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DIREITO EMPRESARIAL

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Direito Empresarial - Prof. João Glicério 
Raphaela Macedo
I UNIDADE 
AULA 01 – 14.02.12
Aula de apresentação
Marcação das provas 10/04 e 19/06
AULA 02 – 28.02.12 (Prof.: Abelardo Sampaio/email: abelardo@sampaioehenriques.com.br)
DIREITO COMERCIAL
Nem sempre o direito empresarial foi separado do direito civil e por isso que alguns livros ainda chamam de direito comercial, pelo nome chega ao direito dos comerciantes. Mas, comerciantes e empresários não são sinônimos. E por isso essa mudança do direito comercial para o direito empresarial.
Muito antes de existir qualquer regulamentação acerca do direito comercial existia o comercio, as trocas. A origem do direito comercial são as trocas. 
Na idade antiga o sistema de produção era basicamente de subsistência, as pessoas produziam apenas aquilo que necessitavam para sobreviver sem existir a produção de excedentes, sem a existência de excedentes, não existia a troca. Os indícios de produção excedentes aparecem pelos fenícios, que são considerados os comerciantes da idade antiga.
Em Roma também não havia esse intuito mercatório, porém os romanos “adoravam” legislar e eles criaram duas normas que são de direito comercial, a Lex Rhodia Jactu e Nauticus Foenum, eram normas acerca do direito comercial, a primeira sobre o local de Rhodia e a segunda sobre regras náuticas, porém ainda não existia uma sistematização, existiam regras, que eram consuetudinárias. Outro exemplo é o código de Hammurabi que já previa o empréstimo a juros e contrato de depósito.
Na idade média, novamente não há uma sistematização do direito comercial, pois era constituída por feudos que possuíam regras próprias determinadas pelos senhores feudais que não se comunicavam com o mundo exterior, não havia o trânsito entre os feudos e isso começa a acontecer com o surgimento dos burgos, que eram as feiras que começavam a se formar nas rotas comerciais em que se faziam as trocas entre os bens produzidos em cada feudo, e os imigrantes eram chamado de burgueses, são a origem dos comerciantes. Os burgos mais importantes encontraram-se nas cidades italianas. E o direito comercial começa a tomar forma a partir das corporações de mercadores feitos pelos burgueses, justamente pela sua ascensão e essa é a primeira fase do direito comercial. Essa primeira fase é chamada de fase subjetiva do direito comercial, subjetiva porque se considerava comerciante apenas aqueles inscritos nas corporações de mercadores, essas corporações eram como se fossem órgãos de classe, eram entes autônomos que começaram a criar regras próprias, regras estas aplicadas somente àqueles que estavam inscritos em seus quadros, ou seja, os comerciantes. Inicia-se aí a separação entre o direito civil e o direito comercial e as essas normas dá-se o nome de Jus Mercatoris (direito dos comerciantes) e elas eram aplicadas pelos Consules Mercatoris que se assemelhavam a juízes que eram eleitos nessas corporações.
Seguindo o momento histórico, há uma modificação desse panorama, com a ascensão do absolutismo. O absolutismo é caracterizado pelo poder absoluto do rei, e isso fez com que trouxesse para monopólio do Estado a criação das leis e aplicação do direito comercial. Outra mudança é que se passou a aplicar a lei comercial na relação jurídica, desde que haja um comerciante envolvido e isso cria uma distorção do direito comercial, no seguinte sentido, apesar de continuar sendo costumeiro vai deixar de ser mutável, exatamente pelo monopólio estatal na criação de suas normas, porque o Estado criar uma lei, é muito mais difícil do que as pessoas estabelecerem o costume, por ter outros interesses, outras forças, então passa a ser um direito estático. Porém, continua sendo subjetivo, não mudou de fase.
O que leva a transformação da fase subjetiva para objetiva, que é a segunda fase, é a Revolução Francesa, com seus pilares de liberdade, igualdade e fraternidade, e essa nova idéia não se compatibilizava com a lei comercial, que se aplicava somente a quem fizesse parte de órgão de classe e por conta disso, cria-se uma nova forma de identificação daqueles a quem seriam aplicadas as normas de direito comercio, não mais em razão do sujeito, mas em razão dos atos praticados por esse sujeito, surge então a TEORIA DOS ATOS DE COMÉRCIO, quem trouxe primeiramente essa teoria foi o Código Civil e o Código Comercial Francês, conhecidos como Códigos Napoleônicos, o primeiro em 1804 e o segundo em 1808. Esse código inaugura a separação efetiva entre direito civil e direito comercial. 
Mas essa teoria tem um problema: quem define os atos de comércio? O conceito de atos de comércio, segundo Pontes de Miranda é um problema insolúvel para doutrina, um martírio para o legislador e um enigma para jurisprudência. Alfredo Rocco solucionou o problema dizendo que ato de comércio é tudo o que a lei definir como tal e para isso foram desenvolvidos dois sistemas: (1) descritivo, que foi adotado por Portugal e Espanha, não trazia cada ato em si, mas trazia elementos que os atos deveriam conter e caia no mesmo problema da indefinição, porque eram conceitos abertos e assim não era possível assegurar a segurança jurídica. A técnica que prevaleceu foi a (2) enumerativa, na qual a lei descrevia ato por ato que seria considerado ato de comércio, atendeu ao anseio de igualdade porque qualquer pessoa poderia ser comerciante, sem discriminação. Mas essa teoria entra em declínio, principalmente por conta de Revolução Industrial.
A Revolução Industrial modificou completamente as relações econômicas, passa de uma produção artesanal para a produção em massa, que o que mais cresceu foi o setor de serviços, que não existia. Na produção manufaturada não tinha necessidade, por exemplo, de contador, de serviço de fornecimento... Em larga escala é necessário esses serviços, mas eles não estavam incluídos no rol dos atos de comércio, a agricultura e pecuária também não estavam incluídas, porque não existia essa atividade de forma intensiva, como também não existia a intermediação imobiliária.
Os comerciantes que não estavam incluídos nos atos de comercio que praticavam, e por isso, começaram a exigir que fossem incluídos, pelo fato do regime de direito comercial ser mais especial e favorável aos comerciantes do que as regras de Direito Civil, que eram mais gerais. E essa mudança devido à revolução industrial gerou uma mudança do direito comercial e fez surgir a TEORIA DA EMPRESA, que surge no CC Italiano de 1942, a primeira coisa que esse código faz é a unificação do direito privado, existe agora um único código para o direito civil e comercial, muito influenciado pelo facismo, pelo ideal que todos são iguais, tanto empregados como empregadores. E com isso compatibiliza a idéia que não podem existir códigos separados, mas dentro do código as regras continuam separadas. Esse problema da pouca abrangência dos conceitos de atos de comércio, é resolvido pela fase subjetiva moderna, deixa-se a fase objetiva em que os atos praticados qualificavam o comerciante, passa-se a idéia de que é a forma como a pessoa exerce a atividade que vai caracterizá-la como empresário ou não. Que é a forma empresarial e o código italiano definia no seu art. 2082 que empresário é aquele que exerce profissionalmente atividade econômica organizada com vista à troca e produção de bens e serviços.
Para a teoria da empresa, se a atividade do sujeito se enquadra em qualquer dos atos descritos na lei, é empresário. O modo como a atividade é realizado é que vai definir se as normas aplicáveis serão de direito empresarial. É subjetivo porque depende de como o empresário vai conduzir sua atividade, não mais depende de qualidades pessoas do empresário e a partir dessa teoria que passa a chamar o direito comercial em direito empresarial.
A EVOLUÇÃO DO DIREITO EMPRESARIAL NO DIREITO BRASILEIRO
Essa primeira fase do direito não existiu no Brasil, pois foi descoberto em 1500 e só passou existir efetivamente algum tempo depois, mas nessa parte do Brasil Colônia, eram vigentes as ordenações portuguesas eo único acontecimento relevante dessa época é quando da vinda da coroa real para o Brasil em que se cria a real junta de comércio, agricultura, fabricação e navegação e também a criação dos tribunais de comércio, essa parte seria assemelhada a fase do estado absolutista da fase subjetiva. 
Com a independência em 1822, houve o anseio de se produzir normas brasileiras, não queria se admitir a aplicação das normas portuguesas no Brasil independente e o primeiro diploma considerado de normas brasileiro foi o Código Comercial de 1850 e parte desse código ainda encontra-se em vigor. Esse código de filiava a teoria dos atos de comércio, em que era comerciante aquele que praticava os atos determinados por lei. Pela influência francesa.
Segundo o código de 1850: “comerciante seria aquele inscrito nos tribunais de comercio do império e exercente da mercancia como profissão habitual”.
A necessidade de registro não quer dizer que é subjetivo, até porque todo empresário tem que ser registrado, a obrigação de registrar decorre do fato de ser empresário, e não o fato de ser empresário decorre por ser registrado.
Logo após veio a edição do regulamento 737 que em seu art. 19 definia o que era mercancia: “considera-se mercancia a compra e venda ou troca de efeitos móveis semoventes para vender (...)”. Ou seja, seria considerado comerciante quem praticasse qualquer dos atos previstos nesse artigo 19. 
O CC de 16 não tratou de direito comercial, é exclusivamente civil.
Em 2002, já sobre a influência do direito italiano e da teoria da empresa, traz-se para dentro do CC traz o código comercial, chamado “do direito de empresa”, livro II, a partir do art. 966. A influencia do direito italiano é clara justamente pela unificação do direito privado, mas assim como o italiano, as normas continuaram dispas.
