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FACULDADE ESTÁCIO DE BELÉM CURSO DE PSICOLOGIA SERVIÇO ESCOLA DE PSICOLOGIA ESTÁGIO SUPERVISIONADO COM ÊNFASE EM GESTALT-TERAPIA FICHAMENTO MONICA LOPES CALIMAN- 202402243454 Belém/PA 2024 FACULDADE ESTÁCIO DE BELÉM CURSO DE PSICOLOGIA SERVIÇO ESCOLA DE PSICOLOGIA ESTÁGIO SUPERVISIONADO COM ÊNFASE EM GESTALT-TERAPIA Livro: A clínica, a relação psicoterapêutica e o manejo em Gestalt-terapia. Capítulo 3. O MUNDO CONTEMPORÂNEO E O FURTO DO MISTÉRIO O capítulo começa abordando o tópico que fala sobre a importância de uma abordagem clínica que reconheça e acolha a dimensão transcendente do ser humano. O Mistério, definido como aquilo que escapa do conhecimento racional e o desafia, é uma parte fundamental da condição humana que muitas vezes é negligenciada pela psicologia e pela ciência. De acordo com Safra (2006), o Mistério está intrinsecamente ligado ao ser humano, representando um aspecto transcendental que o psicoterapeuta deve enfrentar. O terapeuta deve ser capaz de acolher a religiosidade, a espiritualidade, a religião e os fenômenos místicos, permitindo uma abordagem que vá além da simples objetificação. O capítulo critica a tendência atual de reduzir o ser humano a uma condição de coisa através da excessiva nomeação, conceituação e tecnologização, o que resulta em uma dessacralização da experiência humana. Essa redução leva à falha ética ao tratar o ser humano apenas como um "Eu-Isso", em oposição ao "Eu-Tu". O capítulo também aborda a necessidade de equilibrar a psicologia e a espiritualidade, como ressaltado por John Welwood (2003), que defende que cada domínio deve manter sua integridade enquanto se relaciona com o outro. A RELIGIOSIDADE E AS CONCEPÇÕES DO ABSOLUTO OU DO DIVINO O tópico explora a religiosidade como uma dimensão singular e em constante transformação, baseada nas concepções do absoluto ou do divino, experiências do sagrado e percepções do self. Religiosidade é distinta da espiritualidade por envolver a construção de sentido através de um ser transcendente, enquanto a espiritualidade pode não incluir essa concepção do divino. A religiosidade refere-se à experiência individualizada de relação com um ser transcendente, diferenciando-se da religião por ser mais pessoal e subjetiva. Ela não se reduz a escolhas ou crenças específicas, mas sim à relação única que cada pessoa estabelece com o que considera sagrado ou divino, conforme suas experiências ao longo da vida. O conceito de divino está ligado à ideia de realização plena e à condição humana de finitude. Safra (2006) sugere que a concepção de um ente divino pode refletir mecanismos defensivos ou idealizações pessoais, o capítulo defini como uma utopia pessoal. AS EXPERIÊNCIAS DO SAGRADO O sagrado acontece como experiencia, que são vivências que fogem de um entendimento a racional e não podem ser representadas por imagens, símbolos ou palavras. Essas experiências são profundas e transformadoras, pois coloca o individuo em um lugar de humildade, onde se sente pequeno a presença essa experiencia, que trás para ele esperança e possibilidades. FACULDADE ESTÁCIO DE BELÉM CURSO DE PSICOLOGIA SERVIÇO ESCOLA DE PSICOLOGIA ESTÁGIO SUPERVISIONADO COM ÊNFASE EM GESTALT-TERAPIA Em sua visão, Buber (1979) não distingue entre o sagrado e o profano; o profano é simplesmente o estágio anterior à reverência do sagrado. O sagrado é uma atitude de extremo respeito. Essas experiências podem ocorrer em registros diferentes: o mistério, que desafia o domínio do conhecimento; o ético, que questiona as definições morais da experiência humana; e o estético, que desafia padrões estéticos sem transcendência. Na prática clínica, é crucial que os terapeutas reconheçam e acolham essas experiências do sagrado dos pacientes, pois elas refletem aspectos profundos do individuo. Reduzir essas experiências apenas dimensão psicológica pode resultar em um desserviço ao processo terapêutico. ESPIRITUALIDADE A espiritualidade é a busca do sentido que está para além de si, sair de si mesmo, e se acolher. A espiritualidade envolve a aceitação da morte, pois a existência individual passa a ter um sentido que transcende a sobrevivência. Essa construção é facilitada pelo olhar do outro, que auxilia a pessoa a se apropriar de seu sonho último, superando a mera questão da sobrevivência e vivendo em busca de sentido, pois a espiritualidade está diretamente relacionada ao que o individuo precisa encontrar para morrer com serenidade. Dessa forma, a espiritualidade promove uma transformação da consciência, permitindo a aceitação da morte e a desconstrução do self em direção ao transcendente. RELIGIÃO A religião refere-se a um sistema de concepções dogmáticas compartilhadas sobre um Deus, um ser divino ao longo de gerações. Crenças em fenômenos místicos, que é o encontro do homem com o sagrado. É importante e ético que o terapeuta busque está por dentro de conhecimentos de religiões de seus pacientes, para que possa-os auxiliar de melhor forma o processo dele, sem que possa ocorrer nenhum tipo de preconceito por falta de conhecimento. A CLÍNICA GESTÁLTICA CONTEMPORÂNEA E A RESSACRALIZAÇÃO DA EXPERIÊNCIA Na clínica gestáltica contemporânea, muitas pessoas sofrem pela falta de sentido, solidão e pela desconexão com a dimensão transcendente da vida, vivendo de forma dessacralizada, e apenas aceitam isso. A terapia busca restaurar o diálogo e a abertura, a relação em singularidade, e a relação de individuo e campo são essenciais para a cura. A presença do terapeuta deve acolhedora, ajudando o paciente a resgatar sua vulnerabilidade, confiança e capacidade de criar um destino singular, trabalhando o psicológico e o espiritual, respeitando o individuo da forma que ele é. A relação terapêutica é vista como um espaço sagrado, capaz de transformar tanto o paciente quanto o terapeuta. Ressacralizar a experiência implica reconhecer o mistério do ser humano, estar aberto à transcendência e integrar aspectos do sagrado no processo terapêutico. O terapeuta deve estar constantemente envolvido em seu próprio processo de crescimento para acompanhar os pacientes de forma genuína e aberta. E por fim, a capacidade de manter-se aberto é que faz do terapeuta seu próprio instrumento.