Prévia do material em texto
ESTRATÉGIAS DE MANEJO PARA CRIANÇAS CARTILHA PARA PAIS E CUIDADORES Foz do Iguaçu 2023 Autistas Autores: Eduarda Fusco Rodrigues; Sophia Isabelly de Oliveira. Orientadores: Anderson Miranda; Lucas Latronico. Esta cartilha foi organizada por acadêmicas de psicologia da faculdade Descomplica UniAmérica Centro Universitário de Foz do Iguaçu em parceria com a ASPAS - Associação Solidária às pessoas Autistas. A cartilha tem como objetivo esclarecer sobre o Transtorno do Espectro Autista e apresentar estratégias de manejo com a criança autista, bem como, o manejo das crises e como podem ser evitadas, entre outros assuntos referentes aos comportamentos e características do TEA. AUTISMO SE COMPREENDE! NÃO SE CURA 02 de Abril - Dia Mundial da Conscientização do Autismo. Desmistificando o Autismo...................................................................................................04 Níveis de Suporte...................................................................................................................05 Autismo em Meninas.............................................................................................................06 Curiosidades...........................................................................................................................08 TPS: Transtorno do Processamento Sensorial...................................................................11 A Relação entre o TPS e o TEA..............................................................................................12 Exemplos de Crises................................................................................................................13 Estratégias Preventivas para Evitar Crises no Autismo....................................................15 Seletividade Alimentar Não é Frescura...............................................................................18 A Rigidez Cognitiva.................................................................................................................20 Atividades Básicas de Vida Diária........................................................................................23 Agradecimentos.....................................................................................................................26 Referências..............................................................................................................................27 SUMÁRIO Atenção: Não se usa mais o termo “Especial”, mas sim os termos: - NEUROTÍPICO = Para as aqueles que NÃO apresentam alterações neurológicas. - NEUROATÍPICO = Para aqueles que apresentam alterações neurológicas. Atenção: Não se usa mais o termo “Especial”, mas sim os termos: - NEUROTÍPICO = Para as aqueles que NÃO apresentam alterações neurológicas. - NEUROATÍPICO = Para aqueles que apresentam alterações neurológicas. 04 As pessoas com autismo não apresentam características físicas diferentes, como é o caso da Síndrome de Down, no Autismo, percebemos as diferenças através do comportamento. O TEA – Transtorno do Espectro Autista - não é uma doença e, sim, uma condição neurológica que afeta a maneira como uma pessoa se comunica, interage e processa informações sensoriais. O autista geralmente apresenta diferentes condições marcadas por comportamentos restritivos e repetitivos, dificuldades de comunicação e uso da imaginação, dificuldade de socialização que podem se manifestar em conjunto ou isoladamente. Os níveis de suporte de autismo variam, sendo eles: Nível 1, Nível 2 e Nível 3 de suporte. Neurodiversidade é a ideia de que variações neurológicas são uma parte natural e valiosa da diversidade humana. Isso inclui condições como Autismo, TDAH, Dislexia e muitas outras. (FREITAS, Michelli, 2023). Ou seja, o cérebro do autista funciona de forma diferente. O QUE É NEURODIVERSIDADE? O autismo é um transtorno que pode ser causado por fatores genéticos ou fatores ambientais (útero/intrauterino), relacionado também como abuso de remédios durante o período gestacional, a prematuridade, e a idade avançada dos pais também podem influenciar, sendo assim, a criança já nasce autista e permanece sendo neuroatípico por toda a vida. NÃO SOU DOENTE, SOU NEURODIVERGENTE! DESMISTIFICANDO O AUTISMO O QUE CAUSA O AUTISMO? AUTISMO NÃO TEM CARA! 05 Caracterizado por dificuldades na interação social e comunicação, desregulação emocional e rigidez cognitiva. Possui interesses intensos e restritos, como colecionar objetos específicos ou se concentrar em um tópico restrito. Dificuldade em trocar de atividade, desafios na organização e planejamento gerando obstáculo na independência. Exige apoio Tem dificuldade moderada na comunicação VERBAL e NÃO VERBAL, baixa habilidade na linguagem funcional, consequentemente na interação social, e podem precisar de auxílio na execução de atividades da vida diária. Dificuldade em lidar com mudanças na rotina, Comportamentos repetitivos, como balançar as mãos ou o corpo, desregulação emocional. apoio substancial apoio muito substancial Déficits na comunicação, comportamento inflexível, restrito e repetitivo como balançar as mãos ou o corpo, dificuldade em lidar com mudanças. Dificuldade em mudar foco e suas ações, precisa de apoio para realizar tarefas diárias de autocuidado. QUAIS SÃO OS NÍVEIS DE SUPORTE NO AUTISMO? QUAIS SÃO OS NÍVEIS DE SUPORTE NO AUTISMO? 