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CASOS CLÍNICOS Dados do Caso:1 Paciente: Maria, 28 anos, G2P1, 26 semanas de gestação Histórico : Hipertensão arterial controlada, histórico de ITU em gestações anteriores. Queixa Principal: Dor e ardência ao urinar, aumento da frequência urinária, sensação de peso na região pélvica há 3 dias. Exame Físico: · Sinais vitais: PA 120/80 mmHg, FC 80 bpm, T 37,5°C · Abdome: Presença de útero gravídico compatível com a idade gestacional, leve dor à palpação na região suprapúbica. · Outros: Sem sinais de edema, batimento cardíaco fetal presente e regular. Exames Complementares: · EAS (Exame de Urina Tipo I): Leucocitúria (30.000 células/mL), bacteriúria (10^5 UFC/mL), nitrito positivo. · Urocultura: Escherichia coli (E. coli) >10^5 UFC/mL, sensível a cefalexina. Diagnósticos de Enfermagem: 1. Eliminação Urinária Prejudicada relacionada à infecção do trato urinário, evidenciada por disúria, polaciúria e bacteriúria. 2. Risco de Complicações Materno-Fetais relacionadas à infecção urinária não tratada. 3. Dor Aguda relacionada ao processo inflamatório na bexiga, evidenciada por queixas de dor e ardência ao urinar. Planejamento e Implementação: 1. Eliminação Urinária Prejudicada: · Objetivo: Promover a eliminação urinária adequada e aliviar os sintomas urinários. · Intervenções: · Orientar a paciente a aumentar a ingestão hídrica para diluir a urina e facilitar a eliminação de bactérias. · Administrar antibiótico conforme prescrição médica (cefalexina 500 mg, de 6/6 horas, por 7 dias). · Monitorar a frequência e características da urina (cor, odor, volume). 2. Risco de Complicações Materno-Fetais: · Objetivo: Prevenir complicações como pielonefrite, parto prematuro ou restrição de crescimento intrauterino. · Intervenções: · Monitorar sinais vitais regularmente, especialmente temperatura e pressão arterial. · Acompanhar a resposta ao tratamento antibiótico com repetição de EAS e urocultura após o término do tratamento. · Educar a paciente sobre a importância do seguimento regular do pré-natal e de relatar imediatamente qualquer sintoma novo ou exacerbado. 3. Dor Aguda: · Objetivo: Aliviar a dor e o desconforto associado à ITU. · Intervenções: · Administrar analgésicos conforme prescrição médica (ex.: paracetamol 500 mg a cada 6 horas se necessário). · Aplicar calor local (compressa morna) na região suprapúbica para aliviar a dor. · Incentivar o repouso e orientar sobre técnicas de relaxamento. Avaliação: · Eliminação Urinária Prejudicada: Paciente relata melhora na disúria e redução na frequência urinária após 3 dias de tratamento. · Risco de Complicações Materno-Fetais: Sinais vitais estáveis, sem sinais de complicações, batimentos cardíacos fetais normais, paciente consciente da importância do seguimento regular. · Dor Aguda: Paciente relata alívio da dor após o uso de analgésico e aplicação de calor local. Caso Clínico 2 : Criança com Desnutrição Dados do Caso: Paciente: João, 3 anos, sexo masculino História: Nascido a termo, peso ao nascer 2.800 g, sem complicações neonatais. Histórico de infecções respiratórias recorrentes e episódios frequentes de diarreia nos últimos 6 meses. Não segue acompanhamento pediátrico regular. Queixa Principal: Perda de peso, falta de apetite, fraqueza e irritabilidade. Exame Físico: · Peso: 9 kg (abaixo do percentil 3 para a idade) · Altura: 82 cm (abaixo do percentil 3 para a idade) · IMC: 13,3 kg/m² · Sinais vitais: PA 90/60 mmHg, FC 110 bpm, T 36,8°C · Aparência Geral: Criança magra, com pele seca e descamativa, cabelos finos e quebradiços, abdome levemente distendido, edema leve nos tornozelos. · Outros: Acentuada apatia e fraqueza muscular, irritabilidade, atraso no desenvolvimento motor e da fala. Exames Complementares: · Hemograma: Anemia microcítica (Hb 8,5 g/dL), leucopenia (3.500 células/mm³). · Exames bioquímicos: Hipoalbuminemia (2,5 g/dL), hipocalemia (3,0 mEq/L). · Exame parasitológico de fezes: Presença de Ascaris lumbricoides. · Avaliação nutricional: Deficiência calórica e proteica grave. Diagnósticos de Enfermagem: 1. Nutrição Desequilibrada: Menor que as Necessidades Corporais relacionada à ingestão alimentar inadequada, evidenciada por perda de peso significativa, apatia, e dados laboratoriais indicativos de desnutrição. 