom desempenho do OE nesse trabalho. Entretanto, a mera existência de um plano, ainda que muito bem elaborado no papel, mas que fica esquecido em uma gaveta e que tem como finalidade única a eventual apresentação dele as autoridades superiores, embora tenha tido certo valor por levar o OE à reflexão necessária a sua elaboração, não é suficiente para um instrumento de trabalho. O plano, mais que uma peça decorativa, deve constituir um instrumento de trabalho, de consulta constante para nortear as principais ações do OE. 4º- A Orientação Educacional é uma assistência profissional, portanto, deve ser exercido por um profissional especializado em OE, o que não é somente importante e desejável, como também se encontra previsto por instrumento legal que regulamentou a OE como profissão, restringindo o exercício dela ao profissional (Lei n° 5.564/68). 5°- A Orientação Educacional deve ser realizada através de métodos e técnicas pedagógicas e psicológicas. 6°- Os métodos e técnicas pedagógicas e psicológicas devem levar os educando ao conhecimento de suas características pessoais e do ambiente sociocultural. Em ambos os casos, mais uma vez temos a necessidade de um profissional que conheça as técnicas e saiba quando e como emprega-las. Mesmo porque, não é correto nem legal criar testes e questionários sem a devida validação comprovada. 19 6.1Evolução da Orientação Escolar Destes 1942, as leis brasileiras fazem obrigatória a orientação educacional nas escolas. Na maior parte dos casos, os orientadores educacionais: ► são consultores para a direção; ► interlocutores entre os pais, o aluno e a escola; ► disciplinam o estudante; ► reúnem-se e discutem problemas didáticos e disciplinares com os professores e com os pais do aluno; ► aplicam e interpretam testes padronizados; ► promovem eventos que estimulam o relacionamento interpessoal; e ► aconselham o encaminhamento a psicólogos e psiquiatras dos casos de desvios mais complexos. De acordo comas pesquisas de Scheibe e Aguiar (1999), o curso de pedagogia foi criado no Brasil devido à grandepreocupação com a preparação de professores dirigidos à escola secundária. Sendo assim, surgiu junto com as licenciaturas, instituídas ao ser organizadas a antiga Faculdade Nacional de Filosofia, da Universidade do Brasil, pelo Decreto lei n° 1190 de 1939. As autoras salientam que essa faculdade visava à formação de bacharéis e licenciados para atuar em varias áreas do conhecimento, entre elas, a área pedagógica. A duração prevista era de um ano, estavam justapostas às disciplinas de conteúdo, com duração de três anos. Formava-se então o bacharel nos primeiros três anos e, posteriormente, após concluído o curso de didática, conferia-se lhe o diploma de licenciado no grupo de disciplinas que compunham o curso de bacharelado. A concepção presente no modelo anterior permaneceu na nova estrutura, assumindo apenas uma feição diversa: o curso foi dividido em dois blocos distintos e autônomos, desta feita, colocando de um lado as disciplinas dos chamados fundamentos da educação e, de outro, as disciplinas das habilitações especificas. 20 Deste modo, o curso de pedagogia passou então a ser predominantemente formador dos denominados “especialistas” em educação, ou seja, o supervisor escolar, o orientador educacional, o administrador escolar e o inspetor escolar. O parecer CFE n° 252/69, incorporado à Resolução CFE n° 2/69, que fixou os mínimos de conteúdos e duração a serem observados na organização do curso de pedagogia, baseou-se na concepção de que as diferentes habitações deveriam ter uma base comum de estudos, constituída por matérias consideradas básicas à formação de qualquer profissional na área, e uma parte diversificada, para atender às habitações especificas. Nessa trajetória, Medina (2005) ressalta que a Orientação Escolar vem da ação exercida à ação repensada, passando por 5 momentos: 1- Ação voltada para o ensino primário – no primeiro momento de sua história a Orientação Escolar ocupava-se unicamente do ensino primário. 2- Ação Supervisora – referências da primeira fase da Revolução Industrial, o segundo momento emerge com o crescimento da população, indicando a necessidade de mais professores. A escola passa a ser uma instituição complexa e hierarquizada, assemelhando-se pouco a pouco, às empresas. 