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ACESSE AQUI ESTE 
MATERIAL DIGITAL!
ME. ADRIANA CASAVECHIA FRAGALLI
CONTABILIDADE 
GERAL
Coordenador(a) de Conteúdo 
Luciano Santana Pereira
Projeto Gráfico e Capa
Arthur Cantareli Silva
Editoração
Matheus Silva de Souza
Fotos
Shutterstock
Impresso por: 
Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722.
Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).
Núcleo de Educação a Distância. FRAGALLI, Adriana Casavechia.
Contabilidade Geral / Adriana Casavechia Fragalli. - Indaial, SC: Arqué, 
2023.
200 p.
ISBN papel
ISBN digital
“Graduação - EaD”. 
1. Contabilidade. 2. Geral. 3. EaD. I. Título. 
CDD - 657 
EXPEDIENTE
Centro Universitário Leonardo da Vinci.C397
FICHA CATALOGRÁFICA
RECURSOS DE IMERSÃO
Utilizado para temas, assuntos ou 
conceitos avançados, levando ao 
aprofundamento do que está sen-
do trabalhado naquele momento 
do texto. 
APROFUNDANDO
Professores especialistas e 
convidados, ampliando as 
discussões sobre os temas 
por meio de fantásticos 
podcasts.
PLAY NO CONHECIMENTO
Utilizado para agregar um 
conteúdo externo. Utilizando 
o QR-code você poderá 
acessar links de vídeos, 
artigos, sites, etc. Acres-
centando muito aprendizado 
em toda a sua trajetória.
EU INDICO
Este item corresponde a uma 
proposta de reflexão que pode 
ser apresentada por meio de uma 
frase, um trecho breve ou uma 
pergunta. 
PENSANDO JUNTOS
Utilizado para desmistificar pontos 
que possam gerar confusão 
sobre o tema. Após o texto trazer 
a explicação, essa interlocução 
pode trazer pontos adicionais que 
contribuam para que o estudante 
não fique com dúvidas sobre o 
tema. 
ZOOM NO CONHECIMENTO
Uma dose extra de conheci-
mento é sempre bem-vinda. 
Aqui você terá indicações de 
filmes que se conectam com 
o tema do conteúdo.
INDICAÇÃO DE FILME
Uma dose extra de conheci-
mento é sempre bem-vinda. 
Aqui você terá indicações de 
livros que agregarão muito 
na sua vida profissional.
INDICAÇÃO DE LIVRO
3
119U N I D A D E 3 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO II 120
CONTABILIDADE POR BALANÇOS SUCESSIVOS I 140
CONTABILIDADE POR BALANÇOS SUCESSIVOS II 166
5U N I D A D E 1 
ESTRUTURA BÁSICA DA CONTABILIDADE I 6
ESTRUTURA BÁSICA DA CONTABILIDADE II 24
SISTEMATIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO 34
59U N I D A D E 2 
BALANÇO PATRIMONIAL I 60
BALANÇO PATRIMONIAL II 80
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO I 100
4
SUMÁRIO
MINHAS METAS
ESTRUTURA BÁSICA DA 
CONTABILIDADE I
 ME. ADRIANA CASAVECHIA FRAGALLI
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará neste tema de 
aprendizagem:
Compreender a história da Contabilidade
Objetivos da Contabilidade
Usuários da informação contábil
Campos de atuação
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 1
6
INICIE SUA JORNADA
Olá, prezado(a) estudante! Seja bem-vindo(a) ao nosso estudo sobre Con-
tabilidade Geral. Neste tema de aprendizagem você terá a oportunidade de 
conhecer um pouco sobre a história da Contabilidade, compreendendo como 
ela surgiu e se desenvolveu. Você aprenderá, também, quais são o objeto, o 
objetivo e os usuários da informação contábil. E, por fim, ao contrário do 
que muitos pensam, você perceberá que a Contabilidade não serve apenas 
para atender às exigências legais, na verdade, ela possui diferentes campos de 
atuação, os quais você conhecerá. Bons estudos!
Para abrir a empresa, João e seus colegas procuraram um escritório de Con-
tabilidade que foi muito bem recomendado. O contador explicou sobre os di-
ferentes tipos de regime tributário e orientou a adoção do mais adequado para 
a loja de João. Esclareceu, também, sobre a necessidade de documentação fiscal 
de todos os fatos que ocorrerem na empresa. Após a abertura da empresa, que 
recebeu o nome de Estilo, o contador acompanhou de perto as transações da 
empresa, sempre orientando João no que ele precisava.
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
João não entende nada de Contabilidade, não faz a menor ideia de como ela pode 
lhe auxiliar como empresário. Então, minha tarefa é demonstrar para ele e para 
você, também, como a Contabilidade pode ser uma grande parceira dos negócios. 
Contudo, para entendê-la, é preciso começar pelo início, descobrindo como ela 
surgiu e se desenvolveu. Você sabia que a Contabilidade é tão antiga quanto o 
homem? Sabia que ela tem um objeto de estudo próprio? Você sabe quem são 
os usuários da informação contábil e quais são os seus campos de atuação? Pois 
nós descobriremos! Quando João e seus colegas decidiram abrir a empresa, eles 
sabiam que seria necessário contratar os serviços de um contador. Entretanto, 
logo no primeiro mês, quando receberam as demonstrações contábeis, percebe-
ram que não tinham o conhecimento necessário para compreendê-las. E isso é 
um problema. Segundo o Sebrae, cerca de 24% das micro e pequenas empresas 
fecham suas portas em até dois anos (SERASA EXPERIANO, 2020). Entre os 
diversos motivos, está a falta de acompanhamento das finanças:
UNIASSELVI
7
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
 “ Muitas empresas demoram a perceber a importância de realizar uma gestão financeira eficiente dos seus negócios para que eles consigam seguir em frente. Muitas vezes, em especial nos primeiros anos de vida 
do empreendimento, acabam misturando as finanças pessoais com 
as da empresa. Outro erro é não elaborar um fluxo de caixa e desco-
nhecer seus números reais de lucratividade, rentabilidade e liquidez. 
Dessa forma, o empresário torna-se incapaz de tomar decisões emba-
sadas e estratégicas para o negócio. Ir à falência torna-se um processo 
natural para as empresas que deixam de dar a atenção adequada às 
suas finanças.” SERASA EXPERIAN, 2020, on-line.
Aluno(a), acesse o site e saiba mais informações sobre o 
Serasa Experian.
EU INDICO
Convenhamos: não é uma tarefa fácil registrar, realmente, TODAS as movimen-
tações financeiras que realizamos, não é mesmo? Sempre esquecemos de uma 
comprinha aqui, uma ida ao mercado ali, que são valores menos expressivos, 
realmente, mas que podem ter um impacto importante no final do mês: sabe 
aquela sensação de “cadê o meu dinheiro?!”.
Pois então, na empresa, não pode haver esse “cadê o meu dinheiro?!”, e é por 
isso que a Contabilidade pode ser uma grande aliada. Esse controle é muito im-
portante para que você 
consiga tomar decisões 
seguras sobre comprar um 
carro, financiar uma casa, 
entre outras, afinal, se você 
conhecer sua movimenta-
ção financeira, terá mais 
segurança para decidir se 
pode e o quanto pode se 
endividar.
8
https://www.serasaexperian.com.br/
HISTÓRIA DA CONTABILIDADE
Para entender a Contabilidade, o seu papel, as suas responsabilidades, a sua li-
gação com o mundo dos negócios, devemos começar pelo início: conhecendo 
um pouco sobre a história da contabilidade. Não se sabe ao certo quando 
a Contabilidade surgiu, mas podemos afirmar que ela é tão antiga quanto a 
origem do homem: “alguns pesquisadores revelam que os primeiros sinais 
objetivos da existência da Contabilidade datam de mais ou menos 4.000 anos 
a.C.” (FAVERO et al, 2011, p. 9), contudo “alguns historiadores fazem remontar 
os primeiros sinais objetivos da existência de contas a aproximadamente 2.000 
anos a.C.” (IUDÍCIBUS, 2015, p. 16).
Talvez, você esteja se perguntando:“como assim a Contabilidade é tão antiga? 
Nem os números são tão antigos!”. Apesar de serem muito utilizados pela Con-
tabilidade, os números não são a sua razão de ser. Na verdade, a Contabilidade 
cuida do patrimônio das entidades, assim, quandoo homem passou a possuir 
bens, como instrumentos de caça e de pesca, animais, ânforas de bebidas, entre 
outros, ele precisou buscar mecanismos para controlar esses bens.
Para controlar os animais, por exemplo, o dono do rebanho separava uma pe-
dra para cada animal, ou fazia riscos em um pedaço de madeira ou osso, assim 
ele acompanhava se havia a mesma quantidade de pedras, ou de riscos, em 
comparação aos animais. É claro que esta era uma forma muito rudimentar de 
contabilidade, mas já representava um acompanhamento do patrimônio 
(FRAGALLI; SILVA, 2021, p. 14–15).
Até o surgimento da moeda, a Contabilidade 
teve uma evolução relativamente lenta, isso 
porque, na época do escambo, os negocian-
tes anotavam suas obrigações, direitos e bens 
perante terceiros sem avaliação monetária, ou 
seja, tratava-se de um inventário físico (IUDÍ-
CIBUS, 2015). Contudo, a preocupação do ho-
mem com o seu patrimônio e a sua riqueza fez 
com que a Contabilidade aperfeiçoasse a sua 
forma de avaliação da situação patrimonial à 
UNIASSELVI
9
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
medida em que as atividades foram se desenvolvendo em dimensão e complexidade 
(IUDÍCIBUS, 2015).Não é à toa que a Contabilidade enquanto disciplina adulta e 
completa a Contabilidade enquanto ciência — surgiu a partir do século XIII nas 
cidades italianas de Veneza, Gênova, Florença, Pisa e outras, afinal essas cidades re-
presentavam o que havia de mais avançado na época em termos de empreendimentos 
comerciais e industriais incipientes (IUDÍCIBUS, 2015). 
Entre os progressos tecnológicos e as mudanças socioeconômicas que im-
pulsionaram o desenvolvimento da Contabilidade, Hendriksen e Breda (2012) 
destacam a invenção da vela triangular utilizada nas embarcações — Figura 1. 
