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A IMPORTÂNCIA DA LEITURA LITERÁRIA MEDIADA NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
SILVA, Tatiane Fatima – UNICENTRO/PR
GASPARELO, Rayane R. S. - UNICENTRO/PR
	
RESUMO
Este artigo busca apresentar através de embasamentos teóricos, experiências e vivências da pesquisadora uma análise de como está sendo mediado/trabalhado o ensino de literatura infantil, frisando assim a questão da importância da mediação docente no âmbito escolar. O objetivo é discutir como a literatura infantil é abordada nas práticas pedagógicas e explorar métodos para tornar essa mediação mais significativa. O trabalho se baseia principalmente nas ideias de Rildo Cosson (2021), que oferece uma sequência básica para o ensino de literatura, e será complementada por autores como Teresa Colomer (2007) e Maria da Glória Bordini e Vera Teixeira de Aguiar (1993). Em seguida será apresentada através de uma tabela a proposta de Cosson (2021) de sequência básica, dividida nas etapas que o autor considera uma proposta de ensino de literatura, como: motivação, introdução, leitura e interpretação para a formação de leitores da língua materna. Na sequência buscando flexionar a proposta do autor para a educação infantil será proposto dividir a mediação literária nas etapas: Incentivo de leitura, apresentação do texto concreto/capa e autor, localização do país do autor no mapa-múndi, leitura compartilhada, percepções de leitura e caderno de registro sensorial. Como resultado, verifica-se a importância da formação continuada dos docentes para um ensino de literatura de qualidade nos âmbitos escolares. Desse modo, o artigo enfatiza a necessidade de práticas de mediação literária bem elaboradas e adaptadas para a faixa etária da educação infantil, visando uma formação de leitores que não só compreendam o texto, mas também desenvolvam uma relação crítica e sensível com a literatura.
Palavras-chave: Educação Infantil. Literatura. Mediação.
1 Introdução
Através da pesquisa de cujo bibliográfica alinhada ao método autobiográfico o presente trabalho será dividido por tópicos em seu desenvolvimento, de início será apresentado a ideia dos autores na área da literatura, a partir de referenciais teóricos como: Cosson (2021), Colomer (2007), Bordini e Aguiar (1993). Logo, será aprofundada a didática básica de Cosson (2021), flexibilizando essa didática para a educação infantil, através do contraste de ideias de acordo com as vivências e experiência da autora deste trabalho. Visto que, “os pesquisadores que trabalham com a narrativa como fonte de dados usam desse recurso para compreender como os sujeitos da pesquisa vivenciaram determinada experiência e como vão significando e ressignificando o vivido” (Prado, Soligo e Simas, 2014, p. 8). Portanto, não se busca apresentar uma verdade absoluta, mas sim outras alternativas de mediação literária que contribuirão nas práticas pedagógicas. Na sequência, será apresentada uma proposta de leitura de texto literário através do livro “A árvore generosa” do autor Shel Silverstein.
O presente texto pretende conscientizar e despertar sobre a importância da literatura na educação infantil, através de práticas pedagógicas significativas e bem elaboradas. Buscando discutir se as práticas presentes no âmbito da educação infantil estão influenciando positivamente na formação leitora das crianças no modo se estão ou não atendendo a formação literária. Portanto, a justificativa deste trabalho dá-se que não existe ensino de literatura sem ensinar a “ler literatura”. Nesta ótica, nos faz pensar na demanda que vem surgindo nos âmbitos escolares sobre o desinteresse das crianças nas aulas de literatura, ainda nas etapas de ensino, pois muitas já não apresentam interesse pela leitura como nos ensinos iniciais, talvez esse desinteresse esteja ligado na forma de como foi trabalhada a leitura nas etapas escolares anteriores? Visto isso, será apresentado neste trabalho a ideia da educação literária a partir da leitura do “texto literário” concreto e mediado, segundo Cosson (2021). 