06 CAMUFLAGEMCAMUFLAGEM Se eu imitar o comportamento das outras pessoas vou ser aceita em um grupo social. Se eu imitar o comportamento das outras pessoas vou ser aceita em um grupo social. AUTISMO EM MENINAS A alguns anos atrás, os estudos voltados para diagnosticar o autismo, é centrado em comportamentos voltado para sexo masculino, o que facilita o diagnóstico para esse grupo, porém mulheres acabam sendo prejudicadas. Atualmente, muitos pesquisadores têm como hipótese que as mulheres são diagnosticadas tardiamente com TEA por conta de algumas características diferentes e por ideologias referente ao que é ser mulher, dessa maneira, existe muito mais mulheres espectro do que imaginamos. O que acontece é que, geralmente, meninas não se encaixam na maioria dos requisitos desse transtorno e tendem a ter os sintomas muito mais mascarados do que meninos. Esse é o caso do comportamento social, um dos maiores fatores para identificar o transtorno. Por uma construção social, meninas tendem a disfarçar muito mais as suas limitações em relação aos meninos, imitando comportamentos de outras pessoas da mesma idade, até mesmo por uma questão de aceitação social. A camuflagem social é o termo usado para um conjunto de estratégias usadas para esconder comportamentos comuns em pessoas com autismo, causando um prejuízo psíquico. O principal objetivo dessas estratégias é se adaptar melhor ao ambiente, como um camaleão, atendendo às expectativas dos contextos sociais. Além disso, a falta de estudo sobre o caso também influência no diagnóstico tardio. Pesquisadores afirmam que, por mulheres serem mais expostas em situações sociais e forçadas a se comportar de forma “adequada” desde muito cedo, muitas das características do TEA acabam sendo ocultadas nesse processo. Apesar disso ser muito comum em ambientes sociais fora de casa, muitas crianças podem começar a mascarar o autismo cedo, nas interações de âmbito familiar. Ocorre quando familiares ou pessoas próximas repreendem comportamentos comuns no autismo, como as estereotipias. https://genialcare.com.br/blog/camuflagem-social/ 07 DIAGNÓSTICO TARDIO DAS MENINASDIAGNÓSTICO TARDIO DAS MENINAS Preferem que outras crianças falem por ela. Passividade incomum. Depressão, ansiedade e troca de humor são comuns. Dificuldade em fazer e manter amizades. Sensibilidade incomum para situações sensoriais. Paixões específicas, interesses restritos e repetitivos. Conversa restritaem seus tópicos de interesse. Muitas vezes ditas como tímidas ou mais “quietinhas”. Algumas apresentam convulsões (mesmo que subclínicas). Dificuldade com a comunicação social vão aumentando com a idade. Dificuldade em controlar suas emoções quando frustrada. Os estudos também mostram que as meninas precisam mostrar dificuldades intelectuais, ou comportamentais, muito mais severas para que o autismo seja detectado. Dessa forma, quando as meninas apresentam autismo nível 1 ou 2 de suporte, a pessoa no espectro pode passar anos sem ser diagnosticada ou até mesmo receber o diagnóstico errado, como TDAH, TOC, BORDERLAINE e transtornos alimentares. Nesses casos de diagnóstico tardio, é bastante comum que as meninas no espectro recebam o laudo de autismo nivel 1. Com o acesso a informações de fontes confiáveis, e a conscientização sobre o autismo, cada vez mais pessoas podem se identificar com os sinais e procuram apoio profissional para, de fato, receberem um laudo. https://genialcare.com.br/blog/diagnostico-tardio-de-autismo/ AZUL 08 1. QUAIS OS SÍMBOLOS DO AUTISMO?1. QUAIS OS SÍMBOLOS DO AUTISMO? 1. A COR AZUL: Essa cor é usada para simbolizar o autismo por ser uma cor ligada ao sexo masculino, visto que é mais comum termos o diagnóstico precoce do autismo em meninos do que em meninas. Porém, as meninas com autismo demoram mais para receber o diagnóstico. Dessa forma, isso leva a um menor número de diagnósticos, quando comparado com os meninos. O que não quer dizer que tenhamos mais meninos autistas do que meninas, apenas um menor número de diagnósticos. 1. A COR AZUL: Essa cor é usada para simbolizar o autismo por ser uma cor ligada ao sexo masculino, visto que é mais comum termos o diagnóstico precoce do autismo em meninos do que em meninas. Porém, as meninas com autismo demoram mais para receber o diagnóstico. Dessa forma, isso leva a um menor número de diagnósticos, quando comparado com os meninos. O que não quer dizer que tenhamos mais meninos autistas do que meninas, apenas um menor número de diagnósticos. CURIOSIDADES 2. O QUEBRA - CABEÇA: A ideia é usar o quebra cabeça para simbolizar as dificuldades de compreensão enfrentadas pelas pessoas com autismo. Porém, a comunidade autista acredita que o símbolo representa que as pessoas com o transtorno não se encaixam na sociedade, sendo assim, nem todos concordam com o uso desse símbolo. 2. O QUEBRA - CABEÇA: A ideia é usar o quebra cabeça para simbolizar as dificuldades de compreensão enfrentadas pelas pessoas com autismo. Porém, a comunidade autista acredita que o símbolo representa que as pessoas com o transtorno não se encaixam na sociedade, sendo assim, nem todos concordam com o uso desse símbolo. 3. INFINITO PINTADO COM AS CORES DO ARCO-ÍRIS: A imagem representa a diversidade entre as pessoas que estão dentro do espectro autista, com infinitas variações e possibilidades, mesmo tendo semelhanças neurológicas entre elas. 3. INFINITO PINTADO COM AS CORES DO ARCO-ÍRIS: A imagem representa a diversidade entre as pessoas que estão dentro do espectro autista, com infinitas variações e possibilidades, mesmo tendo semelhanças neurológicas entre elas. 09 4. FITA DE QUEBRA-CABEÇA: A fita representa o mistério e a complexidade do autismo, é um símbolo mundial da conscientização em relação ao TEA, muito usada principalmente no Dia Mundial de Conscientização do Autismo. 