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1º Módulo -Teoria Geral do Processo

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Disciplina: TEORIA GERAL DO PROCESSO 
Professor Responsável: André Luiz Krawiec Prearo.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Noções Gerais 
1 Apresentação: metodologia e intenções da disciplina
Os assuntos aqui abordados têm por finalidade ambientar o acadêmico ao conteúdo das normas processuais, sua finalidade e características mais marcantes diferindo-as das normas de direito material já estudas.
Foram retiradas as “partículas fundamentais” responsáveis pelo sustento de todo o Processo Civil Brasileiro das obras de alguns do mais renomados autores; assuntos de fundamental importância para este primeiro contato.
Vale destacar que o estudo sistematizado de uma disciplina depende de estudo árduo e principalmente diversificado, ou seja: não se fará nas aulas uma cópia do ensinamento de um único doutrinador por mais conhecido que seja ou que será realizado apenas o estudo da doutrina. Assim, diversas obras serão consultadas durante o ensino bem como a legislação predominante, a jurisprudência do nosso Tribunal bem como das demais Cortes, além de exercícios práticos voltados à labuta do profissional de Direito. 
Portanto, iniciemos nosso estudo.
2. Introdução 
2.1 As regras de conduta
Antes de tudo importa lembrá-los de que o homem é um ser essencialmente social. 
Doutrina Gonçalves� (2013, p.21) que, fora os casos excepcionais de vivência humana isolada, o homem é um ente social e gregário. Afirma que entre as necessidades humanas mais profundas está a do convívio social, a de estabelecer relações com outros homens, com as mais diversas finalidades e os mais variados graus de intensidade.
Dessa necessidade de proximidade com seus semelhantes surgiram as sociedades e junto destas, o Direito. No mesmo sentido, ensina Filho� (2010, p.33) que “a história das civilizações tem demonstrado que a sociedade, em seus diversos graus de desenvolvimento, inclusive os mais primitivos, sempre esteve moldada segundo normas de conduta”.
Problematiza, entretanto, Gonçalves (2013, p.21) que 
Não se sabe se as sociedades humanas e o direito surgiram concomitantemente, ou se o nascimento daquelas precedeu o deste, pois mesmo nas sociedades mais primitivas encontram-se normas que o grupo impõe aos seus integrantes. Parece evidente, porém, que foi a instituição de regramentos e normas de conduta que permitiu à sociedade evoluir e atingir o grau de desenvolvimento em que se encontra atualmente. (grifo nosso)
Conforme pode ser constatado, o Direito sempre foi e sempre será imprescindível para a manutenção da vida em sociedade� ou segundo as palavras de Filho (2010, p.33), “na sociedade, as normas se adaptam, se modificam, crescem ou diminuem em número aparente, mas jamais desaparecem”. 
Conclui-se que AS NORMAS DE DIREITO DÃO O ALICERCE NECESSÁRIO À MANUTENÇÃO - COM QUALIDADE - DA SOCIEDADE, sendo que, na sua ausência o caos seria inevitável, a força predominaria e o fim estaria eminente.
Conflito de interesse
As normas de direito têm por finalidade a garantia de subsistência de certos valores, certos bens, considerados como necessários, úteis ou convenientes, e, portanto, merecedores de proteção. 
É inquestionável, todavia, que o convívio social na atualidade cause divergências de interesses, mesmo diante da imposição de regras aos seus componentes. O desrespeito ao dever-ser se justifica, pois nem sempre os bens e valores estão à disposição em quantidade tal que satisfaça a todos os indivíduo, além de que nem sempre os integrantes do grupo obedecem espontaneamente às regras de condutas impostas. 
No mesmo sentido, relata Destefenni (2009, p.3) que 
Numa sociedade complexa e pluralista, que pretende garantir a convivência harmônica de pessoas que têm valores, pensamentos e comportamentos divergentes, é inevitável� o aparecimento de situações conflituosas. E não é possível afirmar que as pretensões divergentes surjam porque algumas delas é ilegítimas. Há que se ter presente que o respeito à diversidade, em todas as suas formas, é uma garantia constitucional.
Ensina Filho (2010, p.34), com base no ensinamento do doutrinador italiano Francesco Carnellutti�, que interesse é uma situação favorável à satisfação de uma necessidade, se as necessidades são ilimitadas; se são, todavia, limitados os bens, isto é, a porção do mundo exterior apta a satisfaze-las, correlata à noção de interesse e de bens é a noção de conflito de interesses. 
Assim, há conflito entre dois interesses quanto a situação favorável para a satisfação de uma necessidade exclui a situação favorável para a satisfação de uma necessidade diversa. 
Em decorrência, percebeu-se que não basta simplesmente estabelecer regras de conduta se não há meios de impô-las coercitivamente. De nada vale a proibição se não há como impor o seu cumprimento.
Relata Gonçalves (2013, p.22) que em princípio, os conflitos eram solucionados pelos próprios envolvidos. A solução dada era, portanto, parcial, porque provinha das partes em litígio. Era a fase da autotutela: o titular de um direito fazia com que ele valesse da força. A justiça era feita pelas próprias partes envolvidas no litígio.
