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VICE-REITORIA ACADÊMICA
FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO
Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia
Ecologia de Individuo à População
História dos indivíduos e sua relação com o meio ambiente
Nome do aluno: 
Isabel Saene
10
Beira, Maio de 2024
VICE-REITORIA ACADÊMICA
FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO
Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia
Ecologia de Individuo à População
História dos indivíduos e sua relação com o meio ambiente
Trabalho de Campo a ser submetido na Coordenação do Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia como requisito para avaliação na disciplina de Ecologia de Individuo à População.
 
Nome do aluno:	Docente: 
Isabel Saene
	
Beira, Maio de 2024
Índice 
CAPITULO I: INTRODUÇÃO	3
1.	Contextualização	3
1.1.	Objectivos	4
1.1.1.	Geral	4
1.1.2.	Específicos	4
1.2.	Metodologias de Pesquisa	4
1.3.	Método de consulta bibliográfica	5
1.4.	Método documental	5
CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA	5
2.1	A histórica relação do homem com o ambiente	5
2.2	A busca da sustentabilidade pela educação ambiental	6
2.3	Dimensões da Educação Ambiental	7
2.3.1	Dimensão Ética	8
2.3.2	A dimensão política	8
2.3.3	A dimensão espaço-temporal	9
3	Conclusão	9
4	Referência bibliográfica	10
CAPITULO I: INTRODUÇÃO 
1. Contextualização
A história da relação entre o homem e o ambiente é marcada por uma evolução complexa, que vai desde uma convivência harmoniosa até uma relação de dominação e exclusão. Ao longo dos séculos, a humanidade passou por diferentes fases, em que suas interações com a natureza foram moldadas por concepções filosóficas, avanços tecnológicos e mudanças sociais. Nessa trajetória, destacam-se momentos em que o homem se percebe como um agente capaz de dominar e controlar o ambiente, ao mesmo tempo em que surgem correntes de pensamento que resgatam a visão da natureza como um espaço de harmonia e equilíbrio.
No cerne dessa discussão, está a transição do paradigma racionalista para outras formas de compreensão do mundo natural. Enquanto o racionalismo enfatiza o domínio humano sobre a natureza, correntes como o romantismo e outras visões mais ecocêntricas buscam resgatar uma conexão mais profunda e respeitosa com o ambiente. Essa mudança de perspectiva reflete não apenas uma transformação nas ideias filosóficas, mas também nas práticas sociais e nas relações de poder.
No presente trabalho, exploraremos essa jornada histórica, desde as primeiras interações do homem pré-histórico com a natureza até os desafios contemporâneos de preservação ambiental e sustentabilidade. Ao compreendermos essa trajetória, poderemos lançar luz sobre os desafios atuais e as possibilidades de construção de uma relação mais equilibrada e responsável entre o homem e o ambiente que o cerca.
1.1. Objectivos 
Os objectivos ditam as metas do que pretendemos alcançar no determinado fim. Neste estudo foram traçados os seguintes objectivos: 
1.1.1. Geral
· Apresentar a História dos indivíduos e sua relação com o meio ambiente
1.1.2. Específicos 
· Explorar os estágios históricos que moldaram a relação entre humanos e meio ambiente.
· Investigar as transformações nas concepções culturais e práticas sociais que influenciaram essa relação.
1.2. Metodologias de Pesquisa 
Para Fonseca (2002), methodos significa organização, e logos, estudo sistemático, pesquisa, investigação; ou seja, metodologia é o estudo da organização, dos caminhos a serem percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer ciência. Etimologicamente, significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos utilizados para fazer uma pesquisa científica.
	
1.3. Método de consulta bibliográfica 
Segundo Marconi e Lakatos (1992:29) a pesquisa bibliográfica é o levantamento de toda bibliografia já publicada, em forma de livros, revistas, publicações avulsas e impressa escrita. A sua finalidade é fazer com que entre em contacto directo com todo material escrito sobre um determinado assunto, auxiliando o cientista na análise de suas pesquisas ou na manipulação de sua informação. 