2. Risco de Desenvolvimento Prejudicado relacionado à deficiência nutricional crônica. 3. Baixa Autoestima relacionada à aparência física e incapacidade de acompanhar atividades próprias da idade, evidenciada por irritabilidade e apatia. Planejamento e Implementação: 1. Nutrição Desequilibrada: Menor que as Necessidades Corporais · Objetivo: Promover ganho de peso e melhora do estado nutricional. · Intervenções: · Iniciar dieta hipercalórica e hiperproteica, fracionada em pequenas porções ao longo do dia, com suplementação vitamínica e mineral conforme prescrição médica. · Monitorar ingestão alimentar diária, peso corporal semanalmente, e níveis de albumina e eletrólitos. · Administrar antiparasitários conforme prescrição para tratar a infestação por Ascaris lumbricoides. · Educar os responsáveis sobre a importância de uma alimentação balanceada e a necessidade de acompanhamento pediátrico regular. 2. Risco de Desenvolvimento Prejudicado · Objetivo: Prevenir atrasos no desenvolvimento motor e cognitivo. · Intervenções: · Referir a criança para avaliação e acompanhamento por uma equipe multidisciplinar (nutricionista, fisioterapeuta, fonoaudiólogo e pediatra). · Estimular atividades lúdicas que promovam o desenvolvimento motor e cognitivo, de acordo com a capacidade da criança. · Orientar a família sobre a importância de atividades que incentivem a interação social e o desenvolvimento cognitivo. 3. Baixa Autoestima · Objetivo: Melhorar a autoestima da criança e promover uma imagem corporal positiva. · Intervenções: · Incentivar a participação da criança em atividades que ela consiga realizar com sucesso, reforçando positivamente suas conquistas. · Oferecer apoio emocional, proporcionando um ambiente seguro e acolhedor para expressar sentimentos. · Orientar os responsáveis sobre a importância de elogiar e valorizar os progressos da criança, mesmo que pequenos. Avaliação: · Nutrição Desequilibrada: Paciente apresentou ganho de 1 kg após 4 semanas de tratamento, com melhora nos níveis de albumina e potássio. · Risco de Desenvolvimento Prejudicado: Criança iniciou acompanhamento multidisciplinar, com progresso no desenvolvimento motor e aumento da interação social. · Baixa Autoestima: Paciente demonstrou maior participação nas atividades propostas, com melhora na irritabilidade e maior interesse pelo ambiente. Caso Clínico3 : Idoso Acamado Dados do Caso: Paciente: Sr. Antônio, 82 anos, sexo masculino Histórico: Diagnóstico de AVC há 1 ano, com hemiplegia esquerda, hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2, e demência em estágio moderado. Acamado há 6 meses devido à progressão da doença. Queixa Principal: Feridas na região sacral e calcanhares, dificuldade para se alimentar, e sinais de desidratação. Exame Físico: · Sinais vitais: PA 130/80 mmHg, FC 88 bpm, T 36,5°C, FR 20 rpm. · Estado Geral: Paciente em estado de confusão mental moderada, pouco responsivo, com movimentos limitados ao lado direito do corpo. · Pele: Presença de úlcera por pressão na região sacral (estágio III) e calcanhares (estágio II), pele seca e com sinais de desidratação. · Outros: Incontinência urinária e fecal, mobilidade muito limitada, mucosas secas, sinais de desnutrição (perda de massa muscular, emagrecido). Exames Complementares: · Hemograma: Anemia leve (Hb 10,5 g/dL). · Glicemia capilar: 145 mg/dL (em jejum). · Exames bioquímicos: Albumina 2,8 g/dL (hipoalbuminemia). · Avaliação Nutricional: Déficit calórico e proteico, IMC 17,5 kg/m². Diagnósticos de Enfermagem: 1. Integridade da Pele Prejudicada relacionada à imobilidade e pressão contínua, evidenciada por úlceras por pressão nas regiões sacral e calcânea. 2. Risco de Desidratação relacionado à ingestão hídrica inadequada e estado de confusão mental. 3. Nutrição Desequilibrada: Menor que as NecessidadesCorporais relacionada à incapacidade de se alimentar adequadamente e à condição de saúde crônica, evidenciada por perda de peso significativa e hipoalbuminemia. 4. Mobilidade Física Prejudicada relacionada à hemiplegia e acamamento prolongado. Planejamento e Implementação: 1. Integridade da Pele Prejudicada: · Objetivo: Promover a cicatrização das úlceras e prevenir o surgimento de novas lesões. · Intervenções: · Realizar mudanças de decúbito a cada 2 horas para aliviar a pressão em áreas vulneráveis. · Utilizar colchão pneumático ou de espuma para redistribuir a pressão. · Realizar curativos nas úlceras de pressão com técnica asséptica, utilizando produtos específicos para cada estágio da ferida (ex.: hidrogel para feridas secas, alginato para feridas exsudativas). · Manter a pele limpa e seca, especialmente após episódios de incontinência. 