3- Ação como forma de treinamento e orientação – neste momento a Orientação é influenciada pelas teorias administrativas e organizacionais que assinalam uma etapa importante da sua historia no Brasil. 4- Ação de questionamentos das últimas décadas – este momento coincide com o final da década de 70 e inicio da década de 80. A sociedade brasileira começa a ser questionada e, como consequência, a escola é influenciada pelos trabalhos de alguns autores nacionais e estrangeiros que assinalam um novo movimento a respeito da escola e seu papel na sociedade. Começam a surgir indagações muito profundas a respeito do papel da escola como um todo e da ação do especialista. 5- Ação repensada da escola – momento final da década de 80 e inicio dos nãos 90. Autores enfatizam a escola como local de trabalho, onde o sucesso do aluno não depende exclusivamente do conhecimento de conteúdos, métodos e técnicas. A escola passa a ser o local onde todos aprendem e ensinam cada um ocupando o seu lugar, e onde o orientador tem uma contribuição especifica e importante a dar no processo de “Ensinar e Aprender”. Esse momento aponta 21 para um orientador pesquisador dentro da escola e da comunidade, compreendendo o movimento que envolve as relações entre professor, aluno, de forma simultânea. Deste modo, o Orientador Educacional continuou em busca constante de uma nova formação, de uma nova consciência critica reflexiva com o intuito de direcionar a sua ação, às vezes recuando, ás vezes avançando, de acordo com a realidade, como o momento e com a situação (LUCK, 2006). A necessidade da Orientação Escolar deve-se ao desenvolvimento e ao dinamismo do mundo moderno, de tal forma que este dinamismo e grandes avanços trouxeram a necessidade de uma urgente reformulação na Educação, tanto que fez surgir à necessidade de uma orientação mais adequada ao corpo docente, à escola e à comunidade. Surgiu, portanto, o Orientador Educacional, que se trata de um profissional especialista em educação, ante responsável por tornar a prática educativa flexiva, receptiva às inovações e às transformações no plano social, cientifico e tecnológico (MEDINA, 2005). Muitas são as tarefas do Orientador Escolar, coo a de coordenação, acompanhamento e orientação de aprendizagem vivenciada, contribuindo para o bom nível de ensino. A participação da Orientação Educacional como especialista em educação pode ser encarada como uma conquista ao longo dos anos, como diálogo e como forma de trabalho dialeticamente do cotidiano, planejando, acompanhando, avaliando e aperfeiçoando as atividades educativas (LUCK, 2006). Constantemente, o trabalho do Orientador Educacional se apoia em fundamentos e teorias filosóficas e diretrizes educacionais, contribuindo com o valor cientifico e como agente integrado no relacionamento professor-aluno, na formação de valores éticos através de uma ação cooperativa para que a educação atinja seus objetivos, envolvendo a todos que participam do processo educacional. Considerando as disposições sobre a educação prevista na constituição Federal e na Lei n° 9394/96 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, dando condições de orientação e formação do Orientador Educacional, cabe a ele a responsabilidade de formar cidadãos críticos, por isso este profissional deve ser incentivado, motivado e ser reconhecido (LUCK, 2006). 22 6.2Princípios éticos, importância e necessidades do serviço. Sendo um trabalho de grande importância, complexo e de imensa responsabilidade, podemos dizer que fundamenta-se na ética que engloba o sigilo, no respeito ao próximo, seja ele o aluno, sua família e os demais colegas de trabalho, no comprometimento e me competências especificas. O comportamento ético em relação às informações sobre alunos, funcionários e pessoas da comunidade é um dos principais aspectos a serem considerados. Como a interação do OE, com os orientandos se caracteriza pelo seu caráter de relação de ajuda, tanto o aluno pode expor, espontaneamente, fatos ou situações de cunho pessoal e familiar, como o orientador pode necessitar fazer indagações sobre a problemática em questão. Esses dados, por serem de caráter sigiloso ou confidencial, não devem ser