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1 “O uso apropriado da anestesia, sedativos e analgésicos pode aliviar a dor, causar amnesia e proporcionar o relaxamento muscular essencial para a segurança humana e dos pacientes. Os usos importantes incluem facilitar a imobilização necessária para vários procedimentos diagnósticos, cirúrgicos e terapêuticos em animais silvestres e exóticos, bem como a eutanásia e o abate humanitário dos animais destinados à alimentação humana. A administração de anestesia, sedação e analgésicos não implica ausência de risco para os pacientes e não é recomendada para procedimentos triviais. O desenvolvimento contínuo de técnicas e fármacos melhores, associado ao esforço conjunto e constante no ensino profissionalizante dos veterinários, minimizou o risco global da anestesia e do alívio da dor em um contexto cada vez mais amplo e sofisticado da assistência aos pacientes.” (Lumb & Jones, 2017). Lumb & Jones | Anestesiologia e analgesia em veterinária / Kurt A. Grimm... [et al.]; Revisão técnica Flavio Massone; Tradução Idilia Vanzellotti, Patricia Lydie Voeux, Roberto Thiesen. – 5.ed. – Rio de Janeiro:Editora Roca, 2017. Apostila de Anestesiologia Veterinária – Material de Monitoria Apostila feita com carinho por: Lara Nunes . 2 1 Exames pré- anestésicos A avaliação pré-operatória do estado de saúde do animal é valiosa para identificar os riscos anestésicos, as prioridades no manejo e alertar apropriadamente os clientes antes da anestesia e da cirurgia. Os agentes anestésicos causam depressão cardiopulmonar, e é provável que a presença de uma patologia preexistente predisponha a um distúrbio fisiológico maior induzido pela anestesia. Os distúrbios dos principais sistemas do corpo tornam o paciente menos tolerante à depressão fisiológica induzida pela anestesia. Assim sendo, os exames pré- operatórios são de extrema importância para avaliar o risco cirúrgico, juntamente a um exame físico criterioso do animal. ❖ Exames hematológicos No hemograma podemos observar alterações sanguíneas que indicam alterações como anemia, inflamação e infecção. Dessa forma, para a anestesia é importante observar se o animal está anêmico, visto que a anemia reduz a capacidade de oxigenação e predispõe à hipóxia (perda de hemoglobina, carreadora de 02). O animal anêmico possui hipotensão e maior sequestro de hemácias, visto que a anemia crônica pode desencadear adaptações no sistema cardiovascular como redução do volume sanguíneo, diminuição do transporte de oxigênio para os tecidos, dentre outras adaptações. Assim sendo, em animais anêmicos não se deve utilizar acepromazina, pois causa vasodilatação esplênica (animal anêmico já está com sequestro de hemácias, portanto a acepromazina piora esse quadro). Além do hemograma, é de intensa relevância avaliar a função renal do animal. A doença renal, medida por taxa de filtração glomerular, ureia, creatinina (mais específica que a ureia), SDMA, urinálise e eletrólitos; também é importante, em particular se houver desidratação e uremia, pois em tais condições o sistema renal terá menor tolerância à anestesia e o paciente pode ser mais sensível a alguns anestésicos e fármacos pré- operatórios, como AINES. Lembre- se: o rim vai excretar a maior parte dos eletrólitos provenientes dos anestésicos, exceto em anestesia inalatória, portanto precisa estar em pleno funcionamento. Apostila feita com carinho por: Lara Nunes 3 A função hepática também deve ser avaliada, visto que as doenças hepáticas podem influenciar a resposta à anestesia. O fígado é responsável pela metabolização dos medicamentos, e também participa da coagulação sanguínea. A função hepática é medida por: ALT, AST, FA (fosfatase alcalina), GGT, albumina e globulina, bilirrubina. Sabe-se que o aumento de FA é mais indicativo de lesão hepática no cão, e o aumento de GGT é mais sensível para o gato. Lembre-se: filhotes possuem FA aumentada pela formação óssea. A mensuração de proteínas totais e frações também deve ser realizada, visto que a hipoproteinemia aumenta a resposta do paciente aos fármacos que se ligam com maior afinidade à proteína, o que resulta em sobredose relativa caso a dose não seja ajustada, podendo gerar uma overdose. Essa overdose pode ocorrer pois, como o fármaco se liga de forma reduzida, a maior parte dele vai ficar livre no organismo, também havendo menor ação do mesmo (se ele não se liga às proteínas, fica “solto” no organismo). A