Sendo assim, vale ressaltar que os pequenos na educação infantil não são alfabetizados ainda, portanto a mediação compartilhada torna-se essencial nesta etapa. Deste modo, é indispensável o pensamento da mediação compartilhada da leitura pelos docentes da educação infantil, pois ela auxilia no processo do gosto e prazer pela leitura, onde esperamos acompanhar o aluno até as outras etapas escolares. 
Na realização deste artigo foi analisado os trabalhos de conclusão de curso realizado pelas estudantes Luana Scherer Martins – Vozes e propostas para o ensino de literatura infantil na escola e Tatiane Martins Vaz - A literatura Infantil nas aulas de línguas para as crianças: análise de experiência no ensino fundamental de licenciaturas em letras da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). Fazendo referência com esses trabalhos o livro literário torna-se o objeto principal do ensino de uma outra língua e na formação de um leitor humanizado. Dessa forma, podemos observar que o texto literário faz a criança ir muito além do que só aprender literatura, abrindo caminhos de um ensino interdisciplinar. Será frisado mais adiante o poder do livro literário no ensino da criança, pois o texto literário quando é trabalhado atentamente e de forma significativa nos possibilita explorar diversas áreas de conhecimentos.
Em busca do letramento literário no ensino escolar, busca-se que docentes compreendam e conscientizem-se da necessidade de um planejamento referente ao ensino da literatura. Desta forma, isso vai muito além de aceitar a ideia que entregar livros infantis nas mãos das crianças na sala de aula é ensinar literatura. Portanto, este artigo irá se aprofundar através dos referenciais teóricos apresentados anteriormente, averiguando formas de alcançar o letramento literário na educação infantil, que seria nada menos que uma aquisição de habilidades que permitam compreender a história lida nos eixos “eu, o outro e o mundo”.
2 Desenvolvimento
No Brasil a literatura infantil vem expandindo-se em grande proporção, principalmente nos âmbitos escolares, através de uma rica diversidade de literaturas precisas que vem surgindo nos dias atuais, abrindo caminhos para um ensino multidisciplinar e humanizador. No entanto, há de se concordar que para que isso ocorra os mediadores da literatura infantil precisam estar atualizados sobre a importância da mediação de um “texto literário”, não basta somente apresentar textos livres e sem função de ensino para o alcance da educação literária. Portanto, acredita-se que é,
Na leitura e na escritura do texto literário encontramos o senso de nós mesmos e da comunidade a que pertencemos. A literatura nos diz o que somos e nos incentiva a desejar e expressar o mundo por nós mesmos. E isso se dá porque a literatura é uma experiência a ser realizada. É mais que um conhecimento a ser reelaborado, ela é a incorporação do outro em mim sem renúncia da minha própria identidade. (Cosson, 2021, p. 17)
Nesta perspectiva, se faz necessário um olhar mais especial da literatura no ambiente escolar, principalmente pelos docentes e gestores dos primeiros anos iniciais. Pois a imaginação, criatividade, encenação e entonação de voz dos docentes nesta etapa escolar durante a mediação de leitura facilita que a criança se envolva mais a fundo na história, auxiliando assim, o gosto pela leitura. O texto literário busca auxiliar a criança na formação de sua própria identidade, através de assuntos que sejam abordados de seu interesse. Sendo assim, vale ressaltar a importância de ser apresentados nos momentos de mediações textos literários que envolvam o contexto dos discentes para que assim os mesmos se sintam mais instigados à leitura apresentada. 
 Nesta linha de pensamento torna-se indispensável um ensino literário em nossos CMEIs, pois “formar os alunos como cidadãos da cultura crítica é um dos principais objetivos educativos da escola. Dentro desse propósito geral, a finalidade da educação literária “pode resumir-se à formação do leitor competente”(Colomer, 2007, p. 30). A autora em sua obra frisa que a escola deve querer mais do que só ensinar literatura, mas sim ensinar a “ler literatura”. E para que isso ocorra entende-se a necessidade de alguns métodos e caminhos a serem percorridos através de uma mediação docente responsável. 
