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<p>ACESSE AQUI ESTE</p><p>MATERIAL DIGITAL!</p><p>ME. ADRIANA CASAVECHIA FRAGALLI</p><p>CONTABILIDADE</p><p>GERAL</p><p>Coordenador(a) de Conteúdo</p><p>Luciano Santana Pereira</p><p>Projeto Gráfico e Capa</p><p>Arthur Cantareli Silva</p><p>Editoração</p><p>Matheus Silva de Souza</p><p>Fotos</p><p>Shutterstock</p><p>Impresso por:</p><p>Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722.</p><p>Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).</p><p>Núcleo de Educação a Distância. FRAGALLI, Adriana Casavechia.</p><p>Contabilidade Geral / Adriana Casavechia Fragalli. - Indaial, SC: Arqué,</p><p>2023.</p><p>200 p.</p><p>ISBN papel</p><p>ISBN digital</p><p>“Graduação - EaD”.</p><p>1. Contabilidade. 2. Geral. 3. EaD. I. Título.</p><p>CDD - 657</p><p>EXPEDIENTE</p><p>Centro Universitário Leonardo da Vinci.C397</p><p>FICHA CATALOGRÁFICA</p><p>RECURSOS DE IMERSÃO</p><p>Utilizado para temas, assuntos ou</p><p>conceitos avançados, levando ao</p><p>aprofundamento do que está sen-</p><p>do trabalhado naquele momento</p><p>do texto.</p><p>APROFUNDANDO</p><p>Professores especialistas e</p><p>convidados, ampliando as</p><p>discussões sobre os temas</p><p>por meio de fantásticos</p><p>podcasts.</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>Utilizado para agregar um</p><p>conteúdo externo. Utilizando</p><p>o QR-code você poderá</p><p>acessar links de vídeos,</p><p>artigos, sites, etc. Acres-</p><p>centando muito aprendizado</p><p>em toda a sua trajetória.</p><p>EU INDICO</p><p>Este item corresponde a uma</p><p>proposta de reflexão que pode</p><p>ser apresentada por meio de uma</p><p>frase, um trecho breve ou uma</p><p>pergunta.</p><p>PENSANDO JUNTOS</p><p>Utilizado para desmistificar pontos</p><p>que possam gerar confusão</p><p>sobre o tema. Após o texto trazer</p><p>a explicação, essa interlocução</p><p>pode trazer pontos adicionais que</p><p>contribuam para que o estudante</p><p>não fique com dúvidas sobre o</p><p>tema.</p><p>ZOOM NO CONHECIMENTO</p><p>Uma dose extra de conheci-</p><p>mento é sempre bem-vinda.</p><p>Aqui você terá indicações de</p><p>filmes que se conectam com</p><p>o tema do conteúdo.</p><p>INDICAÇÃO DE FILME</p><p>Uma dose extra de conheci-</p><p>mento é sempre bem-vinda.</p><p>Aqui você terá indicações de</p><p>livros que agregarão muito</p><p>na sua vida profissional.</p><p>INDICAÇÃO DE LIVRO</p><p>3</p><p>119U N I D A D E 3</p><p>DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO II 120</p><p>CONTABILIDADE POR BALANÇOS SUCESSIVOS I 140</p><p>CONTABILIDADE POR BALANÇOS SUCESSIVOS II 166</p><p>5U N I D A D E 1</p><p>ESTRUTURA BÁSICA DA CONTABILIDADE I 6</p><p>ESTRUTURA BÁSICA DA CONTABILIDADE II 24</p><p>SISTEMATIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO 34</p><p>59U N I D A D E 2</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL I 60</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL II 80</p><p>DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO I 100</p><p>4</p><p>SUMÁRIO</p><p>MINHAS METAS</p><p>ESTRUTURA BÁSICA DA</p><p>CONTABILIDADE I</p><p>ME. ADRIANA CASAVECHIA FRAGALLI</p><p>A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará neste tema de</p><p>aprendizagem:</p><p>Compreender a história da Contabilidade</p><p>Objetivos da Contabilidade</p><p>Usuários da informação contábil</p><p>Campos de atuação</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 1</p><p>6</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Olá, prezado(a) estudante! Seja bem-vindo(a) ao nosso estudo sobre Con-</p><p>tabilidade Geral. Neste tema de aprendizagem você terá a oportunidade de</p><p>conhecer um pouco sobre a história da Contabilidade, compreendendo como</p><p>ela surgiu e se desenvolveu. Você aprenderá, também, quais são o objeto, o</p><p>objetivo e os usuários da informação contábil. E, por fim, ao contrário do</p><p>que muitos pensam, você perceberá que a Contabilidade não serve apenas</p><p>para atender às exigências legais, na verdade, ela possui diferentes campos de</p><p>atuação, os quais você conhecerá. Bons estudos!</p><p>Para abrir a empresa, João e seus colegas procuraram um escritório de Con-</p><p>tabilidade que foi muito bem recomendado. O contador explicou sobre os di-</p><p>ferentes tipos de regime tributário e orientou a adoção do mais adequado para</p><p>a loja de João. Esclareceu, também, sobre a necessidade de documentação fiscal</p><p>de todos os fatos que ocorrerem na empresa. Após a abertura da empresa, que</p><p>recebeu o nome de Estilo, o contador acompanhou de perto as transações da</p><p>empresa, sempre orientando João no que ele precisava.</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>João não entende nada de Contabilidade, não faz a menor ideia de como ela pode</p><p>lhe auxiliar como empresário. Então, minha tarefa é demonstrar para ele e para</p><p>você, também, como a Contabilidade pode ser uma grande parceira dos negócios.</p><p>Contudo, para entendê-la, é preciso começar pelo início, descobrindo como ela</p><p>surgiu e se desenvolveu. Você sabia que a Contabilidade é tão antiga quanto o</p><p>homem? Sabia que ela tem um objeto de estudo próprio? Você sabe quem são</p><p>os usuários da informação contábil e quais são os seus campos de atuação? Pois</p><p>nós descobriremos! Quando João e seus colegas decidiram abrir a empresa, eles</p><p>sabiam que seria necessário contratar os serviços de um contador. Entretanto,</p><p>logo no primeiro mês, quando receberam as demonstrações contábeis, percebe-</p><p>ram que não tinham o conhecimento necessário para compreendê-las. E isso é</p><p>um problema. Segundo o Sebrae, cerca de 24% das micro e pequenas empresas</p><p>fecham suas portas em até dois anos (SERASA EXPERIANO, 2020). Entre os</p><p>diversos motivos, está a falta de acompanhamento das finanças:</p><p>UNIASSELVI</p><p>7</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>“ Muitas empresas demoram a perceber a importância de realizar uma</p><p>gestão financeira eficiente dos seus negócios para que eles consigam</p><p>seguir em frente. Muitas vezes, em especial nos primeiros anos de vida</p><p>do empreendimento, acabam misturando as finanças pessoais com</p><p>as da empresa. Outro erro é não elaborar um fluxo de caixa e desco-</p><p>nhecer seus números reais de lucratividade, rentabilidade e liquidez.</p><p>Dessa forma, o empresário torna-se incapaz de tomar decisões emba-</p><p>sadas e estratégicas para o negócio. Ir à falência torna-se um processo</p><p>natural para as empresas que deixam de dar a atenção adequada às</p><p>suas finanças.” SERASA EXPERIAN, 2020, on-line.</p><p>Convenhamos: não é uma tarefa fácil registrar, realmente, TODAS as movimen-</p><p>tações financeiras que realizamos, não é mesmo? Sempre esquecemos de uma</p><p>comprinha aqui, uma ida ao mercado ali, que são valores menos expressivos,</p><p>realmente, mas que podem ter um impacto importante no final do mês: sabe</p><p>aquela sensação de “cadê o meu dinheiro?!”.</p><p>Pois então, na empresa, não pode haver esse “cadê o meu dinheiro?!”, e é por</p><p>isso que a Contabilidade pode ser uma grande aliada. Esse controle é muito im-</p><p>portante para que você</p><p>consiga tomar decisões</p><p>seguras sobre comprar um</p><p>carro, financiar uma casa,</p><p>entre outras, afinal, se você</p><p>conhecer sua movimenta-</p><p>ção financeira, terá mais</p><p>segurança para decidir se</p><p>pode e o quanto pode se</p><p>endividar.</p><p>Aluno(a), acesse o site e saiba mais informações sobre o Serasa Experian.</p><p>Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual</p><p>de aprendizagem.</p><p>EU INDICO</p><p>8</p><p>HISTÓRIA DA CONTABILIDADE</p><p>Para entender a Contabilidade, o seu papel, as suas responsabilidades, a sua li-</p><p>gação com o mundo dos negócios, devemos começar pelo início: conhecendo</p><p>um pouco sobre a história da contabilidade. Não se sabe ao certo quando</p><p>a Contabilidade surgiu, mas podemos afirmar que ela é tão antiga quanto a</p><p>origem do homem: “alguns pesquisadores revelam que os primeiros sinais</p><p>objetivos da existência da Contabilidade datam de mais ou menos 4.000 anos</p><p>a.C.” (FAVERO et al, 2011, p. 9), contudo “alguns historiadores fazem remontar</p><p>os primeiros sinais objetivos da existência de contas a aproximadamente 2.000</p><p>anos a.C.” (IUDÍCIBUS, 2015, p. 16).</p><p>Talvez, você esteja se perguntando:“como assim a Contabilidade é tão antiga?</p><p>Nem os números são tão antigos!”. Apesar de serem muito utilizados pela Con-</p><p>tabilidade, os números não são a sua razão de ser. Na verdade, a Contabilidade</p><p>o</p><p>valor total do ativo será igual ao valor total do passivo mais o patrimônio líquido.</p><p>4</p><p>6</p><p>Para saber se a situação patrimonial da entidade é positiva ou negativa, é neces-</p><p>sário observar a sua situação líquida, que, no caso, é obtida por meio do saldo do</p><p>patrimônio líquido. Para enxergar o patrimônio líquido como a situação líquida</p><p>da entidade, é preciso ter o seguinte raciocínio: se, por um lado, o patrimônio</p><p>líquido representa a obrigação da empresa com seus sócios/acionistas, por outro</p><p>lado, ele apresenta o saldo de recursos que sobra para a empresa após cobrir todas</p><p>as suas obrigações exigíveis. Basta relembrarmos a equação:</p><p>Pense comigo: no ativo, estão todos os bens e direitos da entidade, enquanto,</p><p>no passivo, estão todas as obrigações exigíveis; então, se utilizarmos todos os bens</p><p>e direitos para pagar todas as obrigações, o que sobra é a situação líquida. Assim,</p><p>se o ativo for maior que o passivo, a situação é positiva, mas, se o ativo for menor</p><p>que o passivo, a situação é negativa. Para facilitar a compreensão, exemplificaremos.</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Com isso, chegamos à seguinte questão: se o patrimônio sistematizado sem-</p><p>pre apresenta um equilíbrio entre o ativo e o passivo mais o patrimônio líquido,</p><p>como identificar se a situação da entidade é positiva ou negativa?</p><p>UNIASSELVI</p><p>4</p><p>7</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>■ Situação líquida positiva</p><p>Quando o valor do ativo é maior que o valor do passivo, significa que a entidade</p><p>consegue cobrir todas as suas dívidas e, ainda, gera uma sobra. Imagine que uma</p><p>empresa possua R$300.000,00 de ativo e R$200.000,00 de passivo (obrigação</p><p>exigível). Aplicando a fórmula, teríamos o seguinte valor de patrimônio líquido:</p><p>■ Patrimônio líquido = Ativo - Passivo (exigível)</p><p>■ Patrimônio líquido = R$ 300.000,00 - R$ 200.000,00</p><p>■ Patrimônio líquido = R$ 100.000,00</p><p>Figura 5 - Situação líquida positiva / Fonte: a autora.</p><p>Descrição da Imagem: a figura apresenta um quadro maior com a descrição “Ativo: R$ 300.000,00”; ao lado, há</p><p>um quadro menor com a descrição “Passivo: R$ 200.000,00”; abaixo, há um quadro menor ainda com a descrição</p><p>“Patrimônio líquido: R$ 100.000,00”. A diferença entre o quadro do “Ativo” (maior) e o quadro do “Passivo” (médio)</p><p>é evidenciada com uma linha tracejada que indica “Sobra de recursos”. Abaixo do quadro do Ativo, está evidencia-</p><p>do o total de R$300.000,00; assim como, abaixo dos quadros do Passivo e do Patrimônio líquido, também está</p><p>evidenciado o total de R$300.000,00.</p><p>Como você pôde observar na Figura 5, a empresa consegue pagar todas as suas</p><p>dívidas e ainda sobram R$100.000,00.</p><p>4</p><p>8</p><p>■ Situação líquida negativa</p><p>Quando o valor do ativo é menor que o valor do passivo, significa que a entidade</p><p>não possui recursos suficientes para pagar as suas dívidas, assim se encontra em</p><p>uma situação negativa. Imagine que uma empresa possua R$200.000,00 de ativo</p><p>e R$280.000,00 de passivo (obrigação exigível). Aplicando a fórmula, teríamos o</p><p>seguinte valor de patrimônio líquido:</p><p>■ Patrimônio líquido = Ativo - Passivo (exigível)</p><p>■ Patrimônio líquido = R$ 200.000,00 - R$ 280.000,00</p><p>■ Patrimônio líquido = (R$ 80.000,00)</p><p>Figura 6 - Situação líquida negativa / Fonte: a autora.</p><p>Descrição da Imagem: a figura apresenta um quadro menor com a descrição “Ativo: R$ 200.000,00”; ao lado, há</p><p>um quadro maior com a descrição “Passivo: R$ 280.000,00”; abaixo, há um quadro menor com a descrição “Patri-</p><p>mônio líquido: R$ (80.000,00)”. A diferença entre o quadro do “Ativo” (menor) e o quadro do “Passivo” (maior) é</p><p>evidenciada com uma linha tracejada que indica “Falta de recursos”. Abaixo do quadro do Ativo, está evidenciado</p><p>o total de R$200.000,00; assim como, abaixo dos quadros do Passivo e do Patrimônio líquido, também está</p><p>evidenciado o total de R$200.000,00.</p><p>É importante ressaltar que, sempre que encontrarmos valores entre parênteses,</p><p>eles se referirem a valores negativos.</p><p>UNIASSELVI</p><p>4</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>Como você pôde observar na Figura 6, se a empresa utilizar todos os seus</p><p>bens e direitos, ainda assim não consegue pagar todas as suas dívidas, pois</p><p>faltam R$80.000,00. Segundo Fragalli e Silva (2021, p. 72),“a compreensão</p><p>da situação patrimonial de uma entidade é fundamental para os usuários</p><p>das informações contábeis, pois permite avaliar o desempenho da gestão</p><p>empresarial, definir estratégias, entre outras questões relevantes no proces-</p><p>so decisório”. No entanto, é importante esclarecer que a situação negativa</p><p>não significa, necessariamente, que a empresa deve encerrar suas atividades.</p><p>Quando se fala de negócios, existe uma série de questões a serem observadas,</p><p>como expectativas de mercado, possibilidades de negociação, mudanças de</p><p>estratégias etc.</p><p>A sistematização do patrimônio facilita a identificação dos bens e direitos</p><p>da entidade, assim como suas obrigações, e possibilita a verificação da situação</p><p>patrimonial, se é positiva ou negativa. Além dessas informações, a sistematiza-</p><p>ção também permite enxergar as ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS.</p><p>Toda entidade depende de recursos financeiros, os quais são utilizados</p><p>para manter suas atividades. A primeira fonte de recursos de uma empresa</p><p>é justamente o investimento dos sócios/acionistas, que pode ser feito em di-</p><p>nheiro ou algum outro bem, como mercadorias, móveis etc. Assim, a conta</p><p>Capital Social representa uma fonte de recursos, e a forma como esse capital</p><p>é integralizado representa as aplicações. Após iniciar suas atividades, diver-</p><p>sas outras fontes de recursos surgirão, e a empresa, então, administra esses</p><p>recursos de forma a alcançar seus objetivos. No patrimônio sistematizado,</p><p>as diversas fontes de recursos de uma entidade são observadas no grupo do</p><p>passivo, sendo que o passivo exigível corresponde a recursos provenientes</p><p>de terceiros, ou seja, de pessoas (físicas ou jurídicas) de fora da empresa, e o</p><p>patrimônio líquido corresponde a recursos provenientes dos sócios. Os re-</p><p>cursos de terceiros são denominados Capital de Terceiros, e os recursos dos</p><p>sócios/acionistas são denominados Capital Próprio.</p><p>“ “[...] do lado do Passivo, tanto Capital de Terceiros (Passivo Exi-</p><p>gível) como Capital Próprio (Patrimônio Líquido), representa</p><p>toda a fonte de recursos, toda a origem de capital. Nenhum re-</p><p>curso entra na empresa se não for via Passivo ou Patrimônio</p><p>Líquido” (IUDÍCIBUS; MARION, 2018, p. 33)</p><p>1</p><p>1</p><p>Assim, podemos afirmar que o lado do passivo e patrimônio líquido repre-</p><p>senta toda a fonte de recursos de uma entidade. Entretanto, talvez, você se</p><p>pergunte: “como assim todas as obrigações representam fontes de recursos?”.</p><p>Acredito que, quando falamos em um empréstimo, faz sentido dizer que é</p><p>uma fonte de recurso, pois a empresa capta dinheiro de uma instituição fi-</p><p>nanceira, mas isso gera uma obrigação. Contudo, não é somente esse tipo de</p><p>obrigação que representa fonte de recursos, na verdade, por mais estranho</p><p>que pareça, sim, todas as obrigações representam fontes de recursos. Imagine</p><p>que uma empresa tenha comprado R$10.000,00 de mercadorias para pagar</p><p>em trinta dias. Essa transação gerou uma obrigação, mas também corres-</p><p>ponde a uma fonte de recurso: isso porque a empresa obteve as mercadorias,</p><p>que correspondem a mais recursos para suas atividades, e, enquanto ela não</p><p>pagar o fornecedor, de certa forma, este estará financiando a sua atividade.</p><p>É como se o fornecedor tivesse emprestado R$10.000,00 para empresa, na</p><p>forma de mercadorias, pelo período de 30 dias. Quando a empresa efetuar o</p><p>pagamento, a obrigação será rescindida e sairá do grupo passivo; ao sair do</p><p>passivo, não representa mais uma fonte de recurso.</p><p>Acho que, agora, você concorda que a obrigação com fornecedores re-</p><p>presenta uma fonte de recurso. Entretanto, e quanto aos salários a pagar e</p><p>os impostos a recolher? Afinal, eles também são obrigações registradas no</p><p>passivo: por que eles são considerados fontes de recursos? Para entender</p><p>essa situação, acompanhamos um pouco da rotina do nosso personagem</p><p>João. No último dia de cada mês,</p><p>o contador da loja de João apura a folha</p><p>de pagamento dos dois funcionários da loja. Esse cálculo é feito no final do</p><p>mês, tendo em vista que, se o funcionário trabalhou durante o mês, a empresa</p><p>já tem a obrigação de pagá-lo. Então, João recebe o holerite com o valor do</p><p>salário a ser pago ainda no último dia do mês ou, às vezes, no primeiro dia do</p><p>próximo mês. Contudo, pela legislação brasileira, João tem até o quinto dia</p><p>útil do próximo mês para efetuar o pagamento dos salários. Isso significa que,</p><p>no período entre o cálculo da folha e o pagamento do salário, a empresa fica</p><p>com o dinheiro para ela, ou seja, se o salário é de R$ 3.000,00, nesses cinco</p><p>dias entre a apuração da folha e o pagamento, esses R$ 3.000,00 permanecem</p><p>com a empresa para outras atividades.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>Figura 7 - Salários a pagar / Fonte: a autora.</p><p>Descrição da Imagem: na figura, há quatro cenas: na primeira, o cenário é de uma loja em que um homem, repre-</p><p>sentando um funcionário, segura uma capa de roupas; ao lado, há uma mulher em frente ao caixa com uma sacola</p><p>na mão, e um funcionário atrás do balcão do caixa. Na segunda cena, aparece o personagem João com um papel</p><p>na mão e a expressão de preocupado. Na terceira cena, aparece João com um projeto em mãos com expressão de</p><p>entusiasmo. Na última cena, aparece João digitando em um tablet com expressão contente.</p><p>Da mesma forma, os impostos: entre o momento em que a obrigação de</p><p>recolher o imposto é gerada e o seu efetivo recolhimento, a entidade fica</p><p>com o dinheiro para ela, podendo utilizá-lo para outras questões. Com isso,</p><p>podemos afirmar que, sim, todas as obrigações registradas no passivo rep-</p><p>resentam fontes de recursos para a entidade. Assim como todas as contas</p><p>do passivo representam recursos de terceiros, todas as contas do patrimô-</p><p>nio líquido representam recursos próprios: isso porque, além da conta Capi-</p><p>tal Social, que representa o investimento dos sócios, existem outras contas</p><p>nesse grupo, como a conta “Lucros acumulados”.</p><p>APROFUNDANDO</p><p>1</p><p>1</p><p>“ Os resultados positivos (lucro) apurados nas atividades empresariais</p><p>também representam recursos próprios, uma vez que não correspon-</p><p>dem às obrigações. Portanto, são recursos próprios os decorrentes de</p><p>receitas, lucros e ganhos obtidos pela sociedade em transações com</p><p>terceiros, tais como os rendimentos auferidos com aplicações finan-</p><p>ceiras, aluguéis de imóveis próprios, lucros na venda de mercadorias,</p><p>produtos e serviços. - FRAGALLI; SILVA, 2021, p. 74</p><p>Enquanto o passivo e patrimônio líquido representam a fonte de recursos de uma</p><p>entidade, o ativo representa a aplicação desses recursos (IUDÍCIBUS; MARION,</p><p>2018). É justamente essa relação entre origem e aplicação de recursos que explica</p><p>o fato do equilíbrio entre os elementos patrimoniais, ou seja, o fato de que o valor</p><p>total do ativo é sempre igual ao valor total do passivo mais patrimônio líquido. A</p><p>ideia é que todo recurso que uma entidade possui tem uma origem.</p><p>Figura 8 - Origens e aplicações de recursos / Fonte: a autora.</p><p>Descrição da Imagem: a figura apresenta um quadro representando o patrimônio sistematizado, em que, de um</p><p>lado, está o ativo, representando a aplicação de recursos, composto por bens e direitos; do outro lado, está o</p><p>passivo + PL, representando a origem de recursos, composto pelas obrigações exigíveis (capital de terceiros) e</p><p>obrigações não exigíveis (capital próprio). Ao lado desse quadro, tem a imagem de um funil em que está escrito</p><p>“Origens de recursos” com vários cifrões. Desse funil, sai uma seta em direção ao grupo do passivo + PL. Do grupo</p><p>do passivo + PL, sai uma seta com cifrões em direção ao grupo do ativo.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>3</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>É importante esclarecer que essa relação entre origem e aplicação de recursos</p><p>não significa que, toda vez que a entidade compra ou adquire um recurso,</p><p>ela também gera uma obrigação. Por exemplo, na compra de mercadorias à</p><p>vista, não há a geração de obrigação, uma vez que valor é pago ao fornecedor</p><p>no ato da compra. Nessa situação, o que existe é a troca de um recurso por</p><p>outro, ou seja, a empresa entrega ao fornecedor o dinheiro, que é um recurso</p><p>aplicado no ativo, e o fornecedor concede a mercadoria, que passa a ser um</p><p>novo recurso para a entidade. Resumindo: no caso da compra de mercado-</p><p>rias à vista, a empresa troca o dinheiro pelas mercadorias, sendo que ambas</p><p>representam recursos da entidade.</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Será que captar recursos de terceiros é prejudicial para os negócios? Afinal,</p><p>quanto mais recursos de terceiros, mais dívidas a empresa possui.</p><p>Quando a empresa troca um recurso por outro, o valor total do seu patrimônio</p><p>não é afetado. Por exemplo, imagine que uma empresa tenha seu patrimônio</p><p>composto da seguinte forma:</p><p>ATIVO PASSIVO</p><p>Caixa R$ 5.000,00 Fornecedores R$ 15.000,00</p><p>Duplicatas a</p><p>receber</p><p>R$ 8.000,00 Contas a pagar R$ 5.000,00</p><p>Mercadorias R$ 20.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO</p><p>Máquinas R$ 37.000,00 Capital Social R$ 50.000,00</p><p>Total do ativo R$ 70.000,00 Total do passivo + PL R$ 70.000,00</p><p>Quadro 2 - Patrimônio inicial /Fonte: a autora.</p><p>1</p><p>4</p><p>Se a empresa comprar R$2.000,00 de mercadorias à vista, sairá R$2.000,00 do caixa.</p><p>Assim, o caixa ficará com R$ 3.000,00, mas o estoque de mercadorias aumentará em</p><p>R$ 2.000,00, ficando com o total de R$ 22.000,00, o que mantém o patrimônio no</p><p>mesmo valor, ou seja, o total do ativo e o total do passivo mais patrimônio líquido</p><p>continuará sendo de R$ 70.000,00, conforme demonstrado no Quadro 3:</p><p>ATIVO PASSIVO</p><p>Caixa R$ 3.000,00 Fornecedores R$ 15.000,00</p><p>Duplicatas a</p><p>receber</p><p>R$ 8.000,00 Contas a pagar R$ 5.000,00</p><p>Mercadorias R$ 22.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO</p><p>Máquinas R$ 37.000,00 Capital Social R$ 50.000,00</p><p>Total do ativo R$ 70.000,00 Total do passivo + PL R$ 70.000,00</p><p>Quadro 3 - Patrimônio após a compra à vista / Fonte: a autora.</p><p>Contabilidade Básica</p><p>Editora: Atlas</p><p>Autor: José Carlos Marion</p><p>Sinopse: para além do ensino inicial da Contabili-</p><p>dade, José Carlos Marion, referência na área, traz</p><p>uma visão conjunta dos relatórios contábeis. Com</p><p>metodologia moderna e dinâmica, ele apresenta</p><p>o conteúdo de modo gradativo para despertar o</p><p>interesse do estudante. O autor propõe, ao final de</p><p>cada capítulo, tarefas práticas que ajudam e es-</p><p>timulam o desenvolvimento fora da sala de aula.</p><p>Assim, é possível estudar de maneira mais assertiva, sempre treinando e resol-</p><p>vendo cálculos necessários para um aprendizado efetivo.</p><p>Comentário: o Capítulo 2 deste livro, intitulado “Patrimônio”, traz o conteúdo es-</p><p>tudado nesta unidade com exemplos e ilustrações que auxiliam a compreensão.</p><p>INDICAÇÃO DE LIVRO</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>Essa situação comprova que nenhum novo recurso entra na empresa se não</p><p>for por meio do passivo ou do patrimônio líquido. Quando falo em “novo</p><p>recurso”, eu me refiro ao aumento do patrimônio da entidade, pois, na situação</p><p>apresentada, houve simplesmente a troca de um recurso por outro. Para faci-</p><p>litar sua compreensão, considere a situação inicial da entidade, apresentada</p><p>no Quadro 2, mas imagine que a empresa tenha feito uma compra de merca-</p><p>dorias a prazo, no mesmo valor de R$2.000,00. Nesse caso, após a compra, a</p><p>situação patrimonial da entidade seria esta:</p><p>ATIVO PASSIVO</p><p>Caixa R$ 5.000,00 Fornecedores R$ 17.000,00</p><p>Duplicatas a</p><p>receber</p><p>R$ 8.000,00 Contas a pagar R$ 5.000,00</p><p>Mercadorias R$ 22.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO</p><p>Máquinas R$ 37.000,00 Capital Social R$ 50.000,00</p><p>Total do ativo R$ 72.000,00 Total do passivo + PL R$ 72.000,00</p><p>Quadro 4 - Patrimônio após a compra a prazo / Fonte: a autora.</p><p>Como você pôde perceber, a compra de mercadorias a prazo provocou o</p><p>aumento do patrimônio de R$70.000,00 para R$72.000,00, pois houve a cap-</p><p>tação de novos recursos, nesse caso, recursos de terceiros, já que a conta</p><p>Fornecedores representa obrigações exigíveis. Esses exemplos reforçam o</p><p>conteúdo estudado na Unidade 1 de que, muito mais do que registrar os ele-</p><p>mentos patrimoniais, a Contabilidade</p><p>conta a história da entidade contábil.</p><p>1</p><p>6</p><p>A sistematização do patrimônio, estu-</p><p>dada nesta unidade, dá origem ao ba-</p><p>lanço patrimonial, um dos relatórios</p><p>mais importantes gerados pela Con-</p><p>tabilidade. Além de separar os bens e</p><p>direitos das obrigações ou, como você</p><p>aprendeu, o ativo do passivo e patrimô-</p><p>nio líquido, ele organiza, de forma deta-</p><p>lhada, os elementos patrimoniais, o que</p><p>permite identificar uma série de outras</p><p>informações sobre a entidade.</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Neste tema, você aprendeu sobre elementos patrimoniais e origens e aplicações</p><p>de recursos. Vimos, também, como a Contabilidade classifica e organiza esses</p><p>elementos. Essa forma particular de organizar os elementos patrimoniais gera</p><p>uma série de informações importantes sobre a entidade, como, por exemplo,</p><p>identificar as origens e as aplicações de recursos financeiros.</p><p>Quando pensamos em captação de recursos para a empresa, logo pensamos</p><p>em empréstimos e financiamentos com instituições financeiras. Contudo, a</p><p>abertura de capital na bolsa de valores pode ser uma excelente estratégia.</p><p>Afinal, essa forma de captação não provoca aumento no endividamento da</p><p>empresa, tendo em vista que representa capital próprio.</p><p>Fonte: Fragalli e Silva (2021, p. 75).</p><p>ZOOM NO CONHECIMENTO</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>7</p><p>VAMOS PRATICAR</p><p>1. A sistematização do patrimônio permite definir algumas equações patrimoniais. As sim,</p><p>imagine que a empresa Alfa, que atua na comercialização de móveis para escri tório,</p><p>possuía, no final do mês de outubro, R$ 385.000,00 de ativo e R$ 268.000,00 de pas-</p><p>sivo (obrigações exigíveis). Com essas informações, calcule o valor patrimônio líquido</p><p>da empresa Alfa no final do mês de outubro.</p><p>2. No final do mês de novembro, o contador da empresa Beta fez o levantamento dos</p><p>elementos patrimoniais da empresa e apresentou a sistematização do patrimônio con-</p><p>forme demonstrado a seguir:</p><p>Observe o patrimônio sistematizado da empresa Beta e verifique se a situação patrimonial</p><p>da empresa é positiva ou negativa. Justifique a sua resposta.</p><p>1</p><p>8</p><p>UNIDADE 2</p><p>MINHAS METAS</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL I</p><p>ME. ADRIANA CASAVECHIA FRAGALLI</p><p>A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará neste tema de</p><p>aprendizagem:</p><p>Balanço Patrimonial</p><p>Sistematização do patrimônio</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 4</p><p>6</p><p>1</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Prezado(a) estudante, agora você terá a oportunidade de conhecer um dos prin-</p><p>cipais relatórios contábeis: o balanço patrimonial. A sistematização do patrimô-</p><p>nio, que estudamos na unidade anterior, dá origem a este relatório, mas, além</p><p>da separação de bens e direitos (ativo) das obrigações (passivo e patrimônio</p><p>líquido), o balanço é estruturado de forma a trazer uma série de informações</p><p>sobre a entidade, as quais você conhecerá ao longo deste tema de aprendizagem.</p><p>Para abrir a empresa, João e seus colegas procuraram um escritório de Con-</p><p>tabilidade que foi muito bem recomendado. O contador explicou sobre os di-</p><p>ferentes tipos de regime tributário e orientou a adoção do mais adequado para</p><p>a loja de João. Esclareceu, também, sobre a necessidade de documentação fiscal</p><p>de todos os fatos que ocorrerem na empresa. Após a abertura da empresa, que</p><p>recebeu o nome de Estilo, o contador acompanhou de perto as transações da</p><p>empresa, sempre orientando João no que ele precisava.</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>Com isso, João recebeu as primeiras demonstrações contábeis, entre elas, é claro,</p><p>o balanço patrimonial.</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA ESTILO LTDA.</p><p>ENCERRADO EM 31/12/20X1</p><p>ATIVO Em R$ PASSIVO Em R$</p><p>ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE</p><p>Disponível Fornecedores</p><p>Caixa 15.000,00 Fornecedor X 75.000,00</p><p>Banco A 203.000,00 Salários e encargos sociais</p><p>UNIASSELVI</p><p>6</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA ESTILO LTDA.</p><p>ENCERRADO EM 31/12/20X1</p><p>Créditos Salários a pagar 15.000,00</p><p>Duplicatas a</p><p>receber</p><p>62.000,00 Férias a pagar 3.000,00</p><p>Estoque</p><p>Obrigações</p><p>fiscais</p><p>Mercadorias 388.000,00</p><p>Impostos a</p><p>recolher</p><p>16.000,00</p><p>Materiais de</p><p>consumo</p><p>8.000,00</p><p>Obrigações</p><p>financeiras</p><p>ATIVO NÃO CIRCULANTE</p><p>Empréstimos</p><p>e finan.</p><p>35.000,00</p><p>Imobilizado PASSIVO NÃO CIRCULANTE</p><p>Máquinas e equi-</p><p>pamentos</p><p>15.000,00</p><p>Obrigações</p><p>financeiras</p><p>Móveis e uten-</p><p>sílios</p><p>205.000,00</p><p>Empréstimos</p><p>e finan.</p><p>17.000,00</p><p>(-)</p><p>Depreciação</p><p>acumulada</p><p>(20.000,00) PATRIMÔNIO LÍQUIDO</p><p>Intangível Capital Social</p><p>Ponto comercial 75.000,00 Capital subscrito 600.000,00</p><p>6</p><p>1</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA ESTILO LTDA.</p><p>ENCERRADO EM 31/12/20X1</p><p>Lucros ou prejuízos acumulados</p><p>Lucro do</p><p>exercício</p><p>190.000,00</p><p>TOTAL DO ATIVO 951.000,00</p><p>TOTAL DO</p><p>PASSIVO + PL</p><p>951.000,00</p><p>Quadro 1 - Balanço patrimonial da empresa Estilo / Fonte: a autora.</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>João aprendeu que o ativo é composto pelos bens e direitos; o passivo, pelas</p><p>obrigações exigíveis; e o patrimônio líquido, pelas obrigações não exigíveis.</p><p>Contudo, agora, ele está confuso: o que significa ativo circulante e ativo não</p><p>circulante? Passivo circulante e passivo não circulante? Por que o patrimônio</p><p>líquido não se apresenta em circulante e não circulante? O que significa essa</p><p>estrutura com vários nomes?</p><p>Se pararmos para analisar os elementos patrimoniais de uma entidade, como a</p><p>loja Estilo do João, perceberemos o quanto é grande o conjunto de elementos pa-</p><p>trimoniais: os bens vão desde canetas até a estrutura física, os direitos de receber</p><p>por cada venda a prazo, as obrigações que podem estar relacionadas a questões</p><p>trabalhistas, fiscais, com fornecedores, aluguel, telefone, enfim o conjunto de ele-</p><p>mentos patrimoniais é abundante. Imagine, então, em uma grande corporação,</p><p>com várias unidades: é enorme a quantidade de elementos. É por esse motivo</p><p>que se torna necessário organizar, agrupar os elementos patrimoniais, de forma a</p><p>reduzir o número de itens apresentados na sistematização do patrimônio, e tudo</p><p>isso, no entanto, sem perder a qualidade da informação.</p><p>UNIASSELVI</p><p>6</p><p>3</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL</p><p>O patrimônio da entidade contábil é composto por bens, direitos e obriga-</p><p>ções. Esses elementos são sistematizados da seguinte forma: os bens e direi-</p><p>tos são classificados como ativo, as obrigações exigíveis como passivo e as</p><p>obrigações não exigíveis como patrimônio líquido, sendo que o valor total</p><p>do ativo é sempre igual ao valor total do passivo mais o patrimônio líquido.</p><p>Isso porque o grupo do passivo e do patrimônio líquido representam as</p><p>fontes de recursos, enquanto o ativo representa as aplicações. Por sua vez, o</p><p>balanço patrimonial corresponde à apresentação do conjunto ordenado de</p><p>bens, direitos e obrigações da entidade e seus respectivos saldos em deter-</p><p>minada data, por isso, dizemos que o balanço funciona como uma “foto” da</p><p>empresa (FRAGALLI; SILVA, 2021). Foto porque ele demonstra a situação</p><p>patrimonial da entidade em uma data específica.</p><p>Como você organizaria? Você, na sua vida pessoal, também possui um pat-</p><p>rimônio: você, com certeza, possui bens, direitos e obrigações. Convido-lhe</p><p>a agrupar esses elementos. Por exemplo, pense nos seus bens, como você</p><p>os agruparia de forma a facilitar o controle? Faça o mesmo para os direitos</p><p>e as obrigações. Não precisa se preocupar com os valores, a ideia é pensar</p><p>na melhor maneira de organizar os elementos de forma a minimizar a lista de</p><p>itens sem perder a capacidade de reconhecer o seu patrimônio.</p><p>PENSANDO JUNTOS</p><p>6</p><p>4</p><p>Se pensarmos no caixa da empresa, por exemplo, normalmente, ele é movimen-</p><p>tado diariamente, por isso, o saldo desse elemento é alterado todos os dias. Assim, o</p><p>saldo do caixa e de todos os outros elementos patrimoniais que aparecem no balanço</p><p>correspondem a um determinado momento, no caso, normalmente, o último dia do</p><p>ano. Assim, o fechamento contábil, como é chamado, pode ocorrer ao final de cada</p><p>mês, bimestre, semestre ou ao final de cada ano. Após o fechamento, são elabora-</p><p>das as demonstrações contábeis, entre elas, o balanço patrimonial. Por isso, o saldo</p><p>apresentado no balanço corresponde à situação patrimonial</p><p>da entidade no dia do</p><p>fechamento. De acordo com Fragalli e Silva:</p><p>“ “O Balanço Patrimonial é uma demonstração estática que evidencia,</p><p>resumidamente, a situação patrimonial e financeira da empresa.”- FRA-</p><p>GALLI; SILVA, 2021, p. 95</p><p>O balanço é estático, pois evidencia a situação da entidade em um dado momento,</p><p>sendo que essa evidenciação ocorre de forma resumida em função da quantidade de</p><p>elementos que podem existir em cada entidade. Para evidenciar a situação financeira</p><p>e patrimonial da entidade, a Contabilidade registra os elementos patrimoniais em</p><p>grupos e subgrupos, que são organizados de maneira específica. Os grupos principais</p><p>você já conhece: ativo, passivo e patrimônio líquido.No grupo do ativo, são registrados</p><p>todos os bens e todos os direitos que a entidade possui. No entanto, ele não funciona</p><p>como uma lista de itens. Imagine uma grande empresa: se, no grupo do ativo, fosse</p><p>descrito, separadamente, cada um dos bens e cada um dos direitos, à lista facilmente</p><p>passaria de cem páginas, isso só de ativos; se listarmos as obrigações, então, a lista</p><p>seria ainda maior, o que dificultaria, por parte dos usuários da informação contábil, a</p><p>análise da situação financeira e patrimonial da entidade. Podemos dizer que um rela-</p><p>tório assim não seria útil, e a utilidade é uma premissa básica da informação contábil.</p><p>Segundo a NBC TG Estrutura Conceitual (CFC, 2019, [s.p.]), “se informações</p><p>financeiras devem ser úteis, elas devem ser relevantes e representar fidedignamente</p><p>aquilo que pretendem representar. A utilidade das informações financeiras é aumen-</p><p>tada se forem comparáveis, verificáveis, tempestivas e compreensíveis”. Assim, para</p><p>que a informação seja útil, a norma determina a observação das características</p><p>qualitativas fundamentais: relevância e representação fidedigna; e das caracte-</p><p>rísticas qualitativas de melhoria: comparabilidade, capacidade de verificação,</p><p>tempestividade e compreensibilidade.