4. FITA DE QUEBRA-CABEÇA: A fita representa o mistério e a complexidade do autismo, é um símbolo mundial da conscientização em relação ao TEA, muito usada principalmente no Dia Mundial de Conscientização do Autismo. 2. CORDÕES DE IDENTIFICAÇÃO 2. CORDÕES DE IDENTIFICAÇÃO 1. CORDÃO DE QUEBRA-CABEÇA: Esse é o mais usado e mais famoso, por ser o cordão exclusivo do autismo. Quando o TEA está usando esse cordão, todos ao redor que conhecem sobre o símbolo do quebra-cabeça, vão saber identificá-lo como autista, e portanto, como pessoa portadora de direitos, com acesso à fila preferencial e passe livre no ônibus. 2. CORDÃO DE GIRASSOL: A lei 14.624 oficializou o cordão de fita com desenhos de girassóis como símbolo nacional de identificação de pessoas com deficiências invisíveis. Ele serve para identificar tanto o TEA quanto o TDAH, ou qual outro transtorno mental, também pode ser usado por pessoas surdas. Ou seja, todas as doenças que não são identificadas de imediato. https://pt.wikipedia.org/wiki/Autismo https://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_Mundial_de_Conscientiza%C3%A7%C3%A3o_do_Autismo https://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_Mundial_de_Conscientiza%C3%A7%C3%A3o_do_Autismo 10 2. CORDÃO MISTO: O cordão que une os girassóis e o quebra-cabeça, une também os dois conceitos anteriores, o quebra-cabeça que é específico do autismo e os girassóis que representa qualquer tipo de diversidade. 3. CORDÃO DE INFINITO ARCO-ÍRIS: Esse é o cordão mais recente, visto que o símbolo do infinito começou a ser usado depois da pandemia, devido ao debate que surgiu entre a comunidade autista, sobre o símbolo do quebra-cabeça trazer pré- conceitos como “Ele não se encaixa na sociedade”, “O autismo é difícil de compreender”, entre outras frases capacitistas. Por isso, o símbolo do infinito foi criado pelos autistas com a ideia de representar as infinitas possibilidades de características dentro do espectro, porque todo autista é diferente, e as cores do arco-íris representam as diferentes intensidades e níveis do autismo. A IMPORTÂNCIA DA IDENTIFICAÇÃO VAI ALÉM DE EVITAR JULGAMENTOS. TPS: TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO SENSORIAL Estímulos Olfativos: Sentir um cheiro forte, de um perfume, uma fruta ou até mesmo urina, entre outros. Estímulos Auditivos: Um ambiente com muitas pessoas falando ao mesmo tempo; Uma música tocando muito alto; TV ligada por muito tempo; poluição sonora (barulhos de carros ou motos). Esses são alguns exemplos de estímulos auditivos. Estímulos Visuais: Luzes fortes; Muito tempo em telas (celular, TV, computador); Ambientes com muita poluição visual (um ambiente com muitas cores e muitas informações visuais, como cartazes de propaganda, placas de rua, outdoors, pichações, etc). Estímulos Táteis: Através do sentido do tato, sentimos o toque físico, a pressão, a dor, sensações térmicas e a vibração. São estímulos sensoriais do tato, experiências com diferentes texturas de diferentes superfícies (lisas, crespas, ásperas e macias, entre outras), como também variação de temperaturas (quente/frio). Estímulos Gustativos: Esse estímulo vem do paladar, trazendo experiências orais e com sabores. Exemplos: Comparando dois sabores azedo/doce ou quando a criança leva brinquedos na boca, procurando sentir esse estímulo oral. É possível existir a sensação de incomodo por não se familiarizar com a textura de determinado alimento na boca, sendo uma questão tanto tátil quanto gustativa. O Transtorno de Processamento Sensorial (TPS) se trata de uma condição em que, tanto o cérebro, quanto o sistema nervoso apresentam dificuldades para processar estímulos do ambiente e os sentidos. Ou seja, a pessoa com esse transtorno pode se desregular com o excesso de estímulos sensoriais, por causa dos seus 5 sentidos serem muito mais apurados. Uma pessoa com TPS pode se sentir sobrecarregada se estiver sendo exposta a um ambiente com muitos estímulos. Agora, vamos entender melhor o que são esses estímulos sensoriais, que vem dos 5 sentidos do corpo? Segue abaixo alguns exemplos de situações que causam desconforto para quem sobre com TPS: 11 12 A RELAÇÃO ENTRE O TPS E O TEA O TPS pode ou não, estar presente em pacientes dentro do Espectro Autista. Afinal, deve-se levar em consideração que cada autista é diferente um do outro e é por isso que se chama espectro. Alguns Autistas apresentam o Transtorno de Processamento Sensorial (TPS), tendo a sensação de estar sobrecarregado pelo excesso de estímulos sensoriais. Se incomodando com barulhos altos, etiquetas de roupas, cheiros fortes, entre outros estímulos. Podendo variar também, havendo aquelesque não gostam de barulhos altos (estímulo auditivo), mas gostam de estímulos visuais, se sentindo seguros e compreendendo melhor quando apresentado a eles uma rotina de forma visual, por exemplo. Outros Autistas são o completo oposto, não apresentando o TPS e ainda buscando estímulos sensoriais. É daí que vem as estereotipias do autismo, a necessidade de fazer barulhos (busca por estímulos auditivos), a necessidade de colocar brinquedos na boca (busca por estímulos táteis e gustativos), entre outros comportamentos de busca sensorial. Mas vale ressaltar que nem todo comportatamento de busca sensorial reflete uma necessidade. É necessário observar o contexto de cada criança e anotar seus comportamentos diariamente ate chegar a um conclusão. 