Seguindo nesta ótica, se a finalidade do ensino literário é a formação do leitor competente, humanizado, crítico e contínuo deve-se levar em conta a apresentação de textos literários para que isso ocorra. Portanto, segundo Aguiar e Bordini (1993) os livros favorecem a descoberta dos sentidos, “mas são os literários que o fazem de modo mais abrangente. Enquanto os textos informativos atêm se aos fatos particulares” (Bordini e Aguiar, 1993, p.13). Na educação infantil através da leitura compartilhada esse ensino mais abrangente pode se tornar realidade, pois devemos levar em conta que nossos pequenos nesta etapa ainda não são alfabetizados e, no entanto, a leitura compartilhada seria neste caso imprescindível. Todavia,
[...] estamos diante do equívoco de tratar a leitura literária como uma atividade tão individual que não poderia ser compartilhada, mas já sabemos que é justamente o contrário. O efeito de proximidade que o texto literário traz e produto de sua inserção profundo em uma sociedade, é resultado do diálogo que ele nos permite manter com o mundo e com os outros. (Cosson, 2023, p. 28).
Dito isso, torna-se notório frisar que mesmo as escolas muitas vezes tendo em sua grade de ensino o conteúdo da literatura infantil, muitos professores dentro da sala de aula não sabem como manejar este ensino, se sentem perdidos nos caminhos e métodos a serem percorridos. Talvez isso venha ocorrendo pelo déficit no ensino de literatura nos cursos acadêmicos do magistério ou falta de informação nesta área de ensino nos cursos de formação continuada. A educação literária só será possível se por trás desse ensino houver um docente que estará disposto a proporcionar livros infantis que trabalham com a competência literária da criança através de textos que gerem a ampliação de sentido e experiência na criança. 
Entendemos, assim como os teóricos da literatura, que o texto literário
“plurissignificativo”, ou seja, sua função é deixar margem para a movimentação/imaginação do leitor, provendo assim o prazer pela leitura e pela descoberta. Entretanto, vale ressaltar que não são todos os textos que conseguem alcançar essa qualidade, há, na literatura para pequenos, livros voltados a moralismos, normas e didatizações. Há também aqueles que são metafóricos, que apenas sugerem caminhos e deixam o trabalho para o leitor. (Vaz, 2022, p. 14).
A citação acima descrita faz com que refletimos o quanto a escolha do livro é importante na educação literária, por isso, é importante que os docentes de literatura estejam sempre atualizados. Antes de apresentar o livro para o aluno é imprescindível que o professor leia o livro antes, averigue a faixa etária, verifique se faz referência com o contexto dos alunos e se vai auxiliá-los em sua educação literária. Dessa forma, verificando esses pontos o professor em seu planejamento irá sentir-se mais confortável para a escolha de atividades e caminhos a serem percorridos durante este ensino.
Observa-se que na educação infantil o ensino de literatura está muito ligado ao ensino de normas e regras, e não vemos problema na utilização de livros nesta questão de forma respeitosa com a criança. No entanto, os docentes precisam estar atentos na apresentação de outros livros que instigam os alunos por si próprio, levando a uma tomada de consciência de sentido, por exemplo, livros que não apresentem um único desfecho como teoria, mas sim que incentive e de “margem livre ao leitor” para ele mesmo imaginar e criar um “desfecho”. Neste modo, o docente abre caminhos, frisando seus objetivos, mas é o leitor que segue e busca entender o sentido do livro de forma interna e externa. 
2.1 Mediação literária na Educação Infantil 
Contrastando com minhas vivências e experiências, observa-se que os docentes encontram muitas vezes dificuldade durante a mediação na sala de aula, o que poderia se tornar uma rica aula de literatura muitas vezes acaba se tornando um pesadelo para as crianças e docentes. A falta de manejo durante a leitura compartilhada como: livro virado de costas para os discentes, leitura rápida demais, textos longos, não adequado a faixa etária, chamada de atenção à criança durante a leitura e livros sem sentido acaba virando frustração para ambos os lados. Ressaltando também, que na maioria das vezes não é feito debates referentes a leitura lidas, as crianças poucas vezes possuem lugar de fala e a maioria dos livros que são apresentados buscam um ensino meramente comportamental da criança. 