</p><p>UNIASSELVI</p><p>6</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>ESTRATÉGIA</p><p>Características qualitativas de informações financeiras úteis.</p><p>RELEVÂNCIA</p><p>Informação capaz de fazer a diferença nas decisões tomadas pelos usuários.</p><p>REPRESENTAÇÃO FIDEDIGNA</p><p>Não basta apresentar uma informação relevante, é necessário que ela represente</p><p>fidedignamente o que se pretende informar. Para isso a informação precisa ser</p><p>completa, neutra e isenta de erros.</p><p>COMPARABILIDADE</p><p>A informação é mais útil se puder ser comparada com informações similares de</p><p>outras entidades ou com informações similares da mesma entidade em outros</p><p>períodos ou datas.</p><p>COMPREENSIBILIDADE</p><p>A informação é mais útil se for classificada, caracterizada e apresentada de forma</p><p>clara e concisa.</p><p>TEMPESTIVIDADE</p><p>A informação é mais útil quando gerada a tempo de influenciar as decisões dos</p><p>usuários.</p><p>CAPACIDADE DE VERIFICAÇÃO</p><p>A informação é mais útil quando diferentes observadores conseguem verificá-la</p><p>de forma direta (Ex: contagem física) ou indireta (Ex: recalcular o custo de pro-</p><p>dução) e reconhecê-la como uma representação fidedigna.</p><p>6</p><p>6</p><p>Para resolver a questão de um número excessivo de páginas, a Contabilidade</p><p>agrupa os elementos patrimoniais que apresentam a mesma funcionalidade para</p><p>a entidade e, assim, surgem os subgrupos. Além disso, ela organiza esses subgru-</p><p>pos de forma a facilitar o entendimento sobre a situação da entidade, o que atende</p><p>à determinação do art. 178 da Lei 6.404/76 (BRASIL, 1976):</p><p>Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do</p><p>patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a</p><p>análise da situação financeira da companhia.</p><p>§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liqui-</p><p>dez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:</p><p>I – ativo circulante; e</p><p>II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimen-</p><p>tos, imobilizado e intangível.</p><p>§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: I – passivo</p><p>circulante;</p><p>II – passivo não circulante; e</p><p>III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes</p><p>de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos</p><p>acumulados.</p><p>UNIASSELVI</p><p>6</p><p>7</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>Assim, o balanço patrimonial é organizado conforme se apresenta no Quadro 2.</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL</p><p>ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO</p><p>ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE</p><p>ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE</p><p>Realizável a longo prazo PATRIMÔNIO LÍQUIDO</p><p>Investimentos Capital Social</p><p>Imobilizado</p><p>Reserva de capital</p><p>Intangível</p><p>Ajuste de avaliação</p><p>patrimonial</p><p>Reservas de lucros</p><p>Ações em tesouraria</p><p>Prejuízos acumulados</p><p>Quadro 2 - Balanço patrimonial / Fonte: adaptado de Gelbcke et al. (2021).</p><p>Iniciando pelo ATIVO, conheceremos melhor os grupos de elementos patrimo-</p><p>niais evidenciados no balanço. A NBC TG Estrutura Conceitual (CFC, 2019)</p><p>apresenta o seguinte conceito para ativo:</p><p>Recurso econômico presente controlado pela entidade como resultado de</p><p>eventos passados.</p><p>Recurso econômico é um direito que tem o potencial de produzir benefícios</p><p>econômicos.</p><p>Para facilitar a compreensão desse conceito, nós o observamos por partes:</p><p>6</p><p>8</p><p>RECURSO ECONÔMICO PRESENTE</p><p>Você aprendeu que o passivo representa as fontes de recursos, e o ativo, as</p><p>suas aplicações. Assim, tudo que está no ativo corresponde aos recursos que</p><p>a entidade possui no momento presente. O fato de ser econômico significa</p><p>que, para registrar um recurso no ativo, ele, necessariamente, precisa ser</p><p>mensurado em dinheiro.</p><p>CONTROLADO PELA ENTIDADE</p><p>Só serão registrados no ativo os recursos que forem efetivamente controlados</p><p>pela entidade. Por exemplo, se a entidade aluga um veículo ela não tem controle</p><p>sobre o bem, assim não o registra no ativo. Contudo, se ela obtém um veículo por</p><p>meio de arrendamento mercantil financeiro, que, na essência, refere-se à compra</p><p>do bem e não a locação, mesmo que o bem não esteja no nome da entidade, ela</p><p>deve reconhecê-lo como ativo, pois tem controle sobre ele.</p><p>RESULTADO DE EVENTOS PASSADOS</p><p>Quando uma empresa decide comprar um imóvel, por exemplo, o período de</p><p>negociação pode levar algum tempo. Enquanto a aquisição não for finalizada, o</p><p>imóvel não pode ser registrado pela empresa. Assim, os itens registrados no ativo</p><p>sempre representam recursos que a empresa já possui, ou seja, que já foram</p><p>adquiridos e que já são controlados pela entidade.</p><p>POTENCIAL DE PRODUZIR BENEFÍCIOS ECONÔMICOS</p><p>A ideia é que o ativo tem que ter potencial para trazer retorno financeiro para a</p><p>entidade, ele precisa ser útil economicamente. Por exemplo, se uma empresa</p><p>comprar uma máquina e, com o passar do tempo, ela se tornar obsoleta e parar</p><p>de trabalhar, o correto é que essa máquina seja baixada do grupo do ativo. É</p><p>importante entender que o retorno financeiro não acontece, necessariamente, de</p><p>forma direta, como no caso da venda de mercadorias. Os móveis e a estrutura de</p><p>uma loja, por exemplo, não trazem dinheiro para a entidade, mas são necessários</p><p>para o funcionamento do negócio, assim, indiretamente, contribuem para a ger-</p><p>ação de benefícios econômicos.</p><p>UNIASSELVI</p><p>6</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>De acordo com Nascimento (2019, p. 128), os ativos são “registrados, normalmen-</p><p>te, por seu preço de aquisição ou fabricação, ou seja, pelo custo histórico ou valor</p><p>original”. O preço de aquisição ou custo de aquisição — termos sinônimos — cor-</p><p>responde ao valor para adquirir e colocar o recurso à disposição para utilização</p><p>pela entidade. Para facilitar a compreensão sobre custo de aquisição, imagine</p><p>que João, sócio/gerente da nossa empresa modelo Estilo, tenha comprado um</p><p>ar-condicionado para a loja no valor de R$3.500,00. Como ele comprou de uma</p><p>empresa de outra cidade, teve que pagar R$300,00 de transporte.</p><p>Quando o equipamento chegou, João ainda pagou R$800,00 para instala-</p><p>ção. No momento da instalação, os técnicos perceberam um pequeno defeito no</p><p>design do ar-condicionado — um amassado</p><p>—, nada que comprometesse o seu</p><p>funcionamento, contudo João entrou em contato com a empresa vendedora que,</p><p>para não ter que trocar o equipamento, concedeu um desconto de R$ 200,00.</p><p>Agora, eu lhe pergunto: qual foi o custo de aquisição do ar-condicionado? A</p><p>resposta está na Tabela 1:</p><p>CUSTO DE AQUISIÇÃO DO AR-CONDICIONADO</p><p>Compra R$ 3.500,00</p><p>Transporte (+) R$ 300,00</p><p>Instalação (+) R$ 800,00</p><p>Desconto (-) R$ 200,00</p><p>Custo de aquisição R$ 4.400,00</p><p>Tabela 1 - Custo de aquisição do ar-condicionado / Fonte: a autora.</p><p>Arrendamento mercantil financeiro: nesse tipo de contrato, o arrendatário</p><p>tem a intenção de ficar com o bem após o término do contrato, exercendo a</p><p>opção de compra pelo valor contratual estabelecido e se responsabilizando</p><p>por qualquer tipo de dano que o bem sofra.</p><p>APROFUNDANDO</p><p>7</p><p>1</p><p>Como demonstrado na Tabela 1, para calcular o custo de aquisição, basta somar</p><p>ou diminuir do valor da compra todos os valores envolvidos, desde a aquisição</p><p>até o bem-estar disponível/pronto para utilização. Assim, o custo de aquisição do</p><p>ar-condicionado foi de R$4.400,00, isso significa que, quando a Contabilidade</p><p>for registrá-lo no ativo, seu valor final será de R$4.400,00, e não de R$3.500,00.</p><p>O custo de aquisição está relacionado aos bens adquiridos já prontos, como</p><p>acontece nas empresas comerciais. Nas indústrias, os produtos fabricados são</p><p>mensurados e registrados no ativo pelo custo de fabricação. Isso significa que</p><p>todos os valores envolvidos no processo de fabricação, como matéria-prima, ma-</p><p>teriais, mão de obra, entre outros, devem compor o custo de um produto.</p><p>Agora que você aprendeu o conceito de ativo e o valor pelo qual os recursos</p><p>são inicialmente registrados nesse grupo, conheçamos melhor a sua classificação.</p><p>Segundo a norma contábil NBC TG Estrutura Conceitual:</p><p>“ Classificação é a organização de ativos, passivos, patrimônio</p><p>líquido, receitas ou despesas com base em características com-</p><p>partilhadas para fins de divulgação e apresentação. Essas carac-</p><p>terísticas incluem, entre outras, a natureza do item, seu papel</p><p>(ou função) dentro das atividades de negócio conduzidas pela</p><p>entidade e como é mensurado.” - CFC, 2019, [s.p.]</p><p>Contudo, a norma contábil não determina como deve ser feita essa classifi-</p><p>cação, ela simplesmente sugere que, se melhorar a utilidade das informações,</p><p>“pode ser apropriado separar ativo ou passivo em componentes circulantes e</p><p>não circulantes e classificar esses componentes separadamente” (CFC, 2019,</p><p>[s.p.]). É importante lembrar, nesse momento, os campos de atuação da Con-</p><p>tabilidade vistos na Unidade 1 deste material. As normas contábeis estão rela-</p><p>cionadas à atuação da Contabilidade Financeira, assim é necessário observar,</p><p>também, a legislação, ou seja, a Contabilidade Fiscal.</p><p>A Lei nº 6.404/76 (BRASIL, 1976) determina que as contas do ativo sejam dis-</p><p>postas em ordem decrescente de grau de liquidez nos grupos do ativo circulante e</p><p>ativo não circulante. Assim, enquanto a norma contábil sugere a divisão de circulan-</p><p>te e não circulante, a legislação determina a segregação de ativos nesses dois grupos.</p><p>Entretanto, o que é liquidez? Na Contabilidade, a liquidez está relacionada ao</p><p>dinheiro, assim quanto mais rápido um bem se transformar em dinheiro, mais</p><p>UNIASSELVI</p><p>7</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>líquido ele é. O caixa e o banco (conta corrente) são os ativos mais líquidos da</p><p>entidade, pois já são dinheiro. Por outro lado, o direito de receber de clientes, as</p><p>mercadorias, os equipamentos etc. ainda se transformarão em dinheiro e, depen-</p><p>dendo do tempo estimado para essa transformação, eles são ordenados em ativo</p><p>circulante e ativo não circulante.</p><p>No ativo circulante, são registrados os recursos que serão realizados no curto</p><p>prazo. Por “realizados”, entende-se:</p><p>TRANSFORMADOS EM DINHEIRO</p><p>Como no caso de recebimento de duplicatas.</p><p>VENDIDOS</p><p>Como as mercadorias em estoque.</p><p>CONSUMIDOS</p><p>Como produtos de limpeza e outros materiais</p><p>Por mais que liquidez esteja relacionada à transformação em dinheiro, nem to-</p><p>dos os bens se transformam literalmente em dinheiro. Podemos dizer que as</p><p>mercadorias que são vendidas se transformam em dinheiro, mas os materiais</p><p>de limpeza e higiene, o seguro de um veículo, entre outros são ativos que não</p><p>se transformam diretamente em dinheiro. Assim, podemos dizer que os ativos</p><p>que serão transformados em dinheiro, vendidos ou consumidos no curto pra-</p><p>zo, devem ser registrados no grupo do ativo circulante. E o que é curto prazo?</p><p>O curto prazo corresponde ao ciclo operacional da entidade, que, por sua vez,</p><p>corresponde ao tempo entre a compra de mercadorias ou matéria-prima até o</p><p>recebimento por sua venda. Podemos dizer que é o tempo que a empresa leva para</p><p>realizar sua atividade operacional, seja ela de comércio, indústria ou prestação de</p><p>serviços. Contudo, em muitos casos, é difícil identificar, com segurança, o ciclo</p><p>operacional. Nesses casos, deve-se considerar como curto prazo o período de 12</p><p>meses da data do balanço.</p><p>7</p><p>1</p><p>Isso significa que, quando ocorrer o fechamento contábil e, com isso, a elabora-</p><p>ção do balanço patrimonial, todos os ativos que se espera que sejam transformados</p><p>em dinheiro, vendidos ou consumidos em até 12 meses serão ativos de curto prazo.</p><p>Para exemplificar, imagine que uma concessionária tenha vendido um veículo pelo</p><p>valor de R$45.000,00 em novembro de 2011. Esse valor foi parcelado para o cliente</p><p>em 36 vezes de R$1.250,00. O fechamento contábil é feito ao final de cada ano.</p><p>Assim, as duas parcelas que serão recebidas em 20X1 e as 12 parcelas que serão</p><p>recebidas em 20X2 representam ativos de curto prazo, pois, conforme descrito, o</p><p>curto prazo corresponde a 12 meses da data do balanço, e o próximo balanço após</p><p>a venda será gerado em 31 de dezembro de 20X1. As demais parcelas, que vencerão</p><p>a partir de janeiro de 2013, serão registradas como ativo não circulante.</p><p>Figura 1 - Representação de curto e longo prazo / Fonte: a autora.</p><p>Descrição da Imagem: a figura apresenta, da esquerda para a direita, a sequência de meses: Novembro/ X1,</p><p>Dezembro/X1, Janeiro/X2, Fevereiro/X2, Março/X2, Abril/X2, Maio/X2, Junho/X2, Julho/X2, Agosto/X2, Setembro/</p><p>X2, Outubro/X2, Novembro/X2, Dezembro/X2, Janeiro/X3, Demais parcelas. Abaixo do mês de Janeiro/X1, aparece</p><p>a descrição: Mês da venda. Abaixo do mês de Dezembro/X1, aparece a descrição: Fechamento do balanço. Do mês</p><p>de Novembro/X1 ao mês de Dezembro/X2, há uma referência indicando curto prazo. Do mês de Janeiro/X3 até às</p><p>demais parcelas, há uma referência indicando longo prazo.</p><p>Assim, R$17.500,00 (14 parcelas R$1.250,00) devem ser registrados como dupli-</p><p>catas a receber no ativo circulante, e R$27.500,00 (22 parcelas R$1.250,00), como</p><p>duplicatas a receber no ativo não circulante. Conforme os anos forem passando,</p><p>a Contabilidade transfere parte do valor do longo prazo para o curto prazo —</p><p>sempre 12 meses da data do balanço.</p><p>UNIASSELVI</p><p>7</p><p>3</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>Além da separação entre ativo circulante e ativo não circulante, os elemen-</p><p>tos do ativo são classificados em subgrupos de forma a simplificar a apresenta-</p><p>ção do balanço. Segundo Iudícibus e Marion (2019), os principais subgrupos</p><p>do ativo circulante são:</p><p>DISPONÍVEL:</p><p>caixa e equivalentes de caixa (caixa, bancos, contas correntes e aplicações</p><p>financeiras de liquidez imediata).</p><p>CRÉDITOS:</p><p>São valores ainda não recebidos, decorrentes de vendas de mercadorias ou</p><p>prestação de serviços a prazo, além de outros valores que a empresa tenha o</p><p>direito de receber ou recuperar.</p><p>ESTOQUES:</p><p>são mercadorias a serem revendidas. No caso de indústria, são os produtos aca-</p><p>bados, bem como matéria-prima e outros materiais secundários que compõem</p><p>o produto em fabricação. São, também, materiais utilizados na manutenção das</p><p>atividades da empresa, como materiais de higiene e limpeza.</p><p>INVESTIMENTO TEMPORÁRIO:</p><p>São aplicações realizadas, normalmente, no mercado financeiro com excedente</p><p>do caixa, os quais serão resgatados no curto prazo.</p><p>De acordo com Fragalli</p><p>e Silva (2021, p. 99), “a correta classificação facilita a</p><p>compreensão do usuário da informação, por isso esses grupos principais são</p><p>subdivididos até chegar à conta contábil”, que, no caso, é utilizada para os registros</p><p>de movimentação dos elementos. A quantidade de subgrupos e níveis de elemen-</p><p>tos deve ser determinada conforme a necessidade de cada entidade. O grupo do</p><p>estoque é, normalmente, dividido nos seguintes subgrupos:</p><p>7</p><p>4</p><p>Por exemplo, na loja do João, são vendidas, entre outras mercadorias, calças</p><p>e camisas. Se for necessário detalhar o ativo até esse elemento, a classificação</p><p>ficaria desta forma:</p><p>ATIVO</p><p>ATIVO CIRCULANTE</p><p>Estoques</p><p>Estoque de mercadorias</p><p>Calças</p><p>Camisas</p><p>Quadro 3 - Classificação de calças e camisas no ativo / Fonte: a autora.</p><p>Normalmente, para registrar os fatos contábeis, a Contabilidade utiliza um plano</p><p>de contas — vide Unidade 5 — bastante detalhado, mas, na hora de divulgar o</p><p>balanço, são evidenciados apenas os grupos principais.</p><p>Figura 2 - Grupo de estoque</p><p>Fonte: Fragalli e Silva (2021, p. 99).</p><p>Descrição da Imagem: a ima-</p><p>gem mostra cinco tipos de es-</p><p>toque. De cima para baixo: o</p><p>estoque de mercadorias, logo</p><p>em seguida, o estoque de</p><p>produtos acabados; em ter-</p><p>ceiro, o estoque de produtos</p><p>em elaboração; em quarto, o</p><p>estoque de matérias-primas;</p><p>e, por último, o estoque de</p><p>materiais diversos.</p><p>UNIASSELVI</p><p>7</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>Enquanto, no ativo circulante, são registrados os recursos que serão reali-</p><p>zados no curto prazo, no ativo não circulante, são registrados os recursos que</p><p>serão realizados no longo prazo, ou seja, após o ciclo operacional da empresa ou</p><p>após 12 meses da data do balanço. Na verdade, diversos ativos registrados no não</p><p>circulante não possuem um prazo definido para realização. Por exemplo, quando</p><p>uma empresa compra um equipamento ou adquire ações de outra empresa, não</p><p>existe um prazo definido para ela se desfazer desses recursos.</p><p>Por sua vez, o ativo não circulante, por determinação legal, é dividido nos</p><p>seguintes subgrupos:</p><p>REALIZÁVEL A LONGO PRAZO</p><p>Neste subgrupo, são classificados os direitos realizáveis após 12 meses da data</p><p>do balanço, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos.</p><p>Nesse grupo, também ficam registrados os valores a receber de partes relaciona-</p><p>das, como diretores, acionistas, empresas coligadas ou controladas.</p><p>INVESTIMENTOS</p><p>Refere-se às participações em outras sociedades, como investimentos em</p><p>coligadas ou controladas, assim como outras aplicações de característica perma-</p><p>nente que não estejam relacionadas à atividade operacional da empresa, como</p><p>imóveis alugados a terceiros, obras de arte etc.</p><p>IMOBILIZADO</p><p>Neste subgrupo, são classificados os ativos que compõem a estrutura necessária</p><p>para que a empresa possa realizar suas atividades, por esse motivo, dificilmente,</p><p>esses itens serão vendidos, exceto quando substituídos por novos ou mais mod-</p><p>ernos. Outra característica do imobilizado é a sua vida útil, que, necessariamente,</p><p>precisa ser superior a um exercício contábil.</p><p>INTANGÍVEL</p><p>Neste subgrupo, são classificados os direitos que tenham por objeto bens</p><p>incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa</p><p>finalidade, inclusive, o fundo de comércio adquirido. São exemplos de ativos in-</p><p>tangíveis: marcas e patentes, software etc. (IUDÍCIBUS; MARION, 2019).</p><p>7</p><p>6</p><p>A Figura 3 apresenta alguns exemplos de ativos imobilizados:</p><p>Figura 3 - Exemplos de ativo imobilizado / Fonte: a autora.</p><p>Descrição da Imagem: a figura apresenta seis imagens representando elementos do ativo imobilizado. A imagem</p><p>de um caminhão representa os veículos. A imagem de um homem operando um equipamento industrial representa</p><p>os “Equipamentos”. A imagem de uma sala de reunião com mesa e cadeiras representa os “Móveis e utensílios”. A</p><p>imagem de uma plantação de trigo representa “Terrenos”. A imagem de uma furadeira representa “Ferramentas”.</p><p>A imagem de um prédio representa “Edifícios”.</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Neste tema, você aprendeu sobre balanço patrimonial e sistematização do pa-</p><p>trimônio. A sistematização do patrimônio dá origem a este relatório, mas, além</p><p>da separação de bens e direitos (ativo) das obrigações (passivo e patrimônio</p><p>líquido), o balanço é estruturado de forma a trazer uma série de informações</p><p>sobre a entidade.</p><p>UNIASSELVI</p><p>7</p><p>7</p><p>VAMOS PRATICAR</p><p>1. Conhecer os elementos patrimoniais e a sua correta classificação é fundamental para</p><p>a correta evidenciação da situação financeira e patrimonial de uma entidade. Dessa</p><p>forma, imagine que um estagiário que está sob sua supervisão tenha apresentado a</p><p>seguinte classificação de contas contábeis:</p><p>Após analisar o quadro, você percebeu que três contas foram classificadas incor-</p><p>retamente. Como responsável pelo estagiário, você precisa corrigi-lo e orientá-lo. Assim,</p><p>descreva quais contas foram classificadas de forma incorreta e apresente como devem</p><p>ser classificadas.</p><p>7</p><p>8</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>7</p><p>9</p><p>MINHAS METAS</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL II</p><p>ME. ADRIANA CASAVECHIA FRAGALLI</p><p>A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará neste tema de</p><p>aprendizagem:</p><p>Ativos e Passivos</p><p>Estrutura do Balanço Patrimonial</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 5</p><p>8</p><p>1</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Para abrir a empresa, João e seus colegas procuraram um escritório de Contabi-</p><p>lidade que foi muito bem recomendado. O contador explicou sobre os diferentes</p><p>tipos de regime tributário e orientou a adoção do mais adequado para a loja de</p><p>João. Esclareceu, também, sobre a necessidade de documentação fiscal de todos</p><p>os fatos que ocorrerem na empresa. Após a abertura da empresa, que recebeu</p><p>o nome de Estilo, o contador acompanhou de perto as transações da empresa,</p><p>sempre orientando João no que ele precisava.</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>Para classificar os elementos patrimoniais, é necessário conhecer sua função para</p><p>a entidade, pois um mesmo tipo de elemento pode ser classificado de formas di-</p><p>ferentes por empresas distintas. Por exemplo, em uma concessionária, os veículos</p><p>para venda devem ser registrados no estoque, pois representam bens a serem</p><p>comercializados. Já em outras empresas, os veículos utilizados para locomoção</p><p>devem ser registrados como imobilizado.</p><p>A classificação dos ativos diz muito sobre como a empresa aplica seus recur-</p><p>sos. Sobre isso, Fragalli e Silva (2021, p. 101) afirmam que:</p><p>“ Empresas comerciais normalmente vão aplicar mais recursos no seu</p><p>ativo circulante, mais precisamente no grupo do estoque, pois sua</p><p>atividade operacional se refere à compra e venda de mercadorias. Por</p><p>outro lado, empresas industriais aplicam mais recursos no ativo não</p><p>circulante, isso porque a transformação de matéria-prima em produto</p><p>final requer a utilização de máquinas e equipamentos, sendo estes</p><p>pertencentes ao ativo imobilizado. Fragalli e Silva, 2021, p. 101</p><p>Assim como o ativo, o PASSIVO também possui uma estrutura que possibilita</p><p>identificar informações sobre a entidade. Contudo, antes de nos aprofundarmos</p><p>nesse grupo de elementos patrimoniais, gostaria de lembrar que o passivo repre-</p><p>senta as obrigações da entidade, sendo dividido da seguinte maneira:</p><p>UNIASSELVI</p><p>8</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>Dessa forma, abordaremos, separadamente, o passivo e o patrimônio líquido. O</p><p>passivo, que se refere às obrigações exigíveis, à primeira vista, pode parecer algo</p><p>negativo para a entidade, afinal quem quer estar endividado, não é mesmo? No</p><p>entanto, é preciso olhar para o passivo como uma fonte de recursos. Lembra-se</p><p>que o passivo e o patrimônio líquido representam as fontes de recursos, enquanto</p><p>o ativo representa as aplicações? É esse olhar contábil que precisamos ter. É claro</p><p>que as dívidas não são algo essencialmente positivo, mas elas surgem por neces-</p><p>sidade, opção ou, até mesmo, pela rotina normal do negócio. Quando os recursos</p><p>financeiros que a entidade possui não são suficientes para manter a atividade ou</p><p>para realizar um projeto, surge a necessidade de captar recursos de terceiros por</p><p>meio de empréstimos</p><p>ou financiamentos.</p><p>No entanto, exis-</p><p>tem situações em que</p><p>a entidade possui re-</p><p>cursos financeiros e,</p><p>mesmo assim, opta</p><p>por captar recursos</p><p>de terceiros. Por exemplo, imagine que uma transportadora decide comprar</p><p>um novo caminhão para aumentar os seus serviços. Segundo o gerente finan-</p><p>ceiro, a transportadora possui recursos suficientes para comprar o caminhão</p><p>à vista, no entanto, a empresa decide comprá-lo através de um financiamento.</p><p>Essa estratégia permite que a empresa utilize seus recursos financeiros para</p><p>outras atividades, e os serviços realizados pelo novo caminhão, por si só, pa-</p><p>garão as parcelas do financiamento. É claro que essa decisão encarece o custo</p><p>do veículo por causa dos juros do financiamento, mas é uma estratégia de</p><p>Figura 1 - Divisão das obrigações / Fonte: a autora.</p><p>Descrição da Imagem: a figura apresenta dois retângulos. No primeiro, em destaque, está escrito “Passivo” e,</p><p>logo abaixo, “Obrigações exigíveis”. No segundo, em destaque, está escrito “Patrimônio líquido” e, logo abaixo,</p><p>“Obrigações não exigíveis”.</p><p>8</p><p>1</p><p>negócio. Por fim, a própria rotina empresarial gera obrigações, como: salários</p><p>a pagar, fornecedores, impostos, aluguel, energia elétrica, internet etc. Assim,</p><p>podemos concluir que o endividamento, registrado no grupo do passivo, não</p><p>é, em si, algo negativo, desde que a entidade administra seus recursos de forma</p><p>a conseguir pagar suas dívidas. “Seja por uma questão de necessidade, opção</p><p>ou pela rotina da empresa, os passivos devem ser muito bem administrados,</p><p>afinal de contas, uma empresa endividada e sem capacidade de pagamento</p><p>pode ir à falência” (FRAGALLI; SILVA, 2021, p. 114). Agora que observamos</p><p>o passivo com um olhar mais gerencial, vamos conhe-cê-lo de forma mais</p><p>técnica. De acordo com a NBC TG Estrutura Conceitual (CFC, 2019, [s.p.]),</p><p>a definição de passivo é:</p><p>Obrigação presente da entidade de transferir um recurso econômico como re-</p><p>sultado de eventos passados.</p><p>Para compreendê-la melhor, também analisaremos essa definição por partes.</p><p>OBRIGAÇÃO PRESENTE DA ENTIDADE</p><p>Significa que, para registrar no passivo, a obrigação de pagamento já existe e</p><p>está em nome da entidade. Por exemplo, imagine que uma empresa tenha assi-</p><p>nado um contrato com um fornecedor, comprometendo-se a comprar um valor X</p><p>de mercadorias por mês, isso não gera uma obrigação, mas um compromisso. A</p><p>obrigação somente será registrada no passivo quando o fornecedor emitir a nota</p><p>fiscal de venda de mercadorias para a empresa — considerando que a empresa</p><p>comprará a prazo.</p><p>TRANSFERIR UM RECURSO ECONÔMICO</p><p>Conforme estudado anteriormente, os recursos econômicos são os ativos. Assim,</p><p>é esperado que a liquidação das obrigações resulte na saída de ativos. Vale lem-</p><p>brar que a saída de ativos não se refere apenas aos recursos disponíveis no caixa,</p><p>ou seja, a liquidação de uma obrigação não precisa ser, necessariamente, feita</p><p>por meio de pagamento em dinheiro, a empresa pode liquidar uma obrigação por</p><p>meio da saída de mercadorias, por exemplo.</p><p>UNIASSELVI</p><p>8</p><p>3</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>COMO RESULTADO DE EVENTOS PASSADOS</p><p>Assim como não se pode registrar um imóvel durante o processo de compra</p><p>(conferência de documentos), também não se deve registrar a obrigação até que</p><p>a compra seja finalizada ou enquanto houver alguma incerteza quanto à geração</p><p>da obrigação.</p><p>De acordo com Nascimento (2019, p. 128), o passivo “é registrado por seu valor</p><p>original e deve ser apresentado no balanço por seu valor corrigido”. Isso significa</p><p>que, quando a Contabilidade registra uma obrigação no passivo, utiliza-se o valor</p><p>original da dívida, contudo o valor da obrigação pode ser alterado em função</p><p>de juros ou variações monetárias — como, por exemplo, variação cambial —,</p><p>assim, quando elaborado o balanço, o valor das obrigações devem ser corrigidos</p><p>de forma a evidenciar o valor atual. No que se refere à classificação, como dito</p><p>anteriormente, as normas contábeis, especificamente, a NBC TG Estrutura Con-</p><p>ceitual (2019, [s.p.]), afirmam que“pode ser apropriado separar ativo ou passivo</p><p>em componentes circulantes e não circulantes e classificar esses componentes</p><p>separadamente”. Lembre-se de que essa norma está voltada para a Contabilida-</p><p>de Financeira. Contudo, para a Contabilidade Fiscal, o art. 178, § 2º, da Lei nº</p><p>6.404/76 (BRASIL, 1976) determina que as contas do passivo sejam classificadas</p><p>em passivo circulante e passivo não circulante.</p><p>O passivo circulante é composto pelas obrigações exigíveis que vencem no</p><p>curto prazo. Lembra-se de qual é o curto prazo? O curto prazo corresponde ao</p><p>ciclo operacional da empresa ou 12 meses da data do balanço. O passivo circu-</p><p>lante, normalmente, apresenta os seguintes subgrupos:</p><p>■ Fornecedores: obrigações decorrentes de compras a prazo de mercado-</p><p>rias ou matérias-primas.</p><p>■ Salários e encargos sociais: obrigações trabalhistas e sociais com fun-</p><p>cionários, como salários, férias, 13º salário, INSS, FGTS etc.</p><p>■ Obrigações fiscais: obrigações tributárias, como impostos sobre vendas</p><p>(ICMS, PIS, COFINS, ISS), Imposto de Renda, Contribuição Social Sobre</p><p>o Lucro Líquido etc.</p><p>■ Obrigações financeiras: obrigações com instituições financeiras decor-</p><p>rentes de empréstimos e financiamentos.</p><p>■ Contas a pagar: obrigações de rotina da entidade que não se encaixam</p><p>8</p><p>4</p><p>nos subgrupos anteriores, como aluguel, água, luz, telefone, internet etc.</p><p>■ Outras obrigações: obrigações que não se enquadram nos demais sub-</p><p>grupos, como adiantamento de clientes.</p><p>Lembre-se de que, o nível de detalhamento dos elementos patrimoniais deve ser</p><p>definido conforme a necessidade da empresa. Por exemplo, para melhor eviden-</p><p>ciar as obrigações tributárias, a classificação poderia ser feita da seguinte forma:</p><p>PASSIVO</p><p>PASSIVO CIRCULANTE</p><p>Obrigações fiscais</p><p>Tributos sobre vendas</p><p>ICMS a recolher</p><p>PIS a recolher</p><p>COFINS a recolher</p><p>Tributos sobre o lucro</p><p>Imposto de Renda Pessoa Jurídica a recolher</p><p>Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido a recolher</p><p>Quadro 1 - Classificação de tributos / Fonte: a autora.</p><p>Enquanto, no passivo circulante, são registradas as obrigações exigíveis que vencem</p><p>no curto prazo; no passivo não circulante, são registradas as obrigações exigíveis que</p><p>vencem no longo prazo, ou seja, que vencem após o ciclo operacional da entidade ou</p><p>após 12 meses da data do balanço.Quanto à classificação, o passivo não circulante é</p><p>composto pelos mesmos subgrupos apresentados no passivo circulante, a diferença</p><p>está simplesmente no prazo para pagamento. Por exemplo, se a entidade contratar</p><p>um empréstimo para ser pago em 30 parcelas, o valor das parcelas que vencerão no</p><p>curto prazo serão registradas no passivo circulante, enquanto o valor das parcelas</p><p>UNIASSELVI</p><p>8</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>que vencerão no longo prazo será registrado no passivo não circulante. A divisão do</p><p>passivo em circulante e não circulante facilita a análise do usuário da informação</p><p>contábil. Assim, de forma rápida, ele já identifica quais são as dívidas que vencem no</p><p>curto prazo, para as quais deverá se preparar mais rapidamente para o pagamento,</p><p>e as que vencem no longo prazo, para as quais terá mais tempo para se organizar</p><p>financeiramente.</p><p>Agora que você já conheceu melhor o ativo e o passivo, vamos ao último grupo</p><p>de elementos patrimoniais, o PATRIMÔNIO LÍQUIDO. Sobre o patrimônio líquido,</p><p>Fragalli e Silva descrevem:</p><p>“ Existem teorias contábeis que enxergam o patrimônio líquido como</p><p>uma obrigação não exigível. Já outras teorias dizem que ele represen-</p><p>ta uma sobra — em situação positiva. Ambas estão corretas: é uma</p><p>obrigação, porque, quando o sócio investe na empresa, esta assume</p><p>um compromisso para com o sócio, e, também, é uma sobra, pois re-</p><p>presenta a situação líquida da empresa, ou seja, se utilizar todo o ativo</p><p>— bens e direitos — para cobrir o passivo — obrigações exigíveis — e,</p><p>ainda sobrarem recursos, estes serão dos sócios.” - FRAGALLI; SILVA,</p><p>2021, p. 117</p><p>Para entender o patrimônio líquido como uma obrigação da empresa com os sócios,</p><p>é preciso lembrar de uma premissa básica da Contabilidade: o princípio da entidade.</p><p>Segundo ele, o patrimônio de cada entidade contábil deve ser controlado/contabiliza-</p><p>do separadamente. Por exemplo, o patrimônio da empresa (pessoa jurídica) não pode</p><p>ser confundido ou misturado com o patrimônio de seus sócios/acionistas (pessoa</p><p>física). Assim, quando o sócio (pessoa física) investe na empresa (pessoa jurídica),</p><p>essa passa a ter uma obrigação com o sócio.</p><p>Já para reconhecer o patrimônio líquido como uma sombra ou, em termos con-</p><p>tábeis, como a situação líquida da entidade, basta lembrar da seguinte equação:</p><p>Patrimônio líquido = Ativo – Passivo</p><p>Afinal, o patrimônio líquido corresponde à diferença entre o ativo e o passivo. Para</p><p>lhe ajudar a compreender, imaginemos o patrimônio de uma pessoa — você pode</p><p>fazer uma analogia com seu próprio patrimônio —, lembrando-se de que uma pes-</p><p>8</p><p>6</p><p>soa física também é considerada uma entidade contábil. No caso das pessoas físicas,</p><p>não existe a figura do sócio, então como podemos identificar o valor do patrimônio</p><p>líquido? Suponha que uma pessoa possua os seguintes elementos patrimoniais:</p><p>ELEMENTO PATRIMONIAL VALOR</p><p>Dinheiro e conta corrente R$ 8.000,00</p><p>Roupas R$ 2.500,00</p><p>Produtos de beleza R$ 800,00</p><p>Calçados R$ 1.300,00</p><p>Eletrodomésticos R$ 18.000,00</p><p>Móveis R$ 23.000,00</p><p>Veículo R$ 30.000,00</p><p>Imóvel R$ 250.000,00</p><p>Cartão de crédito a pagar R$ 2.000,00</p><p>Plano de saúde a pagar R$ 500,00</p><p>Energia elétrica a pagar R$ 300,00</p><p>Telefone e internet a pagar R$ 200,00</p><p>Financiamento a pagar R$ 75.000,00</p><p>Tabela 1 - Elementos patrimoniais / Fonte: a autora.</p><p>Para encontrar o valor do patrimônio líquido, basta identificar os ativos e os</p><p>passivos para, então, aplicar a equação:</p><p>UNIASSELVI</p><p>8</p><p>7</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>ELEMENTO</p><p>PATRIMONIAL</p><p>VALOR CLASSIFICAÇÃO</p><p>Dinheiro e conta</p><p>corrente</p><p>R$ 8.000,00 Ativo</p><p>TOTAL DO ATIVO:</p><p>R$333.600,00</p><p>Roupas R$ 2.500,00 Ativo</p><p>Produtos de</p><p>beleza</p><p>R$ 800,00 Ativo</p><p>Calçados R$ 1.300,00 Ativo</p><p>Eletrodomésticos R$ 18.000,00 Ativo</p><p>Móveis R$ 23.000,00 Ativo</p><p>Veículo R$ 30.000,00 Ativo</p><p>Imóvel R$ 250.000,00 Ativo</p><p>Cartão de crédito</p><p>a pagar</p><p>R$ 3.000,00 Passivo</p><p>TOTAL DO</p><p>PASSIVO:</p><p>R$129.800,00</p><p>Plano de saúde a</p><p>pagar</p><p>R$1.200,00 Passivo</p><p>Energia elétrica a</p><p>pagar</p><p>R$ 400,00 Passivo</p><p>Telefone e</p><p>internet a pagar</p><p>R$ 200,00 Passivo</p><p>Financiamento a</p><p>pagar</p><p>R$ 125.000,00 Passivo</p><p>Tabela 2 - Elementos patrimoniais classificados / Fonte: a autora.</p><p>8</p><p>8</p><p>Assim, temos:</p><p>Patrimônio líquido = Ativo - Passivo</p><p>Patrimônio líquido = R$ 333.600,00 - R$ 129.800,00</p><p>Patrimônio líquido = R$ 203.800,00</p><p>Esse exemplo deixa claro o papel do patrimônio líquido como uma sobra, pois, se</p><p>a pessoa utilizar todos os seus bens para pagar todas as suas dívidas, ainda assim</p><p>sobraria para ela o valor de R $203.800,00.</p><p>Partindo, agora, para uma visão mais técnica, de acordo com a NBC TG Es-</p><p>trutura Conceitual (CFC, 2019, [s.p.]), a definição de patrimônio líquido é:</p><p>Participação residual nos ativos da entidade após a dedução de todos os</p><p>seus passivos.</p><p>Curso de Contabilidade para Não Contadores</p><p>Editora: Atlas</p><p>Autor: Sérgio de Iudícibus e José Carlos Marion</p><p>Sinopse: Esse é o primeiro livro voltado especificamente</p><p>para disciplinas de Contabilidade dos cursos de Graduação</p><p>que não visam formar contadores, mas, sim, profissionais</p><p>que sejam usuários da Contabilidade. Sua linguagem evita</p><p>termos excessivamente técnicos, simplifica conceitos con-</p><p>siderados complexos e desmistifica algumas ideias tidas</p><p>como inacessíveis ao não contador.