glicemia deve ser mensurada pois os medicamentos agonistas alfa 2 bloqueiam a insulina, gerando pico hiperglicêmico. Dessa maneira, essa classe medicamentosa deve ser evitada em pacientes diabéticos. Outras mensurações como hemogasometria (avalia equilíbrio ácido-base e oxigenação), eletrólitos (sódio, potássio...), biomarcadores (função orgânica) e sorologia (doenças) também podem ser realizadas como auxílio anestésico. ❖ Exames de imagem ou complementares O exame complementar que deve ser utilizado antes de todo procedimento anestésico é o eletrocardiograma (ECG). Essa importância se deve ao fato de que a maioria dos anestésicos geram alterações cardíacas, portanto devemos avaliar o funcionamento elétrico e ritmo do coração. Outros exames podem ser utilizado, como por exemplos os exames de imagem, como raio-x (doenças pulmonares, cardiomegalia...) e ecocardiograma (avalia função cardíaca, estrutura, fluxo sanguíneo – visualiza o coração e suas estruturas em tempo real). Tomografia (órgãos internos, fraturas – tecido ósseo), ressonância (cérebro, medula espinhal... – tecidos moles), etc... Apostila feita com carinho por: Lara Nunes 4 ❖ Conduta pré- anestésica imediata Antes de submeter o animal a um procedimento anestésico, o anestesiologista responsável deverá conversar com o proprietário. Isso significa que o profissional fará uma segunda anamnese, relacionada à anestesiologia. O animal já passou por anestesias anteriores? Houve presença de síncope ou convulsão? Explicar sobre o jejum solicitado. Perguntar se o animal faz uso de medicações de uso contínuo, e se teve presença de sinais clínicos nas últimas 36 horas. A seguir, realizar o exame físico do animal, apresentar o termo anestésico e esclarecer as dúvidas que o proprietário possa ter. Lembre-se: o termo anestésico é importante pois informa os possíveis riscos relacionados ao procedimento, portanto é de extrema relevância que o proprietário leia o documento e assine no final. ❖ ASA – Sociedade Americana de Anestesiologistas Fundada em 1905, a ASA estabelece diretrizes e padrões para a prática anestésica, oferece recursos educacionais e apoio para profissionais da área, e promove a pesquisa e a melhoria contínua na anestesiologia. Dessa forma, foi estabelecido que os pacientes submetidos à anestesia podem atuar em diferentes graus de risco, padronizando da seguinte forma: ASA I – paciente aparentemente hígido. Exemplos: OSH eletiva, orquiectomia eletiva. ASA II – paciente com doença sistêmica leve. Exemplos: neonatos e geriátricos (ou >10 anos); gestante; obesos; infecções localizadas; tumor de pele. ASA III – paciente com doença sistêmica moderada. Exemplos: desidratação moderada, anorexia, caquexia, anemia, fraturas complicadas, hérnia diafragmática, pneumotórax, cardiopata compensado. ASA IV – paciente com doença sistêmica grave de constante ameaça a vida. Exemplos: uremia, desidratação grave, hipovolemia, cardiopata descompensado, choque, síndrome vólvulo-gástrico, renais descompensados. ASA V – moribundos sem expectativa de vida nas próximas 24h com ou sem cirurgia. Exemplos: choque avançado, falência de múltiplos órgão, traumas cranianos (TCE – traumatismo cranioencefálico grave), sepse grave, doença terminal, ASA E – adição do “E” denota cirurgia de emergência (ASA II-E), ou seja, o atraso no tratamento levaria ao aumento significativo na ameaça a vida/ parte do corpo. Apostila feita com carinho por: Lara Nunes 5 ❖ ASA – EXEMPLOS 1) Uma gata, de 2 anos, com exames hematológicos sem alteração, apresentando distocia obstrutiva. Em qual ASA ela se encaixaria e por quê? Resposta: ASA II E, visto que a distocia obstrutiva (obstrução no canal de parto) trata-se de uma emergência. ASA II pois é gestante. 2) Uma cadela, 3 anos, exames hematológicos sem alteração, neoplasia mamária. Em qual ASA ela se encaixa e por quê? Resposta: ASA III, visto que o tumor de mama sangra muito durante a cirurgia. 3) Equino, cólica obstrutiva com perfuração intestinal e peritonite grave, uremia, desidratação de 10%, leucocitose e desvio à esquerda com sinais de choque. Resposta: ASA V-E. Moribundo sem expectativa de vida nas próximas 24h, com ou sem cirurgia. 