PARTE 3- 9 Formacao- 2024 (2)

Prévia do material em texto

2024
A organização das ações pedagógicas na
perspectiva da integralidade
PARTE 3
Olá, estagiária(o)!
Neste percurso, abordaremos as ações pedagógicas como importante
forma de promoção da integralidade dos nossos estudantes. Vamos nos
aprofundar nos princípios da Educação Integral como uma concepção
pedagógica que articula as ações dentro e fora dos espaços a fim de
promover o desenvolvimento dos estudantes. Também apresentaremos a
utilização do território como espaço de pertencimento e descoberta, onde
experencia-se o lugar em que vive, compreende suas próprias histórias e
constitui sua identidade. Mostraremos, ainda, como o apoio da(o)
estagiária(o) fortalece as aprendizagens e proporciona condições para
tornar viáveis as ações dentro dos territórios.
Nosso convite é que você se aproprie de mais e aperfeiçoe o seu fazer
junto a nossos estudantes. 
Bons estudos!
Abraços,
Equipe NPE
APRESENTAÇÃO
2
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
OBJETIVO GERAL
Apresentar e reconhecer a importância da educação integral no
desenvolvimento e nas aprendizagens de bebês, crianças e estudantes 
Compreender as ações pedagógicas que ocorrem dentro e fora das
unidades educacionais como promotoras de uma educação integral 
Ações intersetoriais na
educação integral
A cidade como território
educativo
 O território como espaço
educativo
Estamos chegando ao final do nosso percurso formativo
sobre a organização das ações pedagógicas. Vamos
seguir a trilha? 
Você verá que as ações que ocorrem em torno da
escola podem ser potentes para estimular a
curiosidade, a criatividade e favorecer o
protagonismo dos nossos estudantes, permitindo
que tenham aprendizagens significativas. 
3
4
Como as ações podem transpor
os muros da escola tornando
diferentes espaços em
territórios educativos? 
Praça Antônio Hirohisa Ishi
https://capital.sp.gov.br/web/penha/w/noticias/75972
Entorno CEU Butatã
Entorno CEU Butatã
Feira livre em SP. Fonte: Fotos Públicas Ruas em SP. Fonte: Fotos Públicas
Cemitérios em SP. Fonte: Fotos Públicas
Território
Como utiliz
á-lo como espaço educativo?
Para uma educação integral é preciso reconhecer a potencialidade dos territórios
enquanto espaços educativos. Valorizar os equipamentos sociais, culturais, esportivos e
coletivos que eles oferecem. Uma educação que ocorre dentro e fora da escola, que não se
limita aos turnos diários de atividades (grade de horário rígida: manhã, tarde, noite) por
exemplo, em que os estudantes sejam, de fato, reconhecidos como sujeitos da própria
aprendizagem. Mas que espaços são estes?
praça
ESTUDANTE
Escola
Aprendizagem permanente
O estudante é a
centralidade de todo
ensino
Experiências nos
diferentes espaços
Valores culturais da
comunidade
Coletividade
Quebra da lógica em turnos
A cidade como
território
educativo
biblioteca
mercado
feira
parque
posto de
saúde
cemitério
fábrica
pista de
skate
rodoviária
padaria
terminal de
ônibus
açougue
Educação integral
Você conhece o entorno da unidade educacional que atua? Já parou para
observar estes espaços como lugares que comunicam saberes e culturas?
5
O tema deste mês traz um olhar para uma escola que faz parte de um contexto social e
histórico de um bairro, da cidade, da vida dos estudantes e de sua comunidade. Falamos de
uma escola viva tendo os espaços, as experiências e as parcerias como promotores de
saberes e potentes para a aprendizagem integral dos nossos estudantes. Para nosso estudo,
chamaremos de território os espaços do entorno da escola bem como as instituições ali
presentes que são passíveis de parceria. Como definiu o escritor Milton Santos território “ é
um lugar de identidade”. Lugar de pertencimento, vivências, transformação. Lugar do
coletivo e também das individualidades. Para ilustrar, vamos apresentar a recuperação do
Corrego do Sapé (ação contínua dos moradores da região), localizado no bairro do Rio
Pequeno que contou com o esforço coletivo de vários setores da sociedade. Inclusive, as
escolas da região que exemplificam ações que ocorrem entorno com significados para o
estudantes.