A solução era considerada insatisfatória porque na autotutela nem sempre levava melhor aquele que tinha razão. Vencia, muitas vezes, a força bruta, a esperteza, a astúcia. 
Essas circunstâncias – de extrema violência e injustiça – geravam tal insatisfação entre os membros da coletividade que havia risco à sua sobrevivência. Foi só com o surgimento do Estado que se encontrou uma solução satisfatória para os conflitos.
 Autotutela e Jurisdição: noções preliminares
Ensina Santos� (2011, p.82) que nos agrupamentos onde não se tem o mínimo resquício de civilização, vigora os regime da justiça privada. Cada um defende seu direito, ou, pelo menos o que julga ser seu direito, com as próprias mãos. Afirma que nestas condições as sociedades que assim vivem, estão diante de um caos, pois a defesa do direito por atividade própria acaba transformando-se no império do mais forte, com a supressão do direito dos mais fracos, ou das pequenas minorias.
Chegando a civilização, a nação organizada reage e, como manifestação primordial de seu progresso, tem por constante o fim da justiça privada. O Estado, criado, como grito de império, proíbe que os particulares façam justiça pelas próprias mãos.
Como dito alhures, foi a partir do momento que os Estados se estabeleceram e ganharam força que a solução dos conflitos de interesse deixou de ser dada pela autotutela. Assim, nas sociedades modernas, o Estado assumiu para si, em caráter de exclusividade, o poder-dever de solucionar os conflitos. 
Desde então, compete-lhe a elaboração das regras gerais de conduta e sua aplicação aos casos concretos. Ele é suficientemente forte para impor a qualquer membro da coletividade o cumprimento da norma jurídica concreta. A solução dos conflitos é dada pelo Estado mesmo quando ele próprio é um dos envolvidos, por isso há divisão de funções das atividades estatais. 
Compete ao Estado-juiz a solução dos conflitos de interesses, que, desde então, passou a ser imparcial. O Estado substituiu às partes, incumbindo a ele dar a almejada solução para o litígio.
Vale destacar, que atualmente a lei pune como ilícito criminal o exercício arbitrário das próprias razões, ou seja, a autotutela. Permite-se, todavia, em apenas duas situações, que se faça a justiça privada�; são elas: a legítima defesa pessoal ou de terceiro, autorizada no Código Penal e a legítima defesa da posse prevista no Código Civil.
 Ao tratar sobre a jurisdição, Santos (2011, p.82) exemplifica de forma bastante didática, assim nos ensinando:
Na vida social, as relações jurídicas que se estabelecem entre as pessoas normalmente se formam e se extinguem, sem criar nenhum litígio. O comprador recebe a coisa e paga o preço; o locatário goza do bem e pata o aluguel; o devedor paga o que deve; o pai cuida do filho e o ampara; o casal cumpre seus deveres conjugais, e assim por diante.
Em determinadas situações, porém, os particulares,por uma razão ou outra, não cumprem o que lhes compete e entram em litígio um com outro. Neste momento é que o Estado vem a ser chamado, para cumprir seu dever e compor o litígio, aplicando o que julga ser de direito ao caso em controvérsia.
Conforme pode ser observado, o Estado literalmente substitui o lesado na busca pela efetivação do direito que lhe pertence. O que deve ficar claro é que o Estado em matéria civil (não penal) apenas substitui o lesado no momento da identificação e posterior entrega do direto, nunca, porém tomando iniciativa pela busca de tal direito. O Estado-juiz deve ser sempre provocado.
Esta atribuição do Estado, que é uma de suas específicas funções, chama-se “jurisdição” e tem caráter eminentemente substitutivo. Substitutivo porque o Estado , através de um órgão julgador, faz a composição que as pessoas deveriam fazer, pacífica ou forçadamente. A composição pacífica o Estado permite e até aconselha, mas a forçada ele veda aos particulares. Daí sua interferência, em substituição ao que ele mesmo proíbe.
Importante agora apresentar a etimologia da palavra “jurisdição”. Proveniente do latim jurisdictio, quer dizer “ação de dizer o direito” ou simplesmente “dizer o direito”. Alerta, todavia, Santos (2011, p.83) que “afirmar que o Estado, no franco exercício da função jurisdicional, sempre aplica o direito ao caso em controvérsia, solucionando o litígio é temeridade, pois nem sempre o direito é aplicado conforme deveria ser. A sentença injusta existe e é uma realidade processual”. O que quis dizer esse autor? 
Podemos entender que justiça não é sinônimo, ou melhor, que justiça nem sempre é conseqüência de jurisdição, pois nas mãos dos homens esta pode ser ter seu caminho desvirtuado (por dolo ou imperícia). A saída processual para tal deformidade é a possibilidade de se provocar a Corte superior para que haja a revisão da decisão de primeira instância, segundo o princípio do duplo grau de jurisdição. Assunto que será melhor estudado nos semestres seguintes deste Curso. Passemos, então, ao conceito doutrinário de jurisdição.