O art. 966 traz o conceito de empresário “considera-se empresário aquele que exerce atividade econômica organizada para produção e circulação de bens ou serviços”. É quase idêntico ao que foi definido pelo Código Italiano.
LIVROS EMPRESARIAIS
� Assunto abstrato, pois não é algo que se vê no dia-a-dia.
CONCEITO 
Os livros empresariais são regulados a partir do art. 1179 do CC.
Todo e qualquer empresário é obrigado a possuir um contador, salvo se o local que foi constituída a empresa, não exista um contador, então o próprio empresário será responsável pela contabilidade e escrituração dos livros empresariais será, e isso está regulamentado no art. 1782. A escrituração dos livros é de responsabilidade do empresário, seja pessoa física ou jurídica, mas que deve ser feito, exclusivamente, por um contador.
Os livros empresariais são a base onde serão registrados os movimentos contábeis do empresário, não basta ter um contador, essa contabilidade deve estar registrada de maneira uniforme nos livros empresariais. Hoje já se admite outras formas mais modernas de fazer escrituração, existe ainda à mão, existem escriturações em fichas separadas que serão encadernadas, pode ser feitos nas folhas contínuas, e também de forma digital.
ESPÉCIES
OBRIGATÓRIOS 
O empresário não pode abster-se de escriturar tais livros, tem que manter devidamente escriturados. Esses se dividem em:
COMUNS 
São aqueles que todo e qualquer empresário tem que escriturar e ele é apenas um, o diário, em que deve registrar dia-a-dia toda e qualquer movimentação que represente alteração patrimonial do empresário (art. 1184). Podem ser escriturados em no máximo 30 dias, porém é necessário manter diários auxiliares onde seja possível individualizar os movimentos indicados no diário, o livro-razão, por exemplo. O diário é o único comum e obrigatório, porém há exceções, micro empresas e empresas de pequeno porte estão dispensados da escrituração do livro diário, em conseqüência elas devem escriturar dois livros: (1) livro caixa, é somente registrado as movimentações financeiras e o (2) livro de registro de inventário, é um livro de escrituração anual, em que todo empresário vai escriturar, por ano, os bens da sua empresa. Como fora dispensado o diário, deixou disponíveis mecanismos para verificar se as movimentações financeiras são compatíveis com a alteração patrimonial do empresário.
→ As micros e as pequenas empresas merecem um tratamento favorecido, isso existe hoje no sistema através do simples nacional, de tributos. E há ainda empresas que não estão incluídas no simples porque não querem ou porque são proibidas. A lei do simples dizia que as micro e pequenas empresas deveriam escriturar o livro caixa e o de registro de inventario, mas o CC diz que o pequeno empresário estava dispensado das exigências de escrituração. O problema é qual o conceito de pequeno empresário? Essa dúvida mudou com a lei complementar 123/06 que em seu art. 68 disse que o pequeno empresário, para fins no disposto 970 do CC e § 2º do art. 1179, é aquele micro empreendedor individual (M.E.I.), que é o empresário individual com faturamento anual até 60 mil reais.
ESPECIAIS
São livros que o empresário é obrigado a escriturar em razão de alguma peculiaridade do empresário, não são todos que são obrigados. Por exemplo, enquanto os empresários comuns são obrigados a escriturar somente o livro comum, a sociedade anônima precisa registrar outros livros que estão descritos no art. 100. ??????
Facultativos = são os livros que o empresário escolhe se vai escriturar ou não, que o faz para ajudá-lo no comando e no desenvolvimento da sua empresa.
Livro Caixa = registro das movimentações financeiras
Livro Conta Corrente = é o livro que se registra as transações com cada credor ou devedor, é o que registra cada relação, de forma separada.
Livro Razão = os registros bancários da empresa, a conciliação bancária.
Livro Estoque = registro de entrada e saída de mercadorias, ou seja, controle de estoque.
AULA 03 – 06.03.12 (Prof.: Abelardo Sampaio)
FUNÇÕES
GERENCIAL 
Os livros facultativos não são somente estes, o empresário pode escriturar o livro que ele quiser e bem entender. E isso por conta de uma das funções dos livros empresariais que é a função gerencial, pois dão uma ferramenta de verificar o andamento do seu negócio. A função gerencial é fornecer ao empresário dados necessários a administração e ao desenvolvimento do seu negócio.
DOCUMENTAL 
Desde que atendidos os requisitos de regularidade, o livro empresarial é considerado documento, e documento é um veículo de informação que a lei atribui força probatório, ou seja, podem servir como prova. 
FISCAL 
É fornecer ao Poder Público os dados para que seja possível verificar se está o empresário a cumprir com todas as suas obrigações tributárias, previdenciárias, fundiárias (relativas ao FGTS), e qualquer outra obrigação fiscal para com o estado.
REQUISITOS DA ESCRITURAÇÃO
REQUISITOS INTRÍNSECOS
Dizem respeito à forma como a escrituração deve ser realizada (art. 1183 do CC).
Art. 1.183. A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e em forma contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens.
Se ocorrer um erro na escrituração, deve estornar e fazer uma correta.
REQUISITOS EXTRÍNSECOS
Refere-se ao livro em si mesmo, ele precisa possuir primeiramente termo de abertura e o termo de encerramento para que não posso inserir folhas antes e nem depois desses termos. Outro requisito extrínseco é a autenticação na junta comercial.
CONSEQÜÊNCIAS DAS IRREGULARIDADES DOS LIVROS EMPRESARIAIS (NÃO ATENDIMENTO AOS REQUISITOS)
PERDA DE EFICÁCIA PROBATÓRIA
No âmbito civil a primeira conseqüência da irregularidade da escrituração, é a perda da eficácia probatória dos livros empresariais. Essas conseqüências atingem somente o empresário, pois os livros deixam de ser a favor do empresário, ou seja, podem fazer prova contra. Art. 379 CPC.
O empresário só pode usar o livro empresarial como prova se for contra outro empresário, não pode usar como prova a seu favor com uma ação que ele tenha com uma pessoafísica, por exemplo. Isso porque o empresário escritura livros também e a pessoa física não, ou seja, deve haver paridade de armas (princípio do contraditório).
EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO
A segunda conseqüência no âmbito civil é relativa ao incidente de exibição de documento. A exibição está prevista no CPC a partir do art. 355. Aquele que tem em seu poder documentos indispensáveis ao julgamento da lide, por exemplo, caso uma parte contra o empresário diga que a prova do seu direito encontra-se na escrituração do empresário e ordena a exibição dos livros pelo juiz, verifique-se a irregularidade na exibição dos livros, será considerado verdadeiro o quanto alegado pela parte, é uma espécie de perda de revelia, não importa qual seja a irregularidade. Porque os requisitos são instrumento de autenticidade dos livros, se não forem atendidos o empresário poderia também ter alterado o conteúdo das informações expostas.
CONSEQÜÊNCIA PENAL 
A conseqüência penal para irregularidade na escrituração é crime falimentar, ou seja, caso seja decretada a falência de um empresário e verificada a irregularidade da sua escrituração o mesmo incorrerá no art. 178 da Lei de Falência (11.101/05).
Art. 178. Deixar de elaborar, escriturar ou autenticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou homologar o plano de recuperação extrajudicial, os documentos de escrituração contábil obrigatórios:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave.
FALSIFICAÇÃO 
A falsificação de livro empresarial é equiparada a falsificação de documento público
CONSERVAÇÃO
O empresário deve conservar seus livros até que estejam prescritas ou que ocorra a decadência das operações registradas.
EXIBIÇÃO DOS LIVROS EMPRESARIAIS
Os livros empresariais são protegidos pelo principio do sigilo, pode ser encontrado no art. 1190 do CC. 
Art. 1.190. Ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se o empresário ou a sociedade empresária observam, ou não, em seus livros e fichas, as formalidades prescritas em lei.
ADMINISTRATIVA 
As possibilidades de exibição dos livros é primeiramente administrativa que será para autoridades executando fiscalização tributária ou previdenciária e mesmo o empresário somente está obrigado a exibir a parte do livro que se referir ao período da fiscalização.
JUDICIAL 
A exibição judicial pode ser (1) parcial que deverá ter somente a parte do livro que seja indispensável a resolução da demanda. Pode ser uma ordenada em qualquer tipo de processo, tanto de oficio pelo juiz como a requerimento da parte e será feita a partir da extração de cópias do livro empresarial, ou seja, o livro continuará em poder do empresário e será preservado o sigilo referente às partes não atingidas pela demanda judicial. Ou pode ser a exibição (2) total em que estará limitada a processos relativos à sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou gestão a conta de outrem ou em caso de falência (art. 1191 do CC). Essa exibição só pode ser deferida a requerimento da parte, o juiz não pode fazer de ofício e os livros deverão ser depositados em cartório.
BALANÇO (ART. 1179 DO CC)
O empresário possui ainda a obrigação de levantar balanço patrimonial que é o balanço ativo e passivo, onde consta todo o patrimônio da sociedade. E balanço de resultado econômico, ou seja, o resultado da atividade, que diz se a atividade é lucrativa ou não. A elaboração desses balanços é um resumo do patrimônio e o balanço de resultado econômico é o resumo da atividade financeira. Essa obrigação é anual, mas a lei pode prevê em casos específicos um tempo menor, bancos, por exemplo, devem apresentar esse balanços a cada 6 meses e empresas de pequeno porte e microempresas estão dispensadas da elaboração desses balanços.
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.
NOME EMPRESARIAL
CONCEITO
O nome para o empresário é a forma de identificação do empresário. A pessoa jurídica também pode ter nome. A pessoa física além do nome civil se for empresário, também terá o nome empresarial. O nome empresarial não é a única forma de identificação do empresário. 
