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“O uso apropriado da anestesia, sedativos e analgésicos pode aliviar a dor, 
causar amnesia e proporcionar o relaxamento muscular essencial para a 
segurança humana e dos pacientes. Os usos importantes incluem facilitar a 
imobilização necessária para vários procedimentos diagnósticos, cirúrgicos e 
terapêuticos em animais silvestres e exóticos, bem como a eutanásia e o abate 
humanitário dos animais destinados à alimentação humana. A administração 
de anestesia, sedação e analgésicos não implica ausência de risco para os 
pacientes e não é recomendada para procedimentos triviais. O 
desenvolvimento contínuo de técnicas e fármacos melhores, associado ao 
esforço conjunto e constante no ensino profissionalizante dos veterinários, 
minimizou o risco global da anestesia e do alívio da dor em um contexto cada 
vez mais amplo e sofisticado da assistência aos pacientes.” (Lumb & Jones, 
2017). 
 
Lumb & Jones | Anestesiologia e analgesia em veterinária / Kurt A. Grimm... 
[et al.]; Revisão técnica Flavio Massone; Tradução Idilia Vanzellotti, Patricia 
Lydie Voeux, Roberto Thiesen. – 5.ed. – Rio de Janeiro:Editora Roca, 2017. 
 
Apostila de Anestesiologia 
Veterinária – Material de 
Monitoria 
Apostila feita com carinho por: Lara Nunes 
 
. 
 
 
 
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1 
Exames 
pré- anestésicos 
 
A avaliação pré-operatória do estado de 
saúde do animal é valiosa para 
identificar os riscos anestésicos, as 
prioridades no manejo e alertar 
apropriadamente os clientes antes 
da anestesia e da cirurgia. 
Os agentes anestésicos causam 
depressão cardiopulmonar, e é 
provável que a presença de uma 
patologia preexistente predisponha a 
um distúrbio fisiológico maior induzido 
pela anestesia. 
Os distúrbios dos principais sistemas do 
corpo tornam o paciente menos 
tolerante à depressão fisiológica 
induzida pela anestesia. 
Assim sendo, os exames pré-
operatórios são de extrema 
importância para avaliar o risco 
cirúrgico, juntamente a um exame 
físico criterioso do animal. 
❖ Exames 
hematológicos 
 
No hemograma podemos observar 
alterações sanguíneas que indicam 
alterações como anemia, inflamação e 
infecção. Dessa forma, para a 
anestesia é importante observar se o 
animal está anêmico, visto que a 
anemia reduz a capacidade de 
oxigenação e predispõe à hipóxia 
(perda de hemoglobina, carreadora 
de 02). O animal anêmico possui 
hipotensão e maior sequestro de 
hemácias, visto que a anemia crônica 
pode desencadear adaptações no 
sistema cardiovascular como redução 
do volume sanguíneo, diminuição do 
transporte de oxigênio para os 
tecidos, dentre outras adaptações. 
Assim sendo, em animais anêmicos 
não se deve utilizar 
acepromazina, pois causa 
vasodilatação esplênica (animal 
anêmico já está com sequestro de 
hemácias, portanto a acepromazina 
piora esse quadro). 
 
Além do hemograma, é de intensa 
relevância avaliar a função renal do 
animal. A doença renal, medida por 
taxa de filtração glomerular, ureia, 
creatinina (mais específica que a 
ureia), SDMA, urinálise e eletrólitos; 
também é importante, em particular 
se houver desidratação e uremia, 
pois em tais condições o sistema renal 
terá menor tolerância à anestesia e o 
paciente pode ser mais sensível a 
alguns anestésicos e fármacos pré-
operatórios, como AINES. Lembre-
se: o rim vai excretar a maior parte 
dos eletrólitos provenientes dos 
anestésicos, exceto em anestesia 
inalatória, portanto precisa estar em 
pleno funcionamento. 
 
Apostila feita com carinho por: Lara Nunes 
 
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A função hepática também deve ser 
avaliada, visto que as doenças 
hepáticas podem influenciar a 
resposta à anestesia. O fígado é 
responsável pela metabolização dos 
medicamentos, e também participa 
da coagulação sanguínea. A função 
hepática é medida por: ALT, AST, FA 
(fosfatase alcalina), GGT, albumina e 
globulina, bilirrubina. Sabe-se que o 
aumento de FA é mais indicativo de 
lesão hepática no cão, e o aumento de 
GGT é mais sensível para o gato. 
Lembre-se: filhotes possuem FA 
aumentada pela formação óssea. 
 
A mensuração de proteínas totais e 
frações também deve ser realizada, 
visto que a hipoproteinemia 
aumenta a resposta do paciente aos 
fármacos que se ligam com maior 
afinidade à proteína, o que resulta em 
sobredose relativa caso a dose não seja 
ajustada, podendo gerar uma 
overdose. Essa overdose pode ocorrer 
pois, como o fármaco se liga de forma 
reduzida, a maior parte dele vai ficar 
livre no organismo, também havendo 
menor ação do mesmo (se ele não se 
liga às proteínas, fica “solto” no 
organismo). 
 
A glicemia deve ser mensurada pois os 
medicamentos agonistas alfa 2 
bloqueiam a insulina, gerando pico 
hiperglicêmico. Dessa maneira, essa 
classe medicamentosa deve ser evitada 
em pacientes diabéticos. 
 