4) Um equino que será submetido a orquiectomia, pois o mesmo apresenta tumor em testículo esquerdo. Resposta: ASA II, doença sistêmica leve. 2 Cálculos para anestesia Essa é especialmente para quem entrou na faculdade de medicina veterinária achando que ia fugir das contas 😊. Para a anestesia, fazemos os seguintes cálculos: cálculo de dose; fluidoterapia transoperatória; diluição de medicamento; taxa de infusão contínua. ❖ Cálculo de dose Para calcular a dose de um medicamento, devemos, primeiramente, nos atentar à dosagem ou dose do medicamento, visto que cada fármaco tem a sua dose. Onde podemos encontrá-la? No Bretas ou, ainda, no VetSmart. Nunca na bula! Muitas vezes estão desatualizadas. A dose de um medicamento pode vir em: mg/kg ou mcg/kg. Exemplo: a dose do dipirona é 25 mg/kg. Já a concentração de um medicamento diz respeito à forma farmacêutica como esse fármaco é comercializado. Um mesmo medicamento pode ser vendido com Apostila feita com carinho por: Lara Nunes 6 diferentes concentrações, como por exemplo a xilazina (2% e 10%). A concentração de um medicamento pode estar em: mg ou mg/ml ou mcg/ml, ou %. 1 mcg = 0,001 mg (divide por 1000) 1% = 10 mg/ml (multiplica por 10) 1g = 1000 mg (multiplica por 1000) 10mg/5ml = 2mg/ml (divide 10 por 5). Fórmula do cálculo de dose: Do x P Conc. ❖ Exemplos de cálculo de dose 1) Enrofloxacina para um cão de 20 kg. Dosagem: 10mg/kg/SID. Concentração: frasco 10ml a 10%. Resposta: Sempre transformar a concentração primeiro, se necessário. Portanto: 10x10 = 100 mg/ml Apostila feita com carinho por: Lara Nunes Do x p / Conc. 10 x 20 / 100 = 2 ml. Por que “mL”? Lembre-se: “mL” refere-se a medicamentos líquidos, enquanto que “mg” refere-se a medicamentos sólidos. 2) Sulfato de morfina, cão de 8 kg. Dosagem: 0,5 – 1 mg/kg. Concentração: 10 mg/ml. Resposta: Do x p / Conc. 0,5 x 8 / 10 0,4 ml 3) Detomidina, equino pesando 400 kg. Dosagem:0,02 – 0,04 mg/kg. Concentração: 1%. Resposta: Concentração = 1x10 = 10 Do x p / Conc. 0,02 x 400 / 10 0,8 ml ❖ Fluidoterapia transoperatória Para a fluidoterapia em anestesiologia, utiliza-se a taxa de 5 a 20 ml/kg/hora. Por esse motivo, vamos preconizar a utilização de uma média entre esses valores, que será a taxa de 10 ml/kg/h. Além disso, outros valores relevantes são: Equipo Microgotas (utilizado em animais de até 5 kg), possui 60 gotas a cada 1ml. Já o Equipo Macrogotas (animais acima de 5 kg) 7 possui 20 gotas a cada 1ml. Portanto: Taxa = 10 ml/kg/h Equipo Micro (até 5 kg) -> 1 ml = 60 gotas Equipo Macro (acima de 5 kg) -> 1 ml = 20 gotas. Agora que já esclarecemos esses valores, temos a fórmula de fluidoterapia: TAXA = fluido x peso/ 60 x gotas do equipo. Vamos fazer o exemplo a seguir: 1) Calcule a taxa de fluidoterapia transoperatória para um cão de 12 kg. Equipo macrogotas (acima de 5kg) – 20 gotas Taxa = fluido x peso/ 60 x gotas do equipo Taxa = 10 ml/kg/h x 12/ 60 x 20 Taxa = 40 gotas/min Caso você queira conferir se sua conta deu certo, utilize as seguintes fórmulas: Equipo Macrogotas = Taxa x Peso/ 3 Equipo Microgotas = Taxa x Peso x 3/3 No nosso exemplo: Equipo macrogotas Taxa x Peso/3 10 x 12/3 40 gotas/min 2) Calcule a taxa de fluidoterapia transoperatória para um equino de 500 kg. Equipo Macro (+ de 5 kg) = 20 gotas Taxa = fluido x peso/ 60 x gotas do equipo Taxa = 10 x 500/ 60 x 20 Taxa = 1666,6 Taxa = 1666 gotas/min (Equipo macro – Tx x pe/3 = 1666 gotas/min) ❖ Diluição de fármacos em pó liofilizado Alguns medicamentos vêm em formato de pó liofilizado. Dessa forma, devemos calcular a quantidade que iremos diluir da seguinte forma: 1) Vou anestesiar um equino com anestésico EGG, que vem em um frasco com 50g do medicamento em pó liofilizado. Desejo que fique na concentração de 10%, quantos “ml” de água para injeção vou diluir? Apostila feita com carinho por: Lara Nunes 8 Resposta: Frasco de 50g = 50.000 mg (multiplica por 1000); Quero 10% = 100 mg/ml (multiplica por 10). 100 mg 1 ml 50.000 mg x 100x = 50.000 x = 500 ml (Se em um “ml” eu tenho 100 mg, quantos “ml” tenho em 50.000 mg?) Vou precisar diluir 500 ml de água de injeção para ter a concentração de 10%. ❖ Infusão contínua de fármaco puro Essa técnica anestésica refere-se à administração do medicamento em sua forma concentrada, sem ser diluído em um solvente como soro. Isso permite uma administração precisa de pequenas quantidades do fármaco, porém essa técnica geralmente necessita de bomba de seringa, visto que fazê-la sem esse equipamento, dependendo do medicamento, é muito arriscado. Nesse caso, é só calcular a dose do medicamento, como no exemplo a seguir: 1) Propofol para um cão de 5 kg. Dosagem: 0,2 mg/kg/min. Concentração: 10 mg/ml. Do x Pe/ Conc. 0,2 x 5 / 10 0,1 ml/min de propofol