FORMAS DE IDENTIFICAÇÃO
Normalmente são indicadas quatro formas de identificação do empresário:
NOME EMPRESARIAL que atualmente serve para identificar o empresário perante credores e fornecedores. Razão social é utilizado informalmente para o nome empresarial, pois razão social dá idéia de sociedade, mas o empresário não tem nada de sociedade, por isso não é técnico.
MARCA é aquilo que identifica os produtos e serviços do empresário, é como comumente o empresário é conhecido pelos seus clientes.
TÍTULO DE ESTABELECIMENTO = local onde é desenvolvida a atividade do empresário, por exemplo, Sam’s Club é o título do estabelecimento, que tem diversas marcas que são colocadas nos produtos.
NOME DE DOMÍNIO = domínio é a página da internet, é o endereço eletrônico do empresário. O nome de domínio é registrado no nic.br que é o núcleo de informação e controle do .br que vai direcionar para o registro, que custa R$ 30,00 por ano.
PRINCÍPIOS
NOVIDADE = diz que não podem existir nomes empresariais idênticos ou semelhantes.
VERACIDADE = determina que toda e qualquer informação constante do nome empresarial terá que ser verdadeira, por exemplo, não podemos criar uma empresa de comércio de cadeiras escolares e colocar no nome “Sampaio e Macedo produção de roupas”.
ESPÉCIES
FIRMA
Pode ser individual ou social, firma social é sinônima de razão social. A firma se caracteriza pelo seguinte: é composta pelo patronímico do empresário, isto é, seu nome civil, de forma completa ou abreviada. O nome empresarial sob a forma de firma é facultativa a indicação do ramo de atividade do empresário, por exemplo, pode colocar A. Sampaio comércio de cadeiras, como apenas A. Sampaio. A firma não somente serve como o nome do empresário, como serve também como sua assinatura.
DENOMINAÇÃO 
É composta por um elemento fantasia e a designação obrigatória do ramo de atividade do objeto social, esse elemento fantasia é qualquer coisa, desde que não ofenda a moral e os bons costumes.
FORMAS DE EXERCÍCIO DA ATIVIDADE EMPRESÁRIA
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL = como é apenas uma pessoa, pode colocar apenas o nome do empresário.
SOCIEDADE EM NOME COLETIVO = todos os sócios respondem ilimitadamente, quaisquer deles podem estar na firma.
SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES = tem os dois tipos de sócios, os sócios com responsabilidade ilimitada que são chamados de comanditados e os sócios com responsabilidade limitada que são os comanditários. Se for colocado o nome de um sócio comanditário na firma, ele irá responder ilimitadamente em obediência ao principio da veracidade. 
Obrigatoriamente devem utilizar firma. Na firma, em regra, só podem figurar os sócios com responsabilidade ilimitada.
SOCIEDADE LIMITADA = poderá usar tanto firma como denominação e terá de constar no seu nome empresarial a palavra ‘Limitada’ na forma por extenso ou abreviada (LTDA), se não constar, os sócios responderão ilimitadamente, tanto faz se é firma ou denominação.
SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES = poderá usar tanto firma como denominação, só que se assemelha a comandita simples, também tem dois tipos de sócios, uns com responsabilidade limitada e outros com responsabilidade ilimitada. Caso ela opte por utilizar firma, vai se aplicar a mesma coisa da comandita simples, que somente poderá constar no nome empresarial aquele sócio com responsabilidade ilimitada, ou seja, o comanditado e caso um comanditário conste, responderá ilimitadamente. Além disso, seja adotado firma ou denominação, terá de ser colocado no nome empresarial, deveráser colocado a expressão “em comandita por ações” ou CA.
SOCIEDADE ANÔNIMA = opera exclusivamente por denominação (art. 1160 do CC e art. 3º da lei de S.A.) O CC diz que deve identificar denominação indicativa do objeto e a lei de S.A. diz que não tem obrigação de designar o objeto. Porém, a S.A. tem que designar o objeto da sua atividade porque o CC é posterior a lei de S.A. aplica-se a partir de janeiro de 2003 a obrigatoriedade de indicação do objeto nas sociedades anônimas.
ALTERAÇÃO DO NOME EMPRESARIAL
VOLUNTÁRIA = quando os sócios resolverem, em acordo, alterar o nome empresarial
OBRIGATÓRIA:
Saída de um sócio da sociedade
Falecimento
Retirada
Expulsão
Incapacidade
Mudança na categoria de sócio = por exemplo, se o sócio que era comanditado, tinha responsabilidade ilimitada, passa a ser comanditário, passa a ter responsabilidade limitada, vai ter que retirar o nome desse sócio, pois só podem constar os nomes dos sócios com responsabilidade ilimitada.
Alienação de estabelecimento empresarial = quando toda atividade é vendida, ou seja, todos os bens que são utilizados para realização da atividade (art. 1164, p. ún.)
Transformação societária = quando tem uma S.A que transforma numa limitada, etc. Tem que alterar o nome para se adaptar às regras de cada sociedade.
Lesão ao direito de outro empresário = se o registro da sua empresa e o outro empresário alega que o nome
é idêntico, e ele tem registro anterior, terá que alterar o nome, por conta da violação ao principio da
novidade.
PROTEÇÃO DO NOME EMPRESARIAL = a proteção se inicia com o registro e tem prazo de duração indeterminado, ou seja, até quando a empresa estiver regular estará protegido o seu nome empresarial, quanto a questão da dimensão da proteção, será independentemente do ramo de atividade, entretanto, apenas no âmbito do estado em cuja junta comercial esteja registrado.
AULA 04 – 13.03.12
DIREITO EMPRESARIAL
FUNDAMENTAIS HISTÓRICOS
TEORIA DOS ATOS DE COMÉRCIO (1808)
Foi criada com a intenção de preservar o poder recém adquirido da burguesia. Surgiu no momento pós revolução francesa, num momento muito conturbado, em que a burguesia havia chegado ao poder, e adotou inúmeras medidas para se manter no poder e uma delas foi a criação da teoria dos atos de comercio que tinha dois fundamentos: direito comercial e direito civil. 
A máxima do direito romano era que o direito era um só, mas com as codificações o direito começou a se partir e especializar. Essa teoria estabeleceu premissas sempre no sentido de proteger os burgueses, pois até a Revolução Frances quem mandavam eram os nobres.
O direito comercial seria o ramo do direito privado destinado a regulamentar as relações existentes entre os burgueses, enquanto o direito civil seria aquele destinado a regulamentar as relações estabelecidas entre os nobres. Como os burgueses estavam no poder, adotaram inúmeras medidas para se manter no poder e rechearam o direito comercial de benefícios e privilégios e o direito civil de deveres e obrigações, pois estes repercutiram na esfera jurídica dos nobres.
Alguns benefícios e privilégios se perderam com o tempo, mas outros permaneceram, por exemplo, a pessoa jurídica paga proporcionalmente muito menos imposto de renda que a pessoa física. Esse privilégio vem desde o Código Napoleônico, pois antes da revolução francesa, quem possuíam as terras eram os nobres, mas depois da revolução francesa, surgiram os impostos, pois os burgueses queriam quebrar os privilégios dos nobres.
Outro exemplo, o regime de insolvência empresarial é muito mais benéfico que o regime de insolvência civil, que este, não há nenhuma forma de recuperação, já se o empresário entra em crise, há duas formas de recuperação: judicial e extrajudicial.
Antigamente, só os comerciantes inscritos na junta comercial podiam passar procuração por instrumento particular, e hoje, qualquer pessoa capaz pode passar uma procuração.
Os burgueses conceituaram atos de comércio? Não, porque tinham receio que os nobres tentassem se adequar aos conceitos e passassem a ter os benefícios que eram apenas dos burgueses.
O Código comercial Frances de 1808, apenas listou os atos considerados de comércio: comércio, indústria, bancos e seguros.
O código comercial Brasileiro de 1850 copiou o código comercial francês, e este código ainda está em vigor. É a lei ordinária mais antiga em vigor em nosso ordenamento. A parte que trata de direito comercial marítimo, por exemplo, é a mesma.
Ao listar atos de comercio, o legislador Frances daquele período, transferiu para a doutrina a tentativa de encontrar um conceito para atos de comercio, e a doutrina tentou por mais de 100 anos um conceito científico sustentável, mas não conseguiu. E quem chegou mais perto desse conceito foi Alfredo Rocco, só que a grande qualidade do conceito dele, era também o seu maior defeito, pois conseguia abarcar todas as hipóteses, mas só conseguia abarcar porque era extremamente genérico, e por isso foi extremamente criticado.
TEORIA DA EMPRESA (1942)
Conceito de atos de comércio, ninguém conseguiu encontrar um conceito que ligasse todos os atos, então a doutrina percebeu que dentro desse sistema, seria impossível encontrar um conceito. E por isso, na Itália, nasce a teoria da empresa.
A teoria da empresa de 1942 foi concebida com o objetivo de preencher as lacunas e corrigir os defeitos da teoria dos atos de comércios. O mais importante defeito da teoria dos atos de comércio é justamente a falta de conceito, e por isso logo no primeiro artigo do livro de código civil italiano, trouxe o conceito de empresário, que foi imitada pelo código civil brasileiro.
Inclusive o art. 966 do CC é uma cópia do art. 2082 do CC Italiano. Só tem duas diferenças: idioma e o verbo que inicia a frase, que no Brasil é o verbo considerar e na Itália é o verbo ser.