13 As palavras Shutdown e Meltdown são usadas para diferenciar 2 tipos de crises diferentes, que estão ligadas a sobrecargas emocionais, sensoriais ou até sociais que os autistas podem sentir em diversas situações. Quando pensamos em sobrecargas e dificuldade no processamento sensorial em pessoas com TEA, estamos falando de estímulos sensoriais específicos que acabam aumentando os níveis de ansiedade e estresse a um ponto de crise, que pode ser um meltdown ou shutdown. Logo, os dois tipos de crises estão ligadas ao Transtorno do Processamento Sensorial (TPS), que acontece quando o sistema nervoso e o cérebro têm dificuldade em processar os estímulos do corpo, ambiente e sentidos. Ou seja, o cérebro tem dificuldade em processar estímulos sensoriais, por exemplo, fome, frio, sono, luzes, sons etc. Existem 2 nomes que explicam melhor sobre esse excesso de estímulos, a Hipersensibilidade e a Hipossensibilidade: HIPERSENSIBILIDADE: É quando o TEA é muito sensível aos demais estímulos sensoriais. Por isso, os sons podem ser, por exemplo, mais altos e estímulos visuais muito fortes; HIPERSENSIBILIDADE: É quando o TEA é muito sensível aos demais estímulos sensoriais. Por isso, os sons podem ser, por exemplo, mais altos e estímulos visuais muito fortes; HIPOSSENSIBILIDADE: É quando o TEA precisa de muito esforço para sentir qualquer tipo de estimulação. Por isso é comum que pessoas com hipossensibilidade estejam sempre agitadas e em movimento. HIPOSSENSIBILIDADE: É quando o TEA precisa de muito esforço para sentir qualquer tipo de estimulação. Por isso é comum que pessoas com hipossensibilidade estejam sempre agitadas e em movimento. EXEMPLOS DE CRISES MELTDOWNMELTDOWNSHUTDOWNSHUTDOWN Sabemos que o autista irá reagir de uma forma diferente ao ser estimulado, e que as crises podem variar de intensidade e causa. E são nesses momentos que o meltdown e shutdown podem acontecer. Além disso, é muito importante entender e conhecer qual é o tipo da crise e o que está desencadeando (começando) essa crise para encontrar, com mais facilidade, as estratégias e ações que podem evitar que elas se repitam, ou até mesmo amenizá-las no futuro. https://genialcare.com.br/blog/sindrome-sensorial-bless/ https://genialcare.com.br/blog/sindrome-sensorial-bless/ https://genialcare.com.br/blog/cerebro-autista/ 14 QUAL A DIFERENÇA ENTRE MELTDOWN E SHUTDOWN?QUAL A DIFERENÇA ENTRE MELTDOWN E SHUTDOWN? Gritos; Choros; Enjoos; Tremores; Mal-estar; Automutilação. É importante lembrar que esse comportamento é algo muito diferente de uma birra (estratégia para conseguir algo que se deseja naquele momento), pois não existe controle das ações. Dessa forma, a família, rede de apoio e cuidadores, são peças fundamenais para minimizar os efeitos do meltdown. Meltdown Um Meltdown é uma crise mais explosiva com perda de controle emocional. Nesses momentos é muito comum que a pessoa autista tenha comportamentos extremos como repetitivos e agressivos, onde existe uma impossibilidade de controlar impulsos, reações ou sentimentos. Durante um meltdown existe uma sobrecarga sensorial muito intensa, seguida de uma frustração e sintomas que podem ser: Ambos podem acontecer em qualquer momento que tenha um acúmulo de estímulos e sobrecarga sensorial, por isso é importante analisar e entender o que desencadeou (começou) aquela crise. Ambos podem acontecer em qualquer momento que tenha um acúmulo de estímulos e sobrecarga sensorial, por isso é importante analisar e entender o que desencadeou (começou) aquela crise. Ao contrário do meltdown, aqui as emoções ficam internalizadas, por isso, tendem a ser crises mais “discretas” podendo passar despercebidas por quem não sabe o que está acontecendo. Shutdown Já um shutdown ou desligamento, é uma crise considerada mais “interna” que envolve a retirada ou dissociação da pessoa, ficando em isolamento, congelada ou paralisada. O termo vem do inglês e traduzido é “desligamento do sistema”. Durante essa crise geralmente existe uma desconexão total ou parcial do momento, sem nenhum tipo de comunicação com o que está acontecendo. A respiração pode ficar mais lenta e o olhar mais “vazio”. Também é comum que alguém em shutdown queira ficar deitado no chão ou totalmente imóvel. 15 ESTRATÉGIAS PREVENTIVAS PARA EVITAR CRISES NO AUTISMO As crises podem ser comuns em crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), mas o que muitas famílias não sabem é que existem formas de evitar que elas aconteçam. Chamamos isso de “estratégias preventivas”, o que significa que, investigando o comportamento a fundo e conhecendo aquela criança, é possível inserir táticas na rotina que vão ser essenciais para o manejo das crises. Mesmo que cada criança seja única, e seu contexto social seja diferente, algumas estratégias específicas podem ajudar, se forem adaptadas para aquele indivíduo de acordo com seus gostos, preferências e dificuldades. Abaixo, citamos algumas delas que podem ajudar a evitar crises. ALGUMAS ESTRATÉGIAS PREVENTIVAS PARA EVITAR CRISES ALGUMAS ESTRATÉGIAS PREVENTIVAS PARA EVITAR CRISES Muitas das crises ocorrem quando a criança se recusa a fazer uma tarefa ou cumprir um compromisso. Exemplo: Está na hora de dormir, mas ela não quer desligar a TV ou parar de brincar. 1. OFEREÇA ALTERNATIVAS Nesse caso, ao invés de confrontá-la diretamente, você deve esclarecer qual o momento e oferecer opções para ela escolher. Exemplo: “Agora é hora de dormir. Você prefere colocar o pijama do Super-Homem ou do Batman?”