 
 
Outras mensurações como 
hemogasometria (avalia equilíbrio 
ácido-base e oxigenação), eletrólitos 
(sódio, potássio...), biomarcadores 
(função orgânica) e sorologia 
(doenças) também podem ser 
realizadas como auxílio anestésico. 
❖ Exames de imagem 
ou complementares 
 
O exame complementar que deve ser 
utilizado antes de todo 
procedimento anestésico é o 
eletrocardiograma (ECG). Essa 
importância se deve ao fato de que a 
maioria dos anestésicos geram 
alterações cardíacas, portanto 
devemos avaliar o funcionamento 
elétrico e ritmo do coração. 
 
Outros exames podem ser utilizado, 
como por exemplos os exames de 
imagem, como raio-x (doenças 
pulmonares, cardiomegalia...) e 
ecocardiograma (avalia função 
cardíaca, estrutura, fluxo sanguíneo – 
visualiza o coração e suas estruturas 
em tempo real). Tomografia (órgãos 
internos, fraturas – tecido ósseo), 
ressonância (cérebro, medula 
espinhal... – tecidos moles), etc... 
 
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❖ Conduta pré-
anestésica imediata 
 
Antes de submeter o animal a um 
procedimento anestésico, o 
anestesiologista responsável deverá 
conversar com o proprietário. Isso 
significa que o profissional fará uma 
segunda anamnese, relacionada à 
anestesiologia. O animal já passou por 
anestesias anteriores? Houve presença 
de síncope ou convulsão? Explicar 
sobre o jejum solicitado. Perguntar se o 
animal faz uso de medicações de uso 
contínuo, e se teve presença de sinais 
clínicos nas últimas 36 horas. A seguir, 
realizar o exame físico do animal, 
apresentar o termo anestésico e 
esclarecer as dúvidas que o proprietário 
possa ter. Lembre-se: o termo 
anestésico é importante pois informa os 
possíveis riscos relacionados ao 
procedimento, portanto é de extrema 
relevância que o proprietário leia o 
documento e assine no final. 
 
❖ ASA – Sociedade 
Americana de 
Anestesiologistas 
 
Fundada em 1905, a ASA estabelece 
diretrizes e padrões para a prática 
anestésica, oferece recursos 
educacionais e apoio para profissionais 
da área, e promove a pesquisa e a 
melhoria contínua na anestesiologia. 
Dessa forma, foi estabelecido que os 
pacientes submetidos à anestesia 
podem atuar em diferentes graus de 
risco, padronizando da seguinte 
forma: 
 
ASA I – paciente aparentemente 
hígido. Exemplos: OSH eletiva, 
orquiectomia eletiva. 
ASA II – paciente com doença 
sistêmica leve. Exemplos: neonatos 
e geriátricos (ou >10 
anos); gestante; obesos; infecções 
localizadas; tumor de pele. 
ASA III – paciente com doença 
sistêmica moderada. Exemplos: 
desidratação moderada, anorexia, 
caquexia, anemia, fraturas 
complicadas, hérnia diafragmática, 
pneumotórax, cardiopata 
compensado. 
ASA IV – paciente com doença 
sistêmica grave de constante ameaça 
a vida. Exemplos: uremia, 
desidratação grave, hipovolemia, 
cardiopata descompensado, choque, 
síndrome vólvulo-gástrico, renais 
descompensados. 
ASA V – moribundos sem expectativa 
de vida nas próximas 24h com ou sem 
cirurgia. Exemplos: choque 
avançado, falência de múltiplos 
órgão, traumas cranianos (TCE – 
traumatismo cranioencefálico grave), 
sepse grave, doença terminal, 
ASA E – adição do “E” denota cirurgia 
de emergência (ASA II-E), ou seja, o 
atraso no tratamento levaria ao 
aumento significativo na ameaça a 
vida/ parte do corpo. 
 
 
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❖ ASA – EXEMPLOS 
 
1) Uma gata, de 2 anos, com exames 
hematológicos sem alteração, 
apresentando distocia obstrutiva. 
Em qual ASA ela se encaixaria e por 
quê? 
Resposta: ASA II E, visto que a 
distocia obstrutiva (obstrução no canal 
de parto) trata-se de uma emergência. 
ASA II pois é gestante. 
 
2) Uma cadela, 3 anos, exames 
hematológicos sem alteração, 
neoplasia mamária. Em qual ASA ela 
se encaixa e por quê? 
 
Resposta: ASA III, visto que o tumor 
de mama sangra muito durante a 
cirurgia. 
 
3) Equino, cólica obstrutiva com 
perfuração intestinal e peritonite 
grave, uremia, desidratação de 
10%, leucocitose e desvio à 
esquerda com sinais de choque. 
Resposta: ASA V-E. Moribundo sem 
expectativa de vida nas próximas 24h, 
com ou sem cirurgia. 
 
4) Um equino que será submetido a 
orquiectomia, pois o mesmo 
apresenta tumor em testículo 
esquerdo. 
Resposta: ASA II, doença sistêmica 
leve. 
 
 
2 
Cálculos 
para anestesia 
 
Essa é especialmente para quem 
entrou na faculdade de medicina 
veterinária achando que ia fugir das 
contas 😊. Para a anestesia, 
fazemos os seguintes cálculos: 
cálculo de dose; fluidoterapia 
transoperatória; diluição de 
medicamento; taxa de infusão 
contínua. 
 
❖ Cálculo de dose 
 
Para calcular a dose de um 
medicamento, devemos, 
primeiramente, nos atentar à 
dosagem ou dose do 
medicamento, visto que cada 
fármaco tem a sua dose. Onde 
podemos encontrá-la? No Bretas ou, 
ainda, no VetSmart. Nunca na bula! 
Muitas vezes estão desatualizadas. A 
dose de um medicamento pode vir 
em: mg/kg ou mcg/kg. Exemplo: 
a dose do dipirona é 25 mg/kg. 
 