A pesquisa bibliográfica será utilizada como um alicerce sólido para a análise e discussão dos tópicos relacionados a aspectos legais e contratuais neste estudo. Ela servirá para embasar os argumentos, fornecer evidências e suporte para as conclusões, bem como para identificar normas legais, regulamentos e jurisprudência pertinentes aos temas abordados. Além disso, a pesquisa bibliográfica permitirá uma revisão da literatura relevante, destacando as principais descobertas e debates na área. 
1.4. Método documental 
De acordo com Gil (1999), citado por Silva e Meneses (2001:23), esta técnica consiste na recolha de dados sobre um dado tema de pesquisa. Para Lakatos e Marconi (1979:29), esta técnica consiste na recolha e revisão das fontes secundarias. A mesma ajuda a fazer a recolha e a selecção de fontes secundarias que tornaram possível o desenvolvimento do trabalho tais como: obras, encíclicas, revistas e artigos científicos que versem sobre a problemática em estudo.
CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA
2.1 A histórica relação do homem com o ambiente
A passagem de uma relação harmoniosa para uma relação de exclusão e dominação, como destacada por Santos (apud Vieira, 1999), revela-se como um processo progressivo ao longo da história do homem sobre a Terra. Esse processo se intensifica especialmente quando, quase simultaneamente, o homem se percebe como indivíduo e dá início à mecanização do planeta, valendo-se de novos instrumentos para subjugá-lo (Santos, apud Vieira, 1999).
Contudo, em contraposição ao racionalismo, emergem outras correntes de pensamento. Marx (apud Vieira, 1999) expõe a visão do "bom selvagem" de Rousseau, que enxerga a natureza como um local de harmonia, bondade, sensibilidade e espontaneidade. Se, no racionalismo, a natureza era tratada como objeto a ser dominado pela cultura, no romantismo, é a cultura humana que deve ser subjugada pela natureza.
A desigualdade e diversidade marcam não apenas as relações entre homem e natureza, mas também as interações entre os próprios seres humanos. Um exemplo notável é a dominação física e cultural dos povos da América Latina pelos europeus. Da mesma forma, a ação humana sobre a natureza se estabelece com o homem como sujeito e a natureza como objeto. Essa relação necessita ser reavaliada, visto que as alterações no meio natural colocam em risco as próprias condições básicas de existência da espécie humana.
Pasqual (apud Vieira, 1999) considera o homem como um componente geoquímico fundamental do planeta. Longe de serem intrusos que perturbam o ritmo eterno da natureza, os seres humanos são elementos intrínsecos à ordem natural. No entanto, ao exercer pressão sobre a natureza, o homem se vê obrigado a se adaptar constantemente, reequilibrando-se em seu processo endógeno, mesmo na ausência direta da presença humana, como tem ocorrido ao longo da história geológica da Terra.
Percebe-se que a natureza é um organismo vivo e autorregulador, com seu próprio ritmo de funcionamento. O homem é apenas uma das inúmeras espécies que habitam a Terra, muitas das quais foram extintas devido a mudanças em suas condições básicas de existência. Atualmente, o processo de mudança é provocado e acelerado pelo homem, mas ele também tem a capacidade de perceber a natureza como parte integrante e prolongar a sobrevivência de inúmeras espécies para as futuras gerações.
2.2 A busca da sustentabilidade pela educação ambiental
Com a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento no Rio em 1992, o processo de sustentabilidade ganhou intensidade e repercussão. Líderes de muitos países optaram pela estratégia de ação denominada "Agenda 21", contendo os princípios básicos para a construção de uma sociedade sustentável. Em 1997, a Conferência de Kyoto estabeleceu o Protocolo de Kyoto, com objetivos quantitativos relativos à redução das emissões de gasesdo efeito estufa.
No Brasil, a partir da legislação existente sobre conservação e aproveitamento racional dos recursos naturais, elaborou-se uma nova política de sustentabilidade. O decreto presidencial nº. 1.696, de novembro de 1995, criou a Câmara de Políticas dos Recursos Naturais para formular políticas públicas e diretrizes relacionadas aos recursos naturais.