. Oferecer escolhas para a criança faz parecer que é uma decisão dela, quando na verdade não importa o pijama que ela escolheu, mas sim que ela obedeça, durmindo em seguida. Ou isto ou aquilo 16 Comportamento Mudanças de 2. TRABALHE A PREVISIBILIDADE Uma quebra de rotina repentina pode ser desestabilizadora para uma pessoa no espectro do autismo. Por isso, é comum que algumas crises ocorram quando algo não planejado ou informado previamente acontece. Exemplo: A criança está assistindo TV e você a desliga sem avisar para que ela possa almoçar. Embora não seja possível prever todas as situações e avisá-la previamente, você pode trabalhar a previsibilidade nas pequenas ações. Neste mesmo exemplo já citado, seria melhor informá-la que o horário do almoço se aproxima e que, há contar 10 minutos daquele momento, você desligaria a TV. Se quiser, pode até colocar um despertador ou cronômetro que sirvam como pista visual para ela. É muito importante adquirir o hábito de investigar cada comportamento e crise a fundo, e anotar tudo que perceber em um caderno. Essa prática vai te fazer entender melhor cada etapa: Antecedente, comportamento e consequência, e elaborar estratégias preventivas que podem ajudar no futuro! 3. INVESTIGUE CADA COMPORTAMENTO E CRISE, E ANOTE! 17 DICAS PARA AJUDAR A CRIANÇA AUTISTA EM MOMENTOS DE CRISE DICAS PARA AJUDAR A CRIANÇA AUTISTA EM MOMENTOS DE CRISE Procure manter a calma na sua voz e não fazer perguntas demais, já que isso pode prejudicar ainda mais a sobrecarga de estímulos. Diga para ele respirar fundo e soltar (esse exercício tende acalmar a tensão). É muito importante também levá-lo a locais silenciosose calmos, onde ele se sinta confortável e seguro. Se a crise for agressiva e o foco da agressão for ele próprio, abrace-o com carinho, com pressão em seus braços e mãos, para contê-lo. Se em uma crise de agressividade o foco da agressão for uma pessoa próxima, peça para ela se retirar do local ou sair do campo de visão e tente abraçá-lo com a mesma pressão. Às vezes a melhor contenção é abracá-lo pelas costas com os seus braços cruzados, segurando suas mãos. Se em uma crise intensa o foco da agressão é você, peça um reforço de mais uma pessoa, oriente-a para que ela lhe dê uma medicação (se necessário) e, se conseguir, o abraçar pelas costas, com os seus braços cruzados, segurando suas mãos. Se não tiver ninguém ao alcance, tente fazer isso e diga coisas (em voz baixa) que mude seu foco para outro interesse (contar até 10, ou cantar uma música que ele goste). Buscar o auxílio de profissionais especializado, para supote adequado após os episódios e tambem para compreender e fazer o mapeamento do que desencadeia. Uma dica é aproveitar o espaço para conversar sobre as coisas que ela gosta que estão ali, distraindo a criança, desviando a atenção da crise para outra coisa e reconectando-a com a realidade. Podendo-se usar brinquedo, quando a crise não for tão intensa. É essencial destacar que quando falamos de crises, é de extrema importância se atentar sempre aos medicamentos de uso contínuo, se estão sendo administrados corretamente (no horário certo e na dose certa). Assim como evitar ambientes barulhentos, caóticos ou muito cheios; dificultar o alcance de objetos pontiagudos ou perigosos. 18 SELETIVIDADE ALIMENTAR NÃO É FRESCURA A Escalada do Comer é uma estratégia muito usada em pessoas com Autismo que apresentam Seletividade Alimentar. Cada situação é única, mas em muitos casos há a dificuldade da criança em experimentar alimentos novos, pelo fato de que, ao comer, as crianças autistas recebem interferência de estímulos sensoriais, e por problemas de modulação sensorial da audição, visão, olfato, paladar e toque, rejeitam o alimento. Ou seja, a Seletividade Alimentar está relacionada ao TPS. A Escala do Comer é uma ferramenta bastante simples e visual que cria um tipo de passo a passo para a aproximação e aceitação, gradativa, dos alimentos que a criança não costuma comer. Esses passos ou etapas funcionam como uma “escalada” mesmo, avançando novos degraus. Por isso, é muito importante seguir cada um desses passos para que a criança com autismo consiga ter previsibilidade das mudanças e se adaptar a elas, diminuindo as barreiras das refeições e se alimentando melhor a cada dia. São eles: Tolerar: O primeiro passo da escalada do comer permite que a criança fique próxima do alimento sem sentir qualquer incômodo ou desconforto. Isso pode ser feito apenas visualmente, ou até mesmo deixando o alimento perto, ou já no prato. Com isso, a criança entende a aprende a tolerar determinado alimento. Interagir: Já na próxima etapa a criança é estimulada a sentir interesse por esse alimento, começando a interagir com ele aos poucos, aceitando tocar, seja com a mão ou com o garfo. Uma ótima dica para esse passo é adicionar o alimento nas brincadeiras e interesses da criança, por exemplo, pedindo para ela alimentar uma boneca com isso. Cheirar: Seguindo a etapa de interação com o alimento, a criança se aproxima ainda mais e sente o seu cheiro, fortalecendo o vínculo com ele e permitindo que o cérebro crie a conexão entre o olfato e a visão. Escala do Comer https://genialcare.com.br/blog/autismo/ https://genialcare.com.br/blog/seletividade-alimentar/ https://genialcare.com.br/blog/integracao-sensorial-no-autismo/ https://genialcare.com.br/blog/integracao-sensorial-no-autismo/ 19 Tocar: Na próxima etapa ela aceita pegar o alimento com as mãos, mexendo nele de forma natural. Talvez os passos 2, 3 e 4 possam acontecer juntos, ou talvez cada etapa seja feita de uma forma mais lenta, dependendo do ritmo e interesse da criança. Provar: No quinto passo a criança coloca o alimento na boca, se familiarizando com suas