Antes de sua invenção, o comércio se limitava à navegação em uma direção em 
uma época do ano e na direção oposta em outra época. A vela triangular, conhe-
cida como vela latina, permite viajar em qualquer época do ano. Contudo, a ne-
cessidade desse meio de transporte provocou uma guerra que conhecemos como 
Primeira Cruzada. Entre o final do século XI e o final do século XIII, cruzadas 
sucessivas impulsionaram o desenvolvimento do comércio, principalmente, entre 
as cidades italianas e o Oriente.
Figura 1 - Caravela Vera Cruz / Fonte: Caravelas ([2022], on-line).
Descrição da Imagem: a figura apresenta a imagem de uma caravela navegando no mar. A estrutura é de ma-
deira e tem alguns tripulantes. Há dois mastros com velas triangulares, cada uma com o desenho de uma cruz.
1
1
De acordo com Hendriksen e Breda (2012), à medida que o comércio se expandia 
e a riqueza era acumulada, os negócios deixaram de ser realizados individualmente 
e foram substituídos por sociedades. O uso de sociedades permitia que os riscos da 
navegação marítima fossem compartilhados. Assim, o conceito de sociedade foi im-
portante para o desenvolvimento da Contabilidade, pois levou ao reconhecimento 
da empresa como entidade separada e distinta dos seus proprietários. Todos esses 
fatos deixam claro porque o Método das Partidas Dobradas e, consequentemente, a 
Ciência Contábil surgiram justamente na Itália: o alto nível de atividade comercial 
e industrial e o surgimento das sociedades criaram a necessidade de mecanismos 
capazes de organizar economicamente as riquezas geradas. Nessa evolução, deu-se o 
desenvolvimento do Método das Partidas Dobradas, utilizado até hoje. Segundo Hen-
driksen e Breda (2012), sistemas de escrituração por partidas dobradas começaram a 
surgir, gradativamente, entre os séculos XIII e XIV, mas foi apenas no século XV que 
o método foi publicado pela primeira vez. O frei franciscano Luca Pacioli, que, por 
sinal, era professor de Matemática, escreveu um livro denominado Summa de Arith-
metica, Geometrica, Proportioni et Proportionalitá. Nesse livro, Pacioli escreveu um 
capítulo que, segundo Hendriksen e Breda (2012, p. 39), “descreve o sistema de partidas 
dobradas e apresentava o raciocínio em que se baseiam os lançamentos contábeis”.
O conceito do Método das Partidas Dobradas é que: I - para cada causa, existe 
um efeito; II - para cada origem, existe uma aplicação; III - para cada crédito, existe 
um débito. Assim, o registro contábil sempre envolverá, no mínimo, duas contas — 
uma de débito e outra de crédito. Contudo, fique tranquilo(a)! O Mecanismo das 
Partidas Dobradas será estudado adiante em nosso material. E por que será que esse 
mecanismo é utilizado sempre com uma conta de débito e uma conta de crédito? 
Por que não uma conta positiva e outra conta negativa? Se quiser compreender esses 
conceitos, leia o texto a seguir do “Explorando Ideias”.
UNIASSELVI
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1
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
Após o surgimento do Método das Partidas Dobradas, a escola italiana de Con-
tabilidade ganhou grande impulso e se espalhou por toda a Europa (FAVERO et 
al., 2011). Assim, entre o século XIII e o início do século XX, a Europa se destacou 
no desenvolvimento das teorias contábeis. Apesar das importantes contribuições 
da escola italiana/europeia de Contabilidade, seus estudos se preocupavam em 
demonstrar a Contabilidade quanto à Ciência, dando pouca atenção à verdadei-
ra necessidade informacional dos usuários, assim a escola norte-americana de 
Contabilidade passou a se destacar.
No início do século XX, o surgimento das grandes corporações, em conjunto com 
o desenvolvimento do mercado de capitais e do extraordinário ritmo de desenvol-
vimento dos Estados Unidos da América (EUA), constituiu um campo fértil para o 
avanço das teorias e práticas contábeis. Além disso, os norte-americanos herdaram 
da Inglaterra uma excelente tradição no campo da Auditoria (IUDÍCIBUS, 2015).
 “ É de nosso conhecimento que a Contabilidade acompanha a evolu-ção das sociedades, cidades e nações e, no início deste século, como o cenário de maior desenvolvimento industrial e comercial passou 
a ser a América do Norte, mais particularmente os Estados Unidos, 
o eixo de evolução da Contabilidade deslocou-se em função desse 
cenário (FAVERO et al., 2011, p. 21).
Por que, especificamente, a escrituração por partidas dobradas? O conceito de 
dualidade frequentemente utilizado para justificar as partidas dobradas apenas 
exige que sejam reconhecidos dois lados de cada transação. Isso poderia ser, com 
igual facilidade, feito em uma única coluna, usando sinais positivos e negativos, 
ou em duas colunas com débitos e créditos. Por exemplo, ao se usar caixa para 
adquirir estoque, por que não simplesmente colocar um número positivo na 
coluna de estoque e um número negativo na coluna de caixa em uma planilha? 
Por que falar de debitar uma conta e creditar outra? Por que toda essa maquinaria 
complexa? O fato curioso é que, embora os investidores da Contabilidade dispu-
sessem de conceitos tais como moeda, capital próprio e despesa, eles não dis-
punham de números negativos! Havia a noção de números negativos, mas, ainda 
em 1544, matemáticos como o alemão Michael Stifel os consideravam absurdos e 
fictícios. Na verdade, não foram utilizados em Matemática antes do século XVII.
Fonte: Hendriksen e Breda (2012, p. 45).
APROFUNDANDO
1
1
Esses dois eixos de estudos e desenvolvimento de teorias contábeis — es-
cola italiana/europeia e escola norte-americana — não são opostos, na ver-
dade, em cada época e atendendo a cada realidade, as teorias se desenvolve-
ram de forma a atender às novas necessidades dos usuários. No Quadro 1, 
encontram-se alguns pontos relevantes sobre tais escolas de Contabilidade.
ESCOLA ITALIANA/EUROPEIA DE 
CONTABILIDADE
ESCOLA NORTE-AMERICANA DE 
CONTABILIDADE
Desenvolvimento de teorias 
contábeis importantes até hoje, 
como o Patrimonialismo, que 
define o patrimônio como objeto da 
Contabilidade.
Direciona o estudo da Contabilidade para 
dois focos: informação para usuários 
externos (Contabilidade Financeira) 
e informação para usuários internos 
(Contabilidade Gerencial).
Preocupação demasiada em 
demonstrar a Contabilidade como 
Ciência, não se preocupandocom 
as necessidades informativas dos 
usuários.
Preocupação com o aspecto 
informacional da Contabilidade.
Foco na Contabilidade Financeira.
Desenvolvimento da Contabilidade de 
Custos.
Baixo desenvolvimento na área de 
Auditoria.
Criação dos Princípios de Contabilidade.
Ênfase ao desenvolvimento teórico 
das contas.
Ênfase ao desenvolvimento na área de 
Auditoria.
Quadro 1 - Aspectos relevantes sobre as escolas de Contabilidade / Fonte: adaptado de Favero et al. (2011).
É justamente por acompanhar o desenvolvimento econômico e social que, há 
alguns anos, passamos por uma revolução na área: a Contabilidade Interna-
cional. Com o mundo globalizado, em que se tornou comum empresas reali-
zarem transações comerciais com diferentes países, tornou-se necessário falar 
uma mesma língua, pelo menos, no que se refere às informações contábeis.
UNIASSELVI
1
3
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
Por ser uma ciência social, a Contabilidade é fortemente influenciada pelo 
ambiente em que atua. Assim, as diferenças históricas, os valores culturais e 
as estruturas políticas, legais e econômicas de cada país acabam refletindo nas 
práticas contábeis em vigor. Normalmente, os princípios e as práticas adotados 
na Contabilidade podem ser diferentes de um país para outro. Em alguns países, 
como é o caso do Brasil, a Contabilidade é influenciada pela exigência legal; em 
outros, pelo consenso de órgãos profissionais de classe, como é o caso dos Estados 
Unidos (NIYAMA; SILVA, 2013, p. 31–32).
É por isso que, de acordo com Niyama e Silva (2013), o crescimento do comér-
cio globalizado provocou a necessidade de padrões internacionais de Contabilidade. 
Assim, o International Accounting Standards Board (Iasb), que é um órgão priva-
do formado por um Conselho de Membros constituído por representantes de mais 
de 140 entidades de classe de todo o mundo, inclusive, o Brasil — representado pelo 
Ibracon e pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) —, edita os chamados IFRS 
(International Financial Reporting Standards), conhecidos, aqui, como Normas Inter-
nacionais de Contabilidade.As Normas Internacionais de Contabilidade têm como 
objetivo reduzir as diferenças entre os procedimentos e as normas contábeis adotadas 
nos diferentes países e começaram a ser publicadas em 1975. O Brasil passou a adotar as 
Normas Internacionais em 2007, com a promulgação da Lei nº 11.638 (BRASIL, 2007).
Acredito que você e o João já tenham percebido que o desenvolvimento da 
Contabilidade está intimamente ligado com o desenvolvimento econômico, 
social e cultural. De acordo com Hendriksen e Breda (2012), o mundo, como o 
conhecemos hoje, é decorrente da criação da Contabilidade por Partidas Do-
bradas, pois ela criou a base para o desenvolvimento do capitalismo privado.
PENSANDO JUNTOS
“Na verdade, o desenvolvimento inicial do método contábil esteve intimamente 
associado ao surgimento do Capitalismo, como forma quantitativa de mensurar 
os acréscimos ou decréscimos dos investimentos iniciais alocados a alguma ex-
ploração comercial ou industrial. Não é menos verdade, todavia, que a economia 
de mercado e seu florescer foram, por sua vez, fortemente amparados pelo sur-
gimento e aperfeiçoamento das partidas dobradas, o que equivale a dizer que se 
verificou uma interação entre os dois fenômenos.” (IUDÍCIBUS et al., 2019, p. 1).
1
4
Isso nos permite dizer que as empresas são tão importantes para a Contabilida-
de quanto a Contabilidade é importante para as empresas. As empresas represen-
tam o maior consumidor de serviços contábeis, seja para fins legais, tributários ou 
gerenciais. Por outro lado, se não fosse a Contabilidade, as empresas não teriam uma 
base informacional confiável para auxiliar a sua gestão (FRAGALLI; SILVA, 2021).