2. Risco de Desidratação: · Objetivo: Manter o equilíbrio hídrico adequado. · Intervenções: · Monitorar rigorosamente a ingestão hídrica diária, incentivando a ingestão de líquidos. · Administrar fluidos intravenosos conforme prescrição médica para compensar a desidratação. · Monitorar sinais de desidratação (pressão arterial, frequência cardíaca, turgor da pele, mucosas). · Avaliar o balanço hídrico diariamente, anotando as entradas e saídas. 3. Nutrição Desequilibrada: Menor que as Necessidades Corporais: · Objetivo: Melhorar o estado nutricional e promover o ganho de peso. · Intervenções: · Iniciar dieta enteral hipercalórica e hiperproteica, se a via oral for insuficiente ou inviável. · Monitorar peso semanalmente, além de parâmetros laboratoriais como albumina e proteínas totais. · Implementar suplementação vitamínica e mineral conforme necessidade e prescrição médica. · Educar a família sobre a importância de um acompanhamento nutricional rigoroso e a administração correta da dieta enteral. 4. Mobilidade Física Prejudicada: · Objetivo: Prevenir complicações associadas à imobilidade e promover a mobilidade conforme a capacidade do paciente. · Intervenções: · Realizar fisioterapia passiva diariamente para manter a amplitude de movimento e prevenir contraturas. · Incentivar a realização de exercícios de mobilização passiva e posicionamento correto dos membros, com auxílio da equipe de fisioterapia. · Utilizar dispositivos de posicionamento para evitar lesões adicionais e melhorar o conforto. Avaliação: · Integridade da Pele Prejudicada: Redução do tamanho das úlceras após 4 semanas de tratamento, sem surgimento de novas lesões. · Risco de Desidratação: Melhora nos sinais clínicos de desidratação, balanço hídrico adequado e mucosas hidratadas. · Nutrição Desequilibrada: Aumento de peso de 1,5 kg em 4 semanas, com melhora nos níveis de albumina. · Mobilidade Física Prejudicada: Manutenção da amplitude de movimento nas articulações, sem sinais de contraturas ou complicações graves relacionadas à imobilidade. Caso Clínico 4 Paciente: José da Silva, 58 anos Data da cirurgia: 15/08/2024 Procedimento cirúrgico: Colecistectomia (remoção da vesícula biliar) Histórico médico: Hipertensão controlada, diabetes mellitus tipo 2 Evolução pós-operatória: No terceiro dia após a cirurgia, o paciente apresenta uma ferida cirúrgica com sinais de hiperemia, calor local e secreção serosa. Etapas da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) 1. Coleta de Dados (Anamnese e Exame Físico) · Histórico: Paciente com histórico de diabetes mellitus tipo 2 e hipertensão arterial controlada. Fez uso de antibioticoprofilaxia no intraoperatório. · Exame Físico: Ferida cirúrgica na região do hipocôndrio direito, com bordas hiperemiadas, calor local, presença de secreção serosa moderada e dor à palpação. Sinais vitais dentro dos parâmetros normais, mas glicemia capilar elevada (180 mg/dL). 2. Diagnóstico de Enfermagem · Risco de Infecção relacionado à presença de ferida cirúrgica e diabetes mellitus. · Integridade Tissular Prejudicada relacionada ao processo de cicatrização retardada devido à hiperglicemia. · Dor Aguda relacionada ao processo inflamatório na ferida cirúrgica. 3. Planejamento · Objetivos: · Prevenir infecção na ferida cirúrgica. · Promover a cicatrização adequada da ferida. · Aliviar a dor e desconforto do paciente. · Intervenções: · Realizar curativos estéreis diários, utilizando solução salina e cobertura com gaze estéril. · Monitorar sinais de infecção, como aumento da secreção, odor fétido, febre e piora da dor. · Orientar o paciente sobre a importância do controle glicêmico, ajustando a dieta e medicamentos conforme necessário. · Administrar analgésicos conforme prescrição médica para controle da dor. · Manter o paciente em repouso e elevar a região afetada para reduzir o edema. 