</p><p>INDICAÇÃO DE LIVRO</p><p>Acredito que, com o exemplo apresentado anteriormente, você não terá di-</p><p>ficuldades para compreender esse conceito, não é mesmo? A participação</p><p>residual significa, justamente, a sobra dos ativos após deduzir todos os passi-</p><p>vos. Só esclarecendo: o termo “participação residual” é mais adequado do que</p><p>o termo “sobras”, pois nem sempre o patrimônio líquido é positivo. Quando</p><p>falamos em sobras, imaginamos valores positivos, ou seja, utilizamos os ativos</p><p>para pagar os passivos e, ainda, sobram recursos. Entretanto, nem sempre é</p><p>assim. Quando o passivo é maior que o ativo, o patrimônio líquido fica com</p><p>valor negativo, afinal significa que, ainda que se utilize todos os bens e direitos</p><p>para pagar todas as obrigações, ainda não será suficiente.</p><p>UNIASSELVI</p><p>8</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>Nesse caso, a participação residual traz justamente a ideia de responsabi-</p><p>lidade dos sócios sobre as dívidas da entidade. Vale lembrar que essa respon-</p><p>sabilidade depende de como a empresa foi constituída. Por exemplo, existem</p><p>categorias em que, se a empresa vier a falir, o sócio não precisa utilizar recur-</p><p>sos próprios (enquanto pessoa física) para pagar dívidas da empresa; já em</p><p>outras categorias, os bens dos sócios podem ser bloqueados até que se efetuem</p><p>os pagamentos de obrigações em nome da empresa. Em conformidade com</p><p>a classificação proposta pela Lei nº 6.404/76 (com redação modificada pela</p><p>Lei nº 11.941/09), Gelbcke et al. (2021, p. 379) apresentam a seguinte divisão</p><p>do patrimônio líquido:</p><p>■ Capital Social: representa valores recebidos dos sócios e também</p><p>aqueles gerados pela empresa que foram formalmente (juridicamen-</p><p>te) incorporados ao Capital (lucros a que os sócios renunciaram e</p><p>incorporaram como capital);</p><p>■ Reservas de Capital: representam valores recebidos que não transi-</p><p>taram e não transitaram pelo resultado como receitas, pois derivam</p><p>de transações de capital com os sócios;</p><p>■ Ajustes de Avaliação Patrimonial: representam as contrapartidas</p><p>de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo</p><p>e do passivo, em decorrência de sua avaliação a valor justo, enquanto</p><p>não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime</p><p>de competência; algumas poderão não transitar pelo resultado, sendo</p><p>transferidas diretamente para lucros ou prejuízos acumulados.</p><p>■ Reservas de Lucros: representam lucros obtidos e reconhecidos pela</p><p>empresa, retidos com finalidade específica;</p><p>■ Ações em Tesouraria: representam as ações da companhia que são</p><p>adquiridas pela própria sociedade (podem ser quotas, no caso das</p><p>sociedades limitadas);</p><p>■ Prejuízos Acumulados: representam resultados negativos gerados</p><p>pela empresa à espera de absorção futura; no caso de sociedades que</p><p>não por ações, podem ser Lucros ou Prejuízos Acumulados, pois pode</p><p>também abranger lucros à espera de destinação futura.</p><p>9</p><p>1</p><p>Até aqui, aprofundarmo-nos nos três grupos de elementos patrimoniais sepa-</p><p>radamente, mas o balanço patrimonial é justamente a evidenciação conjunta</p><p>de todos os elementos patrimoniais. Assim, para que você possa compreender</p><p>melhor a ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL, o Quadro 5 traz</p><p>como exemplo o balanço da empresa fictícia F&F S.A.:</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA F & F S.A.</p><p>ENCERRADO EM 31/12/20X1</p><p>Em R$</p><p>ATIVO</p><p>ATIVO CIRCULANTE</p><p>Disponível</p><p>Caixa 15.000,00</p><p>Banco A 107.000,00</p><p>Aplicações finan. de liq. imediata 24.000,00</p><p>Créditos</p><p>Duplicatas a receber 62.000,00</p><p>O subgrupo do patrimônio líquido denominado reserva de lucros é utilizado</p><p>por sociedades anônimas conforme determina a Lei nº 11.638/07 (BRASIL,</p><p>2007), a qual altera a Lei nº 6.404/76. Outras formas de sociedade, como as</p><p>Ltdas, registram seus resultados no subgrupo lucros ou prejuízos acumula-</p><p>dos, também no patrimônio líquido.</p><p>APROFUNDANDO</p><p>UNIASSELVI</p><p>9</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA F & F S.A.</p><p>ENCERRADO EM 31/12/20X1</p><p>Impostos a recuperar 32.000,00</p><p>Estoque</p><p>Mercadorias 146.000,00</p><p>Materiais de consumo 19.000,00</p><p>ATIVO NÃO CIRCULANTE</p><p>Realizável a longo prazo</p><p>Duplicatas a receber 26.000,00</p><p>Investimentos</p><p>Investimento na coligada X 45.000,00</p><p>Imobilizado</p><p>Imóveis 310.000,00</p><p>Máquinas e equipamentos 130.000,00</p><p>Veículos 87.000,00</p><p>(-) Depreciação acumulada (50.000,00)</p><p>Intangível</p><p>Marcas e patentes 47.000,00</p><p>9</p><p>1</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA F & F S.A.</p><p>ENCERRADO EM 31/12/20X1</p><p>TOTAL DO ATIVO: 1 000 000,00</p><p>PASSIVO</p><p>PASSIVO CIRCULANTE</p><p>Fornecedores</p><p>Fornecedor Y 73.000,00</p><p>Salários e encargos sociais</p><p>Salários a pagar 33.000,00</p><p>Férias a pagar 11.000,00</p><p>Obrigações fiscais</p><p>Impostos a recolher 62.000,00</p><p>Obrigações financeiras</p><p>Empréstimos e financiamentos 80.000,00</p><p>PASSIVO NÃO CIRCULANTE</p><p>Obrigações financeiras</p><p>UNIASSELVI</p><p>9</p><p>3</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA F & F S.A.</p><p>ENCERRADO EM 31/12/20X1</p><p>Empréstimos e financiamentos 111.000,00</p><p>PATRIMÔNIO LÍQUIDO</p><p>Capital Social</p><p>Capital social</p><p>Capital subscrito 430.000,00</p><p>Capital a integralizar (50.000,00)</p><p>Reserva de lucros</p><p>Reserva de lucros para expansão 250.000,00</p><p>TOTAL DO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1 000 000,00</p><p>Quadro 2 - Balanço patrimonial da F & F S.A. / Fonte: a autora</p><p>Agora que você já está um pouco mais familiarizado(a) com a linguagem con-</p><p>tábil, que tal ler o balanço patrimonial da empresa Estilo? Busque identificar</p><p>informações como:</p><p>Com o que estudamos neste tema de aprendizagem é possível obter uma</p><p>série de informações sobre a empresa fictícia F & F S.A. por meio do balanço</p><p>patrimonial apresentado no Quadro 2.</p><p>Então, que tal analisarmos juntos? Recursos de mídia disponíveis no</p><p>conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>9</p><p>4</p><p>■ Entre os bens e direitos que a empresa possui, quais são de curto prazo e</p><p>quais são de longo prazo?</p><p>■ Entre os recursos aplicados no ativo, a maioria é de curto prazo — o que</p><p>é mais comum em empresas comerciais — ou é de longo prazo — o que</p><p>é mais comum em empresas industriais?</p><p>■ Entre as obrigações exigíveis, qual montante vence no curto prazo, exi-</p><p>gindo da empresa um bom controle financeiro para conseguir pagá-las,</p><p>tendo em vista que vencerão dentro de um ano?</p><p>■ Considerando o passivo e o patrimônio líquido, as fontes de recursos</p><p>da empresa, a empresa Estilo utiliza mais capital próprio ou capital de</p><p>terceiros?</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA ESTILO LTDA.</p><p>ENCERRADO EM 31/12/20X1</p><p>ATIVO Em R$</p><p>ATIVO CIRCULANTE</p><p>Disponível</p><p>Caixa 15.000,00</p><p>Banco A 203.000,00</p><p>Créditos</p><p>Duplicatas a receber 62.000,00</p><p>Estoque</p><p>Mercadorias 388.000,00</p><p>Materiais de consumo 8.000,00</p><p>UNIASSELVI</p><p>9</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA ESTILO LTDA.</p><p>ENCERRADO EM 31/12/20X1</p><p>ATIVO NÃO CIRCULANTE</p><p>Imobilizado</p><p>Máquinas e equipamentos 15.000,00</p><p>Móveis e utensílios 205.000,00</p><p>(-) Depreciação acumulada (20.000,00)</p><p>Intangível</p><p>Ponto comercial 75.000,00</p><p>TOTAL DO ATIVO 951 000,00</p><p>Quadro 3 - Balanço patrimonial da empresa Estilo / Fonte: a autora.</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA ESTILO LTDA.</p><p>ENCERRADO EM 31/12/20X1</p><p>PASSIVO Em R$</p><p>PASSIVO CIRCULANTE</p><p>Fornecedores</p><p>Fornecedor X 75.000,00</p><p>Salários e encargos sociais</p><p>9</p><p>6</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA ESTILO LTDA.</p><p>ENCERRADO EM 31/12/20X1</p><p>Salários a pagar 15.000,00</p><p>Férias a pagar 3.000,00</p><p>Obrigações fiscais</p><p>Impostos a recolher 16.000,00</p><p>Obrigações financeiras</p><p>Empréstimos e finanças. 35.000,00</p><p>PASSIVO NÃO CIRCULANTE</p><p>Obrigações financeiras</p><p>Empréstimos e finanças. 17.000,00</p><p>PATRIMÔNIO LÍQUIDO</p><p>Capital Social</p><p>Capital subscrito 600.000,00</p><p>Lucros ou prejuízos acumulados</p><p>Lucro do exercício 190.000,00</p><p>TOTAL DO PASSIVO + PL 951 000,00</p><p>Quadro 4 - Balanço patrimonial da empresa Estilo / Fonte: a autora.</p><p>UNIASSELVI</p><p>9</p><p>7</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Neste tema, você aprendeu sobre ativos e passivos, estrutura do balanço</p><p>patrimonial. Aproveite que você treinou com a empresa Estilo e realize</p><p>a leitura de outros balanços. Na internet, você encontra facilmente as</p><p>demonstrações de empresas de capital aberto. Essa competência será</p><p>um grande diferencial na sua carreira.</p><p>9</p><p>8</p><p>VAMOS PRATICAR</p><p>1. O balanço patrimonial evidencia os bens, os direitos e as obrigações da entidade em deter-</p><p>minado momento de forma ordenada, possibilitando reconhecer a sua situação financeira,</p><p>econômica e patrimonial. Assim, considere que, ao final de um exercício, a empresa X</p><p>tenha apresentado os seguintes elementos patrimoniais.</p><p>Utilize esses dados para elaborar o balanço patrimonial da empresa X. Para isso, utilize</p><p>a coluna da direita para classificar as contas em: ativo circulante, ativo não cir culante,</p><p>passivo circulante, passivo não circulante e patrimônio líquido. Em seguida, apresente o</p><p>balanço estruturado.</p><p>9</p><p>9</p><p>MINHAS METAS</p><p>DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO I</p><p>ME. ADRIANA CASAVECHIA FRAGALLI</p><p>A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará neste tema de</p><p>aprendizagem:</p><p>Demonstração de Resultado</p><p>Regime de Caixa</p><p>Regime de Competência</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 6</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Olá, prezado(a) estudante! Seja bem-vindo(a) a mais um tema de aprendizagem.</p><p>Agora, você terá a oportunidade de conhecer mais uma demonstração contábil,</p><p>a Demonstração de Resultado, que, junto com o balanço patrimonial, forma os</p><p>relatórios mais significativos do mundo dos negócios. Não que as demais de-</p><p>monstrações contábeis não sejam importantes, mas elas abordam dados mais</p><p>específicos. Assim, o balanço patrimonial e a Demonstração do Resultado con-</p><p>seguem evidenciar, de forma geral, a situação patrimonial, econômica e finan-</p><p>ceira da entidade. Então, não perca tempo, descubramos juntos as informações</p><p>apresentadas por esse demonstrativo tão relevante.</p><p>Para abrir a empresa, João e seus colegas procuraram um escritório de Con-</p><p>tabilidade que foi muito bem recomendado. O contador explicou sobre os di-</p><p>ferentes tipos de regime tributário e orientou a adoção do mais adequado para</p><p>a loja de João. Esclareceu, também, sobre a necessidade de documentação fiscal</p><p>de todos os fatos que ocorrerem na empresa. Após a abertura da empresa, que</p><p>recebeu o nome de Estilo, o contador acompanhou de perto as transações da</p><p>empresa, sempre orientando João no que ele precisava.</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>Assim como, inicialmente, o sr. João não entendeu o balanço patrimonial, ele</p><p>também ficou perdido ao tentar interpretar os dados da DRE. Quando viu o</p><p>termo “resultado”, ele logo imaginou:”Deve ser o resultado que obtive com as</p><p>vendas de roupas!”, o que está correto. O que ele não consegue compreender é:</p><p>por que, na DRE, aparece um resultado de R$190.000,00, sendo que, ao somar</p><p>o saldo de caixa e banco — apresentados no balanço patrimonial —, o total é de</p><p>R$218.000,00? Será que o contador calculou direito? E o que significa essa es-</p><p>trutura com vários sinais de igual, mais e menos? Para calcular o resultado, não</p><p>bastava somar o quanto se ganhou e diminuir tudo o que se gastou? Pois é, a DRE</p><p>trouxe muitas dúvidas para o Sr. João. Por isso, convido-lhe para aprendermos</p><p>sobre esse relatório e, assim, sanar todas as dúvidas. Vamos lá!!!</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DA EMPRESA ESTILO LTDA.</p><p>PERÍODO DE 01/01/20X1 A 31/12/20X1</p><p>Em R$</p><p>RECEITA OPERACIONAL BRUTA</p><p>Venda de mercadorias 980.000,00</p><p>(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA</p><p>Devolução de vendas (10.000,00)</p><p>Abatimentos sobre vendas (30.000,00)</p><p>Tributos sobre vendas (125.000,00)</p><p>(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 815.000,00</p><p>(-) CUSTO DAS VENDAS</p><p>Custos das mercadorias vendidas (486.000,00)</p><p>(=) LUCRO BRUTO 329.000,00</p><p>(-) DESPESAS OPERACIONAIS</p><p>Despesas com vendas (50.000,00)</p><p>Despesas gerais e administrativas (70.000,00)</p><p>(=) LUCRO ANTES DO RESULTADO FINANCEIRO 209.000,00</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DA EMPRESA ESTILO LTDA.</p><p>PERÍODO DE 01/01/20X1 A 31/12/20X1</p><p>(-) DESPESAS FINANCEIRAS</p><p>Juros sobre empréstimos bancários (1.000,00)</p><p>(+) RECEITAS FINANCEIRAS</p><p>Descontos financeiros obtidos 2.000,00</p><p>(=) RESULTADO ANTES DOS TRIBUTOS SOBRE O LUCRO 210.000,00</p><p>(-) TRIBUTOS SOBRE O LUCRO</p><p>Imposto de renda (IR) (10.000,00)</p><p>Contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) (8.000,00)</p><p>(=) RESULTADO DAS OPERAÇÕES CONTINUADAS 192.000,00</p><p>(-) DESPESAS NÃO OPERACIONAIS</p><p>Perda na venda de imobilizado (3.000,00)</p><p>(+) RECEITAS NÃO OPERACIONAIS</p><p>Ganho na venda de imobilizado 1.000,00</p><p>(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 190.000,00</p><p>Quadro 1 - Demonstração do Resultado do Exercício da empresa Estilo Ltda. / Fonte: a autora.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>3</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>Quando se fala em resultado, pelo menos no que diz respeito às questões financeiras,</p><p>é muito comum pensarmos no dinheiro. Por exemplo, nas nossas finanças pessoais,</p><p>normalmente, analisamos o quanto sobrou — se sobrou, rs — do nosso salário no</p><p>final do mês, nós temos esse valor como resultado. Essa ideia de resultado baseado no</p><p>dinheiro é mais natural, até porque é mais fácil de compreender, afinal o dinheiro, seja</p><p>em papel moeda ou aquele que está depositado no banco, é um valor real, no sentido</p><p>de que conseguimos enxergar esse valor. Já o resultado contábil podemos dizer que</p><p>é abstrato, ou seja, ele é encontrado por meio de cálculos, e não conseguimos vê-lo</p><p>de forma concreta.</p><p>Contudo, para a Contabilidade, o resultado apresentado na DRE não correspon-</p><p>de ao dinheiro que a entidade possui. Para a Contabilidade, o resultado representa o</p><p>“desempenho” da entidade no que se refere ao alcance dos seus objetivos. É claro que</p><p>uma empresa com finalidade lucrativa tem como objetivo ganhar dinheiro, mas ela</p><p>pode, por exemplo, vender mercadorias — que seria sua forma de ganhar dinheiro</p><p>—, mas não receber à vista. O que isso significa? Que ela teve um bom desempenho,</p><p>pois realizou vendas, mas esse bom desempenho ainda não refletiu no caixa, porque</p><p>a empresa ainda não recebeu. Imagine que, por causa de dificuldades financeiras, a</p><p>empresa em que você trabalhava reduziu o número de funcionários e, por isso, você</p><p>perdeu o emprego. No entanto, foi uma oportunidade de se arriscar no mundo do</p><p>Empreendedorismo ao fazer uma atividade que você adora: bonecos de argila per-</p><p>sonalizados. Você divulgou seu trabalho nas redes sociais e tem recebido diversas</p><p>encomendas. Após três meses de trabalho, você resolveu apurar o resultado do seu</p><p>negócio. Em suas anotações, você apurou os seguintes dados:</p><p>■ Venda de 50 bonecos por R$30,00, cada. Desses 50, 30 foram a prazo, ou seja,</p><p>até o momento, você recebeu o valor de R$600,00.</p><p>■ Para fazer os bonecos, você comprou, à vista, materiais no valor de R$800,00,</p><p>mas ainda há, em estoque, materiais suficientes para fazer mais cinco bonecos.</p><p>Compreendemos, agora, que a DRE não é uma simples apresentação de um resultado</p><p>decorrente da comparação de ganhos e gastos. Na verdade, é uma demonstração que</p><p>conta toda uma história de como a entidade alcançou lucro ou prejuízo ao longo de</p><p>um período, sendo eles decorrentes de seu desempenho.</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>Você se lembra da estrutura do balanço patrimonial? Caso não se lembre, dê uma</p><p>olhada novamente. Pois bem, lá no grupo do patrimônio líquido, no subgrupo</p><p>lucros/prejuízos acumulados, já é evidenciado o resultado da entidade. No entan-</p><p>to, o resultado, enquanto medida de desempenho, é um dado tão importante que</p><p>merece um relatório exclusivo para a sua apresentação, no caso, a Demonstração</p><p>do Resultado do Exercício (DRE).</p><p>No balanço, apresenta-se apenas o saldo final do resultado de cada exercício</p><p>contábil, que se acumula ao longo do tempo. Já na DRE, são evidenciadas todas</p><p>as receitas e todas as despesas que provocaram o resultado apresentado. Dessa</p><p>forma, o raciocínio da apuração do resultado é simples, basta subtrair o valor das</p><p>despesas do valor das receitas:</p><p>Resultado = Receitas - Despesas</p><p>Assim, se o valor das receitas for maior que o valor das despesas, tem-se um</p><p>lucro. Por outro lado, se o valor das receitas for menor que o valor das despesas,</p><p>tem-se um prejuízo.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>Contudo, muito mais do que apresentar o resultado, a DRE conta toda uma his-</p><p>tória de como a entidade chegou até ele. É por isso que dizemos que a DRE é uma</p><p>demonstração dinâmica.</p><p>O resultado apresentado na DRE pode receber nomenclaturas diferentes</p><p>dependendo do tipo de empresa:</p><p>• Entidades com finalidade lucrativa: lucro ou prejuízo.</p><p>• Entidade sem finalidade lucrativa: sobras ou perdas.</p><p>• Entidades públicas: superávit ou déficit.</p><p>APROFUNDANDO</p><p>O balanço patrimonial é um exemplo de demonstração estática: ele funciona</p><p>como se fosse uma foto da empresa. Nessa foto, apresenta-se o conjunto de ele-</p><p>mentos patrimoniais — bens, direitos e obrigações — em seu aspecto qualitativo</p><p>— conta contábil — e quantitativo — valor — em um determinado momento,</p><p>sendo este, normalmente, o último dia do ano (31 de dezembro). Por outro lado,</p><p>a DRE, enquanto relatório dinâmico, funciona como se fosse um filme que conta</p><p>como a empresa alcançou determinado resultado.</p><p>Figura 1 - Demonstração do Resultado do Exercício: Cia. Sucesso X Cia. / Fonte: Marion (2018, p. 72).</p><p>Descrição da Imagem: a figura apresenta um sinal de adição (+), e, ao lado dele, há uma tabela representando</p><p>uma DRE da Cia. Sucesso. Os dados da Cia. Sucesso são: receita de $ 90 milhões, despesa de $48 milhões, e</p><p>lucro de $42 milhões. Ao lado da DRE, tem-se a imagem de um empresário de terno apontando um símbolo de</p><p>exclamação; abaixo dele, há um gráfico que apresenta crescimento. A figura, também, apresenta um sinal negativo</p><p>(-), e, ao lado dele, há uma tabela representando uma DRE da Cia. Fracasso. Os dados da Cia. Fracasso são: receita</p><p>de $60 milhões, despesa de $72 milhões, e prejuízo de $12 milhões. Ao lado dessa DRE, tem-se a imagem de</p><p>um empresário de terno com três sinais de interrogação; abaixo dele, há um gráfico que apresenta diminuição.</p><p>1</p><p>1</p><p>6</p><p>Figura 2 - Relatório estático e dinâmico / Fonte: a autora.</p><p>Descrição da Imagem: a imagem ilustra dois quadros, o primeiro, localizado acima, apresenta um exemplo de um</p><p>balanço patrimonial. Abaixo do relatório, há a figura de uma câmera fotográfica e a descrição: balanço patrimonial</p><p>— relatório estático (foto). Na imagem do balanço, existe um contorno na conta contábil lucros acumulados, que</p><p>se encontra no grupo do patrimônio líquido. Desse contorno, sai uma linha, que se divide em duas e se conecta</p><p>ao quadro abaixo. Nesse quadro, encontra-se um exemplo de Demonstração do Resultado do Exercício. Abaixo</p><p>deste relatório, há a figura de uma câmera filmadora com a descrição: DE — relatório dinâmico (vídeo).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>7</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>Essa “história” contada pela DRE é baseada na confrontação de receitas e despesas</p><p>— que correspondem aos elementos de resultado da DRE —, ou seja, ao longo da</p><p>sua estrutura, a DRE apresenta alguns subtotais que são calculados ao se deduzir</p><p>os valores de despesas dos valores de receitas; esses subtotais, por sua vez, permi-</p><p>tem avaliar pontos importantes do desempenho da entidade. Dessa forma, para</p><p>que consigamos compreender a DRE, primeiramente, precisamos conhecer o que</p><p>são receitas e o que são despesas. Comecemos, então, pela RECEITA.</p><p>É comum associarmos a receita às entradas de dinheiro, no entanto, nem</p><p>toda receita provoca aumento no saldo de caixa. A NBC TG Estrutura Concei-</p><p>tual apresenta a seguinte definição para receita:</p><p>Aumentos nos ativos, ou reduções nos passivos, que resultam em aumento</p><p>no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a contribuições de deten-</p><p>tores de direitos sobre o patrimônio (CFC, 2019, [s.p.]).</p><p>Achou complicado? Vamos aos exemplos para facilitar. De forma geral, a</p><p>receita provoca aumento no patrimônio da entidade. O melhor exemplo de</p><p>receita é a venda: quando a empresa vende uma mercadoria, um produto ou</p><p>presta um serviço, o seu patrimônio aumenta. Imagine a loja do sr. João: ele</p><p>compra uma calça por R$ 50,00 do fornecedor e a revende por R$ 80,00, ou seja,</p><p>ele pega um bem que estava registrado no estoque — no balanço patrimonial</p><p>— entrega para o cliente e recebe R$ 80,00, assim o seu patrimônio aumenta em</p><p>R$ 30,00. Contudo, é muito importante que você compreenda que os R$30,00</p><p>que sobraram são o resultado; a receita, nesse caso, é de R$80,00.</p><p>Isso ficará mais claro quando</p><p>cuida do patrimônio das entidades, assim, quando o homem passou a possuir</p><p>bens, como instrumentos de caça e de pesca, animais, ânforas de bebidas, entre</p><p>outros, ele precisou buscar mecanismos para controlar esses bens.</p><p>Para controlar os animais, por exemplo, o dono do rebanho separava uma pe-</p><p>dra para cada animal, ou fazia riscos em um pedaço de madeira ou osso, assim</p><p>ele acompanhava se havia a mesma quantidade de pedras, ou de riscos, em</p><p>comparação aos animais. É claro que esta era uma forma muito rudimentar de</p><p>contabilidade, mas já representava um acompanhamento do patrimônio</p><p>(FRAGALLI; SILVA, 2021, p. 14–15).</p><p>Até o surgimento da moeda, a Contabilidade</p><p>teve uma evolução relativamente lenta, isso</p><p>porque, na época do escambo, os negocian-</p><p>tes anotavam suas obrigações, direitos e bens</p><p>perante terceiros sem avaliação monetária, ou</p><p>seja, tratava-se de um inventário físico (IUDÍ-</p><p>CIBUS, 2015). Contudo, a preocupação do ho-</p><p>mem com o seu patrimônio e a sua riqueza fez</p><p>com que a Contabilidade aperfeiçoasse a sua</p><p>forma de avaliação da situação patrimonial à</p><p>UNIASSELVI</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>medida em que as atividades foram se desenvolvendo em dimensão e complexidade</p><p>(IUDÍCIBUS, 2015).Não é à toa que a Contabilidade enquanto disciplina adulta e</p><p>completa a Contabilidade enquanto ciência — surgiu a partir do século XIII nas</p><p>cidades italianas de Veneza, Gênova, Florença, Pisa e outras, afinal essas cidades re-</p><p>presentavam o que havia de mais avançado na época em termos de empreendimentos</p><p>comerciais e industriais incipientes (IUDÍCIBUS, 2015).</p><p>Entre os progressos tecnológicos e as mudanças socioeconômicas que im-</p><p>pulsionaram o desenvolvimento da Contabilidade, Hendriksen e Breda (2012)</p><p>destacam a invenção da vela triangular utilizada nas embarcações — Figura 1.</p><p>Antes de sua invenção, o comércio se limitava à navegação em uma direção em</p><p>uma época do ano e na direção oposta em outra época. A vela triangular, conhe-</p><p>cida como vela latina, permite viajar em qualquer época do ano. Contudo, a ne-</p><p>cessidade desse meio de transporte provocou uma guerra que conhecemos como</p><p>Primeira Cruzada. Entre o final do século XI e o final do século XIII, cruzadas</p><p>sucessivas impulsionaram o desenvolvimento do comércio, principalmente, entre</p><p>as cidades italianas e o Oriente.</p><p>Figura 1 - Caravela Vera Cruz / Fonte: Caravelas ([2022], on-line).</p><p>Descrição da Imagem: a figura apresenta a imagem de uma caravela navegando no mar. A estrutura é de ma-</p><p>deira e tem alguns tripulantes. Há dois mastros com velas triangulares, cada uma com o desenho de uma cruz.</p><p>1</p><p>1</p><p>De acordo com Hendriksen e Breda (2012), à medida que o comércio se expandia</p><p>e a riqueza era acumulada, os negócios deixaram de ser realizados individualmente</p><p>e foram substituídos por sociedades. O uso de sociedades permitia que os riscos da</p><p>navegação marítima fossem compartilhados. Assim, o conceito de sociedade foi im-</p><p>portante para o desenvolvimento da Contabilidade, pois levou ao reconhecimento</p><p>da empresa como entidade separada e distinta dos seus proprietários. Todos esses</p><p>fatos deixam claro porque o Método das Partidas Dobradas e, consequentemente, a</p><p>Ciência Contábil surgiram justamente na Itália: o alto nível de atividade comercial</p><p>e industrial e o surgimento das sociedades criaram a necessidade de mecanismos</p><p>capazes de organizar economicamente as riquezas geradas. Nessa evolução, deu-se o</p><p>desenvolvimento do Método das Partidas Dobradas, utilizado até hoje. Segundo Hen-</p><p>driksen e Breda (2012), sistemas de escrituração por partidas dobradas começaram a</p><p>surgir, gradativamente, entre os séculos XIII e XIV, mas foi apenas no século XV que</p><p>o método foi publicado pela primeira vez. O frei franciscano Luca Pacioli, que, por</p><p>sinal, era professor de Matemática, escreveu um livro denominado Summa de Arith-</p><p>metica, Geometrica, Proportioni et Proportionalitá. Nesse livro, Pacioli escreveu um</p><p>capítulo que, segundo Hendriksen e Breda (2012, p. 39), “descreve o sistema de partidas</p><p>dobradas e apresentava o raciocínio em que se baseiam os lançamentos contábeis”.</p><p>O conceito do Método das Partidas Dobradas é que: I - para cada causa, existe</p><p>um efeito; II - para cada origem, existe uma aplicação; III - para cada crédito, existe</p><p>um débito. Assim, o registro contábil sempre envolverá, no mínimo, duas contas —</p><p>uma de débito e outra de crédito. Contudo, fique tranquilo(a)! O Mecanismo das</p><p>Partidas Dobradas será estudado adiante em nosso material. E por que será que esse</p><p>mecanismo é utilizado sempre com uma conta de débito e uma conta de crédito?</p><p>Por que não uma conta positiva e outra conta negativa? Se quiser compreender esses</p><p>conceitos, leia o texto a seguir do “Explorando Ideias”.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>Após o surgimento do Método das Partidas Dobradas, a escola italiana de Con-</p><p>tabilidade ganhou grande impulso e se espalhou por toda a Europa (FAVERO et</p><p>al., 2011). Assim, entre o século XIII e o início do século XX, a Europa se destacou</p><p>no desenvolvimento das teorias contábeis. Apesar das importantes contribuições</p><p>da escola italiana/europeia de Contabilidade, seus estudos se preocupavam em</p><p>demonstrar a Contabilidade quanto à Ciência, dando pouca atenção à verdadei-</p><p>ra necessidade informacional dos usuários, assim a escola norte-americana de</p><p>Contabilidade passou a se destacar.</p><p>No início do século XX, o surgimento das grandes corporações, em conjunto com</p><p>o desenvolvimento do mercado de capitais e do extraordinário ritmo de desenvol-</p><p>vimento dos Estados Unidos da América (EUA), constituiu um campo fértil para o</p><p>avanço das teorias e práticas contábeis. Além disso, os norte-americanos herdaram</p><p>da Inglaterra uma excelente tradição no campo da Auditoria (IUDÍCIBUS, 2015).</p><p>“ É de nosso conhecimento que a Contabilidade acompanha a evolu-</p><p>ção das sociedades, cidades e nações e, no início deste século, como</p><p>o cenário de maior desenvolvimento industrial e comercial passou</p><p>a ser a América do Norte, mais particularmente os Estados Unidos,</p><p>o eixo de evolução da Contabilidade deslocou-se em função desse</p><p>cenário (FAVERO et al., 2011, p. 21).</p><p>Por que, especificamente, a escrituração por partidas dobradas? O conceito de</p><p>dualidade frequentemente utilizado para justificar as partidas dobradas apenas</p><p>exige que sejam reconhecidos dois lados de cada transação. Isso poderia ser, com</p><p>igual facilidade, feito em uma única coluna, usando sinais positivos e negativos,</p><p>ou em duas colunas com débitos e créditos. Por exemplo, ao se usar caixa para</p><p>adquirir estoque, por que não simplesmente colocar um número positivo na</p><p>coluna de estoque e um número negativo na coluna de caixa em uma planilha?</p><p>Por que falar de debitar uma conta e creditar outra? Por que toda essa maquinaria</p><p>complexa? O fato curioso é que, embora os investidores da Contabilidade dispu-</p><p>sessem de conceitos tais como moeda, capital próprio e despesa, eles não dis-</p><p>punham de números negativos! Havia a noção de números negativos, mas, ainda</p><p>em 1544, matemáticos como o alemão Michael Stifel os consideravam absurdos e</p><p>fictícios. Na verdade, não foram utilizados em Matemática antes do século XVII.</p><p>Fonte: Hendriksen e Breda (2012, p. 45).</p><p>APROFUNDANDO</p><p>1</p><p>1</p><p>Esses dois eixos de estudos e desenvolvimento de teorias contábeis — es-</p><p>cola italiana/europeia e escola norte-americana — não são opostos, na ver-</p><p>dade, em cada época e atendendo a cada realidade, as teorias se desenvolve-</p><p>ram de forma a atender às novas necessidades dos usuários. No Quadro 1,</p><p>encontram-se alguns pontos relevantes sobre tais escolas de Contabilidade.</p><p>ESCOLA ITALIANA/EUROPEIA DE</p><p>CONTABILIDADE</p><p>ESCOLA NORTE-AMERICANA DE</p><p>CONTABILIDADE</p><p>Desenvolvimento de teorias</p><p>contábeis importantes até hoje,</p><p>como o Patrimonialismo, que</p><p>define o patrimônio como objeto da</p><p>Contabilidade.</p><p>Direciona o estudo da Contabilidade para</p><p>dois focos: informação para usuários</p><p>externos (Contabilidade Financeira)</p><p>e informação para usuários internos</p><p>(Contabilidade Gerencial).</p><p>Preocupação demasiada em</p><p>demonstrar</p><p>começarmos a confrontar receitas e despe-</p><p>sas. De qualquer forma, espero que você tenha compreendido que a receita</p><p>provoca aumento no patrimônio. Além das vendas, os juros sobre aplicação</p><p>financeira e os descontos financeiros obtidos são outros exemplos de receita.</p><p>Agora, compreenderemos esses exemplos segundo o conceito apresentado na</p><p>norma contábil e entenderemos que nem sempre a receita provoca aumento</p><p>no caixa ou no banco.</p><p>■ Aumentos nos ativos: quando a empresa vende mercadorias, essa venda</p><p>provoca aumento no caixa ou no banco, se for uma venda à vista, ou em</p><p>duplicatas a receber, se for uma venda a prazo. Os juros sobre aplicação</p><p>financeira também aumentam o valor do investimento, sendo que esses</p><p>investimentos, o caixa, o banco e as duplicatas a receber são contas do</p><p>grupo do ativo.</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>■ Redução nos passivos: quando a empresa obtém um desconto, isso tam-</p><p>bém resulta em um patrimônio maior. Por exemplo, imagine que a enti-</p><p>dade tenha uma dívida no valor de R$ 500,00 com o fornecedor; ao pagar,</p><p>ele concede um desconto de R$ 50,00; assim, com R$ 450,00, ela paga uma</p><p>dívida de R$ 500,00, ou seja, a diminuição no passivo é maior que a saída</p><p>de dinheiro do caixa.</p><p>■ Resultam em aumento no patrimônio líquido: esses valores positivos das</p><p>vendas, dos juros sobre aplicação ou dos descontos provocam aumento</p><p>no resultado da entidade, esse resultado, por sua vez, é evidenciado no</p><p>patrimônio líquido.</p><p>■ Exceto aqueles referentes à contribuição de detentores de direitos</p><p>sobre o patrimônio: os detentores de direitos sobre o patrimônio são</p><p>os sócios ou acionistas da empresa. Quando eles investem na empre-</p><p>sa, ou seja, quando eles aplicam recursos no negócio, isso também</p><p>provoca aumento no patrimônio líquido, mas esses investimentos</p><p>NÃO são considerados receita.</p><p>Apenas as vendas de mercadorias podem gerar receita? Por exemplo, em</p><p>uma loja de calçados, apenas a venda dos calçados gera receita? Ou será</p><p>que outras vendas, como a venda de imobilizado, também podem gerar</p><p>receita para a empresa?</p><p>PENSANDO JUNTOS</p><p>Espero que tenha ficado claro que a receita é algo positivo para a entidade. Na</p><p>verdade, a obtenção de receita é uma questão de sobrevivência. No entanto, não</p><p>podemos enxergá-la como o recebimento de dinheiro. Mais cedo ou mais tarde,</p><p>as receitas são transformadas em dinheiro: vendas a prazo são recebidas, juros</p><p>sobre aplicação são resgatados etc., mas é importante saber que a Contabilidade</p><p>não registra a receita quando ela é recebida, mas, sim, quando ela é gerada.</p><p>Da mesma forma que descobrimos que a receita não corresponde, necessa-</p><p>riamente, ao recebimento de dinheiro, compreendemos que a DESPESA tam-</p><p>bém não é, necessariamente, saída de dinheiro. A NBC TG Estrutura Conceitual</p><p>apresenta a seguinte definição para despesa:</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>“ Reduções nos ativos, ou aumento nos passivos, que resultam em re-</p><p>duções no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a distribui-</p><p>ções aos detentores de direitos sobre o patrimônio. CFC, 2019, [s.p.]</p><p>Como você pôde perceber, a definição de despesa é, basicamente, o contrário da</p><p>definição de receita. Assim, enquanto a receita aumenta o patrimônio, a despesa</p><p>diminui. De qualquer forma, para lhe ajudar a compreender, vamos aos exemplos:</p><p>salário, aluguel, energia elétrica, internet, comissões, juros sobre empréstimos,</p><p>descontos concedidos e depreciação são algumas das diversas possibilidades de</p><p>despesas. Perceba que, entre os exemplos, não se mencionaram os fornecedores.</p><p>Como você aprendeu, a conta contábil dos fornecedores corresponde à dívida</p><p>da empresa pela compra de mercadorias a prazo. Entretanto, por que ela não</p><p>representa uma despesa? Quando a empresa compra mercadorias, seja à vista ou</p><p>a prazo, ela recebe, em troca, a própria mercadoria, que, no caso, corresponde a</p><p>um bem registrado no ativo. Isso mantém o patrimônio em equilíbrio. Imagine</p><p>que a empresa tenha comprado R$5.000,00 de mercadorias.</p><p>O que isso provocou no patrimônio da entidade? No caso de compra à vista,</p><p>saíram R$5.000,00 do caixa; no caso de compra a prazo, gerou-se uma dívida de</p><p>R$5.000,00. De qualquer forma, em contrapartida, ela recebeu R$5.000,00 em</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>mercadorias. A partir desse exemplo, acredito que fica mais fácil compreender a</p><p>despesa. No caso do salário de uma recepcionista, por exemplo, a empresa paga</p><p>pelos serviços, mas não recebe em troca algo que dê para ser registrado no ativo.</p><p>Por mais que o trabalho de uma recepcionista seja essencial para o andamento</p><p>do negócio, não é possível registrá-lo como elemento patrimonial.</p><p>Assim, o pagamento do salário é algo que provoca a saída de dinheiro do caixa,</p><p>mas não tem um retorno direto — pelo menos, não de outro elemento patrimo-</p><p>nial. No caso dos juros sobre empréstimo, apenas o valor dos juros é considerado</p><p>despesa. Imagine a contratação de um empréstimo no valor de R$10.000,00, mas</p><p>que será pago o montante de R$15.000,00 em função dos juros. Nessa situação,</p><p>a empresa recebe da instituição financeira o valor de R$10.000,00, que, no caso,</p><p>é registrado no ativo. Assim, apenas o valor excedente do que foi recebido deve</p><p>ser considerado como despesa, no caso, os R$5.000,00. Então, eu lhe pergunto:</p><p>as despesas correspondem às saídas de dinheiro que não possuem uma con-</p><p>trapartida direta? Não exatamente! Nem todas as despesas provocam saída de</p><p>dinheiro. A depreciação é um tipo de despesa que não interfere no saldo de caixa.</p><p>Ela corresponde à perda da capacidade dos bens do ativo imobilizado. Conforme</p><p>a entidade utiliza um equipamento, o seu valor de aquisição é apropriado como</p><p>despesa ao longo de sua vida útil, assim, quando chegar ao fim de sua vida útil, o</p><p>valor contábil do bem será zero. O mesmo acontece com a amortização e exaus-</p><p>tão. A apropriação do valor do bem como despesa ao longo da vida útil recebe</p><p>nomes diferentes, conforme descrito a seguir.