A teoria da empresa veio acompanhada da tese da reunificação do direito privado. O maior defensor foi o italiano Professor Cesare Vivante, em seu livro “o tratado do direito comercial”, na 5ª edição passou a ser contrário a reunificação, pois seria uma mal tanto para o direito civil quanto para o direito comercial, pois o direito privado já estava tão super especializado que a reunificação se mostrou inviável e de fato não aconteceu como era esperado.
Hoje, se pode dizer que a reunificação aconteceu apenas de maneira parcial e mesmo assim, apenas no aspecto legislativo, ou seja, hoje há apenas um único corpo de normas que é o código civil que tem regras de direito civil e de direito empresarial, por isso que a reunificação não atingiu seu objetivo.
Do ponto de vista didático, profissional e, principalmente, científico as disciplinas conservam a sua autonomia e independência.
Cesare Vivante defendeu tão fervorosamente a unificação do direito que privado, que muitos autores, inclusive brasileiro, diz ter sido ele o primeiro a propor, mas na verdade o primeiro foi um professor brasileiro e baiano, Augusto Teixeira de Freitas, ainda no projeto do CC de 1916 que foi rejeitado, mas serviu de base para o CC Argentino, Uruguaio e Italiano. E o CC de 2002 tem toda sua base no CC Italiano.
A autonomia do direito empresarial está preservada, ainda é ramo autônomo e independente do direito. A unificação não alcançou o objetivo pretendido.
EMPRESÁRIO
CONCEITO (ART. 966)
Este artigo é o mais importante do direito privado moderno, pois divide o direito em dois ramos: civil e empresarial. O direito empresarial tem seu objetivo delimitado pelo art. 966, pois diz quem vai ser empresário e conseqüentemente, quem não será, por exclusão, se sujeitará ao direito civil aquele que não atender ao conceito estabelecido no artigo.
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Esse artigo traz as três características que diferencia o empresário das demais pessoas: (1) o profissionalismo; (2) exercício de uma atividade econômica com intuito lucrativo; e, (3) organização.O PROFISSIONALISMO é o exercício de uma atividade para sua subsistência, manutenção, então ser profissional é congregar três importantes características:
HABITUALIDADE = A habitualidade é o atendimento da demanda periódica da atividade, então é sinônimo de periodicidade, agora cada atividade tem a sua periodicidade, por exemplo, se alguém pretende organizar um bloco carnavalesco, essa organização deve ser feita uma vez por ano, assim está atendida a habitualidade dessa atividade. 
PESSOALIDADE = é o outro lado da moeda da responsabilidade, isso significa que a atividade deve ser exercida em nome do empresário ou diretamente por ele ou por alguém que o faça em seu nome, então os prepostos do empresário estarão agindo em nome dele, por isso inclusive, que o empresário responde pelos atos praticados pelos seus prepostos. A responsabilidade do empresário decorre da pessoalidade.
MONOPÓLIO DE INFORMAÇÕES = essa expressão é muito ruim e foi incorporada ao conceito de empresário na década de 90, com o advento do CDC, porque quando ouve essa expressão a idéia é que o empresário tem que saber tudo e guardar para ele, mas é uma idéia equivocada, o empresário não precisa saber tudo e aquilo que está obrigado a saber não pode guardar para ele, tem que repassar aos consumidores, pois as informações que são obrigados a saber, são as relacionadas com o consumo do produto que ele oferece, por exemplo, condições de uso, eventuais defeito de fabricação, eventuais risco a vida e a saúde. Essas informações o empresário tem que fornecer aos consumidores através do manual de instruções.
E quem deve atender a esses requisitos é o empresário, e não pode se confundir com o sócio, e inclusive, o ordenamento brasileiro contempla três tipos de empresário (individual, sociedade empresária e o eireli). Eireli é a empresa individual de responsabilidade limitada, foi criada pela lei 12441/11 que entrou em vigor no dia 09 de janeiro de 2012, é uma tentativa do legislador brasileiro que o individuo sozinho exerça a atividade empresarial, incentivando o empreendedorismo individual, com responsabilidade limitada. 
A lei inseriu no art. 44 o inciso VI, que é o eireli, e por isso a doutrina majoritária entende que a personalidade jurídica do eireli é de um novo tipo de pessoa jurídica, portanto, é um novo tipo de empresário, que é a sociedade unipessoal com responsabilidade limitada. João Glicério discorda, ele entende que é um tipo de sociedade empresária, ou seja, para o Professor, continua tendo dois tipos de empresário.
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Acrescentado pela Lei 12.441-2011)
O empresário individual é uma pessoa física que exerce uma atividade empresarial com responsabilidade ilimitada, isso significa que o patrimônio profissional pode invadir o patrimônio pessoal. Logo, é uma personalidade jurídica apenas.
A sociedade empresária é pessoa jurídica que exerce uma atividade empresarial, e pode ter responsabilidade limitada e ilimitada. Se for limitada, não pode invadir o patrimônio particular dos sócios. Os sócios não se confundem com a sociedade, qualquer contratação é feita em nome da sociedade.
Já o eireli é uma pessoa jurídica com responsabilidade limitada, que tem apenas um único componente, que cria uma nova personalidade jurídica. 
Quem deve atender aos requisitos do art. 966 é o empresário individual, a sociedade empresária e o eireli. Logo, o sócio por ter personalidade jurídica própria, não se confunde com a sociedade, não é ele quem tem que atender aos requisitos do código.
ATIVIDADE ECONÔMICA COM INTUITO LUCRATIVO
Além de profissionalismo, o empresário deve exercer uma atividade econômica com intuito lucrativo, a idéia de atividade econômica está relacionada ao lucro. Uma fundação e associação se tiverem lucro tem que ser revestido na atividade, pois não podem ter fins lucrativos, mas podem ter o lucro como meio.
Na atividade empresarial o fim é o lucro, é o objetivo do empresário. O empresário, necessariamente, tem que ter intuito lucrativo, o indivíduo que não persegue o lucro não pode ser considerado empresário. O empresário pode não encontrar o lucro, mas deve persegui-lo. 
Porém, nem todos que tem intuito lucrativo são empresários, existem atividades civis que perseguem o lucro, mas não são considerados empresários, o advogado, por exemplo.
É importante frisar, que o termo empresa é utilizado de maneira equivocada. Empresa não se confunde com o sujeito nem com o objeto da atividade, não é coisa e nem pessoa. Empresa, tecnicamente, é sinônimo de atividade. Para saber se o termo foi empregado corretamente numa frase, basta substituí-lo por atividade. A empresa é o vínculo jurídico que liga o sujeito ao objeto.
A teoria da empresa do alemão Asquini defende que o perfil da empresa é:
- Subjetivo: empresário
- Objetivo: estabelecimento
- Funcional: empresa
- Corporativo: preposto
A doutrina entende que não há o perfil corporativo.
ORGANIZAÇÃO
Organização é a articulação dos quatro fatores de produção. Os fatores são Capital (próprio ou alheio), mão-de-obra (direita – carteira assinada – ou indireta), insumos (matéria-prima utilizada pelo empresário) e tecnologia (aprimoramento da técnica para atender a demanda da atividade). Existe uma discussão doutrinaria entre o italiano Vincenzo Buonocore e o professor brasileiro Evaristo Filho. 
Vincenzo defende que a mão-de-obra não deveria ser um requisito do conceito de empresário, pois mesmo aquele que não contrata mão-de-obra alheia pode ser empresário (o requisito é contratar mão-de-obra e não empregado. Por exemplo, lavanderia automática, em que não é necessária a contratação de ninguém, uma só pessoa pode administrar o local.
Já para Evaristo contratar mão-de-obra alheia é essencial para o conceito de empresário. Para ele, quem não contrata mão-de-obra realiza uma atividade civil, esse é o pensamento dominante da doutrina brasileira.
AULA 05 – 20.03.12
ATIVIDADES CIVIS 
Essencialmente temos quatro hipóteses de atividade civil, a primeira é uma consequência lógica do próprio conceito, quem não atender aos requisitos do artigo 966 do CC não pode ser considerado empresário. Então, a primeira hipótese é excludente, logo só pode ser considerado empresário aquele que atender a todos os requisitos do artigo 966 do CC, faltou qualquer desses requisitos o sujeito esta excluído do conceito de empresário.
A segunda hipótese de atividade civil esta no parágrafo único do art. 966 do CC, este diz: este parágrafo trata do profissional intelectual. Quem é esse profissional de natureza cientifica, literária ou artística? É aquele profissional que exerce atividade liberal, por exemplo, médico, contador, advogado, pintores, escritores, enfim, os profissionais liberais em geral se encaixam no paragrafo único do art. 966. Mesmo que o profissional liberal contrate colaboradores ou auxiliares não será ele considerado empresário, não desnatura o exercício da atividade civil, ele continua exercendo atividade civil, salvo se o exercício da atividade constituir elemento de empresa, se o empresário se tornar elemento de uma organização empresarial, a entidade a qual ele pertence é uma entidade que exerce atividade empresarial mesmo sendo um tipo de profissão intelectual, por exemplo, o médico no consultório exerce atividade de natureza civil, o médico no hospital é um mero elemento de empresa, então a atividade que o médico exerce no hospital é uma atividade empresarial, o médico no hospital é elemento de empresa, então o hospital exerce atividade empresarial. Se o profissional intelectual preservar a sua autonomia ele exerce uma atividade de natureza civil, se o profissional intelectual se tornar um mero elemento de empresa, a organização a qual ele pertence será uma organização empresarial. 