alvo de comentários com outras pessoas, quaisquer que sejam as circunstancias. Esse cuidado é de vital importância porque a condição básica para o estabelecimento de uma relação de ajuda eficiente é a confiança. O sigilo das informações constantes dos prontuários dos alunos deve ser igualmente preservado. Assim, questionários preenchidos com dados mais íntimos sobre o aluno e seus familiares, bem como resultados de entrevistas e de testes e opiniões de professores sobre determinado aluno devem ser mantidos fora do alcance de pessoas que, propositada ou casualmente, possam chegar a eles. Por esse motivo, tais dados devem ser arquivados no Serviço de OE em local seguro, com chave, ao qual apenas o OE tenha acesso. Às vezes, os professores necessitam de informações especificas sobre seus alunos. Mesmo nesses casos, é preferível que o OE, com base nos dados de que dispõe, elabore um resumo e forneça, na medida em que julgar relevantes e convenientes, as informações ao professor. Além da justificativa ética desse procedimento, há também que se considerarem razões de natureza psicológica para a não divulgação dos dados. Trata-se do “efeito Rosenthal” ou “profecia autorrealizável”, segundo o qual, quando um professor desenvolve expectativas de que um aluno ou grupo de alunos irá ter insucesso escolar, tais expectativas podem se transformar,inconscientemente, por parte do professor, em fator ou causa do respectivo fracasso daqueles alunos. 23 Dito de outro modo, o fato de um professor ser informado de que, em anos anteriores, um aluno teve um desempenho escolar muito fraco ou apresentou comportamentos inadequados, poderá criar barreiras para que este aluno consiga modificar seu comportamento, pois o professor, embora não se aperceba disto, estará criando condições para que o mau desempenho anterior se perpetue. Talvez, se ele não tivesse tido acesso a esses dados sobreo aluno, pudesse contribuir para o crescimento intelectual e emocional do aluno. As recomendações anteriores sobre sigilo em relação às informações dos alunos são igualmente válidas, é claro, em relação às informações sobre a sua família e sobre as demais pessoas da comunidade (GIACAGLIA; PENTEADO, 2013). O convívio prolongado entre o OE, professores, demais membros da equipe técnica e funcionários pode ensejar a ele o conhecimento de fatos em relação aos quais deve ser absolutamente discreto para que não seja afetada a relação de confiança e não se instale um clima desagradável de desconfiança e de desarmonia entre todos. Outra área que deve suscitar preocupações éticas diz respeito ao estabelecimento de limites entre campos profissionais, principalmente os mais afins, uma vez que seu trabalho tem limites tênues com os de diversos outros profissionais. Por isso, é possível que, vários momentos e situações, ocorram superposição e transposição de limites funcionais, podendo dar ensejo a rivalidades, ou até competitividade, entre o OE e outros profissionais que atuam na mesma escola. O OE deve respeitar o campo especifico dos demais especialistas, assim como fazer com que estes ajam com respeito em relação ao dele. É importante que o dialogo, a troca de ideias, a cooperação e o auxilio mútuo sejam constantes e sempre de acordo com os princípios éticos. A escola não deve se transformar em um campo de disputas entre profissionais. O que deve haver, nela, são esforços conjuntos para a finalidade comum que é o pleno desenvolvimento do aluno. Outro campo em relação ao qual o OE precisa se acautelar é o que diz respeito aos valores da família e da comunidade. Na área do aconselhamento, é importante ter sempre presente que aconselhar não significa ministrar conselhos ou recomendar determinadas atitudes, opções ou comportamentos em detrimento de outros. Aconselhar é assistir a pessoa, levando-a refletir sobre determinada situação, problema ou dificuldade, sobre as implicações e consequências de diferentes alternativas disponíveis, no caso, para que possa discernir e decidir-se, por uma ou outra, conforme seu arbítrio, suas possibilidades e 24 sua convivência. Dessa forma, na situação de aconselhamento, o OE deve ter sempre presente que as famílias dos aconselhados e a comunidade possuem seus próprios valores e buscam não só