O entorno da escola como um
território educativo 
“O território não é apenas o conjunto dos sistemas naturais e de sistemas de coisas superpostas. O
território tem que ser entendido como o território usado, não o território em si. O território usado é o chão
mais a identidade. A identidade é o sentimento de pertencer àquilo que nos pertence. O território é o
fundamento do trabalho, o lugar da residência, das trocas materiais e espirituais e do exercício da vida”.
 
Milton Santos
Recuperação do Córrego do Sapé – Rio
Pequeno – DRE-BT
As ações de reestruturação do bairro do Sapé, entre
outras, ocorreram através de um trabalho
intersetorial denominado “Micro Rede do Sapé”, que
foi conduzida pela Unidade Básica de Saúde Malta
Cardoso (UBS Malta Cardoso) e pela SOS Mata
Atlântica, com apoio da comunidade e de outros
órgãos públicos e das escolas municipais de Ensino
Fundamental (EMEF) Roberto Mange e Brasil-Japão.
Com o envolvimento da comunidade, as ações
coletivas melhoraram estes espaços e trouxeram
qualidade de vida à região. Agora vamos descrever
como estas ações geraram aprendizagens
significativas para os estudantes.
Afinal, você sabe o que é território?
6
Assim os professores de cada componente
curricular pôde explorar esta realidade, 
dentro de sua disciplina e em conjunto com
outra(s) disciplina(s) por meio de pesquisas e
atividades práticas dentro da escola e nos
vários espaços da escola.
Atividades interdisciplinares 
O Currículo da Cidade organiza-se por Áreas do
Conhecimento e Componentes Curriculares: 
Linguagens: Língua Portuguesa, Língua Portuguesa
para Surdos, Arte, Língua Inglesa, Língua Brasileira
de Sinais – Libras e Educação Física 
Matemática: Matemática 
Ciências da Natureza: Ciências Naturais Ciências
Humanas: Geografia e História
Veja como esta ação reverberou em outros projetos na escola 
Atividade extraclasse: Reconhecimento de pontos de São
Paulo, Pico do Jaraguá e nascente do corrégo em Salesópolis, 
visando o expansão do conhecimento do conceito de território e
pertencimento.
Reconhecimento do bairro e participação do processo de
limpeza e coleta de amostra de água, bem como sua limpeza e
testagem.
Experimento em Geografia:
Compreenderam a erosão hídrica do
solo, enfatizando a importância a
cobertura vegetal e mostrando em 3
situações diferentes como se dá a ação
da água da chuva no desprendimento de
partículas e erosão do solo. 
Permeabilidade do solo
Maquetes sobre o bairro- projetos de urbanização
Matemática 
Planta
 do
bairro
Artes
Matemática: Cálculo das proporções
dos espaços que contemplasse a
construção de prédios e área de lazer,
uso de figuras geométricas;
Artes: Retoma conceitos
geométricos nos traços do
desenho e faz a construção em 3D.
Segundo a diretora da EMEF Rogerio Mange, os
estudantes participam ativamente de todas as ações
que envolvem o bairro. Em outros projetos, como a
urbanização da favela, os estudantes do 9º ano
entrevistaram os moradores para entender como as
modificações nas moradias afetavam o dia a dia da
comunidade. 
Quando falamos de ações pedagógicas, estas não
limitam-se ao espaço interno da unidade educacional,
como observado no exemplo acima. 
Ação do estagiário
Apoiar na coleta das terras de
diferentes solos;
Organizar os materias para a
experiência;
Observar e registrar as
interações dos grupos, durante
e após a atividade.
Ação do estagiário
Ação do estagiário
Possibilidades de atuação
Apoiar na organização e
seleção de materiais para
construção das maquetes,
antes, durante e depois;
Fazer os registros fotográficos;
Apoiar na pesquisa e
levantamento das áreas de
lazer da região.