Filho (2010, p.201) apresenta um conceito que muito nos auxilia. Segundo esse autor, jurisdição “é o poder, função e atividade de aplicar o direito a um fato concreto, pelos órgãos públicos destinados a tal, obtendo-se a justa composição da lide”.
Santos (2011, p.86) elaborou um conceito um pouco mais detalhado que já nos indica outras faces da jurisdição que serão estudadas logo adiante. Pare este autor, jurisdição “é o poder-dever do Estado de 1º) compor os litígios, 2º) de dar efetivação ao que já se considera direito, devidamente acertado, e 3º) de prestar cautela aos processos em andamento ou a se instaurarem, para que não percam sua finalidade”. 
2.4 NATUREZA, CONCEITO, CAMPO DE ATUAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Ensina Gonçalves (2013, p.24) que, atualmente, o nome da disciplina que contém as normas e princípios gerais relacionados à jurisdição civil é Direito Processual Civil. Não se usa mais a expressão Direito Judiciário Civil, pois como ensina Arruda Alvim, ela 
Não abrangia o processo de execução, que também é atividade jurisdicional. Dizia respeito, o Direito Judiciário (por causa da origem do termo juditium), somente à atividade do juízo, entendida esta predominantemente como atividade lógico-jurídica, em especial a do processo de conhecimento. Por outro lado, a denominação é ampla demais, compreendendo outros assuntos, como o da organização judiciária, por exemplo, o que não se pode dizer integrante do conceito de Direito Processual Civil, no que respeita à sua essência, embora tradicionalmente venha sendo estudada nesta disciplina.” 
Concordando com o autor supra, Gonçalves (2013, p.25) destaca que, essencialmente, a ciência processual civil estuda as normas e princípios que tratam das relações que estabelecem no processo e dos atos que nele são praticados, e não da organização e funcionamento do Poder Judiciário. 
Para Lopes� (2005, p.9), todavia, “o Direito Processual Civil é um sistema de princípios e de regras que disciplinam a jurisdição civil (atuação dos órgãos do Estado e, excepcionalmente, dos particulares para a solução das lides) e o processo (instrumento a serviço da jurisdição)”.Esse autor rechaça as opiniões dos dois autores acima, afirmando que 
Além de compreender institutos fundamentais, como a jurisdição, a ação e o processo, o Direito Processual Civil preocupa-se com a estrutura e o funcionamento do Poder Judiciário, seus órgãos (juízes e tribunais) e auxiliares (escrivães, escreventes, oficiais de justiça), bem assim instituições essenciais à Justiça (Ministério Público e Advocacia)”.
Discussões doutrinárias à parte, a realidade do ensino jurídico no Brasil nos demonstra que a estrutura e funcionamento do Poder Judiciário são estudados dentro da nossa disciplina. Acredito, dessa forma, que os componentes do Poder Judiciário de uma forma geral e suas atribuições que são ligadas à realização da jurisdição, são plenamente possíveis de serem estudados em consonância com a disciplina. 
O termo “civil”, que integra a denominação “Direito Processual Civil”, serve para distingui-lo do sistema de normas que concerne à jurisdição penal, mas não implica que ele tenha relação exclusiva com o direito civil.
Para Gonçalves (2013, p.25) o Direito Processual Civil é o “ramo do direito que contém as regras e princípios que tratam da jurisdição civil, isto é, da aplicação da lei aos casos concretos, para a solução dos conflitos de interesses pelo Estado-juiz”. Assim, aquele que se pretenda titular de um direito que não vem sendo respeitado por outrem pode ingressar em juízo, para que o Estado faça valer a norma de conduta que se aplica ao fato em concreto. 
É com a intervenção estatal que os direitos se tornam efetivos e podem ser realizados e satisfeitos, quando não o foram espontaneamente. O que a desencadeia é a provocação do lesado. 
O processo civil estabelece as regras que balizarão a relação entre o Estado-juiz e as partes no processo. 
Ada Pellegrini Grinover citada por Destefanni (2009, p.6), conceitua o Direito Processual Civil como sendo 
O ramo do direito público constituído pelas normas relativas à organização e funcionamento da atividade jurisdicional, que visa à atuação do direito objetivo, mediante a solução da lide; e podendo a reintegração da ordem jurídica violada - ou a solução de controvérsias que podem gerar lides –seja nas contendas não penais, seja nas relativas à violação de normas criminais, o direito processual divide-se em civil e penal.
Maria Helena Diniz, (2011, p.175) em seu Dicionário Jurídico o conceitua como o “conjunto de normas que disciplinam o modo de solucionar lides, litígios ou conflitos de interesses surgidos nas atividades mercantis, civis, administrativas etc”. 
No site DJI (Direito, Justiça e Informática – www.dji.com.br ), podemos encontrar o seguinte conceito: “Sistema de princípios e leis que regulamenta o exercício da jurisdição quanto às lides de natureza civil, como tais entendidas todas as lides que não são de natureza penal e as que não entram na órbita das jurisdições especiais”�.