transmiti-los aos seus membros como também fazer com que tais valores atuem como normas orientadoras de conduta. Não cabe, pois, ao OE assumir determinadas posições ou levar o aluno a confrontar-se com os valores da família. O OE deve-se acautelar com relação à emissão de opiniões sobre temas controvertidos, sendo também desaconselhável, do ponto de vista ético, que ele assuma posições explicitas em relação a determinados assuntos que envolvam valores pessoais, gostos, interesses e identificações. Por este motivo, não e ético, por exemplo, usar distintivos de partidos políticos ou de times de futebol ou, ainda, alardear sua fé religiosa. Essa mesma restrição é válida quanto a disputas pessoais ou de grupos dentro da escola, a menos, é claro, que suas atribuições assim o exijam. O OE deve manter-se equidistante, neutro e procurar não acirrar os ânimos, mas, sempre que possível, acalmar as partes, buscando o entendimento entre elas, negociando soluções que, ao contentar a todos, restabeleçam o necessário equilíbrio. O mesmo comportamento ético deve ser observado quando algum motivo como busca de status, de “poder” ou de “prestigio”, acabam se manifestando e envolvendo os profissionais em disputas ou tramas pessoais. Nessas ocasiões, informações – verdadeiras ou não- podem ser usadas indevidamente para desprestigiar ou prejudicar uns e promover ou favorecer outros. Quanto à importância da OE para as escolas, Giacaglia e Penteado (2013) refletem que sendo a educação da criança e do adolescente importante, a escola constitui um dos meios, e às vezes o principal, senão o único, para educa-los, portanto, é necessário não só que a escola funcione a contendo na instrução dos alunos, seu tradicional e principal papel, como também utilize melhor a oportunidade de se desincumbir bem da educação integral dos jovens a ela confiados, não se conformando com o razoável, o regular, o medíocre e não aceitando o desperdício de tempo, de verbas e de energia de todo o pessoal envolvido no processo. Sabe-se, entretanto, que há escolas, principalmente as públicas, que mal conseguem instruir os alunos, quanto mais atingir o ideal de também educa-los. 25 Para melhor aprender, o aluno precisa “estar bem” dos pontos de física, psicológico e social. Entraves de qualquer dessas naturezas impedem ou dificultam a tarefa principal da escola que é a de instruir. Com o progressivo aumento do número de alunos, de professores e demais profissionais que atuam nas escolas, muitas vezes em mais de um turno, na maior parte dessas escolas, que contam com uma direção assoberbada com trabalhos administrativos e burocráticos e com alta rotatividade de professores, faz falta um elo de ligação que acompanhe o aluno durante sua trajetória escolar, elo esse que deve existir entre ele, a escola, o pessoal que nela trabalha e, muitas vezes, até com os próprios colegas. Cabe então ao OE estar disponível e fazer esse papel de elo, de mediador, de ouvinte, enfim, de orientador não só de alunos como também de professores e demais funcionários quando demandam soluções para alguma pendencia envolvendo alunos. O OE tem mais disponibilidade para proferir palestras de interesse da escola e dos alunos, tanto para estes como para seus responsáveis, promover e trazer palestrantes para a escola (sempre, é claro, com autorização da direção) e realizar discussões com grupos de alunos para tratar de assuntos que dizem respeito a eles. É também função do OE, e para tal função ele não tem substituto na escola, promover a orientação vocacional dos alunos, não com a simples aplicação de testes, mas por meio de um acompanhamento continuo de cada um desses alunos. Um SOE- Serviço de Orientação Educacional – confiável e eficiente torna, portanto, mais fácil e bem sucedido o trabalho de toda a equipe que atua na escola, além de sua função principal que é a de promover o bem- estar e o pleno desenvolvimento dos alunos. O custo-benefício da existência da OE nas escolas deveria ser considerado quando se pensa na evasão de alunos dos diferentes graus de ensino, na retenção de alunos que, se assistindo adequadamente, poderiam ser promovidos. Tudo isso em favor não só dos alunos, mas também de seus familiares, da escola, da comunidade e da sociedade em geral (GIACAGLIA; PENTEADO, 2013). É claro que a simples existência de um OE ou de um SOE não garantiria a inexistência de problemas e de alunos problemáticos nas escolas, mas certamente, muitos incidentes poderiam ter sido prevenidos. 