Esse aparato legal foi criado diante da necessidade de impor limites ou estabelecer regras para o homem perante a natureza. O ritmo acelerado de degradação ambiental pós-revolução industrial, promovido pelo sistema capitalista, levou a uma crise nas décadas de 60 e 70, resultando na reestruturação dos modelos sociais e políticos.
Atualmente, existem discussões em que o homem mostra-se preocupado com o estado atual e futuro dos territórios que ocupa, visando a minimizar as consequências e os efeitos sobre a natureza e a qualidade de vida. Capra (1992) desafia o paradigma cartesiano e racionalista, propondo uma visão em que as partes devem integrar-se mutuamente para que o homem entenda-se como parte da natureza e repense suas pressões sobre ela.
A relação entre homem e natureza é sempre dialética, com momentos em que o homem se impõe sobre a natureza e outros em que a natureza o atrai, resultando em problemas ambientais. Os fatores naturais e humanos constituem áreas específicas de conhecimento, contraditórias, mas não excludentes.
2.3 Dimensões da Educação Ambiental
Nos últimos anos, a educação ambiental tem ganhado destaque em diversos setores da sociedade, sendo abordada em inúmeros documentos que abrangem diferentes âmbitos, como escolas, organizações e instituições. Essa educação ambiental vai além do ensino de técnicas ou conteúdos específicos; ela visa resgatar diversas dimensões que se interrelacionam, sem apontar um grau de prioridade específico.
Essas dimensões incluem aspectos socioculturais, políticos, éticos, espaciais, temporais e pedagógicos. Ao longo da trajetória da educação ambiental, cada documento escrito contribui para a compreensão e definição desse termo abrangente, que gradualmente se tornou um consenso na sociedade.
2.3.1 Dimensão Ética
Alguns autores entendem que esta forma de pensar o mundo, em que vivemos hoje, está associada aos paradigmas mecanicistas, que redefinem o lugar dos seres humanos no mundo. Esta forma antropocêntrica de pensar o mundo, segundo Grün (1996, p. 27), “... afirma-se em consonância com a virada epistemológica caracterizada pelo abandono da concepção organística da natureza em favor de uma concepção mecanicista. A ideia aristotélica de natureza como algo animado e vivo, na qual as espécies procuram realizar seus fins naturais, é substituída pela ideia de uma natureza sem vida e mecânica”.
Abandona-se a ideia de uma natureza sensível, de sons, cores e cheiros, que perde suas qualidades e isto vai tomando conta das ciências, da filosofia e da vida das pessoas. O ser humano passa a ser visto como o centro do mundo, e a natureza percebida como uma fonte inesgotável de recursos para suprir as necessidades da humanidade. A crise ecológica que se vive hoje, entre tantas outras crises, nos remete a pensar na revisão destes valores antropocêntricos que foram historicamente se cristalizando. 
A educação ambiental se coloca, então, como um caminho para a discussão e tematização dos valores que envolvem as relações entre os seres humanos e a natureza. Ela busca promover uma reflexão sobre os valores que norteiam as ações da humanidade e incentivar uma mudança de paradigma em relação ao modo como nos relacionamos com o meio ambiente.
2.3.2 A dimensão política
A dimensão política da educação ambiental é tão crucial quanto a dimensão ética. A reflexão sobre as relações humanas e com o meio ambiente na educação ambiental inevitavelmente envolve considerações políticas. O educador, ao abordar essas relações, está também abordando suas implicações políticas. De fato, a mudança de postura da sociedade, conforme indicado nos diversos documentos sobre educação ambiental, requer uma atuação decisiva no âmbito político.
A construção de "sociedades sustentáveis e responsabilidade global", baseadas em valores de solidariedade, igualdade, cidadania, democracia e respeito por todas as formas de vida no planeta, demanda uma reorganização abrangente da sociedade em todos os seus aspectos econômicos, sociais, culturais, educacionais e políticos. Mata (apud MARTINS, 2002, p. 82) destaca a importância de uma educação ambiental que promova a cidadania, resgatando os direitos civis, políticos e sociais do cidadão, e atribui a essa educação a tarefa "ético-política" de fomentar uma consciência crítica e participativa.