Já a concentração de um 
medicamento diz respeito à forma 
farmacêutica como esse fármaco é 
comercializado. Um mesmo 
medicamento pode ser vendido com 
 
 
 
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diferentes concentrações, como por 
exemplo a xilazina (2% e 10%). A 
concentração de um medicamento 
pode estar em: mg ou mg/ml ou 
mcg/ml, ou %. 
 
1 mcg = 0,001 mg (divide por 1000) 
1% = 10 mg/ml (multiplica por 10) 
1g = 1000 mg (multiplica por 1000) 
10mg/5ml = 2mg/ml (divide 10 por 
5). 
Fórmula do cálculo de dose: 
Do x P 
Conc. 
 
 
❖ Exemplos de cálculo 
de dose 
 
1) Enrofloxacina para um cão de 20 kg. 
Dosagem: 10mg/kg/SID. 
Concentração: frasco 10ml a 10%. 
 
Resposta: 
 
Sempre transformar a concentração 
primeiro, se necessário. Portanto: 
10x10 = 100 mg/ml 
Apostila feita com carinho por: Lara Nunes 
 
Do x p / Conc. 
10 x 20 / 100 = 2 ml. 
 
Por que “mL”? Lembre-se: “mL” 
refere-se a medicamentos líquidos, 
enquanto que “mg” refere-se a 
medicamentos sólidos. 
 
 
 
2) Sulfato de morfina, cão de 8 kg. 
Dosagem: 0,5 – 1 mg/kg. 
Concentração: 10 mg/ml. 
 
Resposta: 
 
Do x p / Conc. 
0,5 x 8 / 10 
0,4 ml 
 
 
3) Detomidina, equino pesando 400 
kg. Dosagem:0,02 – 0,04 mg/kg. 
Concentração: 1%. 
 
Resposta: 
 
Concentração = 1x10 = 10 
 
Do x p / Conc. 
0,02 x 400 / 10 
0,8 ml 
 
 
❖ Fluidoterapia 
transoperatória 
 
Para a fluidoterapia em 
anestesiologia, utiliza-se a taxa de 5 
a 20 ml/kg/hora. Por esse motivo, 
vamos preconizar a utilização de uma 
média entre esses valores, que será a 
taxa de 10 ml/kg/h. 
Além disso, outros valores relevantes 
são: Equipo Microgotas (utilizado em 
animais de até 5 kg), possui 60 
gotas a cada 1ml. Já o Equipo 
Macrogotas (animais acima de 5 kg) 
 
 
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possui 20 gotas a cada 1ml. Portanto: 
 
Taxa = 10 ml/kg/h 
Equipo Micro (até 5 kg) -> 
1 ml = 60 gotas 
Equipo Macro (acima de 5 kg) -> 
 1 ml = 20 gotas. 
 
 
Agora que já esclarecemos esses 
valores, temos a fórmula de 
fluidoterapia: 
 
TAXA = fluido x peso/ 60 x gotas do 
equipo. 
 
Vamos fazer o exemplo a seguir: 
 
1) Calcule a taxa de fluidoterapia 
transoperatória para um cão de 12 
kg. 
 
Equipo macrogotas (acima de 5kg) 
– 20 gotas 
 
Taxa = fluido x peso/ 60 x gotas do 
equipo 
 
Taxa = 10 ml/kg/h x 12/ 60 x 20 
 
Taxa = 40 gotas/min 
 
 
 
Caso você queira conferir se sua conta 
deu certo, utilize as seguintes 
fórmulas: 
 
Equipo Macrogotas = Taxa x Peso/ 3 
Equipo Microgotas = Taxa x Peso x 3/3 
 
No nosso exemplo: 
 
Equipo macrogotas 
 
Taxa x Peso/3 
10 x 12/3 
40 gotas/min 
 
2) Calcule a taxa de fluidoterapia 
transoperatória para um equino de 
500 kg. 
 
Equipo Macro (+ de 5 kg) = 20 
gotas 
 
Taxa = fluido x peso/ 60 x gotas do 
equipo 
Taxa = 10 x 500/ 60 x 20 
Taxa = 1666,6 
Taxa = 1666 gotas/min 
 
(Equipo macro – Tx x pe/3 = 1666 
gotas/min) 
❖ Diluição de 
fármacos em pó 
liofilizado 
 
Alguns medicamentos vêm em 
formato de pó liofilizado. Dessa 
forma, devemos calcular a quantidade 
que iremos diluir da seguinte forma: 
 
1) Vou anestesiar um equino com 
anestésico EGG, que vem em um 
frasco com 50g do medicamento 
em pó liofilizado. Desejo que fique 
na concentração de 10%, quantos 
“ml” de água para injeção vou 
diluir? 
 
 
 
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Resposta: 
 
Frasco de 50g = 50.000 mg (multiplica 
por 1000); 
Quero 10% = 100 mg/ml (multiplica 
por 10). 
 
100 mg 1 ml 
50.000 mg x 
100x = 50.000 
x = 500 ml 
 
(Se em um “ml” eu tenho 100 mg, 
quantos “ml” tenho em 50.000 mg?) 
 
Vou precisar diluir 500 ml de água 
de injeção para ter a concentração 
de 10%. 
 