26 7. FUNDAMENTOS DA INSPEÇÃO ESCOLAR A sociedade atual tem experimentado inúmeras transformações que obviamente atingiram a educação. A ideia que tínhamos sobre o conhecimento, a criança, a escola e os métodos de ensino, já não é mais a mesma. Na sociedade moderna, o papel fundamental da educação é formar cidadãos atuantes, críticos e participativos. Novos paradigmas estão surgindo com o objetivo de transformara educação num instrumento de democratização social, capaz de inserir toda a sociedade em seu contexto. O processo democrático e participativo exige envolvimento de todos e o estabelecimento de vínculos de liderança e tomada de decisão compartilhada. Está explícito no inciso VIII do artigo 3º da LDB nº 9394/96: a gestão escolar deve ser democrática, prática que se torna evidente nas unidades escolares da atualidade. Essa prática pode ser vista por meio do repasse de recursos financeiros, pela participação dos educadores e da comunidade escolar na construção do projeto político-pedagógico e pela participação da comunidade local nos conselhos escolares. E a Inspeção Escolar que sempre teve conotações de vigiar e punir também está mudando e, claro, para atender aos novos anseios da sociedade pós-moderna, em constante mutação. 7.1 A inspeção face aos novos paradigmas Não temos dúvidas de que esse século XXI, de novas tecnologias, de aceleração do pensamento, de otimização de processo/produção/produto, de renovações cotidianas, de novos paradigmas também requer uma nova escola e um serviço de Inspeção Escolar renovado, direcionada para uma escola cidadã – aquela que garante a todos os alunos o acesso e a permanência, com uma educação de qualidade. Os princípios constitucionais e as normas estabelecidas pelos Conselhos Nacionais e Estaduais, a partir da Constituição de 1988, indicam que a universalização da educação, a equidade e a qualidade exigem, entre outros: • descentralização das decisões; • autonomia com responsabilidade; 27 • gestão democrática; • avaliação institucional. Uma escola única de igual padrão assumida pela gestão de pendente de decisões repassadas pelo poder central vem cedendo lugar à participação e à possibilidade de incorporação de demandas específicas da comunidade. Passar desse modelo centralizador, autoritário e burocrático e menos controlador, é o desafio dos dirigentes escolares. Para Tavares e Escott (2007), o inspetor deve ser criador de espaços que favoreçam novas relações dentro das escolas para que os alunos, os pais, professores e funcionários se transformem numa equipe capaz de construir uma escola voltada para a aprendizagem do aluno e sua formação como cidadão comprometido com o desenvolvimento da sociedade. O inspetor deve também estar preparado para se deparar com dificuldades, ser capaz de trabalhar causas e não efeitos, estimular pensamentos transformadores, mudar posturas, articular informações e ações, lutar contra as condições precárias de trabalho e lidar com incertezas e imprevistos. 28 8. ATRIBUIÇÕES DO INSPETOR ESCOLAR Figura: Os novos paradigmas da educação nacional encaminham a questão de ordem prática: são desafios que colocam o Inspetor Escolar para a observância da legislação da educação junto às escolas, pelo seu papel de legitimo representante da administração central e regional do sistema. Uma leitura mais atenta da LDBN e de alguns de seus artigos remete a algumas competências que o Inspetor Escolar pode exercer, em ação solidária com as escolas e seus diretores, pedagogos e professores e em interação com setores das secretarias estaduais e municipais e dos órgãos regionais de educação. A Inspeção escolar é correição, auditoria, orientação e assistência técnica. Esses profissionais são os olhos e os ouvidos do Poder Público na escola. O perfil desse profissional deve ser: • Função Verificadora: deve possuir domínio da legislação, ser pesquisador e observador. • Função avaliadora: Educador • Função Orientadora: ter boa comunicação oral e escrita. Conciliador. • Função corretiva: segurança e postura pedagógica. • Função realimentadora da criatividade. 