De qualquer forma, os registros contábeis, muito mais do que medir e 
controlar riqueza, são uma importante base de dados. Sobre isso, Hendriksen 
e Breda relatam que:
 “ “A história da contabilidade é a história da nossa era; de muitas formas, a própria contabilidade conta essa história, pois os regis-tros contábeis fazem parte da matéria-prima dos historiadores. 
Aprendemos muito a respeito de homens como Isaac Newton e 
John Wesley graças aos livros contábeis que mantiveram. Como 
disse a novelista Josephine Tey, ‘a verdade não está nas histórias, mas 
nos livros de contabilidade.” (HENDRIKSEN; BREDA, 2012, p. 39).
Isso demonstra que os registros e as demonstrações contábeis não são ape- nas para 
atender às exigências legais, mas, também,“representam um retrato da realidade 
patrimonial de empresas e/ou pessoas fornecendo informações importantes tanto 
para gestores e governo, quanto para a sociedade” (FRAGALLI; SILVA, 2021, p. 16).
UNIASSELVI
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1
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
Aluno(a), conheça, nessa linha do tempo de 4.000 a.C. até 2007 d.C., a evolução 
da Contabilidade.
ENTRE 4.000 E 2.000 ANOS A.C.
Contabilidade rudimentar ao inventariar instrumentos de caça, de pesca etc. 
SÉC. XIII E XIV
Surgimento gradativo da escrituração por partidas dobradas em cidades italianas 
que representavam o que havia de mais avançado na época em termos de em-
preendimentos comerciais e industriais incipientes. 
SÉC. XV
Publicação do método das partidas dobradas pelo Frei Luca Pacioli. Mesmo não 
tendo criado o método, Pacioli ficou conhecido como o pai da contabilidade. 
ENTRE O SÉC. XIII E INÍCIO DO SÉC. XX 
Destaque da escola italiana/européia de contabilidade. 
Teoria da Contabilidade
Editora: Atlas
Autor: Eldon S. Hendriksen e Michael F. Van Breda
Sinopse: neste livro, emprega-se um referencial genérico 
para avaliar áreas da teoria e da prática da Contabilidade 
Financeira em três níveis básicos: o nível estrutural, o de in-
terpretação semântica e o pragmático. Nessas avaliações, 
deu-se ênfase aos enfoques indutivo-dedutivo e à Teoria de 
Mercado de Capitais.
Em alguns casos, os autores expõem suas opiniões e apre-
sentam evidências baseadas na lógica e em resultados 
empíricos, quando disponíveis.
INDICAÇÃO DE LIVRO
1
6
A PARTIR DO SÉC. XX
Destaque da escola norte-americana de contabilidade. 
A PARTIR DE 1975
Publicação das Normas internacionais de contabilidade visando uma mesma 
linguagem contábil entre diferentes países. 
2007
O Brasil adota as normas internacionais de contabilidade com a promulgação da 
Lei nº 11.638/07.
Os mecanismos contábeis de registro, controle e evidenciação da situação finan-
ceira, patrimonial e econômica da entidade são desenvolvidos por meio de estudos 
científicos. Assim, podemos afirmar que Contabilidade é uma Ciência. De acordo 
com Franco (1989), a Ciência Contábil ou a Contabilidade é uma Ciência Social 
que estuda os fenômenos no patrimônio das entidades, mediante registro, clas-
sificação, demonstração, análise e interpretação dos fatos contábeis, objetivando 
oferecer informações e orientações para o auxílio na tomada de decisões. Embora 
a Contabilidade utilize números, ela não é considerada uma Ciência Exata, como 
a Matemática ou a Estatística. Como foi dito por Franco (1989), ela é uma Ciência 
Social, pois estuda aspectos importantes relacionados a uma sociedade, na verdade, 
ela busca mecanismos para avaliar e evidenciar as ações de uma entidade da melhor 
forma possível,buscando fazer com que os relatórios sejam fiéis à realidade.
A Contabilidade, na qualidade de Ciência Social Aplicada, com metodologia 
especialmente concebida para captar, registrar, acumular, resumir e interpretar 
os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas 
de qualquer ente, seja este pessoa física, entidade de finalidade não lucrativas, 
empresa, seja mesmo pessoa de Direito Público, tais como Estado, Município, 
União, Autarquia etc., tem um campo de atuação muito amplo. 
Fonte: Iudícibus et al. (2019, p. 1).
ZOOM NO CONHECIMENTO
UNIASSELVI
1
7
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
Para entender o papel 
da Contabilidade, pre-
cisamos conhecer seu 
OBJETO, seu OBJETI-
VO e os USUÁRIOS DA 
INFORMAÇÃO CON-
TÁBIL. Toda Ciência 
possuium objeto de 
estudo; no caso da Con-
tabilidade, esse objeto é 
o patrimônio das entidades contábeis. Nesse material, você descobrirá o que 
compõe o patrimônio e como a Contabilidade organiza os elementos patri-
moniais. Antes, porém, precisamos entender o que é uma entidade contábil, a 
qual possui um patrimônio. Segundo Fragalli e Silva (2021, p. 22), “a entidade 
contábil pode ser definida como um patrimônio sob a ação administrativa 
do homem, que age sobre ele praticando atos de natureza econômica”. Então, 
eu lhe pergunto: você, enquanto pessoa física, administra o seu patrimônio? 
Você realiza atos de natureza econômica? Óbvio que sim! E é por isso que o 
seu patrimônio também representa uma entidade contábil. Isso significa que 
o mecanismo contábil de controle patrimonial pode ser utilizado tanto por 
pessoas jurídicas quanto por pessoas físicas. Normalmente, relacionamos a 
Contabilidade às empresas, pois estas são obrigadas a manter uma escritu-
ração contábil — exceto empresas da categoria MEI (Microempreendedor 
Individual) —, no entanto, as pessoas físicas podem utilizar a Contabilidade 
para controlar o seu patrimônio.
A diferença é que a grande maioria da população possui um conjunto pe-
queno de elementos patrimoniais, não sendo necessário os serviços contábeis 
para tal controle. As teorias contábeis são desenvolvidas visando à melhor 
maneira de registrar, avaliar e controlar o patrimônio, seja em seu aspecto 
estático, que evidencia o conjunto de elementos patrimoniais em um deter-
minado momento, seja em suas variações. O estudo sobre o patrimônio tem 
como finalidade fornecer aos seus usuários informações econômicas, finan-
ceiras e patrimoniais que auxiliem no processo de tomada de decisão. Assim, 
segundo Fávero et al. (2011, p. 1), a Contabilidade tem como objetivo “gerar 
informação para o controle e tomada de decisão”. Contribuindo com Fávero 
1
8
et al. (2011), Szuster et al. (2013) afirmam que a Contabilidade é um sistema 
de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstra-
ções e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade 
no que tange à entidade objeto da contabilização. Assim, podemos afirmar 
que os objetivos da Contabilidade são:
Proceder ao registro da estrutura societária da organização, bem como 
alterações futuras.
Registrar, analisar e controlar o patrimônio das 
entidades. Gerar informações para tomada de de-
cisão da administração. Gerar informações para 
terceiros com vínculo de interesse para com o em-
preendimento (acionistas, investidores, fornecedo-
res, governo etc. (FRAGALLI; SILVA, 2021, p. 38).
Isso demonstra o importante papel da Contabilidade para o sucesso de 
um negócio. Muito mais do que atender às exigências legais, a Contabilidade 
é responsável por fornecer informações que são essenciais para a gestão.
 A função fundamental da Contabilidade tem permanecido inalterada des-
de seus primórdios. Sua finalidade é prover os usuários dos demonstrativos 
financeiros com informações que os ajudarão a tomar decisões. Sem dúvida, 
tem havido mudanças substanciais nos tipos de usuários e nas formas de 
informações que têm procurado. Todavia, esta função dos demonstrativos 
financeiros é fundamental e profunda. O objetivo básico dos demonstra-
tivos financeiros é prover informação útil para a tomada de decisões 
econômicas (AICPA, 1973 apud IUDÍCIBUS, 2015, p. 4).
Entretanto, quem são os usuários da informação contábil? Podemos dizer 
que são todas as pessoas que utilizam as informações contábeis para ava-
liar, verificar ou tomar decisões relacionadas à entidade. Tais usuários são 
classificados em internos e externos. Os usuários internos são aqueles que 
trabalham na empresa e ocupam cargos que requerem a tomada de decisões 
e, por isso, necessitam de informações direcionadas. Já os usuários externos 
não possuem relação de trabalho com a empresa, mas, também, necessitam de 
informações para a tomada de decisões. Para estes usuários, as informações 
são, normalmente, padronizadas (FAVERO et. al., 2011).
Registrar, analisar 
e controlar o 
patrimônio das 
entidades.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
Podemos dizer, porém, que não é uma tarefa fácil atender a todos os usuá-
rios da Contabilidade, isso porque a necessidade de informação é diferente 
entre eles. Os gestores, enquanto usuários internos, necessitam de informações 
financeiras e operacionais específicas dependendo do seu cargo ou função, 
normalmente, precisam saber sobre o fluxo de caixa, itens em estoque, valores 
a receber e pagar, custo de produção, pedidos de clientes a serem atendidos, 
entre outras. Já os usuários externos, como fornecedores e instituições finan-
ceiras, normalmente, estão preocupados com a situação financeira da entidade, 
visando analisar sua capacidade de pagamento. Já o Governo e as entidades 
reguladoras procuram informações que possibilitem verificar se o regime tri-
butário e os respectivos recolhimentos estão corretos.
Favero et al. (2011) apresentam alguns exemplos de usuários e a sua res-
pec- tiva necessidade informacional:
USUÁRIOS INTERNOS INFORMAÇÕES REQUERIDAS
Empregados
Fluxo de caixa capaz de assegurar condições de 
boa remuneração.
Diretores Desempenho e rentabilidade.
Encarregados de produção
Produtividade e análise das variações de 
desempenho.
Encarregados de vendas
Desempenho por região, linhas de produtos, 
vendedores etc.
USUÁRIOS EXTERNOS INFORMAÇÕES REQUERIDAS
Instituições financeiras
Capacidade de pagamento da empresa. Ao 
emprestar o dinheiro, a sua preocupação é que 
a empresa tenha uma geração de caixa futuro 
suficiente para pagar, com segurança, o capital 
emprestado, atualizado com os juros.
