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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREEITO DA 15 ª VARA CIVEL DA COMARCA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Distribuído por Dependência aos autos nº xxxxxxxxxxxxxxxxxxx. KATIA, Brasileira, Casada, XXX, portador (a) do RG XXX.XXX-XX e inscrito no CPF sob nº XXX, residente e domiciliado na XXXXXXXXXXX por intermédio de seu procurador constituídos nos autos, XXX, Brasileiro, XXX, Advogado (A), regulamentado inscrito (a) na OAB/MG XXX, com escritório profissional XXX e endereço eletrônico XXX, onde recebe intimações, na forma do art. 287 do Código de Processo Civil, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, opor os presentes EMBARGOS DE TERCEIRO em face de GLAUCO, menor impúbere, representado neste ato por sua genitora Sra. Beatriz, devidamente qualificados nos autos de cumprimento de sentença sob nº xxx, pelos fatos e fundamentos jurídicos abaixo aduzidos. I. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA A requerente não possui condições financeiras de pagar as custas e despesas processuais sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família, conforme documentação em anexo, com observação ao Art. 5, XLLIV da Magna Carta e art. 98 do Código Fux. Desse modo, o requerente faz jus a concessão do benefício. II. DA TEMPESTIVIDADE A presenta ação é tempestiva devido ao fato que fora proposta antes da adjudicação do bem, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, nos temos do § 2º do artigo 674 do Código de Processo Civil. III. DOS FATOS Kátia contraiu matrimônio com Paulo em 2015 pelo regime de comunhão parcial de bens, e em 2017, Paulo se desfez dos imóveis que possuía para adquirir um novo imóvel para residirem. Coma crise que se instalou no país no ano de 2018, Paulo ficou desempregado e começou a passar por dificuldades financeiras, em razão disso, não logrou êxito em pagar os alimentos pertinentes ao seu filho menor. Com inadimplência de Paula, a genitora de seu filho, Sra. Beatriz, ajuizou uma demanda de execução de alimentos para garantir os direitos de seu filho. Ocorre que durante o trâmite da execução de alimentos pelo rito da penhora, que tramita pela 15ª Vara Cível da Cidade do Rio de Janeiro, o imóvel adquirido por Kátia e Paulo na constância do matrimônio, se tratando de um único bem do casal, foi penhorado. IV. DOS FUNDAMENTOS Trata-se de Embargos de terceiros, o qual é um remédio processual à disposição de quem, não sendo parte no processo, sofre turbação ou esbulho na posse de seus bens por ato de apreensão judicial. No caso dos presente feito, o cabimento da penhora ter sido realizado na execução de alimentos, o qual a embargante não é parte, conforme preceitua o art. 674 do Código Fux. Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro. A penhora de bens deve recair somente contra aquele a sentença é exequível e sobre seus bens, ou seja, do executado, não podendo recair sobre terceiros, devendo ser respeitado, o direito de propriedade e posse de outrem. Verifica-se que a propriedade da embargante resta devidamente comprovada nos autos. A constrição sobre o imóvel foi deferida na fase executiva da ação de alimentos, o que a embargante não faz parte. Nesse sentindo elenca o art. 681 do Código Fux, vejamos: Art. 681. Acolhido o pedido inicial, o ato de constrição judicial indevida será cancelado, com o reconhecimento do domínio, da manutenção da posse ou da reintegração definitiva do bem ou do direito ao embargante. Salienta-se que MM.ª Juíza Julgou recentemente procedentes embargos de terceiros que buscava o cancelamento da restrição que recai sobre imóveis, o qual a parte não compunha o feito. Tais embargos tramita sob os seguintes nº XXX, nº XXX. No caso exposto, não se aplica o disposto no art. 843, do CPC, vez que o imóvel é o único bem de família da embargante, nos temos do art. 3º, inciso III da Lei 8.009/90. Evidencia-se que a parte embargante não possui responsabilidade patrimonial secundária pela dívida, pois a dívida se originou da penhora, somente é obrigação do cônjuge da embargante, portanto, não aplica o art. 790, IV do Código Fux. Neste sentindo, confira-se: Art. 790. São sujeitos à execução os bens: (...) IV - do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou de sua meação respondem pela dívida; (...) Diante do exposto, presentes os pressupostos processuais para a suspensão da penhora conforme art. 678, caput e no art. 678, parágrafo único, do Código supracitado, deve ser dispensado o caução. Confira-se: Art. 678. A decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio ou a posse determinará a suspensão das medidas constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos embargos, bem como a manutenção ou a reintegração provisória da posse, se o embargante a houver requerido. Parágrafo único. O juiz poderá condicionar a ordem de manutenção ou de reintegração provisória de posse à prestação de caução pelo requerente, ressalvada a impossibilidade da parte economicamente hipossuficiente. V. DOS PEDIDOS 1. Em caratê liminar, a concessão da suspensão das constrições imposta sobre o imóvel, sem a necessidade de caução, conforme art. 678 do Código Fux; 1. A concessão dos benefícios da gratuidade de justiça por ser a embargante pobre no sentido legal, conforme preceitos do art. 5, LXXIV da CF/88 e ART. 98 do Código Fux; 1. A citação do embargado por seu procurador para querendo contestar ação no prazo de 15 (quinze) dias, conforme art. 677, § 3º e 679 do código supracitado; 1. Ao final requer que seja julgado a procedência dos pedidos, dando-se baixa nas restrições lançadas por este juízo com fulcro no art. 681 do mesmo diploma legal; 1. A condenação do embargado ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios, na forma do art. 82, § 2º e 82, do Código Fux; Dá-se o valor da causa XXX. Temos que pede deferimento. Três Corações, XXX Dr. XXXXX - OAB/MG XXX.XXX