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Amigdalite é a inflamação das amigdalas, tonsilas palatinas localizadas na orofaringe. Pode ser causada por vírus ou por bactéria, sendo o Streptococo beta hemolítico do grupo A (EBHGA) o agente patogênico mais comum. A amigdalite pode causar complicações supurativas, como abscessos que necessitam de drenagem, e não supurativas, como a febre reumática. A febre reumática é prevalente em população geneticamente predisposta, geralmente em crianças e adolescentes de 5 a 15 anos. A febre reumática é uma doença inflamatória decorrente de resposta imune tardia após infecção por EBHGA que acomete as articulações, o coração, o cérebro e a pele. COMPROMETIMENTO DAS VALVAS CARDÍACAS As valvas aórtica e mitral são as mais lesionadas por estresse de alta pressão. Isso ocorre devido à resposta autoimune por reação cruzada, na qual há mimetismo molecular entre a proteína M que é comum à parede celular bacteriana e ao endotélio valvar. Os anticorpos e linfócitos T dirigidos contra os antígenos estreptocócitos também reconhecem o tecido cardíaco por mimetismo molecular. Os anticorpos reativos ao tecido cardíaco, por reação cruzada com os antígenos do EBHGA, se fixam à parede do endotélio valvar e aumentam a expressão da molécula de adesão VCAM1. A molécula de adesão VCAM1 atrai determinadas quimiocinas que favorecem a infiltração celular por neutrófilos, macrófagos e linfócitos T, AMIGDALITE FEBRE REUMÁTICA gerando inflamação, destruição tecidual e necrose. A cicatrização leva ao espessamento fibroso e aderência, podendo gerar estenose e/ou insuficiência cardíaca. Consequências . Inflamação e cicatrização do endotélio valvar; . Estenose valvar; . Regurgitação valvar; . Sopros. EXAME CLÍNICO Ecodopplercardiograma: procedimento para avaliar os sopros decorrentes da regurgitação aórtica e mitral por turbulência no fluxo. Raio-X: possibilita identificar a presença de cardiomegalia. Eletrocardiograma: analisa o intervalo PR (prolongamento). Ausculta das bulhas cardíacas: Fonocardiograma: consiste em um microfone especial para detectar sons de baixa frequência, consegue determinar as demais bulhas. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 1ª bulha: fechamento das valvas atrioventriculares no início da sístole. 2ª bulha: fechamento das valvas semilunares no final da sístole/início da diástole. 3ª bulha: audível no início do terço médio da diástole, indicador de insuficiência cardíaca sistólica. 4ª bulha: bulha atrial pré-sistólica no terço final da diástole, reflete a diminuição da complacência pulmonar. BARBOSA, José Francisco Silva. Complicações sistêmicas da amigdalite, 2019. Tese de Doutorado. Diretrizes brasileiras para o diagnóstico, tratamento e prevenção da febre reumática. Arq. Bras. Cardiol., São Paulo, v. 93, n. 3, supl. 4, p. 3-18, Sept. 2009. HALL, John E; HALL, Michael E. Guyton e Hall livro-texto de fisiologia médica e-Book. Elsevier Health Sciences, 2020. MULAI, Elias Manuel Quingongo. Anatofisiologia Cardíaca, 2019. Tese de Doutorado.