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Harmonização: sentido da expressão 
Entende-se como harmonização um processo que busca preservar as particularidades inerentes a cada país, entretanto permite reconciliar os sistemas contábeis com outros países melhorando a troca de informações a serem interpretadas e compreendidas. Além disso, por conciliar diferentes pontos de vista e, portanto, da diversidade de práticas existentes, estabelecendo limites a seu grau de variação. Em resumo, a harmonização contábil é conciliar as práticas contábeis entre países visando diminuir as diferenças dos procedimentos da área. 
Quando se fala em diminuir as diferenças quer-se dizer que a harmonização contábil reconcilia sistemas contábeis ao mesmo tempo em que preserva as particularidades de cada país. Seu objetivo é o de pura e simplesmente melhorar o entendimento e a interpretação da troca de informações. Portanto, é certo dizer que a harmonização das normas contábeis leva em conta a globalização que influencia na gestão. 
o processo de harmonização das normas contábeis para o setor público no Brasil 
De acordo com Silva (2008), o processo de harmonização da Contabilidade Pública que está sendo desenvolvido no país decorre de dois fatos relev antes, que são anteriores ao processo de convergência internacional e fazem parte da realidade do setor público no Brasil: o primeiro porque a Contabilidade Pública brasileira estava fortemente impregnada de conceitos de natureza jurídica e, consequentemente, orçamentários; portanto, o que existia era uma Contabilidade Orçamentária e Financeira e inexistia uma Contabilidade Patrimonial, em que pesava apenas o teor da Lei nº 4.320/64. 
O segundo, porque, mesmo praticando uma Contabilidade Orçamentária e Financeira, o que se observava era que em cada órgão ou esfera de governo, de norte a sul do País, ocorria a utilização de diferentes conceitos para os mesmos assuntos, principalmente após a Constituição da República de 1988 e a publicação da Lei de Responsabilidade Fiscal (SILVA, 2008). 
Em 2008, a Portaria nº 184/2008 editada pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) começou a mudar esse patamar. Por meio desta, a STN determinou o desenvolvimento de ações para viabilizar a convergência das práticas contábeis vigentes no Setor Público às Normas Internacionais de Contabilidade. Desde então, estamos fazendo a transição, pouco a pouco, de uma Contabilidade eminentemente Orçamentária para uma Contabilidade Patrimonial. 
Quando esse processo estiver concluído, as demonstrações contábeis proporcionarão níveis de comparabilidade com o ambiente internacional. Além disso, oportunizarão melhor qualidade das informações aos principais usuários, entre eles: o usuário do serviço público (contribuinte); o cidadão menos favorecido (transparência das informações); o empresário (ambiente de negócios); os agentes de controle externo e interno (Tribunais de Contas, Legislativo); o próprio agente público (reconhecimento) e o investidor nacional e internacional. 
No Brasil, a convergência às normas internacionais de contabilidade, teve seu marco legal com a promulgação da Lei 11.638/2007, que determinou, de forma explícita, a adoção dos padrões internacionais de contabilidade no arcabouço normativo brasileiro. Por processo de convergência, entende‐se a alteração das normas contábeis brasileiras, com a adoção gradativa dos padrões emitidos pelo IASB (International Accounting Standard Board), conhecidos como IFRS (International Finance Report Standard), que já foram e que estão sendo adotados por inúmeros países, incluindo os países da Comunidade Europeia
International Public Sector Accounting Standards Board (IPSASB) 
A missão da International Federation of Accountants (IFAC) [Federação Internacional de Contadores], conforme exposta em seu ato constitutivo, é “servir ao interesse público, fortalecer a profissão contábil ao redor do mundo e contribuir ao desenvolvimento de economias internacionais fortes pelo estabelecimento e pela promoção da adesão a normas profissionais de alta qualidade, estimulando a convergência internacional a essas normas, e pronunciando-se sobre temas de interesse público onde o conhecimento especializado da profissão tem o mais alto grau de relevância.” 
Nos seus esforços para realizar essa missão, a IFAC constituiu o International Public Sector Accounting Standards Board (IPSASB) [Conselho Internacional de Padrões Contábeis do Setor Público] para desenvolver normas contábeis de alta qualidade para uso na preparação de demonstrações contábeis para fins gerais por entidades do setor público.
O Conselho da IFAC designou o IPSASB como órgão responsável pelo desenvolvimento dessas normas, sob sua própria autoridade e restrito aos seus termos de referência declarados, para melhor servir aos interesses públicos no alcance deste aspecto da sua missão. 
Destaca-se que nem sempre o IPSASB teve essa terminologia. Inicialmente, para auxiliar no processo de harmonização da contabilidade pública a IFAC constituiu, em 1986, o PSC (Public Sector Committee) e somente em 2004 foi renomeado para IPSASB (International Public Sector Accounting Standards Board). 
De modo resumido, o IPSASB funciona como órgão normatizador independente sob os auspícios da IFAC. Alcança seus objetivos das seguintes formas: 
- Emitindo Normas Internacionais de Contabilidade para o Setor Público (IPSASs - Normas Internacionais de Contabilidade Aplicada ao Setor Público); 
- Promovendo sua aceitação e convergência internacional com essas normas; e 
- Publicando outros documentos que oferecem orientações sobre temas e experiências na elaboração de demonstrações contábeis no setor público.