Contribuir com imagens da
região previamente
selecionadas;
Participar de rodas de conversas
a fim de auxiliar nas interações, 
fazendo registros e apoiando o
professor.
Alguns elementos que apareceram neste projeto nos ajudam a pensar nas
ações que ocorrem fora da escola e que atingem estudantes e comunidades.Vejamos: conscientização do problema do córrego (ploriferação do lixo,
odor, pragas, enchentes); engajamento dos educadores, comunidade e
agentes públicos; interação entre diferentes grupos dentro da unidade
escolar etc. 
Agora que vimos a importância de ações articuladas no território, reflita:
No entorno da unidade em que você atua,quais espaços possibilitam a interação,
a troca de experiências, o estímulo, a apropriação dos diversos conhecimentos e
consequente formação integral do ser humano? 
Compartilhe com o professor da turma e com o seu supervisor de estágio os
exemplos trazidos no material. Veja as possibilidades de ações territoriais que
podem promover aprendizagens significativas para a turma que acompanha.
“Ao acessar, por exemplo, demandas que surgem do próprio bairro, da sua escola, da
comunidade, das associações de bairro, dos coletivos, etc, o estudante terá a
oportunidade de incidir sobre essas demandas propondo soluções e construindo,
coletivamente, planos de ações para melhores condições de vida, melhores condições
ambientais e de relações entre as pessoas. A participação dos estudantes em espaços de
discussão e debates, como assembleias estudantis, reuniões com a associação de
moradores, grêmios, entre outros, encorajam esses estudantes a se comunicarem,
escreverem pautas, registros, atas, de modo que se estabeleça a integração e a
qualificação do que é aprendido a partir dos conteúdos escolares com a vida
cotidiana”(SÃO PAULO, 2020, p. 68).
O estagiário pode sair da escola em acompanhamento as turmas, desde que 
esteja dentro do seu horário de atuação.
Conhecer e conversar com o professor a respeito da intencionalidade da ação
naquele território para estar atento as interações com os estudantes.
Anotar questionamentos e dúvidas dos estudantes para reflexão e
apontamentos junto ao professor, posteriormente a atividade no território do
entorno da escola.
Em que o estagiário pode apoiar nas
atividades que ocorrem nos territórios?
Você sabia que a cidade de São Paulo é uma das 500 cidades do mundo queVocê sabia que a cidade de São Paulo é uma das 500 cidades do mundo que
aderiu ao convite para participação do projeto Cidade Educadora? Aaderiu ao convite para participação do projeto Cidade Educadora? A
Educação Integral, entendida como direito à cidadania, deve basear-seEducação Integral, entendida como direito à cidadania, deve basear-se
em uma ampla oferta de experiências educativas que propiciem o plenoem uma ampla oferta de experiências educativas que propiciem o pleno
desenvolvimento de crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos. Daí adesenvolvimento de crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos. Daí a
importância de uma Cidade Educadora.importância de uma Cidade Educadora. 
Uma cidade educadora abarca os principais
conteúdos do nosso tema. Ate aqui, falamos
de ações dentro da escola, mas é numa
cidade educadora que as ações podem ser
potencializadas para todos, estudantes,
agentes e comunidades.
A concepção de Cidade Educadora defende
que todos os espaços, tempos e saberes da
cidade são considerados como
potencialmente educativos, possibilitando
o trabalho pedagógico para além das salas
de aulas.
O que é uma Cidade
Educadora?
O território para uma Cidade Educadora
Tem um provérbio africano que diz “É preciso uma aldeia inteira para educar uma
criança". Este provérbio traz a ideia que apresentamos durante o percurso deste tema:
as ações pedagógicas que ocorrem dentro das unidades educacionais e em seu
entorno, no bairro, promovem aprendizagens para nossos estudantes. Para que esta
aprendizagem aconteça, precisa-se da integração de vários setores da sociedade, como
ocorreu com o projeto da limpeza do córrego do Sapé. 
Agora vamos conhecer um pouco sobre como nossa cidade vem se tornando uma
Cidade Educadora.