características no paladar, como sabor, textura e temperatura. Pode ser que ela cuspa, mastigue, morda ou apenas passe a língua. Comer: Por fim, a escalada do comer termina quando a criança aceita comer, de fato, o alimento, mastigado e o engolindo. Em seguida, ele já passa a fazer parte da dieta e rotina, podendo ser inserido em diferentes preparos e texturas. DICAS DE COMO A FAMÍLIA PODE AJUDAR COM A ESCALADA DO COMER: DICAS DE COMO A FAMÍLIA PODE AJUDAR COM A ESCALADA DO COMER: Mantenha a rotina, estabelecendo horários e previsibilidade do que vai acontecer; Evite adicionar guloseimas e lanches que não fazem parte do planejado; Procure variar bastante, permitindo que a criança explore o máximo possível. Incentive a autonomia para que ela consiga se servir e escolher o que deseja; Transforme o momento das refeições em algo lúdico e interessante; Comemore as conquistas e avanços da criança, facilitando a generalização do comportamento; Evite eletrônicos nesse momento, já que eles podem tirar o foco e atenção da criança na hora de comer. A seletividade alimentar no autismo é algo bastante difícil, mas com os estímulos certos e uma equipe multidisciplinar capacitada para garantir o desenvolvimento, a criança conseguirá atingir resultados extraordinários. https://genialcare.com.br/blog/generalizacao-autismo/ https://genialcare.com.br/blog/equipe-multidisciplinar-autismo/ 20 A RIGIDEZ COGNITIVA E O TEA pode trazer uma sensação de segurança, um senso de previsibilidade e controle em um mundo que pode ser percebido como caótico e imprevisível. As mudanças nesse contexto podem ser vistas como ameaças à essa sensação de segurança, resultando em comportamentos desafiadores ou reações emocionais intensas, como crises. COMO A RIGIDEZ COGNITIVA SE MANIIFESTA? COMO A RIGIDEZ COGNITIVA SE MANIIFESTA? As manifestações da rigidez cognitiva no autismo podem variar muito de uma pessoa para outra, mas algumas características comuns são: Adesão estrita as rotinas e rituais: A pessoa pode insistir em seguir uma rotina específica, com horários, atividades e sequências precisas que devem ser mantidas. Mudanças inesperadas nessa rotina podem causar desconforto e ansiedade. A rigidez cognitiva é uma característica que aparece com frequência em pessoas com Transtorno do Espectro Autista. Ela se refere à tendência de apresentar padrões de pensamento, comportamentos e ações rígidos e inflexíveis (se expressa ou se comporta sempre do mesmo jeito), como também dificuldade em se adaptar a mudanças ou novas situações. É uma das chamadas estereotipias, que são comportamentos repetitivos, restritos e estereotipados com pouca ou nenhuma variação, comuns em pessoas com autismo. Essa rigidez pode se aplicar a várias áreas da vida de uma pessoa com autismo, incluindo a rotina diária, interesses e atividades de lazer. Em algumas situações, as pessoas no espectro autista podem ficar tão apegadas a suas rotinas que até mesmo pequenas mudanças podem deixar o autista ansioso e estressado. Para essas pessoas, seguir uma rotina bem estabelecida 21 ATENÇÃO: É importante lembrar que essas manifestações podem variar em intensidade e podem aparecer demais ou de menos em diferentes pessoas autistas. ATENÇÃO: É importante lembrar que essas manifestações podem variar em intensidade e podem aparecer demais ou de menos em diferentes pessoas autistas. Interesses restritos e intensos: Ela pode apresentar apenas um ou poucos interesses extremamente focados, dedicando muito tempo e energia a esses temas específicos. Comportamentos repetitivos: Pode haver a presença de estereotipias, como balançar o corpo, movimentar as mãos, repetir palavras ou frases, ou enfileirar objetos. Resistência a mudanças: Mudanças no ambiente, rotina ou até mesmo em objetos pessoais podem ser fonte de estresse e desconforto. A pessoa pode mostrar dificuldades emaceitar e se adaptar a essas mudanças. Dificuldade em generalizar habilidades: Mesmo que uma pessoa com autismo adquira uma habilidade em um contexto específico, pode haver dificuldade em transferir essa habilidade para outras situações ou ambientes. Ou seja, uma dificuldade em generalizar os comportamentos, por isso que quando a criança aprende algo na terapia, pode levar um tempo para que ela comece a usar o que aprendeu em casa. Por isso, é fundamental reconhecer que a rigidez cognitiva não define todas as experiências, uma vez que o autismo é um espectro, e cada autista é único, apresentando suas próprias características, necessidades e pontos fortes. O apoio e a compreensão adequados podem desempenhar um papel importante na promoção da flexibilidade cognitiva (aceitação de mudanças) e no desenvolvimento de habilidades de adaptação para as pessoas com rigidez cognitiva no autismo. 