29 Além disse, o Inspetor Escolar deve ser orientado profissionalmente conforme o Art. 4° da Resolução Secretaria Estadual de Ensino n°. 305/83: I- Comunicação entre os órgãos da administração superior do sistema e os estabelecimentos de ensino que o integram; II- Verificação e avaliação das condições de funcionamento dos estabelecimentos de ensino; III- Orientação e assistência aos estabelecimentos de ensino na aplicação das normas do sistema; IV- Promoção de medidas para a correção de falhas e irregularidades verificadas nos estabelecimentos de ensino, visando à regularidade do seu funcionamento e a melhoria da educação escolar. V- Informação aos órgãos decisórios do sistema sobre a impropriedade ou inadequação de normas relativas ao ensino e sugestão de modificações, quando for o caso. Com relação à conquista da autonomia da escola são atribuições do Inspetor Escolar: A- Integrar-se na elaboração do Plano de desenvolvimento da Escola; ► Sensibilizar a comunidade escolar para a importância do Plano de desenvolvimento da Escola; ► Participar das discussões dos usuários e profissionais da escola sob seu Plano de Desenvolvimento, esclarecendo as funções da comunidade escolar; ► Auxiliar professores e especialistas a definir os componentes do Plano de Desenvolvimento da Escola, orientando-os sobre sua elaboração. B- Subsidiar a escola na elaboração e desenvolvimento do seu projeto pedagógico: ► Esclarecer a escola sobre os padrões básicos (currículo, recursos humanos e insumos) indispensáveis à elaboração do processo pedagógico; ► Orientar a escola na definição de sua proposta curricular, adequando-se às especificidades socioculturais da região e às necessidades, prioridades e possibilidades da comunidade à qual atende; 30 ► Analisar o calendário escolar considerando as especificidades da escola, as peculiaridades regionais e locais e as referencias legais, zelando pelo seu cumprimento; ► Participar da implementação do projeto pedagógico da escola, propondo a revisão de suas práticas educativas, quando necessário; ► Orientar a escola na elaboração e revisão de normas regimental consoante as diretrizes estabelecidas em seu próprio projeto. C- Orientar a escola para a realização e a utilização de estudos e pesquisas que visem à melhoria da qualidade do ensino: ► Encaminha à escola os resultados da avaliação externa, orientando-a para a análise dos mesmos; ► Subsidiar a escola na elaboração de estudos e projetos de pesquisa que visem à melhoria de ensino e à inovação pedagógica; ► Promover o intercâmbio entre escolas e outras instituições para trova de experiências pedagógicas. D – Colaborar 31 9. O TRABALHO DO INSPETOR ESCOLAR NAS SUPERINTENDÊNCIAS DE ENSINO As S.R. E (Superintendência Regional de Ensino) é uma repartição pública responsável pelas instituições de ensino. A finalidade das Superintendências Regionais de Ensino é exercer, em nível regional, as ações de supervisão técnica, orientação normativa, cooperação e articulações e integração Estado e Município em consonância com as politicas educacionais. A superintendência Regional de Pouso alegre – MG, por exemplo, atende trinta cidades na região do sul de Minas Gerais e possui 19 Inspetores Escolares. A organização dos Setores de Inspeção Escolar e a distribuição entre os Inspetores são feitas pelo diretor S.R. E, levando em conta a compatibilidade das escolas, á distancia entre os municípios, o perfil do Inspetor e o tempo de serviço. Para que esse profissional possa ter sua sede na superintendência ele necessita atender profissionalmente pelo menos uma escola na rede estadual de Pouso Alegre para depois, atender as unidades escolares das cidades da região. As escolas municipais e particulares situados na cidade que estiver sob a responsabilidade de visita do Inspetor Escolar, também receberão respaldo legal do mesmo. Durante as visitas nas unidades escolares o Inspetor Escolar utilizará a comunicação escrita, o seu melhor instrumento de trabalho, assim sendo. “O termode Visita” deve ser claro, objetivo, informativo e conter sugestões, análise e quando necessário, determinar prazo para o cumprimento de medidas saneadoras sugeridas, não se deve