Caso não tenha a bomba, tem que calcular em gotas e contar (arriscado!): Equipo micro 1 ml – 60 gotas 0,1 ml – x X = 6 gotas/min (Se em um ml eu tenho 60 gotas no equipo micro, quantas gotas vou ter em 0,1 ml?) ❖ Infusão contínua de fármaco diluídoem soro O medicamento é misturado com um solvente, como solução salina, para reduzir sua concentração antes da administração. Isso facilita o ajuste da taxa de infusão, permitindo uma administração mais gradual e controlada. Reduz-se o risco de efeitos adversos, principalmente eu procedimentos longos e quando não se tem a bomba de seringa. Apostila feita com carinho por: Lara Nunes 9 Assim sendo, para a realização dos cálculos, seguimos 4 passos: 1) Quantos “ml” tiro da ampola e coloco no frasco de soro? Obs: lembrar de retirar a mesma quantidade em “ml” de soro para ter exatos 500 ml no frasco. 2) Qual concentração a solução ficou? 3) Qual volume em “ml” será infundido no paciente? Obs: saber o peso do paciente e a dosagem do fármaco. 4) Se você é rico e tem bomba, não precisa deste passo! Se é pobre como eu, bora calcular gotas? Obs: saber qual equipo você vai usar. Vamos colocar em prática, então? • Você necessita infundir 10 mcg/kg/min de Dobutamina em um cão de 13 kg. Para realizar a solução dilua 125 mg de Dobutamina 250 mg/20ml em 500 ml de solução glicosada 5%. Primeiro, vamos transformar os valores da questão: 10 mcg/kg/min = 0,01 mg/kg/min (divide por 1000) 250 mg/20ml = 12,5 mg/ml (concentração) 1) Quantos “ml” tiro da ampola e coloco no frasco? 12,5 mg – 1 ml 12,5x = 125 125 mg – x x = 10 ml Explicação: se eu tenho 12,5 mg a cada 1 ml, quantos “ml” vou ter em 125 mg (que é o tanto que eu vou diluir)? 2) Qual concentração a solução ficou? Explicação: Se vou colocar 125 mg de solução em 500 ml de soro, é como se fosse 125mg/500ml. Ou seja: é só dividir 125 por 500. 125 : 500 = 0,25 mg/ml. 3) Qual volume em “ml” será infundido? Explicação: Aqui, é só realizar o cálculo de dose. O macete é utilizar a concentração que a solução ficou. Do x Pe / Conc. 0,01 x 13 / 0,25 0,52 ml/min 4) Quantas gotas? Explicação: Como o animal pesa mais de 5 kg, devemos utilizar o equipo macrogotas. Se em um ml temos 20 gotas com esse equipo (com o micro seria 60), quantas gotas teremos em 0,52 ml? 1 ml – 20 gotas 0,52 ml – x X = 10,4 Resposta final: A taxa de infusão seria de 10 gotas/min. Apostila feita com carinho por: Lara Nunes 10 Apostila feita com carinho por: Lara Nunes 3 Medicação pré-anestésica (MPA) O protocolo anestésico é dividido em: (1) medicação pré-anestésica; (2) indução anestésica; (3) manutenção; (4) parada de fornecimento do anestésico; (5) recuperação. Neste capítulo iremos abordar o ponto inicial do protocolo anestésico. A medicação pré-anestésica possui como objetivos: (1) gerar a sedação do paciente, ou seja, desliga-lo do meio; (2) analgesia do paciente, garantindo conforto e minimizando a dor durante todo o procedimento cirúrgico; (3) relaxamento muscular do paciente, reduzindo espasmos corporais indesejados e até mesmo facilitando a intubação, que deve ser realizada após indução anestésica; (4) diminuição da secreção das vias aéreas do paciente, visto que durante a anestesia geral reflexos protetores da garganta, como a tosse, são suprimidos, e se houver excesso de secreção nas vias aéreas, o risco de aspiração aumenta; (5) diminuição da salivação; (6) diminuição dos reflexos autonômicos; (7) potencialização dos efeitos dos anestésicos; (8) coíbe o estágio 2 da anestesia, sendo este o estágio de excitação pelo qual devemos passar de forma rápida e quase imperceptível; (9) supre/coíbe o vômito e a regurgitação; (10) promove indução e recuperação suaves da anestesia; (11) reduz o estresse e diminui efeitos potencialmente tóxicos dos anestésicos, visto que reduzem a dose necessária dos anestésicos gerais, melhoram a estabilidade hemodinâmica (muitos anestésicos gerais podem causar quedas na PA e na FC, a MPA estabiliza essas funções vitais antes da indução). ❖ Classificação dos agentes utilizados em MPA • Tranquilizantes: fenotiazínicos (acepromazina, clorpromazina, levopromazina), butiferonas (azaperone e haloperidol); • Agonistas de receptores alfa- 2: xilazina, detomidina, dexmedetomidina; • Benzodiazepínicos: midazolam e diazepam; • Opioides: morfina, meperidina, butorfanol, tramadol, etc; • Anticolinérgicos: atropina, escopolamina, glicopirrulato. 