Apesar de todos os conceitos acima demonstrarem com certa segurança a realidade do Direito Processual Civil, é por meio do ensino de VGF� (2010, p.89) que poderemos ficar completamente satisfeitos. Vejamos:
Para o autor, o Direito Processual Civil é “o ramo do direito público que consiste no conjunto sistemático de normas e princípios que regula a atividade da jurisdição, o exercício da ação e o processo, em face de uma pretensão civil, entendida esta como toda aquela cuja decisão esteja fora da jurisdição penal, penal militar, do trabalho e eleitoral.” 
Após apresentar citado conceito, inicia esse autor, um procedimento de “decomposição conceitual”, ou seja: ele analisa cada parte explicando com riqueza de detalhes o exato significado para nós, estudiosos do Direito. Dessa monta, segundo VGF temos as seguintes características fundamentaisdo direito processual civil:
1ª) O direito processual civil é um ramo do direito público, ou seja, regula uma atividade do poder público e relações jurídicas de direito público, ainda que o pedido da parte se refira a um direito privado. Como ramo do direito público, não estão seus institutos sujeitos à disponibilidade das partes: a jurisdição é sempre estatal e, portanto, pública. No caso de lides privadas, a disponibilidade sobre o direito subjetivo pode tornar inaplicável ou desnecessária a jurisdição, mas não há transação sobre ela e suas regras de atuação;
2ª) É um conjunto sistemático de normas e princípios: as normas legais constantes do Código e de leis especiais formam um sistema coerente e lógico, regido por princípios científicos, à luz dos quais devem aquelas ser interpretadas e aplicadas, admitindo-se, no caso de lacuna da lei processual, a aplicação da analogia, dos costumes e princípios gerais do direito. Seu mecanismo interpretativo principal é o lógico-sistemático;
3ª) O objeto do direito processual civil é a atividade jurisdicional, o exercício do direito de ação e o processo. Esses são os três institutos fundamentais do direito processual, cuja disciplina constitui o conteúdo da norma processual em todos os seus aspectos e conseqüências. Dentre os ramos do direito, o direito processual é o mais lógico, isto é, o mais sistematicamente estruturado porque substancialmente unificado pelo objetivo único da correta aplicação do direito, podendo afirmar-se que no direito processual tudo é ou jurisdição ou ação ou processo;
4ª) O direito processual civil regula a aplicação do direito pela justiça civil, isto é, à lides não penais, não eleitorais, não trabalhistas, não sujeitas a qualquer das justiças especiais;
O campo de atuação do direito processual civil, por conseguinte, não se limita a regular a aplicação jurisdicional do direito civil, mas de inúmeros outros ramos do direito, como o direito comercial, tributário, administrativo, constitucional, financeiro etc., ou seja, toda a ordem jurídica adequada à solução das causas não relacionadas entre as de atribuição das justiças especiais ou da justiça penal. 
2. 5 Direito Material & Processual e da instrumentalidade do processo
Gonçalves (2013, p.24) destaca que as normas de direito material são distintas das de direito processual. Estas tratam do processo, que não é um fim em si mesmo, mas apenas um instrumento para tornar efetivo o direito material.
Segundo Destefenni (2009, p.1) 
A ciência processual surge a partir do momento em que se constata que o mundo jurídico é composto, fundamentalmente, de duas grandes espécies de normas, as materiais e as processuais, que dão ensejo à formação de duas espécies de relações jurídicas: a relação jurídica material e a relação jurídica processual.
A relação jurídica processual se instaura para a composição, para a solução de um litígio, de um caso submetido à apreciação de um juiz, o que ocorrerá por meio do processo.
Ao problematizar sobre o assunto, Santos (2011, p.75) abre um subtítulo em sua obra denominado normas jurídicas primária e secundárias. Esse autor ensina que:
As normas de conduta, de modo geral, definem os direitos e obrigações das pessoas, ou então, as próprias condições de exercício do direito. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa e o outro a pagar-lhe certo preço em dinheiro (CC/2002, art.481). O art.1º do Código Civil de 2002 diz que “Todo homem é capaz de direitos e obrigações na ordem civil”; os arts.3º e 4º cuidam da capacidade de exercício dos direitos; os arts.40 e s. se referem às pessoas jurídicas; o Livro II da Parte Geral cuida dos bens e os classifica; o Livro III da Parte Geral disciplina os fatos jurídicos. Tais normas compõem o que se chama “direito primário”.
Outras normas existem com função essencialmente instrumental. Servem apenas para a aplicação de normas primárias. Por isso são chamadas normas secundárias. Desta espécie são as normas processuais e as de Direito Internacional Privado. As primeiras orientam o exercício da jurisdição; as outras, diante de fatos conexos, determinam qual o direito aplicável.