Entidades governamentais Lucro tributável, produtividade e valor adicionado.
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Acionistas ou quotistas 
minoritários — não 
participantes da 
administração das entidades
Retorno sobre o capital investido. Normalmente, 
esperam que a empresa tenha condições de 
manter um fluxo regular de distribuição de lucros.
Sindicatos Fluxo de caixa futuro e rentabilidade.
Quadro 2 - Tipos de usuários / Fonte: Fávero et al. (2011, p. 3).
Que legal! João acaba de descobrir que ele é um usuário das informações 
contábeis. Como sócio/gerente, ele precisa saber sobre o resultado da empre-
sa, se é positivo ou negativo, os recursos financeiros que a empresa possui, o 
montante de dívidas que vencem no curto e no longo prazo, enfim uma série 
de informações que estão contidas nas demonstrações contábeis. A questão, 
agora, é saber identificar tais informações.
Aluno(a), conheça, aqui, as diferenças entre objeto, objetivo e usuários da 
informação contábil na Contabilidade.
OBJETO
A contabilidade tem como objeto o patrimônio da entidade contábil. 
OBJETIVO 
A contabilidade tem como objetivo gerar informação para os usuários. 
USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL 
Os usuários são todas as pessoas que utilizam as informações contábeis. São 
classificados em internos e externos.
É importante esclarecer que “a Contabilidade é muito mais do que mero registro; é um 
instrumento básico de gestão, e, na verdade, um dos principais” (IUDÍCIBUS, 2015, p. 
19). Contudo, para que esse instrumento seja realmente útil, é preciso que os usuários 
compreendam as informações geradas. Por mais que a Contabilidade busque ser clara 
em suas demonstrações, subentende-se que os usuários possuem conhecimento mí-
nimo necessário para compreender a metodologia contábil de geração de informação.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
De certa forma, o “homem contador” põe ordem, classifica, agrega e inventaria 
o que o “homem produtor”, em seu anseio de produzir, vai, às vezes, desor-
denadamente, amealhando, dando condições a este último para aprimorar 
cada vez mais a quantidade e a qualidade dos bens produzidos, por meio da 
obtenção de maiores informações sobre o que conseguiu até o momento.
Fonte: Iudícibus (2015, p. 17).
PENSANDO JUNTOS
Como dito anteriormente, os usuários possuemnecessidades diferentes de 
informação, e a Contabilidade deve buscar atender a todos. Contudo, no nosso 
país, a legislação fiscal e tributária é muito complexa, e, por isso, na maioria 
das vezes, as empresas buscam os serviços contábeis apenas para atender à 
legislação. Esse problema, na verdade, possui duas vertentes: por um lado 
existem contadores que deixam de expor aos seus clientes o importante papel 
da Contabilidade no fornecimento de informações que são úteis ao processo 
decisório, por outro, as empresas não querem gastar dinheiro com os serviços 
contábeis e contratam apenas os serviços exigidos por lei.
Por esse motivo, existem diferentes campos de atuação da ciência con-
tábil: a Contabilidade Fiscal, a Contabilidade Financeira e a Contabilidade 
Gerencial, e cada uma é voltada para finalidades específicas dos usuários. De 
acordo com Szuster et al. (2013, p. 28),“a atuação segmentada da Contabilida-
de Gerencial, da Contabilidade Financeira e da Contabilidade Fiscal retrata 
este processo que fornece, no conjunto, as informações mais utilizadas no 
mundo dos negócios”.
NOVOS DESAFIOS
Neste tema, você aprendeu sobre a história da contabilidade, compreendendo 
como ela surgiu e se desenvolveu. Vimos, também, quais são o objeto, o objetivo 
e os usuários da informação contábil. 
Percebemos, assim, que a Contabilidade não serve apenas para atender às 
exigências legais; na verdade, ela possui diferentes campos de atuação. 
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VAMOS PRATICAR
1. De acordo com Iudícibus (2015, p. 17), “o grau de desenvolvimento das teorias contá-
beis e de suas práticas está diretamente associado, na maioria das vezes, ao grau de 
desenvolvimento comercial, social e institucional das sociedades, cidades ou nações”. 
Isso explica o fato de a Contabilidade, enquanto Ciência, ter surgido nas cidades italia-
nas de Veneza, Gênova, Florença, Pisa, entre outras. Explique por que a Contabilidade, 
enquanto disciplina, surgiu justamente nessas cidades italianas. 
IUDÍCIBUS, S. de. Teoria da Contabilidade. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015. 
2. Segundo Silva (2018, p. 17), a Ciência Exata é “qualquer campo da ciência capaz de ex-
pressar quantidades, predições precisas e métodos rigorosos de testar hipóteses”; já 
a Ciência Social é um “ramo da ciência que estuda os aspectos sociais do ser humano, 
propondo conhecer o ser humano enquanto elemento integrante de grupo organizado”. 
SILVA, J. M. Contabilidade Empresarial. Maringá: UniCesumar, 2018. 
O principal relatório da Contabilidade, o balanço patrimonial, utiliza números e che ga a um 
valor exato entre ativo e passivo mais patrimônio líquido. Mesmo assim, a Contabilidade não 
é tida como uma Ciência Exata. Observando essas descrições, explique por que a Contabili-
dade é classificada como uma Ciência Social, já que ela utiliza números — valores e quanti-
dades — em seus relatórios para expressar a situação econômica e financeira da empresa. 
3. Para Hendriksen (apud PADOVEZE, 2000, p. 49), “a Contabilidade é um processo de 
comunicação de informação econômica para propósitos de tomada de decisão tanto 
pela administração como por aqueles que necessitam fiar-se nos relatórios externos”. 
PADOVEZE, C. L. Manual de Contabilidade Básica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2000. 
Isto significa que, como mecanismo de informação, a Contabilidade busca auxiliar a toma-
da de decisão tanto dos usuários internos, como a administração da entidade, quanto dos 
usuários externos, que utilizam relatórios externos. Nesse sentido, ex plique a diferença 
entre usuários internos e externos da Contabilidade.
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MINHAS METAS
ESTRUTURA BÁSICA DA 
CONTABILIDADE II
ME. ADRIANA CASAVECHIA FRAGALLI
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará neste tema de 
aprendizagem:
Campos de atuação
Alcance das demonstrações contábeis
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 2
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INICIE SUA JORNADA
Para abrir a empresa, João e seus colegas procuraram um escritório de Contabi-
lidade que foi muito bem recomendado. O contador explicou sobre os diferentes 
tipos de regime tributário e orientou a adoção do mais adequado para a loja de 
João. Esclareceu, também, sobre a necessidade de documentação fiscal de todos 
os fatos que ocorrerem na empresa. Após a abertura da empresa, que recebeu 
o nome de Estilo, o contador acompanhou de perto as transações da empresa, 
sempre orientando João no que ele precisava.
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
A Contabilidade Fiscal é regida pelo Governo e obrigatória para todas as em-
presas, exceto as que estão enquadradas como Microempreendedor Individual 
(MEI), e está voltada para atender à legislação fiscal. Nesse campo de atuação, o 
contador precisa estar atento às regulamentações específicas de cada empresa, 
que depende do seu porte, seu ramo de atuação, seu regime tributário, seu en-
quadramento fiscal, entre outras questões. De acordo com as particularidades de 
cada empresa, o contador calcula e emite as guias de recolhimento de impostos, 
gera relatórios fiscais, emite notas fiscais, entre outras ações.
A Contabilidade Financeira, ou Contabilidade Societária, é regulamentada 
pelas normas contábeis. Ela define os processos de contabilização dos fatos ocor-
ridos na empresa de forma que as informações geradas representam fielmente a 
situação econômica, financeira e patrimonial da entidade. A Contabilidade Fi-
nanceira também é responsável por definir a estrutura e as informações a serem 
apresentadas nas demonstrações contábeis.
Por fim, a Contabilidade Gerencial tem a finalidade exclusiva de auxiliar na 
gestão da empresa, por isso, ela não segue regras ou normas, a própria empresa 
é quem define os dados, os modelos de relatórios, a periodicidade em que as 
informações devem ser divulgadas etc. Na Contabilidade Gerencial, o contador 
pode utilizar desde uma simples planilha de Excel ou um caderno de anotações 
até sistemas sofisticados de análises quantitativas; o objetivo é que a informação 
atenda às necessidades dos gestores internos, os quais precisam tomar decisões 
diárias de forma segura e assertiva.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
Podemos observar as características de cada campo de atuação no Quadro 1.
CARACTERÍSTICAS
CONTABILIDADE 
FISCAL
CONTABILIDADE 
FINANCEIRA
CONTABILIDADE 
GERENCIAL
Adoção e elaboração Obrigatória Obrigatória Facultativa
Utilizada para...
Relações 
tributárias
Relações 
externas
Relações 
internas
Vínculo à legislação
Condicionada 
às disposições 
legais e 
tributárias
Condicionada 
às disposições 
legais
Não está 
condicionada 
às disposições 
legais
Produto principal
Relatórios 
específicos 
exigidos por lei
Conjunto 
completo de 
demonstrações 
contábeis
Relatórios para 
planejamento e 
controle
Visão da empresa
Empresa como 
um todo
Empresa como 
um todo
Interesse das 
partes
A informação é... Precisa (objetiva)
Relevante e 
confiável
Rápida
A informação 
busca...
Objetividade e 
legalidade
Essência 
econômica das 
transações
Utilidade
Quadro 1 - Características dos campos de atuação da contabilidade / Fonte: adaptado de Szuster et al. (2013).
João não entendeu muito bem a diferença entre Conta-
bilidade Fiscal, Contabilidade Financeira e Contabilidade 
Gerencial e, por isso, foi pedir explicação ao seu contador. 
Acompanhe e descubra o que o contador disse ao João. 
Ouça o podcast no seu ambiente virtual de aprendizagem.