E quando é que o profissional vai se tornar elemento de empresa? Quando ele deixar de ser a referência para sua clientela. O médico em um consultório exerce uma atividade civil, porqueas pessoas não vão ao consultório pelo consultório, vão em busca do profissional, do individuo, para serem atendidos por aquele profissional, diferente do hospital em que o médico se tornou um mero elemento de empresa, o médico no hospital não é referência para clientela, as pessoas vão em busca da instituição, a referência é a instituição, as pessoas vão pela instituição não pelo profissional. Quando se trata de clinica tem que verificar o caso: se a referência é o médico ou a instituição, para tanto observa - se a referência é o profissional , conseqüentemente a atividade que o profissional exerce é civil, por exemplo, se o médico sai da clinica e a clientela o acompanha. Porém, se a referência é a clinica, por exemplo, o médico sai da clinica, mas a clientela não acompanha, conseqüentemente tem-se aí uma atividade empresarial. 
Enfim se o profissional é referência exerce atividade civil, se não é referência, ou seja, a referência é a instituição atividade empresarial. Tem que ver se essa preferência prepondera. O art. 16 do estatuto da OAB diz que: em síntese o estatuto impede que a advocacia se organize de maneira empresarial. A razão de ser desse estatuto é evitar a mercantilização da advocacia, por exemplo, publicidade em excesso, venda casada, essa era a essência do estatuto da OAB coibir esse tipo de prática. É possível o enquadramento da advocacia com os parâmetros estabelecidos pelo art. 966 do CC.
A terceira hipótese de atividade civil é daqueles que exercem uma atividade rural. A partir da atividade rural, o conceito de empresário deixa de ser material e passa a ser formal, isto é, um único elemento é que define a natureza jurídica daquele que exerce atividade rural, qual seja, onde ele irá registrar, se na junta comercial ou no cartório civil. Então para aqueles que exercem atividade rural é o lugar do registro o fator determinante para sua estruturação como atividade empresarial, é o lugar do registro que definirá a natureza jurídica daqueles que exercem uma atividade rural, se aqueles que exercem um atividade rural decidir pela realização do registro na junta comercial será ele considerado empresário. Agora de outro lado, se ele decidir realizar o registro no cartório civil a atividade dele será atividade civil. É importante ter cuidado, porque aquele que exerce atividade rural tem a faculdade de onde fazer o registro e é essa escolha que determinará a sua natureza jurídica. O que define a natureza jurídica daquele que exerce atividade rural é o local de registros, é o lugar do registro o elemento definidor da natureza jurídica de quem exerce atividade rural, o registro é obrigatório, a faculdade esta em escolher onde fazer o registro, que será ou na junta comercial ou no cartório civil, e essa escolha é que definirá a natureza jurídica de quem exerce atividade rural. O registro para quem exerce atividade rural é constitutivo, enquanto que para os demais será declaratório.
Obs.: Conceito material é quando você tem vários requisitos a analisar. Formal é quando um único critério define o objeto.
A quarta hipótese dentre aqueles que exercem atividade civil é a cooperativa, que esta parágrafo único no art. 982 do CC, este artigo estabelece que as cooperativas sempre serão consideradas sociedades simples e, o mesmo dispositivo estabelece que as sociedades por ações serão sempre consideradas sociedades empresárias, as sociedades por ações são sociedades dividas em ações, temos duas em nosso ordenamento: a sociedade anônima e a sociedade em comandita por ações, são sociedades divididas em ações e serão sempre sociedades empresárias. Não tem exceção. A cooperativa tem que fazer seu registro na junta comercial, mesmo sendo a cooperativa uma sociedade simples, portanto sujeitando-se ao regime de direito civil, mesmo assim, deve realizar seu registro na junta comercial. Será a cooperativa sempre uma sociedade simples por definição legal, serão sempre sociedades sujeitas ao regime de direito civil. E as sociedades por ações serão sempre empresária sujeitando-se ao regime de direito empresarial. Sociedade anônimas é sempre empresária. Aqui não importa o enquadramento no artigo 966 do CC, o que importa é a definição legal.
VEDAÇÕES 
Vedações ao exercício da atividade empresarial. Temos duas: as vedações se dividem em incapacidade e proibições. A incapacidade existe para proteger o individuo da coletividade, o ordenamento entende que o individuo não tem o necessário discernimento para as praticas dos atos da vida civil e empresarial, por isso é que existe a incapacidade, para proteger o individuo. Em ótica contrária, a proibição existe para proteger a coletividade daquele individuo potencialmente nocivo ou que já se mostrou nocivo a coletividade. 
Temos dois tipos de incapacidade: os absolutamente incapazes que não tem nenhum discernimento e temos os relativamente incapazes que tem o discernimento reduzido. Os absolutamente incapazes são protegidos pelo instituo da representação, aqui o próprio representante que pratica o ato em nome do incapaz. Enquanto os relativamente incapazes são protegidos pelo instituto da assistência, aqui o incapaz pratica o ato e o assistente apenas confirma. O emancipado é plenamente capaz. Quais são as cinco formas de emancipação? (ver no livro de civil). O incapaz pode ser sócio de uma sociedade desde o começo dela, mas para isso alguns requisitos devem ser observados, são os requisitos do art. 974, §3º do CC, este artigo diz: se o incapaz figurar como sócio da sociedade alguns requisitos devem ser observador:
O capital social tem que ser integralizado à vista (aquele capital que permite que a sociedade caminhe com as próprias pernas);
O incapaz não pode ser administrador da sociedade;
O incapaz tem que estar representado se for absolutamente incapaz e assistido se for relativamente incapaz.
Quanto à sociedade já resolvemos e quanto ao empresário individual, o incapaz pode ser empresário individual? O incapaz NUNCA pode iniciar uma atividade como empresário individual. Ele só pode no máximo continuar uma atividade como empresário individual, iniciar NUNCA, mas continuar ele PODE. Ou uma atividade herdada ou uma atividade iniciada por ele quando ele era capaz, agora ele só pode continuar mediante autorização judicial constante de alvará, este alvará deve conter a relação dos bens pessoal do incapaz ao tempo da sucessão. Os bens pessoais do incapaz estarão protegidos do eventual insucesso da atividade, então se tudo der errado o credor não vai poder invadir o patrimônio particular do incapaz, os bens do incapaz ao tempo da sucessão estarão protegidos se constar do alvará, agora se o bem que consta no alvará for empregado na atividade empresarial ele perde essa proteção. 
Obs.: lei que criou a FUNAI – 6.001/1973 – 
A proibição existe para aqueles que já se mostraram nocivos ou potencialmente nocivos para o exercício da atividade, por isso que eles vão ser proibidos de exercer a atividade empresarial. 
O primeiro proibido de exercer a atividade empresarial é o falido até a reabilitação, o falido é reabilitado quando houver a extinção de todas as suas obrigações civis e penais. Ele não falou apenas em pagamento, mas sim extinção. 
O segundo proibido de exercer a atividade empresarial é aquele condenado por crime incompatível com o exercício da atividade empresarial, por exemplo, crimes contra a ordem econômica, contra sistema financeiro nacional, crimes contra a previdência, contra as relações de consumo, são exemplos de crimes incompatíveis com o exercício da atividade profissional. 
O terceiro proibido de exercer atividade empresarial é o leiloeiro, porque o leiloeiro é um agente auxiliar do empresário, então se o leiloeiro também for empresário ele pode utilizar de informações privilegiadas decorrentes da condição de leiloeiro para se beneficiar.
O quarto proibido é o funcionário público, só que existem vários níveis da proibição do funcionário público, depende da função que ele ocupa, por exemplo, procurador do estado pode exercer atividadeempresarial plenamente, pode ser empresário individual, pode ser administrador de uma sociedade, já o juiz não, o juiz pode ser sócio de uma sociedade, mas não pode ser empresário individual e não pode ser administrador de uma sociedade e o auditor fiscal da receita antigamente não podia ser nada, nem mesmo sócio. – PERGUNTAR AO PROF.
(- apenas para saber: pode o procurador do estado participar de licitação desde que não seja no estado no estado ao qual é vinculado)
O quinto proibido de exercer atividade empresarial é o estrangeiro, em alguns ramos de atividade tem algumas limitações, uma proibição, é que a própria CF proíbe o estrangeiro de deter mais do que 30% (art. 222 da CF) de participação societária de empresas jornalísticas e de rádio de fusão, além também de não poder coordenar a programação. Brasileiro naturalizado pode. Também existe restrições a participação de estrangeiros em empresas de aviação civil. Brasileiro nato pode
O sexto e ultimo proibido de exercer atividade empresarial é o devedor do INSS (Instituo Nacional do Seguro Social). 
Então esses são os proibidos, obvio que se um proibido exercer irregularmente a atividade empresarial não pode alegar que era proibido para não cumprir sua obrigação.