O Conselho da IFAC concedeu ao IPSASB a autoridade de emitir: 
Normas Internacionais para o Setor Público (IPSASs), como as Normas a serem aplicadas por membros da profissão na preparação de demonstrações contábeis para fins gerais de entidades do setor público. 
O IPSASB adota um “devido processo legal” para o desenvolvimento das IPSASs, que dá a todas as partes interessadas a oportunidade de contribuir ao processo de desenvolvimento das normas. Estudos com o objetivo de assessorar questões relacionadas à elaboração de demonstrações contábeis no setor público. São baseados no estudo das melhores práticas e métodos mais efetivos para lidar com os temas sendo discutidos. 
Artigos Ocasionais e Relatórios de Pesquisa para fornecer informações que contribuam ao corpo de conhecimentos sobre temas e projetos de desenvolvimento na área das demonstrações contábeis no setor público. 
Têm como objetivo oferecer novas informações ou perspectivas e geralmente resultam de atividades de pesquisa como: buscas na literatura, levantamentos por questionário, entrevistas, experimentos, estudos de caso e análises. 
No desenvolvimento das suas normas, o IPSASB busca a contribuição do seu Grupo Consultivo e considera e faz uso de pronunciamentos emitidos por: 
· O International Accounting Standards Board (IASB), até o ponto em que se apliquem ao setor público; 
· Órgãos Normatizadores nacionais, autoridades reguladoras e outros órgãos competentes; 
· Órgãos profissionais contábeis; e 
· Outras organizações interessadas na elaboração de demonstrações contábeis no setor público. 
O IPSASB garantirá a consistência entre seus pronunciamentos e os do IASB até o ponto em que esses pronunciamentos sejam aplicáveis e apropriados para o setor público. 
O objetivo do Grupo Consultivo do IPSASB é oferecer um fórum para o IPSASB poder consultar representantes de diferentes grupos constitutivos para obter contribuições e feedback sobre seu programa de trabalho, projetos prioritários, importantes questões técnicas, devido processo legal e atividades em geral. O Grupo Consultivo não vota em questões referentes às Normas Internacionais de Contabilidade para o Setor Público ou a outros documentos emitidos pelo IPSASB. 
O IPSASB coopera com órgãos normatizadores nacionais na preparação e emissão de Normas na extensão de suas possibilidades, para compartilhar recursos, minimizar a duplicação de esforços ealcançar consenso e convergência na fase inicial do desenvolvimento das normas. Também promove o endosso das IPSASs por órgãos normatizadores nacionais e outros órgãos competentes e estimula debates com usuários, inclusive representantes eleitos e nomeados; Secretarias da Fazenda, Ministérios de Finanças e órgãos competentes semelhantes; e profissionais ao redor do mundo, a fim de identificar as necessidades dos usuários para novas normas e orientações. 
Procedimentos de Trabalho 
O IPSASB publica Minutas para Discussão de todas as normas propostas para consulta pública. Em alguns casos, o IPSASB também pode lançar uma Chamada para Comentários antes do desenvolvimento de uma Minuta para Discussão. Isso oferece uma oportunidade para que aqueles afetados pelos pronunciamentos do IPSASB contribuam e apresentem suas perspectivas antes da finalização e aprovação dos pronunciamentos. O IPSASB considera no desenvolvimento de uma IPSAS todos os comentários recebidos em resposta às Chamadas para Comentários e Minutas para Discussão. 
O quórum para cada reunião do IPSASB é de no mínimo doze membros nomeados, presencialmente ou através de telecomunicação simultânea. 
Cada membro do IPSASB tem um voto. Para fins de aprovação de Chamadas a Comentários, Minutas para Discussão e IPSASs, são necessários votos a favor de pelo menos dois terços dos direitos a voto do IPSASB. Um membro do IPSASB pode autorizar uma pessoa presente em uma reunião do IPSASB a votar em seu nome. 
Reuniões do IPSASB com o objetivo de discutir o desenvolvimento e aprovar a emissão de Normas ou outros documentos técnicos estão abertas ao público. Documentos discutidos nas reuniões, inclusive as minutas das reuniões do IPSASB, são publicados no site do IPSASB. 
O IPSASB publica um relatório anual, destacando seu programa de trabalho, suas atividades e o progresso alcançado em relação aos seus objetivos durante o ano. A IFAC revisará a eficácia dos processos do IPSASB pelo menos a cada três anos. 
Quanto ao idioma, o texto aprovado de um pronunciamento é aquele publicado pelo IPSASB na língua inglesa. Órgãos membros da IFAC têm autorização para preparar, após obter a aprovação da IFAC, traduções desses pronunciamentos a custo próprio, a serem publicadas no idioma dos seus próprios países conforme conveniente. 