PLAY NO CONHECIMENTO
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https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/19867
Como dito anteriormente, os empresários, normalmente, contratam os ser-
viços da Contabilidade Fiscal e Financeira, realizando a gestão com dados 
não contábeis e se baseando em experiências passadas. No entanto, ao ser 
responsável por registrar TODAS as movimentações financeiras e patrimo-
niais ocorridas na empresa, a Contabilidade tem acesso a informações que, 
às vezes, os próprios empresários desconhecem, por isso, vale a pena olhar 
para os serviços contábeis não somente como uma obrigatoriedade, mas, sim, 
como um aliado para o sucesso dos negócios.Entre esses três campos de atuação, neste material, basear-nos-emos na Con-
tabilidade Financeira, pois é a Contabilidade propriamente dita, aquela desen-
volvida para registrar e controlar o patrimônio da entidade, buscando evidenciar, 
da forma mais transparente possível, a sua realidade. Uma das tarefas da Con-
tabilidade Financeira é definir como devem ser evidenciadas as informações 
da entidade nas demonstrações contábeis. Lembre-se: é fundamental ter esse 
conhecimento para, no caso dos contadores, saber como apresentar os dados 
corretamente e, no caso dos gestores, saber compreender as informações, tor-
nando-as úteis no processo de tomada de decisão.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
OBJETIVO E ALCANCE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Por esse motivo, estudaremos, agora, sobre o objetivo e alcance das demonstra-
ções contábeis. É importante que você saiba que relatórios contábeis e demonstra-
ções contábeis são considerados sinônimos. Sobre esse assunto, Iudícibus e Marion 
(2019, p. 229) afirmam que o relatório contábil é a exposição resumida e ordenada 
dos principais fatos registrados pela contabilidade em determinado período”. O 
processo de geração de informações contábeis pode ser observado na Figura 1.
Um Sonho de Liberdade
Ano: 1994
Sinopse: Andy Dufresne é condenado a duas prisões perpétu-
as consecutivas pelas mortes de sua esposa e de seu amante, 
porém só Andy sabe que ele não cometeu os crimes. No presídio, 
durante dezenove anos, ele faz amizade com Red, sofre as bru-
talidades da vida na cadeia, adapta-se, ajuda os carcereiros etc.
Comentário: Nesse filme, Andy Dufresne, que era banqueiro, 
utiliza seus conhecimentos na área de Contabilidade para 
buscar a sua tão sonhada liberdade.
INDICAÇÃO DE FILME
Figura 1 - Geração de informações contábeis / Fonte: Marion (2009, p. 46).
Descrição da Imagem: a figura demonstra um processo que segue da esquerda para a direita. Na primeira parte, 
está escrito “Coleta de dados”; abaixo, aparece a figura de um funil que tem a sua saída voltada para figura da 
direita, na parte superior do funil, existem vários cifrões sendo coletados. Em seguida, está escrito “Contabilidade”; 
abaixo, aparece a figura de um homem de terno e gravata ao lado de uma calculadora. Na sequência, está escrito 
“Relatórios contábeis”; abaixo, aparece a figura de um papel com texto ilegível. Por fim, está escrito “Usuários 
da contabilidade”; abaixo, aparecem as seguintes citações: Administração, Bancos, Governo e Fornecedores.
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A Figura 1 demonstra a obtenção de dados que é feita por meio de documentos: é 
por isso que a Contabilidade solicita notas fiscais, recibos, contratos, entre outros 
documentos que comprovem a transação realizada. Com os documentos em mãos, a 
Contabilidade efetua os registros das transações e, ao final do período — que pode ser 
mensal, anual ou outro —, tais registros dão origem às demonstrações contábeis que 
são utilizadas pelos usuários para obtenção de informações a respeito da entidade.
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), por meio da Norma Brasileira de 
Contabilidade — NBC TG Estrutura Conceitual, de 21 de novembro de 2019, fornece 
alguns apontamentos acerca dos objetivos das demonstrações contábeis:
 “ O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações financeiras sobre os ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas da entidade que reporta que sejam úteis aos usuários das 
demonstrações contábeis na avaliação das perspectivas para futuros 
fluxos de entrada de caixa líquidos para a entidade que reporta e na 
avaliação da gestão de recursos da administração sobre os recursos 
econômicos da entidade.” CFC, 2019, [s.p.]
Apesar de as demonstrações contábeis possuírem estruturas específicas, o nível 
de detalhamento e complexidade deve ser ajustado de acordo com cada realidade. 
Para entender essa ideia, basta comparar uma grande indústria têxtil, com dezenas 
de funcionários e na qual o proprietário pode nem atuar dentro da empresa, com 
um pequeno ateliê de costura, em que a(o) costureira(o) é proprietária(o) do negó-
cio e, também, é quem atende o cliente, fabrica, vende, recebe, controla o estoque, 
o caixa, enfim atua em todas as ações do negócio.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
As diferentes características das empresas nos permitem afirmar que os relatórios 
contábeis serão influenciados pelos seguintes aspectos:
 ■ Complexidade do negócio
É evidente que os relatórios de uma pequena empresa, com poucos tipos de transa-
ções — basicamente, compra, vende, recebe e paga — conterá bem menos informa-
ções que os relatórios de uma grande corporação que realiza uma extensa variedade 
de transações, nacionais e internacionais, que apresenta uma enorme carga tribu-
tária e realiza operações em diversas instituições financeiras. Dessa forma, quanto 
maior o nível de complexidade das atividades desempenhadas pela entidade, maior 
também será a complexidade e o detalhamento das informações contábeis.
 ■ Distância entre os sócios/acionistas da gestão da empresa
Nas empresas em que os sócios conseguem acompanhar de perto as atividades 
realizadas, não existe a necessidade de relatórios contábeis mais detalhados. Nes-
ses casos, a informação é obtida na própria empresa, sendo os relatórios menos 
utilizados para tomada de decisão. Por outro lado, em grandes empresas, em 
que os sócios/acionistas não participam dos negócios, os relatórios se tornam o 
principal meio de prestação de contas sobre as ações dos gestores.
Nas entidades por ações, também conhecidas como Sociedades Anônimas 
(S.A.), por exemplo, os acionistas minoritários compõem o quadro societário da 
empresa, mas são considerados usuários externos, pois não têm fácil acesso às infor-
mações, por isso, a Lei nº 6.404/76 (BRASIL, 1976) e alterações (Lei das S.A.) deter-
minam uma série de informações a serem divulgadas nas demonstrações contábeis, 
de forma a amparar os acionistas com dados que assegurem seu investimento.
 ■ Conjunto de demonstrações contábeis
De acordo com a NBC TG 26 (R5) — Apresentação das Demonstrações Contá-
beis (CFC, 2017), o conjunto completo de demonstrações inclui:
» Balanço patrimonial.
» Demonstração do resultado.
» Demonstração do resultado abrangente.
» Demonstração das mutações do patrimônio líquido.
» Demonstração dos fluxos de caixa.
» Demonstração do valor adicionado.
» Notas explicativas.
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A obrigatoriedade de elaboração e divulgação de tais demonstrações depende de 
legislações específicas conforme o porte e a formalização legal da entidade. No 
entanto, o balanço patrimonial e a demonstração do resultado, que você conhe-
cerá neste material, devem ser elaborados por todas as empresas, mesmo que não 
venham a ser divulgados publicamente.
Muitos empresários de pequenos negócios nunca viram o balanço patrimo-
nial ou a demonstração de resultado da sua empresa. Será que o contador 
não fornece as demonstrações ou o empresário não tem interesse, pois não 
entende as informações?
PENSANDO JUNTOS
Mesmo que não sejam poucas as demonstrações, muitas empresas também apre-
sentam o relatório da administração, que descreve e explica as características 
principais do desempenho e da posição financeira e patrimonial da entidade, 
assim como as incertezas às quais está sujeita. Muitas empresas também apre-
sentam relatórios ambientais e sociais, sobretudo as de setores em que os fatores 
ambientais e sociais são significativos (CFC, 2017).
As demonstrações contábeis são voltadas para usuários externos de forma geral:
 “ As demonstrações contábeis fornecem informações sobre transa-ções e outros eventos observados do ponto de vista da entidade que reporta como um todo e, não, do ponto de vista de qualquer grupo 
específico de investidores, credores por empréstimos e outros cre-
dores, existentes ou potenciais, da entidade. CFC, 2019, [s.p.]
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
Contudo, os usuários internos necessitam de informações mais específicas e 
atuais. Porexemplo, ao invés de utilizar o balanço patrimonial, que contém 
todo o conjunto de bens, direitos e obrigações da entidade, o gerente finan-
ceiro pode requerer relatórios específicos apenas com os dados relativos a va-
lores a receber e/ou a pagar, contendo o valor de cada título e vencimento. Da 
mesma forma, o gerente de produção pode solicitar informações específicas a 
respeito de itens em estoque, produtividade, pedidos a serem entregues, custos 
de produção, entre outras informações.Além de informações específicas, os 
usuários internos necessitam receber os relatórios de forma mais contínua. As 
demonstrações contábeis são elaboradas ao final de cada período, que pode 
ser mensal, semestral, anual ou outro definido pela entidade. 
No entanto, os relatórios gerados para os usuários internos devem ser ge-
rados conforme a necessidade, que pode ser, até mesmo, diária. Os relatórios 
internos são gerados pela Contabilidade quando a empresa possui um depar-
tamento contábil próprio. Quando a Contabilidade é terceirizada, as infor-
mações para a gestão são elaboradas por algum departamento administrativo 
que a empresa possua. Contudo, nada impede que o contador contratado pela 
empresa lhe envie relatórios com informações específicas, mas isso dependerá 
de como os serviços contábeis são contratados. 
NOVOS DESAFIOS
E aí, gostou do papel da Contabilidade? Acredito que, agora, a atividade contá-
bil faz muito mais sentido para você, pois sabe que muito mais do que atender 
às determinações legais, a Contabilidade é um importante instrumento de 
controle patrimonial, sendo que este controle resulta em informações que 
contribuem para o processo de tomada de decisão dos usuários. Contudo, 
para que essas informações sejam úteis, é necessário compreendê-las, e é isso 
que trabalharemos a partir de outro tema de aprendizagem. Até logo!
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VAMOS PRATICAR
1. Todas as pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas que necessitarem de infor-
mações contábeis para tomar decisões são consideradas usuários das informações 
contábeis. Estes, por sua vez, são separados em internos e externos. Os usuários in-
ternos fazem parte da empresa e atuam diretamente em suas rotinas operacionais. 
Já os usuários externos podem ou não ter relações diretas com a empresa, mas não 
atuam dentro dela. Considerando essas informações e tomando como base uma empresa 
industrial, assinale a alternativa que apresenta um usuário da informação contábil com 
sua correta classificação. 
a) Governo, usuário interno. 
b) Diretoria, usuário externo. 
c) Gerente de produção, usuário externo. 
d) Instituições financeiras, usuário interno. 
e) Conselho Regional de Contabilidade, usuário externo. 