</p><p>DEPRECIAÇÃO</p><p>Bens tangíveis.</p><p>AMORTIZAÇÃO</p><p>Bens intangíveis.</p><p>EXAUSTÃO</p><p>Recursos naturais.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>Uma outra despesa que não provoca a saída de dinheiro é a correspondente a</p><p>descontos concedidos. Por exemplo, em uma venda de R$600,00, se a entida-</p><p>de conceder um desconto de 10%, ela deixará de receber R$60,00, esse valor,</p><p>então, é computado como despesa.Por fim, um último exemplo de despesa é a</p><p>saída de mercadorias do estoque. Talvez, você esteja se perguntando: como a</p><p>dívida com fornecedores não é despesa, mas as mercadorias são? Para ajudar</p><p>a compreender essa questão, podemos utilizar o conceito de despesa dado por</p><p>Marion (2018, p. 73), que diz que “a despesa é todo sacrifício, todo esforço da</p><p>empresa para obter receita”, ou seja, quando a empresa entrega uma mercado-</p><p>ria para o cliente, ela faz o sacrifício de se desfazer de um bem — e, como tal,</p><p>encontra-se registrado no ativo, no grupo do estoque — para transformá-lo em</p><p>receita. Resumindo: enquanto a mercadoria está no estoque, ela é um bem para</p><p>a entidade; quando ela é vendida, passa a corresponder a um sacrifício para</p><p>gerar receita, então se torna uma despesa, que, no caso, denominamos “custo</p><p>das mercadorias vendidas”. Assim acontece com todos os materiais consumidos</p><p>pela entidade, como os materiais de limpeza e higiene: quando são comprados,</p><p>são registrados no estoque, pois representam bens; quando são consumidos —</p><p>utilizados ou vendidos —, transformam-se em despesa.</p><p>Após analisar alguns exemplos, buscaremos compreender a despesa segun-</p><p>do o conceito apresentado pelas normas contábeis.</p><p>Na nossa empresa modelo, o sr. João pagou R$75.000,00 pelo ponto com-</p><p>ercial em que instalou a loja Estilo. Considere que esse valor corresponde ao</p><p>direito de utilizar o ponto por cinco anos. Assim, a amortização é calculada</p><p>da seguinte forma:</p><p>Amortização anual: R$ 75.000,00 / 5 anos = R$ 15.000,00 Amortização</p><p>mensal: R$ 15.000,00 / 12 meses = R$ 1.250,00</p><p>Isso significa que a empresa deverá apropriar uma amortização no valor de</p><p>R$15.000,00 por ano, ou R$1.250,00 por mês, que, no caso,</p><p>será registrada</p><p>como despesa.</p><p>APROFUNDANDO</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>■ Reduções nos ativos: despesa com pagamento de aluguel provoca saída</p><p>de dinheiro do caixa, que é um ativo; saída de itens do estoque, seja para</p><p>venda ou consumo, provoca diminuição no grupo do estoque, que é do</p><p>ativo; depreciação, amortização e exaustão provocam diminuição no valor</p><p>de bens do ativo imobilizado ou intangível.</p><p>■ Aumentos nos passivos: juros sobre empréstimos a pagar aumentam o</p><p>valor da dívida.</p><p>■ Resultam em reduções no patrimônio líquido: as despesas provocam di-</p><p>minuição no resultado da entidade; esse resultado, por sua vez, é eviden-</p><p>ciado no patrimônio líquido.</p><p>■ Exceto aqueles referentes a distribuições aos detentores de direitos sobre</p><p>o patrimônio: a distribuição de lucros para os sócios ou acionistas, assim</p><p>como o desligamento destes, provoca a diminuição do patrimônio líqui-</p><p>do, mas NÃO são consideradas como despesas.</p><p>É importante ressaltar que, por mais que algumas despesas provoquem a saída</p><p>de dinheiro do caixa, o reconhecimento da despesa não está associado a essa</p><p>saída, mas, sim, com o fato que gera a despesa. Por exemplo, por mais que o sa-</p><p>lário dos funcionários provoque a saída de dinheiro da empresa, a despesa não é</p><p>reconhecida ou, melhor dizendo, não é contabilizada na data de pagamento do</p><p>salário, que, no caso, é até o quinto dia útil de cada mês. Na verdade, a despesa</p><p>com salário é reconhecida no momento em que a empresa calcula a folha de</p><p>pagamento, que, normalmente, é no último dia de cada mês. Parece um simples</p><p>detalhe, afinal, são só alguns dias, mas, para uma empresa, isso faz toda a diferen-</p><p>ça, o reconhecimento de uma despesa em uma data errada interfere diretamente</p><p>na apuração do resultado.</p><p>No início deste tema de aprendizagem, comentamos que é muito comum</p><p>tomarmos como base as entradas e saídas de dinheiro para apuração do resultado,</p><p>mas, como vimos, para a Contabilidade, as receitas e despesas não correspon-</p><p>dem, essencialmente, a esses fluxos. De qualquer forma, o acompanhamento das</p><p>movimentações do caixa também é muito importante. O que precisamos é com-</p><p>preender a diferença entre o resultado apurado pelo regime de caixa e o resultado</p><p>apurado pela Contabilidade por meio do regime de competência.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>3</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>A diferença entre o REGIME DE CAIXA e o REGIME DE COMPETÊN-</p><p>CIA é o momento do reconhecimento das receitas e das despesas. Talvez,</p><p>você esteja se perguntando:“como assim existem momentos diferentes para</p><p>reconhecer receitas e despesas? Nós não acabamos de estudar sobre esses</p><p>elementos? Eles podem ser diferentes do que aprendemos?”.</p><p>O que acabamos de estudar sobre receitas e despesas está correto. Contudo,</p><p>no regime de caixa, esses elementos passam a representar o dinheiro da entida-</p><p>de. Lembra que comentamos que é comum associarmos a ideia de resultado ao</p><p>dinheiro?! Pois então, é justamente esse o raciocínio do regime de caixa.</p><p>No regime de caixa, a receita é contabilizada no momento do seu recebi-</p><p>mento, ou seja, quando entra dinheiro no caixa — ou equivalentes de caixa</p><p>—, assim como a despesa é contabilizada no momento do pagamento, ou seja,</p><p>quando sai dinheiro do caixa — ou equivalentes de caixa (MARION, 2018).</p><p>Assim, o resultado apurado pelo regime de caixa será correspondente ao saldo</p><p>da conta caixa no final do período contábil. Podemos, então, associar o regime</p><p>de caixa a um controle de entradas e saídas do caixa, o que, definitivamente,</p><p>também é muito importante para qualquer entidade contábil, inclusive para</p><p>nós enquanto pessoas físicas.</p><p>A palavra “caixa”, utilizada diversas vezes neste tema de aprendizagem,</p><p>corresponde ao dinheiro à disposição da entidade, assim ela engloba o valor</p><p>que a entidade possui em papel moeda, na conta corrente bancária e em</p><p>aplicações de liquidez imediata.</p><p>APROFUNDANDO</p><p>Por outro lado, o regime de competência, que é utilizado para apurar o resul-</p><p>tado contábil, segue os conceitos de receita e despesa apresentados anterior-</p><p>mente. Nele, as receitas e despesas são fatores independentes das entradas e</p><p>saídas do caixa.</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>No regime de competência, a receita é contabilizada no período em que for</p><p>gerada, independente do seu recebimento, assim como a despesa é contabili-</p><p>zada no período em que for consumida, incorrida ou utilizada, independente</p><p>do pagamento (MARION, 2018).</p><p>Assim, o resultado apurado pelo regime de competência é independente do</p><p>saldo em caixa ao final do período, contudo ele evidencia o desempenho da</p><p>entidade de forma mais justa e coerente. Para compreender melhor a apuração</p><p>do resultado pelos dois regimes, acompanhe o exemplo a seguir.</p><p>No mês de janeiro, quando João iniciou as atividades da loja Estilo, ele fez uma</p><p>compra de mercadorias (peças de roupas) à vista no montante de R$10.000,00.</p><p>Como estratégia inicial para atrair os clientes, essas mercadorias foram vendidas</p><p>a prazo, em duas parcelas, sem juros, com o primeiro pagamento somente para</p><p>o mês de fevereiro. Com isso, ainda no mês de janeiro, João conseguiu vender</p><p>60% do seu estoque pelo valor de R$15.000,00, sendo que R$7.500,00 foram</p><p>recebidos em fevereiro, e os outros R$7.500,00, no mês de março.</p><p>Nessa situação, se utilizarmos o regime de caixa para apurar o resultado</p><p>da empresa Estilo, considerando, exclusivamente, os dados apresentados, te-</p><p>ríamos os seguintes valores nos três primeiros meses de atividade da empresa:</p><p>JANEIRO FEVEREIRO MARÇO</p><p>(+) Receita R$ 0,00 R$ 7.500,00 R$ 7.500,00</p><p>(-) Despesa (R$ 10.000,00) R$ 0,00 R$ 0,00</p><p>(=) Resultado (R$ 10 000,00) R$ 7 500,00 R$ 7 500,00</p><p>Quadro 2 - Resultado pelo regime de caixa / Fonte: a autora.</p><p>Como você pôde observar, pelo regime de caixa, a empresa Estilo apresentou</p><p>um prejuízo no mês de janeiro, mesmo tendo vendido 60% do seu estoque. É</p><p>claro que não consideramos o saldo inicial de caixa, afinal, se João comprou</p><p>mercadorias à vista, havia dinheiro para realizar essa compra. O que espero</p><p>demonstrar com esse exemplo é que, pelo regime de caixa, o resultado é cal-</p><p>culado em função das entradas e saídas de dinheiro.Assim, no mês de janeiro,</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>houve a saída de R$ 10.000,00 em função da compra de mercadorias, e, como</p><p>não houve entrada de dinheiro, a empresa ficou com prejuízo. Já nos meses de</p><p>fevereiro e março, mesmo considerando que não houve a realização de novas</p><p>vendas, como a empresa recebeu as parcelas das vendas de janeiro, houve o</p><p>reconhecimento de R$ 7.500,00 de receita em fevereiro e de R$ 7.500,00 em</p><p>março, e, como nesses meses não houve desembolso, a empresa apurou lucro</p><p>nos dois períodos. Por mais que a movimentação do caixa (dinheiro disponí-</p><p>vel) seja algo extremamente importante para os negócios, ela não evidencia o</p><p>verdadeiro desempenho da entidade. É por isso que o regime de competência é</p><p>tido como mais justo para a apuração do resultado. Para que você compreenda,</p><p>considere os mesmos dados apresentados anteriormente, mas, agora, utilizados</p><p>para apuração do resultado pelo regime de competência:</p><p>JANEIRO FEVEREIRO MARÇO</p><p>(+) Receita R$ 15.000,00 R$ 0,00 R$ 0,00</p><p>(-) Despesa (R$ 6.000,00) R$ 0,00 R$ 0,00</p><p>(=) Resultado R$ 9.000,00 R$ 0,00 R$ 0,00</p><p>Quadro 3 - Resultado pelo regime de competência / Fonte: a autora.</p><p>Como apresentado no Quadro 3, pelo regime de competência, a empresa Estilo ob-</p><p>teve um lucro de R$9.000,00 no mês de janeiro, decorrente do seu bom desempenho</p><p>nas vendas de mercadorias. Como o total de vendas foi de R$ 15.000,00, mesmo que</p><p>tenham sido a prazo, esse foi o valor da receita do período, afinal o fato gerador da</p><p>receita, nesse caso, são as vendas, assim se deve registrá-las no período em que ocor-</p><p>reram, mesmo que não as tenha recebido. Quanto à despesa, o valor de R$6.000,00</p><p>corresponde às mercadorias que saíram do estoque em função das vendas, ou seja,</p><p>60% dos R$10.000,00 de mercadorias adquiridas. Assim, o restante das mercadorias</p><p>— R$4.000,00 — fica registrado no estoque como um bem para a empresa e só será</p><p>registrado como despesa quando</p><p>ocorrerem novas vendas. Perceba que, pelo regime</p><p>de competência, nos meses de fevereiro e março, não foram reconhecidas receitas e</p><p>nem despesas, pois não consideramos a realização de vendas nesses períodos.</p><p>1</p><p>1</p><p>6</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Por mais que o regime de caixa seja mais objetivo, afinal é possível</p><p>observar de forma mais clara a movimentação de dinheiro, ele não</p><p>consegue refletir corretamente o desempenho da entidade, por isso,</p><p>a Contabilidade, em seu papel de gerar informação útil para os usuá-</p><p>rios, utiliza o regime de competência para o reconhecimento de re-</p><p>ceitas e despesas. Então, significa que a Contabilidade NÃO registra</p><p>as entradas e saídas de caixa? É claro que SIM, afinal o caixa é um</p><p>elemento patrimonial, e, como tal, suas movimentações são contabi-</p><p>lizadas. A diferença está no reconhecimento das receitas e despesas</p><p>que são apresentadas na Demonstração do Resultado Exercício.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>7</p><p>1. Os regimes de caixa e de competência adotam momentos distintos para o reconhe-</p><p>cimento das receitas e das despesas, interferindo na apuração do resultado de cada</p><p>período. Nesse sentido, considere que a empresa Rende Mais Ltda. apresentou os se-</p><p>guintes dados para apuração do resultado do mês de setembro.</p><p>A partir desses dados, calcule o resultado da empresa Rende Mais Ltda. pelo regime de</p><p>caixa e pelo regime de competência.</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>uni a</p><p>UNIDADE 3</p><p>MINHAS METAS</p><p>DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO II</p><p>ME. ADRIANA CASAVECHIA FRAGALLI</p><p>A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará neste tema de</p><p>aprendizagem:</p><p>Estrutura da Demonstração</p><p>Resultado do Exercício</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 7</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Para abrir a empresa, João e seus colegas procuraram um escritório de Contabi-</p><p>lidade que foi muito bem recomendado. O contador explicou sobre os diferentes</p><p>tipos de regime tributário e orientou a adoção do mais adequado para a loja de</p><p>João. Esclareceu, também, sobre a necessidade de documentação fiscal de todos</p><p>os fatos que ocorrerem na empresa. Após a abertura da empresa, que recebeu</p><p>o nome de Estilo, o contador acompanhou de perto as transações da empresa,</p><p>sempre orientando João no que ele precisava.</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>É importante que você entenda que o regime de caixa e o regime de competência</p><p>não correspondem a fatos distintos. Por exemplo, já me perguntaram se, quando</p><p>se vende à vista, utiliza-se o regime de caixa e, quando se vende a prazo, utiliza-se</p><p>o regime de competência. Não funciona assim. Você utiliza o regime de caixa e,</p><p>assim, reconhece as receitas e as despesas conforme a entrada e saída de dinheiro,</p><p>OU você utiliza o regime de competência e reconhece as receitas e as despesas no</p><p>período em que foram geradas. Só lembrando que a Contabilidade, como regra</p><p>geral, utiliza o regime de competência para apuração do resultado.</p><p>Imagine que uma empresa tenha realizado algumas transações no mês de</p><p>novembro. Assim, se ela utilizar o regime de caixa, chegará a um valor e, se utilizar</p><p>o regime de competência, chegará a outro, conforme demonstrado no Quadro 1.</p><p>FATOS DO MÊS DE</p><p>NOVEMBRO</p><p>VALOR (R$)</p><p>REGIME DE</p><p>CAIXA (R$)</p><p>REGIME DE</p><p>COMPETÊNCIA (R$)</p><p>Compra de</p><p>mercadorias à vista</p><p>11.000,00 (11.000,00)</p><p>Compra de</p><p>mercadorias a prazo</p><p>30.000,00</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>FATOS DO MÊS DE</p><p>NOVEMBRO</p><p>VALOR (R$)</p><p>REGIME DE</p><p>CAIXA (R$)</p><p>REGIME DE</p><p>COMPETÊNCIA (R$)</p><p>Venda de mercadorias</p><p>à vista</p><p>15.000,00 15.000,00 15.000,00</p><p>Venda de mercadorias</p><p>a prazo</p><p>22.000,00 22.000,00</p><p>Saída de mercadorias</p><p>do estoque em função</p><p>das vendas</p><p>18.000,00 (18.000,00)</p><p>Pagamento de salário</p><p>referente ao mês de</p><p>outubro</p><p>3.500,00 (3.500,00)</p><p>Pagamento de aluguel</p><p>referente ao mês de</p><p>novembro</p><p>2.200,00 (2.200,00) (2.200,00)</p><p>Recebimento de</p><p>mercadorias vendidas</p><p>em outubro</p><p>4.500,00 4.500,00</p><p>Resultado 2.800,00 16.800,00</p><p>Quadro 1- Comparação de regime de caixa e regime de competência / Fonte: a autora.</p><p>O que você deve prestar atenção é que os fatos são os mesmos, é só você imaginar</p><p>a rotina de uma empresa: a diferença está em reconhecer ou não a receita ou a</p><p>despesa no mês de novembro, que é o período observado no quadro.</p><p>Dessa forma, pelo regime de caixa, os fatos que provocaram saída de dinheiro</p><p>no mês de novembro — compra de mercadorias à vista, pagamento de salário e</p><p>pagamento de aluguel — foram reconhecidos como despesa do período, assim</p><p>como os fatos que provocaram entrada de dinheiro no mês de novembro —</p><p>vendas à vista e recebimento de vendas — foram reconhecidos como receita do</p><p>período, gerando um resultado de R$ 2.800,00.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>Por outro lado, pelo regime de competência, os fatos que geraram receita</p><p>no mês de novembro — vendas à vista e vendas a prazo — foram reconhe-</p><p>cidos como receita do período, assim como os fatos que geraram despesa</p><p>no mês de novembro — saída de mercadorias do estoque e aluguel do mês</p><p>de novembro — foram registrados como despesa do período, gerando um</p><p>resultado de R$ 16.800,00.</p><p>E a compra de mercadorias a prazo? Por que não foi registrada em ne-</p><p>nhum regime? Como foi a prazo, não é uma despesa no regime de caixa e,</p><p>como foi uma compra de mercadoria e não a saída (sacrifício), não representa</p><p>uma despesa para o regime de competência.</p><p>Além de apresentar o desempenho da entidade de forma mais coerente, o regime de</p><p>competência também permite maior uniformidade na apura-</p><p>ção do resultado, principalmente, em situações de despesas</p><p>antecipadas. Como exemplo, podemos observar os seguros:</p><p>é comum a empresa pagar pelo seguro antecipadamente e</p><p>usufruir dos seus benefícios em períodos</p><p>futuros. Imagine que uma empresa tenha</p><p>contratado um seguro para o seu prédio</p><p>industrial no mês de janeiro. Para tanto,</p><p>ela pagou, à vista, o valor de R $12.000,00.</p><p>Esse seguro, por sua vez, terá vigência</p><p>de seis meses. Dessa forma, o registro</p><p>da despesa com seguro será efetuado</p><p>da seguinte forma em cada regime:</p><p>Quer compreender melhor o reconhecimento dos fatos pelo regime de caixa e</p><p>pelo regime de competência? Então, acompanhe o podcast que traz maiores</p><p>detalhes sobre o exemplo apresentado no Quadro 1, além de outros exemplos.</p><p>Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de</p><p>aprendizagem</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>3</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>REGIMES JAN. MAR. ABR. MAIO JUN. JUL.</p><p>Caixa 12.000,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00</p><p>Compe-</p><p>tência</p><p>2.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00</p><p>Quadro 2 - Reconhecimento da despesa com seguro pelo regime de caixa e pelo regime de competência</p><p>Fonte: a autora.</p><p>Perceba que, no regime de</p><p>caixa, toda a despesa com</p><p>seguro foi reconhecida no</p><p>mês de janeiro, o que im-</p><p>pacta de forma significativa</p><p>na apuração do resultado</p><p>nesse mês. Por outro lado,</p><p>pelo regime de competên-</p><p>cia, a despesa com seguros</p><p>é apropriada ao longo do</p><p>seu período de vigência,</p><p>uma vez que o fato gerador</p><p>da despesa é a sua utiliza-</p><p>ção.</p><p>Agora que você sabe o que é receita e despesa e compreende a diferença entre</p><p>regime de caixa e regime de competência, conheceremos a ESTRUTURA DA</p><p>DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO. Além de utilizar</p><p>o regime de competência para evidenciar o desempenho da entidade, a DRE se-</p><p>gue toda uma organização que permite ao usuário identificar uma série de in-</p><p>formações sobre como a entidade alcançou determinado resultado no período.</p><p>Da mesma maneira que, no balanço patrimonial, os elementos são agrupados de</p><p>forma específica, na DRE, as receitas e despesas também o são, assim temos uma</p><p>estrutura a ser seguida. De qualquer forma, caso a entidade necessite, o nível de</p><p>detalhamento das contas contábeis pode ser ampliado.A seguir, estão as descrições</p><p>dos principais grupos de receitas e despesas que compõem a estrutura da DRE.</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>Receita operacional bruta: corresponde às receitas geradas pela ativi-</p><p>dade principal da entidade em seu valor bruto. São divididas em: vendas de</p><p>produtos, vendas de mercadorias e prestação de serviços.</p><p>Deduções da receita bruta: corresponde</p><p>às despesas que estão intima-</p><p>mente ligadas às receitas brutas. Dizemos que são despesas que só são geradas</p><p>se houver receita. Existem três tipos de deduções:</p><p>■ Devoluções de vendas: são mercadorias ou produtos devolvidos pe-</p><p>los clientes.</p><p>■ Abatimentos: são descontos concedidos no ato da venda, como o</p><p>desconto por pagamento à vista.</p><p>■ Impostos sobre vendas: são os impostos gerados no momento da</p><p>venda ou prestação de serviços; variam, proporcionalmente, à venda.</p><p>Exemplos: Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto</p><p>sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto sobre</p><p>Serviços (ISS), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição</p><p>para Financiamento da Seguridade Social (COFINS).</p><p>Custo das vendas: corresponde ao custo necessário para vender o produto,</p><p>a mercadoria ou para realizar o serviço. Dependendo do ramo de atividade,</p><p>existe a nomenclatura específica:</p><p>■ Custo dos produtos vendidos (CPV): utilizado por empresas indus-</p><p>triais, compõe todos os gastos da fabricação (produção) do produto,</p><p>como matéria-prima, mão de obra, energia elétrica, manutenção, em-</p><p>balagem etc.</p><p>■ Custo das mercadorias vendidas (CMV): utilizado por empresas</p><p>comerciais, corresponde ao valor das mercadorias que saem do esto-</p><p>que em função da venda.</p><p>■ Custo dos serviços prestados (CSP): utilizado por empresas presta-</p><p>doras de serviços, compõe todos os custos incorridos para a realização</p><p>dos serviços, como mão de obra e materiais.</p><p>Despesas operacionais: são despesas geradas pela operacionalização da</p><p>empresa, mas que não se enquadram como custo das vendas. Os principais</p><p>grupos de despesas operacionais são:</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>■ Despesas com vendas: são despesas geradas pelo processo de vendas,</p><p>como salário dos vendedores, comissões sobre vendas, gastos com publi-</p><p>cidade e propaganda, provisão para devedores duvidosos etc.</p><p>■ Despesas gerais e administrativas: são despesas geradas pela necessida-</p><p>de de administrar (dirigir) a empresa. Exemplo: salários e encargos sociais</p><p>do pessoal administrativo, aluguel de escritório, materiais de escritório,</p><p>seguro da área administrativa, depreciação de móveis e utensílios etc.</p><p>Despesas financeiras: são despesas decorrentes da remuneração de capitais de</p><p>terceiros, como juros pagos ou incorridos, despesas bancárias, correção monetá-</p><p>ria de empréstimos, descontos concedidos, juros de mora pagos etc.</p><p>Receitas financeiras: são receitas decorrentes do fornecimento de capital</p><p>a terceiros, como juros de aplicações financeiras, juros de mora recebidos, des-</p><p>contos obtidos etc.</p><p>Tributos sobre o lucro: corresponde aos valores de Imposto de Renda e</p><p>Contribuição Social calculados sobre o lucro líquido do período de acordo com</p><p>as regras fiscais.</p><p>Despesas não operacionais: são as despesas provenientes de transações</p><p>alheias à atividade operacional da empresa, como a perda ocorrida na venda de</p><p>um ativo imobilizado.</p><p>Receitas não operacionais: são as receitas provenientes de transações</p><p>alheias à atividade operacional da empresa, como o ganho decorrente da venda</p><p>de um ativo imobilizado.</p><p>Em seu artigo 176, a Lei 6.404/76, Lei das Sociedades Anônimas (BRASIL, 1976),</p><p>obriga a elaboração e publicação da Demonstração do Resultado do Exercício</p><p>ao final de cada exercício social, devendo apresentar os valores correspondentes</p><p>ao período anterior para fins de comparação. Em seu artigo 177, a lei também</p><p>determina a adesão aos princípios de Contabilidade, mencionando a necessidade</p><p>de registro segundo o regime de competência. Mesmo sem a obrigatoriedade</p><p>de publicação, todas as empresas devem elaborar, anualmente, a sua DRE, mas,</p><p>por uma questão de auxílio à gestão, é comum as empresas elaborarem a DRE</p><p>mensalmente. A NBC TG 26 (R5) — Apresentação das Demonstrações Contá-</p><p>beis (CFC, 2017) define duas formas de apresentação das receitas e despesas pela</p><p>DRE: uma baseada na natureza da despesa e outra baseada na função da despesa.</p><p>1</p><p>1</p><p>6</p><p>Independente do modelo utilizado ou do nível de detalhamento das</p><p>contas, a DRE sempre se inicia com a receita operacional bruta, que evi-</p><p>dencia a receita que a empresa obteve em sua atividade principal, e, desta</p><p>receita, deduzem-se as despesas incorridas no período. De qualquer forma,</p><p>a estrutura da DRE deve possibilitar ao usuário da informação obter dados</p><p>que retratam o desempenho da entidade. Assim, o modelo apresentado no</p><p>Quadro 6 é um bom exemplo de como a DRE pode ser estruturada.</p><p>DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO</p><p>PERÍODO DE …/…/…. A …/…/….</p><p>RECEITA OPERACIONAL BRUTA</p><p>Venda de produtos</p><p>Venda de mercadorias</p><p>Prestação de serviços</p><p>(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA</p><p>Devoluções de vendas</p><p>Abatimentos</p><p>Impostos e contribuições incidentes sobre vendas</p><p>(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA</p><p>(-) CUSTO DAS VENDAS</p><p>Custo dos produtos vendidos</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>7</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>Custo das mercadorias vendidas</p><p>Custo dos serviços prestados</p><p>(=) LUCRO BRUTO</p><p>(-) DESPESAS OPERACIONAIS</p><p>Despesas com vendas</p><p>Despesas gerais e administrativas</p><p>(=) LUCRO ANTES DO RESULTADO FINANCEIRO</p><p>(-) DESPESAS FINANCEIRAS</p><p>(+) RECEITAS FINANCEIRAS</p><p>(=) RESULTADO ANTES DOS TRIBUTOS SOBRE O LUCRO</p><p>(-) TRIBUTOS SOBRE O LUCRO</p><p>Imposto de renda</p><p>Contribuição social sobre o lucro líquido</p><p>(=) RESULTADO DAS OPERAÇÕES CONTINUADAS</p><p>(-) DESPESAS NÃO OPERACIONAIS</p><p>(+) RECEITAS NÃO OPERACIONAIS</p><p>(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO</p><p>Quadro 3 - Modelo de Demonstração do Resultado do Exercício / Fonte: adaptado de Gelbcke et al. (2021).</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>Os sinais que aparecem na DRE representam: despesas (sinal de menos), recei-</p><p>tas (sinal de mais) e subtotais (sinal de igual). Esses subtotais são calculados da</p><p>seguinte maneira:</p><p>■ Receita operacional líquida: corresponde ao valor da receita operacio-</p><p>nal bruta menos as deduções da receita bruta. Muitas empresas publicam</p><p>sua DRE a partir da receita operacional líquida.</p><p>■ Lucro bruto — também denominado resultado bruto ou margem</p><p>bruta: corresponde ao valor da receita operacional líquida menos o custo</p><p>das vendas.</p><p>■ Lucro antes do resultado financeiro: corresponde ao valor do lucro</p><p>bruto menos as despesas operacionais.</p><p>■ Resultado antes dos tributos sobre o lucro: corresponde ao valor do</p><p>lucro antes do resultado financeiro menos as despesas financeiras e mais</p><p>as receitas financeiras.</p><p>■ Resultado das operações continuadas: corresponde ao valor do lucro</p><p>antes dos tributos sobre o lucro menos os tributos incidentes sobre o lucro.</p><p>■ Resultado líquido do exercício: corresponde ao valor do resultado das</p><p>operações continuadas menos as despesas não operacionais e mais as</p><p>receitas não operacionais.</p><p>Esses subtotais são calculados de forma a permitir que os usuários da informação</p><p>contábil identifiquem pontos importantes sobre como a entidade alcançou o</p><p>resultado apresentado. De acordo com Nascimento (2019), esses subtotais evi-</p><p>denciam quatro aspectos importantes:</p><p>■ Negócio principal da empresa: o desempenho da atividade principal da</p><p>empresa pode ser visto no lucro bruto, afinal ele se refere à receita bruta da</p><p>entidade menos todos os gastos relacionados a essa receita — impostos,</p><p>abatimento, devoluções e custo das vendas ou prestação de serviços. O</p><p>ideal é que a atividade principal da empresa gere resultado suficiente para</p><p>cobrir os demais gastos necessários para a sua operação.</p><p>■ Estrutura que dá suporte à empresa: toda empresa, não importa o</p><p>ramo de atividade, necessita de uma estrutura que dê suporte para realizar</p><p>suas atividades. A estrutura de vendas é importante para que a empresa</p><p>consiga comercializar seus produtos e serviços. A estrutura administra-</p><p>tiva é importante para sua organização e gestão. Assim, o lucro antes do</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>resultado financeiro demonstra se a empresa é eficiente em sua operacio-</p><p>nalização como um todo, e não apenas na sua atividade principal.</p><p>■ Política da empresa em sua gestão financeira: é comum as empresas</p><p>pagarem juros pela utilização de capital de terceiros</p><p>(ex.: empréstimo),</p><p>assim como receberem juros por terceiros utilizarem seu capital (ex.: apli-</p><p>cação financeira). Dessa forma, o lucro antes dos tributos sobre o lucro</p><p>evidencia o impacto que a política da empresa quanto à utilização ou ao</p><p>fornecimento de capital financeiro causa no resultado.</p><p>■ Operações de descontinuidade que afetam o resultado da empresa:</p><p>as receitas e despesas não operacionais representam transações incomuns</p><p>à rotina da empresa. Assim, o registro delas separadamente permite ao</p><p>usuário da informação contábil identificar o resultado das operações con-</p><p>tinuadas, o qual serve de base para projeções futuras, e o resultado líquido</p><p>do exercício, do qual não se pode esperar que as operações descontinua-</p><p>das voltem a se repetir facilmente.</p><p>Agora que você conhece a estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício</p><p>e sabe que é possível extrair informações dela, praticaremos esse conhecimento</p><p>e analisaremos um exemplo.</p><p>DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DA EMPRESA M & F LTDA.</p><p>PERÍODO DE 01/05/20XX A 31/05/20XX</p><p>Em R$</p><p>RECEITA OPERACIONAL BRUTA</p><p>Venda de mercadorias 350.000,00</p><p>Prestação de serviços 720.000,00</p><p>(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA</p><p>1</p><p>3</p><p>1</p><p>DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DA EMPRESA M & F LTDA.</p><p>PERÍODO DE 01/05/20XX A 31/05/20XX</p><p>Abatimentos (70.000,00)</p><p>Tributos sobre vendas (250.000,00)</p><p>(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 750.000,00</p><p>(-) CUSTO DAS VENDAS</p><p>Custo das mercadorias vendidas (120.000,00)</p><p>Custo dos serviços prestados (240.000,00)</p><p>(=) LUCRO BRUTO 390.000,00</p><p>(-) DESPESAS OPERACIONAIS</p><p>Despesas com vendas (25.000,00)</p><p>Despesas gerais e administrativas (70.000,00)</p><p>(=) LUCRO ANTES DO RESULTADO FINANCEIRO 295.000,00</p><p>(-) DESPESAS FINANCEIRAS</p><p>Descontos concedidos (4.000,00)</p><p>Juros de mora pago (18.000,00)</p><p>(+) RECEITAS FINANCEIRAS</p><p>Juros sobre aplicação financeira 2.000,00</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>3</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DA EMPRESA M & F LTDA.</p><p>PERÍODO DE 01/05/20XX A 31/05/20XX</p><p>(=) RESULTADO ANTES DOS TRIBUTOS SOBRE O LUCRO 275.000,00</p><p>(-) TRIBUTOS SOBRE O LUCRO</p><p>Imposto de Renda (IR) (35.000,00)</p><p>Contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) (18.000,00)</p><p>(=) RESULTADO DAS OPERAÇÕES CONTINUADAS 222.000,00</p><p>(-) DESPESAS NÃO OPERACIONAIS</p><p>Perda na venda de imobilizado (90.000,00)</p><p>(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 132.000,00</p><p>Quadro 4 - Demonstração do Resultado do Exercício da Empresa M & F Ltda. / Fonte: a autora.</p><p>Vamos lá! Primeiramente, repare que a DRE se refere à apuração de resultado de</p><p>um único mês: maio de 20XX — representa um ano qualquer. O acompanhamen-</p><p>to mensal possibilita uma gestão mais ativa, não sendo necessário esperar fina-</p><p>lizar o ano para identificar pontos positivos e pontos que precisam de melhoria.</p><p>O exemplo apresentado no Quadro 4 se refere a uma empresa que vende</p><p>mercadorias, mas que também presta serviços, na verdade, sua maior fonte de</p><p>receita é a prestação de serviços. No período analisado, não houve devolução de</p><p>mercadorias, o que é algo muito positivo para uma empresa, significa que seus</p><p>produtos agradam os clientes. Como é uma empresa que atua em dois ramos</p><p>de atividade, o custo das vendas se divide em custo das mercadorias vendidas</p><p>e custo dos serviços prestados. Com isso, o negócio principal da empresa M&F</p><p>gerou um lucro bruto de R$ 390.000,00, o que é positivo, mas, para se dizer que</p><p>é um bom resultado, seria necessário analisar outras empresas do mesmo ramo</p><p>e do mesmo porte, afinal R$ 390.000,00 pode ser um resultado excelente, assim</p><p>como também pode representar um péssimo resultado.</p><p>1</p><p>3</p><p>1</p><p>No período apurado, a estrutura que dá suporte à empresa gerou uma despesa</p><p>de R $95.000,00 (R $25.000,00 + R $70.000,00), que foi facilmente coberta pelo</p><p>lucro bruto. Isso significa que o negócio principal da empresa consegue manter</p><p>sua estrutura administrativa e ainda gerar um lucro antes do resultado financeiro</p><p>de R $295.000,00. Além dos abatimentos (deduções da receita), a empresa con-</p><p>cede desconto no valor de R $4.000,00.</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Contudo, qual é a diferença entre esse desconto e os abatimentos?</p><p>Os abatimentos são descontos concedidos para incentivar a venda, como</p><p>o desconto pelo pagamento à vista; já os descontos concedidos são feitos após a</p><p>venda, podem ocorrer, por exemplo, quando o cliente paga a empresa antes do</p><p>prazo estabelecido.</p><p>Além dos descontos concedidos, a empresa teve uma despesa financeira com</p><p>juros de mora no valor de R $18.000,00. Por algum descuido ou por falta de dinheiro,</p><p>a empresa acabou atrasando o pagamento de alguma dívida, o que teve um impacto</p><p>significativo no resultado, e isso é um ponto negativo para a empresa. Em sua política</p><p>de gestão financeira, vemos que a empresa teve muito mais despesas com a utilização</p><p>de capital de terceiros do que ganho com o fornecimento de capital, o que gerou um</p><p>resultado antes dos tributos sobre o lucro de R$ 275.000,00, R$ 20.000,00 a menos</p><p>do que o resultado anterior — resultado antes do resultado financeiro.</p><p>Após os tributos sobre o lucro, a empresa apurou um resultado das operações</p><p>continuadas no valor de R $222.000,00. O valor dos tributos é determinado pela</p><p>legislação fiscal, mas os gestores devem estar atentos às possibilidades, pois é</p><p>possível pagar menos tributos de forma lícita, mas, para isso, a empresa precisa</p><p>ter uma boa gestão tributária.</p><p>Por fim, a empresa teve uma despesa bastante significativa. Ao vender um</p><p>imobilizado, que pode ser um equipamento, um imóvel, um veículo, ela teve uma</p><p>perda de R $90.000,00, o que reduziu significativamente seu resultado líquido.</p><p>Contudo, como essa despesa é esporádica, provavelmente, nos próximos perío-</p><p>dos, o resultado será maior.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>3</p><p>3</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>Ufa! Quantas informações conse-</p><p>guimos obter por meio da DRE, não</p><p>é mesmo?! Garanto que é possível</p><p>esmiuçar ainda mais essa demons-</p><p>tração: calcular o quanto cada con-</p><p>ta corresponde ao valor da receita,</p><p>identificar a despesa mais significa-</p><p>tiva, fazer projeções para o próximo</p><p>período — desconsiderando recei-</p><p>tas/despesas não operacionais —,</p><p>entre outros dados.</p><p>A Demonstração do Resultado do Exercício em conjunto com o balanço pa-</p><p>trimonial permitem obter uma visão geral sobre a situação econômica, financeira</p><p>e patrimonial da entidade, por isso, são consideradas como as demonstrações</p><p>mais importantes para o mundo dos negócios.</p><p>Manual de Contabilidade Básica: Contabilidade intro-</p><p>dutória e intermediária</p><p>Editora: Atlas</p><p>Autor: Clóvis Luís Padoveze</p><p>Sinopse: O livro está dividido em três partes. A Parte I apre-</p><p>senta os conceitos básicos, a estrutura e a metodologia op-</p><p>eracional da Contabilidade. A Parte II apresenta exame de</p><p>todos os grupos do balanço patrimonial, incluindo estudos</p><p>específicos das principais contas das Demonstrações Fi-</p><p>nanceiras. A Parte III está reservada para a apresentação das</p><p>Demonstrações Financeiras Básicas e das Demonstrações</p><p>Financeiras Complementares.</p><p>INDICAÇÃO DE LIVRO</p><p>Agora é a sua vez de“ler” a Demonstração do Resultado do Exercício. Assim</p><p>como fizemos com a DRE da empresa M & F Ltda., apresentada no Quadro</p><p>4, convido-lhe a auxiliar o João a analisar a DRE da empresa Estilo Ltda. re-</p><p>ferente ao ano de 2011.</p><p>1</p><p>3</p><p>4</p><p>DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DA EMPRESA ESTILO LTDA.