Assim, não é demais evidenciar, mais uma vez, que aquele que se diz titular do direito substancial pode ir a juízo postular a intervenção do Estado, para que este recomponha o seu direito lesado, fazendo-o valer. Todavia, para que o Estado possa apreciar a pretensão formulada, concedendo-lhe ou não a tutela, é necessário um processo, que não é um fim em si mesmo, mas um meio para se conseguir a efetivação do direito.
Para Filho (2010, p.52) “direito material e processo, portanto, caminham juntos, de modo que este é instrumento daquele e, aliás, se dignifica na razão direta em que aquele se manifesta como buscando a estabilidade e a justiça”.
Aquele que ingressa em juízo não busca o processo como um objetivo, mas como meio de obter a efetividade do direito substancial.
O processo não é um bem que se aspira por si mesmo, mas um meio de obter a solução dos conflitos de interesses e pacificação social. Ele é instrumento da jurisdição.
2.6. Autonomia do Direito Processual Civil
Ensina Lopes (2005, p.9) que a distinção entre o direito material e o direito processual só se tornou clara no século passado, quando a disciplina passou a ser estudada com rigor técnico e científico.
Relata que, insurgindo-se contra as concepções tradicionais, em 1868, OSCAR VON BULOW, em obra clássica denominada “Teoria das exceções dilatórias e dos pressupostos processuais� � �”, tornou nítida a distinção entre direito material (relação jurídica material) e o processo (relação jurídica processual).
Antes disso, o direito processual e o processo eram vistos com simples reflexo ou manifestação do direito material.
Exemplifica que o direito de ação era confundido com o próprio direito substancial e sua concepção pouco diferia da visão romanista segundo a qual a ação era o direito de perseguir em juízo o que nos era devido (nihil aliud est actio quam ius quod sibi debeatur in judicio persequendi).
Conclui esse tópico afirmando que os estudos dos processualistas, WACH e CHIOVENDA, entre outros, tornaram patente a autonomia do Direito Processual Civil, cujos princípios e regras são próprios e peculiares, não confundindo, pois com o direito substancial, ainda que com ele relacionado intimamente.
2.7 Direito Processual Civil: divisão e relação com os demais ramos do Direito 
Doutrinariamente, o Direito Processual subdivide-se em dois ramos: o Direito Processual Civil e o Direito Processual Penal.
O primeiro interessa-se pelos conflitos de natureza civil, que abrangem não somente as relações disciplinadas no Código Civil, mas também pelo Código Comercial, Código Tributário Nacional e, genericamente por todas as normas de caráter não penal. O segundo regula o funcionamento do processo penal para reprimir a prática de crimes ou contravenções. Passemos agora às suas inter-relações;
 No que tange a sua autonomia, ensina Gonçalves (2013, p.25) que “o Direito Processual Civil é um ramo autônomo do direito, mas nem por isso deixa de ter relações com os outros ramos. Com alguns essa relação é intensa, com outros menos”. Para Lopes (2005, p.9) “a autonomia do Direito Processual Civil não significa seja ele um compartimento estanque, inteiramente divorciado ou desligado dos demais ramos do Direito”.
Tendo por objeto, em essência, o estudo do processo e da atuação dos órgãos jurisdicionais, não pode o Direito Processual Civil prescindir do estudo de outras áreas do universo jurídico que se dispõe a servir ou em que vai haurir seu fundamento e espírito (LOPES, 2006, p.10).
Nesse sentido, como ramo do Direito responsável pela realização da jurisdição, o Direito Processual Civil tem como característica a transversalidade. 
Seguindo a exposição de Gonçalves (2013, p.25), temos as seguintes relações estabelecidas entre o Direito Processual Civil e alguns dos outros ramos doDireito:
a) O processo civil e o direito constitucional: o Direito Processual Civil é regido por normas e princípios que estão na Constituição Federal e nas leis infraconstitucionais, tanto que se costuma falar em direito constitucional processual, quando se quer referir ao conjunto de normas de natureza processual civil que se encontra na Constituição; e em direito processual constitucional, que é o conjunto de normas que regula a aplicação de jurisdição constitucional.
Para se ter uma idéia, são exemplos de normas constitucionais que têm relevância para o processo civil a garantia geral do acesso à justiça (art.5º, XXXV), da isonomia (art.5º, caput e inciso I) e do contraditório (art.5º, LV). 
A Constituição Federal cuida da composição e das atribuições dos órgãos incumbidos de aplicar a jurisdição e das garantias dos juízes (vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos). São normas que regulam a jurisdição constitucional as que tratam do mandado de segurança, do habeas data, dos recursos extraordinário e especial, e da ação direta de inconstitucionalidade, entre outras.