2. As demonstrações contábeis fornecem informações sobre a situação econômica, fi-
nanceira e patrimonial da entidade. Apesar de serem elaboradas de acordo com as 
estruturas definidas pelas normas contábeis, o nível de detalhamento e comple xidade 
é influenciado por alguns fatores. No que se refere a esses fatores, analise as afirma-
tivas a seguir.
I - A complexidade do negócio interfere nas informações contábeis, isso porque as de-
monstrações de pequenos empreendimentos apresentam uma quantidade maior de 
informações, já que, normalmente, nessas situações, a Contabilidade é terceirizada. 
Já os grandes empreendimentos não necessitam de demonstração com muitas infor-
mações, já que possuem profissionais qualificados para realizar a gestão do negócio. 
II - A distância entre o sócio/acionista das informações da empresa interfere nas infor-
mações contábeis, isso porque quanto mais próximo o proprietário estiver da rotina 
da empresa, menos detalhes serão necessários nas demonstrações. 
III - Apesar das normas contábeis apresentarem um conjunto de sete demonstra ções, 
cada empresa deve analisar sua própria obrigatoriedade de elaboração e divulgação, 
por isso, varia a depender do porte e ramo de atividade. 
É correto o que se afirma em: 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) I e II, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III. 
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MINHAS METAS
SISTEMATIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO
ME. ADRIANA CASAVECHIA FRAGALLI
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará neste tema de 
aprendizagem:
Elementos patrimoniais
Origens e aplicações de recursos
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 3
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INICIE SUA JORNADA
Caro(a) estudante, neste tema de aprendizagem você terá a oportunidade de co-
nhecer o que compõe esse patrimônio: os chamados elementos patrimoniais. 
Você descobrirá, também, como a Contabilidade classifica e organiza esses ele-
mentos. Essa forma particular de organizar os elementos patrimoniais gera uma 
série de informações importantes sobre a entidade, como, por exemplo, identificar 
as origens e as aplicações de recursos financeiros. Então, não perca tempo, vamos 
descobrir a linguagem contábil!
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
O João, que, assim como você, deseja conhecer mais sobre Contabilidade, abriu 
uma loja de roupas chamada Estilo. Para tanto, ele e mais dois amigos investiram 
o montante de R$200.000,00 cada, totalizando um capital de R$600.000,00. Com 
esse valor, eles compraram o ponto comercial e montaram a loja com balcões, 
expositores, prateleiras, provadores, mesas, itens de decoração e mercadorias 
para venda. Então, ela ficou assim: do valor investido, sobraram R$180.000,00, 
que foram depositados em uma conta corrente aberta no nome da empre-
sa. A abertura da empresa 
também gerou dívidas com 
aluguel e com fornecedo-
res, já que parte das mer-
cadorias foram adquiridas 
a prazo. Com essas infor-
mações eu lhe pergunto: o 
que compõe o patrimônio 
da empresa Estilo? Quais 
são as origens de recursos 
financeiros e como eles fo-
ram aplicados na empresa? 
A empresa Estilo apresenta 
uma situação patrimonial 
positiva ou negativa?
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
Quando pensamos em patrimônio, naturalmente, nos lembramos dos bens 
que possuímos: uma casa, um carro, um terreno etc. O Dicionário Aurélio define 
patrimônio como herança paterna. Bens de família. Complexo de bens, materiais 
ou não, direito, ações, posse e tudo o mais que pertença a uma pessoa ou empresa 
e seja suscetível de apreciação econômica” (FERREIRA, 2009, p. 488).
Os dados da empresa Estilo, apresentados anteriormente, estão detalha-
dos na Tabela 1. Considerando os dados apresentados, identifique o patri-
mônio da empresa Estilo.
Ponto comercial R$ 75.000,00
Balcões R$ 60.000,00
Expositores R$ 40.000,00
Prateleiras R$ 50.000,00
Provadores R$ 35.000,00
Mesas R$ 15.000,00
Itens de decoração R$ 5.000,00
Mercadorias R$ 265.000,00
Depósito na conta corrente R$ 180.000,00
Dívida com fornecedores R$ 120.000,00
Dívida com aluguel R$ 5.000,00
Capital investido pelos sócios R$ 600.000,00
Tabela 1 - Dados da empresa Estilo / Fonte: a autora.
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Você, provavelmente, deve ter considerado todos os bens, como os móveis e as mer-
cadorias, como o patrimônio da empresa Estilo. Contudo, eu lhe convido a fazer a se-
guinte reflexão: caso os sócios da empresa Estilo solicitassem um empréstimo a uma 
instituição financeira e, para assegurar o empréstimo, a instituição exigisse a relação 
de todo o patrimônio no nome da empresa, e, então, os sócios apresentassem todos os 
bens e seus respectivos valores, mas não mencionasse a dívida de R$120.000,00 com 
fornecedores, eles estariam sendo verdadeiros sobre a situação da empresa? Afinal, se 
a empresa já possui uma dívida, de certa forma, seus bens já estão comprometidos.
Como você aprendeu na unidade anterior, o objeto de estudo da Contabili-
dade é o patrimônio da entidade contábil, e é por isso que é importante conhecer 
os ELEMENTOS PATRIMONIAIS.
Quando falamos em patrimônio, normalmente, lembramo-nos dos bens, da-
quilo que possuímos e que tem valor, como uma casa ou um carro. Além do bem 
que já possuímos, nosso patrimônio também é composto pelos direitos que nos 
pertencem, como o direito de receber algum valor ou de usufruir de algo, afinal 
tudo quenos pertence e que tem valor econômico faz parte do nosso patrimônio. 
Entretanto, se dizemos que o que nos pertence e tem valor econômico faz parte 
do nosso patrimônio, então as nossas obrigações também são nosso patrimônio, 
afinal as nossas obrigações são nossas: ninguém sai por aí distribuindo boletos 
para outros pagarem, não é mesmo?!
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
Assim, podemos dizer que o patrimônio de uma entidade contábil é formado 
por bens, direitos e obrigações pertencentes a ela e que possuam valor econô-
mico, ou seja, que possam ser mensurados em dinheiro. Os bens podem estar 
vinculados à entidade pela aquisição, recebimento, doação ou outro título. 
Os direitos de recebimento e as obrigações de pagamento são decorrentes de 
transações econômicas. Conheçamos melhor cada um desses elementos. Os 
bens representam tudo aquilo que é útil para satisfazer as necessidades das 
pessoas, assim são suscetíveis a avaliação econômica. No caso de João, em 
sua loja Estilo, é possível observar os seguintes bens: gôndolas, balcões, ex-
positores, prateleiras, aparadores, mesas, ar-condicionado, dinheiro no caixa, 
computador, telefone,máquina de cartão, roupas para venda, o próprio prédio 
no qual a loja está instalada, entre outros. Todos esses elementos são bens e, 
dependendo da sua finalidade, são registrados em grupos específicos. Os bens 
para uso na própria loja, como as prateleiras e os provadores, são registrados 
no imobilizado, já os bens para venda, como as roupas, são registrados no 
estoque. Normalmente, o estoque e o imobilizado são os grupos de bens mais 
significativos nas entidades, mas você conhecerá outros.
Existem várias maneiras de classificar os bens, dependendo do enfoque 
dado pela ciência. Para a Ciência Contábil, a principal classificação é quanto 
à materialidade: bens materiais e bens imateriais.
 ■ Bens materiais
Figura 1 - Elementos que compõem o patrimônio / Fonte: a autora.
Descrição da Imagem: a figura apresenta os elementos patrimoniais. À esquerda, está a palavra “Patri- mônio”; 
do seu lado direito, há três quadros com desenhos e, entre eles, o sinal de mais (+). No primeiro quadro, há uma 
mão segurando uma sacola de presente e escrito “Bens”; no segundo, há uma mão em concha e, em cima da mão, 
há um cifrão com uma seta demonstrando retorno, abaixo, está escrito “Direitos”; no último quadro, há uma mão 
segurando um celular que apresenta a palavra PAY (pagamento), abaixo, está escrito “Obrigações”.
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Os bens materiais são aqueles que possuem corpo, matéria. Esses bens, quando des-
truídos por força física, deixam de ser bens. Os bens materiais, também denominados 
bens tangíveis, são divididos em:
 ■ Bens móveis: segundo o artigo 82 do Código Civil (BRASIL, 2002), são os 
bens suscetíveis de movimento próprio ou de remoção por força alheia, 
sem alteração da substância ou destinação econômico--Social. Exemplos: 
máquinas, veículos, mercadorias.
 ■ Bens imóveis: o artigo 79 do Código Civil (BRASIL, 2002) salienta que é o 
solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. Exemplos: 
terrenos, edificações.
 ■ Bens imateriais
Os bens imateriais, também denominados bens intangíveis, não possuem corpo, não 
podem ser tocados, assim não podem ser destruídos por uma ação física. Contudo, 
a difamação, a má qualidade, preços incompatíveis, desrespeito ao consumidor po-
dem desvalorizar ou, até mesmo, acabar com o bem (FRAGALLI; SILVA, 2021). Para 
Marion (2015), o bem intangível, incorpóreo ou invisível são bens que não se pode 
tocar ou pegar. São aqueles que passaram a ter grande relevância a partir das ondas 
de fusões e incorporações na Europa e nos EUA. Os bens intangíveis podem ser ob-
jeto de cessão, ou seja, ação de ceder ou transferir a outrem a posse ou propriedade 
de alguma coisa. Os exemplos de bens intangíveis são: fundo de comércio, software, 
marcas e patentes, direitos autorais e direitos de exploração. Esses dois últimos, apesar 
de mencionarem “direitos”, na Contabilidade, ficam registrados como intangíveis.
Fome de Poder
Ano: 2016
Sinopse: A história da ascensão de uma das maiores redes de fast 
food do mundo. Após receber uma demanda sem precedentes 
e notar uma movimentação de consumidores fora do normal, o 
vendedor de Illinois Ray Kroc adquire uma participação nos negóci-
os da lanchonete dos irmãos Richard e Maurice Mac McDonald no 
sul da Califórnia e, pouco a pouco, elimina os dois da rede, transformando a marca 
em um gigantesco império alimentício.