</p><p>PERÍODO DE 01/01/20X1 A 31/12/20X1</p><p>Em R$</p><p>RECEITA OPERACIONAL BRUTA</p><p>Venda de mercadorias 980.000,00</p><p>(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA</p><p>Devolução de vendas (10.000,00)</p><p>Abatimentos sobre vendas (30.000,00)</p><p>Tributos sobre vendas (125.000,00)</p><p>(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 815.000,00</p><p>(-) CUSTO DAS VENDAS</p><p>Custos das mercadorias vendidas (486.000,00)</p><p>(=) LUCRO BRUTO 329.000,00</p><p>(-) DESPESAS OPERACIONAIS</p><p>Despesas com vendas (50.000,00)</p><p>Despesas gerais e administrativas (70.000,00)</p><p>(=) LUCRO ANTES DO RESULTADO FINANCEIRO 209.000,00</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>3</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DA EMPRESA ESTILO LTDA.</p><p>PERÍODO DE 01/01/20X1 A 31/12/20X1</p><p>(-) DESPESAS FINANCEIRAS</p><p>Juros sobre empréstimos bancários (1.000,00)</p><p>(+) RECEITAS FINANCEIRAS</p><p>Descontos financeiros obtidos 2.000,00</p><p>(=) RESULTADO ANTES DOS TRIBUTOS SOBRE O LUCRO 210.000,00</p><p>(-) TRIBUTOS SOBRE O LUCRO</p><p>Imposto de Renda (IR) (10.000,00)</p><p>Contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) (8.000,00)</p><p>(=) RESULTADO DAS OPERAÇÕES CONTINUADAS 192.000,00</p><p>(-) DESPESAS NÃO OPERACIONAIS</p><p>Perda na venda de imobilizado (3.000,00)</p><p>(+) RECEITAS NÃO OPERACIONAIS</p><p>Ganho na venda de imobilizado 1.000,00</p><p>(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 190.000,00</p><p>Quadro 5 - Demonstração do Resultado do Exercício da empresa Estilo Ltda. / Fonte: a autora.</p><p>1</p><p>3</p><p>6</p><p>Com base na demonstração apresentada, analise os seguintes pontos sobre o</p><p>desempenho da empresa Estilo Ltda:</p><p>■ Negócio principal da empresa.</p><p>■ Estrutura que dá suporte à empresa.</p><p>■ Política da empresa em sua gestão financeira.</p><p>■ Operações de descontinuidade que afetam o resultado da empresa</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Mas não se acanhe, é possível ir além desses pontos e descobrir outros aspectos</p><p>relevantes sobre o desempenho da nossa empresa modelo.</p><p>Neste tema, você aprendeu sobre estrutura da demonstração e resultado</p><p>do exercício.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>3</p><p>7</p><p>VAMOS PRATICAR</p><p>1. A empresa Vende Bem S.A. atua na venda de tubulações industriais a mais de 30 anos.</p><p>Nesse período, ela conseguiu se consolidar no mercado e, hoje, possui 10 filiais es-</p><p>palhadas por todo o Brasil. Ao longo dos anos, os resultados positivos (lucros) fo ram</p><p>utilizados para ampliação do negócio e, também, para investimentos financeiros, tendo</p><p>em vista que a diversidade de investimentos possibilita a sustentabilidade da empresa.</p><p>Dessa forma, no ano de 20X1, a empresa gerou receita da seguinte forma:</p><p>Venda de produtos: R$ 1.680.500,00.</p><p>Juros sobre aplicações financeiras: R$ 390.400,00.</p><p>Considerando a estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício, a venda de pro-</p><p>dutos e os juros sobre aplicações financeiras devem ser reconhecidos, respec tivamente,</p><p>como:</p><p>a) Receita operacional bruta e receitas financeiras.</p><p>b) Receita operacional bruta e dedução da receita bruta.</p><p>c) Receita não operacional e receitas financeiras.</p><p>d) Receita não operacional e dedução da receita bruta.</p><p>e) Receitas financeiras e dedução da receita bruta.</p><p>1</p><p>3</p><p>8</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>1</p><p>3</p><p>9</p><p>MINHAS METAS</p><p>CONTABILIDADE POR BALANÇOS</p><p>SUCESSIVOS I</p><p>ME. ADRIANA CASAVECHIA FRAGALLI</p><p>A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará neste tema de</p><p>aprendizagem:</p><p>Patrimônio da Entidade</p><p>Partidas Dobradas</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 8</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Olá, caro(a) estudante! Neste tema de aprendizagem você terá a oportunidade</p><p>de compreender como os fatos contábeis impactam o patrimônio da entidade.</p><p>Lembra que a sistematização do patrimônio gera um equilíbrio entre ativo e</p><p>passivo mais o patrimônio líquido? Então, não importa qual fato a Contabi-</p><p>lidade registra, esse equilíbrio é sempre mantido em função do Método das</p><p>Partidas Dobradas. Aqui nós conheceremos a funcionalidade desse método</p><p>por meio dos balanços sucessivos, que são uma forma didática que auxilia a</p><p>compreender como os registros contábeis conseguem manter o equilíbrio</p><p>patrimonial. Bons estudos!</p><p>Para abrir a empresa, João e seus colegas procuraram um escritório de</p><p>Contabilidade que foi muito bem recomendado. O contador explicou sobre</p><p>os diferentes tipos de regime tributário e orientou a adoção do mais adequado</p><p>para a loja de João. Esclareceu, também, sobre a necessidade de documenta-</p><p>ção fiscal de todos os fatos que ocorrerem na empresa. Após a abertura da</p><p>empresa, que recebeu o nome de Estilo, o contador acompanhou de perto as</p><p>transações da empresa, sempre orientando João no que ele precisava.</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>João está muito contente por ter aprendido a “ler” o balanço patrimonial e a</p><p>Demonstração do Resultado. Agora, antes de tomar as suas decisões, ele ana-</p><p>lisa a situação econômica, financeira e patrimonial da empresa por meio das</p><p>demonstrações contábeis, o que traz maior segurança e melhora seu desem-</p><p>penho na gestão da empresa Estilo. Contudo, João recebe as demonstrações</p><p>mensalmente, e nós sabemos que, em uma loja de roupas, assim como a Estilo,</p><p>são realizadas diversas transações diariamente: compra, venda, pagamento,</p><p>recebimento etc. Por esse motivo, João deseja aprofundar seus conhecimentos</p><p>sobre a Contabilidade e compreender algumas questões. Convido-lhe a des-</p><p>cobrir as respostas para essas perguntas, assim você e João estarão preparados</p><p>para utilizar a Contabilidade a seu favor.“Bora lá?!</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>A importância de conhecer como a Contabilidade acompanha e registra todos os</p><p>fatos contábeis se dá pelo caráter informativo das demonstrações. Como disse a</p><p>novelista Josephine Tey,“a verdade não está nas histórias, mas nos livros de Con-</p><p>tabilidade” (HENDRIKSEN; BREDA, 2012, p. 39). Isso significa que os registros</p><p>contábeis são muito mais do que o preenchimento de dados em um programa:</p><p>eles representam os acontecimentos ocorridos no dia a dia da entidade, ou seja, eles</p><p>contam a história da entidade. Contudo, para que se possa enxergar essa história,</p><p>assim como para que se saiba contar essa história por meio das demonstrações, é</p><p>preciso compreender como o patrimônio é impactado pelos fatos contábeis.</p><p>Lembra-se do balanço patrimonial que João recebeu do contador após o</p><p>encerramento do primeiro período contábil? Então, foi este aqui:</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA ESTILO LTDA.</p><p>ENCERRADO EM 31/12/20X1</p><p>ATIVO Em R$ PASSIVO Em R$</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>• Todas as decisões que eu tomo impactam no patrimônio da minha em-</p><p>presa? E como impactam?</p><p>• Por que, mesmo após realizar centenas de transações em um mês, o</p><p>balanço permanece em equilíbrio?</p><p>• Os fatos que impactam o patrimônio também impactam o resultado da</p><p>minha empresa?</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>PATRIMÔNIO LÍQUIDO</p><p>TOTAL DO ATIVO 951 000,00</p><p>TOTAL DO</p><p>PASSIVO + PL</p><p>951 000,00</p><p>Quadro 1 - Balanço patrimonial da empresa Estilo / Fonte: a autora.</p><p>Como você pôde observar, o balanço apresenta os dados da empresa Estilo no</p><p>dia 31 de dezembro de 2011, ou seja, nesta data, eram esses os elementos patri-</p><p>moniais que a empresa possuía. Entretanto, logo na primeira semana de 20X2,</p><p>ocorreram os seguintes fatos:</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>4</p><p>3</p><p>■ Pagamento da dívida com salários por meio de transferência bancária.</p><p>■ Recebimento de clientes no valor de R $15.000,00 em dinheiro.</p><p>Não sei se você reparou, mas, inicialmente, estudamos as demonstrações con-</p><p>tábeis — balanço patrimonial e DRE — e, somente agora, conheceremos como</p><p>são feitos os registros contábeis que dão origem a tais demonstrações. Parece que</p><p>começamos de trás para frente, não é mesmo? Na verdade, seguimos a metodolo-</p><p>gia proposta pela escola</p><p>americana — também</p><p>conhecida como norte-</p><p>-americana — para o en-</p><p>sino da Contabilidade.</p><p>Na verdade, confor-</p><p>me a opinião de alguns</p><p>autores de livros sobre</p><p>Contabilidade, há duas</p><p>escolas distintas no en-</p><p>sino da matéria:</p><p>“ Escola italiana: parte dos lançamentos contábeis (escrituração)</p><p>para, no final, chegar às demonstrações financeiras. Escola ameri-</p><p>cana: parte de uma visão conjunta das demonstrações financeiras,</p><p>principalmente o Balanço Patrimonial, para, em seguida, estudar</p><p>os lançamentos contábeis (escrituração) que deram origem a essas</p><p>demonstrações - MARION, 2018, p. 126</p><p>A justificativa é que o(a) estudante tem maior facilidade para compreender o</p><p>lançamento contábil quando consegue enxergar o que o fato provoca de alteração</p><p>nos elementos patrimoniais e no resultado. Para isso, é necessário, primeiramente,</p><p>estudar tais elementos, assim como fizemos.</p><p>Tudo aquilo que observamos na estrutura do balanço patrimonial e da Demons-</p><p>tração do Resultado da empresa de João, a loja Estilo, na verdade, é decorrente do</p><p>registro de todas as transações que aconteceram na entidade até aquele momento;</p><p>ou seja, desde a constituição, todos os fatos contábeis são registrados e, após um</p><p>1</p><p>4</p><p>4</p><p>período — que pode ser mensal, semestral, anual etc. —, o(a)</p><p>contador(a) faz o</p><p>levantamento das demonstrações.</p><p>Para efetuar os registros contábeis, é indispensável a utilização do PLANO DE</p><p>CONTAS, que, por sua vez, corresponde ao agrupamento ordenado de todas</p><p>as contas contábeis utilizadas por uma entidade (MARION, 2018). O plano de</p><p>Figura 1 - Escrituração contábil segundo a escola americana / Fonte: Marion (2018, p. 126).</p><p>Descrição da Imagem: a figura apresenta dois passos da escrituração contábil. Inicia-se do lado esquerdo: o</p><p>título do primeiro passo é “1. Relatórios contábeis”; abaixo, há duas tabelas em branco: uma com o título BP, de</p><p>balanço patrimonial, outra com DRE, de Demonstração do Resultado do Exercício. Ao lado do primeiro passo e das</p><p>tabelas, há duas setas apontadas para a direita, onde está o segundo passo, que tem como título “2. Escrituração</p><p>contábil”, abaixo, há dois desenhos representando livros de registros contábeis.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>contas traz uniformidade aos registros, uma vez que a movimentação de um</p><p>determinado elemento deve ser sempre registrada na mesma conta contábil.</p><p>Por exemplo, imagine que uma empresa tenha adquirido materiais de escri-</p><p>tório, como canetas e papéis, e registrado essa compra na conta “materiais de</p><p>expediente”. No mês seguinte, a empresa comprou novamente canetas e papéis,</p><p>essa nova compra deve ser registrada na mesma conta contábil, já que se refere</p><p>ao mesmo tipo de elemento; não se deve, por exemplo, registrar a nova compra</p><p>na conta “materiais de uso e consumo” ou“materiais de escritório”.</p><p>Se, a cada transação que envolva um mesmo tipo de elemento, a Contabi-</p><p>lidade registrar em contas distintas, quando o usuário for analisar a demons-</p><p>tração, ele não conseguirá identificar corretamente a situação patrimonial da</p><p>entidade. É importante esclarecer que cada empresa deve ter seu próprio plano</p><p>de contas, o qual atende às suas particularidades: não faz sentido uma em-</p><p>presa comercial ter, em seu plano de contas, a conta contábil “matéria-prima”,</p><p>afinal esse tipo de empresa compra a mercadoria já pronta e a revende. Por</p><p>outro lado, essa conta contábil atende perfeitamente a realidade de empresas</p><p>industriais, as quais transformam matéria-prima em produto acabado. Assim,</p><p>antes mesmo de iniciar as operações, o(a) contador(a) deve definir o plano de</p><p>contas ideal para a empresa. Uma vez definido, deve segui-lo de forma a dar</p><p>uniformidade aos registros contábeis.</p><p>Estudar o plano de contas também é tarefa indispensável para quem quer</p><p>compreender o processo de registro contábil, afinal o registro nada mais é</p><p>Uma vez estruturado o plano de contas a ser utilizado pela empresa, é</p><p>possível alterar alguma conta contábil — incluir, excluir, renomear etc. — ou a</p><p>lista deve permanecer inalterada para sempre?</p><p>PENSANDO JUNTOS</p><p>do que a evidenciação das alterações que os fatos contábeis provocam nos</p><p>elementos patrimoniais. Assim, não é possível efetuar o registro sem conhe-</p><p>cer as contas contábeis que representam tais elementos. Por esse motivo,</p><p>1</p><p>4</p><p>6</p><p>no final deste livro, encontra-se, como ANEXO A, um modelo de plano de</p><p>contas que utilizaremos para efetuar os registros contábeis neste material.</p><p>Ele pode ser utilizado por qualquer tipo de empresa: comercial, industrial</p><p>ou prestadora de serviços, desde que contemple os elementos existentes na</p><p>entidade, contudo ter um plano de contas exclusivo para cada empresa é,</p><p>sem dúvida, o ideal. Observe o plano de contas em anexo e, então, você po-</p><p>derá perceber que cada conta contábil possui um código — normalmente,</p><p>utilizado para parametrizar os softwares — e uma descrição. Esses códigos</p><p>são divididos em três grupos: 1 para ativo, 2 para passivo e 3 para contas de</p><p>resultado (receitas e despesas). Perceba que não há um código exclusivo para</p><p>as contas do patrimônio líquido, porque este é considerado um subgrupo do</p><p>passivo. Esses grupos, por sua vez, são detalhados até chegar a conta contábil</p><p>analítica, a qual, efetivamente, recebe o lançamento:</p><p>CÓDIGO CONTA CONTÁBIL CLASSIFICAÇÃO</p><p>Quadro 2 - Exemplo de contas analíticas e contas sintéticas / Fonte: a autora.</p><p>Dessa forma, as contas sintéticas evidenciam a soma das contas analíticas. Com</p><p>base no Quadro 2, a conta sintética “caixa e fundo fixo” evidenciará a somatória</p><p>das contas analíticas “caixa” e “fundo fixo”.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>4</p><p>7</p><p>As contas dos grupos 1 e 2 são denominadas contas patrimoniais, assim são</p><p>utilizadas para a elaboração do balanço patrimonial. Já as contas do grupo 3 são</p><p>denominadas contas de resultado e, por isso, são utilizadas para a elaboração da</p><p>Demonstração do Resultado. Uma vez conhecidas as contas contábeis, o processo</p><p>de registro pode ser ordenado em quatro passos.</p><p>Para efetuar o registro contábil de um fato, é necessário passar por um proces-</p><p>so que envolve, basicamente, quatro passos ordenados, conforme vemos a seguir:</p><p>1º PASSO</p><p>Identificar o fato: se é uma compra, uma venda, um pagamento etc, e suas par-</p><p>ticularidades, ou seja, se foi à vista ou a prazo, entre outros detalhes.</p><p>2º PASSO</p><p>Interpretar o que o fato provocou nos elementos patrimoniais ou de resultado: se</p><p>provocou aumento ou diminuição.</p><p>3º PASSO</p><p>Encontrar as contas contábeis que representam os elementos afetados.</p><p>4º PASSO</p><p>Registrar nas referidas contas as variações em valor monetário provocadas pelo</p><p>fato ocorrido.</p><p>As demonstrações divulgadas pelas empresas, como as de capital aberto,</p><p>que são obrigadas a tornarem públicas suas demonstrações, normalmente,</p><p>não evidenciam os dados a nível de contas analíticas.</p><p>ZOOM NO CONHECIMENTO</p><p>1</p><p>4</p><p>8</p><p>Como já abordado neste material, a base dos registros contábeis é o Método das</p><p>Partidas Dobradas. Não é à toa que o frei Luca Pacioli, que foi o primeiro a publicar</p><p>o método, ficou conhecido como o “pai da Contabilidade”. O Método das Partidas</p><p>Dobradas estabelece que:</p><p>Para cada causa, existe um efeito.</p><p>Para cada origem, existe uma aplicação.</p><p>Para cada débito, existe um crédito.</p><p>É justamente por essa relação de causa e efeito, origem e aplicação, débito e crédito</p><p>que o balanço sempre se mantém em equilíbrio. A ideia é que o registro contábil não</p><p>deve evidenciar somente o recurso financeiro, mas, sim, contar como tal recurso foi</p><p>adquirido. É por isso que todo registro contábil envolve, no mínimo, duas contas</p><p>contábeis. Tudo isso ficará mais claro com os exemplos apresentados mais adiante.</p><p>Você deve ter ouvido dizer que o débito e o crédito da Contabilidade são o con-</p><p>trário do débito e crédito do extrato bancário. Na verdade, não se trata de uma ques-</p><p>tão de oposição: na Contabilidade, a palavra débito também se refere àquilo que se</p><p>deve, assim como a palavra crédito se refere àquilo que se tem a haver, a diferença está</p><p>na interpretação de quem deve e de quem tem a haver. O mecanismo de débito e cré-</p><p>dito é aplicado pela Contabilidade segundo a teoria personalista das contas. Segundo</p><p>ela, cada conta contábil possui personalidade própria, e a interação entre a conta e a</p><p>empresa, que também possui personalidade própria, dá origem aos débitos e créditos.</p><p>É em função dessa teoria que as contas do ativo têm natureza devedora e as con-</p><p>tas do passivo e patrimônio líquido têm natureza credora, assim como as contas de</p><p>receita têm natureza credora e as de despesa têm natureza devedora.</p><p>GRUPO DE CONTAS NATUREZA</p><p>Quadro 3 - Natureza dos grupos de contas contábeis / Fonte: a autora.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>4</p><p>9</p><p>Para entender melhor a natureza das contas, observe a Figura 2:</p><p>Figura 2 - Natureza das contas contábeis / Fonte: a autora.</p><p>Descrição da Imagem: a figura apresenta um processo. No centro, há uma tabela representando o balanço patri-</p><p>monial: do lado direito, no ativo, está a conta caixa e, do lado esquerdo, no passivo + PL, estão as contas Capital</p><p>Social e Resultado. Do lado da coluna do passivo + PL, há a figura de uma mulher vestindo roupa social. Acima</p><p>da coluna do passivo + PL, há uma seta para cima apontando a figura de uma empresa; ao lado dessa seta, está</p><p>a letra C, representando crédito. Abaixo da imagem da empresa, existe</p><p>uma outra seta que sai da empresa em</p><p>direção à coluna do ativo; ao lado desta seta, está a letra D, representando débito. Ao lado da coluna do ativo,</p><p>há uma imagem de dinheiro. Do lado esquerdo da coluna do passivo + PL, há a imagem de um cifrão ($); abaixo,</p><p>estão as palavras “Receita (C)” e “Despesa (D)”; destas palavras, sai uma seta apontando para a conta resultado.</p><p>Para entender a figura e compreender a natureza das contas, imagine a cons-</p><p>tituição de uma empresa: para dar início às atividades operacionais, os sócios</p><p>investem dinheiro na empresa, o qual é representado pela conta contábil Capital</p><p>Social. Agora, use a sua imaginação e se coloque no lugar dessa conta, afinal, se-</p><p>gundo a teoria personalista, cada conta possui sua própria personalidade. Assim,</p><p>você, enquanto conta contábil, fornece dinheiro para a empresa, por isso, você,</p><p>enquanto conta contábil, fica com crédito com a empresa. Assim, como as contas</p><p>do passivo e patrimônio líquido representam fontes de recursos, elas sempre</p><p>ficam com créditos na empresa, daí, então, a sua natureza credora.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>Agora, ainda utilizando a sua imaginação, coloque-se no lugar da conta caixa.</p><p>A empresa recebeu dinheiro dos sócios e aplicou esse recurso em você, enquanto</p><p>conta contábil, assim você fica com um compromisso com a empresa, ou seja, torna-</p><p>-se devedor(a). Quando a empresa precisar do dinheiro, você devolverá o recurso a</p><p>ela. Assim, como as contas do ativo representam aplicação de recursos, elas sempre</p><p>ficam devedoras para a empresa, daí, então, a sua natureza devedora. As contas de</p><p>resultado, por sua vez, impactam no patrimônio líquido. Dessa forma, como as</p><p>receitas provocam aumento no patrimônio líquido, elas possuem natureza credora;</p><p>por outro lado, como as despesas diminuem o patrimônio líquido, elas têm natureza</p><p>devedora. Uma vez compreendida a natureza da conta, basta identificar o que o</p><p>fato provocou: aumento ou diminuição, para, então, realizar o lançamento contábil.</p><p>ALTERAÇÃO ATIVO (DEVEDORA) PASSIVO + PL (CREDORA)</p><p>Quadro 4 - Movimentação das contas patrimoniais / Fonte: a autora.</p><p>Para entender essa aplicação, utilizaremos o exemplo de uma compra de merca-</p><p>dorias a prazo no valor de R $2.000,00. Primeiramente, precisamos entender o</p><p>fato: ao comprar mercadorias, o estoque da empresa aumentou, por outro lado,</p><p>a compra a prazo gerou uma obrigação. Agora, identificamos as contas: merca-</p><p>dorias para revenda e fornecedores. Por fim, conciliamos a conta contábil à sua</p><p>movimentação: houve aumento na conta mercadorias e aumento na conta for-</p><p>necedores, por isso, a conta contábil mercadorias deverá receber um lançamento</p><p>a débito, e a conta fornecedores, um lançamento a crédito.</p><p>ALTERAÇÃO ATIVO (DEVEDORA) PASSIVO + PL (CREDORA)</p><p>Quadro 5 - Identificação das movimentações das contas contábeis /Fonte: a autora.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>Assim, a contabilização desse fato por meio do mecanismo de débito e crédito</p><p>ficaria desta forma:</p><p>■ Débito: Mercadorias R$ 2.000,00</p><p>■ Crédito: Fornecedores R$ 2.000,00</p><p>Perceba que o valor lançado a débito é igual ao valor lançado a crédito, atendendo à</p><p>determinação do Método das Partidas Dobradas. No exemplo apresentado, houve</p><p>aumento nas duas contas, mas existem fatos que provocam aumento em uma conta</p><p>e diminuição em outra ou, até mesmo, diminuição em duas. De qualquer forma, não</p><p>importa o fato a ser contabilizado, uma vez identificadas as alterações nas contas</p><p>contábeis, basta observar o esquema do Quadro 4 para realizar a contabilização.</p><p>Na prática, os contadores registram os fatos contábeis por meio do mecanismo</p><p>de débito e crédito, conforme o exemplo apresentado anteriormente. Contudo,</p><p>neste material, utilizaremos o MÉTODO DOS BALANÇOS SUCESSIVOS</p><p>como base para o registro contábil. De acordo com Marion (2018, p. 134),“a</p><p>Contabilidade por balanços sucessivos é bastante simples: a cada operação</p><p>realizada pela empresa faz-se a alteração em um novo balanço”.</p><p>Por mais que seja muito didático, essa metodologia é inviável na prática.</p><p>Imagine a loja do João: diariamente, ele faz diversas vendas, paga contas, com-</p><p>pra mercadorias, recebe de clientes etc., você já pensou em elaborar um balanço</p><p>após cada um desses fatos? Três contadores não dariam conta, não é verdade?!</p><p>Além disso, hoje em dia, a tecnologia está muito acessível, possibilitando</p><p>efetuar os registros de forma síncrona entre os programas. Por exemplo, ao</p><p>emitir o cupom de venda, o sistema automaticamente dá baixa no estoque e</p><p>gera um valor a receber — no caso de venda a prazo. Em muitos casos, o siste-</p><p>ma da empresa já está parametrizado com o sistema utilizado pelo contador,</p><p>Que tal conversarmos um pouco mais sobre o Método das Partidas Dobradas?</p><p>Então, acompanhe-me neste podcast e nos aprofundaremos no mundo da</p><p>Contabilidade. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do am-</p><p>biente virtual de aprendizagem.</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>assim este nem precisa lançar todas as notas, simplesmente faz upload dos da-</p><p>dos e dá continuidade aos serviços contábeis. Por mais que a tecnologia traga</p><p>agilidade aos registros contábeis, não podemos deixar essa tarefa à sua mercê,</p><p>afinal somente a pessoa pensante é capaz de interpretar com destreza o que o</p><p>fato provocou no patrimônio da entidade: os sistemas simplesmente fazem o</p><p>que são parametrizados para fazer. Dessa forma, é extremamente importante</p><p>conhecer como os fatos contábeis impactam o patrimônio e como a Contabili-</p><p>dade faz seus registros, do contrário, se o sistema fizer alguma contabilidade. Se</p><p>você errar, você não conseguirá identificar, e isso pode atrapalhar seu trabalho.</p><p>Antes de abordarmos a aplicação do Método das Partidas Dobradas, es-</p><p>clarecermos quais são os fatos que devem ser registrados pela Contabilidade.</p><p>Nem tudo o que acontece na empresa, nem todas as decisões tomadas preci-</p><p>sam ser registradas. Por isso, existe o conceito de ATOS ADMINISTRATI-</p><p>VOS E FATOS ADMINISTRATIVOS.</p><p>Os atos administrativos são decisões tomadas pelos gestores da entidade,</p><p>os quais não impactam, a priori, os elementos patrimoniais ou de resultado.</p><p>Quando se decide contratar um funcionário, adquirir um imóvel, firmar uma</p><p>parceria etc., esses fatos, inicialmente, não impactam os elementos: somente</p><p>quando o funcionário for contratado e trabalhar durante um mês é que sur-</p><p>girá a obrigação (passivo) de pagar o seu salário; somente quando a docu-</p><p>mentação do imóvel estiver pronta, ele representará um bem (ativo) para a</p><p>entidade; e assim por diante. Por outro lado, os fatos administrativos, também</p><p>denominados fatos contábeis, são aqueles que provocam alterações nos ele-</p><p>mentos, patrimoniais ou de resultado, como os pagamentos, recebimentos,</p><p>compras, vendas, entre outros.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>3</p><p>Imagine que uma empresa tenha assinado um contrato se comprometendo a</p><p>comprar mercadorias de um fornecedor específico. Esse contrato representa</p><p>apenas um compromisso que em nada interfere nos elementos patrimoniais,</p><p>assim ele é considerado um ato administrativo. Contudo, quando o forne-</p><p>cedor emitir a nota fiscal de venda e a empresa receber a mercadoria, nesse</p><p>momento, os elementos patrimoniais são impactados: gera-se um aumento</p><p>no estoque e um aumento nas obrigações — considerando uma compra a</p><p>prazo —, dessa forma, a emissão da nota fiscal serve de documentação para</p><p>o registro contábil. Agora que você já entendeu a necessidade de se utilizar</p><p>o plano de contas, já compreendeu como funciona, basicamente, o processo</p><p>de registro e já sabe quais fatos devem ser contabilizados, utilizaremos uma</p><p>outra empresa modelo, a empresa Fato a Fato Ltda., para, então, realizarmos</p><p>um EXEMPLO PRÁTICO.</p><p>DADOS DA EMPRESA:</p><p>A empresa Fato a Fato Ltda. foi constituída no dia 01 de setembro de 2011. Nesse</p><p>primeiro mês, ocorreram os seguintes fatos:</p><p>Fato 01:</p><p>Fato 02:</p><p>Fato 03:</p><p>Fato 04:</p><p>Fato 05:</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>Fato 06:</p><p>Fato 07:</p><p>Fato 08:</p><p>Fato 09:</p><p>Fato 10:</p><p>Fato 11:</p><p>Fato 12:</p><p>Fato 13:</p><p>Fato 14:</p><p>Fato 15:</p><p>Fato 16:</p><p>Fato 17:</p><p>Agora que conhecemos os fatos ocorridos no</p><p>mês de setembro, que representa o</p><p>primeiro passo do processo de contabilização, efetuaremos os outros três passos</p><p>separadamente para cada fato.</p><p>Fato 01: 01/09/20X1</p><p>Identificação: subscrição do Capital Social no valor de R $800.000,00.</p><p>Interpretação: a subscrição corresponde ao compromisso assumido pelos só-</p><p>cios ao assinar o contrato social para investir na empresa. Como foi mencionado,</p><p>a subscrição, apenas, significa que o contrato foi assinado, mas os sócios ainda</p><p>não entregaram recursos financeiros para a empresa.</p><p>Contas contábeis: a conta que representa os investimentos dos sócios é a de</p><p>Capital Social. A conta que representa o que a empresa tem a receber dos sócios</p><p>referente ao compromisso definido pelo contrato é a capital a integralizar, que é</p><p>uma conta redutora (negativa).</p><p>Registro:</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL (EM R$)</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>ATIVO PASSIVO</p><p>Ativo circulante Passivo circulante</p><p>PATRIMÔNIO LÍQUIDO</p><p>TOTAL: 0,00 TOTAL: 0,00</p><p>Quadro 6 - Balanço decorrente do Fato 01 / Fonte: a autora.</p><p>Perceba que, nesse primeiro balanço, o saldo do patrimônio está zerado. Na verda-</p><p>de, nesse momento, a empresa só existe no papel, ainda não movimentou nenhum</p><p>recurso financeiro.</p><p>Fato 02: 02/09/20X1</p><p>Identificação: integralização de 60% do capital subscrito da seguinte maneira:</p><p>R $30.000,00 em dinheiro, R $260.000,00 em depósito bancário na conta corrente</p><p>da empresa e R $190.000,00 em mesas, cadeiras, armários, estantes e outros móveis.</p><p>Interpretação: a integralização corresponde ao fornecimento de recursos fi-</p><p>nanceiros dos sócios decorrente do compromisso assumido pelo contrato social. É</p><p>importante entender que o cumprimento desse compromisso em nada interfere no</p><p>Capital Social da empresa, apenas a dívida que os sócios possuíam foi parcialmente</p><p>paga. Com a integralização, a empresa passa a ter saldo de dinheiro em seu caixa,</p><p>saldo em sua conta bancária e mesas, cadeiras, armários, estantes, entre outros.</p><p>Contas contábeis: o aumento/surgimento de dinheiro é registrado na conta</p><p>caixa; o aumento/surgimento de saldo na conta corrente é registrado na con-</p><p>ta banco A; o aumento/surgimento de mesas, cadeiras, armários, estantes etc. é</p><p>registrado na conta móveis e utensílios; e a diminuição da dívida dos sócios é</p><p>1</p><p>1</p><p>6</p><p>registrado na conta capital a integralizar.</p><p>Registro:</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL (EM R$)</p><p>ATIVO PASSIVO</p><p>Ativo circulante Passivo circulante</p><p>PATRIMÔNIO LÍQUIDO</p><p>TOTAL: 480 000,00 TOTAL: 480 000,00</p><p>Quadro 7 - Balanço decorrente do Fato 02 / Fonte: a autora.</p><p>Com a integralização do capital, a empresa recebe recursos de seus sócios e</p><p>passa a ter um patrimônio positivo. A conta Capital Social permanece inalte-</p><p>rada até que haja alterações no contrato social, como as decorrentes de saída</p><p>ou entrada de novo sócio.</p><p>Fato 03: 02/09/20X1</p><p>Identificação: compra de computadores, câmeras de segurança e aparelhos</p><p>de ar-condicionado à vista no valor de R $80.000,00. O pagamento foi feito por</p><p>meio de transferência bancária.</p><p>Interpretação: com a compra de computadores, câmeras de segurança e apa-</p><p>relhos de ar-condicionado, a empresa passa a ter novos bens em seu ativo. Como</p><p>foi uma compra à vista, por meio de transferência bancária, houve a diminuição</p><p>no saldo da conta corrente da empresa.</p><p>Contas contábeis: o aumento/surgimento dos computadores, câmeras de segu-</p><p>rança e aparelhos de ar-condicionado é registrado na conta de máquinas e equipa-</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>7</p><p>mentos e a diminuição do saldo da conta corrente é registrada na conta banco A.</p><p>Registro:</p><p>BALANÇO PATRI MONIAL (EM R$)</p><p>ATIVO PASSIVO</p><p>Ativo circulante Passivo circulante</p><p>PATRIMÔNIO LÍQUIDO</p><p>TOTAL: 480 000,00 TOTAL: 480 000,00</p><p>Quadro 8 - Balanço decorrente do Fato 03 / Fonte: a autora.</p><p>Nesse fato, não houve uma nova fonte de recurso, por isso, o balanço se manteve</p><p>com o valor de R $480.000,00. O que aconteceu foi a transformação de um re-</p><p>curso do ativo em outro, no caso, a transformação de dinheiro da conta corrente</p><p>bancária em equipamentos.</p><p>Fato 04: 05/09/20X1</p><p>Identificação: compra de calçados a prazo no valor de R $200.000,00 a vencer</p><p>em 30 dias.</p><p>Interpretação: A compra de calçados, que corresponde à mercadoria vendida</p><p>pela empresa, provocou aumento no estoque da empresa. Como foi uma compra</p><p>a prazo, também gerou uma dívida.</p><p>Contas contábeis: o aumento/surgimento dos calçados no estoque da empresa</p><p>é registrado na conta mercadorias, e a dívida gerada por essa compra é registrada</p><p>em fornecedores. A conta fornecedores é exclusiva para dívidas decorrentes da</p><p>atividade principal da empresa, como a compra de matéria-prima em indústrias</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>ou de mercadorias em comércios.</p><p>Registro:</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL (EM R$)</p><p>ATIVO PASSIVO</p><p>Ativo circulante Passivo circulante</p><p>Passivo não circulante</p><p>Ativo não circulante PATRIMÔNIO LÍQUIDO</p><p>TOTAL: 680 000,00 TOTAL: 680 000,00</p><p>Quadro 9 - Balanço decorrente do Fato 04 / Fonte: a autora.</p><p>Com a nova captação de recursos, agora, por meio de fornecedores, o valor total</p><p>do ativo, assim como do passivo e PL aumentou, totalizando R $680.000,00.</p><p>Fato 05: 06/09/20X1</p><p>Identificação: compra de calçados à vista no valor de R $50.000,00. O paga-</p><p>mento foi feito por meio de transferência bancária.</p><p>Interpretação: A compra de calçados provocou aumento no estoque da em-</p><p>presa. Em contrapartida, como foi à vista, por meio de transferência bancária, o</p><p>saldo da conta corrente diminuiu.</p><p>Contas contábeis: o aumento no estoque de calçados é registrado na conta mer-</p><p>cadorias, e a diminuição do saldo da conta corrente é registrada na conta banco A.</p><p>Registro:</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL (EM R$)</p><p>ATIVO PASSIVO</p><p>Ativo circulante Passivo circulante</p><p>Passivo não circulante</p><p>Ativo não circulante PATRIMÔNIO LÍQUIDO</p><p>TOTAL: 680 000,00 TOTAL: 680 000,00</p><p>Quadro 10 - Balanço decorrente do Fato 05 / Fonte: a autora.</p><p>Nesse fato, o valor do balanço se manteve em R $680.000,00, porque, novamente,</p><p>não houve aumento de fonte de recurso, simplesmente a transformação de um</p><p>recurso (banco A) por outro (mercadorias).</p><p>Fato 06: 10/09/20X1</p><p>Identificação: compra de um veículo no valor de R $32.400,00 por meio de</p><p>um financiamento que será pago em 36 parcelas mensais de R $900,00, sendo</p><p>que 16 parcelas vencem no curto prazo e 20 no longo prazo.</p><p>Interpretação: com a compra do veículo, a empresa passou a ter um novo bem.</p><p>Por outro lado, como a compra foi feita por meio de um financiamento, gerou-se</p><p>uma dívida que vencerá parte no curto prazo e parte no longo prazo.</p><p>Contas contábeis: o bem deve ser registrado na conta veículos no ativo não cir-</p><p>culante, pois se trata de um elemento que não tem prazo para a empresa se desfazer.</p><p>O valor corresponde às parcelas do financiamento que vencem no curto prazo e</p><p>1</p><p>6</p><p>1</p><p>devem ser registradas na conta de financiamentos a pagar do passivo circulante, e</p><p>o valor corresponde às parcelas de longo prazo na conta financiamentos a pagar do</p><p>passivo não circulante.</p><p>Registro:</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL (EM R$)</p><p>ATIVO PASSIVO</p><p>Ativo circulante Passivo circulante</p><p>Passivo não circulante</p><p>Ativo não circulante</p><p>PATRIMÔNIO LÍQUIDO</p><p>TOTAL: 712 400,00 TOTAL: 712 400,00</p><p>Quadro 11 - Balanço decorrente do Fato 06 / Fonte: a autora.</p><p>O financiamento corresponde a uma fonte de recurso decorrente de capital de</p><p>terceiros, provocando aumento no saldo do balanço.</p><p>Fato 07: 10/09/20X1</p><p>Identificação: pagamento de aluguel referente ao mês de setembro no valor</p><p>de R $5.000,00. O pagamento foi efetuado em dinheiro.</p><p>Interpretação: o aluguel do imóvel no qual a empresa está instalada represen-</p><p>ta uma despesa para a empresa. Como foi pago em dinheiro, significa que saiu</p><p>dinheiro do caixa.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>6</p><p>1</p><p>Contas contábeis: a despesa com aluguel é uma conta de resultado e, como</p><p>tal, é evidenciada na DRE. Contudo, como estudado na Unidade 4, o resultado da</p><p>DRE é evidenciado no patrimônio líquido. Assim, apresentaremos as contas de</p><p>resultado em quadros acessórios e daremos continuidade ao método de balanços</p><p>sucessivos ajustando o valor do resultado no PL.</p><p>ELEMENTO CONTA</p><p>CONTÁBIL VALOR (EM R$)</p><p>Quadro 12 - Quadro auxiliar do Fato 07 / Fonte: a autora.</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Neste tema, você aprendeu sobre o patrimônio da entidade e as partidas dobradas.</p><p>Vimos também a funcionalidade desse método por meio dos balanços sucessi-</p><p>vos, que são uma forma didática que auxilia a compreender como os registros</p><p>contábeis conseguem manter o equilíbrio patrimonial.</p><p>1</p><p>6</p><p>1</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>6</p><p>3</p><p>VAMOS PRATICAR</p><p>1. A Contabilidade por balanços sucessivos é bastante simples: a cada operação reali zada</p><p>pela empresa se faz a alteração em um novo balanço (MARION, 2015).</p><p>MARION, J. C. Contabilidade Básica. