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Aula 4 Espectro do hidrogênio Já vimos que o espectro do hidrogênio apresentava regularidades não compreendidas até a formulação da mecânica quântica. Comportamento semelhante era observado para todos os demais elementos químicos: Modelo matemático Para tratar matematicamente o problema do átomo de hidrogênio o modelo usado é o de uma partícula pesada, fixa no centro (o próton) gerando um campo elétrico sentido por uma partícula leve (o elétron). Apesar das simplificações adotadas, tal modelo permite o cálculo exato de diversas propriedades, com precisão excelente quando comparadas às medidas experimentais para este elemento. Este é um dos resultados mais notáveis da teoria quântica. Equação Para calcular as possíveis medidas para a energia do elétron, e os estados associados a estas energias, deve ser resolvida a equação: H v = E v Onde E representa a energia do elétron, v o estado associado a esta energia e H operador associado à energia no contexto da teoria quântica. Para o sistema em questão, o estado v será dado por uma função de ℜ3, Ψ(r), normalmente em coordenadas esféricas r, devido à simetria do problema. O operador H irá atuar sobre estas funções. Ondas estacionárias Um paralelo útil pode ser feito com a equação da corda e do tambor. A equação geral que descreve as ondas é com u(x,t) sendo o deslocamento em uma dado posição x do elemento em estudo no tempo t. Para uma corda unidimensional fixa nas bordas (violão,por exemplo) cada função é caracterizada por um número inteiro. No caso de ondas em uma superfície, um tambor, por exemplo, serão precisos dois números para caracterizar cada modo de vibração. Níveis de energia A solução da equação de autovalores para o átomo de hidrogênio dá os valores de energia: Estes valores, obtidos a partir de cálculo teórico puro, acrescido de uns poucos dados como massa, carga corresponde exatamente ao espectro experimental. Mais ainda, estudos experimentais mais refinados confirmam previsões de pequenas correções à teoria a partir de efeitos secundários no sistema. Números quânticos Assim como as soluções para a equação da corda estão parametrizadas por números inteiros, as soluções para a equação do hidrogênio (e todos os outros elementos) também são parametrizadas por números inteiros. Estes são os famosos “números quânticos”. No caso dos átomos precisamos de três números para descrever cada solução possível. São eles n, “número quântico principal”, ligado, como vimos, à energia do sistema, l, “número quântico do momento angular” ou “número quântico orbital” e ml, “número quântico magnético”. Os dois últimos estão ligados ao momento angular do elétron, sobre o quê falaremos melhor adiante. Estes números não são independentes. De fato, valem as relações: n > l e l > |m|. O fato de serem precisos três números para descrever cada solução é devido a tratar-se de funções no espaço 3-dimensional. As funções de estado são ditas, no caso, orbitais. Estas funções têm papel crucial para o entendimento da estrutura de moleculas e comportamento dos materiais. Orbitais Vizualização desta função com respeito ao raio. Corte bidimensional, dando idéia do valor da função em cada ponto. Quanto mais claro, maior seu valor. Recomendo uma visita à pagina: http://www.falstad.com/qmatom/ Densidade de probabilidade Como vimos anteriormente, |v.vα|2 dá a probabilidade de a partir de um estado v.ser obtida a medida α. No caso das funções Ψ(r), para todos os sistemas, |Ψ(r0)|2 dá a probabilidade de se encontar a partícula descrita por Ψ na posição r0. No caso da figura anterior, quanto mais claro, maior a probabilidade de se encontrar o elétron naquela posição, o que varia de um orbital para outro. A figura abaixo representa um elétron no orbital n = 3, l = 2 do hidrogênio, indicando a densidade da nuvem eletrônica em volta do núcleo. Oscilador harmônico Operador energia: Energia: Densidade de probabilidade:
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