PREPOSTOS 
É toda mão de obra do empresário, seja mão de obra direta ou mão de obra indireta, os atos praticados pelos prepostos vinculam o empresário preponente, desde que atendam a dois requisitos: objeto e lugar. O ato tem que ser praticado no lugar em que a atividade é exercida e tem que está relacionado com o objeto da atividade. Por exemplo, você entra em uma loja de móveis e chegando nesta loja, o vendedor lhe oferece uma cadeira que não estava a venda, e chegando em casa você ao usá-la cai da cadeira, pergunta-se: você pode demandar o empresário para ressarcir os prejuízos causados? Com certeza, porque o ato foi praticado no lugar em que a atividade é exercida e esta relacionado com o seu objeto, venda de bens móveis, e a cadeira foi comprada dentro da loja. Então o ato praticado pelo preposto vincula o preponente, o empresário responde pelos danos causados pela venda da cadeira quebrada. Agora, o empresário depois terá o direito de regresso contra o preposto, mas perante terceiros o empresário tem responsabilidade. Agora se você vai na mesma loja e o vendedor de oferece um par de tênis assim, só que esse tênis é defeituoso e você acaba sofrendo um acidente, pergunta-se: o empresário responde pelo seu preposto? O tênis foi vendido dentro da sua loja, atendeu, portanto ao requisito do lugar da atividade, porém não tem nada haver com o objeto de sua atividade, a loja de móveis não vende tênis, nesse caso o empresário não responde. outrossim, se o empresário oferece o serviço de entrega em domicilio, venda por telefone, venda por internet, o ato praticado pelo preposto neste espaço vincula o preponente. Se for uma relação de consumo o CDC diz que oferta irrisória não vincula o empresário preponente
AULA 06 – 27.03.12
(CONTINUAÇÃO) Prepostos do empresário = o CC coloca dois prepostos em destaque: gerente e o contador. 
O gerente é o preposto que tem funções de chefia, função de comandar a operação da atividade empresarial, mas o empresário pode limitar os poderes do gerente, para que essa limitação produza efeitos perante terceiros tem ela que ser feita por escrito e arquivada na junta comercial, para dá publicidade, caso contrário só surtirá efeitos entre o empresário e o gerente. Qualquer pessoa capaz pode ser gerente não se exigindo nenhuma habilitação específica, apesar de existir um pleito dos conselhos de administração para que seja bacharel em administração e tenha registro no conselho de administração, mas esse pleito não vai a lugar nenhum, pois o gerente é preposto facultativo, o empresário tem gerente se quiser, se exige qualquer habilitação, o empresário simplesmente não contrata gerente, ou então da outro nome.
O contador é o preposto do empresário responsável por sua escrituração e o contador tem que ter habilitação especifica em contabilidade e registro no conselho competente. E é preposto obrigatório, por isso pode se exigir formação especifica em contabilidade e registro no órgão competente. O contador é preposto obrigatório, salvo nas localidades onde não existir contador, nesses casos, o empresário está autorizado a fazer a sua própria contabilidade.
REGISTRO DE EMPRESA = a primeira obrigação do empresário é registrar-se na junta comercial.
Histórico 
A primeira notícia histórica de registro de empresas é das corporações de oficio medievais. As corporações de oficio medievais foram as primeiras a registrar os artesãos.
No Brasil a primeira notícia acerca do registro é de 1808 com o alvará real de 23 de agosto, esse alvará não tem número, pois na época não existia mais de uma lei por dia, as normas eram identificadas pela data. E é o mesmo alvará que criou o Banco do Brasil e o Tribunal da Real Junta do Comercio Agricultura Fábrica e Navegação, e este tinha dois grandes defeitos: (a) só existia na capital e (b) funções incompatíveis, a função judicante atrelada à função executiva de realizar o registro. Essa esse tribunal que ia julgar o registro feito por ele mesmo, então poderia se beneficiar.
Em 1805 um dos defeitos foi corrigido, o Tribunal passou a se chamar apenas Tribunal de Comércio e foram criados os Tribunais de Relação. Os tribunais de comércio ficavam nas capitais e os Tribunais de Relação ficaram localizados no interior.
Em 1875 que o segundo problema foi resolvido, foram criadas as juntas comerciais e as inspetorias regionais, as juntas ficavam nas capitais juntos com os Tribunais de Comércio e as inspetorias ficavam no interior com os Tribunais de Relação. Logo, o Tribunal de Comércio e Tribunais de relação continuou com a função judicante e as juntas e inspetorias com a função executiva.
Em 1889, com a proclamação da República, as juntas e inspetorias passaram a competência dos estados, o que foi muito ruim, porque tem um grande problema, cada estado fazia registro como bem entendia, se o comerciante quisesse fazer registro em um estado e depois em outro, não haveria barreiras.
Com a CF de 1946 a União permaneceu apenas com a função legislativa do registro, enquanto os estados ficaram a função executiva do registro, e é esse o sistema atual. Ou seja, a União diz como deve ser feito o registro e o estado faz. Esse sistema atual, hoje está consolidado na Lei de Registros (8934/94), essa lei foi que criou o SINREM.
SINREM 
Sistema Nacional de Registro de Empresa. Esse sistema é dividido em duas esferas: (a) no âmbito federal o órgão é o DNRC (Departamento Nacional de Registro de Comércio) é vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, que hoje é chefiado por Fernando Pimentel e no (b) âmbito estadual o órgão responsável é a junta comercial.
O DNRC tem diversas funções, a primeira é a legislativa, cabe ditar as regras de funcionamento do registro de empresas do Brasil e é exercida através das instruções normativas. A segunda função é a fiscalizadora, pois já que cria as leis, ele mesmo que fiscaliza se estão corretas. A terceira função é a correcional, não pode ser confundida com função correicional, correção é refazer do modo adequado, já correição é o processo de punição de quem cometeu erro. O DNRC não pune funcionário, apenas corrige o registro, é o governo estadual que pune o funcionário que cometeu erro. A quarta função é a de manutenção do cadastro nacional de empresas, quem faz o registro é a junta, pega as principais informações e manda para o DNRC.
A junta comercial é um órgão estadual que tem como principal função executiva, a junta vai realizar o registro conforme as orientações do DNRC. A junta quando vai analisar o registro, faz um exame formal, e não material, não interfere no conteúdo. O único aspecto material que a junta pode examinar é a flagrante ilicitude do objeto, que se o objeto for flagrantemente ilícito a junta pode apontar o ilícito de objeto. A segunda função dajunta é de assentamento dos usos e práticas mercantis, o direito empresarial é o ramo do direito que tem maior vinculação a realidade, os costumes da região influenciam sobre maneira as regras empresariais, por isso são incorporados formalmente, o que não acontece em nenhum outro ramo do direito, e pode servir de base para a decisão judicial. A terceira função da junta é de servir de órgão profissional para os auxiliares do empresário, tradutores públicos, intérpretes comerciais e leiloeiros e são matriculados na junta comercial. E a quarta e última função, é a expedição de carteiras profissionais destes auxiliares
AULA 07 – 03.04.12 (Digitação Carine)
ATOS DO REGISTRO 
O registro é o gênero que comporta três espécies: (1) matrícula; (2) arquivamento; e, (3) autenticação, são os três atos do registro de empresa.
MATRICULA 
Já foi o ato de registro do empresário, não é mais, atualmente é o ato de registro dos auxiliares do empresários, quem são estes? Tradutores públicos, leiloeiros e interpretes comerciais. Tínhamos outros dois auxiliares que não existem mais, os administradores de armazém gerais e o trapicheiro. O trapicheiro é o administrador do trapiche, é um armazém de pequeno e médio porte. Porém, com a invenção do contender isso acabou, porque simplesmente a mercadoria é transportada da mesma forma que é armazenada. 
ARQUIVAMENTO 
É o ato de registro do empresário individual, e de constituição a alteração e dissolução das sociedades empresárias. O prazo para arquivamento é de 30 dias a contar da pratica do ato que você vai arquivar na junta comercial. O arquivamento feito dentro do prazo retroage convalidando todos os atos anteriormente praticados, o arquivamento dentro do prazo produz efeitos ex tunc, agora o arquivamento fora do prazo não retroage, nem convalida os atos anteriormente praticados, somente produz efeito dali em diante, efeitos ex nunc. 
AUTENTICAÇÃO 
É um ato que tem dupla função, tem a função de veracidade e a função de regularidade. A função de veracidade, por exemplo, quando você leva a copia do documento e original para o cartório, o cartório autentica a cópia, e ao autenticar a copia esta aferindo fé pública ao documento. Na junta é a mesma coisa, vai atribuir fé pública ao contrato social. (áudio 48- só p. observar). E a função de regularidade, pois alguns documentos empresariais só são considerados regulares se autenticados, a autenticação é requisito de regularidade de alguns documentos empresariais. Os livros empresariais só são considerados regulares se autenticados.
EXAME DAS FORMALIDADES
Quando a junta vai examinar um pedido de registro, ela só faz o exame formal desse pedido, a junta não faz o exame material. O exame que a junta faz é um exame exclusamente formal, vai verificar se eles juntaram os documentos necessários, se as clausulas contratuais estão presentes. Agora se o objeto for flagrantemente ilícito a junta pode indeferir o pedido, e aí tem-se a análise material. Quando a junta tiver fazendo o exame das formalidades pode encontrar dois tipos de vícios: um vicio insanável, atinge a validade do ato, exato.: contrato social assinado por absolutamente incapaz sem representação, nesse caso o vicio é insanável, só cabe a junta uma única medida: indeferir o pedido, porque o vicio atingiu a validade do ato. Já o vicio sanável, atinge a registrabilidade do ato, atinge a eficácia do ato, então o vicio sanável, ex.: a ausência de um documento, de uma certidão. Bem como o vicio só atinge a eficácia do ato, a junta vai converter o pedido em diligência para que o interessado possa atender a exigência em até 30 dias. 
Esse é um vicio sanável, que pode ser corrigido, que atinge a eficácia a registrabilidade do ato.
PROCESSO DECISÓRIO 
Como a junta vai se comportar diante desse seu requerimento de registro? O primeiro ponto é: o ato que pretende ser registrado quanto a sua categoria, ele pode ser de maior complexidade ou de menor complexidade. Os atos de maior complexidade são decididos por um órgão colegiado, enquanto os atos de menor complexidade são decididos de maneira singular. Temos dois colegiados na junta comercial: temos o plenário e temos as turmas,o plenário é formado por todos os vogais (integrante da junta comercial = vogal) e as turmas é formada por alguns vogais. As turmas decidem sobre os atos de maior complexidade, são eles: decidem sobre os atos de arquivamento relacionados com a sociedade anônima S/A; sobre os atos de arquivamento relacionados aos grupos de sociedades e consórcios de empresas; e sobre os atos de arquivamento relacionados as operações societárias.