11 ❖ Tranquilizantes Os tranquilizantes diminuem a ansiedade sem promover estado de sedação. Dessa forma, torna-se importante diferenciar sedação de tranquilização: enquanto a sedação desliga o paciente do meio, a tranquilização apenas o tranquiliza, reduzindo a ansiedade, mas sem desliga-lo do meio. Assim sendo, os tranquilizantes obtêm tranquilização por ação principalmente subcortical (abaixo do córtex cerebral – tálamo, hipotálamo, sistema límbico e os núcleos de base, que estão envolvidos na regulação de emoções, memória, comportamento e funções automáticas do corpo). Dessa forma, eles diminuem a ansiedade sem causar perda ou redução da consciência. ❖ Fenotiazínicos Os fenotiazínicos são tranquilizantes antipsicóticos ou neurolépticos. Ou seja, são antipsicóticos pois bloqueiam ou antagonizam certos receptores de neurotransmissores no cérebro, especialmente os receptores de dopamina (humor ou comportamento). Além disso, são neurolépticos pois possuem efeito tranquilizante e modulação da atividade neural. Ademais, vale ressaltar que os fenotiazínicos, ao contrário dos sedativos, não aumentam a tranquilização do animal com o aumento da dose. Dessa forma, quando se deseja maior tranquilização do paciente, ou sedação, os fenotiazínicos devem ser associados a opioides ou a cetamina. O principal medicamento desse grupo é a acepromazina, também sendo representando pela levopromazina e clorpromazina, além da prometazina. Em suínos, o azaperone e haloperidol são mais utilizados. O mecanismo de ação dos fenotiazínicos ocorre da seguinte forma: bloqueando neurotransmissores centrais (serotonina e dopamina), reduzindo a ansiedade, além de causar depressão no sistema reticular (rede complexa de neurônios no tronco encefálico que regula o estado de alerta, sono e vigília, além de influenciar a consciência e a atenção -> regulação do ciclo sono-vigília). Os efeitos dos fenotiazínicos são: promove ptose palpebral (queda), ligeira protusão da membrana nictitante (terceira pálpebra se projeta para além da borda de pálpebra normalmente visível), prolapso peniano (bloqueio da inervação adrenérgica do músculo retrator do pênis); e abaixamento da cabeça. Além disso, possuem ação antiemética e anti-histamínica (principalmente a prometazina). Possuem pouca ação no sistema respiratório, embora diminuam a Apostila feita com carinho por: Lara Nunes 12 sensibilidade dos quimiorreceptores ao dióxido de carbono (quando os níveis de dióxido de carbono aumentam, esses receptores normalmente sinalizam ao corpo para aumentar a FR em vista de restaurar o equilíbrio ácido- base, dessa forma esse reconhecimento é reduzido ao utilizar os fenotiazínicos), porém podempotencializar efeitos de outras drogas. Não possuem ação analgésica mas potencializam fármacos analgésicos. Possuem duração entre 4 e 8 horas. Latência entre 3 a 5 minutos IV, latência entre 5 a 10 minutos IM. Lembre-se que latência é o tempo entre a administração do medicamento e início de sua ação terapêutica, e duração é o tempo total de duração da ação terapêutica. Deve-se tomar cuidado com as doses excessivas, pois em dose alta os fenotiazínicos podem causar efeitos extrapiramidais no sistema musculoesquelético (bloqueio excessivo!). Além disso, a acepromazina pode gerar relaxamento peniano irreversível em equinos. No que diz respeito aos seus efeitos colaterais, os fenotiazínicos geram depressão do sistema cardiovascular, pois promove hipotensão arterial (bloqueio de receptores alfa-1-adrenérgico periférico), a dose clinicamente recomendada reduz a pressão de 15 a 20 mmHg (milímetros de mercúrio), ou seja, não utilizar em animais hipotensos; taquicardia reflexa e aumento de catecolaminas circulantes e depressão miocárdica. Além disso, possui outros efeitos colaterais como: diminuição da temperatura corporal; aumento da perfusão cutânea e visceral, ação antiarrítmica induzidas por norepinefrina, diminuição da concentração da hemoglobina, vasodilatação esplênica, eventualmente: bradicardia, bloqueio atrioventricular, bloqueio sinoatrial. Cuidado em cães braquicefálicos, utilize doses mais baixas. Dessa maneira, as contraindicações da acepromazina são: não empregar em pacientes em choque, epilépticos não controlados, cardiopatas graves (hipotensos), evitar em animais anêmicos (acepromazina gera vasodilatação esplênica, anemia gera maior sequestro de hemácias pelo baço, portanto a acepromazina piora esse quadro anêmico); evitar em equinos (relaxamento peniano irreversível). Apostila feita