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Mediação e conciliação
Profª Msc Larissa Garzon
Mediação
 Um dos métodos adequados de solução de conflitos mais utilizado no Brasil é a
mediação, assim entendida como define o art. 1º da Lei 13.140/2015:
Mediação
“ Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a mediação como meio de solução de
controvérsias entre particulares e sobre a autocomposição de
conflitos no âmbito da administração pública.
Parágrafo único. Considera-se mediação a atividade técnica exercida
por terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou aceito
pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver
soluções consensuais para a controvérsia.
(Lei 13140/2015)
Classificações da Mediação
Mediação em Direito Privado
Mediação em Direito Empresarial
Mediação em Direito de Família
Mediação em Conflitos com a Administração Pública
Mediação em Direito Imobiliário
Mediação
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 Possui regulamentação especifica na Lei nº 13.140/15.
 As partes já possuem vínculo anterior;
 Pode ser judicial ou extrajudicial;
 Objetivo: restabelecer o diálogo permitindo a melhor
solução para o caso;
 Pode versar sobre direito disponível e indisponível (este
último desde que admita transação);
Na mediação:
Espaços e procedimentos da mediação
 Características gerais:
 Requer ambiente propício para efetividade na prática.
 Pode ser judicial ou extrajudicial, dentro ou fora do
Poder Judiciário.
 É sem dúvida um excelente referencial de prática em
prol da pacificação social.
 É potencialmente mais efetiva, uma vez que surge mais
naturalmente das próprias pessoas envolvidas no
conflito.
 Não vem de uma decisão judicial substitutiva, mas sim
de uma construção própria das partes mediante um
impulsionamento técnico do mediador.
 Pode ocorrer antes ou durante os processos judiciais.
 Tem espaço em centros especializados (CEJUSC) ou nos próprias Varas.
 Demanda mediadores certificados pelo próprio tribunal e ou escolas por este
certificadas.
 Fica dependente da logística administrativa do tribunal.
 Quando ocorre no curso do processo, também divide atenção e agenda com as demais
atividades do juiz.
 É refém dos limites formais e materiais relacionados ao processo judicial.
Mediação judicial
 Pode ocorrer antes, durante ou mesmo depois dos processos judiciais, desde que 
não prejudique o direito de terceiros.
 Demanda mediadores com formação em escolas não necessariamente certificadas 
pelo tribunal em local competente.
 Independe de logística de tribunal, sendo mais flexível às necessidades das pessoas 
envolvidas.
 Pode ser organizada e formalizada no tempo, espaço e meios que as pessoas e seus 
advogados ou representantes desejarem.
 Não tem situação refém dos limites do processo.
Mediação extrajudicial
Mediação
 Pode abranger todo o conflito ou apenas parte dele;
 Princípios (art. 2º da Lei 13.140/2015):
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a) imparcialidade do mediador;
b) isonomia entre as partes;
c) oralidade;
d) informalidade;
e) autonomia da vontade das partes;
f) busca do consenso;
g) confidencialidade;
h) boa-fé.
Mediação
 O mediador não poderá propor soluções, mas tão somente
trabalhar no restabelecimento do diálogo para que as partes
cheguem a esse denominador comum;
 Trata-se de instituto bem mais complexo e completo na
solução de conflitos envolvendo relações continuadas, haja
vista que possui finalidade e formalidades próprias, que visam
o restabelecimento do vínculo afetivo ou de convivência.
 É aquele capacitado para atuar em casos, simples
ou complexos, quando, houver vínculo anterior
entre as partes.
 Deve auxiliar aos interessados a compreender as
questões, interesses e controvérsias envolvidas.
 Ao invés de formular propostas diretas, permite
que a comunicação entre as partes seja
responsável por, livre vontade, encontrar saídas
em consensualidade com benefícios para ambos.
Características do mediador
A figura do mediador
Quem pode ser mediador?
 Na mediação judicial, o mediador será designado pelo tribunal ou escolhido pelas partes; (art.
4º, Lei 13.140/15)
 Poderá funcionar como mediador extrajudicial qualquer pessoa capaz que tenha a confiança
das partes e seja capacitada para fazer mediação. (art. 9º, Lei 13.140/15)
Art. 11. Poderá atuar como mediador judicial a pessoa capaz, graduada há pelo menos dois anos em
curso de ensino superior de instituição reconhecida pelo Ministério da Educação e que tenha obtido
capacitação em escola ou instituição de formação de mediadores, reconhecida pela Escola Nacional
de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados - ENFAM ou pelos tribunais, observados os requisitos
mínimos estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça.
Art. 12. Os tribunais criarão e manterão cadastros atualizados dos mediadores habilitados e
autorizados a atuar em mediação judicial.
§ 1º A inscrição no cadastro de mediadores judiciais será requerida pelo interessado ao tribunal com
jurisdição na área em que pretenda exercer a mediação.
§ 2º Os tribunais regulamentarão o processo de inscrição e desligamento de seus mediadores.
Hipóteses legais de impedimento e 
suspeição do Mediador
Art. 5º Aplicam-se ao mediador as mesmas hipóteses legais de impedimento e suspeição do juiz.