Comentário: o filme mostra a negociação de um bem intangível, no caso, a marca 
de uma das maiores redes de fast food do mundo.
INDICAÇÃO DE FILME
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Enquanto os bens, tangíveis e intangíveis, são elementos que a entidade pos-
sui, os direitos são os valores que a entidade tem a receber, sejam eles de 
pessoas físicas ou jurídicas. Esses direitos decorrem do poder jurídico que 
uma entidade tem de exigir valores de outra entidade, seja de pessoa física, 
empresa ou até mesmo de órgãos públicos. Os direitos ocorrem por diversos 
atos empresariais, entre eles, podemos citar os seguintes:
Figura 2 - Classificação dos direitos / Fonte: a autora.
Descrição da Imagem: a imagem contempla três colunas enumeradas de um a três com as classificações dos 
direitos. Da esquerda para a direita, temos os valores a receber de clientes, que são decorrentes de vendas reali-
zadas a prazo; como os clientes levaram os produtos ou mercadorias e não pagaram no ato da compra, a empresa 
fica com o direito de receber no prazo combinado. Em seguida, no número dois, temos os valores a receber do 
poder público, que são decorrentes de créditos por impostos não cumulativos que legalmente serão utilizados para 
reduzir o valor dos impostos a pagar nos períodos seguintes, mas isso dependerá do regime tributário adotado 
pela empresa. Na coluna de número três, estão os valores a receber de funcionários ou sócios: são decorrentes 
de adiantamentos de salários ou empréstimos feitos a funcionários ou sócios; enquanto esses valores não forem 
descontados dos pagamentos ou recebidos em dinheiro, a empresa fica com o direito de recebê-los.
Assim como a entidade tem direitos a receber, ela também tem obrigações a 
pagar. As obrigações são todos os compromissos, deveres ou ações passivas que 
envolvam valor econômico. Dessa forma, podemos dizer que as obrigações são 
valores que a entidade tem a pagar, seja a outras empresas, instituições financeiras, 
poder público, funcionários, sócios etc. As obrigações são dívidas contraídas por 
diversos motivos, como: compras a prazo, obtenção de empréstimos ou financia-
mentos, determinação legal, contratação de funcionários, entre outras. Podemos 
classificar as obrigações, para fins didáticos, da seguinte forma:
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É importante esclarecer que a liquidação de uma obrigação não é feita, ex-
clusivamente, por meio de pagamento com recursos financeiros. Ela pode 
ser liquidada por meio de transferência de outros ativos ou, até mesmo, da 
prestação de serviços, o que depende da negociação. A Contabilidade divide 
as obrigações em exigíveis e não exigíveis. As obrigações exigíveis são aquelas 
contraídas com terceiros, como os fornecedores, o Governo e os funcionários. 
Essas obrigações têm um prazo determinado para pagamento. Já as obrigações 
não exigíveis são aquelas contraídas com os sócios. Quando a empresa é cons-
tituída, os sócios investem um capital; na Contabilidade, esse investimento 
recebe o nome de Capital Social. Esse investimento dos sócios gera uma obri-
gação para a empresa, contudo essa obrigação não tem um prazo determinado 
para pagamento, por isso, é considerada uma obrigação não exigível.
Figura 3 - Classificação das obrigações/ Fonte: a autora.
Descrição da Imagem: a imagem contempla quatro linhas numeradas de um a quatro com as classificações 
das obrigações. De cima para baixo, temos as obrigações por funcionamento, que são as dívidas decorrentes 
de operaçõesnormais da entidade, como compras a prazo de materiais para consumo ou de mercadorias para 
venda. Em seguida, no número dois, temos as obrigações por financiamento, que são as dívidas decorrentes de 
financiamento de bens ou de obtenção de recursos em instituições financeiras. Na linha de número três, estão as 
obrigações sociais e trabalhistas, essas são decorrentes da contratação de funcionários e de leis trabalhistas. E, 
por último, na quarta linha, as obrigações fiscais, que são as dívidas com o órgão fiscal, seja ele federal, estadual 
ou municipal, como os impostos e contribuições sociais. O ramo de atividade e o regime tributário interferem 
diretamente nessas obrigações.
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Resumindo: o patrimônio de uma entidade contábil, seja pessoa física ou 
jurídica, é composto pelo conjunto de bens, direitos e obrigações. Uma ques-
tão importante sobre os elementos que compõem o patrimônio é que, ne-
cessariamente, eles precisam ter valor monetário. Isso significa que, se não 
for possível avaliar monetariamente um bem, um direito ou uma obrigação, 
não será possível registrá-lo no patrimônio. É por isso que a Contabilidade 
registra e controla o patrimônio observando dois aspectos: o qualitativo e o 
quantitativo. O aspecto qualitativo do patrimônio corresponde ao nome dado 
a cada elemento patrimonial. Isso porque, quando falamos que os bens, os 
direitos e as obrigações representam os elementos patrimoniais, na verdade, 
precisamos lembrar que esses são os conjuntos de elementos, já que existem 
vários bens, vários direitos e várias obrigações em cada entidade contábil. 
Para registrar e controlar cada elemento patrimonial, a Contabilidade utili-
za um plano de contas, assim cada conta contábil representa um elemento 
patrimonial, que, no caso, corresponde ao aspecto qualitativo do elemento. 
É importante esclarecer que o nome da conta contábil deve estar sempre 
relacionado ao elemento.Por exemplo, a conta “Caixa” representa o dinheiro 
da empresa, já a conta “Mercadorias” representa o estoque de mercadorias 
disponível para venda. 
Por mais que pareça fácil identificar o elemento patrimonial pela sua conta 
contábil, é importante conhecer o plano de contas de cada entidade e verificar 
o que é registrado em cada uma delas, isso porque o plano de contas pode ser 
ajustado à realidade de cada entidade. Por exemplo, a entidade pode optar por 
separar o dinheiro em papel moeda do dinheiro da conta corrente, nesse caso, 
no plano, haverá a conta “Caixa” e a conta “Banco conta movimento”. Por outro 
Uma das premissas básicas para a atividade contábil é reconhecer que a 
empresa é uma entidade separada dos seus sócios. Isso significa que o 
patrimônio da empresa não pode ser misturado com o patrimônio de seus 
sócios. Não é à toa que chamamos a empresa de pessoa jurídica: é como se 
fosse, realmente, uma outra pessoa, com seus bens, direitos e obrigações 
próprias. Assim, quando os sócios investem na empresa, esta passa a ter 
uma obrigação financeira com aqueles.
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lado, a entidade pode optar por registrar toda a sua movimentação financeira 
em uma única conta, então, no plano, haverá a conta “Caixa e equivalentes 
de caixa”. Enquanto o aspecto qualitativo de cada elemento é evidenciado 
por meio da conta contábil, o aspecto quantitativo é evidenciado por meio 
de valores. Isso significa que cada elemento patrimonial deve ser registrado 
em uma conta contábil com seu respectivo valor. O simples levantamento 
dos elementos patrimoniais de uma entidade, em seus aspectos qualitativo e 
quantitativo, representa um inventário, é o que chamamos de patrimônio não 
sistematizado, conforme demonstrado na Tabela 2.
ASPECTO QUALITATIVO ASPECTO QUANTITATIVO
Caixa R$ 15.000,00
Duplicatas a receber R$ 11.000,00
Mercadorias R$ 38.000,00
Móveis R$ 23.000,00
Fornecedores R$ 19.000,00
Salários a pagar R$ 5.000,00
Capital social R$ 63.000,00
Tabela 2 - Patrimônio não sistematizado / Fonte: a autora.
A Contabilidade, em sua função de gerar informação, não se limita a registrar 
os elementos patrimoniais em seus aspectos qualitativo e quantitativo, ela 
também os organiza; é o que chamamos de SISTEMATIZAÇÃO DO PA-
TRIMÔNIO. Para tanto, a Contabilidade separa os bens e os direitos das 
obrigações. Os bens e direitos ficam registrados em um grupo chamado ativo, 
enquanto as obrigações ficam em um grupo chamado passivo. Como existem 
obrigações exigíveis e não exigíveis, no grupo do passivo, existe um subgrupo 
chamado patrimônio líquido.
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Figura 4 - Sistematização do patrimônio / Fonte: a autora.
Descrição da Imagem: a imagem demonstra a sistematização do patrimônio através de um organograma que 
inicia com o “Patrimônio”. Este é dividido em “Bens e direitos” de um lado e “Obrigações” do outro. Entre “Bens e 
direitos” e “Obrigações”, aparece o sinal de igual (=). Os “Bens e direitos” são alocados no “Ativo”, já as “Obrigações” 
são divididas em “Obrigações exigíveis” de um lado e “Obrigações não exigíveis” de outro. As Obrigações exigíveis 
são alocadas no “Passivo”, enquanto as “Obrigações não exigíveis” são alocadas no “Patrimônio líquido”. Entre 
“Obrigações exigíveis” e “Obrigações não exigíveis”, aparece o sinal de mais (+). Entre “Passivo” e “Patrimônio 
líquido”, aparece o sinal de mais (+). Entre “Ativo” e “Passivo”, + “Patrimônio líquido” aparece o sinal de igual (=).
Essa separação, muito mais do que uma simples organização, permite 
identificar uma série de informações sobre a entidade, como nível de endi-
vidamento, origem e aplicação de recursos financeiros, situação patrimonial 
(positiva ou negativa). Conforme nos aprofundamos no detalhamento dessa 
sistematização, mais informações descobriremos.
APROFUNDANDO
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Conceitos relacionados ao patrimônio:
ELEMENTOS PATRIMONIAIS
Bens, direitos e obrigações; ativo, passivo e patrimônio líquido.
ASPECTO QUALITATIVO
Refere-se ao nome dado ao elemento.
ASPECTO QUANTITATIVO
Refere-se ao valor monetário do elemento.
Perceba, na Figura 4, que existe um sinal de igualdade entre “Bens e direitos” 
e “Obrigações”, assim como entre “Ativo” e “Passivo + Patrimônio líquido”, isso 
porque a sistematização do patrimônio gera um equilíbrio financeiro entre esses 
grupos de elementos patrimoniais. Essa igualdade do patrimônio sistematizado 
gera as seguintes equações:
 ■ Bens e direitos = Obrigações.
 ■ Ativo = Passivo + Patrimônio líquido.