b) O processo civil e o processo penal: há muita relação entre ambos, que, afinal, constituem conjuntos de normas e princípios voltados para a aplicação da jurisdição. Existe um grande espaço de intersecção entre eles, a ponto de se poder falar em uma teoria geral do processo constituída por regras e princípios interentes aos processos de maneira geral, sejam eles civis ou penais. Os institutos fundamentais (jurisdição, ação, defesa e processo) e os princípios estruturais das duas ciências (devido processo legal, isonomia, contraditório) são os mesmos, as distinções são relacionadas ao tipo de pretensão formulada. Na jurisdição penal, a pretensão é específica: aplicação da sanção penal àquele a quem se acusa de ter perpetrado um crime ou contravenção penal. A natureza dessa pretensão e as peculiaridades da sanção penal exigem que o processo penal tenha certas particularidades, que o diferenciam do processo civil. Mas o arcabouço estrutural das duas ciências é fundamentalmente o mesmo. 
c) O processo civil e o direito penal: como já mencionado, a princípio a justiça era feita diretamente pelos próprios envolvidos no litígio. A autotutela, ou justiça de mão própria, era a forma empregada pelas civilizações mais primitivas para a solução dos conflitos. Com a evolução das sociedades e a criação de um Estado suficientemente poderoso, a ele passou a ser carreado o poder-dever de solucionar os conflitos de interesses. E, desde então, proibiu-se (salvo raras exceções expressamente autorizadas em lei) a autotutela, tendo-se transformado em ilícito penal a conduta daquele que faz justiça com as próprias mãos. O CP, art.345, pune o crime de exercício arbitrário das próprias razões. Sanciona-se a conduta daquele que, para satisfazer uma pretensão legítima, vale-se da própria força ou astúcia, em vez de recorrer ao Estado.
d) O processo civil e o direito privado: as controvérsias de direito substancial privado, de natureza civil ou comercial, quando levado à juízo, são resolvidas pela aplicação da jurisdição, de acordo com as regras do processo civil. Mas, além desse ponto de contato entre as duas ciências, há outros que podem ser mencionados. O processo é instrumento e, como tal, deve plasmar-se às exigências do direito material. Por isso, a lei processual cria procedimentos especiais, que se amoldam às peculiaridades do direito material em discussão. O procedimento especial das ações possessórias, por exemplo, respeita a lei material, que garante ao possuidor esbulhado ou turbado há menos de ano e dia a possibilidade de reaver, desde logo, a coisa. O procedimento de inventário leva em conta o que há de específico no direito material à sucessão, e o de falência, as exigências da pars conditio creditorum. 
Há outros institutos processuais fortemente influenciados pelo direito material, como a capacidade processual, que em regra coincide com a capacidade civil, e a sua integração, decorrente da outorga uxória. O direito material relaciona-se com a admissão do litisconsórcio e da intervenção de terceiros e com a fixação de competência, baseadas na distinção entre direito real e pessoal e no domicílio das partes. São alguns exemplos que demonstram que, conquanto o processo já tenha, há muito, garantido sua autonomia do direito substancial privado, há ainda profundas interligações entre os dois ramos do direito.
e) O processo civil e o direito público: o primeiro não serve apenas para a aplicação ao caso concreto de direito privado, mas também do público. É ele o veículo para a aplicação das normas de direito tributário e administrativo nas contendas entre o particular e a administração pública ou entre dois entes que a componham. Acentua-se ainda a relação entre esses ramos do direito na jurisdição voluntária, considerada como administração pública dos interesses privados, na qual o juiz atua em função primordialmente administrativa.
Vale por fim, trazer ao conhecimento, fragmento do pensamento de Lopes (2005, p.10) quando trata do assunto em comento:
Também com o Direito Civil o Direito Processual Civil mantém estreitas relações. É que a proteção a direitos definidos no Código Civil e em legislação especial pode ser buscada judicialmente por meio do processo, instrumento a serviço da jurisdição. Assim, não é suficiente que o Código Civil garanta o direito de o possuidor ser mantido na posse, em caso de turbação e restituído no de esbulho (art.1.210), fazendo-se mister a propositura da ação respectiva, que faz deflagrar o processo possessório para a proteção do direito violado.
Merecem referência, ainda, o Direito Comercial, o Direito Administrativo e o Direito Tributário, já que os conflitos de interesses que ocorrem nesses campos podem ser levados ao Judiciário por provocação do titular do direito violado ou ameaçado.
2.8 Fontes do Direito Processual Civil
2.8.1 Comentários introdutórios
O termo fonte tem origem latina (fons, fontis: nascente, origem, causa).
Na linguagem técnico-jurídica, indica a origem ou procedência das normas, isto é, como elas nascem e são aprimoradas ao longo do tempo. Para Gonçalves (2013, p.29) “a expressão fonte de direito tem mais de um significado. Pode indicar o poder de criar normas jurídicas e a forma de expressão dessas normas. As fontes formais são as maneiras pelas quais o direito positivo se manifesta”.
Lopes (2005, p.10) ressalva, entretanto, que 
Conhecer a origem de uma norma nem sempre é tarefa fácil, já que razões várias, de ordem econômica, política, moral etc., estão subjacentes à sua constituição: são as chamadas fontes materiais ou reais.
Ao lado das fontes materiais, alude a doutrina às fontes formais, isto é, ao processo de formação das normas. Trata-se de saber com as normas ingressam no mundo jurídico e se tornam obrigatórias.