 
❖ Infusão contínua de 
fármaco puro 
 
Essa técnica anestésica refere-se à 
administração do medicamento em sua 
forma concentrada, sem ser diluído em 
um solvente como soro. Isso permite 
uma administração precisa de 
pequenas quantidades do fármaco, 
porém essa técnica geralmente 
necessita de bomba de seringa, visto 
que fazê-la sem esse equipamento, 
dependendo do medicamento, é muito 
arriscado. 
Nesse caso, é só calcular a dose do 
medicamento, como no exemplo a 
seguir: 
 
 
1) Propofol para um cão de 5 kg. 
Dosagem: 0,2 mg/kg/min. 
Concentração: 10 mg/ml. 
 
Do x Pe/ Conc. 
0,2 x 5 / 10 
0,1 ml/min de propofol 
 
Caso não tenha a bomba, tem que 
calcular em gotas e contar 
(arriscado!): 
 
Equipo micro 
1 ml – 60 gotas 
0,1 ml – x 
X = 6 gotas/min 
 
(Se em um ml eu tenho 60 gotas no 
equipo micro, quantas gotas vou ter 
em 0,1 ml?) 
 
 
❖ Infusão contínua de 
fármaco diluídoem 
soro 
 
O medicamento é misturado com um 
solvente, como solução salina, para 
reduzir sua concentração antes da 
administração. Isso facilita o ajuste da 
taxa de infusão, permitindo uma 
administração mais gradual e 
controlada. Reduz-se o risco de 
efeitos adversos, principalmente eu 
procedimentos longos e quando não 
se tem a bomba de seringa. 
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Assim sendo, para a realização dos 
cálculos, seguimos 4 passos: 
 
1) Quantos “ml” tiro da ampola e coloco 
no frasco de soro? Obs: lembrar de 
retirar a mesma quantidade em 
“ml” de soro para ter exatos 500 
ml no frasco. 
2) Qual concentração a solução ficou? 
3) Qual volume em “ml” será infundido 
no paciente? Obs: saber o peso do 
paciente e a dosagem do 
fármaco. 
4) Se você é rico e tem bomba, não 
precisa deste passo! Se é pobre 
como eu, bora calcular gotas? Obs: 
saber qual equipo você vai usar. 
 
 
Vamos colocar em prática, então? 
 
• Você necessita infundir 10 
mcg/kg/min de Dobutamina em 
um cão de 13 kg. Para realizar a 
solução dilua 125 mg de 
Dobutamina 250 mg/20ml em 500 
ml de solução glicosada 5%. 
 
Primeiro, vamos transformar os valores 
da questão: 
10 mcg/kg/min = 0,01 mg/kg/min 
(divide por 1000) 
250 mg/20ml = 12,5 mg/ml 
(concentração) 
 
1) Quantos “ml” tiro da ampola e coloco 
no frasco? 
 
12,5 mg – 1 ml 12,5x = 125 
125 mg – x x = 10 ml 
Explicação: se eu tenho 12,5 mg a 
cada 1 ml, quantos “ml” vou ter em 
125 mg (que é o tanto que eu vou 
diluir)? 
 
2) Qual concentração a solução ficou? 
 
Explicação: Se vou colocar 125 mg 
de solução em 500 ml de soro, é como 
se fosse 125mg/500ml. Ou seja: é só 
dividir 125 por 500. 
 
125 : 500 = 0,25 mg/ml. 
 
3) Qual volume em “ml” será 
infundido? 
 
Explicação: Aqui, é só realizar o 
cálculo de dose. O macete é utilizar a 
concentração que a solução ficou. 
 
Do x Pe / Conc. 
0,01 x 13 / 0,25 
0,52 ml/min 
 
4) Quantas gotas? 
 
Explicação: Como o animal pesa 
mais de 5 kg, devemos utilizar o 
equipo macrogotas. Se em um ml 
temos 20 gotas com esse equipo (com 
o micro seria 60), quantas gotas 
teremos em 0,52 ml? 
 
1 ml – 20 gotas 
0,52 ml – x 
X = 10,4 
 
Resposta final: A taxa de infusão 
seria de 10 gotas/min. 
 
 
 
 
 
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Medicação 
pré-anestésica 
(MPA) 
 
O protocolo anestésico é dividido em: 
(1) medicação pré-anestésica; (2) 
indução anestésica; (3) manutenção; 
(4) parada de fornecimento do 
anestésico; (5) recuperação. Neste 
capítulo iremos abordar o ponto inicial 
do protocolo anestésico. 
A medicação pré-anestésica possui 
como objetivos: (1) gerar a sedação 
do paciente, ou seja, desliga-lo do 
meio; (2) analgesia do paciente, 
garantindo conforto e minimizando a 
dor durante todo o procedimento 
cirúrgico; (3) relaxamento muscular 
do paciente, reduzindo espasmos 
corporais indesejados e até mesmo 
facilitando a intubação, que deve ser 
realizada após indução anestésica; (4) 
diminuição da secreção das vias 
aéreas do paciente, visto que durante 
a anestesia geral reflexos protetores da 
garganta, como a tosse, são 
suprimidos, e se houver excesso de 
secreção nas vias aéreas, o risco de 
aspiração aumenta; (5) diminuição 
da salivação; (6) diminuição dos 
reflexos autonômicos; (7) 
potencialização dos efeitos dos 
anestésicos; (8) coíbe o estágio 2 
da anestesia, sendo este o estágio 
de excitação pelo qual devemos 
passar de forma rápida e quase 
imperceptível; (9) supre/coíbe o 
vômito e a regurgitação; (10) 
promove indução e recuperação 
suaves da anestesia; (11) reduz o 
estresse e diminui efeitos 
potencialmente tóxicos dos 
anestésicos, visto que reduzem a 
dose necessária dos anestésicos 
gerais, melhoram a estabilidade 
hemodinâmica (muitos anestésicos 
gerais podem causar quedas na PA e 
na FC, a MPA estabiliza essas funções 
vitais antes da indução). 
 