 ■ Patrimônio líquido = Ativo – Passivo.
Para ilustrar o equilíbrio gerado pela sistematização do patrimônio, retomaremos 
os dados apresentados na Tabela 2. Primeiramente, classificaremos os elementos.
ASPECTO QUALITATIVO ASPECTO QUANTITATIVO CLASSIFICAÇÃO
Caixa R$ 15.000,00 Bem / Ativo
Duplicatas a receber R$ 11.000,00 Direito / Ativo
Mercadorias R$ 38.000,00 Bem / Ativo
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ASPECTO QUALITATIVO ASPECTO QUANTITATIVO CLASSIFICAÇÃO
Móveis R$ 23.000,00 Bem / Ativo
Fornecedores R$ 19.000,00
Obrigação exigível / 
Passivo
Salários a pagar R$ 5.000,00
Obrigação exigível / 
Passivo
Capital Social R$ 63.000,00
Obrigação não exigível / 
Patrimônio líquido
Tabela 3 - Classificação dos elementos / Fonte: a autora.
Agora sim, com essas informações, podemos sistematizar o patrimônio:
ATIVO PASSIVO
Caixa R$ 15.000,00 Fornecedores R$ 19.000,00
Duplicatas a 
receber
R$ 11.000,00 Salários a pagar R$ 5.000,00
Mercadorias R$ 38.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Móveis R$ 23.000,00 Capital Social R$ 63.000,00
Total do ativo R$ 87 000,00 Total do passivo + PL R$ 87 000,00
Quadro 1 - Patrimônio sistematizado / Fonte: a autora.
Como você pôde observar no Quadro 1, ao sistematizar o patrimônio, o valor total 
do ativo fica igual ao valor total do passivo + patrimônio líquido, no caso, ambos 
ficaram com R$87.000,00. É importante esclarecer que o valor total depende do 
conjunto de elementos que a entidade possui, mas, sempre, isso mesmo, sempre o 
valor total do ativoserá igual ao valor total do passivo mais o patrimônio líquido.
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Para saber se a situação patrimonial da entidade é positiva ou negativa, é neces-
sário observar a sua situação líquida, que, no caso, é obtida por meio do saldo do 
patrimônio líquido. Para enxergar o patrimônio líquido como a situação líquida 
da entidade, é preciso ter o seguinte raciocínio: se, por um lado, o patrimônio 
líquido representa a obrigação da empresa com seus sócios/acionistas, por outro 
lado, ele apresenta o saldo de recursos que sobra para a empresa após cobrir todas 
as suas obrigações exigíveis. Basta relembrarmos a equação:
Pense comigo: no ativo, estão todos os bens e direitos da entidade, enquanto, 
no passivo, estão todas as obrigações exigíveis; então, se utilizarmos todos os bens 
e direitos para pagar todas as obrigações, o que sobra é a situação líquida. Assim, 
se o ativo for maior que o passivo, a situação é positiva, mas, se o ativo for menor 
que o passivo, a situação é negativa. Para facilitar a compreensão, exemplificaremos.
VOCÊ SABE RESPONDER?
Com isso, chegamos à seguinte questão: se o patrimônio sistematizado sem-
pre apresenta um equilíbrio entre o ativo e o passivo mais o patrimônio líquido, 
como identificar se a situação da entidade é positiva ou negativa?
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 ■ Situação líquida positiva
Quando o valor do ativo é maior que o valor do passivo, significa que a entidade 
consegue cobrir todas as suas dívidas e, ainda, gera uma sobra. Imagine que uma 
empresa possua R$300.000,00 de ativo e R$200.000,00 de passivo (obrigação 
exigível). Aplicando a fórmula, teríamos o seguinte valor de patrimônio líquido:
 ■ Patrimônio líquido = Ativo - Passivo (exigível)
 ■ Patrimônio líquido = R$ 300.000,00 - R$ 200.000,00
 ■ Patrimônio líquido = R$ 100.000,00
Figura 5 - Situação líquida positiva / Fonte: a autora.
Descrição da Imagem: a figura apresenta um quadro maior com a descrição “Ativo: R$ 300.000,00”; ao lado, há 
um quadro menor com a descrição “Passivo: R$ 200.000,00”; abaixo, há um quadro menor ainda com a descrição 
“Patrimônio líquido: R$ 100.000,00”. A diferença entre o quadro do “Ativo” (maior) e o quadro do “Passivo” (médio) 
é evidenciada com uma linha tracejada que indica “Sobra de recursos”. Abaixo do quadro do Ativo, está evidencia-
do o total de R$300.000,00; assim como, abaixo dos quadros do Passivo e do Patrimônio líquido, também está 
evidenciado o total de R$300.000,00.
Como você pôde observar na Figura 5, a empresa consegue pagar todas as suas 
dívidas e ainda sobram R$100.000,00.
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 ■ Situação líquida negativa
Quando o valor do ativo é menor que o valor do passivo, significa que a entidade 
não possui recursos suficientes para pagar as suas dívidas, assim se encontra em 
uma situação negativa. Imagine que uma empresa possua R$200.000,00 de ativo 
e R$280.000,00 de passivo (obrigação exigível). Aplicando a fórmula, teríamos o 
seguinte valor de patrimônio líquido:
 ■ Patrimônio líquido = Ativo - Passivo (exigível)
 ■ Patrimônio líquido = R$ 200.000,00 - R$ 280.000,00
 ■ Patrimônio líquido = (R$ 80.000,00)
Figura 6 - Situação líquida negativa / Fonte: a autora.
Descrição da Imagem: a figura apresenta um quadro menor com a descrição “Ativo: R$ 200.000,00”; ao lado, há 
um quadro maior com a descrição “Passivo: R$ 280.000,00”; abaixo, há um quadro menor com a descrição “Patri-
mônio líquido: R$ (80.000,00)”. A diferença entre o quadro do “Ativo” (menor) e o quadro do “Passivo” (maior) é 
evidenciada com uma linha tracejada que indica “Falta de recursos”. Abaixo do quadro do Ativo, está evidenciado 
o total de R$200.000,00; assim como, abaixo dos quadros do Passivo e do Patrimônio líquido, também está 
evidenciado o total de R$200.000,00.
É importante ressaltar que, sempre que encontrarmos valores entre parênteses, 
eles se referirem a valores negativos.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
Como você pôde observar na Figura 6, se a empresa utilizar todos os seus bens 
e direitos, ainda assim não consegue pagar todas as suas dívidas, pois faltam 
R$80.000,00. Segundo Fragalli e Silva (2021, p. 72),“a compreensão da situação 
patrimonial de uma entidade é fundamental para os usuários das informa-
ções contábeis, pois permite avaliar o desempenho da gestão empresarial, 
definir estratégias, entre outras questões relevantes no processo decisório”. No 
entanto, é importante esclarecer que a situação negativa não significa, neces-
sariamente, que a empresa deve encerrar suas atividades. Quando se fala de 
negócios, existe uma série de questões a serem observadas, como expectativas 
de mercado, possibilidades de negociação, mudanças de estratégias etc.
A sistematização do patrimônio facilita a identificação dos bens e direitos 
da entidade, assim como suas obrigações, e possibilita a verificação da situação 
patrimonial, se é positiva ou negativa. Além dessas informações, a sistematiza-
ção também permite enxergar as ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS.
Toda entidade depende de recursos financeiros, os quais são utilizados 
para manter suas atividades. A primeira fonte de recursos de uma empresa 
é justamente o investimento dos sócios/acionistas, que pode ser feito em di-
nheiro ou algum outro bem, como mercadorias, móveis etc. Assim, a conta 
Capital Social representa uma fonte de recursos, e a forma como esse capital 
é integralizado representa as aplicações. Após iniciar suas atividades, diver-
sas outras fontes de recursos surgirão, e a empresa, então, administra esses 
recursos de forma a alcançar seus objetivos. No patrimônio sistematizado, 
as diversas fontes de recursos de uma entidade são observadas no grupo do 
passivo, sendo que o passivo exigível corresponde a recursos provenientes 
de terceiros, ou seja, de pessoas (físicas ou jurídicas) de fora da empresa, e o 
patrimônio líquido corresponde a recursos provenientes dos sócios. Os re-
cursos de terceiros são denominados Capital de Terceiros, e os recursos dos 
sócios/acionistas são denominados Capital Próprio.
 “ “[...] do lado do Passivo, tanto Capital de Terceiros (Passivo Exi-gível) como Capital Próprio (Patrimônio Líquido), representa toda a fonte de recursos, toda a origem de capital. Nenhum re-
curso entra na empresa se não for via Passivo ou Patrimônio 
Líquido” (IUDÍCIBUS; MARION, 2018, p. 33)
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Assim, podemos afirmar que o lado do passivo e patrimônio líquido repre-
senta toda a fonte de recursos de uma entidade. Entretanto, talvez, você se 
pergunte: “como assim todas as obrigações representam fontes de recursos?”. 
Acredito que, quando falamos em um empréstimo, faz sentido dizer que é 
uma fonte de recurso, pois a empresa capta dinheiro de uma instituição fi-
nanceira, mas isso gera uma obrigação. Contudo, não é somente esse tipo de 
obrigação que representa fonte de recursos, na verdade, por mais estranho 
que pareça, sim, todas as obrigações representam fontes de recursos. Imagine 
que uma empresa tenha comprado R$10.000,00 de mercadorias para pagar 
em trinta dias. Essa transação gerou uma obrigação, mas também corres-
ponde a uma fonte de recurso: isso porque a empresa obteve as mercadorias, 
que correspondem a mais recursos para suas atividades, e, enquanto ela não 
pagar o fornecedor, de certa forma, este estará financiando a sua atividade. 
É como se o fornecedor tivesse emprestado R$10.000,00 para empresa, na 
forma de mercadorias, pelo período de 30 dias. Quando a empresa efetuar o 
pagamento, a obrigação será rescindida e sairá do grupo passivo; ao sair do 
passivo, não representa mais uma fonte de recurso.
 Acho que, agora, você concorda que a obrigação com fornecedores re-
presenta uma fonte de recurso. Entretanto, e quanto aos salários a pagar e 
os impostos a recolher? Afinal, eles também são obrigações registradas no 
passivo: por que eles são considerados fontes de recursos? Para entender 
essa situação, acompanhamos um pouco da rotina do nosso personagem 
João. No último dia de cada mês, o contador da loja de João