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015.</p><p>Considerando a metodologia dos balanços sucessivos, considere que uma empresa apre-</p><p>sentou o seguinte balanço após a sua constituição:</p><p>Como você pôde perceber, a empresa foi constituída com um Capital Social — in vestimento</p><p>dos sócios — no montante de R$ 300.000,00, sendo integralizados R$ 20.000,00 em di-</p><p>nheiro, R$ 80.000,00 em depósito bancário e R$ 200.000,00 em máquinas e equipamen-</p><p>tos. Após a contabilização de um novo fato, o balanço da empresa ficou da seguinte forma:</p><p>1</p><p>6</p><p>4</p><p>VAMOS PRATICAR</p><p>Analisando as alterações provocadas no balanço após a contabilização, assinale a alter-</p><p>nativa que descreve corretamente o fato contábil registrado.</p><p>a) Compra de máquinas e equipamentos a prazo.</p><p>b) Compra de móveis e utensílios à vista.</p><p>c) Venda de mercadorias a prazo.</p><p>d) Compra de mercadorias, sendo parte à vista e parte a prazo.</p><p>e) Integralização de capital em mercadorias.</p><p>1</p><p>6</p><p>1</p><p>MINHAS METAS</p><p>CONTABILIDADE POR BALANÇOS</p><p>SUCESSIVOS II</p><p>ME. ADRIANA CASAVECHIA FRAGALLI</p><p>A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará neste tema de</p><p>aprendizagem:</p><p>Balanço Patrimonial</p><p>Regime de Caixa</p><p>Regime de Competência</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 9</p><p>1</p><p>6</p><p>6</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Olá, caro(a) estudante! Neste tema de aprendizagem você terá a oportunidade de</p><p>compreender como os fatos contábeis impactam o patrimônio da entidade. Lem-</p><p>bra que a sistematização do patrimônio gera um equilíbrio entre ativo e passivo</p><p>mais o patrimônio líquido? Então, não importa qual fato a Contabilidade registra,</p><p>esse equilíbrio é sempre mantido em função do Método das Partidas Dobradas.</p><p>Aqui veremos a funcionalidade desse método por meio dos balanços sucessivos,</p><p>que são uma forma didática que auxilia a compreender como os registros contá-</p><p>beis conseguem manter o equilíbrio patrimonial.</p><p>Para abrir a empresa, João e seus colegas procuraram um escritório de Con-</p><p>tabilidade que foi muito bem recomendado. O contador explicou sobre os di-</p><p>ferentes tipos de regime tributário e orientou a adoção do mais adequado para</p><p>a loja de João. Esclareceu, também, sobre a necessidade de documentação fiscal</p><p>de todos os fatos que ocorrerem na empresa. Após a abertura da empresa, que</p><p>recebeu o nome de Estilo, o contador acompanhou de perto as transações da</p><p>empresa, sempre orientando João no que ele precisava.</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>Como ainda estamos registrando os fatos contábeis, ou seja, ainda não fechamos</p><p>um período, não sabemos se o resultado será de lucro ou prejuízo, por isso, uti-</p><p>lizaremos a conta lucro/prejuízos acumulados.</p><p>A empresa Fato a Fato Ltda. foi constituída no dia 01 de setembro de 2011.</p><p>Nesse primeiro mês, ocorreram os seguintes fatos:</p><p>Fato 01:</p><p>01/09/2011: subscrição do Capital Social no valor de R $800.000,00.</p><p>Fato 02:</p><p>02/09/2011: integralização de 60% do capital subscrito da seguinte maneira: R</p><p>$30.000,00 em dinheiro, R $260.000,00 em depósito bancário na conta corrente</p><p>da empresa e R $190.000,00 em mesas, cadeiras, armários e outros móveis.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>6</p><p>7</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>Fato 03:</p><p>02/09/2011: compra de computadores, câmeras de segurança e aparelhos de</p><p>ar-condicionado à vista no valor de R $80.000,00. O pagamento foi feito por</p><p>meio de transferência bancária.</p><p>Fato 04:</p><p>05/09/2011: compra de calçados a prazo no valor de R $200.000,00, a vencer em</p><p>30 dias.</p><p>Fato 05:</p><p>06/09/2011: compra de calçados à vista no valor de R $50.000,00. O pagamento</p><p>foi feito por meio de transferência bancária.</p><p>Fato 06:</p><p>10/09/2011: compra de um veículo no valor de R $32.400,00 por meio de um</p><p>financiamento que será pago em 36 parcelas mensais de R $900,00, sendo que</p><p>16 parcelas vencem no curto prazo e 20 no longo prazo.</p><p>Fato 07:</p><p>10/09/2011: pagamento de aluguel referente ao mês de setembro no valor de R</p><p>$5.000,00. O pagamento foi efetuado em dinheiro.</p><p>Fato 08:</p><p>12/09/2011: venda de calçados à vista no valor de R $150.000,00, recebidos em</p><p>dinheiro. O custo dos calçados que saíram do estoque foi de R $70.000,00.</p><p>Fato 09:</p><p>12/09/2011: depósito de dinheiro na conta corrente bancária no valor de R</p><p>$125.000,00.</p><p>Fato 10:</p><p>15/09/2011: venda de calçados a prazo no valor de R $200.000,00. O custo dos</p><p>calçados que saíram do estoque foi de R $95.000,00.</p><p>Fato 11:</p><p>16/09/2011: integralização de 25% do capital subscrito por meio da aquisição de</p><p>calçados.</p><p>Fato 12:</p><p>20/09/2011: pagamento da primeira parcela do financiamento em dinheiro.</p><p>1</p><p>6</p><p>8</p><p>Fato 13:</p><p>21/09/2011: pagamento da dívida com fornecedores por meio de transferência</p><p>bancária. Como o pagamento foi realizado antes do vencimento, o fornecedor</p><p>concede 10% de desconto.</p><p>Fato 14:</p><p>25/09/2011: recebimento de clientes no valor de R $90.000,00, sendo R</p><p>$18.000,00 em dinheiro e o restante por meio de transferência bancária.</p><p>Fato 15:</p><p>28/09/2011: compra de calçados no montante de R $120.000,00, sendo que R</p><p>$40.000,00 foram pagos à vista por meio de transferência bancária e o restante</p><p>ficou para pagamento em 30 dias.</p><p>Fato 16:</p><p>30/09/2011: reconhecimento da despesa com salário do mês de setembro no</p><p>valor de R $15.000,00, o qual será pago no mês de outubro.</p><p>Fato 17:</p><p>30/09/2011: reconhecimento da despesa com depreciação dos ativos imobiliza-</p><p>dos no montante de R $4.000,00.</p><p>A saída de dinheiro decorrente do pagamento do aluguel deve ser registrada na</p><p>conta caixa.</p><p>Registro:</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL (EM R$)</p><p>ATIVO PASSIVO</p><p>Ativo circulante Passivo circulante</p><p>Caixa 25.000,00 Fornecedores 200.000,00</p><p>Banco A 130.000,00</p><p>Financiamentos a</p><p>pagar</p><p>14.400,00</p><p>Mercadorias 250.000,00 Passivo não circulante</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>6</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>Ativo não circulante</p><p>Financiamentos a</p><p>pagar</p><p>18.000,00</p><p>Móveis e utensílios 190.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO</p><p>Máquinas e</p><p>equipamentos</p><p>80.000,00 Capital subscrito 800.000,00</p><p>Veículo 2.400,00</p><p>(-) Capital a</p><p>integralizar</p><p>(320.000,00)</p><p>Lucros/prejuízos</p><p>acumulados</p><p>(5.000,00)</p><p>TOTAL: 707 400,00 TOTAL: 707 400,00</p><p>Quadro 1 - Balanço decorrente do Fato 07 / Fonte: a autora.</p><p>A despesa diminui o saldo de recursos decorrentes do capital próprio (PL), fa-</p><p>zendo com que o saldo do balanço diminua para R $707.400,00.</p><p>Fato 08: 12/09/20X1</p><p>Identificação: venda de calçados à vista no valor de R $150.000,00, recebidos</p><p>em dinheiro. O custo dos calçados que saíram do estoque foi de R $70.000,00.</p><p>Interpretação: a venda, na verdade, envolve dois registros: um referente à ven-</p><p>da em si e outro referente à baixa do estoque. Isso porque essas duas operações</p><p>possuem valores distintos. Imagine que você é um(a) revendedor(a) de roupas: se</p><p>você comprar uma calça por R $70,00 e vendê-la por R $70,00, você não ganhará</p><p>nada, não é mesmo?! É por isso que o valor da venda é um e o valor da mercadoria</p><p>que sai do estoque é outro. Assim, no primeiro registro, como foi uma venda à</p><p>vista recebida em dinheiro, haverá aumento do caixa, esse aumento corresponde</p><p>à receita de venda. No segundo registro, deve-se reconhecer a diminuição do</p><p>estoque, que, no caso, corresponde a uma despesa.</p><p>Contas contábeis: o aumento de dinheiro deve ser registrado na conta caixa</p><p>e a geração de receita decorrente da venda deve ser registrada na conta receita de</p><p>vendas (resultado). A saída de calçados do estoque deve ser registrada na conta</p><p>mercadorias, e a geração de despesa decorrente desse sacrifício deve ser registrada</p><p>na conta custo das mercadorias vendidas (resultado).</p><p>1</p><p>7</p><p>1</p><p>ELEMENTO</p><p>a Contabilidade como</p><p>Ciência, não se preocupando com</p><p>as necessidades informativas dos</p><p>usuários.</p><p>Preocupação com o aspecto</p><p>informacional da Contabilidade.</p><p>Foco na Contabilidade Financeira.</p><p>Desenvolvimento da Contabilidade de</p><p>Custos.</p><p>Baixo desenvolvimento na área de</p><p>Auditoria.</p><p>Criação dos Princípios de Contabilidade.</p><p>Ênfase ao desenvolvimento teórico</p><p>das contas.</p><p>Ênfase ao desenvolvimento na área de</p><p>Auditoria.</p><p>Quadro 1 - Aspectos relevantes sobre as escolas de Contabilidade / Fonte: adaptado de Favero et al. (2011).</p><p>É justamente por acompanhar o desenvolvimento econômico e social que, há</p><p>alguns anos, passamos por uma revolução na área: a Contabilidade Interna-</p><p>cional. Com o mundo globalizado, em que se tornou comum empresas reali-</p><p>zarem transações comerciais com diferentes países, tornou-se necessário falar</p><p>uma mesma língua, pelo menos, no que se refere às informações contábeis.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>3</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>Por ser uma ciência social, a Contabilidade é fortemente influenciada pelo</p><p>ambiente em que atua. Assim, as diferenças históricas, os valores culturais e</p><p>as estruturas políticas, legais e econômicas de cada país acabam refletindo nas</p><p>práticas contábeis em vigor. Normalmente, os princípios e as práticas adotados</p><p>na Contabilidade podem ser diferentes de um país para outro. Em alguns países,</p><p>como é o caso do Brasil, a Contabilidade é influenciada pela exigência legal; em</p><p>outros, pelo consenso de órgãos profissionais de classe, como é o caso dos Estados</p><p>Unidos (NIYAMA; SILVA, 2013, p. 31–32).</p><p>É por isso que, de acordo com Niyama e Silva (2013), o crescimento do comér-</p><p>cio globalizado provocou a necessidade de padrões internacionais de Contabilidade.</p><p>Assim, o International Accounting Standards Board (Iasb), que é um órgão priva-</p><p>do formado por um Conselho de Membros constituído por representantes de mais</p><p>de 140 entidades de classe de todo o mundo, inclusive, o Brasil — representado pelo</p><p>Ibracon e pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) —, edita os chamados IFRS</p><p>(International Financial Reporting Standards), conhecidos, aqui, como Normas Inter-</p><p>nacionais de Contabilidade.As Normas Internacionais de Contabilidade têm como</p><p>objetivo reduzir as diferenças entre os procedimentos e as normas contábeis adotadas</p><p>nos diferentes países e começaram a ser publicadas em 1975. O Brasil passou a adotar as</p><p>Normas Internacionais em 2007, com a promulgação da Lei nº 11.638 (BRASIL, 2007).</p><p>Acredito que você e o João já tenham percebido que o desenvolvimento da</p><p>Contabilidade está intimamente ligado com o desenvolvimento econômico,</p><p>social e cultural. De acordo com Hendriksen e Breda (2012), o mundo, como o</p><p>conhecemos hoje, é decorrente da criação da Contabilidade por Partidas Do-</p><p>bradas, pois ela criou a base para o desenvolvimento do capitalismo privado.</p><p>PENSANDO JUNTOS</p><p>“Na verdade, o desenvolvimento inicial do método contábil esteve intimamente</p><p>associado ao surgimento do Capitalismo, como forma quantitativa de mensurar</p><p>os acréscimos ou decréscimos dos investimentos iniciais alocados a alguma ex-</p><p>ploração comercial ou industrial. Não é menos verdade, todavia, que a economia</p><p>de mercado e seu florescer foram, por sua vez, fortemente amparados pelo sur-</p><p>gimento e aperfeiçoamento das partidas dobradas, o que equivale a dizer que se</p><p>verificou uma interação entre os dois fenômenos.” (IUDÍCIBUS et al., 2019, p. 1).</p><p>1</p><p>4</p><p>Isso nos permite dizer que as empresas são tão importantes para a Contabilida-</p><p>de quanto a Contabilidade é importante para as empresas. As empresas represen-</p><p>tam o maior consumidor de serviços contábeis, seja para fins legais, tributários ou</p><p>gerenciais. Por outro lado, se não fosse a Contabilidade, as empresas não teriam uma</p><p>base informacional confiável para auxiliar a sua gestão (FRAGALLI; SILVA, 2021).</p><p>De qualquer forma, os registros contábeis, muito mais do que medir e</p><p>controlar riqueza, são uma importante base de dados. Sobre isso, Hendriksen</p><p>e Breda relatam que:</p><p>“ “A história da contabilidade é a história da nossa era; de muitas</p><p>formas, a própria contabilidade conta essa história, pois os regis-</p><p>tros contábeis fazem parte da matéria-prima dos historiadores.</p><p>Aprendemos muito a respeito de homens como Isaac Newton e</p><p>John Wesley graças aos livros contábeis que mantiveram. Como</p><p>disse a novelista Josephine Tey, ‘a verdade não está nas histórias, mas</p><p>nos livros de contabilidade.” (HENDRIKSEN; BREDA, 2012, p. 39).</p><p>Isso demonstra que os registros e as demonstrações contábeis não são ape- nas para</p><p>atender às exigências legais, mas, também,“representam um retrato da realidade</p><p>patrimonial de empresas e/ou pessoas fornecendo informações importantes tanto</p><p>para gestores e governo, quanto para a sociedade” (FRAGALLI; SILVA, 2021, p. 16).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>Aluno(a), conheça, nessa linha do tempo de 4.000 a.C. até 2007 d.C., a evolução</p><p>da Contabilidade.</p><p>ENTRE 4.000 E 2.000 ANOS A.C.</p><p>Contabilidade rudimentar ao inventariar instrumentos de caça, de pesca etc.</p><p>SÉC. XIII E XIV</p><p>Surgimento gradativo da escrituração por partidas dobradas em cidades italianas</p><p>que representavam o que havia de mais avançado na época em termos de em-</p><p>preendimentos comerciais e industriais incipientes.</p><p>SÉC. XV</p><p>Publicação do método das partidas dobradas pelo Frei Luca Pacioli. Mesmo não</p><p>tendo criado o método, Pacioli ficou conhecido como o pai da contabilidade.</p><p>ENTRE O SÉC. XIII E INÍCIO DO SÉC. XX</p><p>Destaque da escola italiana/européia de contabilidade.</p><p>Teoria da Contabilidade</p><p>Editora: Atlas</p><p>Autor: Eldon S. Hendriksen e Michael F. Van Breda</p><p>Sinopse: neste livro, emprega-se um referencial genérico</p><p>para avaliar áreas da teoria e da prática da Contabilidade</p><p>Financeira em três níveis básicos: o nível estrutural, o de in-</p><p>terpretação semântica e o pragmático. Nessas avaliações,</p><p>deu-se ênfase aos enfoques indutivo-dedutivo e à Teoria de</p><p>Mercado de Capitais.</p><p>Em alguns casos, os autores expõem suas opiniões e apre-</p><p>sentam evidências baseadas na lógica e em resultados</p><p>empíricos, quando disponíveis.</p><p>INDICAÇÃO DE LIVRO</p><p>1</p><p>6</p><p>A PARTIR DO SÉC. XX</p><p>Destaque da escola norte-americana de contabilidade.</p><p>A PARTIR DE 1975</p><p>Publicação das Normas internacionais de contabilidade visando uma mesma</p><p>linguagem contábil entre diferentes países.</p><p>2007</p><p>O Brasil adota as normas internacionais de contabilidade com a promulgação da</p><p>Lei nº 11.638/07.</p><p>Os mecanismos contábeis de registro, controle e evidenciação da situação finan-</p><p>ceira, patrimonial e econômica da entidade são desenvolvidos por meio de estudos</p><p>científicos. Assim, podemos afirmar que Contabilidade é uma Ciência. De acordo</p><p>com Franco (1989), a Ciência Contábil ou a Contabilidade é uma Ciência Social</p><p>que estuda os fenômenos no patrimônio das entidades, mediante registro, clas-</p><p>sificação, demonstração, análise e interpretação dos fatos contábeis, objetivando</p><p>oferecer informações e orientações para o auxílio na tomada de decisões. Embora</p><p>a Contabilidade utilize números, ela não é considerada uma Ciência Exata, como</p><p>a Matemática ou a Estatística. Como foi dito por Franco (1989), ela é uma Ciência</p><p>Social, pois estuda aspectos importantes relacionados a uma sociedade, na verdade,</p><p>ela busca mecanismos para avaliar e evidenciar as ações de uma entidade da melhor</p><p>forma possível,buscando fazer com que os relatórios sejam fiéis à realidade.</p><p>A Contabilidade, na qualidade de Ciência Social Aplicada, com metodologia</p><p>especialmente concebida para captar, registrar, acumular, resumir e interpretar</p><p>os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas</p><p>de qualquer ente, seja este pessoa física, entidade de finalidade não lucrativas,</p><p>empresa, seja mesmo pessoa de Direito Público, tais como Estado, Município,</p><p>União, Autarquia etc., tem um campo de atuação muito amplo.</p><p>Fonte: Iudícibus et al. (2019, p. 1).</p><p>ZOOM NO CONHECIMENTO</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>7</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>Para entender o papel</p><p>da Contabilidade, pre-</p><p>cisamos conhecer seu</p><p>OBJETO, seu OBJETI-</p><p>VO e os USUÁRIOS</p><p>CONTA CONTÁBIL VALOR (EM R$)</p><p>Receita Receita de vendas 150.000,00</p><p>Despesa</p><p>Custo das mercadorias</p><p>vendidas</p><p>(70.000,00)</p><p>Despesa Aluguel de imóveis (5.000,00)</p><p>Resultado</p><p>Lucros/prejuízos acu-</p><p>mulados</p><p>75 000,00</p><p>Quadro 2- Quadro auxiliar do Fato 08 / Fonte: a autora.</p><p>Após a venda, o novo resultado deve ser registrado na conta lucros/prejuízos</p><p>acumulados.</p><p>Registro:</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL (EM R$)</p><p>ATIVO PASSIVO</p><p>Ativo circulante Passivo circulante</p><p>Caixa 175.000,00 Fornecedores 200.000,00</p><p>Banco A 130.000,00</p><p>Financiamentos a</p><p>pagar</p><p>14.400,00</p><p>Mercadorias 180.000,00 Passivo não circulante</p><p>Ativo não circulante</p><p>Financiamentos a</p><p>pagar</p><p>18.000,00</p><p>Móveis e utensílios 190.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO</p><p>Máquinas e</p><p>equipamentos</p><p>80.000,00 Capital subscrito 800.000,00</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>7</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>Veículo 32.400,00 (-) Capital a integralizar (320.000,00)</p><p>Lucros/prejuízos</p><p>acumulados</p><p>75.000,00</p><p>TOTAL: 787 400,00 TOTAL: 787 400,00</p><p>Quadro 3- Balanço decorrente do Fato 08 / Fonte: a autora.</p><p>Mesmo após deduzir as despesas — aluguel e custo das mercadorias vendidas</p><p>—, a receita de vendas gerou aumento de recursos decorrentes do capital próprio</p><p>(PL), aumentando o saldo do balanço para R $787.400,00.</p><p>Fato 09: 12/09/20X1</p><p>Identificação: depósito de dinheiro na conta corrente bancária no valor de</p><p>R $125.000,00.</p><p>Interpretação: o depósito provoca a saída de dinheiro da empresa e o aumento</p><p>do saldo da conta corrente bancária da empresa.</p><p>Contas contábeis: a diminuição de dinheiro deve ser registrada na conta caixa</p><p>e o aumento na conta corrente deve ser registrado na conta banco A. Registro:</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL (EM R$)</p><p>ATIVO PASSIVO</p><p>Ativo circulante Passivo circulante</p><p>Caixa 50.000,00 Fornecedores 200.000,00</p><p>Banco A 255.000,00</p><p>Financiamentos a</p><p>pagar</p><p>14.400,00</p><p>Mercadorias 180.000,00</p><p>Passivo não</p><p>circulante</p><p>Ativo não circulante</p><p>Financiamentos a</p><p>pagar</p><p>18.000,00</p><p>1</p><p>7</p><p>1</p><p>Móveis e utensílios 190.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO</p><p>Máquinas e</p><p>equipamentos</p><p>80.000,00 Capital subscrito 800.000,00</p><p>Veículo 32.400,00</p><p>(-) Capital a</p><p>integralizar</p><p>(320.000,00)</p><p>Lucros/prejuízos</p><p>acumulados</p><p>75.000,00</p><p>TOTAL: 787 400,00 TOTAL: 787 400,00</p><p>Quadro 4- Balanço decorrente do Fato 09 / Fonte: a autora.</p><p>O saldo do balanço se manteve inalterado, pois não houve aumento nem dimi-</p><p>nuição nas fontes de recursos, tanto nas decorrentes de capital próprio como de</p><p>capital de terceiros.</p><p>Fato 10: 15/09/20X1</p><p>Identificação: venda de calçados a prazo no valor de R $200.000,00. O custo</p><p>dos calçados que saíram do estoque foi de R $95.000,00.</p><p>Interpretação: conforme dito anteriormente, a venda gera dois registros. No</p><p>registro da venda, como foi a prazo, surgirá o direito de receber do cliente, esse</p><p>direito corresponde à receita de venda. No registro da baixa do estoque, deve-se</p><p>reconhecer a saída de mercadorias, que, no caso, corresponde a uma despesa.</p><p>Contas contábeis: o aumento/surgi-</p><p>mento do direito de receber do cliente</p><p>deve ser registrado na conta duplicatas a</p><p>receber, e a geração de receita decorren-</p><p>te da venda deve ser registrada na conta</p><p>receita de vendas (resultado). A saída de</p><p>calçados do estoque deve ser registrada</p><p>na conta mercadorias, e a geração de des-</p><p>pesa decorrente desse sacrifício deve ser</p><p>registrada na conta custo das mercado-</p><p>rias vendidas (resultado).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>7</p><p>3</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>ELEMENTO CONTA CONTÁBIL VALOR (EM R$)</p><p>Receita Receita de vendas 350.000,00</p><p>Despesa</p><p>Custo das mercadorias</p><p>vendidas</p><p>(165.000,00)</p><p>Despesa Aluguel de imóveis (5.000,00)</p><p>Resultado</p><p>Lucros/prejuízos</p><p>acumulados</p><p>180 000,00</p><p>Quadro 5- Quadro auxiliar do Fato 10 / Fonte: a autora.</p><p>Após a venda, o novo resultado deve ser registrado na conta lucros/prejuízos</p><p>acumulados.</p><p>Registro:</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL (EM R$)</p><p>ATIVO PASSIVO</p><p>Ativo circulante Passivo circulante</p><p>Caixa 50.000,00 Fornecedores 200.000,00</p><p>Banco A 55.000,00</p><p>Financiamentos a</p><p>pagar</p><p>14.400,00</p><p>Duplicatas a</p><p>receber</p><p>200.000,00 Passivo não circulante</p><p>Mercadorias 85.000,00</p><p>Financiamentos a</p><p>pagar</p><p>18.000,00</p><p>Ativo não circulante PATRIMÔNIO LÍQUIDO</p><p>Móveis E utensílios 90.000,00 Capital subscrito 800.000,00</p><p>1</p><p>7</p><p>4</p><p>Máquinas e</p><p>equipamentos</p><p>80.000,00 (-) Capital a integralizar (320.000,00)</p><p>Veículo 32.400,00</p><p>Lucros/prejuízos</p><p>acumulados</p><p>180.000,00</p><p>TOTAL: 892 400,00 TOTAL: 892 400,00</p><p>Quadro 6- Balanço decorrente do Fato 10 / Fonte: a autora.</p><p>Após essa venda, novamente, houve aumento na fonte de recursos próprios (PL),</p><p>aumentando o saldo do balanço para R $892.400,00.</p><p>Fato 11: 16/09/20X1</p><p>Identificação: integralização de 25% do capital subscrito por meio da aqui-</p><p>sição de calçados.</p><p>Interpretação: a nova integralização provocou aumento no estoque de calça-</p><p>dos e a diminuição da dívida dos sócios com a empresa. 25% do capital subscrito</p><p>corresponde a R $200.000,00.</p><p>Contas contábeis: o aumento do estoque deve ser registrado na conta mercadorias</p><p>e diminuição da dívida dos sócios deve ser registrada na conta capital a integralizar.</p><p>Registro:</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL (EM R$)</p><p>ATIVO PASSIVO</p><p>Ativo circulante Passivo circulante</p><p>Caixa 50.000,00 Fornecedores 200.000,00</p><p>Banco A 255.000,00</p><p>Financiamentos</p><p>a pagar</p><p>14.400,00</p><p>Duplicatas a receber 200.000,00 Passivo não circulante</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>7</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>Mercadorias 285.000,00</p><p>Financiamentos</p><p>a pagar</p><p>18.000,00</p><p>Ativo não circulante PATRIMÔNIO LÍQUIDO</p><p>Móveis e utensílios 190.000,00 Capital subscrito 800.000,00</p><p>Máquinas e</p><p>equipamentos</p><p>80.000,00</p><p>(-) Capital a</p><p>integralizar</p><p>(120.000,00)</p><p>Veículo 32.400,00</p><p>Lucros/Prejuízos</p><p>acumulados</p><p>180.000,00</p><p>TOTAL: 1 092 400,00 TOTAL: 1 092 400,00</p><p>Quadro 7- Balanço decorrente do Fato 11 / Fonte: a autora.</p><p>O capital investido pelos sócios é uma fonte de recurso próprio, por isso, o saldo</p><p>do balanço aumentou para R $1.092.400,00.</p><p>Fato 12: 20/09/20X1</p><p>Identificação: pagamento da primeira parcela do financiamento em dinheiro.</p><p>Interpretação: o pagamento provocou a saída de dinheiro da empresa, mas, Em</p><p>contrapartida, houve a diminuição do saldo da dívida do financiamento.</p><p>Contas contábeis: a diminuição de dinheiro deve ser registrada na conta caixa</p><p>e a diminuição da dívida deve ser registrada na conta de financiamentos a pagar</p><p>do passivo circulante.</p><p>Registro:</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL (EM R$)</p><p>ATIVO PASSIVO</p><p>Ativo circulante Passivo circulante</p><p>Caixa 49.100,00 Fornecedores 200.000,00</p><p>1</p><p>7</p><p>6</p><p>Banco A 255.000,00</p><p>Financiamentos a</p><p>pagar</p><p>13.500,00</p><p>Duplicatas a receber 200.000,00 Passivo não circulante</p><p>Mercadorias 285.000,00</p><p>Financiamentos a</p><p>pagar</p><p>18.000,00</p><p>Ativo não circulante PATRIMÔNIO LÍQUIDO</p><p>Móveis e utensílios 190.000,00 Capital subscrito 800.000,00</p><p>Máquinas e</p><p>equipamentos</p><p>80.000,00</p><p>(-) Capital a</p><p>integralizar</p><p>(120.000,00)</p><p>Veículo 32.400,00</p><p>Lucros/prejuízos</p><p>acumulados</p><p>180.000,00</p><p>TOTAL: 1 091 500,00 TOTAL: 1 091 500,00</p><p>Quadro 8- Balanço decorrente do Fato 12 / Fonte: a autora.</p><p>Ao pagar a parcela do financiamento, a empresa está devolvendo o recurso obtido</p><p>por meio de terceiros, o que provocou a diminuição do saldo do balanço.</p><p>Fato 13: 21/09/20X1</p><p>Identificação: pagamento da dívida com fornecedores por meio de transferên-</p><p>cia bancária. Como o pagamento foi realizado antes do vencimento, o fornecedor</p><p>concedeu 10% de desconto.</p><p>Interpretação: o pagamento provoca a diminuição da dívida com fornecedo-</p><p>res, que, no caso, é de R $200.000,00, e a diminuição do saldo da conta corrente</p><p>em R $180.000,00. A diferença de R $20.000,00 se refere ao desconto concedido</p><p>pelo fornecedor, o qual representa uma receita para a empresa.</p><p>Contas contábeis: a diminuição da conta corrente deve ser registrada na conta</p><p>banco A, a diminuição da dívida deve ser registrada na conta fornecedores e a</p><p>receita gerada pelo desconto deve ser registrada na conta descontos financeiros</p><p>obtidos (resultado).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>7</p><p>7</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>ELEMENTO CONTA CONTÁBIL VALOR (EM R$)</p><p>Receita Receita de vendas 350.000,00</p><p>Despesa</p><p>Custo das mercadorias</p><p>vendidas</p><p>(165.000,00)</p><p>Despesa Aluguel de imóveis (5.000,00)</p><p>Receita</p><p>Descontos</p><p>financeiros</p><p>obtidos</p><p>20.000,00</p><p>Resultado</p><p>Lucros/prejuízos</p><p>acumulados</p><p>200 000,00</p><p>Quadro 9 - Quadro auxiliar do Fato 13 / Fonte: a autora.</p><p>Após a quitação da dívida com fornecedores e obtenção do desconto, o novo</p><p>resultado deve ser registrado na conta lucros/prejuízos acumulados.</p><p>Registro:</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL (EM R$)</p><p>ATIVO PASSIVO</p><p>Ativo circulante Passivo circulante</p><p>Caixa 49.100,00</p><p>Financiamentos a</p><p>pagar</p><p>13.500,00</p><p>Banco A 75.000,00 Passivo não circulante</p><p>Duplicatas a receber 200.000,00</p><p>Financiamentos a</p><p>pagar</p><p>18.000,00</p><p>Mercadorias 285.000,00</p><p>1</p><p>7</p><p>8</p><p>Ativo não circulante PATRIMÔNIO LÍQUIDO</p><p>Móveis e utensílios 190.000,00 Capital subscrito 800.000,00</p><p>Máquinas e</p><p>equipamentos</p><p>80.000,00</p><p>(-) Capital a</p><p>integralizar</p><p>(120.000,00)</p><p>Veículo 32.400,00</p><p>Lucros/prejuízos</p><p>acumulados</p><p>200.000,00</p><p>TOTAL: 911 500,00 TOTAL: 911 500,00</p><p>Quadro 10- Balanço decorrente do Fato 13 / Fonte: a autora.</p><p>Mesmo com o desconto, o pagamento de fornecedores representou a devolução</p><p>de recursos decorrentes de capital de terceiros, assim o saldo do balanço diminuiu</p><p>para R $911.500,00.</p><p>Fato 14: 25/09/20X1</p><p>Identificação: Recebimento de clientes no valor de R $90.000,00, sendo R</p><p>$18.000,00 em dinheiro e o restante por meio de transferência bancária.</p><p>Interpretação: o recebimento provocou aumento de R $18.000,00 em dinhei-</p><p>ro e R $72.000,00 na conta corrente. Em contrapartida, houve a diminuição do</p><p>direito de receber do cliente.</p><p>Contas contábeis: o aumento de dinheiro deve ser registrado na conta caixa, o</p><p>aumento da conta corrente deve ser registrado na conta banco A e a diminuição</p><p>do direito deve ser registrada na conta duplicatas a receber.</p><p>Registro:</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL (EM R$)</p><p>ATIVO PASSIVO</p><p>Ativo circulante Passivo circulante</p><p>Caixa 67.100,00</p><p>Financiamentos a</p><p>pagar</p><p>13.500,00</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>7</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>Banco A 147.000,00</p><p>Passivo não</p><p>circulante</p><p>Duplicatas a receber 110.000,00</p><p>Financiamentos a</p><p>pagar</p><p>18.000,00</p><p>Mercadorias 285.000,00</p><p>Ativo não circulante PATRIMÔNIO LÍQUIDO</p><p>Móveis e utensílios 190.000,00 Capital subscrito 800.000,00</p><p>Máquinas e</p><p>equipamentos</p><p>80.000,00</p><p>(-) Capital a</p><p>integralizar</p><p>(120.000,00)</p><p>Veículo 32.400,00</p><p>Lucros/prejuízos</p><p>acumulados</p><p>200.000,00</p><p>TOTAL: 911 500,00 TOTAL: 11 500,00</p><p>Quadro 11- Balanço decorrente do Fato 14 / Fonte: a autora.</p><p>Após o registro desse fato, o balanço permaneceu inalterado, pois houve apenas</p><p>a transformação de um recurso — o direito de receber — em outro — dinheiro</p><p>no caixa e na conta corrente.</p><p>Fato 15: 28/09/20X1</p><p>Identificação: compra de calçados no montante de R $120.000,00, sendo que</p><p>R $40.000,00 foram pagos à vista por meio de transferência bancária e o restante</p><p>ficou para pagamento em 30 dias.</p><p>Interpretação: a compra de calçados aumentou os bens da empresa. Por outro</p><p>lado, essa compra provocou mais duas movimentações, diminuição no saldo da</p><p>conta corrente e aumento da dívida com fornecedores.</p><p>Contas contábeis: o aumento do estoque é registrado na conta mercadorias,</p><p>a diminuição da conta corrente é registrada na conta banco A e a dívida gerada</p><p>é registrada na conta fornecedores.</p><p>Registro:</p><p>1</p><p>8</p><p>1</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL (EM R$)</p><p>ATIVO PASSIVO</p><p>Ativo circulante Passivo circulante</p><p>Caixa 67.100,00 Fornecedores 80.000,00</p><p>Banco A 107.000,00</p><p>Financiamentos a</p><p>pagar</p><p>13.500,00</p><p>Duplicatas a receber 110.000,00 Passivo não circulante</p><p>Mercadorias 405.000,00</p><p>Financiamentos a</p><p>pagar</p><p>18.000,00</p><p>Ativo não circulante PATRIMÔNIO LÍQUIDO</p><p>Móveis e utensílios 190.000,00 Capital subscrito 800.000,00</p><p>Máquinas e</p><p>equipamentos</p><p>80.000,00</p><p>(-) Capital a</p><p>integralizar</p><p>(120.000,00)</p><p>Veículo 32.400,00</p><p>Lucros/Prejuízos</p><p>acumulados</p><p>200.000,00</p><p>TOTAL: 991 500,00 TOTAL: 991 500,00</p><p>Quadro 12- Balanço decorrente do Fato 15 / Fonte: a autora.</p><p>O saldo do balanço aumentou, pois parte da compra foi a prazo, o que provocou</p><p>a captação de recursos de terceiros.</p><p>Fato 16: 30/09/20X1</p><p>Identificação: reconhecimento da despesa com salário do mês de setembro</p><p>no valor de R $15.000,00, o qual será pago no mês de outubro.</p><p>Interpretação: o salário dos funcionários é uma despesa para a empresa e,</p><p>como tal, deve ser registrada no período em que foi gerada. Assim, por mais que</p><p>o pagamento ocorra em outubro, a despesa com salário deve ser reconhecida</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>8</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>no mês de setembro. Em contrapartida ao reconhecimento da despesa, surge a</p><p>obrigação de pagar o salário.</p><p>Contas contábeis: a despesa deve ser registrada na conta salários e ordenados</p><p>(resultado) e a obrigação na conta salários a pagar.</p><p>ELEMENTO CONTA CONTÁBIL VALOR (EM R$)</p><p>Receita Receita de vendas 350.000,00</p><p>Despesa</p><p>Custo das mercadorias</p><p>vendidas</p><p>(165.000,00)</p><p>Despesa Salários e ordenados (15.000,00)</p><p>Despesa Aluguel de imóveis (5.000,00)</p><p>Receita</p><p>Descontos financeiros</p><p>obtidos</p><p>20.000,00</p><p>Resultado</p><p>Lucros/prejuízos</p><p>acumulados</p><p>185 000,00</p><p>Quadro 13 - Quadro auxiliar do Fato 16 / Fonte: a autora.</p><p>Após o reconhecimento da despesa com salário, o novo resultado deve ser regis-</p><p>trado na conta lucros/prejuízos acumulados.</p><p>Registro:</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL (EM R$)</p><p>ATIVO PASSIVO</p><p>Ativo circulante Passivo circulante</p><p>Caixa 67.100,00 Fornecedores 80.000,00</p><p>Banco A 107.000,00 Salários a pagar 15.000,00</p><p>1</p><p>8</p><p>1</p><p>Duplicatas a receber 110.000,00</p><p>Financiamentos</p><p>a pagar</p><p>13.500,00</p><p>Mercadorias 405.000,00 Passivo não circulante</p><p>Ativo não circulante</p><p>Financiamentos</p><p>a pagar</p><p>18.000,00</p><p>Móveis e utensílios 190.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO</p><p>Máquinas e equipamentos 80.000,00 Capital subscrito 800.000,00</p><p>Veículo 32.400,00</p><p>(-) Capital a inte-</p><p>gralizar</p><p>(120.000,00)</p><p>Lucros/Prejuízos</p><p>acumulados</p><p>185.000,00</p><p>TOTAL: 991 500,00 TOTAL: 991 500,00</p><p>Quadro 14 - Balanço decorrente do Fato 16 / Fonte: a autora.</p><p>Como a despesa com salário ainda não foi paga, o saldo do balanço não foi alterado.</p><p>Fato 17: 30/09/20X1</p><p>Identificação: reconhecimento da despesa com depreciação dos ativos imo-</p><p>bilizados no montante de R $4.000,00.</p><p>Interpretação: a depreciação corresponde ao desgaste do bem imobilizado em</p><p>função do uso, o que provoca a diminuição de seu valor, contudo essa diminuição</p><p>não é registrada diretamente na conta contábil, que representa o imobilizado</p><p>para que o usuário consiga identificar o valor do bem e quanto já foi depreciado.</p><p>Como o bem perde valor, gera-se uma despesa para a empresa.</p><p>Contas contábeis: para evidenciar a diminuição do valor do bem, utiliza-se a</p><p>conta depreciação acumulada, que é uma conta redutora (negativa) do ativo; ao</p><p>confrontar o valor dos imobilizados com a depreciação acumulada, encontra-se</p><p>o valor contábil do bem. O correto é registrar separadamente o valor da deprecia-</p><p>ção de cada bem, mas, nesse exemplo, registramos o valor total. A despesa gerada</p><p>deve ser registrada na conta depreciação e amortização (resultado).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>8</p><p>3</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>ELEMENTO CONTA CONTÁBIL VALOR (EM R$)</p><p>Receita Receita de vendas 350.000,00</p><p>Despesa</p><p>Custo das mercadorias</p><p>vendidas</p><p>(165.000,00)</p><p>Despesa ordenados (15.000,00)</p><p>Despesa Aluguel de imóveis (5.000,00)</p><p>Despesa</p><p>Depreciação e</p><p>amortização</p><p>(4.000,00)</p><p>Receita</p><p>Descontos financeiros</p><p>obtidos</p><p>20.000,00</p><p>Resultado</p><p>Lucros/prejuízos</p><p>acumulados</p><p>181 000,00</p><p>Quadro 15 - Quadro auxiliar do Fato 17 / Fonte: a autora.</p><p>Após o reconhecimento da despesa com depreciação, o novo resultado deve ser</p><p>registrado na conta lucros/prejuízos acumulados.</p><p>Registro:</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL (EM R$)</p><p>ATIVO PASSIVO</p><p>Ativo circulante Passivo circulante</p><p>Caixa 67.100,00 Fornecedores 80.000,00</p><p>Banco A 107.000,00 Salários a pagar 15.000,00</p><p>1</p><p>8</p><p>4</p><p>Duplicatas a receber 110.000,00</p><p>Financiamentos a</p><p>pagar</p><p>13.500,00</p><p>Mercadorias 405.000,00 Passivo não circulante</p><p>Ativo não circulante</p><p>Financiamentos a</p><p>pagar</p><p>18.000,00</p><p>Móveis e utensílios 190.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO</p><p>Máquinas e</p><p>equipamentos</p><p>80.000,00 Capital subscrito 800.000,00</p><p>Veículo 32.400,00</p><p>(-) Capital a</p><p>integralizar</p><p>(120.000,00)</p><p>(-) Depreciação</p><p>acumulada</p><p>(4.000,00)</p><p>Lucros/Prejuízos</p><p>acumulados</p><p>181.000,00</p><p>TOTAL: 987 500,00 TOTAL:</p><p>987 500,00</p><p>Quadro 16 - Balanço decorrente do Fato 17 / Fonte: a autora.</p><p>A despesa com depreciação diminuiu o valor do patrimônio líquido, que repre-</p><p>senta a fonte de recursos decorrentes de capital próprio. Com isso, o saldo do</p><p>balanço diminuiu, totalizando R $987.500,00.