9
Acesse a carta
das cidades
educadoras
Site AICE
Vídeo Carta
Cidade
Educadora
O Município de São Paulo é uma das 500 cidades de 35
países distribuídos por todos os continentes que assumiram
o compromisso com os princípios básicos pelos quais se
deve reger o impulso educativo da cidade. No Brasil são 39
cidades participantes.
Uma das propostas da Cidade
Educadora é a idealização de uma
cidade como território de múltiplas
possibilidades educativas em que
todos possam conviver de forma
pacífica e próspera a fim de que se
possa contribuir para um ambiente
mais coletivo.
10
Para saber mais 
Cidade educadoraCidade educadora
A Carta da Cidade Educadora,
assinada em 1994, tem princípios
importantes, dentre eles: trabalhar
a escola como espaço comunitário;
pensar a cidade como um grande
espaço educador; aprender na
cidade, com a cidade, com as
pessoas; valorizar o aprendizado
vivencial – o aprendizado baseado
na realidade; e priorizar a
formação de valores.
https://www.edcities.org/wp-content/uploads/2020/11/PT_Carta_10x14cm.pdf
https://youtu.be/XOT_4cOBjtQ?si=RTBeSt1nGm5HwO-x
https://www.edcities.org/wp-content/uploads/2020/11/PT_Carta_10x14cm.pdf
https://www.edcities.org/wp-content/uploads/2020/11/PT_Carta_10x14cm.pdf
https://www.edcities.org/wp-content/uploads/2020/11/PT_Carta_10x14cm.pdf
https://www.edcities.org/wp-content/uploads/2020/11/PT_Carta_10x14cm.pdf
https://www.edcities.org/pt/
https://youtu.be/XOT_4cOBjtQ?si=RTBeSt1nGm5HwO-x
https://youtu.be/XOT_4cOBjtQ?si=RTBeSt1nGm5HwO-x
https://youtu.be/XOT_4cOBjtQ?si=RTBeSt1nGm5HwO-x
Para saber mais
Contexto histórico da
Educação integral
Os CEUs como
equipamento público
a serviço da
aprendizagem dos
estudantes
Chegamos ao final deste percurso! 
Esperamos que tenha fortalecido seu conhecimento sobre uma formação
integral, contextualizada, democrática, inclusiva e transformadora que
está latente no entorno de toda unidade, de todo território, de toda a
nossa Rede. 
11
https://drive.google.com/file/d/1R_wl8rwDlvtPtQsiOTqdDtteJvwxc-UF/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1Zm0tvOFwkbiuzv5M6_mKLFkjzwxl03J2/view?usp=sharing
SÃO PAULO . Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Educação
Integral : política São Paulo educadora. – São Paulo : SME / COPED, 2020. 
SÃO PAULO. Secretaria Municipal de Educação. Diretoria de Orientação Técnica. Currículo
Integrador da Infância Paulistana. São Paulo: SME/DOT, 2015. 
SÃO PAULO. Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica.Currículo da
cidade : Educação Infantil. – São Paulo : SME / COPED, 2019. 
SÃO PAULO (SP). Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica.Currículo
da cidade : educação antirracista : orientações pedagógicas : povos afro-brasileiros. –
versão atualizada. – São Paulo : SME / COPED, 2022. 
SÃO PAULO (SP). Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Currículo
da cidade : Ensino Fundamental : componente curricular : Língua Portuguesa. – 2.ed. – São
Paulo : SME / COPED, 2019.
SÃO PAULO (SP). Secretaria Municipal de Educação. Diretoria de Orientação Técnica.
Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino
Fundamental: ciclo I. São Paulo: SME / DOT, 2007. 
SÃO PAULO (SP). Secretaria Municipal de Educação. Diretoria de Orientação Técnica.
Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino
Fundamental: ciclo II. São Paulo: SME / DOT, 2007 
SÃO PAULO (SP). Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Divisão de
Ensino Fundamental e Médio. Direitos de aprendizagem dos ciclos interdisciplinar e
autoral: Língua Portuguesa. São Paulo: SME / COPED, 2016. 
PROGRAMA SÃO PAULO INTEGRAL EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NOS TERRITÓRIOS DO
SABER, SME-2016
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
12