22 Terapias Comportamentais: Baseadas em comportamento, como Análise do Comportamento Aplicada (ABA), podem ser úteis para ajudar o autista a desenvolver novas habilidades sociais e de comunicação, como também a lidar melhor com mudanças na rotina. Intervenção Precoce: Iniciar a intervenção o mais cedo possível é essencial para promover o desenvolvimento de habilidades adaptativas (capacidade de se adaptar) e a flexibilidade cognitiva desde os anos iniciais. Programas de Treinamento Socio-Emocional: Ensinar estratégias de regulação emocional e resolução de problemas pode ajudar a pessoa a enfrentar situações estressantes e a se adaptar a mudanças com mais facilidade. Abordagem Gradual a Mudanças: Introduzir mudanças de forma gradual e previsível - antecipando os acontecimentos, avisando quando houver mudanças de rotina - pode reduzir a ansiedade associada a transições e proporcionar à pessoa a oportunidade de se ajustar. Visualização e Apoios Visuais: Utilizar recursos visuais, como quadros de rotina, calendários e diagramas, pode ajudar a pessoa a compreender e antecipar mudanças na rotina e em eventos futuros. Inclusão e Oportunidades de Socialização: Incentivar a participação em atividades inclusivas e oportunidades de socialização pode estimular a pessoa a se adaptar a diferentes ambientes e interagir com uma variedade de pessoas. ESTRATÉGIAS PARA PROMOVER A FLEXIBILIDADE COGNITIVA ESTRATÉGIAS PARA PROMOVER A FLEXIBILIDADE COGNITIVA É sempre importante lembrar de reconhecer que cada autista é único e tem seu próprio ritmo de aprendizado. A adaptação é fundamental para fornecer o apoio adequado e permitir o desenvolvimento da criança. É sempre importante lembrar de reconhecer que cada autista é único e tem seu próprio ritmo de aprendizado. A adaptação é fundamental para fornecer o apoio adequado e permitir o desenvolvimento da criança. https://genialcare.com.br/blog/terapia-aba-autismo/ https://genialcare.com.br/blog/terapia-aba-autismo/ https://genialcare.com.br/blog/intervencao-precoce-autismo/ https://genialcare.com.br/blog/suportes-visuais-no-autismo/ https://genialcare.com.br/blog/suportes-visuais-no-autismo/ https://genialcare.com.br/blog/suportes-visuais-no-autismo/ https://genialcare.com.br/blog/suportes-visuais-no-autismo/ https://genialcare.com.br/blog/suportes-visuais-no-autismo/ https://genialcare.com.br/blog/suportes-visuais-no-autismo/ https://genialcare.com.br/blog/suportes-visuais-no-autismo/ 23 As atividades básicas de vida diária (ABVDs) são todas aquelas relacionadas à autocuidado e manutenção do corpo. Por exemplo: Se alimentar, tomar banho, escovar os dentes, trocar de roupas, entre outras atividades do dia a dia. Quando falamos em autismo, essas habilidades básicas que são aprendidas desde a infância são o que, mais tarde, vão ajudar as pessoas no espectro autista a terem mais autonomia e independência. Como o TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento, é comum que as pessoas com essa condição tenham maior dificuldade em realizar essas atividades, seja por falta de coordenação motora ou atrasos no desenvolvimento. E as estratégias da Análise do Comportamento Aplicada (ABA), assim como profissionais especialistas em Terapia Ocupacional (T.O.) podem ajudar nesse processo de aprendizado. Por isso, treinar essas habilidades básicas é essencial desde o momento do diagnóstico. Entender como esse processo de aprendizagem vai funcionar é tarefa da equipe de profissionais responsáveis por acompanhar a criança. ABVD: ATIVIDADES BÁSICAS DE VIDA DIÁRIA Existem algumas estratégias da ABA que podem ajudar nesse aprendizado dessas habilidades básicas. Algumas delas são: MODELAÇÃOMODELAÇÃO A modelação é uma estratégia usada para o ensino de novas habilidades e funciona da seguinte forma, vamos pensar no exemplo de amarrar os sapatos: O terapeuta ou pessoa cuidadora realiza o comportamento alvo, que nesse exemplo vai ser amarrar seus sapatos, enquanto o cuidador realiza a ação ele explica o passo a passo de amarrar os cadarços. Isso é dar modelo, demostrando visualmente a habilidade, dando o modelo para que a criança olhe e aprenda imitando aquela ação ou comportamento alvo. Depois que o terapeuta/cuidador terminou de ensinar como amarrar os sapatos, agora é a vez da criança. E de novo, o cuidador irá narrar o passo a passo enquanto a criança tenta amarrar seus sapatos sozinha. https://genialcare.com.br/blog/autismo https://genialcare.com.br/blog/terapia-aba/ https://genialcare.com.br/blog/terapia-aba/ https://genialcare.com.br/blog/terapia-ocupacional-no-autismo/ 24 SUPORTES VISUAISSUPORTES VISUAIS Assim que a criança consegue realizar a atividade o terapeuta elogia a criança, “Parabéns, você conseguiu sozinho” ou, no caso de a criança não conseguir, “Foi uma boa tentativa, você não desistiu”. No caso de uma criança autista não verbal, podemos usar algum brinquedo que ela goste como reforço positivo, usando um objeto do interesse da criança, que ela goste muito. E entregar esse reforçador para ela somente depois que ela tentar realizar a atividade. Podendo usar frases como “Depois de amarrar os sapatos, vamos brincar de tal coisa”, ou “Primeiro amarrar os sapatos e depois brincar”. A partir daí será feito um combinado com a criança, se ela fizer uma boa tentativa de amarrar os sapatos. Aqui são apresentados passo a passo para a criança de forma visual, ajudando ela a se envolver em um comportamento ou sequência de comportamentos sem precisar da ajuda de um adulto. Dessa forma incentivamos a autonomia da criança e reconhecemos seu esforço em continuar tentando. Essa estratégia pode ser usada não só para amarrar os sapatos, mas para ensinar qualquer habilidade para a criança, dentro da Terapia Ocupacional e em casa também. Podendo usar modelos visuais também, como vídeos com passo a passo. 