4. Implementação · Realização de curativos estéreis diários, seguindo técnica asséptica. · Monitoramento diário da ferida, incluindo a medição da glicemia capilar antes das refeições. · Administração de analgésicos (paracetamol 500 mg, 8/8h, via oral) para controle da dor. · Educação do paciente sobre os cuidados com a ferida, controle glicêmico e sinais de alerta para infecção. · Comunicação constante com a equipe médica para reavaliação da necessidade de antibioticoterapia. 5. Avaliação · Após 7 dias: A ferida cirúrgica apresentou redução significativa da hiperemia e do calor local, sem sinais de infecção ativa. A secreção serosa diminuiu, e o paciente relatou diminuição da dor. A glicemia foi controlada com ajustes na medicação. · Diagnóstico Atual: Integridade tissular em processo de cicatrização, controle efetivo da dor e ausência de infecção. Caso Clínico 5 Paciente: Maria Souza, 45 anos Contexto: Paciente feminina, sem comorbidades conhecidas, não fumante, que realiza consultas anuais para exames de rotina. Ela busca atendimento para manter sua saúde em boas condições, melhorar seus hábitos de vida e prevenir doenças. Etapas da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) 1. Coleta de Dados (Anamnese e Exame Físico) · Histórico: Paciente relata uma rotina de trabalho sedentária e alimentação pouco equilibrada, com consumo frequente de alimentos industrializados e poucos vegetais. Informa dormir cerca de 5 horas por noite, sem atividades físicas regulares. Não faz uso de medicamentos e não possui histórico familiar significativo de doenças crônicas. · Exame Físico: Sinais vitais dentro dos limites normais (PA: 120/80 mmHg, FC: 72 bpm, FR: 16 ipm). IMC de 28 kg/m², classificado como sobrepeso. Exames laboratoriais recentes mostram glicemia em jejum de 98 mg/dL e colesterol LDL de 130 mg/dL. 2. Diagnósticos de Enfermagem · Nutrição Desequilibrada: Mais que as Necessidades Corporais relacionada ao consumo excessivo de alimentos ricos em gorduras e carboidratos refinados, evidenciado por IMC de 28 kg/m². · Sedentarismo relacionado à ausência de atividades físicas regulares. · Padrão de Sono Prejudicado relacionado à rotina de trabalho e falta de higiene do sono. · Risco de Enfermidades Cardiovasculares relacionado ao sobrepeso, dieta inadequada e sedentarismo. 3. Planejamento · Objetivos: · Promover a adoção de uma dieta balanceada e saudável. · Incentivar a prática regular de atividades físicas. · Melhorar a qualidade do sono da paciente. · Reduzir os fatores de risco para doenças cardiovasculares. · Intervenções: · Realizar orientações nutricionais focadas na redução do consumo de alimentos industrializados e aumento da ingestão de frutas, vegetais e grãos integrais. · Elaborar um plano de atividades físicas adaptado à rotina da paciente, incentivando exercícios leves, como caminhadas de 30 minutos, 5 vezes por semana. · Orientar a paciente sobre técnicas de higiene do sono, como evitar o uso de eletrônicos antes de dormir e estabelecer uma rotina de sono regular. · Monitorar periodicamente os parâmetros de saúde, como glicemia, colesterol e pressão arterial, e ajustar o plano de cuidados conforme necessário. 4. Implementação · Educação Nutricional: A paciente foi encaminhada para uma consulta com um nutricionista e recebeu material educativosobre a importância de uma alimentação balanceada. Foi sugerido o planejamento de refeições semanais com base nas orientações nutricionais. · Atividade Física: Foi sugerido o início de uma rotina de caminhadas diárias, e a paciente foi orientada a registrar suas atividades para acompanhamento. · Higiene do Sono: A paciente foi instruída a estabelecer horários fixos para dormir e acordar, a evitar cafeína após as 18h e a criar um ambiente propício ao sono (quarto escuro, sem ruídos e confortável). · Monitoramento: Realização de novos exames laboratoriais e consulta de retorno agendada para 3 meses, com foco na avaliação dos resultados e adaptação do plano de cuidados. 5. Avaliação · Após 3 meses: A paciente relatou melhorias na qualidade do sono, conseguindo dormir cerca de 7 horas por noite. Houve uma redução de 2 kg no peso corporal, com melhoria na alimentação e aumento da prática de atividade física. Os exames laboratoriais mostraram uma leve redução no colesterol LDL (120 mg/dL) e manutenção da glicemia em níveis normais. · Diagnóstico Atual: Paciente com padrões de saúde em manutenção, com risco cardiovascular reduzido e maior adesão a hábitos de vida saudáveis.