O processo de formação das normas pode variar de país para país. Assim, por exemplo, no nosso país o sistema jurídico encontra na lei sua mais importante fonte, enquanto a Inglaterra e os Estados Unidos, de modo geral, conferem mais relevância os costumes.
Ensina Lopes (2005, p.11) que “a lei é, porém, uma das formas de revelação do direito, e não a única. Na visão tridimensional, o direito é fato, valor e norma. E o conceito de norma é mais amplo que o de lei, abrangendo o costume e, segundo alguns, até mesmo a sentença e o contrato”.
Vale evidenciar que, embora em alguns ramos do Direito esteja reservado papel fundamental à lei (por exemplo, no Direito Penal e no Direito Tributário, vigora amplamente o princípio da legalidade), em outros ela convive com outras fontes, como a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito. 
Partindo desse pressuposto, afirma Gonçalves (2013, p.29) que são consideradas fontes formais de direito:
a lei, 
a analogia, 
o costume, 
os princípios gerais do direito e ainda 
as súmulas do Supremo Tribunal Federal com efeito vinculante (art.4º de Lei de Introduçãoao Código Civi,; art.126 do CPC; art.103-A da Constituição Federal).
E são fontes não formais: 
a doutrina e 
a jurisprudência, ressalvadas as súmulas vinculantes.
2.8.2 Das fontes formais propriamente ditas 
Antes de problematizarmos referidas fontes relacionando-as com o Direito Processual Civil, importante lembrá-los de que a lei é considerada a fonte formal direta ou principal do Direito em geral. A analogia, os costumes e os princípios gerais do direito são fontes acessórias. 
Os ordenamentos jurídicos modernos têm por pressuposto fundamental que o Direito não contém lacunas. Por isso fornece elementos para a integração de norma e técnicas pelas quais se supre uma eventual lacuna, salvaguardando a integridade do ordenamento. Pois bem.
É sabido que as normas processuais civis têm as mesmas fontes que as normas em geral, tanto as principais ou diretas, quanto às acessórias ou indiretas. 
Dessa monta, no Direito Processual Civil, a lei é sem dúvida, a fonte principal, conforme pode ser constatado pela leitura do art.126: “O juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou obscuridade da lei. No julgamento da lide caber-lhe-á aplicar as normas legais; não as havendo, recorrerá à analogia, aos costumes e aos princípios gerais de direito”.
Alerta Lopes (2005, p.11) que “o juiz não é, porém, aplicador mecânico da lei, devendo considerar os fins sociais a que ela se dirige e as exigências do bem comum, como reza o art.5º da Lei de Introdução ao Código Civil, diploma que, apesar do nome, tem caráter geral, incidindo em todos os ramos do Direito. 
No entendimento desse autor e, inegavelmente, também deve ser o nosso, as leis processuais devem guardar harmonia com a Constituição Federal e, se tal não ocorrer, o juiz não deve aplicá-las. Finaliza, afirmando que desde que não vulnere a Constituição, a lei deve ser respeitada e aplicada, não podendo o juiz desprezá-la a pretexto de corrigir injustiças.
Assim, em consonância ao acima exposto, temos segundo Gonçalves (2013, p.29) A CONSTITUIÇÃO FEDERAL COMO A PRIMEIRA FONTE DO PROCESSO CIVIL, uma vez que lá estão presentes as 
(..) normas que tratam das tutelas e garantias fundamentais do jurisdicionado (devido processo legal, acesso à justiça, isonomia, contraditório, motivação das decisões), que organizam a estrutura judiciária nacional, cuidando da competência dos tribunais superiores e das diversas justiças, que concedem aos membros da magistratura as garantias indispensáveis para o exercício de suas funções e que fixam regras para que a legislação infraconstitucional possa regulamentar o procedimento e a organização judiciária.
 
Importante destacar ainda que o a Constituição Federal em seu art.5º, §2º, inclui entre as fontes de direito processual, aos tratados internacionais de que o Brasil faça parte. Como exemplo, podem ser citados os que cuidam do cumprimento de cartas rogatórias e de execução de sentenças estrangeiras.
Ainda no que se refere à lei como fonte primária do processo civil, recorda Gonçalves (2013, p.30) que “as leis são atos do Poder Legislativo que impõem regras gerais de conduta. São processuais aquelas que cuidam abstratamente do processo, disciplinando a relação processual e o procedimento. Quando tratam especificamente da jurisdição civil, são leis processuais civis”.
Para este momento do nosso estudo, extremamente pertinente é saber que em regra a disciplina do processo civil é feita por lei federal ordinária. O próprio Código de Processo Civil tem essa natureza (Lei nº5.869/73). 
Em suma: 
O Código de Processo Civil, lei federal ordinária, é o diploma legal que cuida da jurisdição civil, contenciosa e voluntária, em todo território nacional. 
