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Universidade Federal Fluminense
Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos – InEAC
Departamento de Segurança Pública
Antropologia do Direito II
Docente: Frederico Policarpo
Discente: Giulia Portes Tavares
Resenha: Etnografia de uma instituição: a Polícia Civil do Estado do Rio de
Janeiro
O texto a ser apresentado se trata da aula 7 da apostila do CEDERJ, com o título
Etnografia de uma instituição: a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, que foi
escrito por Lucía Eilbaum e Simoni Lahud Guedes. Contém o total de vinte páginas,
sendo dividido em cinco subtítulos. As autoras têm a etnografia feita por Roberto Kant
de Lima como base para a discussão.
Lucía Eilbaum é Doutora em Antropologia, Bacharel em Ciências
Antropológicas e Mestre em Antropologia. É professora do Departamento de
Antropologia e do Programa de Pós-graduação em Antropologia pela UFF. Simoni
Lahud Guedes possuiu Bacharelado e Licenciatura em Ciências Sociais e Mestrado e
Doutorado em Antropologia Social. Falecida em julho de 2019, foi professora do
Departamento de Antropologia na UFF e coordenadora do Programa de Pós-graduação
em Antropologia também na UFF.
Na introdução do texto as autoras falam sobre como a etnografia está muito
presente dentro da área da Antropologia do Direito e mostram como a obra de Kant de
Lima poderá contribuir para um estudo sobre as práticas e valores das instituições
policiais. O trabalho do autor foi realizado em 1982 na Polícia Civil do Estado do Rio
de Janeiro, especificamente em três delegacias da Zona Sul, Centro e Zona Norte, com a
intenção de mostrar como cada área tem suas particularidades.
O próximo ponto abordado pelas autoras é relacionado aos sistemas judiciais,
com foco na administração de conflitos, que se organizam de forma diferente nas
sociedades. Apontam que no Brasil, segundo Roberto Kant de Lima, há um paradoxo
legal, onde existe no mesmo lugar uma ordem constitucional igualitária e um sistema
judicial hierarquizado e como isso possibilita que haja diferença na aplicação das regras
nos casos.
Diante disso, no terceiro tópico, as autoras escrevem sobre a constante tensão
que a polícia fica durante suas atividades, tendo um conjunto de regras e práticas a
seguir na aplicação da lei, que é chamado por Kant de Lima de ética policial. Para
ajudar o judiciário a Polícia Civil deve sempre iniciar um inquérito quando souber de
algum crime, mas o autor apresenta em sua pesquisa que as autoridades nem sempre
fazem isso, eles buscam convencer os denunciantes de que não seria necessário registrar
o crime, com a intenção de apresentar uma baixa no número de casos.
Em outro ponto do texto, as autoras explicam que essa decisão de fazer o
registro ou não do crime também dependia de um processo de classificação dos
indivíduos por parte dos policiais. Kant de Lima apresenta essa operação com o nome
de “tirar”, que é onde os policiais avaliam a vestimenta, o visual, a forma de falar das
pessoas antes de ouvi-las e dessa forma, dependendo de como a classificam, aplicaram a
lei de forma diferente. O autor também explica que existe duas variantes da ética
policial, a primeira é diante do sistema judicial, onde usam da investigação preliminar
para fugir um pouco do controle externo, e a segunda é diante da população, onde
exerce o seu poder de forma conflitante.
Para finalizar o texto, as autoras apresentam as conclusões que podem ser tiradas
através da pesquisa de Roberto Kant de Lima. Apontam que a Polícia Civil do Estado
do Rio de Janeiro desenvolve as funções de vigilância e investigação, que de acordo
com Kant de Lima, se misturam e colocam os policiais num dilema sobre como devem
agir, fazendo a lei se cumprir e deixando de lado a ética ou impondo sua ética e
desobedecendo a lei.
Referências
EILBAUM e GUEDES, Lucía e Simoni Lahud. Etnografia de uma instituição: a Polícia
Civil do Estado do Rio de Janeiro. Aula 7. Apostila CEDERJ.

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