E singularmente quem decide é o presidente da junta, mas ele delega essa função ou para um vogal ou para um funcionário da junta. Quais são os atos de menor complexidade? Os demais arquivamentos, as matrículas e a autenticação. 
Os plenários tratam exclusamente dos recursos, tanto os recursos das decisões das turmas, quanto das decisões singulares. As decisões colegiadas devem ser proferidas em até 5 dias úteis. E as decisões singular devem ser proferidas até 2 dias úteis. A conseqüência da não decisão no prazo, é o registro tácito, é o registro por decurso do tempo, considera-se o recurso deferido tacitamente.
PROCESSO REVISIONAL
Se você esta insatisfeito com a decisão proferida pela junta, você pode ir tanto a via administrativa, como a via judicial, para reverter a decisão proferida pela junta. O processo administrativo de reversão da decisão proferida pela junta, é chamado de processo revisional. A primeira medida do processo revisional é o pedido de reconsideração destinado ao mesmo órgão julgador. O prazo de todos os atos do processo revisional é de 10 dias úteis. Então tem 10 dias úteis para entrar com o pedido de reconsideração. Se a decisão for mantida você pode interpor um recurso ao plenário da junta comercial, então se mantido o indeferimento do pedido de reconsideração pode interpor recurso ao plenário, se este mantiver o indeferimento, a última medida possível é o recurso ao ministro de estado do desenvolvimento indústria e comercio exterior, na verdade esse recurso vai para o DNRC, que vai examinar e deferir ou indeferir, se mantido o indeferimento não tem mais nada a faz na esfera administrativa, mas apenas na esfera judicial.
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
CONCEITO
Estabelecimento empresarial não se confunde com o lugar onde a atividade exercida, o lugar onde a atividade é exercida é chamada de ponto empresarial. O estabelecimento empresarial é o conjunto de bens (materiais e imateriais), créditos e direitos, do empresário que são utilizados no exercício da atividade econômica organizada. É isso que compõe o estabelecimento comercial. 
O estabelecimento patrimonial não é patrimônio empresarial, porque patrimônio empresarial é tudo que o empresário possui, a diferença desse patrimônio empresarial para o estabelecimento empresarial, é que o estabelecimento é parcela do patrimônio empresarial utilizada no exercício da atividade. (01:34 – exemplo no áudio).
O estabelecimento pode ser objeto de valoração econômica, posso valorar economicamente o estabelecimento, para essa valoração, além de somar o valor dos bens que o compõe, tem que agregar ao valor do estabelecimento o aviamento, o aviamento é o valor agregado ao estabelecimento em razão de sua organização, quanto mais organizado é o estabelecimento maior será o valor do aviamento, e conseqüentemente maior será o valor do estabelecimento. O aviamento é valor agregado ao estabelecimento em razão da organização. (ex.: a partir de 01:43 do áudio). 
TRESPASSE
Se eu posso atribuir um valor econômico ao estabelecimento, o mesmo pode ser objeto de alienação. O trespasse é a alienação do estabelecimento empresarial, mas veja só, estou alienando o bem mais importante do empresário e com certeza alienando a principal garantia dos credores. Os requisitos para o trespasse são:
O contrato de alienação, o contrato de trespasse tem que ser escrito para que possa ser arquivado na junta comercial;
Publicaçãoda alienação na imprensa oficial;
Anuência ou concordância de todos os credores; obs.: se o patrimônio restante for suficiente para saldar todas as dividas do empresário, ele não precisará da anuência dos credores, o patrimônio restante (aquilo que sobra depois que aliena o estabelecimento) deve ser solvente (suficiente para saldar as suas dividas). 
Na alienação de bem coletivo, o acessório acompanha o principal, sendo assim, as dividas vinculadas ao estabelecimento e devidamente contabilizadas são transferidas ao adquirente, mas, o alienante continuará solidariamente responsável por elas. O alienante continuara solidariamente responsável por ele no período de 1 ano a contar da alienação para as dividas vencidas, e 1 ano a contar do vencimento para as dividas vincendas. 
Existem duas exceções a essa regras: a primeira é das dividas trabalhistas e a segunda exceção é das dividas tributárias. As dividas trabalhistas seguem o entendimento extraído dos art. 10 e 448 do CLT, enquanto as dividas tributárias seguem o entendimento extraído do art. 133 do CTN. O entendimento extraído pelo TST e TRT em geral, menos o de Capinas, entendem que as dividas trabalhistas também se transfere ao adquirente, só que o alienante será subsidiariamente responsável por elas, por sua vez, o TRT de Capinas entende que tais dividas seria de responsabilidade exclusiva do adquirente, que o alienante é irresponsável por essas dividas. Para o professor o entendimento do TST e do TRT é absurdo, e principalmente o de Campinas. (02:06 do áudio – o que o prof. Acha). 
Por sua vez, as dividas tributárias segurem o entendimento extraído do art. 133 do CTN, em relação aos débitos tributários, se o alienante continuar a exercer qualquer outra atividade econômica, ou parar e voltar antes de seis meses, a responsabilidade tributária continuará com ele e subsidiariamente do adquirente. Se o alienante encerrar definitivamente o exercício de qualquer atividade econômica ou parar e voltar depois de seis meses a responsabilidade tributária será integralmente do adquirente.
AULA – 31.03.12 (aula de reposição – Digitação Carine)
LOCAÇÃO EMPRESARIAL
PONTO EMPRESARIAL – ESTABELECIMENTO DIFERENTE DE LUGAR
A locação empresarial é tratada pela lei 8245\1991. Ela prevê dois tipos de locação: residencial e a não residencial, que é usada para o exercício de uma atividade econômica (empresariais e não empresariais). A que nos interessa aqui é a locação não residencial empresarial. Ela é marcada por duas características – tem como locatário empresário e nela o imóvel é utilizado no exercício da atividade.
Em que a locação empresarial difere da locação residência? É que na locação residencial não há uma vinculação do morador ao imóvel, já na empresarial há. Se o empresário trocar de endereço é grave, a clientela vincula a atividade econômica àquele endereço. Isso é muito importante, é o caso do shopping Salvador, que se instalou naquele endereço para se apropriar dos clientes do 3º piso do Shopping Iguatemi.
É por isso que o ordenamento, ou seja, a lei de locação prevê um instituo específico para proteger a locação empresarial, que é o direito de inerência ao ponto.
DIREITO DE INERÊNCIA AO PONTO 
É uma proteção dada a uma locação não residencial. É o direito que tem o locatário de renovar o contrato de locação mesmo que o locador não queira. Agora, tem requisitos e exceções. 
Os requisitos são para a renovação compulsória do contrato de locação:
→ Requisitos ao direito de inerência ao ponto = o contrato de locação tem que ser escrito e tem que ter prazo determinado. Se o contrato for oral ou em prazo indeterminado, não há que falar em direito.
→ Ter o locatário pelo menos cinco anos (de contrato) sem interrupção do contrato ou contratos, inclusive com diferentes titulares desde que entre eles tenha se mantido o vínculo jurídico inter vivos (o comprador pode usar o tempo de contrato do vendedor do estabelecimento) e mortis causa (o filho pode aproveitar o tempo do pai, já que ele herdou o ponto do pai). 
A jurisprudência tem demonstrado que apenas uma interrupção de até 120 dias não desnatura o contrato.
Os donos do estabelecimento agiam de má fé (faziam isso recorrentemente, na tentativa de burlar, fraudar o direito de inerência ao ponto, por isso a jurisprudência firmou entendimento de que uma interrupção de até 120 dias na qual a continuidade da atividade não fosse afetada, não impediria que o direito fosse aplicado.
→ Ter o locatário pelo menos três anos de efetivo exercício na mesma atividade quando da propositura da ação renovatória. Qual o prazo de propositura da ação renovatória? É o primeiro semestre, faltando um ano para terminar o contrato. Esse prazo é decadencial, isto é, é um prazo que não se suspende e não se prorroga. Por quanto tempo vai renovar o contrato? Pelo mesmo período em que ele foi estabelecido. Posso propor uma renovatória? Quantas eu quiser... 
O proprietário vai perder o estabelecimento? Não, pois ele recebe o aluguel, e, além disso, são cinco casos em que o proprietário pode reaver seu imóvel (lei de locações, cinco exceções estão nos artigos 52 e 72)
São cinco as hipóteses de exceções de retomadas, propostas nas ações renovatórias. O locatário pode usar cinco defesas para reaver seu imóvel. Elas são:
→ Uso próprio = expressão máxima de propriedade (eu quero usar, desde que ele use, ele pode tomar, não importa para que ele use, só não pode usar para a mesma atividade, o proprietário fica impedido por 5 anos de usar o imóvel para a mesma atividade para evitar a concorrência desleal, exceto se ele já exercia aquela atividade naquele imóvel imediatamente antes da locação quem vinculou a clientela foi esse locatário).
→ A reforma substancial do prédio locado = imposta pelo poder público ou para a ampliação do imóvel. Nesse caso, o proprietário tem que iniciar a obra até três meses após o encerramento do contrato.
→ A proposta de renovação insuficiente em relação ao valor de mercado. 