Parágrafo único. A pessoa designada para atuar como mediador tem o dever de revelar às partes,
antes da aceitação da função, qualquer fato ou circunstância que possa suscitar dúvida justificada
em relação à sua imparcialidade para mediar o conflito, oportunidade em que poderá ser recusado
por qualquer delas.
Art. 6º O mediador fica impedido, pelo prazo de um ano, contado do término da última audiência
em que atuou, de assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes.
Art. 7º O mediador não poderá atuar como árbitro nem funcionar como testemunha em processos
judiciais ou arbitrais pertinentes a conflito em que tenha atuado como mediador.
Art. 8º O mediador e todos aqueles que o assessoram no procedimento de mediação, quando no
exercício de suas funções ou em razão delas, são equiparados a servidor público, para os efeitos da
legislação penal.
Conduta esperada do mediador
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Conciliação
 Evolução histórica da conciliação:
Do Império, início da República até os nossos dias
A conciliação não é uma ideia nova e já tem bastante tempo na história 
de nossos espaços judiciários.
Conciliação
 CPC/15 tem suas bases fincadas na busca pela
solução consensual de conflitos, dentre elas, a
conciliação;
 Prevê em diversas passagens a conciliação, e o dever
de ser estimulada por juízes, advogados, defensores
públicos e membros do Ministério Público;
 Não há vínculo pré existente entre as partes, ou seja,
na maioria das vezes elas nem se conheciam até
surgir o conflito;
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Conciliação
 A conciliação trata-se de uma técnica mais direta,
quando comparada a mediação, dado que as
partes não possuem vínculo prévio e
provavelmente não irão ter a necessidade de
convivência após a resolução do conflito;
 Portanto, na conciliação, o conflito é tratado de
modo mais superficial e busca-se pontualmente a
solução daquela divergência;
 O conciliador diferente do mediador pode sugerir
soluções para o litígio, permitindo que sua
participação seja mais atuante;
 A conciliação ganhou força no Brasil com a criação
dos Juizados Especiais Cíveis (JECs), em 1995. Im
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Características da Conciliação
 Independência
 Autonomia de vontade das partes
 Confidencialidade
 Oralidade da prática
 Informalidade
 Confidencialidade
 Oralidade da prática
 Informalidade
 Decisão informada
 Não vinculação pretérita
A figura do conciliador
 Pessoa com curso de nível superior, em qualquer área,
reconhecido pelo MEC;
 Estudantes, de qualquer curso de nível superior, a partir
do 5º semestre;
Ser certificado em curso de conciliação ministrado ou
reconhecido pelo Tribunal de Justiça de um dos Territórios
da Federação. Im
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 Quem pode ser conciliador?
 Quem não pode ser conciliador?
 Quem exerce atividade político-partidária;
 Quem desempenha atividade de advocacia perante a unidade judicial em que 
pretende atuar;
 Quem possui processo em andamento no juízo onde pretende exercer a função;
 Quem traz condenação criminal por decisão transitada em julgado.
Fonte: CNB/SP
Principais diferenças
Visão normativa no Brasil
Mediação Conciliação
 Inserida no sistema de justiça após
2010, mais autonomia para as partes.
 Apresenta técnicas complexas, sem
julgamento de valor.
 Ampla atuação em conflitos específicos
(família, empresarial, etc.)
 Presente no direito brasileiro desde o
Império e Ordenações Manuelinas.
 Apresenta técnicas mais simples, foco
em soluções pontuais.
 Atua em várias áreas do direito, causas
menos complexas.
JÁ SABEMOS QUE MEDIAÇÃO E 
CONCILIAÇÃO NÃO SÃO SINÔNIMOS, 
MAS VEJAMOS ALGUNS PONTOS EM 
COMUM
 A fortificação da mediação e da
conciliação no ordenamento jurídico
brasileiro, deixa de lado a cultura do
perde-ganha, para dar lugar a figura
do ganha-ganha.
Desse modo, compreendemos na aula de hoje que:
 A conciliação e a mediação atualmente dispõem de um aparato normativo capaz de
conferir aos referidos institutos a segurança jurídica necessária para disseminar a
cultura da pacificação e a ampliação de sua utilização no ordenamento jurídico
brasileiro, tanto na esfera judicial quanto na extrajudicial.
 Uma das principais vantagens é a possibilidade de resolver o conflito de forma mais
rápida, menos onerosa e menos desgastante.
 Outro ponto é que a resolução costuma ser considerada mais justa já que os próprios
envolvidos a constroem. Um ganho em longo prazo é o aprendizado das partes no
sentido de tentar solucionar conflitos futuros de forma mais pacífica.
 O instituto minimiza a possibilidade de recursos, eis que a solução é previamente
pelas partes e, salvo em caso de alguma nulidade, encerra ali mesmo o conflito. Esta
nova forma de solucionar os impasses trazida ao poder judiciário transformou a
forma de se fazer justiça.
“
”“Na medida em que os litigantes são menos adversários e
mais cooperativos, a solução do conflito se apresenta com
ganhos mútuos que podem até ultrapassar as partes
envolvidas e ocasionar o fortalecimento da cidadania através
da promoção da paz social, da justiça e da solidariedade,
objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil.”

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