Visando essas observações, torna-se importante a apresentação variada de obras durante o ensino de literatura, pois “cada uma traz apenas um olhar, uma perspectiva, um modo de ver e de representar o mundo” (Cosson, 2021, p. 35). O que se nota, é que muitas histórias ainda presentes e lidas na educação infantil apresentam somente um estereótipo de pessoa, com cor de pele clara, olhos claros, cabelos lisos e normalmente, que envolvem princesas ou príncipes com um comportamento “exemplar” segundo a perspectiva de leitura de muitos docentes. No entanto, há de se concordar a diversidade de crianças com estereótipos diversificados presentes na sala de aula, onde acabam muitas vezes não se identificando com as histórias lidas, principalmente nas histórias clássicas. Por isso, entendemos a importância da apresentação de literatura atuais e contemporâneas, pois a literatura atual vem demonstrando a importância da apresentação de estereótipos de pessoas pardas, negras, com deficiência e transtornos que antes eram excluídas nos livros infantis, sendo assim a literatura em si nos dias atuais vem se modificando, vem sendo mais assertiva e inclusiva. 
 A vista disso, entendemos que a falta de formação e sensibilidade do docente presente em sala de aula com o mundo atual prejudica a formação do leitor literário na educação infantil. Observa-se também que a maioria dos docentes com dificuldade no ensino literário são professores que possuem uma idade superior na carreira do magistério, muitas das vezes esperando só sua sonhada aposentadoria. Sendo assim, acreditamos que cabe aos gestores averiguar e incentivar esses docentes dentro do ambiente escolar para que assim não se acomodem e se sintam motivados para realizarem seus retrospectivos trabalhos. 
Segundo a perspectiva do autor Cosson (2021), destaca-se a importância do letramento literário não apenas como um meio de ensinar habilidades básicas de leitura, mas também como uma ferramenta para ampliar as concepções sobre o trabalho com a literatura. Nesse contexto, é fundamental que as escolas e os educadores assumam a responsabilidade de introduzir livros literários infantis, de uma maneira que permita aos alunos acessar a imaginação de forma crítica e sensível. Ao trazer livros literários infantis que se relacionam com o contexto do aluno para a sala de aula, os educadores acabam criando um ambiente propício para que os alunos se envolvam com histórias que despertam sua curiosidade, suas emoções e sua capacidade de reflexão. Isso não apenas fortalece suas habilidades de leitura e interpretação, mas também nutre sua criatividade e imaginação, elementos essenciais para o desenvolvimento integral de cada indivíduo.
O que vem sendo observado é que os alunos não estão sendo instigados suficientemente durante os momentos de mediação, parece que os docentes possuem medo de perder as rédeas da turma para a recuperação do silêncio posteriormente. Sabe-se que o ensino público no Brasil vem se tornando cada vez mais lotado, salas cheias, profissionais com problemas de saúde vem transparecendo cada vez mais, talvez essa seja mais uma das explicações de um ensino literário não tão emancipador. Por tanto, vale ressaltar aqui um olhar mais delicado com esses docentes da educação infantil, atravésde psicólogos que auxiliam nas suas angústias, orientações pedagógicas voltadas ao ensino de literatura, estrutura física adequada e etc. Para que assim desenvolvam um bom trabalho. No entanto, vale ressaltar a importância também do papel docente em sua profissão, em busca de metodologias e caminhos para um ensino de literatura de qualidade.
2.2 Possibilidades para mediação de leitura literária significativa
Pensando em uma flexibilização de proposta de mediação literária, será apresentado na estrutura abaixo dois modelos de práticas de mediação de leitura. Sendo uma sequência básica do autor Cosson (2021) e outra em minha perspectiva com base no trabalho de conclusão de curso da autora Vaz (2022).
Quadro 1. 
	ETAPAS 
Cosson (2021)
	OBJETIVOS
 Cosson
 (2021)
	ETAPAS
Silva
(2024)
	OBJETIVOS
Silva
(2024)
	