colocar opinião pessoal e atenção especial quanto aos elogios. O termo deverá ser lido com o Gestor da Escola antes de ser assinado por este. Há outros registros que podem ser efetuados como, por exemplo, a ata Técnica, que não deixa de ser um Termo de visita, porém é lavrado por técnicos da S.R.E, em atendimento à Ordem de Serviço, quando a comissão não conta com a presença de Inspetor Escolar. Outro tipo de registro é o relatório circunstanciado, uma explanação minuciosa e descritiva de fatos e ocorrências. É utilizado nos processos de verificação preliminar e sindicância; validação e convalidação de atos escolares, processos de regularização de vida escolar e verificação “in loco” e documentos supostamente falsos. 32 Além de todos esses registros e de suas atribuições acima citados, esse profissional deverá estra sempre bem instruído sobre a legislação educacional que tem como objetivo ajudar as instituições escolares e nossos alunos. 9.1 A qualidade do trabalho do Inspetor Escolar Figura: A figura do Inspetor Escola passou a ocupar cada vez mais um lugar de destaque na administração do fazer pedagógico e na organização positiva da sua atuação. O Inspetor Escolar, no papel de gestor, será o mentor dos processos participativos, uma vez que, ao refletir sobre a realidade das unidades escolares e buscar soluções conjuntas, torna-se á um agente de participação efetiva no trabalho realizado. Hoje não cabe mais ao Inspetor o papel de ir à escola para prescrever, mas para traduzir, interpretar e reinterpretar as determinações, avaliar o seu impacto na vida da escola e discutir como cumprir e acompanhar a aplicação da norma, levando em conta a realidade da escola. O Inspetor deve estar presente pra dar suporte à autonomia, mas impedindo a soberania. Nesse sentido, cabe a ele encontrar, no emaranhado legal, os caminhos caminháveis, as alternativas possíveis para conciliar o desejável, para garantia da qualidade do ensino, para a melhoria das condições de trabalho de alunos e professores, para tornar fértil a leira pedagógica, sem ferir as normas e dispositivos legais. O papel do Inspetor Escolar será de articulação e integração, contribuindo para recolocar a visão de totalidade no tratamento que será dado ao conhecimento, no currículo 33 escolar. Somente quando o inspetor for educador, será capaz de compreender o sentido dessa totalidade e ajudar a escola na criação e desenvolvimento de projetos pedagógicos que a viabilizem o trabalho integrador em que a escola deverá se empenhar, com a participação de todos os seus profissionais. Figura: Enfim, cabe a inspeção Escolar a tarefa de contribuir na preparação dos educandos para a vida social nos seu sentido abrangente, compreendendo esta abrangência como participação nas mudanças na sociedade, daí a necessidade da sua postura estar voltado para o equilíbrio emocional, bom senso, objetividade, imparcialidade, criatividade, responsabilidade e principalmente organização e método, colocando seu relato de forma que possa ser compreendido e usado pelo grupo, procurando traçar sempre uma ponte entre teoria e prática. 34 10. REFERÊNCIAS ALARÇÃO, Isabel. Ser professor reflexivo. Formação reflexiva de professores: estratégias de supervisão. Porto Alegre: Porto, 1996. 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Compreender e transformar o ensino. Porto Alegre: Artmed, 1998. SEVERINO, A.J. Educação, ideologia e contra ideologia. São Paulo: EPU,1986. SILVA JUNIOR, Celestino A . A supervisão da educação: do autoritarismo ingênuo a vontade coletiva. São Paulo: Loyola, 1984. SILVA, Naura S.C. Supervisão Educacional para uma escola de qualidade: da formação à ação. São Paulo: Cortez, 1999 35 TAVARES, Ana Cristina Rodrigues; ESCOTT, Clarice Monteiro. A construção da escola de qualidade – uma reflexão sobre o papel do especialista em educação, Série Interinstitucional, V Cepel, 2007. VASCONCELLOS, Celso dos S. Coordenação do Trabalho Pedagógico: do Projeto Político Pedagógico ao cotidiano da sala de aula. São Paulo: Libertad, 2002. ZAMBÃO, G. M. A Administração e Supervisão Escolar. São Paulo: Pioneira, 2000. _______. Organização do trabalho na escola pública: o Pedagógico, o Administrativo na ação supervisora. Ideias, São Paulo, FDE, 1994.