</p><p>Pela metodologia dos balanços sucessivos, elaboramos um balanço após</p><p>cada fato contábil, atualizando as alterações provocadas. No entanto, na prática,</p><p>a Contabilidade registra os fatos por meio dos lançamentos em débito e crédito</p><p>e, ao final do período, apura o saldo das contas e elabora o balanço patrimonial</p><p>e a DRE. O balanço patrimonial do final do mês de setembro da empresa Fato</p><p>a Fato Ltda. seria exatamente esse apresentado após o registro do Fato 17, já a</p><p>DRE precisa ser estruturada considerando as contas de resultado apresentadas</p><p>nos quadros auxiliares, conforme apresentado a seguir:</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>8</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DA EMPRESA FATO A FATO LTDA.</p><p>PERÍODO DE 01/09/20X1 A 30/09/20X1</p><p>Em R$</p><p>RECEITA OPERACIONAL BRUTA</p><p>Receita de vendas 350.000,00</p><p>(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA 0,00</p><p>(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 350 000,00</p><p>(-) CUSTO DAS VENDAS</p><p>Custos das mercadorias vendidas (165.000,00)</p><p>(=) LUCRO BRUTO 185 000,00</p><p>(-) DESPESAS OPERACIONAIS</p><p>Despesas gerais e administrativas</p><p>Salários e ordenados (15.000,00)</p><p>Aluguel de imóveis (5.000,00)</p><p>Depreciação e amortização (4.000,00)</p><p>(=) LUCRO ANTES DO RESULTADO FINANCEIRO 161 000,00</p><p>(+) RECEITAS FINANCEIRAS</p><p>Descontos financeiros obtidos 20.000,00</p><p>1</p><p>8</p><p>6</p><p>DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DA EMPRESA FATO A FATO LTDA.</p><p>PERÍODO DE 01/09/20X1 A 30/09/20X1</p><p>(=) RESULTADO ANTES DOS TRIBUTOS SOBRE O LUCRO 181 000,00</p><p>(-) TRIBUTOS SOBRE O LUCRO 0,00</p><p>(=) RESULTADO DAS OPERAÇÕES CONTINUADAS 181 000,00</p><p>(-) DESPESAS NÃO OPERACIONAIS 0,00</p><p>(+) RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 0,00</p><p>(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 181 000,00</p><p>Quadro 17 - Demonstração do Resultado da empresa Fato a Fato Ltda. / Fonte: a autora.</p><p>Agora, sim, finalizado o processo contábil. Espero que você tenha compreendido</p><p>como as demonstrações contábeis são resultado dos fatos ocorridos na entidade</p><p>durante um período: os registros, ou lançamentos, contam a história dos acon-</p><p>tecimentos da entidade e, ao final de um período, o resultado dessa história é</p><p>apresentado por meio das demonstrações.</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA ESTILO LTDA.</p><p>ENCERRADO EM 31/12/20X1</p><p>ATIVO Em R$ PASSIVO Em R$</p><p>ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE</p><p>Disponível Fornecedores</p><p>Caixa 15.000,00 Fornecedor X 75.000,00</p><p>Banco A 203.000,00 Salários e encargos sociais</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>8</p><p>7</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA ESTILO LTDA.</p><p>ENCERRADO EM 31/12/20X1</p><p>Créditos Salários a pagar 15.000,00</p><p>Duplicatas a receber 62.000,00 Férias a pagar 3.000,00</p><p>Estoque Obrigações fiscais</p><p>Mercadorias 388.000,00 Impostos a recolher 16.000,00</p><p>Materiais de consumo 8.000,00 Obrigações financeiras</p><p>ATIVO NÃO CIRCULANTE Empréstimos e finanças. 35.000,00</p><p>Imobilizado PASSIVO NÃO CIRCULANTE</p><p>Máquinas e equipa-</p><p>mentos</p><p>15.000,00 Obrigações financeiras</p><p>Móveis e utensílios 205.000,00 Empréstimos e finanças. 17.000,00</p><p>(-) Depreciação acu-</p><p>mulada</p><p>(20.000,00) PATRIMÔNIO LÍQUIDO</p><p>Intangível Capital Social</p><p>Ponto comercial 75.000,00 Capital subscrito 600.000,00</p><p>Lucros ou prejuízos acumulados</p><p>Lucro do exercício 190.000,00</p><p>TOTAL DO ATIVO 951.000,00 TOTAL DO PASSIVO + PL 951.000,00</p><p>Quadro 18- Balanço patrimonial da empresa Estilo / Fonte: a autora.</p><p>1</p><p>8</p><p>8</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Com certeza, não é possível saber exatamente todos os fatos que ocorreram na</p><p>empresa até o momento do levantamento do balanço, contudo é possível iden-</p><p>tificar alguns acontecimentos, como: a empresa comprou mercadorias a prazo,</p><p>pois existe dívida com fornecedores, mas também comprou mercadoria à vista,</p><p>afinal o saldo da conta mercadoria é maior do que a dívida com fornecedores; a</p><p>empresa vendeu mercadorias a prazo, pois há valor a receber de cliente (duplica-</p><p>tas a receber); todo o valor do capital social já foi integralizado, pois não há saldo</p><p>na conta capital a integralizar; a empresa contratou um empréstimo a ser pago</p><p>em várias parcelas — há valor no passivo circulante e no não circulante. Espero</p><p>que você consiga identificar outros fatos também.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>8</p><p>9</p><p>VAMOS PRATICAR</p><p>UTILIZE OS DADOS A SEGUIR PARA RESOLVER AS QUESTÕES 1 E 2.</p><p>João e Maria acabam de constituir uma empresa comercial. Os fatos ocorridos no primeiro</p><p>mês de operação foram:</p><p>- 01/03: subscrição de Capital Social no valor de R$ 420.000,00.</p><p>- 03/03: integralização de 80% do capital subscrito, sendo R$ 216.000,00 em de pósito</p><p>bancário e R$ 120.000,00 em instalações.</p><p>- 05/03: compra a prazo de móveis e utensílios no valor de R$ 150.000,00. O pagamento</p><p>será realizado em seis parcelas de R$ 25.000,00.</p><p>- 09/03: compra à vista de equipamentos de informática no valor de R$ 40.000,00.</p><p>- 12/03: compra de mercadorias no valor de R$ 180.000,00, sendo R$ 50.000,00 à vista</p><p>e o restante a prazo.</p><p>- 18/03: transferência bancária no valor de R$ 70.000,00 para conta de aplicação finan-</p><p>ceira de liquidez imediata.</p><p>- 28/03: pagamento da primeira parcela referente à compra de móveis e utensílios rea-</p><p>lizada no dia 05/03 por meio de transferência bancária.</p><p>1. Descreva o que cada fato provocou no patrimônio da empresa, identificando, no míni-</p><p>mo, duas movimentações, de forma que o balanço permaneça sempre em equilíbrio.</p><p>1</p><p>9</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações.</p><p>1976.</p><p>BRASIL. Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei no</p><p>6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende</p><p>às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demons-</p><p>trações financeiras. 2007.</p><p>CARAVELAS: Bartolomeu Dias, Boa Esperança e Vera Cruz. Samuel & Filhos, LDA., [2022].</p><p>CFC. NBC TG 26 (R5), de 24 de novembro de 2017. Altera a NBC TG 26 (R4) que dispõe</p><p>sobre apresentação das demonstrações contábeis. 2017.</p><p>CFC. NBC TG Estrutura Conceitual, de 21 de novembro de 2019. Dá nova redação à</p><p>NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL, que dispõe sobre a estrutura conceitual para relatório</p><p>financeiro. 2019.</p><p>FAVERO, H. L. et al. Contabilidade: teoria e prática. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011.</p><p>FRAGALLI, A. C.; SILVA, J. M. da. Contabilidade Empresarial. Maringá: UniCesumar, 2021.</p><p>FRANCO, H. Estrutura, Análise e Interpretação de Balanços. 15. ed. São Paulo: Atlas,</p><p>1989.</p><p>HENDRIKSEN, E. S.; BREDA, M. F. van. Teoria da Contabilidade. Tradução de Antonio Zorat-</p><p>to Sanvicente. 1. ed. 10. reimpr. São Paulo: Atlas, 2012.</p><p>IUDÍCIBUS, S. de et al. Contabilidade Introdutória. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2019.</p><p>IUDÍCIBUS, S. de. Teoria da Contabilidade. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015.</p><p>IUDÍCIBUS, S. de; MARION, J. C. Contabilidade Comercial. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2019.</p><p>MARION, J. C. Contabilidade Básica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009.</p><p>NIYAMA, J. K.; SILVA, C. A. T. Teoria da Contabilidade. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2013.</p><p>SERASA EXPERIAN. Ir à Falência: veja os principais motivos e como evitá-los. Blog Empre-</p><p>sas,12 jun. 2020.</p><p>SZUSTER, N. et al. Contabilidade Geral: introdução à Contabilidade Societária. São Paulo:</p><p>Atlas, 2013.</p><p>1</p><p>9</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações.</p><p>1976.</p><p>BRASIL. Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei no</p><p>6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende</p><p>às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demons-</p><p>trações financeiras. 2007.</p><p>CARAVELAS: Bartolomeu Dias, Boa Esperança e Vera Cruz. Samuel & Filhos, LDA., [2022].</p><p>CFC. NBC TG 26 (R5), de 24 de novembro de 2017. Altera a NBC TG 26 (R4) que dispõe</p><p>sobre apresentação das demonstrações contábeis. 2017.</p><p>CFC.</p><p>NBC TG Estrutura Conceitual, de 21 de novembro de 2019. Dá nova redação à</p><p>NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL, que dispõe sobre a estrutura conceitual para relatório</p><p>financeiro. 2019.</p><p>FAVERO, H. L. et al. Contabilidade: teoria e prática. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011.</p><p>FRAGALLI, A. C.; SILVA, J. M. da. Contabilidade Empresarial. Maringá: UniCesumar, 2021.</p><p>FRANCO, H. Estrutura, Análise e Interpretação de Balanços. 15. ed. São Paulo: Atlas,</p><p>1989.</p><p>HENDRIKSEN, E. S.; BREDA, M. F. van. Teoria da Contabilidade. Tradução de Antonio Zorat-</p><p>to Sanvicente. 1. ed. 10. reimpr. São Paulo: Atlas, 2012.</p><p>IUDÍCIBUS, S. de et al. Contabilidade Introdutória. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2019.</p><p>IUDÍCIBUS, S. de. Teoria da Contabilidade. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015.</p><p>IUDÍCIBUS, S. de; MARION, J. C. Contabilidade Comercial. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2019.</p><p>MARION, J. C. Contabilidade Básica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009.</p><p>NIYAMA, J. K.; SILVA, C. A. T. Teoria da Contabilidade. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2013.</p><p>SERASA EXPERIAN. Ir à Falência: veja os principais motivos e como evitá-los. Blog Empre-</p><p>sas,12 jun. 2020.</p><p>SZUSTER, N. et al. Contabilidade Geral: introdução à Contabilidade Societária. São Paulo:</p><p>Atlas, 2013.</p><p>1</p><p>9</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de dezembro de 2002. Institui o Código Civil. 2002.</p><p>FERREIRA, A. B. de H. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 4. ed. Curitiba:</p><p>Positivo- Livros, 2009.</p><p>FRAGALLI, A. C.; SILVA, J. M. da. Contabilidade Empresarial. Maringá: UniCesumar, 2021.</p><p>IUDÍCIBUS, S. de; MARION, J. C. Contabilidade para Não Contadores. 8. ed. São Paulo:</p><p>Atlas, 2018.</p><p>MARION, J. C. Contabilidade Básica. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015.</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações.</p><p>1976.</p><p>BRASIL. Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei no</p><p>6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende</p><p>às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demons-</p><p>trações financeiras. 2007.</p><p>CFC. NBC TG Estrutura Conceitual, de 21 de novembro de 2019. Dá nova redação à</p><p>NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL, que dispõe sobre a estrutura conceitual para relatório</p><p>financeiro. 2019.</p><p>FRAGALLI, A. C.; SILVA, J. M. da. Contabilidade Empresarial. Maringá: UniCesumar, 2021.</p><p>GELBCKE, E. R. et al. Manual de Contabilidade Societária: aplicável a todas as sociedades</p><p>de acordo com as normas internacionais e do CPC. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2021.</p><p>IUDÍCIBUS, S. de; MARION, J. C. Curso de Contabilidade para Não Contadores: para as</p><p>áreas de Administração, Economia, Direito e Engenharia. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2019.</p><p>NASCIMENTO, C. de L. Contabilidade Intermediária. Maringá: UniCesumar, 2019.</p><p>1</p><p>9</p><p>3</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações.</p><p>1976.</p><p>BRASIL. Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei no</p><p>6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende</p><p>às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demons-</p><p>trações financeiras. 2007.</p><p>CFC. NBC TG Estrutura Conceitual, de 21 de novembro de 2019. Dá nova redação à</p><p>NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL, que dispõe sobre a estrutura conceitual para relatório</p><p>financeiro. 2019.</p><p>FRAGALLI, A. C.; SILVA, J. M. da. Contabilidade Empresarial. Maringá: UniCesumar, 2021.</p><p>GELBCKE, E. R. et al. Manual de Contabilidade Societária: aplicável a todas as sociedades</p><p>de acordo com as normas internacionais e do CPC. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2021.</p><p>IUDÍCIBUS, S. de; MARION, J. C. Curso de Contabilidade para Não Contadores: para as</p><p>áreas de Administração, Economia, Direito e Engenharia. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2019.</p><p>NASCIMENTO, C. de L. Contabilidade Intermediária. Maringá: UniCesumar, 2019.</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações.</p><p>1976.</p><p>CFC. NBC TG 26 (R5), de 24 de novembro de 2017. Altera a NBC TG 26 (R4) que dispõe</p><p>sobre apresentação das demonstrações contábeis. 2017.</p><p>CFC. NBC TG Estrutura Conceitual, de 21 de novembro de 2019. Dá nova redação à</p><p>NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL, que dispõe sobre a estrutura conceitual para relatório</p><p>financeiro. 2019.</p><p>GELBCKE, E. R. et al. Manual de Contabilidade Societária: aplicável a todas as sociedades</p><p>de acordo com as normas internacionais e do CPC. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2021.</p><p>MARION, J. C. Contabilidade Básica. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2018.</p><p>NASCIMENTO, C. de L. Contabilidade Intermediária. Maringá: UniCesumar, 2019.</p><p>1</p><p>9</p><p>4</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações.</p><p>1976.</p><p>CFC. NBC TG 26 (R5), de 24 de novembro de 2017. Altera a NBC TG 26 (R4) que dispõe</p><p>sobre apresentação das demonstrações contábeis. 2017.</p><p>CFC. NBC TG Estrutura Conceitual, de 21 de novembro de 2019. Dá nova redação à</p><p>NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL, que dispõe sobre a estrutura conceitual para relatório</p><p>financeiro. 2019.</p><p>GELBCKE, E. R. et al. Manual de Contabilidade Societária: aplicável a todas as sociedades</p><p>de acordo com as normas internacionais e do CPC. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2021.</p><p>MARION, J. C. Contabilidade Básica. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2018.</p><p>NASCIMENTO, C. de L. Contabilidade Intermediária. Maringá: UniCesumar, 2019.</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>HENDRIKSEN, E. S.; BREDA, M. F. van. Teoria da Contabilidade. Tradução de Antonio Zorat-</p><p>to Sanvicente. 1. ed. 10. reimpr. São Paulo: Atlas, 2012.</p><p>MARION, J. C. Contabilidade Básica. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2018.</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>HENDRIKSEN, E. S.; BREDA, M. F. van. Teoria da Contabilidade. Tradução de Antonio Zorat-</p><p>to Sanvicente. 1. ed. 10. reimpr. São Paulo: Atlas, 2012.</p><p>MARION, J. C. Contabilidade Básica. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2018.</p><p>1</p><p>9</p><p>1</p><p>TEMA 01:</p><p>1. O surgimento das partidas dobradas justamente na Itália não foi por acaso. As cidades</p><p>italianas de Veneza, Gênova, Florença, Pisa e outras representavam o que de mais avan-</p><p>çado poderia existir, na época, em termos de empreendimentos comerciais e industriais</p><p>(IUDÍCIBUS, 2015). Nesse sentido, nada mais natural do que justamente os italianos de-</p><p>senvolverem um mecanismo de controle patrimonial que auxiliasse os negócios.</p><p>IUDÍCIBUS, S. de. Teoria da Contabilidade. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015.</p><p>2. A Contabilidade utiliza números, mas estes não são sua razão de ser. A Contabilidade</p><p>não tem como objetivo alcançar um número exato e nem obter uma fórmula definitiva</p><p>para alcançar um resultado. Ela tem como objetivo gerar informação sobre o patrimônio;</p><p>este, por sua vez, representa o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma ou mais</p><p>pessoas. Ao acompanhar esse patrimônio, a Contabilidade busca analisar o aspecto social</p><p>da entidade, seja ela uma pessoa física ou jurídica, verificando como o seu patrimônio foi</p><p>afetado pelas decisões tomadas.</p><p>3. Os usuários internos são aqueles que trabalham na empresa e ocupam cargos que re-</p><p>querem a tomada de decisões e, por isso, necessitam de informações direcionadas. Já</p><p>os usuários externos não possuem relação de trabalho com a empresa, mas, também,</p><p>necessitam de informações para a tomada de decisões. Para esses usuários, as informa-</p><p>ções são, normalmente, padronizadas (FAVERO et al., 2011).</p><p>FAVERO, H. L. et al. Contabilidade: teoria e prática. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011.</p><p>TEMA 02:</p><p>1. E. Considerando uma indústria como geradora das informações contábeis, o Governo</p><p>representa um usuário externo; a diretoria, um usuário interno; o gerente de produção,</p><p>um usuário interno; e instituições financeiras, um usuário externo.</p><p>2. D. A afirmativa I está incorreta, pois quanto maior o nível de complexidade das atividades</p><p>desempenhadas pela entidade, maior também será a complexidade e o detalhamento</p><p>das informações contábeis.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>9</p><p>6</p><p>TEMA 03:</p><p>1.</p><p>Patrimônio líquido = Ativo – Passivo.</p><p>Patrimônio líquido = R$ 385.000,00 - R$ 268.000,00.</p><p>Patrimônio líquido = 117.000,00.</p><p>2.</p><p>TEMA 04:</p><p>1. As contas classificadas incorretamente são mercadorias, financiamentos a pagar (LP) e</p><p>reserva de lucros. A conta mercadorias deve ser classificada como ativo circulante, pois</p><p>representa um bem para a entidade e é movimentada no curto prazo. A conta financia-</p><p>mentos a pagar (LP) deve ser classificada como passivo não circulante, pois representa</p><p>uma obrigação que vencerá no longo prazo. A conta reserva de lucros deve ser classificada</p><p>como patrimônio líquido, pois representa um capital próprio da entidade.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>9</p><p>7</p><p>TEMA 05:</p><p>1. As contas classificadas incorretamente são mercadorias, financiamentos a pagar (LP) e</p><p>reserva de lucros. A conta mercadorias deve ser classificada como ativo circulante, pois</p><p>representa um bem para a entidade e é movimentada no curto prazo. A conta financia-</p><p>mentos a pagar (LP) deve ser classificada como passivo não circulante, pois representa</p><p>uma obrigação que vencerá no longo prazo. A conta reserva de lucros deve ser classificada</p><p>como patrimônio líquido, pois representa um capital próprio da entidade.</p><p>TEMA 06:</p><p>2. Para apurar o resultado pelo regime de caixa, é necessário observar os fatos que provo-</p><p>caram entrada ou saída de dinheiro no mês de setembro. Já para apurar o resultado pelo</p><p>regime de competência, é necessário observar os fatos que geraram receita ou despesa</p><p>no mês de setembro:</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>9</p><p>8</p><p>TEMA 07:</p><p>1. A. A venda de produtos corresponde à atividade principal da empresa, por isso, é uma</p><p>receita operacional bruta. Os juros sobre aplicação financeira estão relacionados à re-</p><p>muneração pelo fornecimento de capital a terceiros, por isso, é uma receita financeira.</p><p>TEMA 08:</p><p>1. D. No segundo balanço, surgiu a conta mercadorias no valor de R$ 50.000,00, o que repre-</p><p>senta a compra de mercadorias. Houve, também, o surgimento da conta fornecedores no</p><p>valor de R$ 30.000,00, o que significa que a compra gerou uma dívida, mas não no mesmo</p><p>valor da compra. A diferença está na diminuição de R$ 20.000,00 na conta banco A.</p><p>TEMA 09:</p><p>1.</p><p>01/03: a subscrição do capital representa que a empresa recém-constituída passa a possuir</p><p>um Capital Social, registrado no patrimônio líquido. Em contrapartida, como os sócios ainda</p><p>não integralizaram o capital, o valor a ser recebido dos sócios fica registrado na conta capital</p><p>a integralizar.</p><p>03/03: a integralização do capital na forma de depósito bancário provoca o aumento na</p><p>conta banco A e a integralização em instalações provoca aumento da conta instalações. Em</p><p>contrapartida, houve uma diminuição na conta capital a integralizar em função da diminuição</p><p>do saldo a ser recebido dos sócios.</p><p>05/03: compra provocou aumento na conta móveis e utensílios. Em contrapartida, por ter</p><p>sido a prazo, provocou o aumento de uma dívida registrada na conta dividendos a pagar.</p><p>09/03: a compra provocou aumento na conta computadores e periféricos. Em contrapartida,</p><p>por ter sido à vista, diminuiu o saldo da conta banco A.</p><p>12/03: a compra provocou aumento na conta mercadorias. Em contrapartida, o valor pago à</p><p>vista provocou diminuição da conta banco A, já o valor a ser pago a prazo provocou o aumento</p><p>de uma dívida registrada na conta fornecedores.</p><p>18/03: a transferência provocou aumento na conta aplicações financeiras de liquidez imediata.</p><p>Em contrapartida, provocou a diminuição da conta banco A.</p><p>28/03: o pagamento provocou a diminuição da conta banco A. Em contrapartida,</p><p>também, houve a diminuição da dívida correspondente, que havia sido registrada na</p><p>conta dividendos a pagar.</p><p>Elabore um balanço patrimonial para cada fato utilizando o método dos balanços sucessivos.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>9</p><p>9</p><p>2.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>unidade 1</p><p>Estrutura Básica da Contabilidade I</p><p>Estrutura Básica da Contabilidade II</p><p>Sistematização do Patrimônio</p><p>unidade 2</p><p>Balanço Patrimonial I</p><p>Balanço Patrimonial II</p><p>Demonstração do Resultado I</p><p>unidade 3</p><p>Demonstração do Resultado II</p><p>Contabilidade por Balanços Sucessivos I</p><p>Contabilidade por Balanços Sucessivos II</p><p>Button 28:</p><p>DA</p><p>INFORMAÇÃO CON-</p><p>TÁBIL. Toda Ciência</p><p>possui um objeto de</p><p>estudo; no caso da Con-</p><p>tabilidade, esse objeto é</p><p>o patrimônio das entidades contábeis. Nesse material, você descobrirá o que</p><p>compõe o patrimônio e como a Contabilidade organiza os elementos patri-</p><p>moniais. Antes, porém, precisamos entender o que é uma entidade contábil, a</p><p>qual possui um patrimônio. Segundo Fragalli e Silva (2021, p. 22), “a entidade</p><p>contábil pode ser definida como um patrimônio sob a ação administrativa</p><p>do homem, que age sobre ele praticando atos de natureza econômica”. Então,</p><p>eu lhe pergunto: você, enquanto pessoa física, administra o seu patrimônio?</p><p>Você realiza atos de natureza econômica? Óbvio que sim! E é por isso que o</p><p>seu patrimônio também representa uma entidade contábil. Isso significa que</p><p>o mecanismo contábil de controle patrimonial pode ser utilizado tanto por</p><p>pessoas jurídicas quanto por pessoas físicas. Normalmente, relacionamos a</p><p>Contabilidade às empresas, pois estas são obrigadas a manter uma escritu-</p><p>ração contábil — exceto empresas da categoria MEI (Microempreendedor</p><p>Individual) —, no entanto, as pessoas físicas podem utilizar a Contabilidade</p><p>para controlar o seu patrimônio.</p><p>A diferença é que a grande maioria da população possui um conjunto pe-</p><p>queno de elementos patrimoniais, não sendo necessário os serviços contábeis</p><p>para tal controle. As teorias contábeis são desenvolvidas visando à melhor</p><p>maneira de registrar, avaliar e controlar o patrimônio, seja em seu aspecto</p><p>estático, que evidencia o conjunto de elementos patrimoniais em um deter-</p><p>minado momento, seja em suas variações. O estudo sobre o patrimônio tem</p><p>como finalidade fornecer aos seus usuários informações econômicas, finan-</p><p>ceiras e patrimoniais que auxiliem no processo de tomada de decisão. Assim,</p><p>segundo Fávero et al. (2011, p. 1), a Contabilidade tem como objetivo “gerar</p><p>informação para o controle e tomada de decisão”. Contribuindo com Fávero</p><p>1</p><p>8</p><p>et al. (2011), Szuster et al. (2013) afirmam que a Contabilidade é um sistema</p><p>de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstra-</p><p>ções e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade</p><p>no que tange à entidade objeto da contabilização. Assim, podemos afirmar</p><p>que os objetivos da Contabilidade são:</p><p>Proceder ao registro da estrutura societária da organização, bem como</p><p>alterações futuras.</p><p>Registrar, analisar e controlar o patrimônio das</p><p>entidades. Gerar informações para tomada de de-</p><p>cisão da administração. Gerar informações para</p><p>terceiros com vínculo de interesse para com o em-</p><p>preendimento (acionistas, investidores, fornecedo-</p><p>res, governo etc. (FRAGALLI; SILVA, 2021, p. 38).</p><p>Isso demonstra o importante papel da Contabilidade para o sucesso de</p><p>um negócio. Muito mais do que atender às exigências legais, a Contabilidade</p><p>é responsável por fornecer informações que são essenciais para a gestão.</p><p>A função fundamental da Contabilidade tem permanecido inalterada des-</p><p>de seus primórdios. Sua finalidade é prover os usuários dos demonstrativos</p><p>financeiros com informações que os ajudarão a tomar decisões. Sem dúvida,</p><p>tem havido mudanças substanciais nos tipos de usuários e nas formas de</p><p>informações que têm procurado. Todavia, esta função dos demonstrativos</p><p>financeiros é fundamental e profunda. O objetivo básico dos demonstra-</p><p>tivos financeiros é prover informação útil para a tomada de decisões</p><p>econômicas (AICPA, 1973 apud IUDÍCIBUS, 2015, p. 4).</p><p>Entretanto, quem são os usuários da informação contábil? Podemos dizer</p><p>que são todas as pessoas que utilizam as informações contábeis para ava-</p><p>liar, verificar ou tomar decisões relacionadas à entidade. Tais usuários são</p><p>classificados em internos e externos. Os usuários internos são aqueles que</p><p>trabalham na empresa e ocupam cargos que requerem a tomada de decisões</p><p>e, por isso, necessitam de informações direcionadas. Já os usuários externos</p><p>não possuem relação de trabalho com a empresa, mas, também, necessitam de</p><p>informações para a tomada de decisões. Para estes usuários, as informações</p><p>são, normalmente, padronizadas (FAVERO et. al., 2011).</p><p>Registrar, analisar</p><p>e controlar o</p><p>patrimônio das</p><p>entidades.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>Podemos dizer, porém, que não é uma tarefa fácil atender a todos os usuá-</p><p>rios da Contabilidade, isso porque a necessidade de informação é diferente</p><p>entre eles. Os gestores, enquanto usuários internos, necessitam de informações</p><p>financeiras e operacionais específicas dependendo do seu cargo ou função,</p><p>normalmente, precisam saber sobre o fluxo de caixa, itens em estoque, valores</p><p>a receber e pagar, custo de produção, pedidos de clientes a serem atendidos,</p><p>entre outras. Já os usuários externos, como fornecedores e instituições finan-</p><p>ceiras, normalmente, estão preocupados com a situação financeira da entidade,</p><p>visando analisar sua capacidade de pagamento. Já o Governo e as entidades</p><p>reguladoras procuram informações que possibilitem verificar se o regime tri-</p><p>butário e os respectivos recolhimentos estão corretos.</p><p>Favero et al. (2011) apresentam alguns exemplos de usuários e a sua res-</p><p>pec- tiva necessidade informacional:</p><p>USUÁRIOS INTERNOS INFORMAÇÕES REQUERIDAS</p><p>Empregados</p><p>Fluxo de caixa capaz de assegurar condições de</p><p>boa remuneração.</p><p>Diretores Desempenho e rentabilidade.</p><p>Encarregados de produção</p><p>Produtividade e análise das variações de</p><p>desempenho.</p><p>Encarregados de vendas</p><p>Desempenho por região, linhas de produtos,</p><p>vendedores etc.</p><p>USUÁRIOS EXTERNOS INFORMAÇÕES REQUERIDAS</p><p>Instituições financeiras</p><p>Capacidade de pagamento da empresa. Ao</p><p>emprestar o dinheiro, a sua preocupação é que</p><p>a empresa tenha uma geração de caixa futuro</p><p>suficiente para pagar, com segurança, o capital</p><p>emprestado, atualizado com os juros.</p><p>Entidades governamentais Lucro tributável, produtividade e valor adicionado.</p><p>1</p><p>1</p><p>Acionistas ou quotistas</p><p>minoritários — não</p><p>participantes da</p><p>administração das entidades</p><p>Retorno sobre o capital investido. Normalmente,</p><p>esperam que a empresa tenha condições de</p><p>manter um fluxo regular de distribuição de lucros.</p><p>Sindicatos Fluxo de caixa futuro e rentabilidade.</p><p>Quadro 2 - Tipos de usuários / Fonte: Fávero et al. (2011, p. 3).</p><p>Que legal! João acaba de descobrir que ele é um usuário das informações</p><p>contábeis. Como sócio/gerente, ele precisa saber sobre o resultado da empre-</p><p>sa, se é positivo ou negativo, os recursos financeiros que a empresa possui, o</p><p>montante de dívidas que vencem no curto e no longo prazo, enfim uma série</p><p>de informações que estão contidas nas demonstrações contábeis. A questão,</p><p>agora, é saber identificar tais informações.</p><p>Aluno(a), conheça, aqui, as diferenças entre objeto, objetivo e usuários da</p><p>informação contábil na Contabilidade.</p><p>OBJETO</p><p>A contabilidade tem como objeto o patrimônio da entidade contábil.</p><p>OBJETIVO</p><p>A contabilidade tem como objetivo gerar informação para os usuários.</p><p>USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL</p><p>Os usuários são todas as pessoas que utilizam as informações contábeis. São</p><p>classificados em internos e externos.</p><p>É importante esclarecer que “a Contabilidade é muito mais do que mero registro; é um</p><p>instrumento básico de gestão, e, na verdade, um dos principais” (IUDÍCIBUS, 2015, p.</p><p>19). Contudo, para que esse instrumento seja realmente útil, é preciso que os usuários</p><p>compreendam as informações geradas. Por mais que a Contabilidade busque ser clara</p><p>em suas demonstrações, subentende-se que os usuários possuem conhecimento mí-</p><p>nimo necessário para compreender a metodologia contábil de geração de informação.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>De certa forma, o “homem contador” põe ordem, classifica, agrega e inventaria</p><p>o que o “homem produtor”, em seu anseio de produzir, vai, às vezes, desor-</p><p>denadamente, amealhando, dando condições a este último para aprimorar</p><p>cada vez mais a quantidade e a qualidade dos bens produzidos, por meio da</p><p>obtenção de maiores informações sobre o que conseguiu até o momento.</p><p>Fonte: Iudícibus (2015, p. 17).</p><p>PENSANDO JUNTOS</p><p>Como dito anteriormente, os usuários possuem necessidades diferentes de</p><p>informação, e a Contabilidade deve buscar atender a todos. Contudo, no nosso</p><p>país, a legislação fiscal e tributária é muito complexa, e, por isso, na maioria</p><p>das vezes, as empresas buscam os serviços contábeis apenas para atender à</p><p>legislação. Esse problema, na verdade, possui duas vertentes: por um lado</p><p>existem contadores que deixam de expor aos seus clientes o importante papel</p><p>da Contabilidade no fornecimento de informações que são úteis ao processo</p><p>decisório, por outro, as empresas não querem gastar dinheiro com os serviços</p><p>contábeis e contratam apenas os serviços exigidos por lei.</p><p>Por esse motivo, existem diferentes campos de atuação da ciência con-</p><p>tábil: a Contabilidade Fiscal, a Contabilidade Financeira e a Contabilidade</p><p>Gerencial, e cada uma é voltada para finalidades específicas dos usuários. De</p><p>acordo com Szuster et al. (2013, p. 28),“a atuação segmentada da Contabilida-</p><p>de Gerencial, da Contabilidade Financeira e da Contabilidade Fiscal retrata</p><p>este processo que fornece, no conjunto, as informações mais utilizadas no</p><p>mundo dos negócios”.</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Neste tema, você aprendeu sobre a história da contabilidade, compreendendo</p><p>como ela surgiu e se desenvolveu. Vimos, também, quais são o objeto, o objetivo</p><p>e os usuários da informação contábil.</p><p>Percebemos, assim, que a Contabilidade não serve apenas para atender às</p><p>exigências legais; na verdade, ela possui diferentes campos de atuação.</p><p>1</p><p>1</p><p>VAMOS PRATICAR</p><p>1. De acordo com Iudícibus (2015, p. 17), “o grau de desenvolvimento das teorias contá-</p><p>beis e de suas práticas está diretamente associado, na maioria das vezes, ao grau de</p><p>desenvolvimento comercial, social e institucional das sociedades, cidades ou nações”.</p><p>Isso explica o fato de a Contabilidade, enquanto Ciência, ter surgido nas cidades italia-</p><p>nas de Veneza, Gênova, Florença, Pisa, entre outras. Explique por que a Contabilidade,</p><p>enquanto disciplina, surgiu justamente nessas cidades italianas.</p><p>IUDÍCIBUS, S. de. Teoria da Contabilidade. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015.</p><p>2. Segundo Silva (2018, p. 17), a Ciência Exata é “qualquer campo da ciência capaz de ex-</p><p>pressar quantidades, predições precisas e métodos rigorosos de testar hipóteses”; já</p><p>a Ciência Social é um “ramo da ciência que estuda os aspectos sociais do ser humano,</p><p>propondo conhecer o ser humano enquanto elemento integrante de grupo organizado”.</p><p>SILVA, J. M. Contabilidade Empresarial. Maringá: UniCesumar, 2018.</p><p>O principal relatório da Contabilidade, o balanço patrimonial, utiliza números e che ga a um</p><p>valor exato entre ativo e passivo mais patrimônio líquido. Mesmo assim, a Contabilidade não</p><p>é tida como uma Ciência Exata. Observando essas descrições, explique por que a Contabili-</p><p>dade é classificada como uma Ciência Social, já que ela utiliza números — valores e quanti-</p><p>dades — em seus relatórios para expressar a situação econômica e financeira da empresa.</p><p>3. Para Hendriksen (apud PADOVEZE, 2000, p. 49), “a Contabilidade é um processo de</p><p>comunicação de informação econômica para propósitos de tomada de decisão tanto</p><p>pela administração como por aqueles que necessitam fiar-se nos relatórios externos”.</p><p>PADOVEZE, C. L. Manual de Contabilidade Básica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2000.</p><p>Isto significa que, como mecanismo de informação, a Contabilidade busca auxiliar a toma-</p><p>da de decisão tanto dos usuários internos, como a administração da entidade, quanto dos</p><p>usuários externos, que utilizam relatórios externos. Nesse sentido, ex plique a diferença</p><p>entre usuários internos e externos da Contabilidade.</p><p>1</p><p>3</p><p>MINHAS METAS</p><p>ESTRUTURA BÁSICA DA</p><p>CONTABILIDADE II</p><p>ME. ADRIANA CASAVECHIA FRAGALLI</p><p>A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará neste tema de</p><p>aprendizagem:</p><p>Campos de atuação</p><p>Alcance das demonstrações contábeis</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 2</p><p>1</p><p>4</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Para abrir a empresa, João e seus colegas procuraram um escritório de Contabi-</p><p>lidade que foi muito bem recomendado. O contador explicou sobre os diferentes</p><p>tipos de regime tributário e orientou a adoção do mais adequado para a loja de</p><p>João. Esclareceu, também, sobre a necessidade de documentação fiscal de todos</p><p>os fatos que ocorrerem na empresa. Após a abertura da empresa, que recebeu</p><p>o nome de Estilo, o contador acompanhou de perto as transações da empresa,</p><p>sempre orientando João no que ele precisava.</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>A Contabilidade Fiscal é regida pelo Governo e obrigatória para todas as em-</p><p>presas, exceto as que estão enquadradas como Microempreendedor Individual</p><p>(MEI), e está voltada para atender à legislação fiscal. Nesse campo de atuação, o</p><p>contador precisa estar atento às regulamentações específicas de cada empresa,</p><p>que depende do seu porte, seu ramo de atuação, seu regime tributário, seu en-</p><p>quadramento fiscal, entre outras questões. De acordo com as particularidades de</p><p>cada empresa, o contador calcula e emite as guias de recolhimento de impostos,</p><p>gera relatórios fiscais, emite notas fiscais, entre outras ações.</p><p>A Contabilidade Financeira, ou Contabilidade Societária, é regulamentada</p><p>pelas normas contábeis. Ela define os processos de contabilização dos fatos ocor-</p><p>ridos na empresa de forma que as informações geradas representam fielmente a</p><p>situação econômica, financeira e patrimonial da entidade. A Contabilidade Fi-</p><p>nanceira também é responsável por definir a estrutura e as informações a serem</p><p>apresentadas nas demonstrações contábeis.</p><p>Por fim, a Contabilidade Gerencial tem a finalidade exclusiva de auxiliar na</p><p>gestão da empresa, por isso, ela não segue regras ou normas, a própria empresa</p><p>é quem define os dados, os modelos de relatórios, a periodicidade em que as</p><p>informações devem ser divulgadas etc. Na Contabilidade Gerencial, o contador</p><p>pode utilizar desde uma simples planilha de Excel ou um caderno de anotações</p><p>até sistemas sofisticados de análises quantitativas; o objetivo é que a informação</p><p>atenda às necessidades dos gestores internos, os quais precisam tomar decisões</p><p>diárias de forma segura e assertiva.