Assim, a educação ambiental não apenas visa resgatar a responsabilidade política de cada indivíduo, mas também a propiciar a organização coletiva da vida social, promovendo a cidadania em sua plenitude (MARTINS, 2002, p. 81).
2.3.3 A dimensão espaço-temporal
A dimensão espaço-temporal é fundamental na educação ambiental, embora muitas vezes não seja explicitamente mencionada. Ao discutir questões como a crise ambiental global, a necessidade de uma nova ética global e a importância de pensar e agir local e globalmente, estamos constantemente lidando com noções de espaço e tempo. A relação entre seres humanos e natureza, bem como a história da natureza e da humanidade, ocorre dentro de um contexto espaço-temporal.
A história da interação entre ser humano e natureza é intrinsecamente temporal. A Educação Ambiental também envolve a recuperação da história dos lugares e das pessoas, reconhecendo como os espaços ocupados ao longo do tempo refletem as diferentes formas de relação com a natureza. À medida que a humanidade transita do ambiente rural para o urbano, suas relações espaciais e temporais se transformam, assim como sua relação com o meio ambiente.
Gonçalves (apud MARTINS, 2002, p. 83) destaca que é o tempo do capital, e não o tempo dos ecossistemas ou dos trabalhadores, que impulsiona esse processo. Nesse contexto, a educação ambiental desempenha um papel crucial ao esclarecer os impactos do "tempo do capital" na vida humana e em sua relação com a natureza. Além disso, é importante trabalhar as diferenças de espaço e tempo entre a natureza e o ser humano, e considerar as expectativas em relação à continuidade ou não dessa organização espaço-temporal estabelecida pela humanidade.
3 Conclusão
Diante das reflexões sobre as diferentes dimensões da Educação Ambiental, é possível concluir que essa abordagem educacional é multifacetada e abrange aspectos éticos, políticos, espaciais-temporais e sociais. A dimensão ética ressalta a importância de respeitar a vida em todas as suas formas e repensar os valores antropocêntricos que têm orientado as ações humanas em relação ao meio ambiente. A dimensão política destaca a necessidade de uma reorganização ampla da sociedade para alcançar sociedades sustentáveis e uma responsabilidade global.
Por sua vez, a dimensão espaço-temporal destaca a importância de compreender a relação entre seres humanos e natureza ao longo do tempo e em diferentes contextos espaciais, reconhecendo as mudanças nas relações humanas e ambientais ao longo da história. Essa reflexão também envolve questionar o papel do tempo do capital na vida humana e sua relação com o meio ambiente, bem como considerar as expectativas em relação ao futuro dessa organização espaço-temporal.
Portanto, a Educação Ambiental surge como uma ferramenta fundamental para promover uma nova ética e consciência ambiental, para engajar-se politicamente em prol da sustentabilidade e para compreender as complexas relações entre seres humanos e natureza em diferentes contextos temporais e espaciais. Essa abordagem educacional visa não apenas transmitir conhecimentos técnicos, mas também provocar reflexões críticas e transformadoras que possam contribuir para a construção de sociedades mais justas, equitativas e sustentáveis para as atuais e futuras gerações.
4 Referência bibliográfica
CAPRA, Fritjop. O ponto de mutação.3. ed. São Paulo: Editora Cultrix, 1987. 447 p.
GRÜN, Mauro. Ética e educação ambiental: a conexão necessária. Campinas: Papirus, 1996.
MARTINS, Leila A. S. Educação e meio ambiente. Florianópolis: UDESC, 2002.
VIEIRA, Rafaela. Interpretação Integrada da Paisagem para Identificar a Qualidade Ambiental na Sub-bacia do Ribeirão Garcia – Blumenau/SC. CFH, Dissertação de Mestrado, Florianópolis, UFSC, 1999.
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