Motivação
	Atividade que busca explorar a antecipação que o leitor faz diante do título de um texto de forma lúdica ou através de elementos temáticos. 
	
Incentivo de leitura 
	Instigar os alunos através do lúdico, apresentando imagens, elementos ou personagens que estarão presentes na história no ambiente onde ocorrerá a mediação. O objetivo aqui é cativar a curiosidade do aluno para querer adentrar a história sem mesmo ter visto a obra.
	
Introdução 
	Apresentação do autor e da obra. 
	 Apresentação do texto concreto/capa e autor
	Deixar neste momento os alunos manusearem o livro. Instigar os alunos a falarem as cores e os elementos presentes na capa.
 Ler a sinopse do autor.
	
Leitura
	Negociação de estratégias de leituras combinadas com seus alunos antecipadamente
	Localização do país do autor no mapa-múndi 
	A docente apresenta o mapa-múndi. Através de apontamento sinaliza e pronuncia de forma oral o continente ou país onde o autor nasceu, na sequência chama um aluno para circular o país correspondente no mapa. 
	
Interpretação
	Esta etapa é constituída por dois elementos. O momento interior busca analisar a obra interna, página por página, palavra por palavra. E o momento externo, busca analisar a concretização e materialização da interpretação de texto, dando sentido para a construção de uma determinada comunidade. 
	
Leitura compartilhada
	Neste momento será realizada a leitura do livro virado para as crianças, o docente fica responsável por deixar a leitura mais atraente para os alunos, usando entonação de voz, suspense, fantoches, palitoches e etc.
	
	
	
Percepções de leitura 
	Aqui é discutido sobre o enredo da história, se as crianças gostaram sim ou não, qual foi a parte que mais gostaram, o que entenderam. A docente fica responsável em questionar e abrir brechas para várias possibilidades de caminhos de leitura e desfecho de história, pensando em contemplar os campos de experiência da educação infantil. 
	
	
	
Caderno de registro sensorial
	Após cada história é entregue o caderninho sensorial. Neste caderno os alunos poderão se expressar através de atividades que concretizem a história lida. Lembrando que o registro precisa sempre estar em alto-relevo de forma que os alunos possam sentir através do tato seus trabalhos realizados. Neste momento a mediadora de leitura fica responsável em fornecer os materiais que poderão ser utilizados na atividade.
Fonte: a autora, 2024. 
3. Proposta de mediação de leitura através dos livros literários na educação infantil 
3.1 Proposta: A árvore generosa (2017)
3.1.1 Resumo da obra através da minha percepção de leitura.
A história se inicia através de um menino que sentia um amor profundo pela árvore, todos os dias durante a sua infância ia visitá-la, brincava de esconde-esconde, se balançava em seus galhos, comia suas maçãs e descansava em sua sombra fresquinha. Mas quando o menino foi crescendo tudo foi mudando, ao decorrer de sua fase de desenvolvimento o menino não ia visitar tanto a árvore como antes, quanto mais velho ela ia ficando mais tempo demorava para ir visitá-la. No caso o menino só recorria a árvore quando estava precisando de algo, e a árvore sempre o ajudava, ele pediu uma casa e a árvore doou sua madeira para construir, pediu dinheiro e ganhou maçãs para vender, gostaria de viajar pelo mundo e ganhou madeira para construir um barco, e por fim pediu um lugar para descansar e a árvore lhe ofereceu seu toco para sentar. O livro possui uma característica instigante, possui desenhos em preto e branco e apresenta uma relação do homem com a natureza, onde a natureza sempre tem muito a oferecer ao contrário do homem. A árvore sempre era gentil e amável com o menino, mas o menino sempre egoísta pensando em si próprio, enquanto a árvore estava se desfazendo para atender as vontades do homem, ele por outro lado foi somente usufruindo. O livro apresenta várias perspectivas de leitura, podemos ir na perspectiva de relacionamentos tóxicos, relação com familiares (pai, mãe) onde a relação nunca é recíproca, a falta de preservação com a natureza e outras mais. O livro possui margem livre para o leitor tirar suas perspectivas de leitura distintas, não possui um enredo previsto e instiga o leitor a se identificar nos campos de experiência, eu, o outro e o mundo.
Análise da obra A árvore generosa (2017), através das etapas e objetivos apresentados no quadro 1, pensando em auxiliar na promoção do letramento literário. 
Quadro 3.
	ETAPAS 
	OBJETIVOS
	