❖ Classificação dos 
agentes utilizados 
em MPA 
 
• Tranquilizantes: 
fenotiazínicos (acepromazina, 
clorpromazina, levopromazina), 
butiferonas (azaperone e 
haloperidol); 
• Agonistas de receptores alfa-
2: xilazina, detomidina, 
dexmedetomidina; 
• Benzodiazepínicos: midazolam 
e diazepam; 
• Opioides: morfina, meperidina, 
butorfanol, tramadol, etc; 
• Anticolinérgicos: atropina, 
escopolamina, glicopirrulato. 
 
 
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❖ Tranquilizantes 
 
Os tranquilizantes diminuem a 
ansiedade sem promover estado de 
sedação. Dessa forma, torna-se 
importante diferenciar sedação de 
tranquilização: enquanto a sedação 
desliga o paciente do meio, a 
tranquilização apenas o tranquiliza, 
reduzindo a ansiedade, mas sem 
desliga-lo do meio. Assim sendo, os 
tranquilizantes obtêm tranquilização 
por ação principalmente subcortical 
(abaixo do córtex cerebral – tálamo, 
hipotálamo, sistema límbico e os 
núcleos de base, que estão envolvidos 
na regulação de emoções, memória, 
comportamento e funções automáticas 
do corpo). Dessa forma, eles diminuem 
a ansiedade sem causar perda ou 
redução da consciência. 
 
❖ Fenotiazínicos 
 
Os fenotiazínicos são tranquilizantes 
antipsicóticos ou neurolépticos. Ou 
seja, são antipsicóticos pois 
bloqueiam ou antagonizam certos 
receptores de neurotransmissores no 
cérebro, especialmente os receptores 
de dopamina (humor ou 
comportamento). Além disso, são 
neurolépticos pois possuem efeito 
tranquilizante e modulação da 
atividade neural. 
Ademais, vale ressaltar que os 
fenotiazínicos, ao contrário dos 
sedativos, não aumentam a 
tranquilização do animal com o 
aumento da dose. Dessa forma, 
quando se deseja maior 
tranquilização do paciente, ou 
sedação, os fenotiazínicos devem ser 
associados a opioides ou a 
cetamina. 
O principal medicamento desse grupo 
é a acepromazina, também sendo 
representando pela levopromazina 
e clorpromazina, além da 
prometazina. Em suínos, o 
azaperone e haloperidol são mais 
utilizados. 
O mecanismo de ação dos 
fenotiazínicos ocorre da seguinte 
forma: bloqueando 
neurotransmissores centrais 
(serotonina e dopamina), reduzindo a 
ansiedade, além de causar depressão 
no sistema reticular (rede complexa 
de neurônios no tronco encefálico que 
regula o estado de alerta, sono e 
vigília, além de influenciar a 
consciência e a atenção -> regulação 
do ciclo sono-vigília). 
Os efeitos dos fenotiazínicos são: 
promove ptose palpebral (queda), 
ligeira protusão da membrana 
nictitante (terceira pálpebra se 
projeta para além da borda de 
pálpebra normalmente visível), 
prolapso peniano (bloqueio da 
inervação adrenérgica do músculo 
retrator do pênis); e abaixamento 
da cabeça. Além disso, possuem 
ação antiemética e anti-histamínica 
(principalmente a prometazina). 
Possuem pouca ação no sistema 
respiratório, embora diminuam a 
 
 
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sensibilidade dos quimiorreceptores ao 
dióxido de carbono (quando os níveis 
de dióxido de carbono aumentam, 
esses receptores normalmente 
sinalizam ao corpo para aumentar a FR 
em vista de restaurar o equilíbrio ácido-
base, dessa forma esse 
reconhecimento é reduzido ao utilizar 
os fenotiazínicos), porém podempotencializar efeitos de outras 
drogas. Não possuem ação analgésica 
mas potencializam fármacos 
analgésicos. 
Possuem duração entre 4 e 8 horas. 
Latência entre 3 a 5 minutos IV, 
latência entre 5 a 10 minutos IM. 
Lembre-se que latência é o tempo 
entre a administração do medicamento 
e início de sua ação terapêutica, e 
duração é o tempo total de duração da 
ação terapêutica. 
Deve-se tomar cuidado com as doses 
excessivas, pois em dose alta os 
fenotiazínicos podem causar efeitos 
extrapiramidais no sistema 
musculoesquelético (bloqueio 
excessivo!). Além disso, a 
acepromazina pode gerar 
relaxamento peniano irreversível 
em equinos. 
No que diz respeito aos seus efeitos 
colaterais, os fenotiazínicos geram 
depressão do sistema 
cardiovascular, pois promove 
hipotensão arterial (bloqueio de 
receptores alfa-1-adrenérgico 
periférico), a dose clinicamente 
recomendada reduz a pressão de 15 a 
20 mmHg (milímetros de mercúrio), ou 
seja, não utilizar em animais 
hipotensos; taquicardia reflexa e 
aumento de catecolaminas 
circulantes e depressão 
miocárdica. Além disso, possui 
outros efeitos colaterais como: 
diminuição da temperatura corporal; 
aumento da perfusão cutânea e 
visceral, ação antiarrítmica induzidas 
por norepinefrina, diminuição da 
concentração da hemoglobina, 
vasodilatação esplênica, 
eventualmente: bradicardia, bloqueio 
atrioventricular, bloqueio sinoatrial. 
Cuidado em cães braquicefálicos, 
utilize doses mais baixas. 
Dessa maneira, as contraindicações 
da acepromazina são: não 
empregar em pacientes em choque, 
epilépticos não controlados, 
cardiopatas graves (hipotensos), 
evitar em animais anêmicos 
(acepromazina gera vasodilatação 
esplênica, anemia gera maior 
sequestro de hemácias pelo baço, 
portanto a acepromazina piora esse 
quadro anêmico); evitar em equinos 
(relaxamento peniano irreversível). 
 