→ A proposta melhor de terceiro = Neste caso, estou tendo um ganho financeiro e por isso tenho que indenizar o locatário. O proprietário e o terceiro proponente responderão solidariamente pela indenização pela perda do ponto.
→ A transferência de estabelecimento existente há mais de um ano = Essa transferência deve ser feita de cônjuge para o ascendente ou descendente do proprietário do imóvel. Não vou renovar, pois vou transferir para cá a loja de sapato de meu pai que já existe há mais de um ano. Atenção: essa regra não se aplica à descendentes colaterais.
II UNIDADE
AULA 09 – 17.04.12
DIREITO CAMBIÁRIO
TÍTULO DE CRÉDITO
CONCEITO = ramo do direito empresarial que estuda o título de crédito enquanto instrumento de circulação da riqueza produzida pelo empresário. A razão de ser e o fundamento de existência do titulo de crédito e que surgiu para dá maior segurança jurídica.
Surgiu na idade média, com as invasões bárbaras as pessoas começaram a se aglutinar nos feudos e isso enfraqueceu os estados nacionais. Só que essa vinculação com o feudo não durou muito tempo, algumas pessoas começaram a fugir dos feudos, levando a produção excedente para trocar com o outro, os entrepostos comerciais, que eram chamados de burgos e os habitantes eram chamados de burgueses.
Os habitantes dos burgos começaram a reavivar as relações comerciais perdidas na idade média. Os burgos cresceram e formaram a criar cidades e por isso os feudos se enfraqueceram. As cidades passaram a ser núcleos autônomos, não só de relações comerciais, como também de convivência e de poder. As cidades começaram a ter moedas próprias, representantes próprios, ou seja, uma vinculação praticamente autônoma, diversa dos estados nacionais.
Mas o individuo que queria estabelecer uma relação comercial entre cidades, se transitasse com riquezas, seria objeto de sacas, de assalto e nesse período surge a lenda de Robin Hood, pelo sentimento egoísta da distribuição, pois distribuía parta da riqueza com o objetivo de garanti e assegurar o apoio da população que viva nasflorestas, então ele não era entregado, o protegia. 
Então, para transitar entre cidades, sem ser objeto de assalto, nasce o título de crédito para resolver esse problema.
Letra de cambio é o titulo que serve de base para todo direito cambiário moderno, então será estudada substancialmente, que surgiu na idade média. Justamente na intermediação entre as cidades. A tradução correta seria carta de cambio, mas essa expressão já se popularizou.
Essa função também pode ser vista hoje me dia, por exemplo, João teve um cliente que tinha uma fazenda e vendeu alguns bois para um frigorifico na Tancredo neves, recebeu o pagamento em dinheiro e não quis depositar na Caixa e nem no Banco do Brasil, pois queria transferir na conta do Itaú, pegou o dinheiro, saiu com o carro, foi até o Banco Itaú em frente ao Hiperposto, ao parar na frente, um motoqueiro pediu o dinheiro do envelope, perdeu 68 mil reais, para economizar R$ 8,50, que é a função da transferência eletrônica, ou então um cheque, que se paga uma tarifa a depender do valor.
Ou seja, o titulo tem a função de promover segurança para a transferência de riqueza. Garante que a proteção da riqueza.
Até março de 2010 João Glicério falava que os títulos de crédito estavam acabando, porém, hoje se arrepende de ter feitos tais afirmações, pois os títulos de credito tiveram uma drástica redução na sua utilização, especialmente com a informatização dos sistema dos bancos, na verdade, duas categorias: uma foi extinta e a outra chegou a beira da extinção. O estivador, por exemplo, deixou de existir com a criação do container, o porto de santos tinhas 60 mil estivadores, hoje, não tem nenhum estivador, porque quando o container foi criado, as mercadorias passaram a ser transportadas da mesma forma que são armazenadas.
A categoria dos bancários chegou muito próximo à extinção, por exemplo, uma agência com numero mínimo possível de clientes, tinha cerca de quarenta e cinco funcionários na década de 80, hoje essa mesma agencia tem quatro funcionários, menos de 10% para a quantidade anterior. Antigamente, greve de banco era sinônimo de caos, hoje em dia, as pessoas demoram certo tempo para perceber a greve, pois a maioria das atividades bancárias decorre independentemente dos funcionários.
Mas em março de 2010, João percebeu que ainda existem alguns setores que ainda utilizam os títulos de crédito, deixaram de ser substancialmente utilizados, mas ainda têm a sua importância, sua utilização.
Diante disso, o conceito de título de crédito, mais técnico que facilita a compreensão, mas existe também o conceito mais festejado pela doutrina e adotado pelo CC.
O conceito técnico é que título é um documento que representa algo, por exemplo, título de eleitor, é um documento que representa o cidadão como eleitor, que pode votar. Título é um documento que representa uma relação jurídica. Crédito vem do latim credere e significa “crer”, acreditar, confiar, na acepção econômica, crédito é a troca de um bem presente por um bem futuro. 
Então, tecnicamente, título de crédito é um documento representativo de uma obrigação pecuniária futura, pautada na confiança. Obrigação pecuniária futura, pois o que recebe é o título, que posteriormente será trocado por dinheiro.
Existe o conceito mais festejado pela doutrina que foi concebido pelo professor Cerase Vivante e inclusive é o conceito adotado pelo CC, está no art. 887. Esse conceito é festejado porque já contempla no seu conteúdo os três princípios gerais do direito cambiário, as três características dos títulos de crédito: necessário, exercício do direito literal e autônomo.
Quando fala em documento necessário está se referindo ao princípio da cartularidade, quando fala em literal, se refere ao princípio da literalidade e autônomo é o princípio da autonomia.
AULA 10 – 24.04.12
PRINCÍPIOS = são também as características do título cambiário. É na verdade, o conceito previsto no art. 887 do CC. O conceito é o mais festejado porque contempla os três princípios gerais do título de crédito: princípio da carturalidade; princípio da literalidade; e princípio da autonomia, sendo esta última dividida em abstração e inoponibilidade.
Princípio da carturalidade: a carturalidade é a exigência de posse do original do título de crédito para o exercício dos direitos que dele emanam. Ou seja, somente o original que permite que o sujeito exerça, exija os seus direitos, por exemplo, nenhum banco pode aceitar o pagamento por cópia de cheque, é imprescindível o original. Inclusive, numa ação de execução, deve juntar aos autos o original do título.
Porém, há exceções a esse princípio da carturalidade:
→ Perda ou extravio = pois não é justo que a perda ou extravio implique na perda da obrigação, do direito, por isso que a cópia ou cópia autenticada pode substituir o título no caso de perda ou extravio.
Cópia simples ≠ Cópia autenticada → a diferença é que na cópia autenticada existe um maior afastamento da possibilidade de questionamento da veracidade de uma cópia. A autenticação é uma declaração fornecida por um agente público, de que a cópia confere com a original, quando é conferida por agente público, aquele documento passa a ter fé pública. A cópia simples também serve a sua função, mas pode dar margem a um eventual questionamento de que essa cópia simples é inverídica. 
O advogado tem a prerrogativa de autenticação das cópias dos documentos que serão levados ao processo, mesmo sem ter o documento original. Mas, isso não é aconselhável, pois se o cliente cometer uma fraude pode ser que o advogado também venha a ser responsabilizado. Mas, para uma ação extrajudicial não é possível.
Nessa hipótese de perda ou extravio, alguns juízes admitem que o sujeito junte ao processo, logo no início, a cópia autenticada, independentemente de perda ou extravio, justamente para evitar a perda ou extravio, sendo isso um reconhecimento da má gestão do poder judiciário brasileiro, mas, desde que mantenha o original em seu poder e o exiba sempre que solicitado for.
→ Títulos de crédito eletrônicos = João Glicério, particularmente, não concorda com essa exceção, porque entende que é a exigência do original, não importa o suporte, físico ou eletrônico.
Mas a doutrina clássica entende que carturalidade é a exigência do original do título em meio físico, em papel, então, para a doutrina o título eletrônico seria uma exceção ao princípio da carturalidade.
→ Duplicatas = a Lei de Duplicatas (5474/68) em seu art. 15, §2º, autoriza a execução da duplicata mesmo sem o original.
Duplicata é um título de crédito que auxilia a circulação de riqueza do empresário, é como se fosse um cheque do empresário.
Princípio da literalidade: literalidade é a exigência de prática dos atos jurídicos no próprio título para que produzam efeitos cambiais. 
Um negócio jurídico pode ser analisado em três planos: existência, validade e eficácia. Princípio da literalidade, só tem relação, só guarda conexão com o plano da eficácia, ou seja, é condição de eficácia do ato jurídico cambial. Não se relaciona com a existência nem com a validade. O ato jurídico praticado em desatenção ao princípio da literalidade repercutirá, apenas, no plano da eficácia.
Exemplo de ato jurídico cambial = Aval, que é o ato de garantia de um crédito cambiário. O aval deve estar praticado no documento para produzir efeitos de aval. Se for num documento a parte, ou seja, fora do título, não produzirá os efeitos desejados pelo agente, só produzirá efeitos para o instituto equivalente ao direito civil, que é a fiança.
Outro exemplo = endosso, que é o ato de transferência do crédito. Se o endosse for praticado no próprio título, produzirá efeitos do endosso. Se for a um documento a parte, produzirá efeitos de sessão civil de crédito.
Princípio da autonomia: é a independência entre si das obrigações constantes em título de crédito. Ou seja, a nulidade de uma ou de qualquer delas obrigação não contamina as demais. Diferentemente do direito civil, que a regra é que o acessório segue o principal.
Por exemplo,

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