Incentivo de leitura 
	Neste momento, o mediador fica responsável de organizar um ambiente confortável e propício à leitura compartilhada, preferencialmente fora da organização tradicional da sala de aula. Como: roda de leitura sentados no tatame/tapete ou roda de leitura na biblioteca. através da organização do ambiente onde irá ocorrer a mediação de leitura o docente inicia instigando os alunos a observarem algumas imagens espalhadas pela sala refletindo alguns momentos do livro sem mesmo saber qual será a história. Este momento busca instigar os alunos a adentrar na obra, para isso, o docente fica responsável em realizar perguntas como: Qual será a história do dia? Será que tem árvores? Menino? maçãs? através de uma “caixa surpresa” tirar o livro concreto e apresentar aos alunos.
	
Apresentação do texto concreto/capa e autor
	Neste momento analisar o livro concreto em conjunto, capa, desenhos, cores, nome do autor e ilustrador. Aqui é importante sempre o docente ir instigando através de perguntas para os alunos se sentirem mais à vontade para participar da mediação.
	
Localização do país do autor no mapa-múndi 
	Neste momento, o mediador frisa o país de nascimento ou origem do autor do livro de maneira instigante, explicando características deste país (comida, cultura e língua). Logo é sorteado um aluno para ir até o mapa-múndi com o auxílio do docente para demarcar através de um círculo e canetinha o país desse autor, expandindo assim seu conhecimento geográfico e cultural. 
	
Leitura compartilhada
	Neste momento, o mediador inicia a leitura compartilhada da obra com o livro virado para os alunos, realizando entonação de voz diferenciando a fala da árvore e do menino, suspense e gestos fazendo referência ao texto. Deixar os alunos participarem da história caso queiram comentar algo no decorrer da leitura, isso auxiliará na percepção de leitura dele no final.
	
Percepções de leitura 
	Neste momento, escutar as perspectivas dos alunos sobre a obra, discutir sobre o enredo em conjunto e validar todas as percepções de leituras pensadas. Em seguida, o mediador fica responsável por levar os alunos em uma perspectiva que alcance o objetivo de sua aula através do tema central.
	