 
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❖ Resumo de 
fenotiazínicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
❖ Para MPA: geralmente utiliza 
isolada ou em associação com 
opioides (ou cetamina) como 
medicação pré-anestésica. Por 
exemplo: cão não cardiopata, 
cirurgia de cálculos vesicais, não 
braquicefálico, exames pré-
anestésicos ótimos, sem relatos de 
vômitos -> pode-se fazer 
acepromazina + morfina. 
❖ É interessante sua associação 
com opioides, como a morfina, 
visto que os fenotiazínicos não 
possuem propriedades 
analgésicas, além de iniciar a 
sedação do paciente. 
❖ A acepromazina é muito boa em 
pacientes com alterações 
respiratórias, visto que não gera 
maiores complicações do quadro. 
Nesse caso, porém, ela deve ser 
associada a outro medicamento, 
como a cetamina, visto que a 
morfina gera alterações 
respiratórias consideráveis. Como 
a Cetamina não produz 
miorrelaxamento, indica-se utilizar 
Midazolam em conjunto. Portanto 
a MPA nesse caso poderia ser, a 
depender do protocolo desejado, 
da espécie e da situação clínica do 
animal: Acepromazina + 
Cetamina + Midazolam. 
❖ Não utilizar acepromazina em 
cardiopatas!! Não utilizar em 
animais com hipotensão!! 
Ajustar dose em braquicefálicos. 
Não fazer em equinos 
(relaxamento peniano 
irreversível!). Não fazer em 
animais em choque e epilépticos 
não controlados. Não fazer em 
animais anêmicos ou com 
esplenomegalia (acepromazina 
gera vasodilatação esplênica, 
piorando o quadro anêmico – 
sequestro de hemácias). Cuidado 
com animais hipotérmicos (gera 
queda da temp). 
 
 
 
 
 
 
 
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❖ Butirofenonas 
 
Tranquilizantes antipsicóticos. Isso 
significa que possuem como efeitos: 
alucinações e agressividade dose-
dependente; poucos efeitos 
cardiovasculares ou respiratórios, 
mas pode haver pequena hipotensão 
devido ao bloqueio alfa-adrenérgico. 
Além disso, são potentes 
antieméticos. 
As butirofenonas mais utilizadas são: 
azaperone (em suínos); droperidol 
(em cães e gatos). Elas são contra 
indicadas em equinos, pois 
promovem excitação nessa espécie. 
Além disso, altas doses de 
butirofenonas podem gerar 
tremores e hiperirritabilidade. 
Essa classe é menos utilizada na 
medicina veterinária. 
 
❖ Benzodiazepínicos 
 
Saindo da classe dos tranquilizantes, os 
benzodiazepínicos apresentam 
propriedades ansiolítica, 
miorrelaxante e 
anticonvulsionante. Como MPA, são 
sempre utilizados em associação a 
outros fármacos, visando 
potencialização mútua. Além disso, em 
pequenos animais possui considerável 
variação individual em resposta à 
sedação. São interessantes na MPA 
pois possuem mínimos efeitos nos 
sistemas cardiovascular e 
respiratório, praticamente não 
alterando os parâmetros fisiológicos. 
A desvantagem que eles podem 
apresentar é não promover 
tranquilização e nem analgesia, 
gerando, no máximo redução da 
ansiedade. Neonatos, geriátricos e 
debilitados são uma excessão: esses 
animais podem ser tranquilizados pela 
utilização de benzodiazepínicos. 
O mecanismo de ação dos 
benzodiazepínicos é: atuam nos 
receptores GABA, potencializando a 
ação do GABA (neurônios 
GABAérgicos). Com isso ocorre uma 
redução da atividade cerebral 
Esse grupo é representado 
principalmente por dois 
medicamentos: midazolam e 
Diazepam. 
O Diazepam (PA 0,22 a 0,44 mg/kg; 
GA 0,022 a 0,088 mg/kg) é o mais 
utilizado, não sendo solúvel em água 
(tem como meio propilenoglicol, um 
óleo, portanto quando administrado 
por via intramuscular promove 
considerável dor) e tendo seu 
efeito máximo em 3 a 5 minutos e 
duração de 1 a 4 horas. Possui 
metabólitos ativos e se acumula nas 
gorduras, por isso, doses múltiplas 
exercem efeito cumulativo. 
O Midazolam (PA 0,22-0,44mg/kg; 
EQ 0,022-0,044 mg/kg) tem início 
de ação mais rápido e duração 
mais curta. É hidrossolúvel, 
exercendo ação hipnótica no homem. 
Em equinos apresenta bons 
resultados em associação a 
fenotiazinas e cetamina 
(procedimentos de emergência). 
Além disso, é um ótimo sedativo para 
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mais curta. É hidrossolúvel, exercendo 
ação hipnótica no homem. Em equinos 
apresenta bons resultados em 
associação a fenotiazinas e cetamina 
(procedimentos de emergência). Além 
disso, é um ótimo sedativo para 
pássaros e lagartos. Pode ser 
administrado por via intravenosa ou 
intramuscular. Por não promover 
muita dor em administração 
intramuscular, o midazolam costuma 
ser muito utilizado, lembre-se que na 
MPA em animais de pequeno porte 
deve-se sempre preferir a 
administração intramuscular para 
diminuir o impacto da medicação na 
fisiologia do paciente. Em grandes 
animais esse impacto não é tão 
evidente. 
Vale ressaltar que os benzodiazepínicos 
possuem um antagonista 
competitivo, o Flumazenil (0,2 
mg/kg). Pode ser administrado por via 
intramuscular ou intravenosa, mas 
costuma-se utilizar esses 
medicamentos em emergências, 
overdoses, etc: portanto acaba sendo 
feito por via intravenosa. Apresenta 
meia-vida de eliminação mais curta, 
sendo desprovido de efeitos 
cardiorrespiratórios. Não apresenta 
atividade anticonvulsionante. 
Há, também, o Zolazepam, sendo 
utilizado em associação à tiletamina 
(anestésico análogo da cetamina). 
 