É o principal conjunto de normas que regram o processo civil, embora haja inúmeros outros (Lei de Ação Civil Pública, a Lei do Mandado de Segurança, a Lei da Ação Popular, a Lei do Juizado Especial Civil, e Lei de Falência, a Lei de Assistência Judiciária, a Lei do Inquilinato e o Código de Defesa do Consumidor). A maior parte dessas leis contém normas de diversas naturezas, entre as quais as de cunho processual. 
Passemos às fontes secundárias: a analogia, os costumes, os princípios gerais de direito(consideradas fontes formais porém secundárias), a doutrina e a jurisprudência (não formais, além de secundárias).
Como alhures exposto, além da lei, fonte primeira do Direito Processual Civil, outras fontes, ditas secundárias ou subsidiárias, estão contempladas no art. 126 do CPC: a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
A analogia é o meio pelo qual se aplica a uma hipótese não prevista pela lei disposição que regula situação semelhante. São dois, portanto, os requisitos para a aplicação da analogia: a) a inexistência de lei regulando a hipótese; b) a relação de semelhança entre a hipótese prevista em lei é aquela submetida a exame
Assim, por exemplo, a lei processual não prevê manifestação do recorrido, nos embargos de declaração, mas a doutrina tem reconhecido esse direito se houver possibilidade de alteração do julgado. Nessa hipótese, por analogia, o prazo será de cinco dias, que é o previsto para a interposição do recurso.
 Costume é a prática reiterada de um ato com a convicção de que lê traduz uma necessidade jurídica. No costume, há dois elementos: a) a repetição da prática do ato; b) a convicção de que não se trata de mero hábito, mas de uma necessidade jurídica.
Ao contrário do que acontece no direito comercial e, em parte no direito civil, o costume não é encontradiço no direito processual. Um exemplo é o art.687 do CPC que dispõe sobre a fixação do edital “no local do costume”.
Os princípios gerais do direito constituem, também fonte secundária do direito processual. Princípios são normas fundantes, isto é, que servem como base para outras normas. O conceito de princípios gerais do direito é, porém discutido pela doutrina, entendendo uns que eles pertencem ao direito natural e outros que constituem a coluna mestra do sistema jurídico Exemplos: “ninguém pode beneficiar-se com a própria torpeza”; “deve-se dar a cada um o que é seu”; “quem paga mal, paga duas vezes” etc.
Tais princípios podem ser expressos ou implícitos no ordenamento jurídico e constituem importante recurso para a fundamentação das decisões judiciais. 
Em matéria processual, pode-se citar falar em princípios gerais de direito processual, isto é, as normas fundantes do processo civil (por exemplo: o princípio da demanda (o juiz não deve agir de ofício), o princípio do contraditório, o princípio da fungibilidade dos recursos etc.). 
� Marcus Vinícius Rios Gonçalves - Novo Curso de Direito Processual Civil, vol.1 - ed.Saraiva - 2013.
� Vicente Greco Filho – Direito Processual Civil Brasileiro, vol.1 – ed.Saraiva – 2010.
� O estudo das normas de conduta ensina, também, que apesar de nascerem dos homens e para os homens, as regras sociais não podem ser dispensadas por eles, porque constituem condição essencial de convivência, desde que se pressuponha o relacionamento entre dois indivíduos, isto é, desde que o homem não esteja absolutamente só (Filho, 2006, p.11).
� As necessidades humanas, ilimitadas, acabaram demonstrando a necessidade do direito, como instrumento que procura, prévia e abstratamente (afim de evitar o litígio), repartir os bens (limitados) que podem satisfazer necessidades (DESTEFENNI�, 2009, p.1) (grifo nosso).
� Sistema del diritto processuale civile, Padova, 1936, v.7, p.3.
� Ernane Fidélis dos Santos – Manual de Direito Processual Civil, vol.1 – ed.Sariava, 2011.
� Que ao meu ver, seria mais uma defesa de um direito, do que a realização de justiça propriamente dita.
� João Batista Lopes – Curso de Direito Processual Civil – Parte Geral, ed.Atlas, 2005.
� http://www.dji.com.br/dicionario/direito_processual_civil.htm
� Vicente Greco Filho
� Sobre essa obra de primordial importância Gonçalves (2006, p.24), informa que foi por meio desta “que se concebeu a existência de uma relação processual,que constitui um conjunto de ônus, poderes, e sujeições entre as partes do processo, distinta da relação material subjacente, e que pode existir ainda que se conclua pela inexistência do direito material. Foi a partir daí que o processo civil adquiriu autonomia, como ciência independente, passando a ter institutos e princípios próprios. A nova ciência tratou logo de definir os contornos de seus institutos fundamentais, como jurisdição, ação, exceção e processo”.
� Obra disponível para venda no site: � HYPERLINK "http://www.planetanews.com/produto/L/36622" ��http://www.planetanews.com/produto/L/36622� .
� Para mais informações sobre o autor, consulte o site: � HYPERLINK "http://www.canalsocial.net/GER/ficha_GER.asp?id=468&cat=biografiasuelta" ��http://www.canalsocial.net/GER/ficha_GER.asp?id=468&cat=biografiasuelta� 
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