com carinho por: Lara Nunes 13 ❖ Resumo de fenotiazínicos ❖ Para MPA: geralmente utiliza isolada ou em associação com opioides (ou cetamina) como medicação pré-anestésica. Por exemplo: cão não cardiopata, cirurgia de cálculos vesicais, não braquicefálico, exames pré- anestésicos ótimos, sem relatos de vômitos -> pode-se fazer acepromazina + morfina. ❖ É interessante sua associação com opioides, como a morfina, visto que os fenotiazínicos não possuem propriedades analgésicas, além de iniciar a sedação do paciente. ❖ A acepromazina é muito boa em pacientes com alterações respiratórias, visto que não gera maiores complicações do quadro. Nesse caso, porém, ela deve ser associada a outro medicamento, como a cetamina, visto que a morfina gera alterações respiratórias consideráveis. Como a Cetamina não produz miorrelaxamento, indica-se utilizar Midazolam em conjunto. Portanto a MPA nesse caso poderia ser, a depender do protocolo desejado, da espécie e da situação clínica do animal: Acepromazina + Cetamina + Midazolam. ❖ Não utilizar acepromazina em cardiopatas!! Não utilizar em animais com hipotensão!! Ajustar dose em braquicefálicos. Não fazer em equinos (relaxamento peniano irreversível!). Não fazer em animais em choque e epilépticos não controlados. Não fazer em animais anêmicos ou com esplenomegalia (acepromazina gera vasodilatação esplênica, piorando o quadro anêmico – sequestro de hemácias). Cuidado com animais hipotérmicos (gera queda da temp). Apostila feita com carinho por: Lara Nunes 14 ❖ Butirofenonas Tranquilizantes antipsicóticos. Isso significa que possuem como efeitos: alucinações e agressividade dose- dependente; poucos efeitos cardiovasculares ou respiratórios, mas pode haver pequena hipotensão devido ao bloqueio alfa-adrenérgico. Além disso, são potentes antieméticos. As butirofenonas mais utilizadas são: azaperone (em suínos); droperidol (em cães e gatos). Elas são contra indicadas em equinos, pois promovem excitação nessa espécie. Além disso, altas doses de butirofenonas podem gerar tremores e hiperirritabilidade. Essa classe é menos utilizada na medicina veterinária. ❖ Benzodiazepínicos Saindo da classe dos tranquilizantes, os benzodiazepínicos apresentam propriedades ansiolítica, miorrelaxante e anticonvulsionante. Como MPA, são sempre utilizados em associação a outros fármacos, visando potencialização mútua. Além disso, em pequenos animais possui considerável variação individual em resposta à sedação. São interessantes na MPA pois possuem mínimos efeitos nos sistemas cardiovascular e respiratório, praticamente não alterando os parâmetros fisiológicos. A desvantagem que eles podem apresentar é não promover tranquilização e nem analgesia, gerando, no máximo redução da ansiedade. Neonatos, geriátricos e debilitados são uma excessão: esses animais podem ser tranquilizados pela utilização de benzodiazepínicos. O mecanismo de ação dos benzodiazepínicos é: atuam nos receptores GABA, potencializando a ação do GABA (neurônios GABAérgicos). Com isso ocorre uma redução da atividade cerebral Esse grupo é representado principalmente por dois medicamentos: midazolam e Diazepam. O Diazepam (PA 0,22 a 0,44 mg/kg; GA 0,022 a 0,088 mg/kg) é o mais utilizado, não sendo solúvel em água (tem como meio propilenoglicol, um óleo, portanto quando administrado por via intramuscular promove considerável dor) e tendo seu efeito máximo em 3 a 5 minutos e duração de 1 a 4 horas. Possui metabólitos ativos e se acumula nas gorduras, por isso, doses múltiplas exercem efeito cumulativo. O Midazolam (PA 0,22-0,44mg/kg; EQ 0,022-0,044 mg/kg) tem início de ação mais rápido e duração mais curta. É hidrossolúvel, exercendo ação hipnótica no homem. Em equinos apresenta bons resultados em associação a fenotiazinas e cetamina (procedimentos de emergência). Além disso, é um ótimo sedativo para Apostila feita com carinho por: Lara Nunes 15 mais curta. É hidrossolúvel, exercendo ação hipnótica no homem. Em equinos apresenta bons resultados em associação a fenotiazinas e cetamina (procedimentos de emergência). Além disso, é um ótimo sedativo para pássaros e lagartos. Pode ser administrado por via intravenosa ou intramuscular. Por não promover muita dor em administração intramuscular, o midazolam costuma ser muito utilizado, lembre-se que na MPA em animais de pequeno porte deve-se sempre preferir a administração intramuscular para diminuir o impacto da medicação na fisiologia do paciente. Em grandes