 
Como produz miorrelaxamento, 
pode ser utilizado em conjunto à 
Cetamina (que não possui essa 
função). Assim sendo, o Midazolam 
acaba sendo utilizado mais como 
indutor anestésico (em conjunto 
comcetamina em dose analgésica e 
propofol) do que em MPA. A MPA para 
esse protocolo poderia ser, por 
exemplo, acepromazina com morfina. 
❖ Alfa-2 agonistas 
Ao contrário dos fenotiazínicos, são 
agentes sedativos clássicos, pois 
promovem sedação dose-
dependente. Possuem propriedades 
hipnóticas, miorrelaxantes e 
analgésicas. Dessa maneira, 
produzem sedação e relaxamento 
mais pronunciados que outros 
agentes. 
 
 
 
 
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Na fenda pré-sináptica, temos 
receptores pré-sinápticos, sendo eles 
os receptores alfa-2, e temos os 
receptores pós-sinápticos, sendo eles 
os receptores alfa-1. Tanto a 
norepinefrina quanto os agonistas 
alfa-2 vão atuar no receptor alfa-2 
pré-sináptico. Quando esse receptor é 
estimulado, ele desencadeia um 
feedback negativo fazendo com que 
haja menor liberação de norepinefrina 
na fenda. 
Esse mecanismo desencadeia uma 
série de efeitos diversos de acordo com 
o local de ação. Assim sendo, a ativação 
dos alfa-2 no cérebro, mais 
precisamente no locus coeruleus (LC), 
promove sedação intensa. Já a 
analgesia é obtida pela ativação dos 
alfa-2 na medula espinhal, assim como 
o intenso miorrelaxamento. 
Porém, os agonistas alfa-2 possuem 
alguns efeitos adversos, visto que se 
diferenciam entre eles basicamente 
pela seletividade ao receptor alfa-2. 
Dessa maneira, os receptores alfa-1 
são os responsáveis pelos efeitos 
adversos. 
 
A ativação do receptor alfa-1 vai 
desencadear hipertensão, havendo 
aumento de resistência vascular 
periférica, que, quando aumentada, 
vai estimular o nervo vago, 
diminuindo a frequência cardíaca 
(bradicardia) na tentativa de 
compensar a fisiologia cardiovascular. 
A hipertensão é inicial e vai 
diminuindo, porém a frequência 
cardíaca não aumenta tentando 
compensar esse efeito. Assim sendo, 
dependendo do medicamento em 
algum momento vamos ter 
bradicardia e hipotensão. 
Esses efeitos adversos são mais 
intensos com medicamentos menos 
seletivos, como a xilazina. 
Não se deve fazer anticolinérgicos 
antes dos agonistas alfa-2, pois 
teoricamente anulam a redução da 
FC, porém estudos revelam que é pior 
fazer o uso de anticolinérgicos antes, 
pois a resistência vascular periférica 
aumenta mais ainda, tendo animal 
com hipertensão elevada e 
taquicardia, visto que o coração se 
nutre de sangue na diástole, ou seja, 
quando mais rapidamente bate (não 
descansa), menor a oxigenação do 
miocárdio. Portanto, ao fazer 
anticolinérgico previamente ao 
agonista alfa-2, estamos promovendo 
ainda maior alteração no sistema 
cardiovascular. 
Os agonistas alfa-2 não devem ser 
utilizados para aumentar a PA 
(em pacientes hipotensos), visto 
 
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que aumentam a pressão arterial de 
forma “falsa”, não nutrindo os vasos 
sanguíneos periféricos. Essa 
hipertensão ocorre, pois a 
vasoconstrição do vaso aumenta a 
pressão com que o sangue passa por 
ele. Portanto, essa classe 
medicamentosa não deve ser a 
primeira opção de medicamento 
para aumentar a PA. 
Além desses efeitos, temos mais alguns 
interessantes: inibição da formação 
do hormônio antidiurético (ADH), 
com isso o animal urina em maior 
quantidade. Há também o efeito 
hiperglicemiante, pois há receptores 
alfa-2 nas células beta do pâncreas; 
com isso, há inibição da liberação de 
insulina. Além disso, os agonistas alfa-
2 promovem redução da frequência 
respiratória e da Pa02 (pressão 
parcial de oxigênio arterial). A 
termorregulação é alterada. 
❖ Alfa-2 agonistas – 
Xilazina 
É a mais utilizada, promove boa 
sedação, analgesia e 
miorrelaxamento. Bovinos são mais 
sensíveis. 
A respeito de seus efeitos, observa-se: 
relaxamento dos lábios, ptose 
palpebral, protrusão de língua, 
salivação abundante, mugidos, 
movimentação de orelha e cauda, 
acomodação em decúbito esternal e 
lateral. Além disso, em cães e gatos é 
comum a ocorrência de vômito. 
Pode ser administrada por via 
epidural. 
 