Caderno de registro sensorial
	Neste momento, o mediador propõe uma atividade sensorial. Entregar para os alunos e.v.a com relevo, papel laminado, folhas da natureza, pedaços de galhos de árvore e cotonete para os alunos construírem algo simbólico referente a leitura mediada. Apresentar um exemplo de um menino construído de cotonete e uma árvore com o restante dos materiais disponibilizados, visando um registro de forma espontânea e criativa dos alunos.
Fonte: a autora, 2024. 
Através doquadro 3, segue uma proposta de mediação literária para auxiliar os docentes em suas aulas de mediação literária na educação infantil. O que se busca aqui é frisar a importância de um planejamento significativo, onde realmente auxilie no processo de letramento literário do aluno. Vale ressaltar, que para que isso ocorra se faz necessário seguir algumas etapas e objetivos, pois como o autor Cosson (2021) diz “é necessário ensinar a ler literatura”, portanto, a criação de caminhos para este ensino torna-se essencial. 
Considerações Finais
Através das considerações das várias áreas de conhecimento que a literatura nos permite alcançar ao mesmo tempo, podemos considerar que ela nos auxilia conectar-nos com o meu eu, o outro e o mundo. Portanto, foi possível compreender a partir desta pesquisa que a literatura pode ser pontes de saberes, onde acreditamos que quando se trabalha através de uma obra considerada um “texto literário” pode-se alcançar múltiplos ensinos. Por isso deve-se levar em conta durante a apresentação de obras nas aulas de literatura na educação infantil livros que possuem essa força de conhecimento, onde o aluno também faça parte de seu próprio processo de descobrimento e ensino, instigando assim seu gosto pela leitura. 
Sendo assim, reforçamos aqui a importância de uma mediação literária comprometida por parte dos professores na educação infantil, pois esta é a etapa de desenvolvimento literário dos alunos onde eles mais se identificam, se interessam e se instigam à literatura. Deve-se levar tudo isso em conta para o fortalecimento da competência literária nas outras etapas escolares. Portanto, torna-se essencial que os municípios se atentem nos cursos de formação continuada através de temas que envolvem a “ensinar ler literatura” na sala de aula, auxiliando os professores no processo de seus planejamentos, para que assim os docentes sejam mais assertivos no processo deste ensino. 
Contudo, concluo este artigo frisando que não há uma só única maneira de ensinar literatura, mas há de se concordar que se faz necessárias criar uma maneira ou o método que à ser seguir para o alcance do letramento literário, onde o docente mediador deve se responsabilizar por este processo. Um ensino respeitoso e humanizado é o que se espera durante a mediação de leitura e qualquer outro ensino na educação infantil, pois há uma diversidade de temas que precisam ser apresentados nesta etapa escolar como forma de conscientização das crianças, como quebra de preconceito, quebra de estereótipos que muitas das vezes vem de casa, é papel do docente apresentar outras perspectivas de conhecimento, e nada melhor que trabalhar essas questões através da literatura. 
Amparada pelo autor Cosson, “é através dessa função maior de tornar o mundo compreensível transformando sua materialidade em palavras, cores, odores, sabores e formas intensamente humanas que a literatura tem e precisa manter um lugar especial nas escolas" (Cosson, 2021, p. 17).
REFERÊNCIAS
BORDINI, Maria da Glória; AGUIAR, Vera Teixeira de. Literatura: a formação do leitor, alternativas metodológicas. 2 ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993. 
COLOMER, Teresa. Andar entre livros: a leitura literária na escola. (tradução, Laura Sandroni). – São Paulo: Global, 2007. 
COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. 2. Ed., 12º reimpressão. - São Paulo: Contexto 2021. 
MARTINS, Luana Scherer. Vozes e propostas para o ensino de literatura infantil na escola. Foz do Iguaçu: UNILA, 2021. 
PRADO, Guilherme do Val Toledo; SOLIGO, Rosaura; SIMAS, Vanessa França. Pesquisa narrativa em três dimensões. Disponível em: https://rosaurasoligo.files.wordpress.com/2014/11/toledo-soligo-simas-pesquisa-narrativa-em-trc3aas-dimensc3b5es.pdf . Acesso em: 15/08/2024.
SILVERSTEIN, Shel. A árvore generosa. (tradução, Fernando Sabino). Companhia das letrinhas; 1ª edição, 21 de fevereiro de 2017. 
VAZ, Tatiane Martins. A literatura infantil nas aulas de línguas para crianças: análise de experiência no ensino fundamental. Foz do Iguaçu: UNILA, 2022. 
 
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