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A Sonata Dante Prelúdio – Considerações Gerais Obra de Franz Liszt – Aprés une Lecture du Dante: Fantasia Quasi Sonata. · A Morte A realidade da morte é inevitável e inquietante. Ela tem um poder sobre a alma. Não sabemos se seremos bem sucedidos, ou coisa alguma sobre nossa vida futura. Tudo do que temos certeza é de que um dia morreremos. “Já viste, numa tarde triste de outono caírem as folhas mortas? Assim caem todos os dias as almas na eternidade. Um dia, a folha caída, serás tu.” Ipsis Litteris Isso tudo tem uma grande ligação com a religião. Essa palavra tem sua origem em relegere (retomar o que estava largado, revisi-tar a dimensão espiritual qua a vida terrena tende a afastar dos homens) e em religare (apertas os laços que unem a humanidade à esfera divina). Se não há nada para além da morte, o que justifica uma pessoa querer agir corretamente, fazer o bem ou o regramento moral de comportamento? Tudo, neste caso, perde o sentido. · A Divina Comédia Tem como tema o destino da alma. Dante Alighieri, durante a escrita da divina comédia, passou por um momento de reflexão sobre a vida. Foi escrito em dialeto local, o florentino, e não em latim. O florentino é o que dá origem ao italiano. O poema é narrado em primeira pessoa, onde Dante é narrador e personagem principal. O poeta Virgílio, autor de Eneida, surge para guiar Dante pelo inferno e purgatório em direção ao paraíso. Dante escreve essa obra durante um momento de exílio, quando teve diversas desilusões políticas e também quando está no auge de seu desenvolvimento intelectual. Vida e Obra de Dante Alighieri Dante, escritor da Idade Média, viveu num contexto de luta política na Itália entre o Sacro Império Romano Germânico e o Papado. Nessa disputa pelas cidades italianas, um dos principais palcos de batalha foi a Toscana. É na principal cidade de Toscana, Florença, que Dante é criado. Ao mesmo tempo que ele se vê como um florentino, também se vê como parte de uma sucessão do Império Romano. A família dele é herdeira dos romanos antigos, dessa forma, ele se vê como herdeiro da cultura romana que absorveu a cultura grega. Depois de ser cavaleiro e lutar ao lado do papado, Dante vira gestor público e um tempo depois é exilado de sua própria ciadade. Tal como Boécio, autor da Consolação da Filosofia, Dante escreve a Divina comédia em um momento de exílio e afastamento de Florença. A Divina Comédia é extremamente católica, mas também aristotélica. Dante bebe da influência do Tomismo, ou seja, ele se corresponde com frades de Santo Alberto Magno e de São Tomás. Ele tem uma visão neoplatônica cristã combinada com a visão aristotélica das esferas celestes. Também define Deus como um primeiro motor imóvel. A Divina Comédia É uma história de ascenção. Dante passa pelos três níveis de baixo para cima (comédia – diferentemente do que seria uma tragédia que contaria a passagem de cima para baixo). Inferno Purgatório Paraíso. Essa ascenção terá dois guias: o primeiro sendo o poeta Virgílio, (simbiliza a virtude do mundo pagão e clássico) que será seu grande condutor de inspiração, porém ele só o leva até parte do purgatório e não consegue levá-lo ao paraíso. ( 1. Ilha do Purgatório ; 2. Vale dos excomungados ; 3. Vale dos príncipes ; 4. Porta de São Pedro ; 5. Cornija do orgulho ; 6. Cornija da inveja ; 7. Cornija da ira ; 8. Cornija da preguiça ; 9. Cornija da avareza ; 10. Cornija da gula ; 11. Cornija da luxúria ; 12. Paraíso terrestre . ) O segundo guia de Dante é sua musa Beatriz Portinari que vira o símbolo do amor divino. A salvação não é um mérito próprio, e sim um dom divino. A visão das três fases se dá de forma que: 1. Inferno: fazer eternamente algo podre e que me aprisiona; 2. Purgatório: decisão de largar o vício e ir em direção a algo mais elevado; 3. Paraíso: amor divino que potencializa as minhas virtudes eternamente. image1.jpeg image2.jpeg image3.jpeg