animais esse impacto não é tão evidente. Vale ressaltar que os benzodiazepínicos possuem um antagonista competitivo, o Flumazenil (0,2 mg/kg). Pode ser administrado por via intramuscular ou intravenosa, mas costuma-se utilizar esses medicamentos em emergências, overdoses, etc: portanto acaba sendo feito por via intravenosa. Apresenta meia-vida de eliminação mais curta, sendo desprovido de efeitos cardiorrespiratórios. Não apresenta atividade anticonvulsionante. Há, também, o Zolazepam, sendo utilizado em associação à tiletamina (anestésico análogo da cetamina). Como produz miorrelaxamento, pode ser utilizado em conjunto à Cetamina (que não possui essa função). Assim sendo, o Midazolam acaba sendo utilizado mais como indutor anestésico (em conjunto comcetamina em dose analgésica e propofol) do que em MPA. A MPA para esse protocolo poderia ser, por exemplo, acepromazina com morfina. ❖ Alfa-2 agonistas Ao contrário dos fenotiazínicos, são agentes sedativos clássicos, pois promovem sedação dose- dependente. Possuem propriedades hipnóticas, miorrelaxantes e analgésicas. Dessa maneira, produzem sedação e relaxamento mais pronunciados que outros agentes. Apostila feita com carinho por: Lara Nunes 16 Na fenda pré-sináptica, temos receptores pré-sinápticos, sendo eles os receptores alfa-2, e temos os receptores pós-sinápticos, sendo eles os receptores alfa-1. Tanto a norepinefrina quanto os agonistas alfa-2 vão atuar no receptor alfa-2 pré-sináptico. Quando esse receptor é estimulado, ele desencadeia um feedback negativo fazendo com que haja menor liberação de norepinefrina na fenda. Esse mecanismo desencadeia uma série de efeitos diversos de acordo com o local de ação. Assim sendo, a ativação dos alfa-2 no cérebro, mais precisamente no locus coeruleus (LC), promove sedação intensa. Já a analgesia é obtida pela ativação dos alfa-2 na medula espinhal, assim como o intenso miorrelaxamento. Porém, os agonistas alfa-2 possuem alguns efeitos adversos, visto que se diferenciam entre eles basicamente pela seletividade ao receptor alfa-2. Dessa maneira, os receptores alfa-1 são os responsáveis pelos efeitos adversos. A ativação do receptor alfa-1 vai desencadear hipertensão, havendo aumento de resistência vascular periférica, que, quando aumentada, vai estimular o nervo vago, diminuindo a frequência cardíaca (bradicardia) na tentativa de compensar a fisiologia cardiovascular. A hipertensão é inicial e vai diminuindo, porém a frequência cardíaca não aumenta tentando compensar esse efeito. Assim sendo, dependendo do medicamento em algum momento vamos ter bradicardia e hipotensão. Esses efeitos adversos são mais intensos com medicamentos menos seletivos, como a xilazina. Não se deve fazer anticolinérgicos antes dos agonistas alfa-2, pois teoricamente anulam a redução da FC, porém estudos revelam que é pior fazer o uso de anticolinérgicos antes, pois a resistência vascular periférica aumenta mais ainda, tendo animal com hipertensão elevada e taquicardia, visto que o coração se nutre de sangue na diástole, ou seja, quando mais rapidamente bate (não descansa), menor a oxigenação do miocárdio. Portanto, ao fazer anticolinérgico previamente ao agonista alfa-2, estamos promovendo ainda maior alteração no sistema cardiovascular. Os agonistas alfa-2 não devem ser utilizados para aumentar a PA (em pacientes hipotensos), visto Apostila feita com carinho por: Lara Nunes 17 que aumentam a pressão arterial de forma “falsa”, não nutrindo os vasos sanguíneos periféricos. Essa hipertensão ocorre, pois a vasoconstrição do vaso aumenta a pressão com que o sangue passa por ele. Portanto, essa classe medicamentosa não deve ser a primeira opção de medicamento para aumentar a PA. Além desses efeitos, temos mais alguns interessantes: inibição da formação do hormônio antidiurético (ADH), com isso o animal urina em maior quantidade. Há também o efeito hiperglicemiante, pois há receptores alfa-2 nas células beta do pâncreas; com isso, há inibição da liberação de insulina. Além disso, os agonistas alfa- 2 promovem redução da frequência respiratória e da Pa02 (pressão parcial de oxigênio arterial). A termorregulação é alterada. ❖ Alfa-2 agonistas – Xilazina É a mais utilizada, promove boa sedação, analgesia e miorrelaxamento. Bovinos são mais sensíveis. A respeito de seus efeitos, observa-se: relaxamento dos lábios, ptose palpebral, protrusão de língua, salivação abundante, mugidos, movimentação de orelha e