Não se deve utilizar a xilazina em 
conjunto à acepromazina, pois 
haverá potencialização da 
hipotensão. 
 
 
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❖ Alfa 2-agonistas -
Detomidina e 
Romifidina 
São utilizadas principalmente em 
equinos, observa-se abaixamento da 
cabeça, com perda da postura ativa, 
sem entrar em prostração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
❖ Alfa 2-agonistas - 
Dexmedetomidina 
 
Possui menos efeitos cardiovasculares 
(possui maior seletividade ao 
receptor); muito utilizada por seu 
efeito analgésico em infusão 
contínua. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
❖ Alfa 2-agonistas – 
Atipamezole e 
loimbina 
São antagonistas competitivos 
dos outros alfa-2 agonistas, 
revertendo seus efeitos adversos. 
 
 
 
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❖ Opioides 
O emprego desse grupo de drogas 
como MPA contribui para a 
analgesia pré, trans e pós-
operatória. 
Eles promovem analgesia pelo 
seguinte mecanismo de ação: atuam 
na maioria das células nervosas 
levando a hiperpolarização de 
nociceptores, inibição da 
deflagração do potencial de ação e 
inibição pré-sináptica da liberação 
de neurotransmissores excitatórios 
(serotonina, norepinefrina). Assim 
sendo, diminuem a atividade do 
SNC, deprimem os centros da 
dor, tosse e vigília e deprimem 
outras regiões do cérebro: 
controle da respiração, 
frequência cardíaca e a pressão 
sanguínea. 
Os nociceptores geralmente 
estão nas fibras “c”, que são as 
fibras tardias da dor. Por isso os 
opioides não conseguem abolir 
toda a dor frente a uma 
“pontada” ou a um corte, por 
exemplo, visto que quem atua 
nisso são as fibras A-δ (a-delta). 
 
Alguns opioides irão gerar euforia 
ao invés da sedação desejada, 
como será abordado mais a frente. 
Possuem alterações 
cardiovasculares bem modestas, 
como bradicardia. 
 
 
 
 
 
 
Os opioides atuam em seus 
receptores, demonstrados na 
tabela acima. A maioria desses 
receptores estão dispostos no 
cérebro e na medula espinhal, mas 
também podem ser encontrados 
em diversos órgãos do corpo. 
Dessa maneira, cada receptor vai 
produzir efeitos diferentes, como é 
demonstrado na tabela. 
A afinidade e atividade intrínseca 
desses medicamentos nos 
receptores opioides vão subdividi-
los em 4 categorias: 
• Opioides agonistas puros ou 
totais (morfina, meperidina, 
fentanil, metadona): 
possuem afinidade a todos os 
receptores e atividade 
intrínseca relativa. 
• Opioides agonistas parciais 
(tramadol): afinidade a um 
tipo de receptor. Efeito “reto” 
(não dependente de dose). 
• Opioides agonista-
antagonistas (nalorfina, 
butorfanol): afinidade aos 
 
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 receptores, mas efeito contrário a 
 depender do receptor. 
• Opioides antagonistas 
(naloxona): afinidade a todos 
os receptores, mas não têm 
atividade intrínseca (não ativa os 
receptores). 
 
❖ Opioides – Morfina 
A morfina produz acentuada 
analgesia, sonolência e euforia. 
Assim como a meperidina,promove a 
liberação de histamina, principalmente 
quando administrada por via IV 
(intravenosa), podendo haver 
hipotensão. Portanto, recomenda-se 
sua utilização por via IM 
(intramuscular), principalmente em 
pequenos animais. Segundo algumas 
literaturas, pode gerar 
imunossupressão, mas esse efeito deve 
ser melhor investigado. 
Além disso, gera acentuada 
depressão respiratória e inibe a 
motilidade intestinal 
(constipação). Gera náusea (pode 
haver vômito). 
A morfina é um opioide puro ou total, 
ou seja, possui afinidade a todos os 
receptores e atividade intrínseca 
relativa. Efeito dose-dependente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
❖ Opioides – 
Meperidina 
 
Analgesia menos potente, promove 
ação hipnótica discreta, queda da 
pressão arterial e venosa, causa 
depressão respiratória de pouca 
intensidade. Pode provocar 
excitação. 
 
❖ Opioides – Fentanil 
É um opioide sintético cerca de 100 
vezes mais potente que a morfina. 
Possui período de ação mais curto, 
não causa vômito, produz discreta 
depressão respiratoria e bradicardia 
pelo estímulo vagal. Geralmente é 
feito em infusão continua. 
 
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❖ Opioides – Tramadol 
Apresenta uso mais recente. Possui 
pouca depressão respiratória, e 
ação analgésica de pelo menos 6 horas. 
 
❖ Opioides – 
Butorfanol 
7 vezes mais potente que a 
morfina. Não induz depressão 
respiratória significativa; Tem sido 
utilizado em cães, gatos e equinos. 
 
❖ Opioides – Naloxona 
Antagonista puro; utilizado para 
reverter os efeitos indesejáveis dos 
opioides. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila feita com carinho por: Lara Nunes 
 
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