 
INTERNATIONAL FEDERATION OF ACCOUNTANTS (IFAC) 
 
A International Federation of Accountants (IFAC) é a organização global para a profissão contábil. Fundada em 1977, sua missão é servir ao interesse público, fortalecer a profissão contábil ao redor do mundo e contribuir ao desenvolvimento de economias internacionais fortes pelo estabelecimento e pela promoção da adesão a normas profissionais de alta qualidade, estimulando a convergência internacional dessas normas, e pronunciando-se sobre temas de interesse público onde o conhecimento especializado da profissão tem alto grau de relevância.
A IFAC desde muito tempo reconheceu a necessidade de um arcabouço globalmente harmonizado para atender às demandas internacionais crescentes postas à profissão contábil, provenientes das comunidades empresariais, do setor público ou de comunidades educacionais. Os principais componentes deste arcabouço são o Código de Ética para Contadores Profissionais, Normas Internacionais de Auditoria (ISAs), Normas Internacionais de Educação e Normas Internacionais de Contabilidade para o Setor Público (IPSASs). 
Os conselhos normatizadores da IFAC, descritos abaixo, seguem um devido processo legal que apoia o desenvolvimento de normas de alta qualidade em prol do interesse público de forma transparente, eficiente e efetiva. Todos esses conselhos normatizadores têm Grupos Assessores Consultivos, que fornecem perspectivas de interesse público e incluem membros públicos. 
Ética 
O Código de Ética para Contadores Profissionais (o Código), desenvolvido pelo International Ethics Standards Board for Accountants do IFAC, estabelece requisitos éticos para contadores profissionais e fornece um arcabouço conceitual para todos os contadores profissionais, com o objetivo de garantir o cumprimento dos cinco princípios fundamentais da ética profissional. Esses princípios são integridade, objetividade, competência profissional e diligência, confidencialidade e comportamento profissional. 
De acordo com esse arcabouço, todos os contadores profissionais devem identificar ameaças a esses princípios fundamentais e, se houver ameaças, aplicar medidas de proteção para garantir que os princípios não sejam comprometidos. Uma entidade membro da IFAC ou empresa conduzindo uma auditoria com o uso das ISAs não pode aplicar normas menos rígidas que aquelas determinadas no Código. 
 
Demonstrações Contábeis para o Setor Público 
O International Public Sector Accounting Standards Board enfoca o desenvolvimento de normas para a elaboração de demonstrações contábeis de alta qualidade para uso por entidades do setor público ao redor do mundo. Desenvolveu um conjunto amplo de IPSASs, estabelecendo as exigências para a elaboração de demonstrações contábeis por governos e outras organizações do setor público. As IPSASs representam as melhores práticas internacionais na elaboração de demonstrações contábeis por entidades do setor público. Em muitas jurisdições, a aplicação das exigências das IPSASs favorecerá a prestação de contas (accountability) e transparência das demonstrações contábeis preparadas por governos e suas agências. 
Vantagens e desvantagens da harmonização 
A harmonização contábil traz como vantagens a maior transparência e melhora da compreensão e a comparabilidade dos dados contábeis apresentados ao mercado internacional por meio das demonstrações; possibilita a reconciliação dos padrões contábeis facilitando a troca de informações a serem interpretadas e compreendidas; reduz tempo e custo para converter demonstrações financeiras de subsidiárias estrangeiras; proporciona menor risco para o investidor; facilita auditorias contábeis e financeiras; facilita a análise comparativa de resultados financeiros de empresas nacionais e estrangeiras e avalia o desempenho a um nível mundial; empresas de capital aberto tem seus gastos reduzidos com a elaboração, divulgação e auditoria das demonstrações contábeis; facilita a política de preços, transações internacionais e decisão de alocação de recursos; viabiliza o desenvolvimento do mercado interno e estimula o ingresso de investimentos diretos do exterior; facilita o acesso ao mercado externo; torna muito mais fácil a consolidação das demonstrações contábeis; melhora a comunicação financeira da empresa com seus investidores nacionais e estrangeiros.
Assim como aponta alguns especialistas, a harmonização inclui algumas das desvantagens por ser uma tarefa muito difícil conciliar diferenças de informações divergentes; o processo de harmonização implica em reduzir opções de práticas contábeis mais adequadas; casos em que governos locais lançam políticas fiscais provisórias para atender a uma determinada situação não serão entendidos pela harmonização contábil; é visto por alguns como uma imposição dos países desenvolvidos aos em desenvolvimento; não há um julgamento subjetivo no que diz respeito à interpretação e divulgação de eventos econômicos. Além disso, especialistas também citam duas barreiras para essa prática: o forte nacionalismo em alguns países e a falta de entidade de profissionais com influência.
Importância da harmonização das normas contábeis para o setor publico 
Em síntese, as normas internacionais de contabilidade ajudam a todos que desejam negociar por fronteiras nacionais e internacionais, visto que as informações contábeis podem variar substancialmente de um país para outro, de acordo com os princípios de contabilidade que os governam. 
Portanto, o uso de práticas contábeis distintas dificulta a compreensão e a comparabilidade das informações de natureza econômico-financeira em nível internacional. Esse fato reforçou a busca pela harmonização de normas contábeis para que as demonstrações sejam adequadamente avaliadas..

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