cauda, acomodação em decúbito esternal e lateral. Além disso, em cães e gatos é comum a ocorrência de vômito. Pode ser administrada por via epidural. Não se deve utilizar a xilazina em conjunto à acepromazina, pois haverá potencialização da hipotensão. Apostila feita com carinho por: Lara Nunes 18 ❖ Alfa 2-agonistas - Detomidina e Romifidina São utilizadas principalmente em equinos, observa-se abaixamento da cabeça, com perda da postura ativa, sem entrar em prostração. ❖ Alfa 2-agonistas - Dexmedetomidina Possui menos efeitos cardiovasculares (possui maior seletividade ao receptor); muito utilizada por seu efeito analgésico em infusão contínua. ❖ Alfa 2-agonistas – Atipamezole e loimbina São antagonistas competitivos dos outros alfa-2 agonistas, revertendo seus efeitos adversos. Apostila feita com carinho por: Lara Nunes 19 ❖ Opioides O emprego desse grupo de drogas como MPA contribui para a analgesia pré, trans e pós- operatória. Eles promovem analgesia pelo seguinte mecanismo de ação: atuam na maioria das células nervosas levando a hiperpolarização de nociceptores, inibição da deflagração do potencial de ação e inibição pré-sináptica da liberação de neurotransmissores excitatórios (serotonina, norepinefrina). Assim sendo, diminuem a atividade do SNC, deprimem os centros da dor, tosse e vigília e deprimem outras regiões do cérebro: controle da respiração, frequência cardíaca e a pressão sanguínea. Os nociceptores geralmente estão nas fibras “c”, que são as fibras tardias da dor. Por isso os opioides não conseguem abolir toda a dor frente a uma “pontada” ou a um corte, por exemplo, visto que quem atua nisso são as fibras A-δ (a-delta). Alguns opioides irão gerar euforia ao invés da sedação desejada, como será abordado mais a frente. Possuem alterações cardiovasculares bem modestas, como bradicardia. Os opioides atuam em seus receptores, demonstrados na tabela acima. A maioria desses receptores estão dispostos no cérebro e na medula espinhal, mas também podem ser encontrados em diversos órgãos do corpo. Dessa maneira, cada receptor vai produzir efeitos diferentes, como é demonstrado na tabela. A afinidade e atividade intrínseca desses medicamentos nos receptores opioides vão subdividi- los em 4 categorias: • Opioides agonistas puros ou totais (morfina, meperidina, fentanil, metadona): possuem afinidade a todos os receptores e atividade intrínseca relativa. • Opioides agonistas parciais (tramadol): afinidade a um tipo de receptor. Efeito “reto” (não dependente de dose). • Opioides agonista- antagonistas (nalorfina, butorfanol): afinidade aos Apostila feita com carinho por: Lara Nunes 20 receptores, mas efeito contrário a depender do receptor. • Opioides antagonistas (naloxona): afinidade a todos os receptores, mas não têm atividade intrínseca (não ativa os receptores). ❖ Opioides – Morfina A morfina produz acentuada analgesia, sonolência e euforia. Assim como a meperidina,promove a liberação de histamina, principalmente quando administrada por via IV (intravenosa), podendo haver hipotensão. Portanto, recomenda-se sua utilização por via IM (intramuscular), principalmente em pequenos animais. Segundo algumas literaturas, pode gerar imunossupressão, mas esse efeito deve ser melhor investigado. Além disso, gera acentuada depressão respiratória e inibe a motilidade intestinal (constipação). Gera náusea (pode haver vômito). A morfina é um opioide puro ou total, ou seja, possui afinidade a todos os receptores e atividade intrínseca relativa. Efeito dose-dependente. ❖ Opioides – Meperidina Analgesia menos potente, promove ação hipnótica discreta, queda da pressão arterial e venosa, causa depressão respiratória de pouca intensidade. Pode provocar excitação. ❖ Opioides – Fentanil É um opioide sintético cerca de 100 vezes mais potente que a morfina. Possui período de ação mais curto, não causa vômito, produz discreta depressão respiratoria e bradicardia pelo estímulo vagal. Geralmente é feito em infusão continua. Apostila feita com carinho por: Lara Nunes 21 ❖ Opioides – Tramadol Apresenta uso mais recente. Possui pouca depressão respiratória, e ação analgésica de pelo menos 6 horas. ❖ Opioides – Butorfanol 7 vezes mais potente que a morfina. Não induz depressão respiratória significativa; Tem sido utilizado em cães, gatos e equinos. ❖ Opioides – Naloxona Antagonista puro; utilizado para reverter os efeitos indesejáveis dos opioides. Apostila feita com carinho por: Lara Nunes 22 23