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>Podemos observar as características de cada campo de atuação no Quadro 1.</p><p>CARACTERÍSTICAS</p><p>CONTABILIDADE</p><p>FISCAL</p><p>CONTABILIDADE</p><p>FINANCEIRA</p><p>CONTABILIDADE</p><p>GERENCIAL</p><p>Adoção e elaboração Obrigatória Obrigatória Facultativa</p><p>Utilizada para...</p><p>Relações</p><p>tributárias</p><p>Relações</p><p>externas</p><p>Relações</p><p>internas</p><p>Vínculo à legislação</p><p>Condicionada</p><p>às disposições</p><p>legais e</p><p>tributárias</p><p>Condicionada</p><p>às disposições</p><p>legais</p><p>Não está</p><p>condicionada</p><p>às disposições</p><p>legais</p><p>Produto principal</p><p>Relatórios</p><p>específicos</p><p>exigidos por lei</p><p>Conjunto</p><p>completo de</p><p>demonstrações</p><p>contábeis</p><p>Relatórios para</p><p>planejamento e</p><p>controle</p><p>Visão da empresa</p><p>Empresa como</p><p>um todo</p><p>Empresa como</p><p>um todo</p><p>Interesse das</p><p>partes</p><p>A informação é... Precisa (objetiva)</p><p>Relevante e</p><p>confiável</p><p>Rápida</p><p>A informação</p><p>busca...</p><p>Objetividade e</p><p>legalidade</p><p>Essência</p><p>econômica das</p><p>transações</p><p>Utilidade</p><p>Quadro 1 - Características dos campos de atuação da contabilidade / Fonte: adaptado de Szuster et al. (2013).</p><p>João não entendeu muito bem a diferença entre Contabilidade Fiscal, Conta-</p><p>bilidade Financeira e Contabilidade Gerencial e, por isso, foi pedir explicação</p><p>ao seu contador. Acompanhe e descubra o que o contador disse ao João.</p><p>Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual</p><p>de aprendizagem</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>1</p><p>6</p><p>Como dito anteriormente, os empresários, normalmente, contratam os ser-</p><p>viços da Contabilidade Fiscal e Financeira, realizando a gestão com dados</p><p>não contábeis e se baseando em experiências passadas. No entanto, ao ser</p><p>responsável por registrar TODAS as movimentações financeiras e patrimo-</p><p>niais ocorridas na empresa, a Contabilidade tem acesso a informações que,</p><p>às vezes, os próprios empresários desconhecem, por isso, vale a pena olhar</p><p>para os serviços contábeis não somente como uma obrigatoriedade, mas, sim,</p><p>como um aliado</p><p>para o sucesso dos negócios.</p><p>Entre esses três campos de atuação, neste material, basear-nos-emos na Con-</p><p>tabilidade Financeira, pois é a Contabilidade propriamente dita, aquela desen-</p><p>volvida para registrar e controlar o patrimônio da entidade, buscando evidenciar,</p><p>da forma mais transparente possível, a sua realidade. Uma das tarefas da Con-</p><p>tabilidade Financeira é definir como devem ser evidenciadas as informações</p><p>da entidade nas demonstrações contábeis. Lembre-se: é fundamental ter esse</p><p>conhecimento para, no caso dos contadores, saber como apresentar os dados</p><p>corretamente e, no caso dos gestores, saber compreender as informações, tor-</p><p>nando-as úteis no processo de tomada de decisão.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>7</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>OBJETIVO E ALCANCE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS</p><p>Por esse motivo, estudaremos, agora, sobre o objetivo e alcance das demonstra-</p><p>ções contábeis. É importante que você saiba que relatórios contábeis e demonstra-</p><p>ções contábeis são considerados sinônimos. Sobre esse assunto, Iudícibus e Marion</p><p>(2019, p. 229) afirmam que o relatório contábil é a exposição resumida e ordenada</p><p>dos principais fatos registrados pela contabilidade em determinado período”. O</p><p>processo de geração de informações contábeis pode ser observado na Figura 1.</p><p>Um Sonho de Liberdade</p><p>Ano: 1994</p><p>Sinopse: Andy Dufresne é condenado a duas prisões perpétu-</p><p>as consecutivas pelas mortes de sua esposa e de seu amante,</p><p>porém só Andy sabe que ele não cometeu os crimes. No presídio,</p><p>durante dezenove anos, ele faz amizade com Red, sofre as bru-</p><p>talidades da vida na cadeia, adapta-se, ajuda os carcereiros etc.</p><p>Comentário: Nesse filme, Andy Dufresne, que era banqueiro,</p><p>utiliza seus conhecimentos na área de Contabilidade para</p><p>buscar a sua tão sonhada liberdade.</p><p>INDICAÇÃO DE FILME</p><p>Figura 1 - Geração de informações contábeis / Fonte: Marion (2009, p. 46).</p><p>Descrição da Imagem: a figura demonstra um processo que segue da esquerda para a direita. Na primeira parte,</p><p>está escrito “Coleta de dados”; abaixo, aparece a figura de um funil que tem a sua saída voltada para figura da</p><p>direita, na parte superior do funil, existem vários cifrões sendo coletados. Em seguida, está escrito “Contabilidade”;</p><p>abaixo, aparece a figura de um homem de terno e gravata ao lado de uma calculadora. Na sequência, está escrito</p><p>“Relatórios contábeis”; abaixo, aparece a figura de um papel com texto ilegível. Por fim, está escrito “Usuários</p><p>da contabilidade”; abaixo, aparecem as seguintes citações: Administração, Bancos, Governo e Fornecedores.</p><p>1</p><p>8</p><p>A Figura 1 demonstra a obtenção de dados que é feita por meio de documentos: é</p><p>por isso que a Contabilidade solicita notas fiscais, recibos, contratos, entre outros</p><p>documentos que comprovem a transação realizada. Com os documentos em mãos, a</p><p>Contabilidade efetua os registros das transações e, ao final do período — que pode ser</p><p>mensal, anual ou outro —, tais registros dão origem às demonstrações contábeis que</p><p>são utilizadas pelos usuários para obtenção de informações a respeito da entidade.</p><p>O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), por meio da Norma Brasileira de</p><p>Contabilidade — NBC TG Estrutura Conceitual, de 21 de novembro de 2019, fornece</p><p>alguns apontamentos acerca dos objetivos das demonstrações contábeis:</p><p>“ O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações</p><p>financeiras sobre os ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e</p><p>despesas da entidade que reporta que sejam úteis aos usuários das</p><p>demonstrações contábeis na avaliação das perspectivas para futuros</p><p>fluxos de entrada de caixa líquidos para a entidade que reporta e na</p><p>avaliação da gestão de recursos da administração sobre os recursos</p><p>econômicos da entidade.” CFC, 2019, [s.p.]</p><p>Apesar de as demonstrações contábeis possuírem estruturas específicas, o nível</p><p>de detalhamento e complexidade deve ser ajustado de acordo com cada realidade.</p><p>Para entender essa ideia, basta comparar uma grande indústria têxtil, com dezenas</p><p>de funcionários e na qual o proprietário pode nem atuar dentro da empresa, com</p><p>um pequeno ateliê de costura, em que a(o) costureira(o) é proprietária(o) do negó-</p><p>cio e, também, é quem atende o cliente, fabrica, vende, recebe, controla o estoque,</p><p>o caixa, enfim atua em todas as ações do negócio.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>As diferentes características das empresas nos permitem afirmar que os relatórios</p><p>contábeis serão influenciados pelos seguintes aspectos:</p><p>■ Complexidade do negócio</p><p>É evidente que os relatórios de uma pequena empresa, com poucos tipos de transa-</p><p>ções — basicamente, compra, vende, recebe e paga — conterá bem menos informa-</p><p>ções que os relatórios de uma grande corporação que realiza uma extensa variedade</p><p>de transações, nacionais e internacionais, que apresenta uma enorme carga tribu-</p><p>tária e realiza operações em diversas instituições financeiras. Dessa forma, quanto</p><p>maior o nível de complexidade das atividades desempenhadas pela entidade, maior</p><p>também será a complexidade e o detalhamento das informações contábeis.</p><p>■ Distância entre os sócios/acionistas da gestão da empresa</p><p>Nas empresas em que os sócios conseguem acompanhar de perto as atividades</p><p>realizadas, não existe a necessidade de relatórios contábeis mais detalhados. Nes-</p><p>ses casos, a informação é obtida na própria empresa, sendo os relatórios menos</p><p>utilizados para tomada de decisão. Por outro lado, em grandes empresas, em</p><p>que os sócios/acionistas não participam dos negócios, os relatórios se tornam o</p><p>principal meio de prestação de contas sobre as ações dos gestores.</p><p>Nas entidades por ações, também conhecidas como Sociedades Anônimas</p><p>(S.A.), por exemplo, os acionistas minoritários compõem o quadro societário da</p><p>empresa, mas são considerados usuários externos, pois não têm fácil acesso às infor-</p><p>mações, por isso, a Lei nº 6.404/76 (BRASIL, 1976) e alterações (Lei das S.A.) deter-</p><p>minam uma série de informações a serem divulgadas nas demonstrações contábeis,</p><p>de forma a amparar os acionistas com dados que assegurem seu investimento.</p><p>■ Conjunto de demonstrações contábeis</p><p>De acordo com a NBC TG 26 (R5) — Apresentação das Demonstrações Contá-</p><p>beis (CFC, 2017), o conjunto completo de demonstrações inclui:</p><p>» Balanço patrimonial.</p><p>» Demonstração do resultado.</p><p>» Demonstração do resultado abrangente.</p><p>» Demonstração das mutações do patrimônio líquido.</p><p>» Demonstração dos fluxos de caixa.</p><p>» Demonstração do valor adicionado.</p><p>» Notas explicativas.</p><p>3</p><p>1</p><p>A obrigatoriedade de elaboração e divulgação de tais demonstrações depende de</p><p>legislações específicas conforme o porte e a formalização legal da entidade. No</p><p>entanto, o balanço patrimonial e a demonstração do resultado, que você conhe-</p><p>cerá neste material, devem ser elaborados por todas as empresas, mesmo que não</p><p>venham a ser divulgados publicamente.</p><p>Muitos empresários de pequenos negócios nunca viram o balanço patrimo-</p><p>nial ou a demonstração de resultado da sua empresa. Será que o contador</p><p>não fornece as demonstrações ou o empresário não tem interesse, pois não</p><p>entende as informações?</p><p>PENSANDO JUNTOS</p><p>Mesmo que não sejam poucas as demonstrações, muitas empresas também apre-</p><p>sentam o relatório da administração, que descreve e explica as características</p><p>principais do desempenho e da posição financeira e patrimonial da entidade,</p><p>assim como as incertezas às quais está sujeita. Muitas empresas também apre-</p><p>sentam relatórios ambientais e sociais, sobretudo as de setores em que os fatores</p><p>ambientais e sociais são significativos (CFC, 2017).</p><p>As demonstrações contábeis são voltadas para usuários externos de forma geral:</p><p>“ As demonstrações contábeis fornecem informações sobre transa-</p><p>ções e outros eventos observados do ponto de vista da entidade que</p><p>reporta como um todo e, não, do ponto de vista de qualquer grupo</p><p>específico de investidores, credores por empréstimos e outros cre-</p><p>dores, existentes ou potenciais, da entidade. CFC, 2019, [s.p.]</p><p>UNIASSELVI</p><p>3</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>Contudo, os usuários internos necessitam de informações</p><p>mais específicas e</p><p>atuais. Por exemplo, ao invés de utilizar o balanço patrimonial, que contém</p><p>todo o conjunto de bens, direitos e obrigações da entidade, o gerente finan-</p><p>ceiro pode requerer relatórios específicos apenas com os dados relativos a va-</p><p>lores a receber e/ou a pagar, contendo o valor de cada título e vencimento. Da</p><p>mesma forma, o gerente de produção pode solicitar informações específicas a</p><p>respeito de itens em estoque, produtividade, pedidos a serem entregues, custos</p><p>de produção, entre outras informações.Além de informações específicas, os</p><p>usuários internos necessitam receber os relatórios de forma mais contínua. As</p><p>demonstrações contábeis são elaboradas ao final de cada período, que pode</p><p>ser mensal, semestral, anual ou outro definido pela entidade.</p><p>No entanto, os relatórios gerados para os usuários internos devem ser ge-</p><p>rados conforme a necessidade, que pode ser, até mesmo, diária. Os relatórios</p><p>internos são gerados pela Contabilidade quando a empresa possui um depar-</p><p>tamento contábil próprio. Quando a Contabilidade é terceirizada, as infor-</p><p>mações para a gestão são elaboradas por algum departamento administrativo</p><p>que a empresa possua. Contudo, nada impede que o contador contratado pela</p><p>empresa lhe envie relatórios com informações específicas, mas isso dependerá</p><p>de como os serviços contábeis são contratados.</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>E aí, gostou do papel da Contabilidade? Acredito que, agora, a atividade contá-</p><p>bil faz muito mais sentido para você, pois sabe que muito mais do que atender</p><p>às determinações legais, a Contabilidade é um importante instrumento de</p><p>controle patrimonial, sendo que este controle resulta em informações que</p><p>contribuem para o processo de tomada de decisão dos usuários. Contudo,</p><p>para que essas informações sejam úteis, é necessário compreendê-las, e é isso</p><p>que trabalharemos a partir de outro tema de aprendizagem. Até logo!</p><p>3</p><p>1</p><p>VAMOS PRATICAR</p><p>1. Todas as pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas que necessitarem de infor-</p><p>mações contábeis para tomar decisões são consideradas usuários das informações</p><p>contábeis. Estes, por sua vez, são separados em internos e externos. Os usuários in-</p><p>ternos fazem parte da empresa e atuam diretamente em suas rotinas operacionais.</p><p>Já os usuários externos podem ou não ter relações diretas com a empresa, mas não</p><p>atuam dentro dela. Considerando essas informações e tomando como base uma empresa</p><p>industrial, assinale a alternativa que apresenta um usuário da informação contábil com</p><p>sua correta classificação.</p><p>a) Governo, usuário interno.</p><p>b) Diretoria, usuário externo.</p><p>c) Gerente de produção, usuário externo.</p><p>d) Instituições financeiras, usuário interno.</p><p>e) Conselho Regional de Contabilidade, usuário externo.</p><p>2. As demonstrações contábeis fornecem informações sobre a situação econômica, fi-</p><p>nanceira e patrimonial da entidade. Apesar de serem elaboradas de acordo com as</p><p>estruturas definidas pelas normas contábeis, o nível de detalhamento e comple xidade</p><p>é influenciado por alguns fatores. No que se refere a esses fatores, analise as afirma-</p><p>tivas a seguir.</p><p>I - A complexidade do negócio interfere nas informações contábeis, isso porque as de-</p><p>monstrações de pequenos empreendimentos apresentam uma quantidade maior de</p><p>informações, já que, normalmente, nessas situações, a Contabilidade é terceirizada.</p><p>Já os grandes empreendimentos não necessitam de demonstração com muitas infor-</p><p>mações, já que possuem profissionais qualificados para realizar a gestão do negócio.</p><p>II - A distância entre o sócio/acionista das informações da empresa interfere nas infor-</p><p>mações contábeis, isso porque quanto mais próximo o proprietário estiver da rotina</p><p>da empresa, menos detalhes serão necessários nas demonstrações.</p><p>III - Apesar das normas contábeis apresentarem um conjunto de sete demonstra ções,</p><p>cada empresa deve analisar sua própria obrigatoriedade de elaboração e divulgação,</p><p>por isso, varia a depender do porte e ramo de atividade.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) II, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>3</p><p>3</p><p>MINHAS METAS</p><p>SISTEMATIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO</p><p>ME. ADRIANA CASAVECHIA FRAGALLI</p><p>A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará neste tema de</p><p>aprendizagem:</p><p>Elementos patrimoniais</p><p>Origens e aplicações de recursos</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 3</p><p>3</p><p>4</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Caro(a) estudante, neste tema de aprendizagem você terá a oportunidade de co-</p><p>nhecer o que compõe esse patrimônio: os chamados elementos patrimoniais.</p><p>Você descobrirá, também, como a Contabilidade classifica e organiza esses ele-</p><p>mentos. Essa forma particular de organizar os elementos patrimoniais gera uma</p><p>série de informações importantes sobre a entidade, como, por exemplo, identificar</p><p>as origens e as aplicações de recursos financeiros. Então, não perca tempo, vamos</p><p>descobrir a linguagem contábil!</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>O João, que, assim como você, deseja conhecer mais sobre Contabilidade, abriu</p><p>uma loja de roupas chamada Estilo. Para tanto, ele e mais dois amigos investiram</p><p>o montante de R$200.000,00 cada, totalizando um capital de R$600.000,00. Com</p><p>esse valor, eles compraram o ponto comercial e montaram a loja com balcões,</p><p>expositores, prateleiras, provadores, mesas, itens de decoração e mercadorias</p><p>para venda. Então, ela ficou assim: do valor investido, sobraram R$180.000,00,</p><p>que foram depositados em uma conta corrente aberta no nome da empre-</p><p>sa. A abertura da empresa</p><p>também gerou dívidas com</p><p>aluguel e com fornecedo-</p><p>res, já que parte das mer-</p><p>cadorias foram adquiridas</p><p>a prazo. Com essas infor-</p><p>mações eu lhe pergunto: o</p><p>que compõe o patrimônio</p><p>da empresa Estilo? Quais</p><p>são as origens de recursos</p><p>financeiros e como eles fo-</p><p>ram aplicados na empresa?</p><p>A empresa Estilo apresenta</p><p>uma situação patrimonial</p><p>positiva ou negativa?</p><p>UNIASSELVI</p><p>3</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>Quando pensamos em patrimônio, naturalmente, nos lembramos dos bens</p><p>que possuímos: uma casa, um carro, um terreno etc. O Dicionário Aurélio define</p><p>patrimônio como herança paterna. Bens de família. Complexo de bens, materiais</p><p>ou não, direito, ações, posse e tudo o mais que pertença a uma pessoa ou empresa</p><p>e seja suscetível de apreciação econômica” (FERREIRA, 2009, p. 488).</p><p>Os dados da empresa Estilo, apresentados anteriormente, estão detalha-</p><p>dos na Tabela 1. Considerando os dados apresentados, identifique o patri-</p><p>mônio da empresa Estilo.</p><p>Ponto comercial R$ 75.000,00</p><p>Balcões R$ 60.000,00</p><p>Expositores R$ 40.000,00</p><p>Prateleiras R$ 50.000,00</p><p>Provadores R$ 35.000,00</p><p>Mesas R$ 15.000,00</p><p>Itens de decoração R$ 5.000,00</p><p>Mercadorias R$ 265.000,00</p><p>Depósito na conta corrente R$ 180.000,00</p><p>Dívida com fornecedores R$ 120.000,00</p><p>Dívida com aluguel R$ 5.000,00</p><p>Capital investido pelos sócios R$ 600.000,00</p><p>Tabela 1 - Dados da empresa Estilo / Fonte: a autora.</p><p>3</p><p>6</p><p>Você, provavelmente, deve ter considerado todos os bens, como os móveis e as mer-</p><p>cadorias, como o patrimônio da empresa Estilo. Contudo, eu lhe convido a fazer a se-</p><p>guinte reflexão: caso os sócios da empresa Estilo solicitassem um empréstimo a uma</p><p>instituição financeira e, para assegurar o empréstimo, a instituição exigisse a relação</p><p>de todo o patrimônio no nome da empresa, e, então, os sócios apresentassem todos os</p><p>bens e seus respectivos valores, mas não mencionasse a dívida de R$120.000,00 com</p><p>fornecedores, eles estariam sendo verdadeiros sobre a situação da empresa? Afinal, se</p><p>a empresa já possui uma dívida, de certa forma, seus bens já estão comprometidos.</p><p>Como você aprendeu na unidade anterior, o objeto de estudo da Contabili-</p><p>dade é o patrimônio da entidade contábil, e é por isso que é importante conhecer</p><p>os ELEMENTOS PATRIMONIAIS.</p><p>Quando falamos em patrimônio, normalmente, lembramo-nos dos bens, da-</p><p>quilo que possuímos e que tem valor, como uma casa ou um carro. Além do bem</p><p>que já possuímos, nosso patrimônio também é composto pelos direitos que nos</p><p>pertencem, como o direito de receber algum valor ou de usufruir</p><p>de algo, afinal</p><p>tudo que nos pertence e que tem valor econômico faz parte do nosso patrimônio.</p><p>Entretanto, se dizemos que o que nos pertence e tem valor econômico faz parte</p><p>do nosso patrimônio, então as nossas obrigações também são nosso patrimônio,</p><p>afinal as nossas obrigações são nossas: ninguém sai por aí distribuindo boletos</p><p>para outros pagarem, não é mesmo?!</p><p>UNIASSELVI</p><p>3</p><p>7</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>Assim, podemos dizer que o patrimônio de uma entidade contábil é formado</p><p>por bens, direitos e obrigações pertencentes a ela e que possuam valor econô-</p><p>mico, ou seja, que possam ser mensurados em dinheiro. Os bens podem estar</p><p>vinculados à entidade pela aquisição, recebimento, doação ou outro título.</p><p>Os direitos de recebimento e as obrigações de pagamento são decorrentes de</p><p>transações econômicas. Conheçamos melhor cada um desses elementos. Os</p><p>bens representam tudo aquilo que é útil para satisfazer as necessidades das</p><p>pessoas, assim são suscetíveis a avaliação econômica. No caso de João, em</p><p>sua loja Estilo, é possível observar os seguintes bens: gôndolas, balcões, ex-</p><p>positores, prateleiras, aparadores, mesas, ar-condicionado, dinheiro no caixa,</p><p>computador, telefone,máquina de cartão, roupas para venda, o próprio prédio</p><p>no qual a loja está instalada, entre outros. Todos esses elementos são bens e,</p><p>dependendo da sua finalidade, são registrados em grupos específicos. Os bens</p><p>para uso na própria loja, como as prateleiras e os provadores, são registrados</p><p>no imobilizado, já os bens para venda, como as roupas, são registrados no</p><p>estoque. Normalmente, o estoque e o imobilizado são os grupos de bens mais</p><p>significativos nas entidades, mas você conhecerá outros.</p><p>Existem várias maneiras de classificar os bens, dependendo do enfoque</p><p>dado pela ciência. Para a Ciência Contábil, a principal classificação é quanto</p><p>à materialidade: bens materiais e bens imateriais.</p><p>■ Bens materiais</p><p>Figura 1 - Elementos que compõem o patrimônio / Fonte: a autora.</p><p>Descrição da Imagem: a figura apresenta os elementos patrimoniais. À esquerda, está a palavra “Patri- mônio”;</p><p>do seu lado direito, há três quadros com desenhos e, entre eles, o sinal de mais (+). No primeiro quadro, há uma</p><p>mão segurando uma sacola de presente e escrito “Bens”; no segundo, há uma mão em concha e, em cima da mão,</p><p>há um cifrão com uma seta demonstrando retorno, abaixo, está escrito “Direitos”; no último quadro, há uma mão</p><p>segurando um celular que apresenta a palavra PAY (pagamento), abaixo, está escrito “Obrigações”.</p><p>3</p><p>8</p><p>Os bens materiais são aqueles que possuem corpo, matéria. Esses bens, quando des-</p><p>truídos por força física, deixam de ser bens. Os bens materiais, também denominados</p><p>bens tangíveis, são divididos em:</p><p>■ Bens móveis: segundo o artigo 82 do Código Civil (BRASIL, 2002), são os</p><p>bens suscetíveis de movimento próprio ou de remoção por força alheia,</p><p>sem alteração da substância ou destinação econômico--Social. Exemplos:</p><p>máquinas, veículos, mercadorias.</p><p>■ Bens imóveis: o artigo 79 do Código Civil (BRASIL, 2002) salienta que é o</p><p>solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. Exemplos:</p><p>terrenos, edificações.</p><p>■ Bens imateriais</p><p>Os bens imateriais, também denominados bens intangíveis, não possuem corpo, não</p><p>podem ser tocados, assim não podem ser destruídos por uma ação física. Contudo,</p><p>a difamação, a má qualidade, preços incompatíveis, desrespeito ao consumidor po-</p><p>dem desvalorizar ou, até mesmo, acabar com o bem (FRAGALLI; SILVA, 2021). Para</p><p>Marion (2015), o bem intangível, incorpóreo ou invisível são bens que não se pode</p><p>tocar ou pegar. São aqueles que passaram a ter grande relevância a partir das ondas</p><p>de fusões e incorporações na Europa e nos EUA. Os bens intangíveis podem ser ob-</p><p>jeto de cessão, ou seja, ação de ceder ou transferir a outrem a posse ou propriedade</p><p>de alguma coisa. Os exemplos de bens intangíveis são: fundo de comércio, software,</p><p>marcas e patentes, direitos autorais e direitos de exploração. Esses dois últimos, apesar</p><p>de mencionarem “direitos”, na Contabilidade, ficam registrados como intangíveis.</p><p>Fome de Poder</p><p>Ano: 2016</p><p>Sinopse: A história da ascensão de uma das maiores redes de fast</p><p>food do mundo. Após receber uma demanda sem precedentes</p><p>e notar uma movimentação de consumidores fora do normal, o</p><p>vendedor de Illinois Ray Kroc adquire uma participação nos negóci-</p><p>os da lanchonete dos irmãos Richard e Maurice Mac McDonald no</p><p>sul da Califórnia e, pouco a pouco, elimina os dois da rede, transformando a marca</p><p>em um gigantesco império alimentício.</p><p>Comentário: o filme mostra a negociação de um bem intangível, no caso, a marca</p><p>de uma das maiores redes de fast food do mundo.</p><p>INDICAÇÃO DE FILME</p><p>UNIASSELVI</p><p>3</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>Enquanto os bens, tangíveis e intangíveis, são elementos que a entidade pos-</p><p>sui, os direitos são os valores que a entidade tem a receber, sejam eles de</p><p>pessoas físicas ou jurídicas. Esses direitos decorrem do poder jurídico que</p><p>uma entidade tem de exigir valores de outra entidade, seja de pessoa física,</p><p>empresa ou até mesmo de órgãos públicos. Os direitos ocorrem por diversos</p><p>atos empresariais, entre eles, podemos citar os seguintes:</p><p>Figura 2 - Classificação dos direitos / Fonte: a autora.</p><p>Descrição da Imagem: a imagem contempla três colunas enumeradas de um a três com as classificações dos</p><p>direitos. Da esquerda para a direita, temos os valores a receber de clientes, que são decorrentes de vendas reali-</p><p>zadas a prazo; como os clientes levaram os produtos ou mercadorias e não pagaram no ato da compra, a empresa</p><p>fica com o direito de receber no prazo combinado. Em seguida, no número dois, temos os valores a receber do</p><p>poder público, que são decorrentes de créditos por impostos não cumulativos que legalmente serão utilizados para</p><p>reduzir o valor dos impostos a pagar nos períodos seguintes, mas isso dependerá do regime tributário adotado</p><p>pela empresa. Na coluna de número três, estão os valores a receber de funcionários ou sócios: são decorrentes</p><p>de adiantamentos de salários ou empréstimos feitos a funcionários ou sócios; enquanto esses valores não forem</p><p>descontados dos pagamentos ou recebidos em dinheiro, a empresa fica com o direito de recebê-los.</p><p>Assim como a entidade tem direitos a receber, ela também tem obrigações a</p><p>pagar. As obrigações são todos os compromissos, deveres ou ações passivas que</p><p>envolvam valor econômico. Dessa forma, podemos dizer que as obrigações são</p><p>valores que a entidade tem a pagar, seja a outras empresas, instituições financeiras,</p><p>poder público, funcionários, sócios etc. As obrigações são dívidas contraídas por</p><p>diversos motivos, como: compras a prazo, obtenção de empréstimos ou financia-</p><p>mentos, determinação legal, contratação de funcionários, entre outras. Podemos</p><p>classificar as obrigações, para fins didáticos, da seguinte forma:</p><p>4</p><p>1</p><p>É importante esclarecer que a liquidação de uma obrigação não é feita, ex-</p><p>clusivamente, por meio de pagamento com recursos financeiros. Ela pode</p><p>ser liquidada por meio de transferência de outros ativos ou, até mesmo, da</p><p>prestação de serviços, o que depende da negociação. A Contabilidade divide</p><p>as obrigações em exigíveis e não exigíveis. As obrigações exigíveis são aquelas</p><p>contraídas com terceiros, como os fornecedores, o Governo e os funcionários.</p><p>Essas obrigações têm um prazo determinado para pagamento. Já as obrigações</p><p>não exigíveis são aquelas contraídas com os sócios. Quando a empresa é cons-</p><p>tituída, os sócios investem um capital; na Contabilidade, esse investimento</p><p>recebe o nome de Capital Social. Esse investimento dos sócios gera uma obri-</p><p>gação para a empresa, contudo essa obrigação não tem um prazo determinado</p><p>para pagamento, por isso, é considerada uma obrigação não exigível.</p><p>Figura 3 - Classificação das obrigações/ Fonte: a autora.</p><p>Descrição da Imagem: a imagem contempla quatro linhas numeradas de um a quatro com as classificações</p><p>das obrigações. De cima para baixo, temos as obrigações por funcionamento, que são as dívidas</p><p>decorrentes</p><p>de operações normais da entidade, como compras a prazo de materiais para consumo ou de mercadorias para</p><p>venda. Em seguida, no número dois, temos as obrigações por financiamento, que são as dívidas decorrentes de</p><p>financiamento de bens ou de obtenção de recursos em instituições financeiras. Na linha de número três, estão as</p><p>obrigações sociais e trabalhistas, essas são decorrentes da contratação de funcionários e de leis trabalhistas. E,</p><p>por último, na quarta linha, as obrigações fiscais, que são as dívidas com o órgão fiscal, seja ele federal, estadual</p><p>ou municipal, como os impostos e contribuições sociais. O ramo de atividade e o regime tributário interferem</p><p>diretamente nessas obrigações.</p><p>UNIASSELVI</p><p>4</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>Resumindo: o patrimônio de uma entidade contábil, seja pessoa física ou</p><p>jurídica, é composto pelo conjunto de bens, direitos e obrigações. Uma ques-</p><p>tão importante sobre os elementos que compõem o patrimônio é que, ne-</p><p>cessariamente, eles precisam ter valor monetário. Isso significa que, se não</p><p>for possível avaliar monetariamente um bem, um direito ou uma obrigação,</p><p>não será possível registrá-lo no patrimônio. É por isso que a Contabilidade</p><p>registra e controla o patrimônio observando dois aspectos: o qualitativo e o</p><p>quantitativo. O aspecto qualitativo do patrimônio corresponde ao nome dado</p><p>a cada elemento patrimonial. Isso porque, quando falamos que os bens, os</p><p>direitos e as obrigações representam os elementos patrimoniais, na verdade,</p><p>precisamos lembrar que esses são os conjuntos de elementos, já que existem</p><p>vários bens, vários direitos e várias obrigações em cada entidade contábil.</p><p>Para registrar e controlar cada elemento patrimonial, a Contabilidade utili-</p><p>za um plano de contas, assim cada conta contábil representa um elemento</p><p>patrimonial, que, no caso, corresponde ao aspecto qualitativo do elemento.</p><p>É importante esclarecer que o nome da conta contábil deve estar sempre</p><p>relacionado ao elemento.Por exemplo, a conta “Caixa” representa o dinheiro</p><p>da empresa, já a conta “Mercadorias” representa o estoque de mercadorias</p><p>disponível para venda.</p><p>Por mais que pareça fácil identificar o elemento patrimonial pela sua conta</p><p>contábil, é importante conhecer o plano de contas de cada entidade e verificar</p><p>o que é registrado em cada uma delas, isso porque o plano de contas pode ser</p><p>ajustado à realidade de cada entidade. Por exemplo, a entidade pode optar por</p><p>separar o dinheiro em papel moeda do dinheiro da conta corrente, nesse caso,</p><p>no plano, haverá a conta “Caixa” e a conta “Banco conta movimento”. Por outro</p><p>Uma das premissas básicas para a atividade contábil é reconhecer que a</p><p>empresa é uma entidade separada dos seus sócios. Isso significa que o</p><p>patrimônio da empresa não pode ser misturado com o patrimônio de seus</p><p>sócios. Não é à toa que chamamos a empresa de pessoa jurídica: é como se</p><p>fosse, realmente, uma outra pessoa, com seus bens, direitos e obrigações</p><p>próprias. Assim, quando os sócios investem na empresa, esta passa a ter</p><p>uma obrigação financeira com aqueles.</p><p>APROFUNDANDO</p><p>4</p><p>1</p><p>lado, a entidade pode optar por registrar toda a sua movimentação financeira</p><p>em uma única conta, então, no plano, haverá a conta “Caixa e equivalentes</p><p>de caixa”. Enquanto o aspecto qualitativo de cada elemento é evidenciado</p><p>por meio da conta contábil, o aspecto quantitativo é evidenciado por meio</p><p>de valores. Isso significa que cada elemento patrimonial deve ser registrado</p><p>em uma conta contábil com seu respectivo valor. O simples levantamento</p><p>dos elementos patrimoniais de uma entidade, em seus aspectos qualitativo e</p><p>quantitativo, representa um inventário, é o que chamamos de patrimônio não</p><p>sistematizado, conforme demonstrado na Tabela 2.</p><p>ASPECTO QUALITATIVO ASPECTO QUANTITATIVO</p><p>Caixa R$ 15.000,00</p><p>Duplicatas a receber R$ 11.000,00</p><p>Mercadorias R$ 38.000,00</p><p>Móveis R$ 23.000,00</p><p>Fornecedores R$ 19.000,00</p><p>Salários a pagar R$ 5.000,00</p><p>Capital social R$ 63.000,00</p><p>Tabela 2 - Patrimônio não sistematizado / Fonte: a autora.</p><p>A Contabilidade, em sua função de gerar informação, não se limita a registrar</p><p>os elementos patrimoniais em seus aspectos qualitativo e quantitativo, ela</p><p>também os organiza; é o que chamamos de SISTEMATIZAÇÃO DO PA-</p><p>TRIMÔNIO. Para tanto, a Contabilidade separa os bens e os direitos das</p><p>obrigações. Os bens e direitos ficam registrados em um grupo chamado ativo,</p><p>enquanto as obrigações ficam em um grupo chamado passivo. Como existem</p><p>obrigações exigíveis e não exigíveis, no grupo do passivo, existe um subgrupo</p><p>chamado patrimônio líquido.</p><p>UNIASSELVI</p><p>4</p><p>3</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>Figura 4 - Sistematização do patrimônio / Fonte: a autora.</p><p>Descrição da Imagem: a imagem demonstra a sistematização do patrimônio através de um organograma que</p><p>inicia com o “Patrimônio”. Este é dividido em “Bens e direitos” de um lado e “Obrigações” do outro. Entre “Bens e</p><p>direitos” e “Obrigações”, aparece o sinal de igual (=). Os “Bens e direitos” são alocados no “Ativo”, já as “Obrigações”</p><p>são divididas em “Obrigações exigíveis” de um lado e “Obrigações não exigíveis” de outro. As Obrigações exigíveis</p><p>são alocadas no “Passivo”, enquanto as “Obrigações não exigíveis” são alocadas no “Patrimônio líquido”. Entre</p><p>“Obrigações exigíveis” e “Obrigações não exigíveis”, aparece o sinal de mais (+). Entre “Passivo” e “Patrimônio</p><p>líquido”, aparece o sinal de mais (+). Entre “Ativo” e “Passivo”, + “Patrimônio líquido” aparece o sinal de igual (=).</p><p>Essa separação, muito mais do que uma simples organização, permite</p><p>identificar uma série de informações sobre a entidade, como nível de endi-</p><p>vidamento, origem e aplicação de recursos financeiros, situação patrimonial</p><p>(positiva ou negativa). Conforme nos aprofundamos no detalhamento dessa</p><p>sistematização, mais informações descobriremos.</p><p>APROFUNDANDO</p><p>4</p><p>4</p><p>Conceitos relacionados ao patrimônio:</p><p>ELEMENTOS PATRIMONIAIS</p><p>Bens, direitos e obrigações; ativo, passivo e patrimônio líquido.</p><p>ASPECTO QUALITATIVO</p><p>Refere-se ao nome dado ao elemento.</p><p>ASPECTO QUANTITATIVO</p><p>Refere-se ao valor monetário do elemento.</p><p>Perceba, na Figura 4, que existe um sinal de igualdade entre “Bens e direitos”</p><p>e “Obrigações”, assim como entre “Ativo” e “Passivo + Patrimônio líquido”, isso</p><p>porque a sistematização do patrimônio gera um equilíbrio financeiro entre esses</p><p>grupos de elementos patrimoniais. Essa igualdade do patrimônio sistematizado</p><p>gera as seguintes equações:</p><p>■ Bens e direitos = Obrigações.</p><p>■ Ativo = Passivo + Patrimônio líquido.</p><p>■ Patrimônio líquido = Ativo – Passivo.</p><p>Para ilustrar o equilíbrio gerado pela sistematização do patrimônio, retomaremos</p><p>os dados apresentados na Tabela 2. Primeiramente, classificaremos os elementos.</p><p>ASPECTO QUALITATIVO ASPECTO QUANTITATIVO CLASSIFICAÇÃO</p><p>Caixa R$ 15.000,00 Bem / Ativo</p><p>Duplicatas a receber R$ 11.000,00 Direito / Ativo</p><p>Mercadorias R$ 38.000,00 Bem / Ativo</p><p>UNIASSELVI</p><p>4</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>ASPECTO QUALITATIVO ASPECTO QUANTITATIVO CLASSIFICAÇÃO</p><p>Móveis R$ 23.000,00 Bem / Ativo</p><p>Fornecedores R$ 19.000,00</p><p>Obrigação exig��vel /</p><p>Passivo</p><p>Salários a pagar R$ 5.000,00</p><p>Obrigação exigível /</p><p>Passivo</p><p>Capital Social R$ 63.000,00</p><p>Obrigação não exigível /</p><p>Patrimônio líquido</p><p>Tabela 3 - Classificação dos elementos / Fonte: a autora.</p><p>Agora sim, com essas informações, podemos sistematizar o patrimônio:</p><p>ATIVO PASSIVO</p><p>Caixa R$ 15.000,00 Fornecedores R$ 19.000,00</p><p>Duplicatas a</p><p>receber</p><p>R$ 11.000,00 Salários a pagar R$ 5.000,00</p><p>Mercadorias R$ 38.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO</p><p>Móveis R$ 23.000,00 Capital Social R$ 63.000,00</p><p>Total do ativo R$ 87 000,00 Total do passivo + PL R$ 87 000,00</p><p>Quadro 1 - Patrimônio sistematizado / Fonte: a autora.</p><p>Como você pôde observar no Quadro 1, ao sistematizar o patrimônio, o valor total</p><p>do ativo fica igual ao valor total do passivo + patrimônio líquido, no caso, ambos</p><p>ficaram com R$87.000,00. É importante esclarecer que o valor total depende do</p><p>conjunto de elementos que a entidade possui, mas, sempre, isso mesmo, sempre</p>

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