25 O QUE A CRIANÇA APRENDE NA TERAPIA OCUPACIONAL? O QUE A CRIANÇA APRENDE NA TERAPIA OCUPACIONAL? Profissionais especialistas em terapia ocupacional também são responsáveis por trabalhar o ensino de ABVDs para crianças com autismo. Isso porque esta área tem como objetivo promover a autonomia da criança e o desenvolvimento de habilidades. Algumas das principais atividades que a terapia ocupacional se encarrega de ensinar a criança são: Ir ao banheiro; Arrumar o cabelo; Colocar os sapatos; Escovar os dentes; Lavar as mãos. Além disso, também é possível trabalhar no desenvolvimento da coordenação motora em atividades como: Subir e descer escadas com equilíbrio; Pular com os dois pés; Jogar e segurar a bola com as duas mãos; Segurar o lápis com a mão para escrever. Para trabalhar as atividades diárias, as brincadeiras se tornam um recurso terapêutico para alcançar os principais objetivos identificados a partir da avaliação e da conversa com a família. Além disso, profissionais da terapia ocupacional, assim como profissionais ABA, têm como objetivo auxiliar a família e as pessoas cuidadoras para que as estratégias de ensino possam ser utilizadas na casada criança, com o objetivo de minimizar as dificuldades que ela enfrenta no dia-a-dia, melhorando a qualidade de vida de todo núcleo familiar. Sala de Terapia Ocupacional https://genialcare.com.br/blog/bem-estar-e-autismo/ https://genialcare.com.br/blog/bem-estar-e-autismo/ AGRADECIMENTOS: Agradecemos a todo o apoio da equipe docente da faculdade Descomplica UniAmérica Centro Universitário quanto aos direcionamentos, correções e orientações com o projeto. Ao mentor, Anderson Miranda, pela disponibilidade para participar do projeto, pelas orientações e referências bibliográficas compartilhadas que foram um grande norte para a produção do conteúdo. A ASPAS - Associação Solidária às Pessoas Autistas pela demanda e confiança em nossa capacidade de produzir tal material. Principalmente à presidente da associação, Larissa Morais, que somou muito em nossos conhecimentos práticos sobre o autismo e se comprometeu em nos acompanhar em todos os encontros presenciais quando fomos a campo desenvolver o projeto. Em especial, um agradecimento às pessoas autistas de nossos círculos pessoais (familiares, amigos, alunos e pacientes), as quais nos trouxeram inspiração e, principalmente, motivação para buscar saber mais do tema e aprofundar nossos conhecimentos para ajudar outros que não conhecem ou tem dúvidas quanto ao TEA. Agradecemos também a todos que tiraram um tempo para ler e entender um pouco mais sobre o autismo, esperamos que a cartilha tenha cumprido com suas expectativas e atendido às suas dúvidas. E que nunca deixem de buscar saber mais sobre o Autismo! Atenciosamente, RODRIGUES, Eduarda F.; OLIVEIRA, Sophia I. (2023). Conheça a ASPAS - Associação Solidária às Pessoas Autistas. Siga nas Redes Sociais: @aspas.autismo 26 "A nossa vida com o Autismo". O que fazer em caso de surto/crise? Associação SABESP. Disponível em: . Acesso em: 18 de set. de 2023. BANDEIRA, Gabriela. Estratégias preventivas: como evitar crises no autismo. Genial Care. Publicado em: 05 de mar. de 2021. Atualizado em: 20 de mar. de 2023. Disponível em: . Acesso em: 18 de ago. de 2023. Clínica MAIA – Saúde Mental. Transtornos mentais: o que fazer em caso de surto/crise? Publicado em: 14 de out. de 2023. Disponível em: . Acesso em: 18 de set. de 2023. MARQUES, Isabela. O que é rigidez cognitiva no Autismo? Genial Care. Publicado em: 16 de ago. de 2023. Disponível em: . Acesso em: 18 de set. 2023. RISSATO, Heloise. É mais difícil diagnosticar autismo em meninas? Genial Care. Publicado em: 21 de set. de 2022. Disponível em: . Acesso em: 17 de out. de 2023. RISSATO, Heloise. Meltdown e shutdown: entenda o que significa esses termos do autismo. Genial Care. Publicado em: 23 de fev. de 2023. Disponível em: . Acesso em: 18 de set. de 2023. RISSATO, Heloise. Veja como a escalada do comer pode melhorar a alimentação do seu filho. Genial Care. Publicado em: 06 de fev. de 2023. Disponível em: . Acesso em: 17 de out. de 2023. RUFINO, Adriele Cristiane dos Santos; SANTOS, Aline Aparecida dos; SILVA, Ariane Oliveira da; MAXIMIANO, Carlos Matheus Pereira; MARCELINO, Daisy de Fátima Silva Espíndola. Transtorno espectro autista (TEA): A importância da informação e suporte às crianças com autismo e seus familiares, 2022. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso Técnico de Enfermagem)-ETEC. Prof. Marcos Uchoas dos Santos Penchel. Cachoeira Paulista/SP.2022. Disponível em: . Acesso: 07 de set. de 2023. SOUZA, Renata F.; NUNES, Débora R. (2019). Transtornos do processamento sensorial no autismo: algumas considerações. Revista Educação Especial. Santa Maria, v. 32. Disponível em: . Acesso em: 05 de set. de 2023. 27 REFERÊNCIAS: https://genialcare.com.br/blog/escalada-do-comer-para-melhorar-a-alimentacao-da-crianca/%20-%20:~:text=A%20escalada%20do%20comer%20%C3%A9,barreiras%20na%20hora%20das%20refei%C3%A7%C3%B5es. https://genialcare.com.br/blog/escalada-do-comer-para-melhorar-a-alimentacao-da-crianca/%20-%20:~:text=A%20escalada%20do%20comer%20%C3%A9,barreiras%20na%20hora%20das%20refei%C3%A7%C3%B5es. https://genialcare.com.br/blog/escalada-do-comer-para-melhorar-a-alimentacao-da-crianca/%20-%20:~:text=A%20escalada%20do%20comer%20%C3%A9,barreiras%20na%20hora%20das%20refei%C3%A7%C3%B5es. https://genialcare.com.br/blog/escalada-do-comer-para-melhorar-a-alimentacao-da-crianca/%20-%20:~:text=A%20escalada%20do%20comer%20%C3%A9,barreiras%20na%20hora%20das%20refei%C3%A7%C3%B5es. Autistas ACADÊMICAS DE PSICOLOGIA Eduarda Fusco Rodrigues Sophia de Oliveira Esta cartilha foi organizada por acadêmicas de psicologia em da faculdade Descomplica UniAmérica Centro Universitário de Foz do Iguaçu em parceria com a ASPAS - Associação Solidária às pessoas Autistas. A produção ajudará no esclarecimento sobre o Transtorno do Espectro Autista e mostrará estratégias de manejo com a criança autista, bem como, o manejo das crises e como podem ser evitadas, entre outros assuntos referentes aos comportamentos e características do TEA.